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ESTUDO SOBRE A NOVA LEI 14.

254/21

Realizado pela professora de AEE Esther Bonifácio Dias em 2021

Nova lei prevê assistência integral a aluno com transtorno de aprendizagem,


como dislexia e TDAH.
Segundo a norma, as necessidades do aluno serão atendidas pelos
profissionais da rede de ensino em parceria com profissionais da rede de
saúde.
A Lei 14.254/21 foi publicada nesta quarta-feira (1º) no Diário Oficial da União.
A norma tem origem no Projeto de Lei 7081/10, do ex-senador Gerson Camata
(ES), já falecido, aprovado pela Câmara dos Deputados em 2018.
A norma estabelece que as escolas da rede pública e privada devem garantir
acompanhamento específico, direcionado à dificuldade e da forma mais
precoce possível, aos estudantes com dislexia, TDAH ou outro transtorno de
aprendizagem que apresentam instabilidade na atenção ou alterações no
desenvolvimento da leitura e da escrita.
As necessidades do aluno serão atendidas pelos profissionais da rede de
ensino em parceria com profissionais da rede de saúde. Caso haja
necessidade de intervenção terapêutica, esta deverá ser realizada em serviço
de saúde, com metas de acompanhamento por equipe multidisciplinar.
A lei determina ainda que os sistemas de ensino devem capacitar os
professores da educação básica para identificação precoce dos sinais
relacionados aos transtornos de aprendizagem ou ao TDAH.
PROCEDER DA ESCOLA AO IDENTIFICAR UM ALUNO COM HIPOTESE
DIAGNOSTICA DE TDAH?
Ao identificar sintomas de TDAH em um estudante, a escola deve ajudar a
garantir o tratamento adequado para essa criança ou adolescente. Isso
envolve, é claro, buscar os pais e/ou responsáveis para apresentar a situação e
orientar na busca por apoio profissional.
A criança com TDAH pode ter dificuldade na regulação das emoções o que,
normalmente, está associado com a impulsividade. Achar o equilíbrio entre o
manejo para gerir as regras de modo que a criança consiga cumpri-las, e ao
mesmo tempo saber acolher e proporcionar ferramentas de controle emocional,
respeitando o tempo da criança, é um caminho para harmonizar a relação e
conseguir aplicar as estratégias pedagógicas.
A Associação Brasileira do Déficit de Atenção na cartilha da educação escolar
“TDAH: uma conversa com educadores”, dá algumas dicas práticas para
nortear a postura em sala de aula:
Estabelecer uma rotina e organização com o aluno.
Ter um quadro de aviso em sala de aula com lembretes sobre as atividades da
semana e datas importantes.
As crianças com mais desatenção devem ficar perto do professor, de
preferência distante das janelas, evitando distrações.
Fazer um rodízio estabelecendo “alunos ajudantes” do professor. Uma vez que
estejam imbuídos dessa responsabilidade vão se esforçar para focar nas
atividades.
Deixar claro as regras e combinados. O aluno se sentirá mais seguro se souber
o que se espera dele.
Avaliar o aluno e estimular a auto avaliação em casos de problemas de
comportamento.
Comemorar cada avanço e pontue os aspectos positivos junto ao aluno.
Estimular que seu aluno peça ajuda e dê auxílios apenas quando necessário.
Em relação aos professores, é preciso adaptar as atividades no intuito de
amenizar os efeitos que possam ser prejudiciais. Embora não exista uma
legislação específica em âmbito nacional, medidas já foram adotadas com o
objetivo de possibilitar melhores condições em provas. O Exame Nacional do
Ensino Médio (Enem), por exemplo, permite uma hora extra para a realização
da prova, desde que o aluno apresente laudo médico que comprove o TDAH.
Em respeito ao Estatuto da Criança e Adolescente e à Constituição Federal,
não pode ser negada a matrícula do aluno em hipótese nenhuma.
O TDAH É DEFICIENCIA?
O TDAH não é deficiência, pois não é incapacitante. As pessoas
com TDAH são disfuncionais, ou seja, têm mais dificuldade em realizar
algumas atividades, mas não são incapazes de realiza-las. Assim, o TDAH não
está contemplado no estatuto da Pessoa com Deficiência.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

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