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Epbv KAZQWk
Epbv KAZQWk
%
4,0 Taxa de crescimento natural
Taxa de saldo migratório Taxa de crescimento natural:
3,0
diferença entre as taxas de
2,0 natalidade e de mortalidade,
1,0 ou seja, o crescimento natural
por 1000 habitantes ou por
0,0 100, ocorrido num território,
num dado período, geralmente
-1,0 um ano.
-2,0 Taxa de crescimento migratório:
saldo migratório (imigração –
-3,0
emigração) referido à popula-
1971
2001
1977
2007
1974
2004
1950
1956
1962
1965
1986
1992
1995
1953
1968
1980
1983
1998
2010
2013
1959
1989
Podemos concluir que, durante a segunda metade do século XX e princípio do novo século:
• registou-se um aumento continuado da população até 2009, apesar da descida da taxa de crescimen-
to natural, mais acentuada a partir do início dos anos 80;
• na década de 60, ocorreu uma quebra significativa da população que se deveu, essencialmente, ao intenso
fluxo emigratório refletido na taxa de saldo migratório bastante negativa durante esse período;
• a taxa de saldo migratório aumentou na década de 70, atingindo o seu valor mais alto em 1975, o que se
deveu ao regresso de grande número de portugueses das ex-colónias, na sequência do processo de
independência, após a Revolução de 25 de Abril de 1974, mas também à diminuição da emigração;
• a taxa de saldo migratório volta a ter valores negativos durante os anos 80, o que, em conjunto com a
descida da taxa de crescimento natural, explica a quase estagnação da população nessa década;
• na década de 90, a taxa de crescimento migratório aumentou novamente, mantendo-se positiva até
2010, ano em que passou a ser negativa.
• desde 2010 a taxa de crescimento efetivo é negativa.
VERIFIQUE SE SABE
¸ Explicar a evolução da população portuguesa desde meados do século XX.
DESIGUALDADES NOS COMPORTAMENTOS DEMOGRÁFICOS A NÍVEL REGIONAL
CRESCIMENTO NATURAL
Em Portugal, as taxas de natalidade e de mortalidade sofreram uma redução durante o último século.
A taxa de mortalidade desceu muito na primeira metade, mantendo-se, desde 1960, em valores próxi-
mos dos 10‰, enquanto a taxa de natalidade desceu durante todo o século, mas de forma mais acen-
tuada desde os anos 60. Atualmente, as duas taxas têm valores próximos, pelo que a taxa de cresci-
mento natural é reduzida, embora com diferenças a nível regional (Fig. 1).
A B C
N N N
tlântico
tlântico
ântico
tl
Oceano A
Oceano A
Oceano A
R.A. Açores R.A. Açores R.A. Açores
TN (‰) TM (‰) TCN (‰)
<7,0 <9,0 <-1,0
R.A. Madeira 7,0 - 8,3 R.A. Madeira 9,0 - 12,0 R.A. Madeira -1,0 a -0,51
8,4 - 9,9 12,1 - 14,9 -0,50 a 0
0 50 km >9,9 0 50 km ≥15,0 0 50 km >0
Fonte: INE, 2014 Fonte: INE, 2014 Fonte: INE, 2014
FIG. 1 Taxas de natalidade (A), de mortalidade (B) e de crescimento natural (C), por NUTS III, em 2013.
A taxa de natalidade, em 2013, apresentava os valores mais altos na Península de Setúbal, na Região
Autónoma dos Açores e na Grande Lisboa. Os valores mais baixos ocorriam em Pinhal Interior Sul, Pinhal
Interior Norte, Cova da Beira, Serra da Estrela, Beira Interior Norte, Douro e Alto Trás-os-Montes.
A taxa de mortalidade, em 2013, apresentava os valores mais altos no Baixo e no Alto Alentejo, na Beira
Interior Norte e na Beira Interior Sul, na Serra da Estrela e em Pinhal Interior Sul. Os valores mais baixos
pertenciam ao Cávado, Ave, Tâmega, Entre Douro e Vouga, Grande Porto e Região Autónoma dos Açores.
A taxa de crescimento natural apresentava valores positivos apenas em cinco NUTS III, o Cávado, o
Tâmega, a Grande Lisboa, a Península de Setúbal e a Região Autónoma dos Açores, destacando-se pela
negativa o Pinhal Interior Sul, a Serra da Estrela e a Beira Interior Norte. As regiões do interior são as que
registam maiores descidas na taxa de crescimento natural, resultado, em parte, do envelhecimento
populacional e do progressivo despovoamento.
Taxa de mortalidade infantil:
Na taxa de mortalidade, incluem-se também os valores da taxa de mor- número de óbitos de crianças
talidade infantil que desceu, ao longo de todo o século XX, mas de forma com menos de um ano, por
cada mil nados-vivos, num
mais acentuada a partir de 1960, situando-se, em 2013, no valor de território, num dado período,
2,9‰, descendo ligeiramente face a 2012, ano em que foi de 3,4‰. geralmente um ano.
ç ç
CRESCIMENTO MIGRATÓRIO
As migrações caracterizam, desde há muito, o espaço português, embora tenham variado as razões e as
origens, os destinos e a intensidade dos fluxos migratórios.
A nível interno, o êxodo rural foi muito acentuado nas décadas de 60 e 70 e contribuiu decisivamente
para a atual desigualdade na repartição espacial da população. Atualmente, o êxodo rural ainda persiste,
mas direcionado, sobretudo, para as cidades de média dimensão.
A nível externo, a emigração teve a sua maior expressão na década de 60 e início de 70, sobretudo em
direção aos países da Europa Ocidental, principalmente França e Alemanha, devido ao fraco desenvolvi-
mento das atividades económicas no nosso país, à falta de emprego, ao regime político de ditadura e à
guerra colonial, que levou muitos jovens a emigrar para fugirem ao serviço militar.
A partir de 1973, a emigração permanente diminuiu, devido à crise internacional associada à subida do
preço do petróleo e à modernização das atividades económicas, que fez aumentar o desemprego.
A Revolução de 25 de Abril de 1974 contribuiu também para o decréscimo da emigração, pois permitiu a
democratização da sociedade portuguesa, o fim da guerra colonial e a abertura da economia ao exterior.
Além disso, deu-se o regresso de muitos portugueses das ex-colónias.
Durante os anos 80, continuou a tendência decrescente da emigração, verificando-se também que esta
passou a ser predominantemente temporária – por um período inferior a um ano. Na década seguinte, a
emigração aumentou novamente, mantendo-se, no entanto, em valores baixos até à atualidade.
Em meados dos anos 90, o saldo migratório voltou a ter valores positivos, facto que se deveu ao aumento
da imigração. A integração na União Europeia, o crescimento económico e a internacionalização da eco-
nomia portuguesa tornaram Portugal um país atrativo.
Em 2011, 2012 e 2013, o número de imigrantes foi inferior ao de emigrantes. Nesses três anos recentes
verificou-se a ocorrência de um crescimento migratório negativo. Em 2013 o número de emigrantes
permanentes, que saíram de Portugal para residir no estrangeiro, por um período igual ou superior a um
ano, terá rondado as 60 mil pessoas tendo sido o número de emigrantes temporários (por menos de um
ano) um pouco superior.
Crescimento efetivo:
CRESCIMENTO EFETIVO soma do crescimento natural
Graças ao aumento da imigração, desde o início dos anos 90, a taxa de com o saldo migratório, num
território, num dado período,
crescimento efetivo da população portuguesa registou um aumento, geralmente um ano.
invertendo essa tendência a partir de 2002. Em 2013 verificou-se uma Taxa de crescimento efetivo:
taxa de crescimento efetivo de –0,52, a nível nacional, refletindo os valo- crescimento efetivo por cem
ou mil habitantes.
res negativos de todas as regiões (Fig. 1). CN + SM ¥ 100 ou 1000
TCE =
Pop. total
Portugal -0,52
Norte -0,57
VERIFIQUE SE SABE
Centro -0,75
Lisboa -0,31 ¸ Descrever a distribuição das taxas
Alentejo -0,72 de natalidade, mortalidade e cres-
Algarve -0,04 cimento natural, por NUTS III.
R. A. Açores -0,04 ¸ Explicar a evolução da emigração e
da imigração em Portugal.
¸ Descrever a distribuição da taxa de
R. A. Madeira -0,68
A ESTRUTURA ETÁRIA
A evolução dos comportamentos demográficos reflete-se na estrutura etária da população portuguesa
(Fig. 1).
De 1970 a 2012, a base da pirâmide etária foi diminuindo progressivamente e o topo aumentando, o que
permite concluir que a população residente em Portugal tem vindo a sofrer um contínuo processo de
envelhecimento demográfico, que é resultado do:
• declínio da fecundidade, evidenciado pelo estreitamento da base da
pirâmide, que se traduz numa redução do número de jovens – enve- Envelhecimento demográfico:
lhecimento pela base; aumento da importância re-
lativa da população idosa na
• aumento da longevidade, visível no topo da pirâmide, que tem como população total.
consequência o aumento do número de idosos – envelhecimento
pelo topo.
A descida da taxa de natalidade, ao provocar a Quadro I. Evolução da estrutura etária
redução da população jovem, faz com que a da população portuguesa
população idosa passe a ter maior importân- Anos 2060
1980 2008
Idades (projeção)
cia relativa no total da população. Enquanto o
envelhecimento pelo topo se repercute a 0 – 14 27,3% 15,3% 11,9%
curto prazo, as consequências do envelheci-
15 – 64 * 61,6% 67,2% 55,8%
mento demográfico pela base da pirâmide
etária são mais gravosas, pois vão ter implica- 65 e mais 11,1% 17,5% 32,3%
ções nas gerações ativas futuras, que serão * População considerada em idade ativa.
menos numerosas (Quadro I). Fonte: Projeções da População Residente em Portugal: 2008-2060, INE, 2009
ç ç
1975
1985
1995
2005
1960
1970
1980
1990
2000
2010
1960
1970
1980
1990
2000
2010
1965
1975
1985
1995
2005
Desde a década de 80 que o índice sintético de fecundidade é inferior a 2,1, devido a fatores como:
• o prolongamento do tempo da escolaridade obrigatória e o aumento do nível de instrução;
• o adiamento do casamento e do nascimento do primeiro filho, devido ao investimento na carreira
profissional;
• a generalização do planeamento familiar e do uso de métodos contracetivos;
• o aumento da taxa de atividade feminina;
• a dificuldade no acesso à habitação, sobretudo nos meios urbanos;
• o aumento da exigência e das despesas com a educação das crianças.
75 102,2
70 90 85,8
65
68,1 VERIFIQUE SE SABE
¸ Explicar a evolução da estrutura
60
60
30 etária da população portuguesa.
¸ Indicar as razões do declínio da
55
50 0 fecundidade e do aumento da
1970 1980 1990 2000 2010 2013 1990 1995 2000 2005 2010 2013
Fonte: INE, 2014 Fonte: INE, 2014 longevidade.
FIG. 2 Evolução da esperança média de vida (A) e do índice de envelhecimento (B), em Portugal.
DESIGUALDADES A NÍVEL REGIONAL
A situação demográfica apresenta alguns contrastes, sobretudo entre as regiões autónomas e entre as
regiões do litoral e as do interior, onde a emigração e o êxodo rural foram também importantes causas
do envelhecimento demográfico (Figs. 1 e 2).
N
Norte 15,1 11,5 56,6 17,2
R.A. Açores
Índice (%) Madeira 16,4 12,3 56,2 15,0
<100
R.A. Madeira 100 - 150
151 - 200 0% 25% 50% 75% 100%
0 50 km >200 0-14 15-24 25-64 65 e +
Quadro I. Esperança média de vida, à nascença, por NUTS II, em 2009-2011 (anos)
R. A. R. A.
Portugal Continente Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve Açores Madeira
Idades H M H M H M H M H M H M H M H M H M
75,7 82,2 76,58 82,63 76,8 82,63 76,86 82,75 76,42 82,32 75,8 81,56 76,2 82,23 71,92 79,37 71,33 78,83
Fonte: INE, 2011
ç ç
VERIFIQUE SE SABE
¸ Descrever e explicar a distribuição geográfica do índice de envelhecimento, em Portugal.
¸ Enunciar as consequências demográficas das migrações, no nosso país.
A ESTRUTURA DA POPULAÇÃO ATIVA E DO EMPREGO
A proporção entre a população ativa e a população não ativa é influenciada
População ativa:
pelas seguintes variáveis demográficas: conjunto de indivíduos, com
• o envelhecimento demográfico, com o aumento do número de pes- 15 ou mais anos, que consti-
tuem mão de obra disponí-
soas reformadas, a redução da taxa de natalidade e a entrada mais vel, incluindo os desempre-
tardia dos jovens no mundo do trabalho, levaram a uma diminuição gados e os que cumprem o
serviço militar.
da taxa de atividade;
População não ativa:
• o saldo migratório – se a emigração é maior, há uma redução da popu- conjuntos de indivíduos, de
lação ativa; se a imigração é superior, dá-se o seu crescimento; qualquer idade, que não são
considerados economicamen-
• a maior participação da mulher no mercado de trabalho contribuiu te ativos.
para o aumento da taxa de atividade (Fig. 1). Taxa de atividade:
percentagem de população
A população ativa distribui-se pelos três setores de atividade económica, ativa em relação à popula-
cuja contribuição para o emprego tem sofrido alterações significativas, ção total.
sobretudo desde meados do século passado (Fig. 2).
% A %
B 100%
60 100 S. Terciário
90 S. Secundário
50 80 75% S. Primário
70
40
60
50%
30 50
40
20 30 25%
10 20
10 0%
0 0 1950 1970 2014
2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Fonte: Anuário Estatístico
Fonte: Anuário Estatístico de Portugal – 2012, INE, 2014 Mulheres Homens de Portugal – 2012, INE, 2014
FIG. 1 Evolução da taxa de atividade total (A) e feminina (B), em Portugal (2000 a 2012). FIG. 2 Evolução do emprego por setores de
atividade, em Portugal (1950, 1970 e 2012).
A importante redução registada no setor primário deveu-se, sobretudo, ao êxodo rural que levou à tran-
sição de ativos para os setores secundário e terciário, mas também à corrente emigratória para os paí-
ses da Europa Ocidental e à mecanização e modernização da agricultura.
O setor secundário aumentou até aos anos 70 mas, a partir daí, tem decrescido, como resultado da
modernização das indústrias, com o desenvolvimento científico e tecnológico, e da sua deslocalização
para outros países, principalmente dos ramos mais intensivos em mão de obra.
O setor terciário foi o que mais cresceu, empregando, atualmente, mais de metade da população ativa.
Esta evolução acompanha a tendência de terciarização da economia e deve-se ao aparecimento de
novos serviços, nomeadamente as telecomunicações; ao desenvolvimento dos serviços sociais, da
administração pública, da educação e da saúde; à expansão dos serviços financeiros; ao aumento e
diversificação das atividades de turismo e lazer e à expansão do comércio.
A repartição do emprego pelos setores de atividade apresenta algumas diferenças regionais, que são,
simultaneamente, causa e efeito das assimetrias demográficas e sociais existentes em Portugal. O setor
primário tem maior relevância na região Centro, o secundário emprega mais população no Norte, onde
as indústrias ainda são bastante intensivas em mão de obra, e o terciário é o mais importante em todo o
país.
ç ç
formal e não formal registou um aumento em todos os grupos 25-34 anos 40,2 59,8
etários, sendo mais acentuado nos escalões etários dos 18 aos 24
35-44 anos 28,5 52,2
anos e dos 35 aos 44 anos.
O aumento na participação em atividades de aprendizagem 45-54 anos 22,0 41,4
ao longo da vida ocorreu em todas as regiões, sobretudo na 55-64 anos 10,8 22,0
Região Autónoma da Madeira, que registou, em 2011, uma subi- 2007
TOTAL 30,9 48,8 2011
da superior à média nacional.
Adaptado de Inquérito à Educação e Formação de Adultos 2011, INE, 2013 0 10 20 30 40 50 60 70 80
Fonte: Inquérito à Educação e Formação de Adultos, 2007 e 2011,
INE, 2013
Apesar do aumento da taxa de aprendizagem ao longo FIG. 3 Proporção de pessoas com idade dos 18 anos aos 64
anos que participou em atividades de aprendizagem ao longo
da vida em todas as regiões, Lisboa e Centro apresen- da vida, em Portugal (2007 e 2011).
tam os valores mais altos, enquanto nas regiões autó-
nomas se registam os mais baixos (Fig. 3).
VERIFIQUE SE SABE
¸ Descrever e explicar a evolução da taxa de atividade e a distribuição regional do emprego por setores de atividade.
¸ Descrever a evolução e a distribuição regional dos níveis de escolaridade da população ativa.
PRINCIPAIS PROBLEMAS SOCIODEMOGRÁFICOS...
Em Portugal, um dos principais problemas demográficos é o envelhecimento da população que tende a
agravar-se, uma vez que se prevê a continuação do declínio da fecundidade, acarretando consequên-
cias sociais e económicas importantes.
O aumento do número de idosos conduzirá a um acréscimo das despesas Quadro I. Evolução do valor das
com o sistema de saúde, os serviços e equipamentos de apoio a idosos pensões pago pela Segurança
Social, em Portugal
e, sobretudo, com o pagamento das pensões de reforma (Quadro I).
Ano Milhares
A diminuição do número de jovens conduzirá, a médio prazo, à redução de euros
da população em idade ativa, provocando: 2005 10 583 686
• a redução das contribuições para a Segurança Social, o que poderá 2006 11 375 045
levar a uma rutura do sistema de pensões e reformas; 2007 12 041 352
• a necessidade de introduzir alterações no funcionamento do siste- 2008 12 732 348
ma da Segurança Social, no regime de aposentação, na idade de 2009 13 375 999
reforma, etc. 2010 13 911 014
A população jovem e a idosa dependem da população ativa. Essa relação 2011 14 349 380
pode ser avaliada pelos índices de dependência de jovens e de idosos, 2012 14 361 885
Fonte: Anuário Estatístico de Portugal
cuja soma nos dá o índice de dependência total. 2012, INE, 2014
O índice de dependência total diminuiu significativamente de 1981 para Índice de dependência de jovens:
2001, em resultado da diminuição do índice de dependência de jovens, relação entre a população jo-
vem e a população em ida-
já que o de idosos aumentou. De 2001 para 2008, o índice de dependên- de ativa, expressa geralmente
cia total subiu ligeiramente, pelo acréscimo do índice de dependência em % (número de jovens por
cada 100 indivíduos em idade
de idosos, pois o de jovens continuou a diminuir e de 2008 para 2012 o ativa).
aumento do índice de dependência de idosos contribuiu para que o índice Índice de dependência de idosos:
de dependência total tivesse continuado a subir (Fig. 1). relação entre a população idosa
e a população em idade ativa,
A evolução dos índices de dependência evidencia claramente o envelhe- expressa geralmente em %
(número de idosos por cada 100
cimento demográfico, tal como os índices de dependência a nível regio- indivíduos em idade ativa).
nal (Fig. 2): Índice de dependência total:
• Alentejo, Algarve, Centro e Lisboa são as regiões com maiores índi- relação entre a população de-
pendente (jovens e idosos) e a
ces de dependência total, correspondendo aos maiores índices de população em idade ativa, ex-
dependência de idosos e aos menores de jovens; pressa geralmente em % (nú-
mero de dependentes por cada
• apenas as duas regiões autónomas e o Norte têm um índice de 100 indivíduos em idade ativa).
dependência total e de idosos inferior à média nacional.
% % 59,1 ID Total
60 60 ID Idosos
55,1 54,1 54,7
ID Total ID Jovens
47,0
43,9 44,3
40 40 34,6 30,0 38,2 30,7
25,5 18,7 21,1
ID Idosos
Fonte: INE, 2013
Fonte: INE, 2013
ID Jovens
20 20
0 0
1981 1991 2001 2008 2012 Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve R. A. R. A.
Açores Madeira
FIG. 1 Evolução dos índices de dependência, em FIG. 2 Índices de dependência, por NUTS II (2012).
Portugal (1981 a 2012).
ç ç
Outros problemas sociais decorrem diretamente dos baixos níveis de escolaridade e de qualificação
profissional, que se refletem na baixa produtividade da economia portuguesa, comparativamente à dos
parceiros comunitários, e influenciam também os níveis de empregabilidade. Além disso, dificultam o
desenvolvimento económico e a reconversão profissional da mão de obra.
Uma população ativa, pouco instruída e qualificada, encontra-se
Empregabilidade:
mais vulnerável às flutuações do mercado de trabalho, sobretudo capacidade de um profissional se
nas situações de crise económica, como a que o mundo atravessa adaptar às novas necessidades e
dinâmica dos novos mercados de
desde 2008, em que o desemprego tende a aumentar. A taxa de trabalho.
desemprego, em Portugal, evidencia essa vulnerabilidade que, além Taxa de desemprego:
dos trabalhadores pouco qualificados, afeta também de forma mais percentagem de desempregados
face ao total da população ativa.
grave os jovens dos 15 aos 24 anos e as mulheres (Fig. 3).
A B C
20% 40% 20%
36,0
16,3 16,1 15,6 15,3 15,9
15% 30% 15%
13,2
FIG. 3 Taxa de desemprego por níveis de escolaridade (A), idade (B) e género (C), em Portugal, no 3.o trimestre de 2013.
Quadro II. Taxa de desemprego, por NUTS II, 3.o trimestre 2013 (%)
Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve Açores Madeira
16,6 11,2 17,9 16,1 13,8 17,7 17,3
Fonte: Estatísticas do Emprego – 3.º Trimestre de 2013, INE, 2013
VERIFIQUE SE SABE
¸ Enunciar os principais problemas decorrentes do envelhecimento demográfico.
¸ Descrever e explicar a evolução do índice de dependência total, tendo em conta os de jovens e de idosos.
¸ Analisar as implicações dos baixos níveis de escolaridade e de qualificação da população ativa.
... E POSSÍVEIS SOLUÇÕES
A população deve ser entendida como o recurso mais importante para a promoção do desenvolvimento
de um país ou região. Por isso, é necessário fazer face aos problemas demográficos que se colocam
atualmente ao nosso país, através de medidas como as seguintes.
• A adoção de políticas demográficas de incentivo à natalidade, para possibilitar o rejuvenescimento
da população, tais como (Doc. 1):
– alargamento da rede da educação pré-escolar, com horários
compatíveis com a atividade profissional dos pais; DOC. 1 O DESAFIO QUE SE IMPÕE
– aumento dos abonos de família, em função do número de
«Por um Portugal amigo das crian-
filhos; ças, das famílias e da natalidade
– redução dos impostos para as famílias mais numerosas; (2015-2035)», assim se chama o estu-
– alargamento do período de licença maternal e paternal; do encomendado pelo executivo de
– maior diversidade de modalidades de licença de materni- Pedro Passos Coelho, com algumas
dade e paternidade; propostas para aumentar a natalidade
em Portugal. Neste documento cons-
– criação de incentivos às empresas de modo a torná-las par-
tam um conjunto de medidas que vão
ceiras na promoção da natalidade; desde os impostos, educação, saúde
– desenvolvimento de uma política de imigração que crie con- ou responsabilidade social. Este rela-
dições de vida familiar aos imigrantes; tório foi elaborado tendo como base
– criação de maiores apoios aos tratamentos de fertilidade; os dados do Inquérito à Fecundidade
– regulamentação da adoção de crianças de outros continentes. de 2013, divulgado pelo INE, em
junho, que revelou que, se não existis-
• A implementação de medidas que elevem os níveis de escola-
sem constrangimentos, os casais por-
ridade e qualificação profissional, para aumentar a produtivi-
tugueses desejariam ter, em média,
dade e prevenir o desemprego. Por exemplo: 2,31 filhos. Este desejo é contrariado
– alargamento da oferta do ensino profissional, de modo a pela realidade que levou a uma desci-
diversificar os percursos escolares e, assim, combater o da do índice sintético de fecundidade,
abandono escolar e preparar os jovens para a vida ativa; em 2013, para um novo mínimo: 1,21
– ajustamento da formação profissional às necessidades das filhos por cada mulher em idade fértil.
Diz o relatório que, a manterem-se
empresas;
estes números, em 2060 apenas exis-
– dinamização da formação contínua ao longo da vida; tirão 6,3 milhões de portugueses (con-
– requalificação da população ativa, nos diferentes setores de tra os atuais 10 milhões).
atividade. O estudo, elaborado por uma
• O apoio à inovação tecnológica nas escolas, universidades, comissão independente e coordenado
administração pública e empresas, de modo a melhorar a pro- por Joaquim Azevedo da Universidade
Católica, defende que é mais impor-
dutividade e competitividade.
tante remover os obstáculos que se
• A valorização da participação da população idosa, promo-
colocam a quem quer ter filhos,
vendo a partilha da sua experiência com as gerações mais nomeadamente ao nível profissional e
jovens, nomeadamente nas atividades artesanais. económico, do que premiar os nasci-
mentos.
Adaptado de Saldo Positivo, CGD,
16/07/2014
VERIFIQUE SE SABE
¸ Enumerar medidas que permitam resolver ou minorar problemas como: o envelhecimento demográfico e suas conse-
quências sociais; os baixos níveis de escolaridade e qualificação da população ativa.