O objetivo de trazer alguns pontos sobre a questão do negro no
esporte é enfocar quais os mecanismos sociais e culturais que produziram as representações das pessoas negras e como se engendraram as identidades atribuídas ao negro no esporte.
É possível observar a influência dos discursos científicos que
colocaram o atleta negro num espaço limitado de atuação, pelos seus vereditos. É importante a cisão dos olhares dogmáticos sobre as representações do “corpo” de homens e mulheres de origem negra no esporte. Esta temática é muito escassa no arcabouço da Educação Física; acredita-se na importância da abordagem focada no sujeito negro, o que contribui significamente com o esporte mundial, mas, que busca estar em outros cenários e, por isso, vem quebrando com muitos discursos que o colocam dentro de um espaço exíguo de atuação. Sendo o esporte um produto cultural muito divulgado.
Muitos acontecimentos vêm rompendo as representações que
traduziram o negro em determinadas identidades, no âmbito esportivo e em outros campos sociais. Exemplo disso são as irmãs Wilhams no tênis, Tiger Wods no golfe e o novo fenômeno da Fórmula 1, talvez, o último baluarte instituído como lugar de branco e rico a ser rompido por uma identidade negra, o inglês Lewis Hamilton, que, no Grande Prêmio do Brasil, em 2007, foi chamado pela repórter da Rede Globo, Mariana Becker, como “inglesinho com jeito de jogador de futebol”. Esse comentário alude ás representações que são produzidas na mídia do negro no esporte, pois, o fato de ver um afro-inglês na Fórmula 1 remete a algo fora do lugar, quando esse ambiente deveria ser um campo de futebol. Mesmo que Hamilton não tenha nenhum jeito de jogador de futebol, o fato de ser negro, historicamente, o reduz a este esporte.