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Texto expositivo-estrutura do Sermão de Santo António aos Peixes

O Sermão de Santo António aos Peixes foi pregado por Padre António Vieira, durante o século XVII,
que defendia a existência de um império de paz universal. Onde todos os homens se respeitassem e
convivessem, respeitando as ideologias religiosas e políticas de cada um. Com o objetivo de lutar contra a
escravidão indígena e contra a exploração portuguesa, este escreve esta obra onde em forma de alegoria.
Durante o sermão Vieira dirige-se aos peixes, tendo como finalidade atingir os homens, criticando a
sociedade da época.
Esta obra está dividida em três partes e seis capítulos. No exórdio encontra-se a ideia sumária do
assunto do sermão, partindo do conceito predicável “Vós sois o sal da Terra”. O «vós» representa os
pregadores e tal como no quotidiano o sal permite conservar ou dar sabor a algo. Deste modo, a
mensagem deste conceito predicável é que os pregadores tem de louvar o bem, ou seja, erradicando a
corrupção.
De seguida observamos a exposição e confirmação, o desenvolvimento, onde o pregador, no
capítulo II apresenta os louvores dos peixes em geral e no capítulo III os louvores dos peixes em particular,
nomeando o Peixe de Tobias, a Rémora, o Torpedo e o Quatro-Olhos. Demonstrado virtudes como a
obediência e a quietação. No capítulo IV encontram-se as repreensões dos peixes em geral e no capítulo V
as repreensões dos peixes em particular, tendo em consideração os Roncadores, os Pegadores, os
Voadores e o Polvo.
Por fim, deparamo-nos com a peroração, a conclusão, capítulo VI, onde Vieira faz um apelo aos
ouvintes e confessa-se pecador, despedindo-se com uma oração de louvor a deus.
Concluindo, o sermão é uma sátira social, onde é evidenciado a superioridade dos peixes relativamente
à natureza humana. A partir das críticas dirigidas aos homens através dos peixes, cujas virtudes são, por
contraste, metáfora dos defeitos humanos e os seus vícios que são diretamente metáforas dos vícios dos
homens, reforçando o orador, de forma alegórica, os maiores defeitos humanos.

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