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Fundamentação Da Moral
Fundamentação Da Moral
Professor Feliciano
PROBLEMA
«Duas coisas inspiram à mente uma admiração e um temor tanto maiores quanto mais vezes e mais
detidamente reflectimos sobre elas: o céu estrelado por cima de nós e a lei moral dentro de nós».
Ü Ao contrário das éticas consequencialistas que dão um peso determinante às consequências das
acções na avaliação das mesmas, Kant refere que o cumprimento das regras e normas morais
segundo o que julgamos ser o nosso dever é o ponto chave para a justificação da moralidade.
Ü O valor moral de uma acção reside na INTENÇÃO que lhe preside. A acção boa depende da
intenção boa.
Ü Segundo Kant, o único motivo que pode dar origem a uma acção moralmente válida é o sentimento
puro de respeito pelo DEVER. Só mediante uma INTENÇÃO pura a acção se torna legítima. Ora
a intenção só é pura se derivar da vontade (boa) que segue a razão.
Ser humano e acção moral
HOMEM
SENSIBILIDADE RAZÃO
VONTADE
ACÇÃO
VONTADE - Faculdade do espírito humano capaz de
contrariar a força dos desejos e inclinações sensíveis e de
determinar a acção de acordo com o imperativo moral.
Ü Kant está ciente de que a VONTADE HUMANA não é perfeita, que ela se deixa influenciar pelos
apelos dos sentidos, pelas exigências da sensibilidade.
Ü Só uma vontade santa estaria apta a agir guiada única e exclusivamente pela razão.
Ü Uma vontade santa seria capaz de se determinar espontaneamente, sem ter de lutar contra as
inclinações sensíveis. Para Kant, é evidente o carácter absoluto e incondicionado da boa vontade.
Ela é a única coisa sumamente boa e sem restrições.
Ü Para Kant o único motivo que pode dar origem a um acção moralmente válida é o sentimento puro
de respeito pelo dever. Só mediante uma intenção pura a acção se torna legítima. A intenção só é
pura se derivar da vontade boa que segue a razão.
Como descobrir a validade moral duma acção?
Pelo motivo que está na sua origem.
IMORALIDADE
Ü O ser humano dotado de RAZÃO e LIBERDADE sabe como deve agir.
Ü Importância da distinção entre moralidade de legalidade:
- se a MORALIDADE caracteriza as acções realizadas coerentemente por dever,
a LEGALIDADE caracteriza as que são conformes ao dever, mas que podem muito bem ter sido
realizadas com fins egoístas ou por motivos menos válidos.
EXEMPLO: não roubar ou matar apenas por receio de ir para a prisão, não são acções cuja
forma nos dignifique.
É por isso que Kant sublinha que o valor de uma acção reside na intenção e que esta deve ser
pura.
Ü Kant não pretende apontar um conjunto de regras concretas de acção (não define o que cada
sujeito deve fazer de forma correcta em cada caso particular), mas encontrar a forma segundo a
qual todo o ser racional deve agir.
Ü Se só a razão pode ser a origem da intenção pura, então é só nela que devemos procurar a fórmula,
o fundamento que indique o que devemos fazer para agirmos correctamente – essa forma é o
IMPERATIVO CATEGÓRICO.
Ü Um mandamento que nos indica universalmente a Ü Ordena que se cumpra determinada
forma como proceder, como devemos agir. acção em concreto para atingir
determinado fim desejado.
Ü Não indica quais os meios a utilizar (o modo da
acção), não diz respeito às consequências ou fins da Exemplo: Se queres ser atleta, treina.
acção (ao que dela pode resultar), mas à forma e ao
princípio de que ela própria deriva (a lei moral).
1. PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE
“Age como se a máxima da tua acção se devesse tornar, pela tua vontade, em lei universal da
natureza”
• mostra a exigência da lei moral: para alguém saber se está a agir bem deve perguntar-se a si próprio se
a máxima ou princípio que orienta a sua acção pode converter-se em lei universal.
2. PRINCÍPIO DA FINALIDADE
“Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro,
sempre e simultaneamente como fim e nunca simplesmente como meio”
• mostra a pessoa como fim em si mesmo, um valor absoluto, cuja dignidade não poder ser posta em
causa.
3. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA
“Age de tal maneira que a tua vontade se possa considerar como sendo autora da lei universal à qual
se submete”
Imperativo categórico
Ü Cada indivíduo enquanto ser racional é autor das regras morais que impõe a si mesmo. As normas
morais de acção para serem válidas devem respeitar as exigências de universalidade (1ª forma do
imperativo categórico) e de reconhecimento do ser humano, enquanto pessoa, como um fim em
si mesmo e nunca como um meio (2ª forma do imperativo categórico).
Ü Kant afirma assim a autonomia e a liberdade moral do agente: a moralidade das nossas acções
não depende de nada que nos seja dado do exterior (sociedade, Deus, ou outra entidade) mas do
interior. O homem é livre quando a sua vontade se submete às leis da razão.
Boa ideia!...
Até me dão
O homem jeito umas
devia férias!
também
acreditar
no homem
A Filosofia moral utilitarista de Stuart Mill
UTILITARISMO CLÁSSICO
Ü Para o utilitarista, o homem procura ser feliz - as suas acções são úteis na
medida em que lhe proporcionam as condições necessárias à felicidade.
Ü Para STUART MILL, a felicidade identifica-se com o estado de prazer e de
ausência de dor ou sofrimento.
Ü Todas as acções que dão origem ao sofrimento ou à privação do prazer não são
úteis ao homem porque o impedem de alcançar a felicidade.
Ü Essas acções são consideradas como não podendo ser boas, isto é, correctas ou
Stuart Mill moralmente válidas.
Ü O utilitarismo apresenta como critério de avaliação moral das acções a sua utilidade.
Jeremy Bentham
(1748 –1832)
Stuart Mill
Ü STUART MILL distingue entre PRAZERES INFERIORES (ligados ao corpo – provenientes das
sensações) e PRAZERES SUPERIORES (ligados ao espírito - relativos à inteligência, à
imaginação e aos sentimentos morais, como a generosidade, a honradez).
Ü Esta distinção assenta não na quantidade mas na qualidade dos prazeres.
Ü Quanto à qualidade, estes últimos são preferíveis aos primeiros, por serem mais dignos,
proporcionando a verdadeira realização do ser humano.
Ü Segundo STUART MILL, não se trata pois de considerar como boa a acção
que traz consequências positivas apenas para o sujeito da acção.
Stuart Mill
A felicidade de cada um (e de todas as pessoas) é entendida como
igualmente importante.
Ü Aquele que tem bom carácter será mais feliz do que aquele que tiver mau carácter, não apenas
porque usufrui dessa qualidade em termos pessoais, mas porque proporciona, com as suas acções
nobres, a felicidade aos outros.
Aquele que usufrui dos mais altos prazeres espirituais não poderá senão desejar o bem-estar
comum, onde se inclui a felicidade do outro.
Ü Ao defender um hedonismo muito particular, próximo do altruísmo, impõe-se uma questão-chave
ao utilitarista: O que faz com que não sejamos egoístas? Como se pode explicar que o indivíduo
escolha agir de acordo com o princípio da máxima felicidade para o maior número?
Ü Para STUART MILL existe em todo o ser humano um sentido social,
um sentimento natural que o leva a cooperar com os outros. Este
sentimento natural pode estar desenvolvido de forma e intensidade
diferentes consoante o grau de desenvolvimento espiritual de um
indivíduo.
Stuart Mill
Ü Segundo STUART MILL o progresso do espírito humano é a chave para encontrar a verdadeira
felicidade.
Ü O sentimento moral de humanidade ou de simpatia social que une os homens não é imposto pela
educação ou pela lei, não nasce connosco, adquire-se naturalmente - é um sentimento espontâneo e
autónomo. Para os mais esclarecidos é um sentimento desejável para todos. Esta convicção confirma
o princípio da moral utilitarista. O indivíduo reconhece que seria prejudicial a ele próprio não ter em
conta os outros, isto é, o bem-estar geral.
O maior
princípio da Felicidade Infelicidade
felicidade é… é… é…