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BRINQUEDOTECA

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SUMÁRIO

BRINQUEDOTECA ........................................................................................................ 2

1- REVISITANDO A CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA BRINQUEDOTECA ........... 2

2 CONCEITUANDO A BRINQUEDOTECA ................................................................ 5

3- CONCEPÇÕES E OBJETIVOS EDUCACIONAIS ATUAIS SOBRE A


BRINQUEDOTECA ...................................................................................................... 10

4- A IMPORTÂNCIA DA BRINQUEDOTECA NA INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL


COMO ESPAÇO MEDIADOR DE APRENDIZAGENS ............................................. 14

5 O ESPAÇO LÚDICO DA BRINQUEDOTECA: TIPOS, ORGANIZAÇÃO E O


ACERVO DE BRINQUEDOS....................................................................................... 16

6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICO .................................................................. 20

6.1 O Método .................................................................................................................. 20

6.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................................. 21

TECENDO CONSIDERAÇÕES ................................................................................... 27

REFERÊNCIA ............................................................................................................... 31

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BRINQUEDOTECA

Ressaltamos então, a importância da brinquedoteca no meio educacional como


espaço que propicia diversos estímulos e desenvolve aspectos sociais, culturais,
cognitivos, físicos e emocionais num momento tão decisivo como a infância, pois é nesta
fase que ocorre o desenvolvimento harmonioso e consciente do educando, o que permite
ampliar suas habilidades e capacidades de forma global.
Ao longo deste estudo, serão abordadas teorias sobre:
1 - Revisitando a construção histórica da Brinquedoteca, com descrições sobre sua
origem e evolução;
2 - Conceituando a Brinquedoteca, denotando sobre os conceitos elaborados
cientificamente e citados por diversos autores;
3 - Concepções e objetivos educacionais atuais sobre a Brinquedoteca, com
descrição sobre as teorias, concepções e objetivos deste espaço escolar na atualidade;
4 - A importância da Brinquedoteca na instituição educacional como espaço
mediador de aprendizagens, com citações relevantes sobre o brincar de forma espontânea
no espaço escolar para melhorias na aprendizagem dos educandos; 5 ? O espaço lúdico
da Brinquedoteca: tipos, organização e o acervo de brinquedos é relatado sobre seu espaço
lúdico, os elementos que a compõe, a maneira em dispor estes materiais preciosos à
infância, para atender a necessidades de todos que visitam uma Brinquedoteca.

1- REVISITANDO A CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA BRINQUEDOTECA

A discussão sobre a importância do brincar para a criança tem uma longa história
descrita por muitos estudiosos e pensadores do meio educacional. O brincar sofreu
transformações no processo histórico desde o seu reconhecimento como elemento
importante para a formação do ser humano.
Em 1959, a importância do brincar foi reconhecido mundialmente, conforme
descrito no Princípio 7º da Declaração Universal dos Direitos da Criança, (1959 s/p.) cujo
texto diz, "A criança deve ter plena oportunidade para brincar e para se dedicar a
atividades recreativas, que devem ser orientadas para os mesmos objetivos da educação;
a sociedade e as autoridades públicas deverão esforçar-se por promover o gozo destes
direitos".
Em decorrência da valorização do brinquedo e do brincar, bem como, a sua
relevância à educação, principalmente na infância, surge a Brinquedoteca, com o
propósito inicial de empréstimo de brinquedos e a criação de espaços destinados à

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exploração lúdica. Passou a ser conhecida e propagou-se pela Europa a partir dos anos
60. No Brasil, este espaço lúdico originou-se nos anos 80, com a adoção do brincar em
muitas instituições educacionais nas atividades de docência.
A história relata que a Brinquedoteca surge com várias denominações como: Toy-
Library (biblioteca de brinquedo), na Inglaterra; Ludothéque, na França; Lekoteks na
Suécia; no Brasil Brinquedoteca ou Ludoteca, sob influências portuguesas que se
instalaram em diversos pontos do mundo.
Mas, a primeira intenção de Brinquedoteca surgiu em 1934, em Los Angeles,
Estados Unidos da América (E.U.A.) num momento de crise econômica. Com o objetivo
de solucionar problemas causados por frequentes roubos em sua loja de brinquedos, o
proprietário relatou ao diretor da instituição de ensino municipal sobre os desvios de
comportamentos dos alunos daquela instituição no seu estabelecimento comercial. Foi
então que o diretor da escola, partindo de um problema constatou que os acontecimentos
desta natureza (roubos) eram decorrentes devido à escassez de brinquedos às crianças que
lá estudavam. Desta forma, o diretor da instituição criou a primeira intenção de
Brinquedoteca, dispondo aos alunos, neste espaço, brinquedos variados onde as mesmas
poderiam explorá-los in loco.
Conforme Friedmmann (1998, p. 174) "ainda existe, em Los Angeles (E.U.A) a
brinquedoteca chamada de 'Toy Loan' ou 'Toy Libraries', com propósito apenas de
emprestar brinquedos, caracterizado como recurso comunitário".
A expansão deste serviço ocorreu com mais intensidade na década de 1960, com
disseminação para a Europa em países como: Suécia, Inglaterra, Bélgica e França, mas,
com propósitos ligados à orientação e empréstimo de brinquedos aos pais de crianças com
deficiências, para estimular, no âmbito domiciliar, à aprendizagem por meio do brincar,
evidenciando-se assim, o surgimento de outras funções da Brinquedoteca: a educacional
e a terapêutica.
Na Suécia, em 1963 conforme Noffs (2001, p. 163) descreve, "duas professoras
que tinham filhos deficientes fundaram, neste país, a primeira Lekotec (Ludoteca em
sueco)", com intenção de empréstimo e orientação ao uso de brinquedos às famílias que
possuíam pessoas com deficiência.
Ainda Noffs (op. cit.), as Lekoteks tinha como legado "a criança aprende
brincando, mas com brinquedos que atendessem suas necessidades reais". O mediador do
ambiente orientava os visitantes ao uso contínuo dos brinquedos em seus lares, em
continuidade à estimulação iniciada na Brinquedoteca, verificando-se então, o estímulo

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educativo dos visitantes, mas também, o trabalho clínico, já que as consultas eram
marcadas antecipadamente e de forma individual.
Na Inglaterra, se propôs a biblioteca de brinquedos - Toy libraries ? com propósito
de emprestar os brinquedos para levar à casa. Em outros países da Europa como Suíça,
Bélgica, França e Itália denominaram o espaço lúdico de Ludotecas, com empréstimo
para uso local ou domiciliar.
A expansão e o reconhecimento da importância do brincar e do brinquedo para o
desenvolvimento na infância foram tão profundos, que em 1976, realizou-se em Londres
o primeiro Congresso sobre o trabalho iniciado com o empréstimo de brinquedos.
Anos depois, 1981, ocorreu o II Congresso de Brinquedotecas em Estocolmo, na
Suécia; em 1987 - Congresso Internacional de Toy Libraries no Canadá; em 1990, V
Congresso Internacional de Brinquedotecas em Turim, Itália e por fim, 1993, Encontro
Mundial sobre o brincar na Austrália.
A consolidação do trabalho tornava-se cada dia mais intenso e expansivo, com a
existência de questionamentos sobre a real função e denominação dos termos empregados
na época como o nome Toy Libraries, visto que, muitos dos objetivos já haviam adquirido
outras funções, tais como: apoio às famílias, orientação educacional, estímulo à
socialização e resgate da cultura lúdica.
A intenção concretizou-se com a criação da Associação Internacional de
Brinquedotecas - Toy Libraries de Brinquedotecas (Toy Libraries Association), que
envolvem muitos países e continentes do mundo todo.
No Brasil, em 1971, realizou-se no Centro de Habilitação da Associação de Pais
e Amigos dos Excepcionais (APAE), em São Paulo, uma exposição de brinquedos
pedagógicos, direcionados aos pais de crianças ditas excepcionais, aos profissionais e aos
estudantes. A adesão ao projeto tomou proporções tão significativas que a APAE criou
um Setor de Recursos Pedagógicos para atender o público, ou seja, instituiu uma ludoteca
nesta instituição, que objetivava a circulação de brinquedos entre as crianças. Percebe-se
então nesta, que a brinquedoteca surgiu com objetivos educacionais e terapêuticos, que
obtinha o apoio tanto do setor público, como privado para o funcionamento e atendimento
às crianças que visitavam o espaço educacional. Após a implantação, em 1973, a APAE
adotou o Sistema de Rodízio de Brinquedos e Materiais Pedagógicos, os brinquedos
foram centralizados com maximização no uso de todos os recursos existentes.
Conforme Ramalho (2000, p. 76), na Escola Indianápolis, em São Paulo, "foi
instituída a primeira brinquedoteca brasileira, com propósitos voltados ao ato de brincar,

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com empréstimos de brinquedos e orientação direcionada à criança, com assistência
direta".
Em 1984, foi fundada a entidade Associação Brasileira de Brinquedoteca (ABBri)
por Nylce Helena da Silva Cunha, sem fins lucrativos, com o objetivo de assessorar as
pessoas e as instituições que visavam implantar Brinquedotecas, estabelecer parcerias,
incentivar e promover o desenvolvimento de estudos relacionados à área, com oferta de
cursos preparatórios para formar os mediadores deste local, o Brinquedista.
Após a criação da ABBri, houve expansão de Brinquedotecas por todo Brasil,
mas, foi em São Bernardo do Campo ? SP, que implantou-se a primeira Brinquedoteca
pública. Segundo os apontamentos feitos por Ramalho (2000, p. 76), no Brasil, existem
cerca de "180 brinquedotecas inscritas, desde 2005, em diferentes regiões do país, com
variados objetivos e características".
Desde então, diante de diferentes propósitos e características, as Brinquedotecas
aperfeiçoaram e cresceram, com obtenção do reconhecimento e sua relevância à
educação, que a torna um agente provocador de mudança no trato educacional, com
inovações no atendimento à população, mais precisamente à criança.
Percebe-se que, sua expansão foi intensa, mutável e constante, tanto nas
instituições públicas como nas privadas, seja de cunho preventivo ou terapêutico. Mas, o
mais importante na atualidade, é que este local exerça sua real função, como ressalta
Ramalho (2000, p. 76) descrevendo sobre a Brinquedoteca como, "local de estímulos para
brincar livremente, por algumas horas do dia", e assim, com possibilidades de
aprendizagens por meio do brincar na infância e concretizar-se como espaço de atividades
lúdicas presente em ambientes escolares, geralmente direcionadas ao público infantil, já
que a brincadeira é inerente ao ser humano.
Em síntese, a Brinquedoteca no meio escolar faz-se respeitar as necessidades
afetivas, amenizar a rigidez de métodos tradicionais de ensino que ainda permeiam no
sistema de ensino do Brasil, possibilitando o direito de ser criança e aperfeiçoar suas
habilidades e aprimoramento de suas capacidades autonômicas, criativas e
compensadora das defasagens sócio-culturais.

2 CONCEITUANDO A BRINQUEDOTECA

"A brinquedoteca pode existir até sem brinquedos, desde que outros estímulos às
atividades lúdicas sejam proporcionados. (CUNHA 2001)".

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As sucessivas reformas educacionais e a imposição de políticas públicas
descontextualizadas da realidade escolar depreciaram importantes áreas de conhecimento
de forma incisiva na formação do ser humano, havendo uma desumanização do ambiente
educativo, da escola e das estruturas educacionais do nosso país. E assim, o brincar sofreu
consideráveis degradações, sendo conceituado como algo inútil, carregado de
preconceitos impostos pela sociedade capitalista.
Apesar dos avanços tecnológicos e a modernidade, a educação ainda não superou
a mecanização do saber, com incentivo à segregação do trabalho e competição acirrada
para atender a demanda econômica e capitalista do mercado, em detrimento da formação
humana para o mundo do trabalho. Com isso, os indivíduos configuraram-se em servidão
voluntária, mecanizada, culminando na exclusão da formação lúdica, do brincar, do
divertimento, da imaginação, que são imprescindíveis para a saúde física, emocional e
intelectual das pessoas.
Para confirmar este ponto de vista, Puga e Silva (2008, p. 5) discursam que houve
retrocessos em função das mudanças no âmbito da tecnologia e do social e estas
comprometeram os locais, o tempo e os brinquedos, e "[...] as crianças perderam o espaço
e a segurança das ruas e calçadas, com isso, perderam também parte da liberdade na
escolha das suas brincadeiras e companheiros". Isto piora com os inchaços das cidades,
com apartamentos pequenos que impedem as interações, e com a modernidade. As
crianças são impedidas dos momentos e tempos às brincadeiras, devido às inúmeras
responsabilidades caracterizadas ser mais importantes como: cursos de informática,
línguas, música, etc.
Puga e Silva (op cit) acentuam que "as instituições escolares são fotografias destas
mudanças de valores", pois, valorizam uma formação que prioriza somente conteúdos
sistematizados para preparação à transposição dos obstáculos competitivos e
classificatórios determinantes e condicionantes do mercado de trabalho, em detrimento
da formação humana para o mundo. Um bom exemplo é o vestibular.
E a resultante disto, é a desconsideração das brincadeiras como parte do processo
de aprendizagem, deixando a ludicidade à margem do processo de formação do ser
humano, alegando que os conteúdos sistematizados são mais produtivos. Este
pensamento compromete o bem estar da sociedade e da família, restringindo o espaço
para as crianças brincarem com autonomia, sendo estas as mais prejudicadas, com
esforços e tempo destinados a aprendizagens de ofícios confinados ao ambiente escolar.

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Questionamos então: se a criança não tem espaço e tempo para brincar, para o
lazer, nem na escola, nem em casa ou em outros espaços, onde irão exercitar a ludicidade
que é tão importante ao seu desenvolvimento?
Caneiro (2008, p. 1) descreve que, "as brincadeiras voltam-se para o
individualismo e a competitividade, o uso dos brinquedos eletrônicos, a televisão
passaram a disputar a atenção das crianças", acarretando problemas de sociabilização,
integração e interação entre as pessoas, e principalmente entre as crianças.
Destaca-se então, a importância em resgatar a real função social da escola
enquanto espaço ressignificador do lúdico para humanização da criança, permitindo na
infância, o contato com as brincadeiras e brinquedos, de maneira prazerosa, em
recompensa a si mesma pelo prazer na prática da ludicidade.
Em consonância a este raciocínio, Resende e Fonseca (2009); Puga e Silva (2008)
defendem que a materialização da Brinquedoteca numa idéia de espaço para o brincar,
numa realidade concreta e organizada, local este que respeita e considera a infância sem
favorecer a competitividade e cobranças excessivas. Obtêm-se neste, contato com
diversos objetos, o direito de escolhas de como e o que fazer, estimulando o criar e o
recriar as situações. E ainda as autoras denotam a necessidade do "resgate coletivo dos
valores deixados para trás, dos brinquedos tradicionais, autênticos, simples, mas infinitas
possibilidades de brincar e sonhar, com bolas de gude, pipas de papel seda, carrinhos de
madeira, cavalinho de pau, etc."
Corroborando com estas ideias, a Deputada Luiza Erundina, que discursou no
Seminário Nacional sobre Brinquedoteca: A Importância do Brinquedo na Saúde e na
Educação (2005, p. 13), destacou que,
[...] toda criança merece brincar e tem a necessidade de fazê-lo. Mas, este direito
está comprometido, porque as crianças estão absorvendo compromissos que não condiz
com suas idades, pois precisam trabalhar e estudar, conseguir notas altas, ou ainda, são
vistas como adultos em miniaturas, enfim, a infância foi anulada.
Consequentemente, as crianças têm sua infância roubada pelas intenções dos
adultos, sem espaço e tempo para as brincadeiras pertinentes a sua fase, ao seu verdadeiro
papel: o de ser criança.
Pode-se dizer que a Brinquedoteca é um espaço que permite na
contemporaneidade, o resgate em vivenciar o lúdico esquecido pelas pessoas, e negado
às crianças. Mas, acima de tudo como destaca Cunha (2001, p. 16), ela tem a função de
"fazer as crianças felizes, este é o objetivo mais importante".

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A Brinquedoteca favorece o cultivo da brincadeira, de forma livre, para as pessoas
em qualquer fase da vida, como destaca Almeida e Casarin (2002, p. 2), a Brinquedoteca
na escola, "é um espaço que permite o brincar livremente, com todo o estímulo à
manifestação de suas potencialidades e necessidades lúdicas, com muitos jogos variados
e diversos materiais que permitem a expressão da criatividade".
Desse modo, este espaço de aprendizagem permite à construção da identidade,
autonomia e das diferentes linguagens do educando. Para concretizar o pensamento,
Cunha (2001, p. 17) descreve que a Brinquedoteca é "responsável por mediar à construção
do saber, em situações de prazer, com gosto de aventura, na busca pelo conhecimento
espontâneo e prazeroso", e ainda, incentiva extravasar sentimentos, conhecimentos e
emoções.
Sua presença no ambiente educacional não deveria ser uma alternativa, ou apenas
uma opção a ser utilizada, mas sim, um espaço obrigatório nas escolas, em qualquer nível
de ensino, pois deste modo favoreceria todos os envolvidos no processo de aprendizagem,
já que brincar é direito do ser humano. Deste modo, deveria ser defendida e implantada
pelas políticas públicas deste país.
No Seminário Nacional sobre Brinquedotecas denominado: "A Importância do
Brinquedo na Saúde e na Educação, realizado em 10 de agosto de 2005, sob a
coordenação da Comissão Legislativa Participativa da Câmara dos Deputados, foram
discutidas questões relativas à infância e a necessidade da presença da brinquedoteca em
locais públicos. Este Seminário concluiu que esta meta deve ser o objetivo prioritário a
ser defendido pelos governantes da esfera pública (municipais, estaduais e federais)". Os
participantes salientam ainda, a importância de rever o ato natural e espontâneo no
brincar, pois o processo industrial, o estímulo ao consumo em massa de brinquedos
ocasionou uma distorção da ludicidade, o que resultou na extinção de sua prática, inibindo
assim, as possibilidades e potencialidades no desenvolvimento do ser, criança, sua
naturalidade e sua fase de libertação. (Câmara dos Deputados, BRASIL, 2005).
Tendo em vista a importância da Brinquedoteca como espaço lúdico, ao tratar o
brincar de forma séria, e não supérflua, os Deputados da Câmara ? Parlamento Brasileiro
e os estudiosos palestrantes (2005, p. 10) ressaltam que,
[...] o brincar é um direito da criança, na brincadeira ela constrói, se elabora e se
forma. Os valores pedagógicos, psicológicos e terapêuticos adquiridos pelas crianças
mediante a vivência com o lúdico são incontestáveis, principalmente quando se sabe que

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o envolvimento com os brinquedos criativos é um bom investimento da sociedade em
termos de política educacional e de saúde pública.
Noffs (2001, p. 160) conceitua a Brinquedoteca como,
[...] espaço onde a criança, utilizando o lúdico, constrói suas próprias
aprendizagens, desenvolvendo-se num ambiente acolhedor, natural e que funciona como
fonte de estímulos, para o desenvolvimento de suas capacidades estéticas e criativas,
favorecendo ainda sua curiosidade.
Não sendo diferente, Cunha (1992, p. 38) define a Brinquedoteca como "esforço
de salvaguardar a infância, nutrindo-a com elementos indispensáveis ao crescimento
saudável da alma e da inteligência da criança", com respeito ao ser humano, seguindo
uma filosofia educacional que potencialize sua existência.
Por este motivo, o espaço lúdico propicia momentos de exploração, de
sentimentos, experimentações, imaginações e construção de normas, objetivando a
resolução de conflitos que acometem através das brincadeiras.
Diante da diversidade de propostas e objetivos que não limita-se a si mesmos,
sendo flexíveis e regidos pelo interesse da realidade que está inserida, Bezerra (2006,
p.1); Puga e Silva (2008, p.3) elenca alguns dos objetivos no espaço Brinquedoteca:
[...] proporcionar um espaço lúdico, valorizando o ato de brincar de forma
espontânea; resgatar o espaço e o tempo de brincar; possibilitar o acesso a brinquedos;
orientar sobre a adequação e utilização dos brinquedos; desenvolver hábitos de
responsabilidade; resgatar brincadeiras, incentivando sua valorização como atividade
geradora de desenvolvimento intelectual, emocional e social; propiciar a construção de
conhecimentos; estimular o desenvolvimento da concentração e atenção; oportunizar a
expansão de habilidades e potencialidades; desenvolver a criatividade, a sociabilidade e
a sensibilidade; incentivar a autonomia e o sentimento de auto-estima; repassar aos
professores e às famílias informações sobre conhecimentos a respeito da importância do
brincar e sobre o desenvolvimento do aluno na brinquedoteca.
Além de todos os objetivos delineados, Caneiro (2006, p. 2) reforça dizendo que,
a "brinquedoteca prepara o espaço do 'faz-de-conta' para que seu ambiente seja
impregnado de criatividade, de manifestações de afeto e de apreciação pela infância, a tal
ponto que a criança se sinta esperada e bem-vinda".
Ao distorcer o real significado deste espaço, corrompe-se a formação humana na
infância, que reduz o saber à reprodução de saberes impostos pelos adultos, sem
expressões de vida própria das crianças.

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De forma mais fundamentada, a Deputada Luiza Erundina (2005, p. 15) durante o
Seminário Nacional sobre Brinquedoteca sustenta que, "a brinquedoteca além de muitos
brinquedos, também proporciona muitas vivências e aprendizagens sob vários aspectos
que as enriquecem o tempo todo", e permite a valorização das emoções e da sensibilidade,
sem condições ou perspectivas predefinidas. Dando continuidade as suas declarações,
Luiza Erundina (2005, p. 16) reforça o conceito de Brinquedoteca como, "espaço
destinado para oportunização do brincar livre e espontâneo, oportunizando momentos de
agir sem a espera de resultados; diz-se que esta é símbolo de uma nova postura de
existências, que rompe paradigmas".
Não diferente, Kishimoto (1999 apud Souza 2008, s/p) definiu a Brinquedoteca
em inauguração do Museu do Brinquedo da Universidade Federal de Santa Catarina
como, "espaço de animação sociocultural que é encarregado da transmissão da cultura
infantil como também pelo desenvolvimento da socialização, integração social e
construções das representações infantis".
Vale lembrar, por mais que a Brinquedoteca seja um local ideal para trabalhar o
lúdico de forma saudável e prazerosa, esta não cumprirá sua real função se não houver a
"alma de poeta e educador" e presença de um intermediário, o "brinquedista", que atua
mediando às situações e ações lúdicas com a criança, como defende Noffs (2001, p. 173),
[...] a brinquedoteca é um espaço onde o conhecimento a ser adquirido tem
possibilidade de ser trabalhado em suas significações e o conhecimento já adquirido tem
a possibilidade de ser ressignificado, permitindo dessa forma o desenvolvimento integral,
harmonioso e a aprendizagem infinita da criança, sob a mediação do profissional deste
espaço, o educador-brinquedista.
Em suma, compreendemos a Brinquedoteca como espaço à estimulação de
pessoas das mais diversas faixas etárias. Local que oferta diversos brinquedos num
ambiente propício à ludicidade, com liberdade, sentido, ou seja, um mundo de fantasia,
que estimula o imaginário dos usuários, que leva-os a viver de forma prazerosa e
saudável. Por conseguinte, consideramos que também se aprende.

3- CONCEPÇÕES E OBJETIVOS EDUCACIONAIS ATUAIS SOBRE A


BRINQUEDOTECA

"Brinquedoteca, espaço criado para favorecer a brincadeira.


(CUNHA, 2001)".

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Nos últimos anos, a tecnologia e a ciência obtiveram avanços significativos sob
todos os âmbitos, refletidos na sociedade atual. Mas, no que tange à infância e o
desenvolvimento da criança, houve progressos e regressos.
O brincar, por exemplo, faz parte e interfere no desenvolvimento das crianças, e
progressivamente, estudiosos da área da Psicologia, da Pedagogia e outras ciências,
reconheceram a relevância do brincar para o desenvolvimento global das crianças.
Todavia, ocorreram regressos quanto ao espaço, tempo, objetos, condições de segurança,
de liberdade e o convívio social que comprometeram as brincadeiras na fase infantil
devido ao surgimento da modernidade e avanços tecnológicos.
A sobrecarga de funções na infância consolida precocemente a maturação dos
"pequeninos", devido ao acúmulo de responsabilidades geradas pelos pais e sociedade,
elegendo prioridades consideradas por eles mais importantes que o brincar, como:
informática, aulas de línguas, cursos de músicas, entre outros. Não desmerecendo os
benefícios destas atividades citadas, mas, não permitir um momento de sua vida cotidiana
para brincadeiras lúdicas na infância impede a liberação de energias acumuladas e
tensões, que levam as crianças a apresentar problemas de saúde relacionados ao estresse
por sobrecarga de tarefas.
Em vista disso, Puga e Silva (2008, p. 5) explicam que, aceleradamente, "nas
últimas décadas o avanço tecnológico e científico decorreram transformações importantes
na sociedade". Isto acentua se considerarmos as pesquisas realizadas que conscientizaram
os educadores da importância do brincar ao desenvolvimento integral das crianças e a
qualidade e segurança dos brinquedos.
No entanto, as escolas também acabaram seguindo as transformações e
imposições da sociedade e permitem que as brincadeiras fiquem no esquecimento ou
sejam vistas como "perda de tempo", substituindo-as por atividades diretivas,
consideradas mais produtivas.
Mas, as ideologias educacionais atuais, de acordo com Puga e Silva (2008, p. 1)
mostram que,
[...] iniciativas buscam resgatar os brinquedos e o brincar no seu sentido mais
amplo, que são as brinquedotecas, estrutura física e social que tem como principal
objetivo a promoção do desenvolvimento de atividades lúdicas e o empréstimo de
brinquedos e materiais de jogo..
Cabe então, uma reflexão dos educadores na atualidade, sobre o resgate da
Brinquedoteca enquanto lugar da criança para a brincadeira, exercida com liberdade e

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espontaneidade essencial e inerente ao ser humano. Complementa-se que, na sociedade
atual as pessoas precisam exercer sua capacidade para o lúdico, e a Brinquedoteca poderia
ser o ambiente ideal para estimular o prazer de brincar e a ludicidade.
Conforme a visão moderna de Brinquedoteca apresentada por Balthazar e Fischer
(2006, p. 123), é necessário de repensar a presença deste espaço na escola e, "ater-se
também na atualização do acervo de brinquedos, incluindo os tecnológicos, pois a criança
não deve ser privada da cultura lúdica do mundo em que vive".
Contudo, conceber a Brinquedoteca no meio educacional como território
destinado unicamente para suprir a falta de material didático-pedagógico, composto de
objetos vazios de significação social, tornando o brincar diretivo com objetivos previstos,
deturpa totalmente a concepção do brincar neste espaço.
Oportunamente, a Brinquedoteca deve destinar-se à formação e construção da
cultura lúdica, com inclusão de pessoas de todas as idades, gêneros e classe social e
disposição ao brincar/aprender, de forma livre e prazerosa, com o manuseio de
brinquedos, porém sob a supervisão ou mediação de um especialista, como o
"brinquedista" ou o docente que conheça a essência e a função lúdica deste espaço.
A disseminação rápida das Brinquedotecas, ocasionou numa diversidade nos modos de
concebê-la e nas funções a ela destinados. Conforme Santos (1995, p. 9),
[...] as brinquedotecas classificam-se em função de diferentes fatores, entre eles,
a situação geográfica, as tradições e as culturas de cada povo, o sistema educacional, os
materiais e espaços disponíveis, os valores, as crenças e os serviços prestados; entretanto,
independente de cada tipo, é sempre preservado o aspecto lúdico como fator primordial
que assegura o direito da criança de brincar.
De acordo com as pesquisas realizadas por Balthazar e Fischer (2006, p. 124)
sobre Brinquedotecas na escola, notaram certa limitação nos atendimentos das
instituições educacionais. Elas utilizam o espaço para suprir necessidades de material
pedagógico, com objetos dispostos numa sala, separadamente ou na própria sala de aula,
caracterizando-o como espaço para brincar. Desse modo, deturpa-se a essência deste,
restringindo o brincar livremente e as ações socioafetivas e cognitivas do educando.
Fantin (2000, p. 84) destaca que,
[...] é preciso romper com o mito do brinquedo educativo porque [...] ele não
cumpre os critérios mínimos para ser considerado como uma brincadeira propriamente
dita; é material didático ou pedagógico, pois, na maioria das vezes, ele não possui aquele

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elemento de imprecisão típico da brincadeira onde não se tem domínio e garantia do que
vai acontecer e por isso fascina tanto as crianças.
Na atualidade, a concepção de Brinquedoteca nas escolas deve atender a todos os
envolvidos no meio educacional, pois as atividades lúdicas são concebidas em qualquer
idade, mesmo que nesta haja apenas brinquedos ditos infantis. Como ressalta Santos
(2000, p. 58), "o lúdico precisa ser concebido na sociedade atual com uma conotação que
extrapola a infância, pois os jogos e brincadeiras não são privilégios somente das
crianças". A autora reforça, que o ambiente lúdico deve favorecer a todas as fases de
desenvolvimento do ser humano em todos os âmbitos do trabalho, da educação e da vida.
As pesquisas realizadas por Santos (2000, p. 62) destacam que, "as escolas que
possuem brinquedotecas tem mostrado que o jogo e o brinquedo são estratégias poderosas
para a construção de conhecimentos, tendo em vista os desafios proporcionados pelo
lúdico". Sendo assim, concluímos que a Brinquedoteca por fazer parte da práxis
pedagógica do docente, valoriza a espontaneidade da criança. O professor deve aproveitar
destes momentos para observar, conhecer e até mesmo avaliar o educando,
significativamente, no intuito de favorecer a formação do aluno.
Fica evidente no relato de Santos (op cit) que a principal função da Brinquedoteca
nos dias atuais deve ser,
[...] apenas laboratório criado para a criança, onde é ela livre para brincar e o
profissional, para pensar, discutir, analisar e pesquisar o valor do brinquedo no seu
desenvolvimento. Da mesma forma, é um equívoco pensar que a finalidade da
brinquedoteca é atender somente o público pré-escolar. A função da brinquedoteca, na
atualidade, quando as crianças têm cada vez menos tempo e espaço para brincar e, os
adultos não exercerem a sua ludicidade é de, sobretudo, proporcionar espaços lúdicos.
Em suma, a Brinquedoteca, deve ser entendida como um local que propicia a
construção e reelaboração de aprendizagens, no qual brincar e aprender são considerados
por conta da estrutura criativa e lúdica, sinônimos e inerentes ao ser humano. Sendo
assim, exercer a ludicidade neste meio educacional é de suma importância para o
educando, pois o mesmo consegue transferir para suas interações e vivências os
significados relacionados à sua cultura, aos seus valores morais e conceitos num espaço
contextualizado.

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4- A IMPORTÂNCIA DA BRINQUEDOTECA NA INSTITUIÇÃO
EDUCACIONAL COMO ESPAÇO MEDIADOR DE APRENDIZAGENS

"A brinquedoteca tem magia, encanto, beleza, alegria, [...] (CUNHA, 2001)".
Após intensas modificações quanto às intenções e funções do brincar e sua relação
com o aprender, o brincar atualmente, configura sua relevância à aprendizagem na
infância, devido às influências de muitos estudiosos e pesquisadores, que realizaram
pesquisas científicas com o interesse de comprovar se o lúdico realmente beneficia o
processo ensino-aprendizagem, o que resultou no reconhecimento deste como elemento
primordial e decisivo na infância que influencia na formação do ser humano no meio
educacional, apesar das barreiras existentes, como: a falta de espaços, objetos e
disponibilidade de tempo pela sobrecarga de conteúdos, que limitam esta ação na escola.
No entanto, a escola é agente de transformação que sofre intensas mudanças
culturais e sociais, com a função de propiciar a construção do ser humano e, inserir
espaços que proporcionam ações concretas e significativas na formação do educando.
Mas, a discussão torna-se mais ampla quando objetiva-se nesta, valorizar a atividade
lúdica no contexto escolar, reconhecendo a importância em articular o aprender e brincar
para mediar conhecimentos e habilidades, requisitos básicos para construção do ser
humano autônomo e autosuficiente para sua sobrevivência no mundo.
Neste sentido, a Brinquedoteca na escola deve objetivar o ir além da infância,
envolvendo toda a comunidade escolar, pois, além de ser um espaço de educação, é
também de apreciação de brincadeiras, de compreensão e identificação de
comportamentos adotados pelos participantes, para melhor conhecê-los.
Segundo Puga e Silva (2008, p. 1), a Brinquedoteca contempla os seguintes
objetivos educacionais:
[...] resgatar para o âmbito da escola o caráter lúdico das atividades pedagógicas;
oferecer para a criança no seu espaço escolar uma variedade de brinquedos; estimular a
interação entre pais e filhos por meio dos jogos; valorizar o ato de brincar, respeitando a
liberdade, a criatividade e a autonomia, possibilitando assim a formação do autoconceito
positivo da criança; resgatar a brincadeira na vida do educando para a salvaguarda
infantil; permitir a liberdade conscientizar pais e professores sobre a importância do
brinquedo para a criança e o significado que ele tem para o seu desenvolvimento afetivo,
social, cognitivo e físico.
Desta forma, este espaço lúdico vem se concretizando a cada dia, como espaço
privilegiado para a criança vivenciar situações que exijam o cumprimento de obrigações

14
e deveres subjetivamente de acordo com a realidade contextualizada no espaço onde
esteja instalada.
Segundo Hypolitto (2001, p. 176), a presença da Brinquedoteca no meio
institucional, "não deverá existir apenas para distrair as crianças, mas sim deverá
preocupar-se com a formação do ser humano integral e com o período de vida no qual ele
está sendo cultivado".

A escola deve principalmente, ver a Brinquedoteca como agente mediador de


aprendizagens, para estimular e aperfeiçoar os aspectos cognitivos, afetivos, motores e
sociais do aluno, ou seja, como ressalta Hypolitto (2001, p. 177) que "todas devem
estabelecer forte elo entre o conhecimento e sua construção, partindo das situações
lúdicas, [...] e realmente concretizar-se, com significação".
O ambiente educacional deve implantar o espaço lúdico oportunizando o direito
de brincar e o resgate da ludicidade à criança, estabelecido no Estatuto da Criança e do
Adolescente de julho de 1990, artigo 16 e inciso IV, "o direito à liberdade de brincar,
praticar esportes e divertir-se".
Logo, uma escola que tem em seu currículo educacional a educação lúdica,
influencia de forma significativa na formação da criança, pois,
[...] possibilita um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integra-se
no mais alto espírito de uma prática democrática enquanto investe numa produção séria
do conhecimento, sua prática exige a participação franca, criativa, livre, crítica,
promovendo a integração social e tendo em vista o forte compromisso de transformação
e modificação do meio. (CASTRO, 2005, p. 27).
Por conseguinte, a Brinquedoteca no meio educacional amplia os conhecimentos
dos educandos, com uso da ciência lúdica e dos elementos facilitadores dos processos de
aprendizagem como: os jogos, as brincadeiras e o brinquedo, almejando a evolução do
saber na práxis pedagógica e o aperfeiçoamento das habilidades cognitivas, afetivas e
psicomotoras dos discentes com enfoque nas multiplicidades de inteligências destes em
situações que o direcione ao sucesso escolar.
Considera-se então, a Brinquedoteca um espaço mediador de aprendizagens
fundamental para compor o âmbito escolar, fazendo parte de suas estruturas com práticas
educativas que estabelece relacionamento entre professor e aluno, maximizando as
possibilidades o aprender, de forma livre, espontânea, prazerosa, com interação entre o

15
objeto de conhecimento e com o outro, com tomada de decisão, com criticidade, enfim,
situações que fazem parte das atividades lúdicas.
Barreto (2008 p. 3.), afirma que a Brinquedoteca não pode ser utilizada como algo
confinador, com princípios e regras rígidas adotadas pelos adultos para ocupar o tempo,
de confirmar e disciplinar ao invés de emancipar a criança, com uso errôneo do mesmo
como complemento de atividades da sala de aula de forma direcionada, restringindo a
liberdade de escolha dos objetos lúdicos do educando.
Percebe-se na conclusão deste tema, a notoriedade e importância da
Brinquedoteca na escola, pois oferece condições e efeitos positivos para os processos de
aprendizagens, através de jogos, brinquedos e brincadeiras e ainda, atividades culturais,
resgatando o patrimônio histórico-cultural e a identidade da comunidade onde está
inserida. E assim, estimular o desenvolvimento, aperfeiçoamento de habilidades e
assimilação de novos conhecimentos, que visam à formação de cidadãos democráticos
estimulados num ambiente rico de brinquedos que permite extravasar os sentimentos de
solidariedade e respeito aos valores sociais e coletivos da sociedade.

5 O ESPAÇO LÚDICO DA BRINQUEDOTECA: TIPOS, ORGANIZAÇÃO E O


ACERVO DE BRINQUEDOS

"Um bom brinquedo é aquele que convida a criança a brincar. (CUNHA 2001)".
A Brinquedoteca é muito mais que um espaço para depositar brinquedos. Tem
como objetivo principal estimular o brincar e oferecer variedades de brinquedos e
brincadeiras num local organizado que atenda da melhor maneira possível a todos.
As Brinquedotecas devem demonstrar o perfil de sua comunidade ou contexto
sociocultural onde encontra-se instalada, para cultivar e ofertar aprendizagens a todos
com formação mais humanizada e integral, como discorre Vaz (2009, 1), que "os
brinquedos, atividades, estruturação, objetivos e serviços oferecidos à comunidade alvo
tem variações", pois atende as características deste, que determina a configuração do
espaço, do acervo e do pessoal que irá mediar às atividades realizadas.
O local de instalação da Brinquedoteca deve ser composto por diferentes
ambientes, simples ou sofisticados, com materiais recicláveis (construídos manualmente)
ou industrializados (prontos). Mas, é essencial que a estrutura e os objetos decorativos
(mobília, decoração) ofereçam às crianças liberdade, segurança e motivação para brincar,
expressar e criar, seja individual ou coletivamente, mas exercer suas práticas sociais.

16
Para implantá-la, é necessário ter definido os objetivos e o público alvo a ser
atendido. Em seguida, as atividades ofertadas, a localização e instalação da mesma, as
regras e normas para atendimento, a composição dos objetos (acervo) a ser oportunizado,
e mais que decisivo, o profissional que fará a mediação das atividades no local, ter
conhecimentos básicos de seu funcionamento.
Vaz (2009, p.1) acredita ser interessante fazer uma pesquisa sociocultural e
ambiental sobre comunidade local à implantação (vida e hábitos de brincar das crianças)
antes de definir as atividades ofertadas na Brinquedoteca. É evidente a presença de salas
de brinquedos sob diferentes enfoques como: hotéis, hospitais, clubes, shoppings etc. A
diferença entre Brinquedotecas e estas salas encontra-se não no local ou tipo, mas nos
objetivos estabelecidos para cada uma delas.
Com base nos apontamentos de Hypolitto (2001, p. 34), descreveremos abaixo os
tipos existentes de Brinquedoteca:
1. Brinquedotecas escolar: organizadas num setor da escola com finalidade
pedagógica ou centros de educação continuada;
2. Brinquedoteca comunitária: as mantenedoras geralmente são associações,
prefeituras e organizações filantrópicas;
3. Brinquedotecas em Instituição de Atendimento Especial: local de atendimento
a crianças com necessidades especiais e suas diversas modalidades APAE, LARAMARA
E LARABRINQ;
4. Brinquedoteca em Instituições de Saúde: Hospitais, Consultórios Médicos,
Clínicas, entre outras, objetivando amenizar as situações traumáticas das crianças
hospitalizadas ou em tratamento médico;
5. Brinquedotecas em Universidades e Faculdades: (Laboratórios de
Aprendizagens - formação de professores e Recursos Humanos, para pesquisas e
prestação de serviços à comunidade). A USP foi pioneira - LABRINP; fornece subsídios
para práticas pedagógicas com uso de brinquedos;
6. Brinquedotecas Circulantes: instaladas em ônibus, caminhonetes itinerantes
para crianças da periferia e outros espaços; (PUC-SP com Ônibus Ludicidade);
7. Brinquedotecas em espaços de entretenimento: em shopping centers, casas de
diversões com parques e playground, centros culturais, entre outros;
8. Brinquedotecas junto ás bibliotecas: geralmente não realizam empréstimo de
brinquedos no Brasil. Mas, a criança utiliza o espaço com liberdade para brincar.

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Apesar dos tipos e funções diversificados, existe um propósito comum: a prática
de ludicidade e o empréstimo de objetos lúdicos, estabelecendo a construção de
aprendizagens nas vivências lúdicas, com significação. Além disso, "com o espaço
destinado ao trabalho em equipe, encontro e socialização, desenvolvimento da criança,
expressão da linguagem infantil, brincadeiras de todas as idades. (HYPOLLITO, 2001, p.
34)".
Quanto à organização, as Brinquedotecas são estruturadas com diferentes espaços
ou "cantos", que vem sofrendo variadas transformações desde o seu surgimento, sob
intensa metamorfose evolutiva, adequada de acordo com o ambiente inserido.
De acordo com Vaz (2009, p. 2) existem duas formas de organizar o espaço para
permitir o acesso das crianças aos brinquedos: através de empréstimos, para brincar em
casa, ou então, a oferta de instalações para brincadeiras in loco.
Segue agora, descrições dos possíveis "cantos" que compõe a Brinquedoteca, com
base nas ideias de Vaz (2009 p. 2) e Ramalho (2000, p. 84):
1. Canto do "Faz de Conta": espaço com mobílias e utensílios domésticos; canto
do supermercado; camarim com fantasias, chapéus, espelhos, fantasias, para
representação de diversos papéis, entre outros brinquedos infantis miniaturizados.
2. Canto da "Leitura": diversos tipos de livros para atender às todas as faixas
etárias e estimular o hábito e gosto pela leitura.
3. Canto das "Invenções ou Criação ou Sucatoteca": uso de materiais recicláveis
ou objetos diversos para inventar, construir e recriar coisas e brinquedos;
4. Canto do Teatro ou do Fantoche: criação e construção de histórias e fantoches, com
painéis e palcos para encenações.
5. Canto da Oficina: para construção e restauração de brinquedos, entre outros.
6. Mesa Coletiva: espaço utilizado para jogos coletivos;
7. Canto do Mural de Recados: para comunicações ao usuário, com notícias, avisos,
normas, entre outros.
8. Canto do Playground: local composto de brinquedos de parquinho infantil seja
de fibra, plástico resistente ou metal.
9. Cantos dos tapetes e colchões: espaço com tapetes grandes ao chão para
brincadeiras, rolamentos, movimentos acrobáticos, entre outros.
10. Canto do Cinema: local com televisão e DVD, com almofadas, tapetes e sofás
para as crianças apreciarem filmes diversos, e atender as diversas faixas etárias.

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11. Canto da Pintura e Desenhos: disponibilizar a criança materiais às pinturas e desenhos
como: pincéis, telas, papeis, cartolinas, sulfites, entre outros.

Algumas Brinquedotecas ainda contêm espaços geminados, ambiente externo


com gramado, bacias de água, piscininhas para brincar com barcos de papel ou de
plástico, mangueiras, plantas, caixa de areia, e objetos específicos para ser manuseados
no local;
O ambiente deve ser criativo, colorido, expressivo, alegre, onde emana-se
afetividade e magia. A autonomia das crianças deve ser estimulada constantemente, com
independência na execução e escolha de seu brinquedo e brincadeira.
Para registro dos visitantes ou de empréstimos, adota-se o Livro Tombo ressalta
Ramalho (2000, p. 84), com registro dos usuários, das informações sobre o brinquedo,
sua numeração de identificação.
Os brinquedos são classificados conforme sua produção (artesanal ou
industrializado), ao gênero humano (meninos e meninas); ao espaço para utilização
(recintos fechados ou abertos), seguindo ordem alfabética, entre outros. Cada qual é
atribuído valores de ordem funcional (qualidades intrínsecas e segurança), valor
experimental (aprendizagem fornecida às crianças), valor da estruturação (estímulo a
formação da personalidade, a imaginação, com projeção, transferência ou limitação) e
valor de relação (as relações sociais, com presença de regras), sendo que o brinquedo
obtém um fator dominante que servirá de indicação para sua classificação.
Para Negreje (apud Ramalho 2000, p. 84), "os fatores humanos e materiais são
fundamentais para que uma Brinquedoteca seja uma realidade".
É importante notar que os brinquedos precisam motivar, despertar e atender as
necessidades, criatividade e interesses da criança e, ser compatível a sua faixa etária e
estágio de desenvolvimento; ser multifuncional, versátil, com devida atenção à
composição, segurança, funcionamento, formato, características de cores, espessuras,
tamanhos e durabilidade dos mesmos. Deve-se evitar brinquedos que instigam a violência
e a situações eróticas.
Bean (apud Ramalho 2000, p.1), destaca sobre as motivações na escolha dos
brinquedos pelas crianças,
[...] ela se interessa pelos objetos que fazem parte do seu mundo; da necessidade
de expressão das fantasias e do desejo de possuir um jogo por estar na moda; [...] muitos
jogos caros, limita-se a uma determinada faixa-etária, estimulando o brincar por pouco

19
tempo; a sofisticação dos brinquedos pode não atender a fase de desenvolvimento ficando
o brinquedo sem utilidade; muitos jogos artesanais e pedagógicos não são dispendiosos.
Há a necessidade de diferenciar a beleza e utilidade de um brinquedo à criança, ou seja,
atender ao interesse dela; utilizar de materiais descartáveis para confecção de jogos é uma
medida inteligente, sob o ponto de vista educativo.
Finaliza-se com a fala de Cunha (2005, p. 106) no Seminário Nacional sobre a
Brinquedoteca que, "os brinquedos alimentam a inteligência, e brincar tonifica a alma".
Portanto, o acervo de brinquedos da Brinquedoteca deve permitir o
desenvolvimento de capacidades e estimular potencialidades, criando a compreensão das
mais diversas formas de arte, de comunicação e comportamento social equilibrado da
criança, sob a orientação de um brinquedista ou responsável que entenda sobre o assunto.

6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICO

6.1 O Método

O estudo em questão caracteriza-se como uma pesquisa de campo e qualitativa,


com o objetivo de conhecer a importância da Brinquedoteca no ambiente escolar como
espaço mediador de aprendizagens, sob o ponto de vista dos professores de uma Escola
Municipal da cidade Cornélio Procópio/PR. O âmbito em questão volta-se para o campo
educacional da Brinquedoteca, como espaço para brincadeiras espontâneas, com função
lúdica e não diretiva, e ainda, sem intervenção do professor, com destituição das
intencionalidades da educação formal, e assim, possibilitar inúmeras vivências e
experiências para desenvolver as potencialidades do ser humano.
A presente pesquisa foi realizada na cidade de Cornélio Procópio/PR, em uma
escola da Rede Municipal de Ensino que atualmente atende alunos da Educação Infantil
e Séries Iniciais do Ensino Fundamental.
Participaram dessa pesquisa onze professoras, regentes de sala, do Ensino
Fundamental I. Estas professoras atuam com crianças de quatro a doze anos de idade,
aproximadamente. Elas são do sexo feminino, tendo formação em Curso Superior em
Pedagogia, Magistério ou áreas afins.
Tendo como finalidade averiguar a concepção de cada professora acerca da
Brinquedoteca no espaço escolar, realizamos a coleta de dados por meio de um
questionário com quatro questões abertas direcionado às professoras que responderam em
próprio punho. Tal coleta foi realizada no mês de agosto de 2009, mediante a permissão
das dirigentes da instituição.

20
Houve a orientação as professoras participantes deste estudo, que respondessem
às questões sem pesquisas ou repostas elaboradas com base em materiais diversos. A
convocação do público alvo para a participação do estudo ocorreu através de
comunicação verbal, após a expedição de documentos de autorização de nossa presença
na instituição para as abordagens.
Convém comentar que as pessoas tiveram liberdade para participar ou não, mas,
foram conscientizados da importância de tal estudo. A distribuição e recolhimento do
questionário ficou a cargo das acadêmicas responsáveis pela pesquisa desenvolvida.
Portanto, este estudo procurou delinear, demonstrar e analisar os dados obtidos a fim de
conhecer as opiniões de professores da rede municipal de ensino (Fundamental séries
iniciais) sobre importancia da Brinquedoteca no ambiente escolar como espaço mediador
de aprendizagens.

6.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Tratar-se-á, a seguir os professores entrevistados pelos seguintes códigos P1 até


P11 conforme a apresentação de suas respostas, e considerando o posicionamento teórico
e as informações obtidas através do instrumento para coleta de dados (questionário). Em
seguida, apresentaremos os resultados do estudo e discussões com base nos referenciais
científicos, destacando os pontos relevantes à pesquisa
Ao questionar as professoras quanto à definição da Brinquedoteca (O que é a
brinquedoteca em sua opinião?), demonstraram por meio das respostas que concebem o
espaço como sendo:
[...] reservado para que a criança desenvolva habilidade, através das brincadeiras,
que facilitem o processo ensino aprendizagem, além de facilitar a socialização e
desenvolvimento de valores. (P1).
[...] lugar apropriado com brinquedos pedagógicos onde o aluno ?brinca? sem a
interferência, ou seja, a mediação do professor.(P2).
Seria um espaço reservado para os alunos com objetivos lúdicos e pedagógicos.
Imagino uma grande variedade de brinquedos educativos e de fácil manuseio dos alunos.
(P4)
Percebeu-se mediante as falas anteriores que os professores elegem a
Brinquedoteca como um com espaço reservado, apropriado e equipado, com uma
variedade de brinquedos lúdicos e pedagógicos, os quais estão à disposição das crianças
para brincar e divertir-se, desenvolvendo assim, habilidades e aprendizagens neste local.

21
Contudo, quatro professoras participantes desta pesquisa (P5, P6, P7 e P8)
apresentaram outras considerações distintas quanto à concepção da Brinquedoteca, ao
destacarem que a mesma é um espaço composto de brinquedos diversos e utensílios, onde
a criança poderá manuseá-los. Além disso, acrescentam que a Brinquedoteca facilita a
socialização e desenvolvimento de valores, local propício para o professor observar os
alunos, e seus comportamentos em diversas situações. Destacaram ainda, que ela seja um
espaço que propicia a observação da criança sem a interferência do docente nas
atividades, assim, tornando o processo de aquisição de conhecimento atrativo e divertido,
com brinquedos coloridos, educativos e de fácil manuseio, que atende a faixa etária.
[...] Espaço composto de brinquedos diversos e utensílios que não são mais
utilizados, onde as crianças podem estar manuseando, fazendo o faz-de-conta, teatro e
outras atividades livremente. (P5).
[...] o professor poder observar como essa criança age em certas situações, sem a
interferência, ou seja, a mediação do professor. (P6).
[...] Neste local o processo de aquisição do conhecimento fica mais atrativo e
divertido. (P7).
São brinquedos pedagógicos direcionados aprendizagem. Os brinquedos são
coloridos. (P8)
Compartilhando da opinião acima, Cunha (2001, p. 15 e 16) afirma que,
[...] a brinquedoteca é um espaço criado para favorecer a brincadeira, [...] aonde a
criança (e os adultos) vão para brincar livremente, com todo o estímulo à manifestação
de potencialidades e necessidades lúdicas". E ainda, "muitos brinquedos, jogos variados
e diversos materiais que permitem expressão da criatividade". Desta forma, a autora
disserta que a brinquedoteca propicia a construção do saber, sendo uma ?deliciosa
aventura, na qual a busca pelo saber é espontânea e prazerosa.
No entanto, alguns professores, incrementam mais ainda a resposta quando
relatam conceber a Brinquedoteca como um lugar físico, aconchegante onde prioriza os
cuidados com o brincar e com os brinquedos, além de possuir finalidades, é composto de
pessoas preparadas para ofertar o imaginário, levando a criança a construir conhecimentos
na globalização dos conteúdos com a arte do brincar e, com a intencionalidade centrada
em objetivos e estratégias apropriadas para clientela que irá fazer parte da brinquedoteca,
ou seja, espaço/arte/imaginação, como pode ser visto na fala da professora P1 abaixo:
Em minha opinião, a brinquedoteca é um espaço reservado para o
desenvolvimento da ludicidade (brincadeiras) que envolve os brinquedos que favorecem

22
o desenvolvimento das capacidades, habilidades. É o lugar físico, aconchegante onde se
prioriza os cuidados com o brincar, com os brinquedos, finalidades e a ?pessoa? preparada
par ao ofertar o espaço imaginário, construindo conhecimentos no exercício da
globalização dos conteúdos ou propriamente na arte de brincar, faz-de-conta com tudo
isto, a intencionalidade deste espaço deve estar centrada em objetivos/estratégias
apropriadas para clientela que irá fazer parte desta brinquedoteca, ou seja, o
espaço/arte/imaginação. (P.1).
Sobre alguns dos comentários realizados no relato acima, teorias científicas
destacadas no Seminário Nacional Brinquedoteca: a importância do brinquedo na saúde
e na educação (2005, p. 12) e a Associação Brasileira de Brinquedoteca destaca que a
Brinquedoteca é espaço é mágico e criado para dar oportunidades às crianças brincarem
de forma enriquecedora, sem a interferência dos adultos para atrapalhar, sem a cobrança
de desempenho, de resultados, ou expectativas para atingir objetivos ou metas, pois a
obrigação é só brincar".
Com relação ao segundo questionamento os professores foram indagados se já
haviam ouvido falar sobre a Brinquedoteca e onde. Analisando os questionários, pôde-se
sumariar algumas das respostas dadas pelos professores como:
Já ouvi por meio de cursos, livros, artigos, palestras, revistas, exposições,
seminários, televisão ou com outros professores. (P1).
Cursos, outras escolas de grande porte principalmente em Londrina. (P2).
Refletindo sobre a resposta anterior, é possível verificar o notável crescimento do
interesse da comunidade acadêmica - na pessoa dos teóricos e pesquisadores em vencer
paradigmas construídos historicamente pela humanidade sobre a ludicidade. Tudo isso se
torna realidade quando inúmeros textos e pesquisas são construídos a fim de validar e
divulgar a importância do lúdico tanto para a criança como para o trabalho docente do
professor, na medida em que promove um diálogo mais harmonioso entre o ensino e a
aprendizagem.
No entanto, ainda hoje a Brinquedoteca está mais presente nos textos e artigos,
fato que ainda não a torna uma realidade para as crianças do Ensino Fundamental, pois,
seu entendimento preserva-se apenas em teorias, faltando desbravar a prática, a ação
concreta, para só assim, tornar-se uma realidade com base nos estudos da ciência.
Um outro fator que muito contribui para a sua presença apenas teórica no contexto
da escola é que muitos professores ainda não conhecem o seu valor didático. Para
Bomtempo (2005, p. 44), os professores possuem formação defasada quanto a certos

23
conhecimentos, que os impedem de entender ou conhecer certos tipos de aprendizagens,
o uso bem empregado das brincadeiras e da oportunidade de brincar.
Segundo Bomtempo (op cit.), [...] é necessário que o professor conheça todos os materiais
com os quais tem de lidar, [...] a Brinquedoteca é o espaço privilegiado para a pesquisa
[...] lá observa-se a criança, como ela brinca e porque ela não brinca.
Conhecer a Brinquedoteca vai muito além do conhecimento do espaço físico,
exige do professor conhecer também o seu objetivo, os seus princípios e sua forma de
utilização para que torne-se um espaço adequado para a aprendizagem dos alunos, que
oriente ao professor a aprimorar-se cada vez mais o seu processo de ensino-aprendizagem.
Com relação à questão três, teve-se a preocupação de levantar a opinião do
professor sobre a importância da Brinquedoteca na escola como um espaço mediador da
aprendizagem ao educando. Das onze professoras, seis destacaram reconhecer a
Brinquedoteca como espaço importante para a formação de conceitos e de construção de
novos conhecimentos através da ludicidade, da brincadeira e do brinquedo, de uma forma
prazerosa, facilitando a concentração, socialização e a aquisição de novos saberes.
Tudo isso é passível de verificação quando se analisa as respostas abaixo:
O lúdico faz parte da vida da criança em séries iniciais. [...] conseguindo aliar
conhecimento com prazer. (P5).
[...] possibilita, que através de brincadeiras, a criança vivencie situações que
facilitam a formação de conceitos e consequentemente do conhecimento. (P6).
[...] oportunidade de aprender através da ludicidade, o caminho para
aprendizagem se torna prazeroso [...].(P8).
[...] ajuda na concentração, socialização e apropriação do conhecimento. (P9).
Na questão de socialização, interação e despertar o interesse e a curiosidade para novos
conhecimentos. (P10).
[...] ajuda nas aprendizagens, a ludicidade, brincadeiras ou jogos, [...] ao
desenvolvimento dos conceitos fundamentais [...].(P11).
Em sintonia com a descrição acima, a Faculdade Salesiana Dom Bosco (2008, s/p)
menciona que
[...] a Brinquedoteca escolar oferece condições para favorecer o processo de
aprendizagem, através da utilização dos recursos lúdico disponíveis em seu acervo
tornando mais atraente, dinâmico e prazeroso, desenvolvendo as múltiplas inteligências
dos alunos, assegurando experiências de sucesso no ambiente escolar.

24
No entanto, quatro professoras destacaram sua opinião sobre a importância da
Brinquedoteca no contexto da escola como um espaço mediador da aprendizagem ao
educando, destacando que, a Brinquedoteca é um local que dá oportunidade ao professor
de observar seus alunos, seus comportamentos, bem como as crianças para aprende e
brincam com liberdade, aliando o conhecimento com o prazer de aprender, estabelecendo
vínculos afetivos com o meio de forma natural e espontânea, desenvolvendo suas
potencialidades.
[...] espaço faz a mediação da realidade do aluno, de uma maneira lúdica,
auxiliando o professor em suas observações e consequentemente objetivos com seus
alunos. (P1).
[...] as crianças aprendem e brincam com liberdade, aliando o conhecimento com
o prazer, estabelecendo vínculos afetivos com o meio de forma natural e espontânea, para
desenvolver suas potencialidades. (P2).
[...] é importante no sentido de atrair a criança e proporcionar a ela uma atividade
satisfatória. [...] estabelecendo vínculos afetivos com o meio de forma natural e
espontânea. (P3).
[...] ótima mediação para a aprendizagem, porque muitas crianças necessitam do
lúdico para desenvolver suas potencialidades. (P4).
Cunha (2001, p. 91 e 94) assinala que "a brinquedoteca é um contexto bem
diferente de uma escola, pelo fato de não haver cobranças, mas sim, uma preocupação em
atender às necessidades afetivas e ao interesse das crianças", e consequentemente, o
desenvolvimento de suas potencialidades e criatividade.
Na quarta questão, procurou-se saber se os professores reconhecem o beneficio da
Brinquedoteca no processo ensino-aprendizagem. Algumas delas denotaram opiniões
citando que o local estabelece relações entre concreto e o abstrato, na troca de
experiências, com exploração da imaginação, que torna as crianças mais criativas, com
momentos de socialização e o despertar de curiosidades no ambiente escolar.
Estabelecendo relações entre concreto e o abstrato e na troca de experiências entre
os educandos. (P4).
[...] os alunos são levados a soltar a imaginação e consequentemente o processo
de ensino-aprendizagem é beneficiado, as crianças se tornam mais criativas, [...]
socialização e desperta a curiosidade. (P5).
[...] nas diferentes formas de envolvimento da criança com o brinquedo. (P6).

25
Em consenso com as citações das professoras pesquisadas, Noffs (2001, p. 160)
sustenta que a Brinquedoteca possibilita por meio do lúdico a "construção de
aprendizagens, desenvolvendo-se em um ambiente acolhedor, natural e que funciona
como fonte de estímulos, para o desenvolvimento de suas capacidades estéticas e
criativas, favorecendo ainda sua curiosidade".
Quanto às opiniões diferenciadas, três professoras ressaltaram que a
Brinquedoteca beneficia através das experimentações e as aprendizagens que o próprio
aluno busca, no desenvolvimento de habilidades necessárias para conhecimentos
mediados em sala de aula, com sentido e planejamento dos objetivos. Mas, uma das
participantes apontou que o benefício só acontecerá se houver ações diretivas, com foque
no ensino para colaborar na aprendizagem, com enfoque nas diversidades que cada
brincadeira, brinquedo, jogos e ludicidade possam fornecer. Sendo importante ter um
profissional capacitado que veja na brincadeira como algo sério, pois brincando se
aprende, mas, com quem sabe o porquê e para que brincar.
Pode beneficiar, sem a interferência de um mediador, pois o aluno através de si
mesmo busca o aprendizado. (P8).
Auxiliando na apropriação dos conhecimentos [...] a serem trabalhados em sala de
aula. (P9).
[...] quando as atividades lúdicas têm objetivos e o professor sabe utilizá-la com
clareza a contribuição é grande para o processo ensino-aprendizagem, pois a participação
ativa dos educandos será total. (P10).
Cunha (2001, p. 123) ainda faz importantes contribuições ao mencionar que,
[...] a maior missão e preocupação da brinquedoteca é à formação do ser humano
integral e ao período de vida do qual ele está sendo cultivado, assim, [...] assegurar às
crianças oportunidades para desenvolver amplamente seu potencial, [...] que encantem e
liberem a nossa criança interior.
Como já foram apontadas anteriormente, as ações não podem ter direcionamento
no ambiente da Brinquedoteca, as brincadeiras são escolhidas conforme a necessidade e
vontade da criança, como Cunha (2001, p. 65 e 71) assegura que "nenhuma criança deve
ser obrigada a participar de qualquer brincadeira; se ela quiser ficar parada, é um direito
que ela tem" E ainda, o profissional mediador deste espaço, segundo a autora, deve ser
formada por pessoas alegres, afetivas e com vontade de trabalhar com conhecimentos do
funcionamento deste ambiente lúdico.

26
Logo, é essencial permitir o brincar com liberdade no ambiente da Brinquedoteca
no meio educacional, onde o educador reserva-se apenas na função de observar, com o
acolhimento e apoio nas escolhas lúdicas das crianças e mediar as interações entre todos
os presentes e os brinquedos no espaço da Brinquedoteca, e assim, priorizar o
desenvolvimento cognitivo, afetivo e emocional, com atuações planejadas.

TECENDO CONSIDERAÇÕES

O estudo em questão discorre teorias sobre a presença da Brinquedoteca no


ambiente escolar e sua importância como espaço mediador de aprendizagens aos
educandos no desenvolvimento das potencialidades do mesmo. Objetivou-se nesta
pesquisa, verificar a importancia da Brinquedoteca no ambiente escolar como espaço
mediador de aprendizagens, sob o ponto de vista dos Professores da Rede Pública
Municipal de Ensino de Cornélio Procópio, e conhecer sobre as opiniões destes
profissionais quanto à relevância e possibilidades deste espaço lúdico para potencializar
as habilidades e capacidades dos seus alunos.

Com base na pesquisa de campo e qualitativa, utilizou-se como instrumento de


coleta de dados, questionários com quatro questões abertas em cada, para averiguar a
concepção de cada professora acerca da Brinquedoteca no espaço escolar, como:
1- O que é a Brinquedoteca em sua opinião?
2- Onde ouviu falar sobre o assunto?
3- Qual a importância da Brinquedoteca na escola como espaço mediador da
aprendizagem ao educando?
4- Como pode beneficiar o processo ensino-aprendizagem?; obteve-se a
participação de 11 professoras do Ensino Fundamental I no estudo.
Convém neste momento discorrer sobre os pontos principais abordados neste
trabalho, tais como: a origem histórica da Brinquedoteca e sua conceituação; a
importância da Brinquedoteca na instituição educacional como espaço mediador de
aprendizagens; as concepções modernas sobre a Brinquedoteca na atualidade; a
Brinquedoteca, sua organização, estrutura e acervo de objetos lúdicos e ainda, e a
identificação da concepção de Brinquedoteca que os professores possuem, assim como,
a importância desta no meio educacional como espaço mediador de aprendizagens, e
ainda, elencar as informações obtidas através de questionários, e confronta-las com as
teorias científicas e suas correspondências.

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Dentro da proposta estabelecida, os resultados comprovaram que as professoras,
em sua maioria, obtêm conhecimentos teóricos sobre o significado da Brinquedoteca no
âmbito escolar, reconhecendo-a como espaço mediador de aprendizagens.
No entanto, algumas das docentes apresentaram concepções diferenciadas das que
adotamos neste artigo, pois conceberam a Brinquedoteca como recurso para realizar
intervenções pedagógicas e diretivas, predeterminadas, para obter e/ou prever os
resultados a serem conquistados nas atividades de aprendizagem. Desta forma, acaba-se
por descumprir a real função lúdica da Brinquedoteca conforme citam as literaturas
científicas estudadas.
No tocante as informações obtidas, as possibilidades a esta ideia ser equivocada
sobre a Brinquedoteca escolar estejam calcadas e reforçadas pela falta deste espaço na
instituição.
Partindo desta constatação, seria interessante proporcionar as mesmas, visitas ou
pesquisas, capacitações, processo de divulgação ou cursos de atualizações que
demonstram a existência de Brinquedoteca escolar nos ambientes educativos e os
benefícios advindos da presença destas nas instituições educativas, com possibilidade
para observar e conhecer seus educandos, auxiliando nas ações futuras referentes à
aprendizagem, sem interferir nos ricos momentos que permite à criança vivenciar a
realidade e fantasia com liberdade de atuação e intenção. E futuramente, a possibilidade
de implantação e instalação de uma Brinquedoteca na instituição para facilitar a
compreensão da relação deste espaço lúdico com a aprendizagem.
Assim, a presença da Brinquedoteca na instituição escolar, com um professor ou
pessoa capacitada para atender as necessidades da mesma e de seus usuários, amplia e
facilita a compreensão das funções neste local. Mas, isso não deve impedir os estudos, a
busca pelo saber, mais pesquisas sobre a temática para agregar e ampliar os
conhecimentos sobre o lúdico e as diversas maneiras de utilizá-lo no processo de ensino-
aprendizagem.
Ao propiciar este momento de reflexão, nos permite a efetivação do
conhecimento, com possibilidades de estabelecer e propiciar aprendizagens diferenciadas
através do brincar, tendo este como aliado no trabalho escolar para desenvolver as
habilidades e capacidades de nossos educandos, auxiliando nossa atuação enquanto
professores comprometidos com a formação, significativamente, tanto aos discentes,
como aos docentes. Aos exercer a ludicidade na escola com liberdade de escolha, e
destituída das intenções pedagógicas e diretivas do professor na Brinquedoteca, permite

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aos alunos vivenciarem os momentos de lazer e brincadeiras livres neste espaço,
contrariando uma sociedade que desconsidera o brincar em nome do progresso e
modernidade, ação esta que é prejudicial à aprendizagem dos educandos e futuros
trabalhadores.
Cabe frisar que, é necessário pesquisar, buscar por conhecimentos diversos, para
construção de novos saberes e o rompimento de paradigmas, essencial para o
aprimoramento e crescimento do ser humano consciente, participativo e crítico em
sociedade, aliado ao conhecimento sobre a relevância do lúdico e a importância da
Brinquedoteca como espaço mediador de aprendizagens, pois, o ato de brincar converte-
se na necessidade de mudança de pensamento e a adoção de nova postura diante dos atuais
valores que imperam em nossa sociedade.
A Brinquedoteca não tem limitações quanto ao público alvo a ser atendido, mas,
sua presença na escola contribui e muito como espaço fundamental para o
desenvolvimento das brincadeiras lúdicas, com diversidade de propostas e objetivos
ilimitados e flexíveis, atendendo aos interesses e a realidade do ambiente de inserção, e é
na escola que a criança permanece a maior parte do dia, sendo este também, um espaço
social de ressignificação da aprendizagem, que deve permitir e estimular um resgate do
direito à infância a conquista da liberdade de escolha e, conscientemente, a conquista do
seu mundo através da ludicidade, que vem sendo privada na vida das pessoas devido à
contemporaneidade e responsabilidades que se principia.
Não é equívoco usar os brinquedos e brincadeiras ou os espaços onde se pratica a
ludicidade para ações e práticas educativas diretivas, mas, utilizar o espaço da
Brinquedoteca como complemento no processo ensino-aprendizagem para construção de
conceitos sistematizados, denota a visão distorcida o real objetivo deste espaço, dentre
eles é "podar" a autonomia das crianças em suas escolhas.
O professor ou brinquedista no ambiente da Brinquedoteca deve apenas observar,
obter sua intencionalidade educacional, compreender o fazer lúdico da criança e atendê-
la de acordo com suas necessidades e solicitações, para uma futura intervenção seja
oportuna, devendo ser presente e ausente ao mesmo tempo, sendo dinâmico e bem
formado. Ao passo que a escola precisa perceber e permitir a prática de uma pedagogia
voltada para a formação de uma criança vista de seu olhar, dialogar e brincar de acordo
com sua linguagem, pois, este é a linguagem do educando.
Portanto, é essencial entender sua linguagem, sob vários âmbitos, deixando o
formalismo e autoritarismo exacerbado distante do ambiente lúdico e das salas de aula,

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da pedagogia de caráter obrigatório e "conteudista", além da visão adultocêntrica que se
possa projetar sobre a criança na Brinquedoteca escolar.
Cabe frisar que devidos às mudanças sociais, econômicas, tecnológica e avanço
da modernidade, acabaram por findar com os espaços e tempo para a ludicidade na
infância. Assim, é função da escola como agente social, resgatar a brincadeira, a
espontaneidade e o prazer em brincar num espaço que propicie a criatividade e
possibilidades de escolha, para desenvolver-se como ser global.
Por fim, após interpretar e analisar os resultados obtidos neste estudo considera-
se importante que o grupo pesquisado conheça e reconheça além da importância da
Brinquedoteca para mediar aprendizagens no meio educacional, também conheça os
conceitos e propostas das teorias científicas quanto à atuação do docente neste espaço
lúdico. As intenções deste local desvinculam-se das ações pedagógicos diretivas, com
objetivos predefinidos e impositivos do professor ou mediador do local. Assim, ter a visão
distorcida da atuação na Brinquedoteca pode levar ao distanciamento dos interesses e
necessidades da criança ao exercer a ludicidade neste ambiente, desconsiderando-as
muitas vezes como sujeitos de direitos para desenvolvimento de sua autonomia.

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