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Objectivo Geral
Objectivos Específicos:
Metodologia
Muidinga já não reclama para passear pelas cercanias. Apenas Tuahir deseja sair,
se espraiar pelos matos. Seu pretexto é a água: é preciso ir buscála, armazenar uma boa
porção. Aconteceu nessa manhã mais cedo que o habitual:
- Vamos!
- Eu fico, tio.
- Nem pense. Aqui ninguém fica. Se não quer me acompanhar então siga noutra
direcção. Mas aqui é que não fica.
Valia a pena discutir? Muidinga se resigna, pois, a ir sozinho pelos carreiros dos
bichos. Tuahir segue em oposta direcção. Por onde seguia o moço os capins se
infindavam, num Moçambique de verdes. Os olhos de Muidinga se meninam a ver as
árvores. Em redor, já nada faz recordar a savana empobrecida. Agora a floresta floresce.
Os caminhitos com a guerra se desabituaram de servir. E os capins ganharam
confianças, cobrindo tudo. De repente, as árvores se suspendem em clareira. Um campo
se abre, de cultivos pobres: milho, meixoeira, pouca mapira.
Muidinga pára a olhar. Ali estava, mesmo que indigente, uma extensão da vontade
humana. Fica por instantes a inspirar aquele perfume da terra lavrada até que escuta
vozes, vindas do fundo da paisagem. Eram mulheres que se aproximavam, cantando.
Traziam ramos nas mãos e com eles iam batendo no chão. Da terra se levantavam
nuvens e talvez fosse a poeira que não as deixava ver o miúdo. À frente, vem uma
velha, corcunda, esbafurada. Muidinga grita para que seja notado. Há um alvoroço. Elas
primeiro se alarmam, depois fazem uma roda, bichanando. Muidinga vai chegando
perto, curioso. Súbito, elas correm para ele. O moço fica parado. Uma voz dentro o
avisa:
Mas elas não entendem a sua língua. E desse desencontro se enchameia mais a
zanga daquela gente. Braços e pernas se cruzam na az fama de lhe golpejar, gritos e
risos se enroscam na fria de lhe ofender. O miúdo se humilha, olhos prestes a se
aguarem, indefeso como bicho fora da toca.
Então, a mais velha se coloca de pernas abertas sobre seu corpo derrubado e,
num puxão, se desfaz da capulana. Aparecem as usadas carnes, enrugadas até aos ossos,
os seios pendentes como sacos mortos. Ela grita, se lambe a si mesma, em inesperadas
volúpias. Sobe a mão por entre as pernas e se deixa cair sobre o rapaz. E se desata a
esfregar de encontro ao prostrado Muidinga, mais ciosa que ansiosa. As outras
acompanham xiculunguelando, palmando. Uma por uma, todas restantes vão tirando as
roupas, trapos e sacos com que se cobriam. Estão nuas, dançando frenéticas à sua volta.
A mais idosa dá mais avanço a seus intentos, puxando as íntimas partes do rapaz,
abraçada como se lhe quisesse arrancar a alma. Muidinga nem se quer inteirar da
sucedência: estava a ser violentado, em flagrante abuso. A primeira se sacia, abusa e
lambuza. Depois, as outras se seguem, num amontanhado de corpos, gorduras e pernas.
O pobre moço nem sabe se perdeu o consenso ou se o mundo rodou mais rápido
que as mulheres endoidadas. Sabe apenas que está saindo de um escuro e as luzes
pirilampejam, abrindo soluços no céu. No recorte da visão está Tuahir, lhe puxando para
uma sombra.
Tuahir sorri. E lhe explica com modos paternos. O que aconteceu foi que
aquelas mulheres estavam em sagrada cerimónia, afastando os gafanhotos que
assaltaram as plantações. Elas estavam a enxotá-los, a esconjurar a maldição. A chegada
de um intruso quebrou os mandamentos da tradição. Nenhum homem pode assistir a
esta cerimónia. Nenhum, nunca.
Greimas (1975) defende que um texto é formado por uma estrutura que articula
diferentes elementos e constitui um sentido coeso e coerente.
c) PERFORMANCE: os sujeitos realizam a acção. Acção esta, que teve a sua maior
ascensao no 8º a 12º Paragrafo, onde os personagens entram em cena:
Mas elas não entendem a sua língua. E desse desencontro se enchameia mais a
zanga daquela gente. Braços e pernas se cruzam na az fama de lhe golpejar, gritos e
risos se enroscam na fria de lhe ofender. O miúdo se humilha, olhos prestes a se
aguarem, indefeso como bicho fora da toca.
Então, a mais velha se coloca de pernas abertas sobre seu corpo derrubado e,
num puxão, se desfaz da capulana. Aparecem as usadas carnes, enrugadas até aos
ossos, os seios pendentes como sacos mortos. Ela grita, se lambe a si mesma, em
inesperadas volúpias. Sobe a mão por entre as pernas e se deixa cair sobre o rapaz. E
se desata a esfregar de encontro ao prostrado Muidinga, mais ciosa que ansiosa. As
outras acompanham xiculunguelando, palmando. Uma por uma, todas restantes vão
tirando as roupas, trapos e sacos com que se cobriam. Estão nuas, dançando frenéticas
à sua volta. A mais idosa dá mais avanço a seus intentos, puxando as íntimas partes do
rapaz, abraçada como se lhe quisesse arrancar a alma. Muidinga nem se quer inteirar
da sucedência: estava a ser violentado, em flagrante abuso. A primeira se sacia, abusa
e lambuza. Depois, as outras se seguem, num amontanhado de corpos, gorduras e
pernas.”
E no caso do texto em análise, podemos afirmar que o Personagem principal foi Punido,
tal como podemos ver nos trechos do 13º a 16º Paragrafo:
- O pobre moço nem sabe se perdeu o consenso ou se o mundo rodou mais rápido que
as mulheres endoidadas. Sabe apenas que está saindo de um escuro e as luzes
pirilampejam, abrindo soluços no céu.
- Muidinga se deixa levar nos braços do velho. Lhe sabe bem aquele abandono, as
marcas dos brutais apertos lhe parecem nem existir. E é assim dorido que Tuahir o
deixa tombar no banco do velho machimbombo. O miúdo geme enquanto o velho lhe
aquece um chá.
Tempo: Manhã.
Figuras: neste caso, faremos menção das Figuras de Estilo: intruso, mulheres
endoidadas, em flagrante abuso, abrindo soluços no céu, xiculunguelando.
Conclusão
Analisar um Texto narrativo, não significa apenas extrair as partes que achar essencial,
requere por vezes colocar se no lugar do Narrador, ir de acordo com os pensamentos do
autor.
Para o caso ora acima desenvolvido, primeiro afirmar que o narrador é Onisciente, pós
ele mostra ter total conhecimento dos factos. O texto apresentou total coersao da
narrativa, onde narra os factos numa ordem cronológica e Psicológica, com todos
elementos possíveis: Personagem, Tempo, Espaco, Enredo, modo, motivos e resultados.
Bibliografia: