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Cadeias Produtivas de Animais Alternativos
Cadeias Produtivas de Animais Alternativos
CADEIAS PRODUTIVAS DE
ANIMAIS ALTERNATIVOS
GRADUAÇÃO
AGRONEGÓCIO
MARINGÁ-PR
2012
Reitor: Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor: Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração: Wilson de Matos Silva Filho
Presidente da Mantenedora: Cláudio Ferdinandi
Av. Guedner, 1610 - Jd. Aclimação - (44) 3027-6360 - CEP 87050-390 - Maringá - Paraná - www.cesumar.br
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CADEIAS PRODUTIVAS DE ANIMAIS
ALTERNATIVOS
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos.
A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para
liderança e solução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no
mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilidade: as escolhas que fizermos por nós e pelos
nossos fará grande diferença no futuro.
Diante disso, o Cesumar almeja ser reconhecido como uma instituição universitária de
referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição
de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; consolidação
da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-
estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrativa;
compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do
trabalho, como também pelo compromisso e relacionamento permanente com os egressos,
incentivando a educação continuada.
Todas as atividades de estudo presentes neste material foram desenvolvidas para atender o
seu processo de formação e contemplam as diretrizes curriculares dos cursos de graduação,
determinadas pelo Ministério da Educação (MEC). Desta forma, buscando atender essas
necessidades, dispomos de uma equipe de profissionais multidisciplinares para que,
independente da distância geográfica que você esteja, possamos interagir e, assim, fazer-se
presentes no seu processo de ensino-aprendizagem-conhecimento.
Neste sentido, por meio de um modelo pedagógico interativo, possibilitamos que, efetivamente,
você construa e amplie a sua rede de conhecimentos. Essa interatividade será vivenciada
especialmente no ambiente virtual de aprendizagem – AVA – no qual disponibilizamos, além do
material produzido em linguagem dialógica, aulas sobre os conteúdos abordados, atividades de
estudo, enfim, um mundo de linguagens diferenciadas e ricas de possibilidades efetivas para
a sua aprendizagem. Assim sendo, todas as atividades de ensino, disponibilizadas para o seu
processo de formação, têm por intuito possibilitar o desenvolvimento de novas competências
necessárias para que você se aproprie do conhecimento de forma colaborativa.
Portanto, recomendo que durante a realização de seu curso, você procure interagir com os
textos, fazer anotações, responder às atividades de autoestudo, participar ativamente dos
fóruns, ver as indicações de leitura e realizar novas pesquisas sobre os assuntos tratados,
pois tais atividades lhe possibilitarão organizar o seu processo educativo e, assim, superar os
desafios na construção de conhecimentos. Para finalizar essa mensagem de boas-vindas, lhe
estendo o convite para que caminhe conosco na Comunidade do Conhecimento e vivencie
a oportunidade de constituir-se sujeito do seu processo de aprendizagem e membro de uma
comunidade mais universal e igualitária.
Você sabe que a cadeia produtiva abarca as atividades agropecuárias não apenas na etapa de pro-
dução, mas também nos elos de fornecimento de insumos, de transformação industrial e de comer-
cialização.
Olá, meu caro acadêmico! Bem-vindo ao livro de Cadeias Produtivas de Animais Alternativos.
Este livro foi organizado especialmente para você e é por isso que eu vou lhe explicar a melhor
maneira de estudá-lo.
Eu sou o professor José Sérgio Righetti e fui o organizador deste livro. Ele contém cinco
unidades estruturadas de maneira a conduzi-lo a um raciocínio lógico e para que você
compreenda que cada cadeia produtiva tem algumas características peculiares que serão
decisivas para a gestão das atividades e, consequentemente, para o planejamento e condução
de projetos.
Agora vou lhe fazer uma pergunta. Você faz ideia do por que desta alternativa ser ainda
hoje desenvolvida empiricamente no Brasil? VOU TE RESPONDER: PRINCIPALMENTE
PELA FALTA DE ORGANIZAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA. A ovinocultura no mundo é
uma atividade em franca expansão, já sendo praticada há séculos. A produção de ovinos
proporciona variados produtos, pois fornece lã e pele para o vestuário, além de carne e leite
No item seguinte, você vai estudar os conceitos de cadeia produtiva. Devemos nos atentar
que a crescente interdependência entre as diversas etapas pelas quais passa o produto, da
produção ao consumo final, se coloca como uma característica fundamental nos negócios
agropecuários.
Outro tópico do nosso estudo são os produtos desta cadeia e as raças mais utilizadas pelo
mundo. Naturalmente, a escolha da raça é de máxima importância, não só de acordo com a
produção desejada (lã, carne, pele ou leite), mas, ainda, de acordo com o ambiente em que vai
ser criada, para que melhor se adapte às suas condições de clima, temperatura dentre outros.
ANALISE E REFLITA!
Como é o panorama da ovinocultura em sua região?
Você aproveita as oportunidades para pôr em prática seus conhecimentos?
Essa teoria e prática são vitais para você porque elas é que irão te preparar para o mercado
de trabalho, que hoje exige profissionais munidos de conhecimento, experiência e criatividade.
Eu posso dizer a você que existem três perguntas, que se forem respondidas, significa que
você captou a ideia central desta unidade:
Proponho, então, que você leia a unidade I e tente responder estas três questões. Pode ser?
Mãos à obra, então!
Outro tópico do nosso estudo são os produtos desta cadeia e as raças mais utilizadas pelo
mundo. Como estudaremos na unidade I, a escolha da raça é de suma importância, mas
devemos também analisar o ambiente da criação e os objetivos do negócio.
Indicaremos alguns filmes do YouTube onde você conhecerá mais sobre o leite de cabra. Tem
uma reportagem da TV Bahia/Rede Globo que aborda as características do leite de cabra com
o depoimento de técnicos sobre a caprinocultura leiteira.
A economia brasileira tem passado por rápidas transformações nos últimos anos. Neste
contexto, ganham espaço novas concepções, ações e atitudes, em que produtividade, custo
e eficiência se impõem como regras básicas de sobrevivência em um mercado cada vez mais
competitivo e globalizado.
Espero que com as discussões destas duas unidades você se sinta apto a fazer um diagnóstico
da cadeia produtiva de caprinos em sua região e argumente com segurança com outras
pessoas a importância desta cadeia produtiva, principalmente no aspecto social.
Apesar do ritmo acelerado de crescimento da produção mundial, a FAO estima que, até 2030, o défi cit
de pescados deve crescer em 30 milhões de toneladas.
Outro tópico do nosso estudo são os tipos de aquicultura, onde abordaremos com mais ênfase
a criação de camarões, ostras e peixes. Avaliaremos algumas espécies comerciais em sua
produção e características, tais como o Camarão da Malásia, Pintado, Tilápias, Pacu dentre
outros, verificando seus hábitos alimentares, habitat para desenvolvimento ótimo e muito mais.
Nesta parte do nosso trabalho você vai conhecer os fatores abióticos, tais como: temperatura,
transparência, oxigênio dissolvido (OD) dentre outros e avaliar os vários sistemas de produção,
tais como: intensivo, extensivo, semi-intensivo, tanque-rede entre outros, e ainda vamos
estudar sobre as instalações necessárias para um cultivo adequado em aquicultura.
No final da leitura desta unidade, você vai concluir que o negócio da aquicultura apresenta
-se como uma atividade alternativa à prática extrativista, que tem ultrapassado seus limites
sustentáveis, e revela-se como uma opção interessante para empreendedores de todos os
portes.
Outro detalhe importante, que eu estava me esquecendo, ao final de todas as unidades você
encontrará uma leitura complementar e atividades de autoestudo. Neste momento, sugiro que
você pare um pouco e reflita: “realmente fiz uma boa leitura, acessei os sites recomendados,
assisti aos filmes?”. Pois bem, então mãos à obra e saberá realmente qual foi seu ganho de
aprendizagem.
Nesta unidade discutiremos que antes de iniciar a criação de avestruz são necessários certos
cuidados, que vão desde a escolha de qual segmento da cadeia será seguido até a escolha
da área a ser utilizada, passando pela compra das aves e maquinários, manejo, clima, mão de
obra, controle sanitário entre outros.
Outro tópico do nosso estudo serão os produtos desta cadeia e as raças mais utilizadas
CADEIAS PRODUTIVAS DE ANIMAIS ALTERNATIVOS | Educação a Distância 11
pelo mundo, verificando que a African Black (var. domesticus) é um híbrido comercial, ave
domesticada, de menor porte, raça mais dócil e também a mais produtiva e precoce.
O avestruz é caracterizado como ave da fauna silvestre exótica e sua cria e recria é encarada
como uma atividade de alto risco para o meio ambiente. Abordaremos como montar um
criadouro de avestruz com licença ambiental junto ao IBAMA para iniciar o negócio.
Seguindo no seu estudo, vamos estudar a importância dos indicadores e sua análise. Na última
unidade do seu material didático, unidade V, ESTUDO ECONÔMICO DAS ALTERNATIVAS
DE NEGÓCIO, eu mostrarei para você como apurar os custos de produção e realizar o
planejamento, analisando algumas variáveis.
Pare e pense: você conhece algum caso assim? Com certeza, aí na sua cidade, existem várias
empresas assim, não é?
Não deixe de aplicar estes conhecimentos, faça o diagnóstico do negócio agropecuário, seja
qual for a alternativa de negócio, e calcule os custos de produção.
É importante analisar alguns pontos para auxiliar a tomada de decisão por parte do futuro
empreendedor, os coeficientes técnicos, os custos e a viabilidade do negócio.
Nesta unidade, abordar-se-á uma das funções básicas do gestor rural, ou seja, estabelecer o
modo como será produzida a tecnologia a ser utilizada. Muitos produtos agropecuários podem
O cenário atual vem demonstrando um aumento gradativo na competitividade, aumento este que
atinge todos os setores da economia.
Você percebe que a minha preocupação é sempre relacionar o que você estuda nos materiais
com o que vivencia na prática? Sem fazer essa relação, fica bem difícil ingressar no mercado
hoje em dia.
Os livros são a base de tudo, mas sem análise e vivência esse conhecimento se perde, por
isso fique atento a tudo que passa ao seu redor!!
Se você está apreensivo com a quantidade de informação, fique tranquilo, em nossas aulas
debateremos, passo a passo, cada alternativa animal proposta neste material.
Bom Estudo!
UNIDADE I
CENÁRIOS ATUAIS 20
SISTEMAS DE CRIAÇÃO/MANEJO 44
UNIDADE II
CENÁRIOS ATUAIS 62
UNIDADE III
AQUICULTURA 94
UNIDADE IV
INTRODUÇÃO 141
PRODUTIVIDADE 151
UNIDADE V
CUSTOS 172
CONCLUSÃO 186
REFERÊNCIAS 189
UNIDADE I
Objetivos de Aprendizagem
Plano de Estudo
• Cenários Atuais
• Tendências e Perspectivas
• Produtos da Ovinocultura
Olá, caro aluno. Antes de iniciar as nossas atividades, gostaria de lhe perguntar: você sabe o
que significa Ovinocultura? Bom, já respondendo a essa pergunta, a ovinocultura é a criação
de ovelhas.
Vamos entender como e por que esta atividade ainda hoje é desenvolvida empiricamente.
A produção de ovinos proporciona variados produtos, pois fornece lã e pele para o vestuário,
além de carne e leite para a alimentação.
A produção vem crescendo e é uma alternativa de renda para o produtor rural. Há diversas
razões para isso: as grandes extensões territoriais com condições favoráveis à produção de
alimentos e às criações; porém é importante o ajustamento do tipo às condições ambientais em
seus múltiplos aspectos: clima, solo, recursos técnicos, sistema de criação e características do
mercado de fatores e do produto.
Nesta primeira unidade vamos analisar o agronegócio da ovinocultura como um todo, ou seja,
o panorama mundial e nacional da produção, características do mercado e as ameaças e
oportunidades do setor. Discutiremos a respeito de cadeia produtiva e algumas considerações
sobre o agronegócio na cadeia produtiva da ovinocultura. Veremos ainda as características dos
CENÁRIOS ATUAIS
MUNDO
Já pelo que vem oferecendo ao mundo em termos de pesquisas quanto às raças para produção
de carnes, destaca-se a África do Sul.
Atualmente, a Ásia é o principal polo produtor de ovinos, favorecida pela grande extensão
territorial e condições climáticas favoráveis nas regiões próximas à linha do Equador. Enquanto
na Oceania onde a ovinocultura está profundamente enraizada, existem limitações de área
para expansão dos rebanhos.
O Brasil atualmente ocupa o 15º lugar, com cerca de 17,4 milhões de cabeças e com um
crescimento anual aproximado de 2,3% ao ano em sua produção (IBGE, 2010).
15% China
Índia
10%
Sudão
Paquistão
5% Austrália
58% 4%
4% Irã
4%
Outros
A Nova Zelândia e a Austrália são responsáveis por 74% das exportações de carne ovina,
enquanto a União Europeia, EUA e Arábia Saudita importam 39% da carne ovina mundial
(MDIC, 2010).
O comércio internacional de carne ovina vem evoluindo de forma consistente nos últimos anos.
As importações estão pulverizadas por diversos países.
A indústria leiteira nesta cadeia produtiva se concentra nos países mais desenvolvidos do
Mediterrâneo, e está crescendo na Austrália, Israel e França. Merece destaque no cenário
mundial a França, pela sua expressiva produção de queijo.
China
Índia
29% Nigéria
42% Nova Zelândia
Austrália
Bangladesh
8%
Irã
4%
3% 3% 3% 4% 4% Paquistão
Outros
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Os ovinos são criados em todos os estados do país. Os maiores efetivos ovinos estão no Rio
Grande do Sul, Bahia, Ceará e Piauí. Em função do baixo preço da lã nas últimas décadas,
as raças produtoras de lã tiveram uma diminuição acentuada, passando o efetivo ovino da
região Sul do País de 11,7 milhões em 1975 para 4,9 milhões de cabeças em 2010. Aliado à
redução na produção de lã, houve um incremento dos ovinos produtores de carne em todo o
País. Atualmente, estima-se que o rebanho gaúcho, tradicionalmente composto por animais
produtores de lã, seja composto de 40% de ovinos produtores de carne.
A análise dos dados revela que houve uma mudança de importância relativa quanto ao efetivo do
rebanho ovino nas regiões brasileiras.
No Brasil, em geral, os rebanhos caprinos e ovinos são constituídos por pequenos números de
animais, sendo explorados ainda, em algumas regiões, como subsistência familiar. Ressalta-
se que grande parte das atividades relacionadas à exploração de ovinos ainda é executada por
mão de obra familiar, principalmente de mulheres e crianças. No entanto, mesmo na exploração
de base familiar, mas que seja alicerçada no uso de tecnologias e com foco nos mercados, a
ovinocultura aparece como geradora de emprego e renda ao longo de toda a cadeia produtiva.
A produção de carne de cordeiro vem sendo cada vez mais procurada entre os produtores
rurais por diversos motivos, principalmente pela crescente demanda no consumo e pela
lucratividade que a atividade proporciona.
O mercado da carne ovina está em franca ascensão em todo o país. Os preços praticados no
âmbito da unidade produtiva representam bem mais do que o preço pago pela carne bovina
nas mesmas condições.
Vale ressaltar que o mercado mundial tem se mostrado altamente comprador, tendo o Brasil
já recebido mais de uma proposta para exportar carne ovina para os Emirados Árabes, sem
possibilidade de atendimento devido ao volume solicitado ser maior que nossa organização
produtiva.
Quanto ao abate dos ovinos, sabe-se que a carne dos frigoríficos clandestinos, que não passa
por nenhum tipo de fiscalização sanitária, representa a maior parte da produção nacional. A
existência de poucos frigoríficos para o abate de ovinos é outro motivo que explica o abate
clandestino. A carne clandestina representa um problema para o setor, uma vez que falta
inspeção sanitária e padronização do produto final.
Você sabia:
Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos (2008) a produção nacional está avaliada
em 172 mil toneladas de carne por ano, muito abaixo das 204 mil toneladas consumidas anualmente
pelo país, das quais em torno de 30% concentram-se no Estado de São Paulo. Somente o município
de São Paulo, capital, consome cerca de 75% do mercado estadual, e 25% do mercado nacional.
Mesmo baixo em termos absolutos, o consumo de carne ovina no Brasil é maior que a
produção, déficit que vem sendo coberto pela importação. Desta forma, o espaço para a carne
importada vem aumentando. De 1997 a 2008, a importação de carne ovina passou de um
valor de US$ 6 milhões para mais de US$ 23 milhões. Mesmo com este crescimento, a carne
importada significa apenas 9% do consumo formal brasileiro, de 86 mil toneladas anuais. O
Uruguai fornece 96% da carne ovina importada pelo Brasil, o Chile vem em segundo lugar com
3% e a Argentina fica com 1% (ASPACO, 2010).
O consumo per capita nacional está estimado em 700 g/habitante/ano para carne ovina, valor
65% inferior à média mundial (que é de 2 Kg/habitante/ano). O consumo de carne ovina tem
sofrido um incremento substancial nos últimos dez anos, situando-se em torno de 1,8 kg/
habitante/ano na Região Sul do País, mas este número configura um contraste gritante em
relação aos consumos per capita das carnes bovina, suína e de aves, que estão em torno de
42,0 kg; 12,0 kg e 28,0 kg, respectivamente (ANUALPEC, 2008).
O consumo de carnes ovinas é influenciado principalmente pelo preço do produto, pela renda
per capita dos consumidores e pelos preços das carnes substitutas, principalmente as de aves,
bovinos e suínos.
A ovinocultura no Brasil passa por momentos de transição no que diz respeito à produção de
carnes. Há uma profissionalização crescente na criação de ovinos e grande interesse por parte
dos empresários e investidores no setor, pois a criação de ovinos vem se mostrando como
uma atividade com grande potencial de crescimento, sendo estes fatores que contribuem para
o cenário positivo que a ovinocultura vive atualmente.
Entre as espécies de ruminantes criadas pelo homem para produção de carne, os ovinos e
caprinos são os que apresentam o menor intervalo de tempo entre o nascimento e o abate.
No mundo inteiro, a carne destes pequenos ruminantes é considerada como uma iguaria,
apreciada e valorizada e, por esse motivo, alcança preços superiores às demais carnes.
Em relação ao ciclo de produção da carne ovina, este é quatro vezes mais curto que a
bovina. Naquilo que corresponde à eficiência, os ovinos são mais hábeis que os bovinos em
transformar comida em carne. Um cordeiro ganha 2% do peso vivo ao dia, já um bovino ganha
0,2%. Os ovinos são dez vezes mais eficientes e produtivos, rendendo ao produtor 60% a mais
de carne por hectare/ano.
A ovinocultura nos últimos anos vem despontando no agronegócio brasileiro como opção de
diversificação da produção, assim gerando oportunidades de emprego, renda e fixação do
homem no campo, demonstrando seu importante papel no contexto da pecuária brasileira.
Embora se deva ressaltar que este alavancamento no setor produtivo da ovinocultura está
amarrado a uma tendência crescente de comercialização em supermercados e restaurantes
(Mercado Commoditizado) e de declínio direto do autoconsumo nas propriedades e da
comercialização de carne ovina por meio de feiras e açougues (Mercado Spot).
Como é o panorama da ovinocultura em sua região? Você aproveita as oportunidades para pôr em
prática seus conhecimentos?
Morvan, tendo como ponto de partida a identificação de um produto final, como o queijo por
exemplo (análise de filière), considera cadeias agroindustriais de produção como um conjunto
de relações comerciais e financeiras, que estabelecem um fluxo de troca situado de montante
a jusante, entre fornecedores e clientes (BATALHA, 1997).
Ambos os conceitos destacam o aspecto dinâmico do sistema, com suas relações entre cada
elo da cadeia agroindustrial.
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
No entanto, não se deve confundir o desenho de uma cadeia produtiva com um fluxograma
de produção ou de industrialização, pois os esquemas sugeridos guardam estreita correlação
com o conceito de cadeia produtiva, ou seja, conjunto de atividades agropecuárias, industriais
e de serviços que mantém sinergias de caráter tecnológico, comercial e econômico; cuja
matéria-prima principal venha do setor agropecuário ou cujo produto final tenha naquele setor
o seu mercado.
Entre estas, são realizadas transações que podem ocorrer via mercado ou via contratos
– formais e informais. O ambiente institucional estabelece o meio no qual as transações
ocorrem e interfere tanto na definição dos objetivos das organizações quanto nas estruturas
de governança adotadas.
Devemos nos atentar que a crescente interdependência entre as diversas etapas pelas
quais passa o produto, da produção ao consumo final, se coloca como uma característica
fundamental nos segmentos agropecuários, não sendo diferente na ovinocultura.
Apresentamos na figura 3 um modelo teórico, que indica uma concepção de cadeia produtiva
que comporta os seguintes elementos fundamentais para sua análise descritiva: os agentes,
as relações entre eles, os setores, as organizações de apoio e o ambiente institucional.
Os fabricantes de vermífugos e vacinas para ovinos são os mesmos que produzem os materiais
para outras espécies, logo utilizam os mesmos canais de distribuição. Da mesma forma, os
fabricantes de sal mineral e ração para bovinos costumam usar em seus portfólios de produtos
específicos para ovinos a logística já existente.
É uma característica do setor industrial da carne ovina a existência de poucas plantas no país;
a baixa incidência de estabelecimentos com Serviço de Inspeção Sanitária Federal (SIF) e o
abate clandestino. Também é regra a baixa agregação de valor, com a predominância de cortes
de baixo valor agregado e poucas experiências com produtos como linguiça, hambúrguer e
pratos prontos.
Para se ter ideia do tamanho da informalidade do setor no Brasil, o total de abates oficiais de
ovinos e caprinos no ano 2010 foi de 290.048 cabeças, segundo o ministério da Agricultura
(MAPA), o que representou apenas 1,1% do rebanho brasileiro ou cerca de 4% dos abates
totais estimados (7,5 milhões de animais por ano).
A rede de relações de uma cadeia produtiva não pode ser entendida como linear e sim como
uma rede em que cada agente tende a ter contatos com um ou mais agentes e, a partir do
desenvolvimento e aperfeiçoamento destas relações, poderão tornar a arquitetura de uma
cadeia produtiva mais ou menos eficiente e/ou mais ou menos coordenada.
PRODUTOS DA OVINOCULTURA
Quando um criador pretende criar ovelhas, deve escolher qual a produção desejada: carne,
pele ou lã, embora possa aproveitar, também, o leite por elas produzido.
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
A época da tosquia varia de acordo com a raça, o clima da região e com o amadurecimento de
certos vegetais, como as leguminosas, cujas sementes aderem ao velo, desvalorizando a lã,
se o objetivo primário é a lã, o melhor é a criação de uma única raça pura, evitando mestiços,
devido à irregularidade no valor do produto.
De modo geral, é feita uma vez por ano, no início da estação seca, evitando-se assim o
aparecimento de doenças pela exposição dos animais à chuva.
A tosquia manual é feita com tesoura-martelo e a mecânica com máquina de tosquiar. Uma
pessoa hábil tosquia manualmente 30 animais em oito horas de trabalho (1 animal/16 min).
Com a máquina de tosquiar, uma ovelha pode ser feita em cerca de 6 minutos, de modo que é
possível tosquiar de 80 a 100 cabeças/dia.
A utilização vai dos 30 dias aos 18 meses de idade. Os ovinos destinados ao corte são divididos
em classes de acordo com a idade e sexo, bem como em tipos, conforme a conformação,
qualidade e acabamento.
Para a produção de carne, podem ser feitos cruzamentos entre raças para a obtenção de
mestiços, sendo machos e fêmeas vendidos para o abate.
Cordeiro: até 7 meses de idade, de ambos os sexos; peso vivo de 15 a 25 Kg, carne rosada e lisa.
Borrego: entre 7 e 15 meses de idade; peso vivo de 30 a 45 Kg, carne mais vermelha que a do
cordeiro.
Capão: macho com mais de 15 meses, castrado ainda quando cordeiro; coloração vermelha inten-
sa.
Ovelha: fêmea adulta com idade acima de 15 meses; peso vivo acima de 35 Kg, carne vermelha
escura.
Carneiro: macho adulto, não castrado, com idade superior a dois anos; carne pouco atraente pelo
aspecto, consistência e sabor.
Produzida por raças especializadas, como a Karakul, e obtida de peles de cordeiros nonatos
(sacrifica a ovelha antes do parto para a retirada do cordeiro, para aproveitar a sua pele
especial, denominada no comércio de Breitschawanz, recém-nascidos [Astracã] ou com mais
de três semanas [Persianas]).
Podem ser comercializadas verdes, secas ou salgadas. As verdes são as de extração recente,
que não sofrem nenhum tipo de tratamento; as secas são secas naturalmente, ao ar, as
salgadas são submetidas a salga com sal comum.
Leite e derivados
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Sua produção varia muito, de acordo com a raça, as condições ambientais e o manejo a
que são submetidos. É um ótimo leite, mas raramente consumido na forma líquida, sendo
O leite de ovelha se presta à produção dos queijos, sendo alguns deles muito famosos em
todo o mundo como, por exemplo, o tipo Cuartirolo, Canestrato e Pecorino (de massa mole,
semidura e dura, respectivamente); Roquefort, Gorgonzola e Ricotta.
O leite é rico em extrato seco, gordura e matérias albuminoides, indicados para a produção de
queijos. A lactação das ovelhas dura, em média, 100 dias e a sua produção diária é de 500 a
700g e a máxima de 1.200 a 2.500g.
Várias são as raças de ovinos especializadas para a produção de leite como, por exemplo, a
Bergamácia, a Wiltermach e a Laucane, ou mesmo a Romney Marsh.
A ordenha começa a ser feita após a venda do cordeiro, o que é feito quando ele atinge um
mês de idade, com um peso de 10 a 12 kg.
Esterco
Rico em matéria orgânica e elementos minerais, utilizado depois de curtido (perda de 1/3 do
peso) como fertilizante.
Tripas
O temperamento sociável dos carneiros, associado à sua indiscutível utilidade econômica, fez
da domesticação da espécie uma das mais antigas da história da civilização, acreditando-se
que tenha ocorrido há mais de 4.000 anos a.C. (Idade do Bronze) na Ásia Central a partir do
Muflão (Ovis orientalis), que é um carneiro selvagem que vive atualmente nas montanhas da
Turquia e Iraque.
Temos algumas raças e suas aptidões variadas que estão espalhadas por várias regiões do
País.
MERINO AUSTRALIANO
Prefere clima seco e campos enxutos, com condições de abrigo. Raça que apresenta lã de
excelente qualidade. Em termos teóricos, teria 70% de potencial para produzir lã e 30% para
carne. As ovelhas são mochas e os carneiros possuem chifres em espiral, afastados da cabeça.
CORRIEDALE
SUFFOLK
É de fácil identificação, porque é a única que possui cabeça, orelhas e membros totalmente
desprovidos de lã e cobertos por pelos negros. Adaptou-se bem ao Brasil, sendo criada nas
mais diferentes regiões, em sistemas intensivos. É uma raça produtora de carne, onde os
animais são bastante precoces, produzindo carcaças magras e de boa qualidade.
As fêmeas têm boa habilidade materna, com boa produção leiteira, permitindo alimentar bem
mais de um cordeiro.
BERGAMASCIA
Originária do Norte da Itália, rústica, pouco exigente. O macho pesa 120 kg e a fêmea 80 kg.
A lã é de qualidade inferior e rende cerca de 3 kg por tosquia. A ovelha costuma ter partos
duplos e produz, em média, 250 kg de leite em 6 meses de lactação, utilizado para a produção
de queijos Gorgonzola.
ILE DE FRANCE
Raça de duplo propósito, orientada 60% para carne e 40% para lã. Mucosas nasais, lábios
pálpebras devem ser rosadas, orelhas médias, mochos, cascos brancos e grandes. Produz
uma carcaça pesada e de muita qualidade, muito precoce, prolifera.
SANTA INÊS
É uma raça desenvolvida no nordeste brasileiro, cruzamento das raças Bergamascia, Morada
Nova, Somalis e outros ovinos (SRD).
Animal deslanado, com pelos curtos e sedosos, de grande porte, com excelente carne e
baixo teor de gordura, pele de altíssima qualidade, rústicos e precoces, adaptáveis a qualquer
sistema de criação e pastagem, prolífera e de boa habilidade materna. Raça de carne e pele,
com excelente capacidade leiteira.
CRIOULA
A raça Crioula é considerada como produtora de pele, mas produz uma lã valorizada para
o artesanato e uma carne de cordeiro de muito boa qualidade e com potencialidade para a
produção de leite. A ovelha Crioula caracteriza-se pelo seu diminuto tamanho, alta rusticidade,
resistência à verminose e apresenta ciclos estrais durante todo ano. Os machos têm dois e, às
vezes até três pares de chifres.
O plantel deve ser formado, no mínimo por um grupo de 20 ovelhas e um reprodutor. Escolha
de reprodutores, boa caracterização racial, bom desenvolvimento em relação à idade,
conformação perfeita, constituição vigorosa, velo e genealogia. Também deve se levar em
conta a finalidade da exploração, condições climáticas, pastagens, mercado, raças e tipo de
ovino (aptidão).
SISTEMAS DE CRIAÇÃO/MANEJO
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
As ovelhas são, quase sempre, criadas em rebanhos. O manejo é bastante trabalhoso, seja
pelo fato de se tratar de um rebanho grande, ou por serem animais sensíveis. Nas regiões mais
frias, como no sul do Brasil, o cuidado com as crias recém-nascidas deve ser intenso, já que
a época de partos coincide com os meses de inverno quando se tratar de raças que possuem
estacionalidade reprodutiva.
A lã, retirada no início do verão, importante fonte de renda para o criador, torna a crescer,
garantindo ao animal a sua própria defesa ao frio.
• Extensivo
Máximo aproveitamento dos recursos naturais, os rebanhos são geralmente grandes para
a produção de carne e lã.
• Intensivo
• Misto
Intermediário entre o extensivo e intensivo. Pode ser executado junto com a exploração
agrícola.
NUTRIÇÃO
Conforme já exposto acima no início do texto, após definirmos a genética (raça), devemos nos
concentrar na alimentação dos animais, pois por melhor que seja a composição genética do
rebanho que passa a ser estabelecido, a não observação de um manejo nutricional adequado
irá impedir o aproveitamento pleno da genética adquirida.
Assista e conheça mais sobre a alimentação dos ovinos acessando o link: <http://www.youtube.com/
watch?v=J6lWeP2lteQ&feature=related>.
Você terá à disposição, do Centro de Produções Técnicas cursos sobre manejo alimentar de ovinos.
Neste pequeno clipe, você poderá visualizar os sistemas de produção e estratégias de alimentação.
SANIDADE
Com a intensificação dos sistemas de produção de carne ovina, os desafios sanitários passam
a adquirir maior importância. Dentre as espécies de mamíferos domésticos, a espécie ovina é
a mais suscetível à infestação por vermes.
• Divisão do rebanho
A divisão do rebanho em categorias facilita o manejo e evita que animais mais velhos transmitam
doenças para os animais mais novos. A superlotação das baias e piquetes também deve ser
evitada. Isola e trata dos animais doentes, pois estes devem ser tratados separadamente do
rebanho para evitar a proliferação de doenças. A observação do rebanho feita pelo criador
permitirá ao mesmo saber quando algo diferente ocorrer. As enfermidades normalmente
apresentam sintomas e coleta 10% das fezes do rebanho para análise possibilita a verificação
dos parasitas que estão infestando os animais, permitindo assim a aplicação de vermífugo
específico.
O piso ripado deve ser varrido com frequência, sendo as fezes retiradas. Todas as outras
instalações que fazem parte do criatório, tais como: sala de ordenha, área de tosquia, galpão
de ração entre outras, devem ser mantidas limpas.
• Saneamento ambiental
MANEJO REPRODUTIVO
O manejo reprodutivo é composto por uma série de medidas que visam orientar o produtor
desde a aquisição do reprodutor e matrizes até o manejo das crias, durante a puberdade e
maturidade sexual. Para isso, precisamos de um conjunto de medidas:
• Fichas de controle para avaliação dos animais quanto à fertilidade, prolifi cidade dentre
outros controles.
• Manejo pós-parto e parição, os primeiros cuidados devem ser tomados um mês antes do
parto.
De acordo com o tamanho do rebanho, será necessário formar bons pastos que devem
ser suficientes para poder dispensar suplementação. Recomenda-se fazer uma análise
do solo para correção de deficiências (calagem). O pasto deverá ser preferencialmente
em terras altas, dividido em piquetes para fêmeas gestantes e recém-paridas, borregos e
borregas, reprodutores, cordeiros de dois a seis meses, capões e ovelhas solteiras. É preciso
providenciar piquetes para as diversas categorias: ovelhas de cria e seus cordeiros; ovelhas
velhas e falhadas, borregos(as), ovelhas no terço final da gestação.
As ovelhas de cria são separadas segundo a qualidade de suas lãs ou por seu grau de sangue.
Quando o plantel possui pedigree, destinar piquetes de melhor qualidade e de fácil vigilância.
As cercas entre piquetes deverão ser construídas com mourões a cada 10 m, intercalados com
quatro ou cinco balancins; formadas com seis a sete fios de arame liso. Recomenda-se que o
primeiro, de baixo para cima, esteja a 10 cm do solo e a seguir o espaçamento entre eles seja
consecutivamente: 18, 22 e 28 cm para os demais, em uma altura total de 1,62 m.
Se necessário, construir um aprisco (cabanha) para proteção dos animais contra as chuvas e
ventos fortes, próximo às pastagens, em terreno seco e ensolarado.
A construção poderá ser rústica, com piso ripado (1,5 cm de espaçamento), elevado a um
• Pistola de vermifugação.
• Balança.
• Ficha zootécnica – manter um livro/fi cha de registros gerais do rebanho e individual dos
animais do rebanho; cobertura, nascimento, óbitos, doenças, vacinação, vermifugação,
registro contábil de despesas com veterinário, medicamentos, vacinas, vermífugos e re-
ceita com a venda dos produtos.
Atenção!
Não nos esquecendo da mão de obra, pois a exploração exige grande cuidado e manejo, além da
formação de um bom plantel.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Assista este pequeno clipe que constitui uma reportagem sobre um mineral comercial:
<http://www.youtube.com/watchv=vDWwPsSm7zw&feature=related>.
Nele há vários depoimentos de produtores do oeste do Paraná e de Presidente Prudente em São Pau-
lo, além de abranger boa parte da cadeia produtiva, com depoimento do proprietário de um frigorífi co
especializado no abate de ovinos.
O autor Simplício A. A. escreveu sobre a Caprinovinocultura de corte como alternativa para a geração
de emprego. Se você se interessa pelo assunto, não deixe de conhecer o documento 48 do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ISSN 1676-7659 de dezembro/2003.
Procure no site do SEBRAE Nacional tópicos relevantes relacionados ao negócio de ovinos <www.
sebrae.com.br>.
A evolução da caprinovinocultura brasileira de Vânia Rodrigues Vasconcelos e Luiz da Silva Vieira.
Disponível em: <http://www.cnpc.embrapa.br/artigo8.htm>.
Caro aluno, a seguir você tem a atividade de autoestudo, não deixe de fazê-la!!!
Porém, só preencha após uma boa leitura de todo o nosso texto, pesquisa nos sites
recomendados e ter assistido aos vídeos, assim saberá realmente qual foi o seu ganho de
aprendizagem.
Não preencha voltando nos tópicos e apenas transferindo as respostas. Após concluídas as
atividades faça uma revisão dos tópicos abordados.
Mãos à obra!!!
ATIVIDADE DE AUTOESTUDO
( ) O Brasil, com sua enorme extensão territorial e clima favorável à ovinocultura, apresen-
ta todas as características para o desenvolvimento da ovinocultura.
( ) A produção de ovinos proporciona variados produtos, pois fornece lã e pele para ves-
tuário, além de carne e leite para alimentação.
5. Formação de plantel
( ) Intermediário entre o extensivo e intensivo. Pode ser exe-
cutado junto com a exploração agrícola.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
Parabéns, você já galgou alguns degraus dentro do nosso curso. Agora, na próxima unidade,
iremos trabalhar os principais aspectos da caprinocultura, focados na produção e avaliação
econômica do negócio. Considerando que ovinos e caprinos são bastante similares (mesma
família), quase todas as informações relativas ao ovino podem ser aplicadas aos caprinos.
Objetivos de Aprendizagem
Plano de Estudo
• Cenários Atuais
• Tendências e Perspectivas
• Produtos da Caprinocultura
Olá, caro acadêmico. Você sabia que desde quando os povos nômades da Ásia e do Oriente
Médio domesticaram a cabra, aproximadamente em 8.000 a.C., o leite de cabra vem sendo
utilizado na alimentação diária de grande parte da população mundial?
A sua importância na alimentação não reside apenas no valor biológico de seus nutrientes.
Já no tempo de Hipócrates (Grécia Antiga: 460-377 a.C.), considerado o pai da medicina
moderna, médicos recomendavam seu uso devido à fácil digestão. Além disso, pessoas que
apresentam intolerância ao leite de vaca podem, usualmente, tolerá-lo.
Os caprinos são animais fortes, resistentes, com grande rapidez de crescimento, de boa
conversão alimentar e adaptáveis a várias condições de clima. A criação de caprinos, além de
ser uma atividade de fácil manejo, pode tornar-se muito rentável, desde que sejam utilizados
bons animais e o trabalho seja executado com dedicação.
Nesta unidade vamos analisar o agronegócio como um todo, ou seja, a evolução de mercado,
genética, nutrição e sanidade dos animais. Analisaremos a cadeia produtiva, isto é, como está
organizada, as estruturas de apoio, as características dos produtos e a tecnologia adequada
para uma boa produção de caprinos.
Bom Estudo!
MUNDO
Você sabia que o rebanho caprino aumentou cerca de 40% em 20 anos, apesar de o rebanho
ter diminuído em alguns países que direcionavam a caprinocultura para a produção de peles,
e que é no continente asiático que se localiza o maior rebanho de caprinos no mundo, seguido
da África, América do Norte e Central?
Como principais países produtores, destacam-se: China com 125,5 milhões de cabeças; Índia
com 137 milhões de cabeças; Paquistão com 55,2 milhões de cabeças; Nigéria com 52,5
milhões de cabeças e Bangladesh com 52,5 milhões de cabeças (MDIC, 2010).
Segundos dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO),
a França produz cerca de 500 mil toneladas anualmente, sendo a maior produtora mundial de
queijo de leite de cabra e no continente Americano, os maiores criadores são o Brasil e México
com rebanho superior a 12 milhões de animais.
BRASIL
Os caprinos são criados em todos os estados do país. Os maiores efetivos de rebanho caprino
estão concentrados na Bahia, Pernambuco e Piauí. Em termos de tamanho do plantel, a Bahia
é o primeiro estado nordestino, com cerca de 2.847.148 de cabeças, o equivalente a 33,66%
da população caprina da região nordeste do Brasil (IBGE 2010).
Apesar do baixo nível tecnológico ainda presente em todo processo produtivo, a caprinocultura
no Brasil, principalmente no Nordeste, tem apresentado configurações que a coloca em uma
posição privilegiada no cenário do agronegócio.
Tabela 3: Efetivo total de caprinos no Brasil e por região no período de 1975 a 2010, em
cabeças
A expansão do consumo de carne caprina no Brasil, apesar desse ser ainda muito baixo,
tem experimentado um incremento animador, principalmente nas grandes cidades. Enquanto
o consumo per capita é estimado em menos de 1,0 kg, o consumo em países Árabes e da
Europa varia entre 4,0 a 8,0 kg (DANTAS, 2001).
Pesquisas recentes feitas no Brasil mostram que o leite de cabra, além de maior digestibilidade,
possui melhor aceitabilidade e tolerabilidade que o leite de vaca.
Dentre as carnes mais consumidas no mundo, a carne caprina é a mais magra (contém o
menor teor de gordura), sendo inclusive mais magra que a carne de frango.
TENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS
• Valorização da qualidade da carne caprina e produtos derivados com certifi cação regio-
nal, por meio de novos procedimentos de identifi cação animal e implantação de sistemas
de rastreabilidade.
• Falta de padrão de produto: os animais abatidos são de raças e idades diferentes, além
de serem criados com alimentação e manejo diversifi cado. Tudo isso impacta as caracte-
rísticas do produto fi nal.
Assista ao vídeo a seguir e verifi que como esta atividade pode ter um papel social importante no Bra-
sil: <http://www.youtube.com/watch?v=tw6lvGfEiqY&feature=related>.
Neste pequeno clipe, você vai conhecer o projeto Cabra Nossa no Ceará com resultados no combate
à desnutrição e geração de renda.
Nos últimos anos, vários seminários e workshops foram realizados no Brasil para discutir o
agronegócio da caprinocultura. O principal enfoque dessas discussões foi identificar e propor
estratégias que possibilitassem a organização do setor.
Para Medeiros (2003), a cadeia produtiva de carne caprina no Brasil é ainda bastante frágil,
havendo deficiência de entrosamento e de conhecimento dos problemas dos diferentes atores
em relação às dificuldades das diversas áreas que compõem a cadeia.
A seguir, faremos uma análise sucinta de alguns aspectos de cada segmento da cadeia
produtiva da caprinocultura.
PRODUÇÃO
Este segmento, também chamado “dentro da porteira”, já que suas ações ocorrem na fazenda,
é responsável pela regulamentação da oferta, do preço, da qualidade da matéria-prima e,
ainda, serve como caixa de ressonância para a maioria das mudanças demandadas pelos
consumidores. Como em outros segmentos da cadeia produtiva, mas com maior intensidade.
Esse setor ainda apresenta limitações que impedem o seu desenvolvimento sustentável.
Essas limitações incluem:
• Falta de programas sanitários, principalmente para a região Nordeste, onde a febre aftosa
impede a expansão da atividade.
PROCESSAMENTO
COMERCIALIZAÇÃO
• O produto não está no grande varejo, apenas em casas de carne e alguns supermercados
regionais. Praticamente não existem contratos de distribuição.
PRODUTOS DA CAPRINOCULTURA
O leite de cabra é um líquido branco, puro, de odor e sabor especiais e agradáveis. O mau
cheiro, denominado hircino, é transmitido pelo bode quando está perto das cabras em lactação,
impregnando-as, além de transmiti-lo diretamente ao leite.
• Leite de cabra integral pasteurizado e/ou congelado (é mais difícil de desnatar do que o
leite de vaca).
• Alguns dos mais famosos e saborosos queijos do mundo, como: frescal, Boursin natural
ou com especiarias (alho, cebola, ervas); massa semidura como Moleson; massa semi-
mole como Chevrotin, Chabochou; Crotin, Saint Mauri, Piramide.
• Doces deliciosos.
O preço pago ao produtor pelo leite de cabra é maior do que o de vaca, variando no mundo
de 1,2 a 1,5 vezes, sendo que no Brasil essa correlação está em níveis mais altos, na ordem
de 2,1 a 2,6.
Vaca 63 87,7 3,1 3,5 114 102 0,1 0,04 0,014 0,2 1
Búfala 115 81 5,2 8,7 210 101 0,1 0,04 0,016 0,1 1
Carne: a carne utilizada para comércio provém do abate de cabritinhos novos, que quanto mais
cedo, melhor. Tem valor nutritivo e é de fácil digestão.
Carne defumada e embutidos: produtos de ótima qualidade com sabor e odor agradáveis,
sendo bem aceito pelo mercado.
Peles
Utilizadas com ou sem pelos, onde serão empregadas na fabricação de sapatos, bolsas, luvas,
agasalhos, podendo ser curtidas como pergaminho, camurça ou pelicas.
O seu couro também atinge a fabricação de instrumentos musicais como cuícas, tambores,
pandeiros etc. São consideradas de alta qualidade e uma das melhores do mundo, sendo o
Brasil um grande exportador de pele caprina.
São utilizados na fabricação de pincéis, feltros, diversos tipos de tecidos, tapetes e escovas.
Produzidos principalmente por raças de pelos longos.
Esterco
Uma cabra adulta produz por ano, em média, 600 kg de esterco. Este esterco contém um valor
fertilizante equivalente a 36 kg de nitrato de sódio, 22 kg de superfosfato e 10 kg de cloreto de
potássio, além do aporte de nitrogênio, fósforo e potássio (N-P-K) oriundos da urina.
Você se sente apto a fazer um diagnóstico da cadeia produtiva de caprinos em sua região? Você de-
monstra para outras pessoas que trabalham com você a importância deste tipo de análise?
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Embora haja controvérsias a respeito, parece que três foram os ancestrais da nossa cabra
doméstica (Capra hircus):
- Capra prisca de Adamentz, já extinta e que parece ser o tronco mais antigo.
Raças Nativas
No período seco, quando o solo arde e a vegetação da caatinga perde as folhas, as cabras
crioulas do semiárido nordestino continuam formosas.
BRASILEIRAS: existem, pelo menos, cinco ecotipos crioulos no país: Canindé, Gurgueia,
Marota, Moxotó e Repartida. Destas, apenas a Canindé e a Moxotó são reconhecidas como
raças, possuem baixa produção leiteira, porte reduzido, perfeitamente adaptadas ao meio
ambiente, possuem pelos curtos, bem manejadas e alimentadas podem reproduzir durante o
ano todo.
MOXOTÓ
CANINDÉ
Os animais são leves e de pequeno porte, medindo cerca de 60 cm de altura e pesando cerca
de 40 kg. A prolificidade varia de 1,29 a 1,43 e a mortalidade de 15,0% a 18,6% para animais
de até um ano. Para animais com essa idade o peso gira em torno de 15,7 kg.
Cabe ainda salientar que no Nordeste brasileiro há muito cruzamento aleatório, originando um
“sem-número” de animais sem raça definida (S.R.D.).
BOER
O padrão da raça estipula a cor branca, com cabeça vermelha ou escura. São animais fortes
e apresentam estacionalidade reprodutiva. Este animal apresenta uma produção de leite
mediana, sendo que está mais especializado à produção de carne.
SAANEM
É talvez a raça leiteira mais famosa do mundo e tem contribuído para a formação e/ou
melhoramento de outras raças leiteiras. O peso vivo destes animais está ao redor de 50 e 75
kg.
A maioria das cabras tem boas características a passar às futuras gerações, desde que se
utilizem cruzamentos direcionados.
APARÊNCIA GERAL
Para uma avaliação sobre a aparência geral do caprino, todas as partes devem ser
consideradas. O animal deve apresentar vigor; proporcionalidade entre as regiões do corpo,
com tipo e porte característicos.
No caso dos animais puros, devem-se observar as características da raça, como cor da
pelagem, tamanho, estrutura da fronte e das orelhas e outras peculiaridades.
APRUMOS
Define-se como aprumo a direção dos membros em toda a sua extensão ou de suas regiões
em particular, de forma a sustentar solidamente o corpo do animal e permitir seu deslocamento
fácil.
SISTEMA DE CRIAÇÃO/MANEJO
É essencial ao controle do rebanho a identificação dos animais, pois assim o criador tem
informações individuais e seguras sobre cada animal.
Para a execução desta ação, usamos brincos ou chapas metálicas que podem ser usados
logo após o nascimento da cria ou piques a ou mossas, que são feitos nas orelhas quando os
animais possuem entre dois e três meses de idade. A tatuagem e marcação de ferro a fogo
são outras formas de marcação.
CONTROLE SANITÁRIO
É importante a limpeza e desinfecção das instalações, limpeza diária dos cochos e de vez
em quando passar a vassoura de fogo ou desinfetante, ao menos uma vez por ano. Também
deve-se trocar periodicamente a cama dos animais e o varrimento das baias deve ser diário.
A separação dos animais por faixa etária deve ser feita da seguinte maneira: de zero a
três meses, de três a dez meses, fêmeas secas, fêmeas em lactação, fêmeas gestantes,
reprodutores e machos jovens não castrados em baias individuais.
O bom desempenho produtivo dos caprinos é atribuído ao seu hábito alimentar: a capacidade
de aproveitar alimentos grosseiros e de baixo teor nutritivo.
MANEJO REPRODUTIVO
No manejo reprodutivo pode ser utilizada a monta natural, a monta controlada ou a inseminação
artificial.
Na monta controlada usam-se o rufião com as fêmeas nos piquetes e centros de manejo, três
rufiões para 100 fêmeas. As fêmeas que estiverem marcadas serão inseminadas ou cobertas.
As fêmeas leiteiras iniciam a vida reprodutiva por volta dos 7 meses de idade e quando
acasaladas precocemente podem apresentar problemas de parto, crias pequenas e fracas.
MANEJO DA ORDENHA
Para obtenção do leite de cabra isento de odor desagradável e de bactérias, com boas
condições de higiene, devemos manter as cabras distantes dos bodes e praticar a ordenha
higiênica.
A pasteurização do leite deve ser realizada imediatamente após a ordenha ou, no máximo, em
período não superior a 30 minutos após sua obtenção.
O leite de cabra pasteurizado deverá ser destinado ao consumo no estado fluido, devidamente
embalado e rotulado, deixando o estabelecimento beneficiador com a temperatura máxima de
4oC e alcançando o ponto de venda com a temperatura máxima de 7oC.
Sobre o tamanho das instalações, seja para o pastoreio ou alimentação no cocho, seja para o
descanso ou repouso noturno dos animais, o que se espera é que a área disponibilize espaço
apenas o suficiente para propiciar condições favoráveis ao desempenho dos animais. Áreas
em excesso elevam os custos sem trazerem maiores benefícios à eficiência da produção.
Curiosidades
A cabra é um animal naturalmente higiênico e se vir um homem cuspir no seu cocho ela não se ali-
menta mais ali.
A cabra, ao contrário da vaca, ao ser ordenhada não evacua e não urina.
O odor muitas vezes atribuído ao leite de cabra é na verdade característico de uma glândula que só o
bode reprodutor possui. Denominado odor hircino, tem a função de atrair a fêmea no cio. Para evitá-lo
basta manter as cabras em lactação distantes do bode para que o cheiro não seja assimilado pelo
leite.
O bode tem a maior concentração de testosterona entre os herbívoros. Provavelmente por isso a
população rural atribua aos produtos caprinos propriedades afrodisíacas.
É comum ouvir-se referência à propriedade embelezadora do leite de cabra. Parece que isto se deve
a relatos históricos que mencionam o fato de que Cleópatra se banhava com leite de cabra. No Brasil,
apenas nesta última década, passou-se a investir em caprinocultura com interesse comercial. Uma
legislação específi ca para produtos caprinos existe em poucos estados do país (Rio de Janeiro e São
Paulo).
O principal investimento são as cercas, que servem para separar os animais, pasto, roçado e
propriedade, existindo vários tipos, entre eles: elétrica, tesoura, pau a pique, arame (utilizando
arame liso, pois o farpado danifica o couro do animal, tendo um espaçamento de 10 cm entre
si que vai do solo até o 4° fio, do 4° fio ao 6° com 15 cm de distância, do 7º ao 8° fio com
distância de 25 cm e o 9° fio fica a 30 cm de distância do 8° fio).
APRISCOS
Servem para proteger os animais contra chuva, ventos fortes, sereno, sol e dos predadores
como onça, carcará e até mesmo o homem, dar boas condições de higiene e facilitar os
trabalhos de manejo. Entre os tipos existentes, temos:
Atenção pessoal, é melhor sempre utilizarmos os suspensos para que o animal não fi que em contato
com fezes e urina que propagam vários problemas sanitários, principalmente nos cascos.
Para reprodutores: área coberta com 2 m2 por animal com área descoberta de 3 m2.
Para cabras lactantes: segundo o MAPA (2000), o aprisco deve dispor de área proporcional
ao número de cabras, recomendando-se 1,20 m2 de área útil por matriz. A dependência de
ordenha, exclusiva para essa finalidade, deverá estar afastada de fontes de mau cheiro e/ou
de construções que venham causar prejuízos à obtenção higiênica do leite.
ESCOLHA DO REBANHO
É a seleção dos melhores animais, dando maior importância ao ganho de peso e produção,
sabendo-se que quando o objetivo é uma produção especializada, aconselha-se o emprego
de raças puras, aperfeiçoadas ou até mesmo tipos especializados para a produção desejada,
havendo maior produtividade e homogeneidade dos produtos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para que isto se torne realidade, é necessário que haja fortalecimento da cadeia produtiva,
com base no estabelecimento de uma política nacional para o setor, que possibilite o
desenvolvimento de polos de produção de caprinos e processamento da carne e produtos
derivados que tenham maior atração nos mercados interno e externo.
Estamos na metade da nossa caminhada, vamos recapitular o que vimos até aqui. Estudamos
as raças tanto nacionais como estrangeiras com suas características particulares, tais como:
aptidão, prolificidade entre outros. Aprendemos que é necessário um conhecimento das
diferentes raças para se obter um melhoramento no rebanho, por meio das qualidades que
cada uma apresenta.
Procure no site do SEBRAE Nacional tópicos relevantes relacionados ao negócio de caprinos: <www.
sebrae.com.br>.
Navegue pelas Associações de Criadores (<www.abcboer.com.br>, <www.capripaulo.com.br>) e
acesse os links:
<http://www.fmvz.unesp.br/Informativos/ovinos/capov.htm>.
<www.ovinocaprino.pr.gov.br>.
<www.caprilvirtual.com.br>.
<www.capritec.com.br>.
Não deixe de ler sobre o Estudo do MDIC/ARCO. O objetivo deste estudo foi o de analisar o fl u-
xo internacional da carne ovina e caprina e de seus subprodutos e identifi car oportunidades de ex-
portação para o sistema agroindustrial brasileiro. Disponível em: <http://www.mdic.gov.br/arquivos/
dwnl_1277995416.pdf>.
Caro aluno, a seguir você tem a atividade de autoestudo, não deixe de fazê-la!!!
Porém, só preencha após uma boa leitura de todo nosso texto, pesquisa nos sites recomendados
e ter assistido aos vídeos, assim saberá realmente qual foi o seu ganho de aprendizagem.
Não preencha voltando nos tópicos e apenas transferindo as respostas. Após concluídas as
atividades faça uma revisão dos tópicos abordados.
Mãos à obra!!!
( ) Tecnologia disponível.
3. O leite de cabra é um líquido branco, puro, de sabor especial e odor desagradável, chama-
do de hircino.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
Objetivos de Aprendizagem
Plano de Estudo
• Espécies Cultivadas
• Fatores Abióticos
• Sistemas de Produção
• Legalização Ambiental
• Instalações na aquicultura
• Manejo
INTRODUÇÃO
Caro aluno, essa disciplina como parte do curso de Agronegócio engrandece a grade curricular
e particularmente me satisfaz, pois é minha área de trabalho e pesquisa.
É importante analisar alguns pontos para auxiliar a tomada de decisão por parte do futuro
empreendedor entre um e outro tipo de aquicultura.
Nesta unidade vamos analisar a cadeia produtiva da aquicultura, ou seja: como está
organizada, as estruturas de apoio e as características das espécies utilizadas principalmente
em piscicultura continental.
Nesta parte de nosso trabalho vamos conhecer os fatores abióticos e avaliar os vários sistemas
de produção, tais como: intensivo, extensivo, semi-intensivo, tanque-rede entre outros, e ainda
vamos estudar sobre as instalações necessárias para um cultivo adequado em aquicultura.
Bom Estudo!
A pesca extrativa é a retirada de organismos aquáticos da natureza sem seu prévio cultivo;
este tipo de atividade pode ocorrer em escala industrial ou artesanal, assim como acontecer
no mar ou no continente. Em função disso, a atividade extrativista tem sido controlada em boa
parte do planeta como tentativa de evitar desastres ecológicos mais significativos que os que
já se presencia atualmente.
Pode-se concluir que o negócio da aquicultura apresenta-se como uma atividade alternativa
à prática extrativista, que tem ultrapassado seus limites sustentáveis, e revela-se como uma
opção interessante para empreendedores de todos os portes.
A maior diferença entre a aquicultura e a pesca está na incerteza em relação ao produto final.
A atividade de pesca tem esta característica peculiar: o pescador ou a empresa de pesca não
têm garantias em relação à qualidade e à quantidade do que irão obter. Assim, a impossibilidade
de controle das variáveis que envolvem a pesca extrativa a tornam uma atividade incerta.
Pode-se dizer que o maricultor tem a desvantagem de estar mais à mercê das incertezas da
natureza do que o aquicultor continental.
Cultivo de algas – as algas marinhas cultivadas não contêm areia e lodo, como é o caso
daquelas coletadas em bancos de areia e outros locais onde são encontradas na natureza.
Seu preço de venda é bem superior ao que se obtém com a venda de algas não cultivadas.
As algas não são comercializadas apenas in natura; alguns maricultores produzem materiais
artesanais a partir delas, o que aumenta a rentabilidade do negócio. O cultivo de algas é muito
pequeno no Brasil, em termos de produção.
PISCICULTURA
Os egípcios já desenvolviam a piscicultura há mais de dois mil anos antes de Cristo, cultivamento
Tilápias em tanques ornamentais para o consumo em ocasiões especiais.
Os primeiros registros das atividades aquícolas na China remontam a 1.100 a.C. Apesar da
tradição milenar, o atual crescimento da aquicultura na China se deu a partir da década de
70, tendo sido responsável pela elevação, nos últimos 20 anos, do consumo de pescados que
No Brasil, os primeiros registros de criação de peixes datam da década de 30, quando foram
feitas as experiências iniciais para obter a desova de espécies nativas em cativeiro. No entanto,
a piscicultura como atividade econômica é muito mais recente, embora o Brasil seja um dos
países com maior potencial hídrico em todo mundo.
Na década de 90, também houve uma maior compreensão, por parte dos poderes públicos,
do potencial da atividade e da importância que ela teria nos anos seguintes dentro da pecuária
mundial.
O fato é que, nos últimos anos, a atividade de criação de peixes em cativeiro vem realmente
experimentando um crescimento substancial no Brasil, acompanhando a tendência mundial de
aumento da oferta de pescado via cultivo.
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Outra espécie que também apresentou um crescimento significativo de produção foi o tambaqui,
que passou de 30.598 toneladas para 46.454 toneladas/ano. A produção de camarão,
apesar das dificuldades que este segmento enfrentou nos últimos anos, também apresentou
resultados importantes, mantendo-se em um patamar de cerca de 70 mil toneladas/ano no
período analisado (MPA, 2010).
Entre as espécies que apresentaram maior crescimento está a sardinha, que chegou a 83 mil
toneladas capturadas no ano passado, sendo a espécie que mais vem sendo produzida no
Mas o país está muito longe dos grandes produtores mundiais de peixes cultivados, apesar do
potencial hídrico que possui, com 12% da água doce disponível do planeta, um litoral de mais
de oito mil quilômetros e ainda uma faixa marítima, ou seja, uma Zona Econômica Exclusiva
(ZEE) equivalente ao tamanho da Amazônia.
A criação de peixe em cativeiros é uma atividade que nos últimos anos tem apresentado grande
expansão mundial, assumindo grande importância socioeconômica em diversos países.
Apesar do ritmo acelerado de crescimento da produção mundial, a FAO estima que, até 2030,
o déficit de pescados deve crescer em 30 milhões de toneladas.
No Brasil, pela estagnação da pesca e pela crescente demanda, a piscicultura vem constituindo
uma grande alternativa para suprimento da demanda interna e externa. O Brasil será o único
país capaz de produzir o alimento de origem aquática de que o mundo precisará nos próximos
30 anos, declaração feita pela Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) das
Nações Unidas em 2006, na cidade de Nova Déli na Índia.
É consenso entre os especialistas do setor que, além do potencial para produção, o Brasil
possui também um grande potencial de consumo para os produtos aquícolas.
• O baixo consumo per capita atual por pescados registrado no Brasil, quando comparado
a outros países do mundo e mesmo da América Latina, indicando um elevado potencial a
ser explorado. Só para se ter uma ideia, se o consumo de pescados aumentar em apenas
1 kg por habitante por ano, o país precisaria produzir cerca de 170.000 toneladas a mais
para atender à demanda adicional. Seria quase impossível suprir este mercado apenas
com a pesca extrativa. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo
anual de pescado de pelo menos 12 quilos por habitante/ano. O brasileiro ainda consome
abaixo disso. Entretanto, houve um crescimento de 6,46 kg para 9,03 kg por habitante/ano
entre 2003 e 2009.
• A elevação da renda nas classes mais pobres, principalmente nos últimos dez anos.
VOCÊ SABIA:
• 70% do camarão marinho produzido no Brasil é exportado para os EUA, França, Espanha, Itália
e Holanda.
• Desde 1985, o consumo aparente de pescados é maior que a produção nacional (U$ 704 milhões
com compras externas em 2009).
• Foram fi rmados acordos e convênios para a implementação de polos de produção em tanques-
-rede. Nas represas de Itaipu e Furnas (produção de 4 milhões de toneladas), esta produção
poderá chegar a 15 milhões de toneladas com a produção dos reservatórios de Sobradinho,
Uma parte significativa dos peixes produzidos no país continua sendo comercializada
diretamente na propriedade, em uma transação que envolve produtor e consumidor final,
limitando bastante o seu alcance comercial.
Esse procedimento é importante, pois o ciclo de produção das Tilápias é curto e o produtor
pode se ver com a produção pronta para ser entregue e ter dificuldade para vendê-la, apesar
da existência da demanda. Estocar Tilápias em pontos de abate nos tanques-rede, comendo
ração por muito tempo, poderá causar prejuízos ao piscicultor.
Pontos Negativos
Pontos Positivos
INSUMOS BÁSICOS
PRODUÇÃO
Instalação do Cultivo T
L R
E A
I Povoamento N
S S
P
Engorda O
P
O R
L Despesca e Abate T
Í E
T
I PROCESSAMENTO I
C N
A Limpeza e Classificação F
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R
R Pesagem M
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G Ç
U Embalagem Õ
L E
A Congelamento Rápido S
M
E A
N Estocagem P
T O
O I
S COMERCIALIZAÇÃO O
Distribuição
Atacado/Varejo
PISCICULTURA
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Para que uma espécie de peixe seja considerada adequada para cultivo, deve possuir algumas
características, entre elas:
• Se a espécie for carnívora, ela deverá ser de alto valor comercial e aceitar alimento não
vivo, de preferência ração extrusada.
A seguir, vamos verificar algumas espécies que são cultivadas economicamente na região.
Desenvolve-se melhor em temperaturas entre 20/30 graus, mas resiste bem a temperaturas
abaixo de 20 graus. É onívoro, pode se alimentar de frutas, sementes, grãos, pequenos
moluscos, crustáceos, insetos e também com ração com 22% a 30% de proteínas. Só se
reproduz em cativeiro com indução artificial. Sua carne é muito saborosa, podendo apresentar
acúmulo de gordura se receber alimentos muito ricos em proteína. Nos policultivos deve ser a
espécie principal. Quando cultivado com as carpas, come as nadadeiras das mesmas. Peso
no primeiro ano, 1,0 a 1,2 kg, peso que pode ser encontrado na natureza, 20 kg. Utilização da
espécie, pesca esportiva, consumo da carne-costela ou bandas.
Observações:
Em tanques-rede, deve-se trabalhar com baixa densidade e com estruturas de médio a grande
volume (>25m³).
CARPA
TILÁPIA
É um peixe que se reproduz com muita facilidade, mesmo em tanques. É um peixe africano muito
rústico e de carne saborosa. Possui hábito alimentar planctófago e detritívoro, alimentando-se,
em primeiro lugar, do plâncton e em menor proporção de detritos orgânicos, aceita bem rações
artificiais. Atinge cerca de 600 gramas no período de 6 a 8 meses de cultivo. A maior restrição
ao seu cultivo é sua reprodução precoce sendo, portanto, utilizados alevinos revertidos.
PINTADO
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
O Tigre Asiático (Penaeus monodon), espécie cultivada em quase todos os países da Ásia,
exceto Japão e China, atualmente, com 56% da produção mundial cultivada.
A carcinicultura brasileira explora exclusivamente esta espécie, que participa com 16% da
produção mundial de camarão cultivado.
O Camarão Azul Ocidental (Litopenaeus stylirostris) é uma espécie nativa da costa sul-
americana do Pacífico, participa com 4% da produção mundial de camarão confinado.
OSTREICULTURA
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Ostra japonesa que tem um rápido crescimento, mas requer temperaturas mais baixas, máximo
280C e melhor abaixo de 240C, é indicada para o Sul do Brasil. Esta espécie é cultivada em
lanternas fixas em long-lines em baías do litoral. Não é indicada para regiões estuarinas de
mangue. Não se reproduz no ambiente, só em laboratório.
Crassostrea rhizophorae
Ostra nativa do Brasil, com uma distribuição ao longo de todo litoral e predominantemente
no Norte e Nordeste em regiões de mangue. O cultivo dessa espécie é recomendado em
travesseiros.
FATORES ABIÓTICOS
São os fatores do meio (sem vida) em que vivem os organismos, ou seja, da água e que
geram efeitos sobre a vida destes organismos. Discutiremos alguns fatores importantes para
o sucesso do negócio.
TRANSPARÊNCIA
Esta é uma medida diretamente relacionada com a quantidade de matéria orgânica, plâncton,
matérias em suspensão decorrentes das chuvas etc. A transparência ideal é de 40 a 60
centímetros. Para medir usa-se o disco de Secchi.
SISTEMAS DE PRODUÇÃO
PISCICULTURA
Sistema Extensivo
Sistema Semi-intensivo
É o mais difundido no mundo e no Brasil, atinge 95% da atividade, caracterizado por alimentação
natural e suplementar, densidade de estocagem de 5.000 a 20.000 peixes/ha, monitoramento
parcial da qualidade de água, tendo a adição de fertilizantes químicos e orgânicos para
alta produção de alimento natural (ficto e zooplancton) como fonte de alimento principal. A
Sistema Intensivo
Sistema Superintensivo
Neste sistema os peixes são estocados em alta densidade e ocorre alta renovação de água nos
tanques, que garante para o peixe o suficiente de oxigênio dissolvido e elimina excrementos.
Aqui a densidade de estocagem não é considerada por metro quadrado e sim biomassa por
metro cúbico. A ração deve ser nutricionalmente completa e ter estabilidade na água, pois é a
principal fonte de alimento. Exemplos: raceway, fábrica de peixe e tanques-rede.
Raceway: é o nome dado aos tanques com alto fluxo de água (renovação d’água induzida,
com volume superior a 50% do volume total inundado), que podem ser circulares, retangulares
ou de outras formas e onde é utilizada uma grande densidade de estocagem de peixes por m3.
Uso de equipamentos para oxigenação da água.
Vantagens:
• Os tanques-rede podem ser utilizados em diversos cursos d’agua como: remansos gran-
des, reservatórios públicos, lagos dentre outros.
Desvantagens:
• Os custos com ração serão maiores, pois a contribuição de alimentação natural está total-
mente descartada.
• Sistema trifásico (alta tecnologia): semelhante ao anterior, diferindo apenas pela conside-
ração de uma fase inicial realizada em berçários primários. Neles, as pós-larvas recém-
-metamorfoseadas são estocadas em altas densidades (4 a 8 pós-larvas/litro) em tanques
de concreto, alvenaria, fibra de vidro. Esta fase tem duração de 15 a 20 dias; seus orga-
nismos com peso médio de 0,05 g são transferidos para os berçários secundários, seguin-
do o manejo descrito no sistema bifásico. As produtividades neste sistema regulam-se
entre 2.500 a 3.000kg/ha/ano, mas em um futuro próximo estima-se que as tecnologias
disponíveis permitirão atingir produtividade de até 9.000 kg/ha/ano.
As pequenas larvas procuram um suporte que lhes convêm para se fixar. A coletora preparada
cuidadosamente pelo ostreicultor tem várias finalidades: serve de suporte, abrigo e proteção
dos predadores naturais. Existem várias formas e meios de coletores. Eles são posicionados
com o apoio de balsas próprias e colocados ao longo dos bancos de engorda e expostos às
correntezas da maré. Cada passo deste processo tem época apropriada. A temperatura da
água, a salinidade, a oxigenação, os ventos, as chuvas fazem avançar ou recuar o ciclo de
vida da ostra. O cuidado diário, as condições ambientais favoráveis e a pureza das águas são
os fatores que influenciam no sucesso do empreendimento.
As correntes dos canais são águas ricas em plâncton, a fonte de alimento natural da ostra.
A salinidade do mar, a natureza do fundo dos manguezais, as variedades dos plânctons que
fornecem o sabor particular da ostra é o que a diferencia em cada região. As ostras criadas
nas águas mistas e puras têm um sabor suave e levemente doce, destacando uma posição
favorável para uso na gastronomia. A comparação se dá com o produto da ostreicultura
proveniente dos estados do sul do Brasil, onde a criação ocorre em mar aberto de elevada
salinidade, uma condição ambiental que lhes confere um gosto mais acentuado.
O POLICULTIVO
O SISTEMA DE CONSÓRCIO
Diversas etapas preliminares devem ser cumpridas antes de iniciar a construção dos viveiros.
A seleção da área, as consultas aos órgãos ambientais e reguladores, o levantamento
topográfico (planialtimétrico), o dimensionamento e o estudo da distribuição (“layout”) dos
viveiros e das estruturas hidráulicas e a obtenção das autorizações (ambientais e legais) para
a implantação do projeto.
Qual a tecnologia utilizada pela maioria dos piscicultores de sua região? Você se sente valorizado com
os conhecimentos que obteve com este curso?
Em razão da utilização de recursos naturais como solo e água, a aquicultura racional está
sujeita a uma legislação específica destinada à preservação dos rios e nascentes, solos e
florestas (Resolução SEMA n° 31 de 24 de agosto de 1998 – artigos de 88 a 95).
INSTALAÇÕES
VIVEIROS
Devem ser planejados. Usam-se máquinas para escavar, acertar a declividade para que possa
proporcionar o total escoamento da água e facilitar a despesca.
Não há uma regra única a ser seguida para estabelecer o tamanho dos viveiros para as
diferentes fases de cultivo. Isto depende tanto da topografia, do formato e tamanho do terreno,
como da escala e plano de produção.
Nas áreas mais rasas, os viveiros devem ter uma profundidade de água de pelo menos
1,0 m, de forma a evitar o fácil desenvolvimento de plantas aquáticas e algas filamentosas,
que podem dificultar o acesso dos peixes ao alimento, prejudicar as colheitas e ocasionar
problemas na qualidade da água. As áreas mais profundas dos viveiros devem ter entre 1,5 e
2,5 m. Profundidades acima de 3,0 m devem ser evitadas.
Você sabia que em muitos casos de infi ltração conseguimos impermeabilizar o fundo do viveiro com
compactação e utilização de esterco de suínos!?
Nas pisciculturas, o suprimento e a distribuição de água são feitos por gravidade, por
bombeamento, ou combinando essas duas possibilidades.
Abastecimento por gravidade – usado em locais onde a fonte de água, geralmente uma
represa ou uma nascente, está em uma cota ou nível acima da cota da água dos viveiros. A
distribuição da água aos viveiros é feita mediante canais abertos ou por tubulação.
Abastecimento por bombeamento – empregado quando a fonte de água está em uma cota
ou nível abaixo da cota ou nível da água dos viveiros. Esse sistema de abastecimento é muito
comum quando se utiliza água de poços, de rios ou de represas com nível abaixo do nível da
água nos viveiros. A distribuição da água é feita por tubulação pressurizada pela bomba até a
entrada dos viveiros.
O ideal é contar com abastecimento e distribuição de água por gravidade, reduzindo o custo
operacional (por não demandar energia elétrica ou combustível) e o risco de falhas no sistema
com a quebra de bombas ou falta de energia. No entanto, o abastecimento por gravidade nem
sempre é possível.
Caro aluno, é interessante que você saiba como calcular a vazão de um córrego pelo método
do flutuador, pois a disponibilidade da vazão é determinante na produção.
Depois se solta o flutuador alguns metros antes da marcação do início do trecho delimitado,
anotando o tempo gasto pelo flutuador do marco inicial do trecho até o final.
V = 10 metros/10 segundos
L+L/2
A=L+L x h
2
Assim, calculamos:
A = 1,25m x 0,80m
A= 1,0 m2
Q = V x A Q = 1m/s x 1 m² Q = 1 m³/s
Das técnicas de manejo do cultivo de peixes fazem parte a preparação dos viveiros, o
condicionamento e transporte dos primeiros alevinos, o povoamento dos tanques, alimentação,
e despesca.
É importante o conhecimento dos hábitos alimentares dos peixes para a adequação da ração
a ser fornecida. O hábito alimentar nos fornece uma ideia das necessidades nutricionais de
cada espécie.
O objetivo de alimentar os peixes é prover a eles de forma econômica uma nutrição adequada
para o seu crescimento e perfeito desenvolvimento. Para isto, devem ser utilizados alimentos de
qualidade e nas quantidades corretas, além de empregar técnicas de alimentação apropriadas.
Então, tem-se:
Por viverem em meio aquático, os peixes têm problemas de perda de nutrientes, principalmente
os mais solúveis. Sendo assim, o processamento adequado da ração é fundamental na
alimentação dos animais.
• Ração farelada: os ingredientes da ração são apenas moídos e misturados. Sua utilização
não é recomendada, uma vez que as perdas de nutrientes são muito grandes, causando
não só problemas aos peixes, como a poluição da água dos tanques. Utilizada somente
para alevinos.
Existem duas maneiras de se fornecer a ração aos peixes: manualmente ou pelo uso de
comedouros automáticos. O fornecimento manual é interessante para manter um contato
visual com os peixes no tanque. Podem-se observar, por exemplo, possíveis problemas de
saúde dos animais, porém requer maior mão de obra, quando comparado ao sistema de
comedouros automáticos.
DESPESCA
A despesca é a operação de retirada dos peixes dos viveiros quando eles atingem o tamanho
e o peso ideais à comercialização e consumo. Ela pode ser feita de forma total ou parcial.
Dependendo do destino dos animais, a captura e o transporte precisam ser feitos com cuidado
para não traumatizar os peixes, se empregados para reprodutores.
Você sabia:
Que alevinos são as formas jovens dos peixes?
Que as fontes de alimentos naturais podem ser classifi cadas em:
• FITOPLÂNCTON: pequenas plantas em suspensão na água (algas).
• ZOOPLANCTON: pequenos animais em suspensão na água (microcrustáceos).
• BENTON: animais que vivem no lodo do fundo (caramujos, vermes).
• SEDIMENTO ORGÂNICO: excrementos e restos de plantas e animais mortos (lodo).
• PLANTAS AQUÁTICAS: localizadas no fundo, no talude, na superfície (aguapés).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, você estudou a cadeia produtiva aquícola e avaliamos algumas espécies
comerciais em sua produção e sistema de comercialização, tais como o Pintado, a Tilápia, o
Pacu dentre outros, verificamos seus hábitos alimentares, habitat para desenvolvimento ótimo
e muito mais.
Além disso, aprendemos que é imprescindível que a decisão por uma ou por outra técnica leve
em conta o mercado que se pretende atender. E que é necessário intensificar os trabalhos
de repasse de conhecimento relativo a aspectos legais, mercado, gestão e produção de um
empreendimento de aquicultura, ampliando as possibilidades e dando condições para que os
micros, pequenos e médios empreendedores se insiram na atividade com um nível maior de
Como nas unidades anteriores, a seguir você tem a atividade de autoestudo desta unidade,
não deixe de fazê-la!!!
Da mesma maneira que você procedeu nas outras unidades, só preencha após uma boa
leitura de todo nosso texto, pesquisa nos sites recomendados e ter assistido aos vídeos, assim
saberá realmente qual foi o seu ganho de aprendizagem.
Não preencha voltando nos tópicos e apenas transferindo as respostas. Após concluídas as
atividades faça uma revisão dos tópicos abordados.
Para saber mais sobre a piscicultura, acesse os links abaixo, de algumas entidades do setor:
<www.riodocepiscicultura.com.br>.
<www.pisciculturaxvdenovembro.com.br>.
<www.aquabel.com.br>.
<www.beraqua.com.br>.
Conheça o plano safra das águas 2011 – 2012 – PLANO SAFRA DAS ÁGUAS PESCA E AQUICUL-
TURA do MINISTÉRIO DA PESCA E AQUICULTURA disponível no link:
<http://www.bb.com.br/docs/pub/inst/dwn/planosafrafi nalpeq.pdf>.
( ) O Brasil, país com maior potencial hídrico em todo mundo, é o maior produtor de peixes
cultivados do mundo.
( ) Certo ( ) Errado
a) Sede e pastagem.
e) Carreadores e sede.
6. Por viverem em meio aquático, os peixes têm problemas de perda de nutrientes, principal-
mente os mais solúveis. Sendo assim, o processamento adequado da ração é fundamental
na alimentação dos animais, sendo mais indicada a ração extrusada.
( ) Certo ( ) Errado
Objetivos de Aprendizagem
Plano de Estudo
• Panorama da Estrutiocultura
• Raças/espécies
• Produtos
• Produtividade
• Registro de Criadouro
• Fases da Criação
• Instalação e Manejo
INTRODUÇÃO
Nesta fase do nosso trabalho iniciaremos nossa incursão ao mundo das ratitas, ou seja,
especificamente das vestruzes. A criação comercial de avestruzes tem sido tema de inúmeras
reportagens nas mídias impressas, televisivas e na internet, e já são mais de 140 anos desde
a implantação do primeiro criatório comercial na África do Sul. Primeiramente, vamos fazer um
breve histórico e conhecer suas raças e espécies.
Antes de iniciar a criação de avestruz são necessários certos cuidados, que vão desde a
escolha de qual segmento da cadeia será seguido até a escolha da área a ser utilizada,
passando pela compra das aves e maquinários, manejo, clima, mão de obra, controle sanitário
entre outros. Cada segmento da atividade tem suas peculiaridades de acordo com a fase de
desenvolvimento do animal, da produção e normativas estabelecidas.
Bom Estudo!
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Acredita-se que em 5.500 a.C. tenha ocorrido o primeiro contato de um humano com o avestruz.
Arqueólogos encontraram ovos de avestruzes vazios que eram utilizados como reservatórios
de água pelas civilizações antigas, pinturas em rocha descrevendo um avestruz no Saara,
nas tumbas da pirâmide do Faraó Tutankamon foram encontrados vários leques e adornos
confeccionados com plumas de avestruzes e em citações bíblicas (Livro de Jô – cap. 39) são
feitas referências sobre os avestruzes, e há relatos de comércio intenso na Era Egípcia, Assíria
e Babilônica de penas de avestruzes.
A África do Sul é o berço mundial da criação comercial de avestruzes, com objetivo inicial
voltado para a produção de plumas, sendo que em 1913 as plumas do avestruz se encontravam
em quarto lugar no ranking de suas exportações depois do ouro, diamantes e lã.
Atualmente na África do Sul, há dois tipos diferentes de exploração de avestruz: para a produção
de penas e para a produção de carne e couro, sendo a carne e o couro responsáveis por 85%
do faturamento da indústria de avestruzes. As aves, na sua maioria criadas confinadas, são
abatidas entre os 12 aos 14 meses de idade. São poucas as fazendas que realizam todas
as etapas de produção, do ovo ao abate. Cerca de 50 a 120 mil avestruzes são abatidos
anualmente para a obtenção de carne, couro, produtos secundários e penas. Estes dados,
A África do Sul mantém uma venda regular de penas de avestruz. As melhores são exportadas
para a Europa e América, enquanto as penas menores são usadas na fabricação de
espanadores. Nos EUA estão sendo usadas também pela indústria automobilística, para a
limpeza do carro antes da pintura, e pelos fabricantes de computadores, em virtude das suas
propriedades de atrair as partículas de poeira.
Existem dez espécies de aves ratitas atuais: o avestruz (Struthlo camelus) da África e Arábia,
duas espécies de emas (Rhea americana e Pterocnemia pennata) da América do Sul, o emu
(Dromaius novaehollandiae) das planícies da Austrália, três espécies de casuares (Casuarius
bennetti, C. casuarius, C. unappendiculatus) da Austrália, Nova Guiné e ilhas vizinhas, e três
espécies de kiwis (Apterix haastii, A. owenil, A australis) da Nova Zelândia.
Tais animais se adaptam bem a vários tipos de clima, são resistentes a doenças, possuem
grande expectativa de vida (60 anos), iniciam sua atividade reprodutiva precocemente, são
bastante dóceis e facilmente domesticáveis. Tais características, aliadas ao fato de possuírem
carne saborosa e magra, couro resistente e plumas muito bonitas; permitiram que se tornassem
animais muito visados para a criação comercial. Tal atividade, denominada estrutiocultura,
iniciou-se em nosso país no ano de 1995.
Embora o avestruz seja uma ave, o suporte alimentar básico em sua dieta natural é dado pelo
consumo de fibras vegetais nas pastagens, assemelhando o seu manejo racional às criações
de gado de corte.
O mercado da criação de avestruz não foge muito à regra do início de uma nova atividade
zootécnica em um país. Como a própria história revela: os EUA começaram a criar avestruzes
por volta de 1975 e somente 20 anos depois se iniciou o abate naquele país. Na Itália criam-se
avestruzes desde 1979 e só recentemente se montou um abatedouro naquele país.
• Unidade animal/área.
• Tradição Agropecuária.
• Investimentos altos.
Existe uma única espécie de avestruz e seis subespécies, vulgarmente agrupadas em três
tipos: Black Neck, Red Neck e Blue Neck:
Black Neck (Struthio camelus australis) – pescoço preto – é a raça mais criada em todo o
mundo.
Blue Neck (Struthio camelus molybdophanes) – pescoço azul – é uma ave um pouco agressiva,
que gosta de clima tropical.
Red Neck (Struthio camelus camelus) – pescoço vermelho – é uma ave muito agressiva, de
grande porte, menor reprodução e postura tardia.
African Black (var. domesticus) é um híbrido comercial, ave domesticada de menor porte. Além
de ser a raça mais dócil é também a mais produtiva e precoce, atingindo a maturação sexual
com 24 meses (fêmeas) e com 30 meses (macho) em média. Adapta-se a qualquer clima.
Suas plumas são bonitas e seu couro com muitos pontos (folículos) é muito apreciado.
Couro
É difícil estimar a demanda por couros de avestruz, porém, segundo informações, o potencial
seria de 300 a 750 mil peles por ano. Os principais mercados são os EUA, Japão, Itália,
França, Alemanha, Inglaterra, África do Sul e alguns países da Ásia.
O couro de todo o corpo do avestruz, exceto cabeça e ponta das asas é aproveitado. Um
avestruz com 14 meses produz de 0,9 a 1,1 metros quadrados de couro.
No mercado internacional, o preço do couro de avestruz é de US$ 110,00 a US$ 320,00 por
metro quadrado (cerca de US$ 200,00 por pele) para o produtor. O valor da pele curtida é de
US$ 400,00 a US$ 800,00 enquanto o valor do couro processado é de US$ 500,00 a US$
6.000,00.
Saiba que:
• O avestruz é a maior ave existente, com altura média, do chão até a cabeça, variando de 2,0 a
2,5m, sendo aproximadamente 0,90m de pescoço e 1,0m de pernas. O comprimento do corpo é
cerca de 2,0m. As aves adultas pesam, em média, entre 130 a 150 kg.
• O avestruz atinge a maturidade sexual entre dois a três anos, sendo as fêmeas mais precoces
do que os machos.
• O macho, quando adulto, é maior que a fêmea e tem plumagem diferenciada: plumas pretas
Plumas
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
O avestruz é famoso por causa de suas penas. O adulto pode produzir penas de excelente
qualidade por 40 anos ou mais, desde que receba cuidados apropriados. Cada avestruz pode
produzir até 1,50 kg de plumas.
As penas são coletadas a cada oito meses. Geralmente, conseguem-se três produções a cada
dois anos.
As penas mais longas e bonitas são utilizadas como adorno; as demais se destinam à indústria
eletrônica e confecção de espanadores.
As penas brancas são as mais procuradas porque tingem bem, embora as cinzas e as pretas
possam ser alvejadas.
O preço das penas brancas de melhor qualidade é de US$ 80,00 a US$ 90,00 por quilo para
o produtor, e as de qualidade secundária US$ 40,00 por quilo.
Carne
Com aspecto, sabor e textura semelhantes ao filé mignon bovino, mas com a grande vantagem
de ter baixo teor de gordura e colesterol, já é consumida regularmente na Europa, Ásia, Estados
Unidos e Austrália.
Tabela 11: Composição química média e valor calórico de diversas carnes (por 85g)
Cascas vazias dos ovos são usadas na decoração (porta-moedas, abajur, ovos pintados, porta
-joias); a gordura entra na preparação de cremes e pomadas; os cílios podem ser utilizados para
a confecção de cílios postiços; a carcaça pode entrar na composição de rações e fertilizantes,
o bico e a unha como bijuterias e o ovo pode ser comido, pois o gosto é semelhante ao da
galinha.
PRODUTIVIDADE
REGISTRO DE CRIADOURO
O avestruz é caracterizado como ave da fauna silvestre exótica e sua cria e recria é encarada
como uma atividade de alto risco para o meio ambiente. Daí é preciso que, dentre outras coisas,
o produtor consiga uma licença ambiental junto ao IBAMA, antes de iniciar o seu negócio. O
processo para se montar um criadouro de avestruz passa por várias etapas:
1ª Etapa
2ª Etapa
Caso a carta consulta seja aprovada pelo IBAMA, o produtor tem que apresentar um projeto
definitivo em que deverá constar o seguinte:
Algumas Legislações
• Portaria IBAMA nº 093 de 7/71998, estabelecendo normas para a importação e exportação de
fauna, produtos e subprodutos.
• Portaria IBAMA nº 102 de 15/7/1998, que normatiza a implantação de criadores para fi ns econô-
micos e industriais.
• Instrução normativa 001 de 15/04/1999, que estabelece critérios para licenciamento ambiental.
Este é um período crítico para o desenvolvimento das aves, pois a ocorrência de doenças de
dificuldade de manejo é maior. A temperatura ambiente deve se manter em torno de 29 graus.
Até os 5 dias de vida, a ave deve ingerir ração, água limpa e fresca. Na segunda semana a ave
deve ingerir volumoso verde, como gramíneas bem picadas, do tamanho de um botão.
Após os quatro meses, as aves devem ser transferidas para um outro piquete, onde a ave
encontre um ambiente favorável para comer e desenvolver massa muscular, garantindo seu
crescimento. Machos e fêmeas podem compartilhar o mesmo espaço, sendo recomendado um
mínimo de 100 metros quadrados por ave dentro de um mesmo piquete. Cada ave consome
ração equivalente a 1% ou 2% de seu peso por dia (ex.: uma ave de 100 kg consome 1 kg de
ração por dia). Nesta fase a ração deve ter entre 16% e 17% de proteína. A ave necessita de
volumoso de 2 a 3 vezes ao dia e de muita água fresca.
Fase de reprodução
Antes da reprodução, o macho deve ser separado da fêmea, juntando-se somente na época
reprodutiva. O avestruz não é agressivo, mas tem consciência do seu território, por isso, nesta
época deve-se tomar muito cuidado com o manejo. Dados dão conta que a vida fértil dessa
ave gira em torno de 40 anos. Neste porte a área indicada é de 400 metros quadrados acima,
por ave. Para garantir a qualidade dos ovos, é aconselhado ministrar farinha de ostra ou
suplemento mineral.
Postura
Um macho pode acasalar duas fêmeas sem problemas. A média normal de postura gira em
INSTALAÇÃO E MANEJO
Anexos aos galpões há a necessidade de piquetes para exercício dos filhotes, fundamental
para o seu bom desenvolvimento.
Os seus predadores são lagartos, gaviões, cachorro do mato, raposa e outros que poderiam
pisar nos ninhos.
É muito importante o planejamento prévio das instalações e piquetes e também sua distribuição
dentro da área. Esta medida beneficia o manejo e a segurança sanitária do plantel.
Fornecer água e ração com volumoso duas vezes ao dia, recolher os ovos sempre à tarde, de
preferência das 15 horas às 18 horas. Nesse período estaríamos fornecendo ao mesmo tempo
a ração, e com a distração dos pais referente ao momento da alimentação, poderíamos retirar
com mais facilidade os ovos do ninho.
A idade para transporte deve ser acima dos 06 meses de idade. No transporte das aves deve
-se parar e verificar se as aves não se deitam durante o percurso, pois podem ocorrer fraturas
e mortes.
Reprodução
A tonalidade do macho é preta com a cauda e as pontas das asas brancas, enquanto que a
fêmea tem plumagem acinzentada.
Antes desta idade deve se fazer a sexagem, pressionando com delicadeza a cloaca da ave,
comumente feito quando as aves ainda são filhotes. Desta forma, identifica-se o sexo da
ave e faz-se o implante do microchip para leitura em scanners e o uso de anéis flexíveis de
identificação, classificando assim se é macho ou fêmea.
Com uma grande longevidade de produção de 35 a 40 anos, a ave vive até os 80 anos e há
exceções em que fêmeas podem produzir mais de 60 ovos por ano.
O falo, ou seja, o órgão reprodutor do avestruz, necessita ter de 25 cm em diante. Isso demostra
a maturidade da ave para fertilizar ao copularem.
O falo em forma de uma vírgula quando esticado chega a alcançar em média 50 cm de tamanho,
o sêmen escorre no centro do falo como uma calha, dai a importância do comprimento.
A inseminação artificial é possível, mas não se encontrou um modo correto para coleta do
sêmen, já que o macho se torna agressivo em fase de reprodução.
Para sabermos se o ovo foi galado, com um ovoscópio podemos verificar em 14 dias se o
embrião está vivo ou morto. Em caso de morte embrionária, deve-se retirar imediatamente o
ovo para não contaminar os outros na incubadora.
Os animais podem ser agrupados para acasalamento em colônias, em pares ou trios (duas
fêmeas e um macho), onde uma das fêmeas é dominante (o macho a escolhe). Há uma difícil
Contenção
As avestruzes podem ser presas usando um brete ou capturadas com uma vara curva,
semelhante a um cajado de pastor, com 4 cm de diâmetro e 3,0m de comprimento. O gancho
deve ter 6,25 cm de largura, de modo a se adaptar frouxamente em torno do pescoço da ave,
mas de forma que a cabeça não escape na hora da captura.
Utilizamos como meio de se afastar as aves um bastão em forma de “Y”, e para prender a
ave um outro bastão com a ponta em forma de um gancho, utilizando sempre no pescoço da
avestruz com cuidado para não forçá-lo, evitando fraturas que provocariam o sacrifício da ave.
Este manejo destina-se a aves mais ariscas de temperamento mais agressivo. A média nos
ensina que a cada 100 aves, encontramos de 1 a 2 desse tipo.
Na condução de aves mais mansas, podemos agarrar uma a uma segurando de lado e nas
asas. As asas são delicadas, portanto deve-se ter cuidados para não quebrá-las ao manipular
ou conduzir a ave. Utilizar uma manga com elástico na cor preta na cabeça da ave, isso a
acalma e ajuda para poder manejar tanto para vacinações como guiá-la para um transporte,
principalmente no momento de embarque e desembarque, utilizando veículos apropriados
para o transporte.
Alimentação
Como animais monogástricos herbívoros, possui um intestino delgado que tem o comprimento
de 16,0 metros. Na alimentação inicial dos filhotes, deve-se nos primeiros dez dias de vida
incentivar as aves a se exercitarem para consumir o saco vitelino e após esse período utilizar
ração já existente no mercado.
Nos primeiros 5 dias de vida não deve ser oferecido nenhum tipo de alimento, a não ser um
complexo vitamínico na água limpa e fresca, e após estes dias ir introduzindo junto à ração o
volumoso (verde) picado como a couve e o almeirão.
Aditivos para a formação da flora intestinal devem ser ministrados à base de poliprobióticos e
vitamínicos.
Como fonte de proteínas, encontramos os seguintes alimentos que devem ser fornecidos:
Farelo de Soja, Farelo de Algodão, Farelo de Peixe e Farelo de Trigo.
Não devem ser fornecidos alimentos à base de Ureia, Cama de Frangos, Farinha de Vísceras
e Farinha de Carne e Ossos.
Rações de frango e suínos não devem ser utilizadas, pois provocam deficiência e principalmente
deformações. Isso ocorre por ter o avestruz um metabolismo de alto índice hormonal. Para se
ter ideia de seu crescimento, o avestruz cresce em média 0,75 cm ao dia, o que pode ser
notado tirando-se medidas semanais.
A alfafa manejada de forma que se mantenha sempre à vontade deve ser fornecida em
pequenas doses, o mesmo ocorrendo com outras leguminosas.
Deve-se procurar implantar pastos que sejam de espécies rasteiras em formação vertical
abundante de brotos, Braquiária decumbens, mas com o pisoteio deve se fornecer o volumoso
Nas épocas de seca pode ser utilizada a silagem, mas deve-se evitar mudanças bruscas na
alimentação, pois isto pode estressar a ave, mudando o seu comportamento e fazendo-a se
amlmentar de tudo que poder comer, ocorrendo assim impactação do sistema digestivo, ou
seja, a obstrução do aparelho digestivo.
A ração deve ser fornecida junto com volumoso em uma proporção de 1% a 3% de peso vivo,
no caso dos filhotes deve-se utilizar o fornecimento 4 vezes ao dia diminuído para 2 vezes até
completar os 4 meses de idade. A alimentação dos filhotes vai depender do tipo de manejo e
qualidade do pasto nos piquetes, acrescida de ração balanceada com 19% de proteína.
A coprofagia, o ato de se alimentar de fezes, é um hábito das aves, não devemos deixar, portanto,
que os filhotes se alimentem das fezes das aves adultas, podendo ocorrer contaminação e
morte das aves.
O ninho tem de 1,5 m a 1,8 m de largura, com pedregulho no fundo, e sobre o pedregulho, areia
grossa. A coleta dos ovos deve ser feita cuidadosamente e com frequência, evitando assim
contaminação e danos físicos. Se a fêmea sair do ninho, a película de mucina que envolve o
ovo deve estar seca.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Já estabelecido o local e a etapa da criação que será desenvolvida, ao partir para a compra
das aves o produtor deve dar preferência às aves de origem conhecida, com ficha de
acompanhamento veterinário desde o seu nascimento e com histórico de matrizes poedeiras.
A partir de então, é importante atentar para pequenos detalhes, como tipo de arame utilizado
nos piquetes, tipo da pedra, tipo de comedouro, da forrageira. O principal é ter em mãos um
bom planejamento para não ter surpresas ou prejuízos, analisar o mercado e seus produtos, a
tecnologia de produção, e legalizar o criatório.
Como nas outras unidades, só preencha após uma boa leitura de todo nosso texto, pesquisa
nos sites recomendados e ter assistido aos vídeos, assim saberá realmente qual foi o seu
ganho de aprendizagem.
Não preencha voltando nos tópicos e apenas transferindo as respostas. Após concluídas as
atividades faça uma revisão dos tópicos abordados.
Mãos à obra!!!
Para saber mais sobre a criação de avestruz, acesse os links abaixo, de algumas entidades do setor:
<www.portaldoavestruz.com.br>.
<www.acab.org.br>.
<www.aviculturaindustrial.com.br>.
<www.abreonline.com.br>.
( ) O avestruz vem sendo utilizado para a produção de penas há mais de mil anos.
( ) Cerca de 50 mil a 120 mil avestruzes são abatidos anualmente na África do Sul para a
obtenção de carne, couro, produtos secundários e penas.
3. O avestruz é caracterizado como ave da fauna silvestre exótica e sua cria e recria é en-
carada como uma atividade de alto risco para o meio ambiente. Daí é preciso que, dentre
outras coisas, o produtor consiga uma licença ambiental junto ao IBAMA antes de iniciar o
seu negócio.
( ) Certo ( ) Errado
6. A raça mais criada no mundo, domesticada, de pequeno porte, dócil, produtiva e precoce,
com plumas bonitas e um couro com muitos folículos é a African Black.
( ) Certo ( ) Errado
Objetivos de Aprendizagem
Plano de Estudo
• Coeficientes Técnicos
• Custos
• Análise de Viabilidade
INTRODUÇÃO
Está acontecendo uma mudança de atitude por parte dos consumidores de alimentos,
existindo uma tendência principalmente nos países desenvolvidos, de que as preocupações
com a saúde e bem-estar em geral, incluindo receios ambientais, passem a ter cada vez mais
importância no processo de escolha dos consumidores.
É importante enfatizar que em uma cadeia produtiva organizada todos ganham com o processo,
guardando um equilíbrio entre os seus diversos elos e cada um deles cumprindo uma missão
específica.
Bom Estudo!
COEFICIENTES TÉCNICOS
A produção pode ser definida como o processo pelo qual um conjunto de fatores pode ser
transformado em um produto.
A tecnologia é um termo utilizado para englobar uma ampla variedade de mudanças nas
técnicas e métodos de produção.
Em outras palavras, uma boa tecnologia é aquela que resulta em processos de produção com
custos unitários menores.
Fonte: EMBRAPA
Fonte: EMBRAPA
Para produzir carne, leite ou outro produto do setor pecuário, é preciso ter como elementos
básicos o produtor, o clima, a propriedade com forragens, os animais, algumas instalações
funcionais e utensílios.
Primeira iniciativa – voltada para o que ocorre além da porteira. Diz respeito tanto a quem está
na atividade quanto para quem quer entrar na mesma. O produtor deve se informar sobre o que
precede a produção. Principalmente itens relacionados ao preço, disponibilidade e distância
de insumos e indústria.
Para ter maior controle sobre a atividade, vem evoluindo o uso de softwares agropecuários.
Qual deve ser a complexidade do controle de indicadores para administrar uma propriedade?
Produtor ou técnico, quem registra e usa mais frequentemente os dados e informações? Qual
o tamanho do mercado usuário ou potencial usuário de softwares agropecuários?
Sua análise mais profunda permite identificar os itens mais relevantes, os que deverão ser
prioritariamente trabalhados, os que perdem importância e os que tendem a aumentar sua
participação na composição geral.
(R$) (R$)
Produção e receita
Custo
Custos operacionais Unidade Quantidade Preço unitário total Custo %
Custos variáveis
41.026,6
Análise química Unidade 4,0 100,00 400,00 0,97
41.026,6
Subtotal 0 100,00
Custos fixos
14.400,0
Salário Salário 12 1.200,00 0
Custo do capital % 6,25 2.989,16
17.389,1
Subtotal 6
CUSTO T O T A L 58.415,76
Lucro/custo
Custo de implantação do projeto
Diante do fato da agricultura ter se tornado cada vez mais competitiva e com diminuição da
intervenção governamental no setor, o custo de produção transforma-se em um importante
instrumento do processo de decisão.
Entretanto, a maioria dos agricultores não faz controle de custos e despesas e nem análise de
custos e, nesse caso, não conhece as margens brutas, lucros e as relações custo/benefício.
Outro exemplo: para fins de estimativa orçamentária, adotou-se a seguinte composição para a
ração concentrada (que pode sofrer ajustes para conter de 17-18% de proteína bruta):
• Ureia: 0,2%.
• Calcário: 2,0%.
A tabela 17 mostra os custos dos insumos para produzir a ração concentrada. Usando valores
de mercado atual, chega-se ao preço final de R$ 0,47 / Kg.
Toda empresa, por menor que seja, precisa ter definidos quais são seus custos de produção,
como também os métodos de custeio para apropriação destes. Assim, pode-se definir a que
preço deve ser vendida a produção para obter lucro sobre os investimentos.
ANÁLISE DE VIABILIDADE
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Determinar a viabilidade de um negócio não garante que ele receberá financiamento ou que
será implementado – muitas outras coisas fora do seu controle podem dar errado – mas isto
irá preparar o terreno para que se apresente o negócio a pessoas sensatas que participem
técnica e financeiramente dele. O objetivo de uma análise de viabilidade é que você possa
demonstrar que partes do seu negócio podem ser colocadas juntas, de uma maneira adequada
o suficiente para apresentá-lo aos outros.
a) Taxa Interna de Retorno (TIR), que mede a rentabilidade média percentual do investimento.
b) Valor Presente Líquido (VPL), que mede a rentabilidade absoluta do projeto considerando
o fluxo de caixa descontado a uma taxa de juros alternativa.
c) Relação Benefício/Custo (B/C), que mede o retorno para cada unidade monetária investi-
da.
d) Método do Payback, que é um dos métodos mais simples e, talvez por isso, de utilização
muito difundida. Consiste, essencialmente, em determinar o número de períodos necessá-
rios para recuperar o capital investido. Tendo essa avaliação, a administração da empresa,
com base em seus padrões de tempo para recuperação do investimento, no tempo de vida
esperado do ativo, nos riscos associados e em sua posição financeira, decide pela aceita-
ção ou rejeição do projeto. A forma mais fácil de calculá-lo é simplesmente acumulando as
entradas e saídas e determinando o período em que houve a transição de um valor positivo
para negativo.
Cada um dos indicadores financeiros resulta em informações diferentes, que podem ser
utilizadas de maneira complementar. O VPL é um método que fornece uma boa noção do
montante que será obtido com o projeto, isto é, o valor que será captado, porém, ele não
permite uma comparação fácil com outros investimentos. Esse aspecto é grande vantagem da
informação obtida na TIR, que fornece um valor facilmente comparável. Mas existem projetos
que retornam um bom montante (VPL altamente positivo) e rentáveis (TIR acima da taxa de
atratividade), mas cujo período de retorno de investimento é longo, significando que a empresa
terá de amargar um bom período de prejuízo até a obtenção do lucro. Portanto, sugerimos o
cálculo desses três indicadores.
Usamos como exemplo os bovinos: a quantidade diária de volumoso necessária para alimentar
um bovino adulto é suficiente para alimentar 8 ovinos adultos.
Um ovino mestiço atinge 40 kg de peso vivo em apenas quatro meses; em um ano, onde se
cria 1 bovino, criam-se 24 ovinos; a ovinocultura é, em média, 4 a 5 vezes mais lucrativa que
a bovinocultura de corte. Se cada UA (unidade animal - equivale a um animal de 450 kg de
peso vivo) equivale a 8 ou 10 ovelhas, quando morrer uma vaca, equivale a morte de 100% do
capital, se morrer uma ovelha, perdeu-se apenas 10% do rebanho.
Um bovino com quatro anos pesa em torno de 400 kg, enquanto na mesma área e no mesmo
período são produzidos 96 ovinos que pesam 3,840 kg (96 cabeças X 40 kg).
Um boi bebe 80 litros de água por dia. Em um mês, bebe 2.400 litros de água, consumo este
suficiente para o consumo de 80 ovinos no mesmo período.
Em geral, os ovinos são criados e engordados com alimentos à base de pastagens cultivadas
ou nativas melhoradas, enquanto os bovinos exigem, além das pastagens, alimentação
suplementar à base de concentrados.
Em 15 meses tem-se a produção de 1 bezerro que será vendido aos 30/36 meses, com o peso
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta escolha não deve ser baseada apenas na avaliação de uma técnica em relação à outra;
ela também deve levar em conta características inerentes ao empreendedor, tais como o local
em que se encontra (ou onde deseja se instalar), os mercados que pretende atender, seu
histórico de vida e a cadeia produtiva como um todo.
A seguir você tem a atividade de autoestudo desta unidade, não deixe de fazê-la!!!
Como nas anteriores, só preencha após uma boa leitura de todo nosso texto, pesquisa nos
sites recomendados e ter assistido aos vídeos, assim saberá realmente qual foi o seu ganho
de aprendizagem.
Não preencha voltando nos tópicos e apenas transferindo as respostas. Após concluídas as
atividades faça uma revisão dos tópicos abordados.
Mãos à obra!!!
( ) Uma boa tecnologia é aquela que resulta em processos de produção com custos uni-
tários menores.
( ) A tecnologia é um termo utilizado para englobar uma ampla variedade de mudanças nas
técnicas e métodos de produção.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
a) Financeira e Legal.
b) Ambiental e Política
c) Social e Econômica.
d) Política e Financeira.
e) Todas as alternativas.
( ) Certo ( ) Errado
De acordo com estudos realizados pelo SEBRAE, estima-se que aproximadamente 80% de todos os
novos negócios no Brasil fracassam nos primeiros dois anos, e muitos não chegam a completar um
ano de funcionamento.
O sucesso de um negócio está na boa administração, que é a capacidade de entendes, dirigir e con-
trolar o empreendimento. Aqui vão algumas condições para esse sucesso:
• Ser objetivo: não há lugar para ilusão quando se cria um negócio.
• Manter tudo simples e focalizado: concentre-se e use seus recursos onde o impacto e os lucros
forem maiores.
• Determinar como atingir e vender no mercado.
• Nunca fi car sem disponibilidade de caixa.
Quanto ao papel econômico, os pequenos negócios colaboram para o bem-estar econômico da na-
ção, gerando uma parte do total dos bens e serviços. Também possuem algumas qualidades que
oferecem contribuições excepcionais, na medida em que:
• Oferecem muitas oportunidades de emprego para uma população e uma economia em cresci-
mento.
• Introduzem inovações: a inovação estimula a produtividade, fornecendo melhores produtos e
métodos de produção.
• Estimulam a competição: como concorrentes econômicos, promovem um efeito saudável ao sis-
tema capitalista.
Olá, novamente!
Espero que sim, pois eu dei o melhor de mim e gostei muito de estar aqui do outro lado, à
distância, escrevendo esse material para você, meu(minha) aluno(a) de Agronegócio. Porém,
não se acanhe em colaborar para melhorá-lo, com certeza juntos no final teremos um material
muito melhor.
Já estabelecidos o local e o tipo de criação que será desenvolvida, ao partir para a compra
dos animais deve se dar preferência aos de origem conhecida, com ficha de acompanhamento
veterinário desde o seu nascimento e com histórico de produção. A partir de então, é importante
atentar para pequenos detalhes, como tipo de instalações necessárias. O principal é ter em
mãos um bom planejamento para não ter surpresas ou prejuízos, analisar o mercado e seus
produtos, a tecnologia de produção, e seguir a legislação específica para cada caso.
Além disso, aprendemos que é imprescindível que a decisão por uma ou por outra técnica leve
em conta o mercado que se pretende atender, e que é necessário intensificar os trabalhos
de repasse de conhecimento relativo a aspectos legais, mercado, gestão e produção, seja
qual for o empreendimento, ampliando as possibilidades e dando condições para que os
micros, pequenos e médios empreendedores se insiram na atividade com um nível maior de
sustentabilidade econômica.
Vimos também que é necessário que haja fortalecimento das cadeias produtivas, com base
no estabelecimento de uma política nacional para o setor que possibilite o desenvolvimento
de polos de produção e processamento dos produtos, fazendo com que todos os elos, tais
Além daqueles, você também encontrará outros que separamos no final de cada unidade,
naqueles links de Saiba Mais.
Como eu havia lhe falado, no final das unidades foi proposto a você que resolvesse algumas
atividades de autoestudo, elas servem para fixar o conteúdo discutido naquela unidade. Para
que você não fique sem a resposta, segue abaixo o gabarito de todas as atividades propostas:
1 V, F, V V, F, V V, F, F V, V, V V, V, F
2 5, 3, 4, 2,1 3, 1, 1, 4, 3, 4, 3, 1, 4, 2 2, 3, 4, 1 Certo
2, 4
3 Certo Errado Certo Certo Certo
4 2,1, 4, 3 3, 1, 4, 2 2, 4, 1, 3 2, 4, 1, 3 2, 3,1
5 B E C A E
Bom, vou terminando por aqui essa etapa do seu estudo, espero sinceramente que você tenha
gostado desta disciplina e da metodologia utilizada. É sempre interessante aprender a respeito
Nos vemos em uma próxima oportunidade e saiba que estarei sempre à disposição.
Caso queira encaminhar alguma sugestão ou crítica, pode encaminhar ao meu endereço
eletrônico (e-mail): <jose.righetti@cesumar.br>.
Um grande abraço,
__________. 2010.
__________. 2011.
GIANNONI, M. L. Emas & Avestruzes. Uma alternativa para o produtor rural. Jaboticabal-
SP: FUNEP, 1996.
IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). DIFAP
MARTINS, E. C. A carne caprina na globalização. Revista O Berro, v. 53, 2002, pp. 11-16.
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RIBEIRO, FILHO, Alcides Teixeira. Piscicultura ao alcance de todos. São Paulo: Editora
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SIF. Serviço de Inspeção Sanitária Federal. Quantidade de abate estadual por ano e
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VALENTI, Wagner Cotroni; POLI, Carlos Rogério et al. Aquicultura no Brasil: Bases para o
Desenvolvimento Sustentável. Brasília: CNPq / Ministério da Ciência e Tecnologia, 2000.
VIEIRA, M. J. Criação de cabras: técnica prática lucrativa. São Paulo: Edição do Autor, 1995.
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