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Fichamento Aula 05 - KOSIK - Pseudoconcreticidade
Fichamento Aula 05 - KOSIK - Pseudoconcreticidade
- Falta concreticidade
- Dialética é movimento.
Por este motivo Marx pôde escrever que aqueles que efetivamente determinam
as condições sociais se sentem à vontade, qual peixe n' água, no mundo das
formas fenomênicas desligadas da sua conexão interna e absolutamente
incompreensíveis em tal isolamento. Naquilo que é intimamente contraditório,
nada vêem de misterioso; e seu julgamento não se escandaliza nem um pouco
diante da inversão do racional e irracional. (KOSIK, 1969, p. 10)
O mundo fenomênico tem a sua estrutura, uma ordem própria, uma legalidade
própria que pode ser revelada e descrita. Mas a estrutura deste mundo
fenomênico ainda não capta a relação entre o mundo fenomênico e a essência.
Se a essência não se manifestasse absolutamente no mundo fenomênico, o
mundo da realidade se distinguiria radical e essencialmente do mundo do
fenômeno: em tal caso o mundo da realidade seria para o homem "o outro
mundo" (platonismo, cristianismo), e o único mundo ao alcance do homem
seria o mundo dos fenômenos. (KOSIK, 1969, p. 12)
A praxis utilitária cotidiana cria "o pensamento comum" - em que são captados
tanto a familiaridade com as coisas e o aspecto superficial das coisas quanto a
técnica de tratamento das coisas - como forma de seu movimento e de sua
existência. O pensamento comum é a forma ideológica do agir humano de
todos os dias. (KOSIK, 1969, p. 15)
A representação da coisa não constitui uma qualidade natural da coisa e da
realidade: é a projeção, na consciência do sujeito, de determinadas condições
históricas petrificadas. (KOSIK, 1969, p. 15)
O mundo real não é, portanto, um mundo de objetos "reais" fixados, que sob o
seu aspecto fetichizando levem uma existência transcendente como uma
variante naturallsticamente entendida das idéias platônicas; ao invés, é um
mundo em que as coisas, as relações e os significados são considerados como
produtos do homem social, e o próprio homem se revela como sujeito real do
mundo social. (KOSIK, 1969, p. 18)
O indivíduo não é apenas aquilo que ele próprio crê nem o que o mundo crê; é
também algo mais: é parte de uma conexão em que ele desempenha um papel
objetivo, supra-individual, do qual não se dá conta necessariamente. (KOSIK,
1969, p. 60)
A COTIDIANIDADE E A HISTÓRIA
A vida cotidiana é antes de tudo organização, dia a dia, da vida individual dos
homens; a repetição de suas ações vitais é fixada na repetição de cada dia, na
distribuição do tempo em cada dia. A vida de cada dia é divisão do tempo e é
ritmo em que se escoa a história individual de cada um. (KOSIK, 1969, p. 69)
A vida de cada dia tem a sua própria experiência, a própria sabedoria, o próprio
horizonte, as próprias previsões, as repetições, mas também as exceções; os
dias comuns, mas também os dias feriados. A vida de cada dia não é, assim,
entendida como oposição ao que sai da norma, aos feriados, à
excepcionalidade ou à História: a hipóstase da vida de cada dia como
banalidade em oposição à História, como exceção, já constitui o resultado de
uma certa mistificação. (KOSIK, 1969, p. 69)