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STEPAN Alfred Os Militares Na Poltica Cap 4 e 5 Resumo
STEPAN Alfred Os Militares Na Poltica Cap 4 e 5 Resumo
Resumo:
Parte II – O “Padrão Moderador” das Relações entre Civis e Militares: Brasil, 1945-
1964
Para Alfred Stepan, existe uma tensão potencial no relacionamento entre civis e
militares. Isto decorre de uma necessidade dupla dos governantes políticos civis: de
um lado necessitam de uma força armada como instrumento da política e da ordem
interna; de outro, não pode permitir que o poder militar usurpe o poder civil.
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papel seria o de depor o chefe do Executivo e transferir o poder para grupos civis
alternativos.
Tal argumento foi utilizada várias vezes por grupos que queriam controlar e/ou
depor o presidente. Em períodos de conflitos todos os grupos tentam cooptar os
militares e posteriormente opera-se o golpe – esforço combinado entre militares e
civis. Em suma, os grupos civis pró-regime legitimam o papel moderador dos militares.
Com base nesse quadro histórico, Stepan expõe duas hipóteses acerca dos
golpes militares. Adota, porém, a segunda:
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1ª hipótese: ocorre uma cisão entre o Executivo e os civis pró-regime, o que
aumenta a tendência de intervenção militar. Os dois grupos apelam aos militares e os
pró-regime unem-se aos anti-regime. O autor frisa que em situações de normalidade
não ocorrem cisões entre o Executivo e os pró-regime, o que torna mais difícil uma
intervenção militar.
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pelo centro, quanto pela esquerda. Exemplo disso foi a reprovação por amplos setores
da tentativa de Jango de decretar o estado-de-sítio.
Stepan usa a imprensa para verificar o indicativo desse clamor, se concentra nos
momentos anteriores às citadas crises, e verifica que as discussões estiveram
presentes em todos os jornais nesses períodos. A questão da legalidade era levantada
não só no que se refere ao Executivo, mas também quanto a chamar os militares à
ação. Esses chamados representavam uma aprovação à intervenção militar, mas,
jamais um sinal de carta-branca. Cabia aos militares informar ao presidente que não
mais acatariam as suas ordens, e, em outros momentos, depô-lo efetivamente. Em
1945 foram chamados para garantir as eleições; em 1954 para supervisionar a
passagem de governo de Vargas para Café Filho; em 1964, por temor que Jango
fechasse o Congresso e governasse por decreto, foram chamados para resguardar os
três poderes, impedir a quebra da hierarquia e para que não permitissem que
elementos “subversivos” influíssem no governo.
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Ao contrário dos movimentos vitoriosos, em 1955 e 1961, não havia uma opinião
coesa da imprensa. Era preciso ganhar a opinião pública para que o movimento saísse
vitorioso. Reafirmando a sua hipótese, para Stepan, o sucesso dos movimentos variou
em função do grau de legitimidade que foi dado ao presidente e à ação dos militares.
O autor frisa que, até 1955 ao menos, os militares não almejavam o poder.
Quando dos movimentos, os militares partidários do governo deposto não eram
expulsos, e sim transferidos. Até 1960, eram constitucionalistas, acreditando nas
soluções dos problemas através de um governo civil, e possuíam baixo grau de
legitimidade para assumir o poder. Até 1964, para Stepan, os militares não estavam
convictos de suas qualidades para governar o país. Já em 1964, foi questionada a
capacidade civil de solucionar os problemas e também a crença na incapacidade
militar de tomar o governo efetivamente. Então, os militares romperam com o padrão
moderador, depuseram o chefe do Executivo e assumiram o poder político.