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Clínica Médica - 230618 - 125823
Clínica Médica - 230618 - 125823
Sistema
Endócrino
Composto por glândulas especializadas na síntese e secreção hormonal,
responsável pela regulação de processos biológicos através dos mensageiros
químicos que influenciam a função das células-alvo no organismo.
◉ Glândulas endócrinas:
◉ Eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal
1. O Hipotálamo (1), constitui o centro de controle e
homeostasia do organismo e, atua sobre a hipófise para
1
CRH produção de vários hormônios;
2. O hipotálamo sintetiza e secreta o hormônio liberador de
2
Corticotropina (CRH) e se liga a células corticotróficas
promovendo a estimulação hipofisária;
GC ACTH 3. Na Hipófise (2) ocorre a liberação do Hormônio
Adrenocorticotrófico (ACTH);
4. O ACTH se liga aos receptores nas Glândulas Adrenais
3 (3), estimulando a síntese e secreção de Glicocorticoides
(GC), especificamente o cortisol;
5. O cortisol atua no hipotálamo e na hipófise inibindo a
secreção de CRH e ACTH o que implica na variação das
concentrações de cortisol ao longo do dia.
Hipófise
+ ACTH
-
Adrenal
+ CORTISOL
◉ Ação dos glicocorticoides
Atuam no estimulo de transcrição enzimática, principalmente na gliconeogênese;
Atuam com receptores da membrana em tecidos linfoides exercendo efeitos
imunossupressores;
Inibe a utilização da glicose pelas células estimulando o armazenamento
(gliconeogênese), consequentemente causando hiperglicemia;
Estimula a proteólise aumentando N+ na urina, aminoácidos séricos e
concentração de ureia plasmática;
Estimula a lipólise, facilitando a ação do glucagon, adrenalina e GH;
Desencadeia a oxidação dos ácidos graxos, aumentando a Acetil-CoA que
estimula a formação de gliconeogênese;
Efeito anti-inflamatório e antialérgico por meio da redução da hiperemia;
Diminuem a migração de leucócitos maduros;
Inibem a síntese de algumas interleucinas, impedindo uma resposta imune
adequada (efeito imunossupressor);
Aumenta a secreção de ácido clorídrico, pepsina e tripsina pancreática;
Diminui a secreção de muco favorecendo úlceras gastroduodenais;
Aumenta a reabsorção da matriz óssea e diminui a absorção de cálcio
intestinal e aumenta a excreção de cálcio e fósforo via renal.
◉ Classificação
Hipófise-dependente
Ou pituitário dependente;
Forma mais comum, 85% dos pacientes;
Caracterizado por anormalidades na hipófise, como: hiperplasia, adenoma e
carcinoma, que promoveram aumento na síntese e secreção do hormônio ACTH,
consequentemente aumentando a ação da adrenal liberando mais glicocorticoides
e inibindo o CRH.
Adrenal-dependente
Caracterizado por anormalidades na própria glândula adrenal
Como: hiperplasia, adenoma e carcinoma, que promoveram aumento na
síntese e secreção de glicocorticoides, inibindo o ACTH e CRH;
Este normalmente acomete animais acima de 11 anos e de porte grande.
Iatrogênico
Caracterizado pela inativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal
Normalmente pelo uso crônico de corticoides exógenos ou em altas doses.
◉ Sinais clínicos
O excesso de produção e secreção de cortisol sem inibição do eixo hipotálamo-
hipófise-adrenal irá desencadear diversas alterações sistêmicas:
Valores de referência:
Cortisol pré-dexametasona: 0,5-9,0 mg/dL
Cortisol após 4 horas: <1,4 mg/dL
Cortisol após 8 horas: <1,4 mg/dL
Diferenciação:
HHD: Após 4 horas o valor sérico de cortisol será >1,4 mg/dL + <50% do valor de
0h (antes da aplicação de dexametasona);
HAD: Após 4 horas o valor sérico de cortisol será >1,4 mg/dL+ >50% do valor de
0h;
Ou seja pacientes com HHD, após 4 horas apresentarão supressão.
Doenças não adrenais concomitantes, assim como o uso de corticoides crônico ou
até 72 horas antes do exame podem gerar falso-positivo.
◉ Tratamento
Monitorar a ingestão de água do paciente diariamente, mesmo em casa;
Pacientes com hiperadrenocorticismo consomem >100 ml/kg/dia, sendo o ideal
para animais hígidos 60 ml/kg/dia, o monitoramento é uma forma de verificar a
eficácia do tratamento medicamentoso.
▶ Medicamentos:
Mitotano Trilostano
Humano/Manipulado Humano/Vet
20-25 mg/kg 3-6 mg/kg
BID BID
Via oral Via oral
Átipo/Iatrogênico
Ocorre baixa secreção dos GC e MLC pela pela interrupção abrupta de uso
crônico de glicocorticoides, adrenalectomia e uso de medicamentos
adrenocorticolíticas (mitotano e trilostano);
Esta classificação normalmente é utilizada em pacientes que apresentam
redução de GC e níveis normais de MLC.
Secundário
Ocorre quando há redução na síntese e secreção de ACTH, ou seja, só tem
redução de GC, já que a síntese da aldosterona é controlada pelo sistema
renina-angiotensina;
Por neoplasias, traumas, processos inflamatórios, pós-corticoterapia ou
idiopático.
◉ Deficiência de Glicocorticoides
Promove redução de gliconeogênese e glicogenólise hepática ➜ causa
hipoglicemia ➜ redução da sensibilidade vascular ás catecolaminas ➜ bradicardia
e hipotensão ➜ aumento na secreção de ADH (antidiurético);
Menor tolerância ao estresse ➜ crises addisonianas pós estresse.
◉ Deficiência de Mineralocorticoides
Promove reabsorção de sódio, cloreto e água a nível renal e intestinal, retenção de
íons de hidrogênio ➜ causa poliúria, polidipsia, desidratação, êmese, diarreia e
acidose metabólica;
Em resposta á acidose metabólica ocorre deslocamento de potássio do meio
intracelular para o meio extracelular (antes ocupado pelo sódio) ➜ promovendo
distúrbios na condução cardíaca (débito cardíaco), arritmias, assistolia e óbito.
↓ Na
◉ Sinais clínicos
Não possui sinais patognomônicos, sendo vagos e sugestivos a várias patologias,
como doenças renais e gastrointestinais:
↓ Na ↑ Ka
↓ DC
(hiponatremia) (hipercalemia)
▶ Eletrocardiograma: Caquexia
Onda P
QRS
▶ Ultrassonografia:
A US abdominal tem papel importante para diagnosticar atrofia adrenal.
▶ Teste de estimulação com ACTH:
Método de eleição para o diagnóstico;
Funciona através da dosagem de cortisol por ACTH, que estimula a produção
máxima de cortisol pelas adrenais, podendo detectar deficiência na resposta a esse
estimulo, que ocorre em pacientes com hipoadrenocorticismo.
COMO FUNCIONA ?
1. Amostra sanguínea para mensurar o cortisol basal
2. Administração de ACTH sintético (Synacthéne)
5 mg/kg IV
3. Segunda amostra após 1 hora
Cortisol pós-ACTH < 2,0 mg/dL = Hipoadrenocorticismo
Valores de referência:
Cortisol pré-ACTH: 0,5 a 5,5 mg/dL
Cortisol pós-ACTH: 5,5 a 17,0 mg/dL
O uso de corticoides podem interferir no exame, se utilizados em até 72 horas; O uso
crônico inibe o eixo hipotálamo-hipófise e provoca um resultado falso-positivo;
Neste teste não é possível diferenciar o hipoadrenocorticismo primário e secundário,
a diferenciação é realizada através da disfunção eletrolítica, sendo que o secundário não irá
apresentar; Outra maneira é através da mensuração do ACTH sérico, sendo que o primário
apresenta concentrações normais ou elevadas de ACTH endógeno.
◉ Tratamento
Se direciona pela maneira em que o paciente se encontra, normalmente chegam
como emergência clínica, ou seja, em crise; Portanto o tratamento deve-se iniciar na
estabilização do anima e, em seguida ao tratamento de manutenção.
▶ Crise addisoniana:
Estes pacientes geralmente chegarão em choque hipovolêmico e desidratação
grave:
Fluidoterapia intensiva de NaCl 0,9%, 20 a 90 mL/kg/h durante as primeiras horas
para estabilidade hemodinâmica do paciente
Esta é a solução de escolha pois a elevada concentração de sódio corrige a
hipovolemia, hiponatremia e a hipocloremia, além da PA e perfusão tecidual;
Após a correção, manter no fluido durante 36 a 48 horas em 4 a 5 mL/kg/h;
O Ringer com Lactato não deve ser usado em crise por conter potássio.
Monitorização da frequência cardíaca, tempo de preenchimento capilar, débito
urinário e PA pelo menos a cada 20 minutos.
Em cães com hipoglicemia deve ser adicionada glicose a fluidoterapia
Infusão de glicose a 5% (4 a 10 mL/kg) na primeira hora; Em pacientes com
hipoglicemia grave deve-se utilizar 1 a 2 mL de bolus (insulina regular)
A hipercalemia deve ser tratada secundária a fluidoterapia visto que ocorrerá a
correção da acidose metabólica e excreção do potássio pelo aumento da filtração
glomerular
Em casos graves, utilizar bicarbonato de sódio que promove o desvio de
potássio em sinergismo com a insulina
A reposição de glicocorticoides é de extrema importancia, sendo utilizado a
dexametasona IV:
0,25 mg/kg com hiponatremia discreta
2 a 4 mg/kg com hiponatremia moderada a grave
Este fármaco não interfere nos resultados do teste, somente após o teste use
prednisolona ou hidrocortisona; Após o teste caso o dexametasona não
estabilize o paciente, utilizar hidrocortisona
Usar ACTH sintético 5 mg/kg IV, entre 45-60 minutos a coleta da amostra em
crise será inferior a 1,0 mg/dL
▶ Tratamento de manutenção
Quando o animal estiver estável, com apetite e equilíbrio eletrolítico e não
apresentar mais êmese, diarreia, fraqueza e depressão;
Uso de glicocorticorticoides + mineralocorticoides
Percoten V
2,2 mg/kg/ 25 dias
Injetável IV
Não disponível no BR
Predisposição genética;
Insulite imunomediada;
Pancreatite;
Obesidade;
Exposição prologada a fatores de resistência insulínica;
Ou de forma transitória:
Diestro;
Gestação;
Hiperplasia endometrial cística;
Secreção de progesterona e GH mamária.
◉ Pâncreas e Insulina
A porção endócrina corresponde a 2% do tecido, as Ilhotas de Langerhans,
composta por:
25%
Células α Glucagon
60%
Células β Insulina/Amilina
10%
Células δ Somastatina
1%
Células PP Polipeptídio pancreático
<1%
Células G Gracina
<1%
Células ε Grelina
G GLUT
G Glicose
G
G G
Insulina
Receptador de insulina
◉ Resistência Insulínica
Ocorre quando há uma falta de resposta da insulina á sinalização de seus
receptores;
Consequentemente ocorre uma resposta de hipersecreção insulínica e
hiperinsulinemia; Mais tarde pode provocar exaustão das células beta.
◉ Fisiopatogenia
Quando há resistência insulínica ou redução da secreção de insulina ocorre o
aumento nos processos de glicogenólise e gliconeogênese, provocado tanto pela
insuficiência de insulina quanto o aumento do glucagon;
Provocando hiperglicemia crônica e consequentemente glicotoxicidade vascular
e celular;
Causa danos e esgotamento das células beta;
A hiperglicemia sanguínea pode superar o limiar renal de filtração, gerando
glicosúsia por alteração na diurese osmótica
Assim são desencadeados os 4 "P" da Diabetes Mellitus:
Poliúria Polidipsia Perda de peso Polifagia
A glicosúria e poliúria ocorrem simultaneamente;
A poliúria promove desidratação e polidipsia compensatória;
A deficiência de glicose no meio intracelular, promove proteólise e lipólise na
tentativa de buscar fontes de energia alternativas, o que gera perda de peso
acentuada;
A perda de peso e deficiência de fonte energética nas células dentro do centro
de saciedade gera polifagia compensatória.
Lesão e exaustão
Perda de Glicose Glicosúria Diurese osmótica das células beta
Proteólise Lipólise
Poliúria Polidipsia
Perda de peso
Desidratação
Polifagia
◉ Classificação
Tipo I
Ou insulino-dependente;
Caracterizada pela destruição das células beta e, consecutivamente, pela
incapacidade para produzir insulina;
Todos os cães serão desse tipo;
50% dos gatos serão desse tipo.
Tipo II
Ou insulino-não-dependente;
Caracterizada pela resistência periférica à insulina, preservando-se, em grau
variável, a capacidade para secretar o hormônio;
Mais frequente no gato (30%).
Tipo III
▶ Catarata diabética:
Normalmente ocorre em cães, de maneira bilateral e de progressão rápida;
A concentração de glicose pode afetar o humor aquoso, quando acima de 10%
ocorre maior atividade da enzima aldose redutase gerando um produto, o sorbitol;
O sorbitol sofre ação enzimática (desidrogenase) gerando frutose e álcool, que
aumenta o aporte de água para o cristalino, causando entumecimento e rompimento
da lente.
Caracterizada por apresentar formato de "Y";
Pode também, provocar processos inflamatórios como: uveíte e evoluir para
glaucoma.
▶ Complicações:
Hipertensão (cães)
Secundária a vasculopatia causada pela glicotoxicidade e ineficácia á resposta
de controle da pressão dos vasos.
Nefropatia diabética (cães e gatos)
Lesão crônica nos glomérulos e túbulos causada pela glicosúria persistente e
alterações de diurese osmótica;
Gatos podem desenvolver andar plantígrado, ocorre por depleção de mioinositol
e desmielinização em neurônios periféricos.
◉ Diagnóstico
▶ Glicosímetro + Urinálise:
Diagnóstico clínico e de fácil acesso;
Medição da glicemia em jejum com glicosímetro portátil associado á glicosúria por
meio de fitas reagentes;
Para ser considerado diabético precisa apresentar os dois (hiperglicemia +
glicosúria);
◉ Tratamento
Uso de insulina, manejo e monitoramento;
De acordo com a espécie, tem diferença na sequencia de aminoácidos na insulina;
▶ Tipos de insulina:
Regular
NPH
Duração Potência
Lenta
Glargina
▶ Insulinoterapia:
A insulina deve ser refrigerada e não recomenda-se aquece-las ou agita-las, pois
causa degradação da insulina; Mas após retirada do resfriamento é importante
homogeneizá-las;
A escolha da insulina deve levar em conta os hábitos naturais da espécie e
realizada diariamente conforme a atuação de cada uma;
Como manutenção é utilizado insulina de média ou lenta ação;
Insulina intermediária Humana recombinante (NPH U-100/ml)
0,25 - 0,5 U/kg/BID
Insulina lenta suína purificada (Caninsulin U-40/ml)
0,25 - 0,5 U/kg/BID
Insulina de longa duração Glargina (Lantus ou Basaglar U-100/ml)
1-2 U/gato/BID
Recomendada somente para gatos
Insulina de longa duração Detemir (Levemir U-100/ml)
0,1 U/kg/BID no cão
1-2 U/gato/BID
Aplicar 1-2 U a cada 4-5 dias para ajustes até achar a dose correta;
Insulina regular cristalina
Utilizada em crises hiperglicêmicas, gerando cetoacidose diabética;
IM ou infusão contínua IV
Animais <10kg 2 U iniciais e 1 U a cada hora
▶ Manejo alimentar:
O paciente diabético deve se alimentar de forma regular, preservando os horários
fixos, e de forma balanceada para que seja uma aliada ao tratamento;
Devem ser:
Alimentos ricos em proteína
26-30% cães
40-50% gatos
Alimentos com fibras
Para aumentar a viscosidade promovendo maior saciedade, retardando o
esvaziamento gástrico, retardando a absorção intestinal da glicose e aumentar a
motilidade gastrointestinal; Diminuindo a hiperglicemia pós-pradial (pós-refeição)
15-25% cães
3-15% gatos
Restrição de carboidratos simples
Somente carboidratos de cadeia longa
Difícil digestão com maior conteúdo calórico, causando picos de hiperglicemia e
hipoglicemia alternados, causando o efeito Somogyi
Alimentos com <30% de gordura
Rações recomendadas:
Ainda devem ser considerado animais com outras comorbidade e o escore corporal;
O aporte calórico deve ser considerado nas mesma condições de cães normais,
mas com dieta específica e respeitando a quantidade diária;
Em animal com peso não ideal, seja magro ou obeso, a manutenção alimentar deve
ser baseada no peso ideal, levando em consideração alguns parâmetros:
Animais magros deve ser oferecido alimento com densidade calórica elevado até
quando atingir o peso ideal; Lembrando que a dose de insulina deve ser
estabelecida de acordo com o peso, então quando + peso será necessário +
insulina;
Animais obesos deve ter sua necessidade calórica restrita, considerando o peso
ideal do animal baseado na raça/porte, a perda de peso deve ser de forma gradual
para evitar complicações, e assim como em animais magros a insulina deve ser de
acordo com o peso e sua perda, então quando - peso será necessário - insulina.
▶ Exercício físico:
A atividade física atua como auxiliar no controle de obesidade e dislipidemia,
minimizando a resistência insulínica e linfática proporcionando maior absorção da
insulina e afinidade com seu receptor; Isso ocorre pois com o exercício a via de
absorção muscular de glicose por meio da translocação de GLUT para a membrana
celular;
Os exercícios devem seguir uma rotina, com horários fixos e mesma intensidade;
Em horários esporádicos podem atrapalhar o controle glicêmico e provocar
hipoglicemia. O ideal é que seja antes das refeições e após a aplicação da insulina.
▶ Monitoramento:
1. Monitorar os sintomas dos 4 "P";
2. Ingestão de água/dia;
3. Medição de glicemia e glicosúria domiciliar;
4. Exame de proteínas glicadas recorrentes (furosamina);
5. Fazer o controle por curva glicêmica.
100
Pico de ação
50
(nadir)
0
0h 2h 4h 6h 8h 10h
◉ Tireoide
Glândula endócrina, de formato achatado e elipsoidal nos gatos;
Composta de dois lobos localizados lateralmente sobre a traqueia, de coloração
castanho-amarelado;
Nos gatos saudáveis não são facilmente palpáveis;
Em cada lobo da tireoide existem duas glândulas paratireoide, que sintetizam e
secretam paratormônio.
Vista dorsal
Paratireoides interna/externa, direita/esquerda
Tireoide
Vista ventral
A glândula libera mais T4, pouco T3 e ainda rT3 (forma inativada de T3);
O T3 penetra mais rapidamente nos tecidos, tendo mais potência de ação que
T4;
O sistema funciona com retroalimentação (feedback negativo e positivo);
São hormônios lipofílicos, por isso precisam de proteínas transportadoras,
sendo >99% dos hormônios tireoidianos estão ligados á albumina; <1% livre;
80% do T3 vem do T4 através de catabolismo enzimático extra tireoidiana.
Hipotálamo
+ TRH
-
Hipófise
+ TSH
-
Tireoide
+ T3/T4
◉ Funções
Controle de temperatura corporal;
Crescimento e diferenciação celular;
Síntese e degradação hormonal;
Metabolismo de lipídeos, proteínas e carboidratos;
Síntese de enzimas, vitaminas e minerais;
Formação e reabsorção óssea;
Estimulo da eritropoiese;
Controle do centro respiratório;
Estimula a hipóxia cerebral;
Efeitos cronotrópico e inotrópico cardíaco (força de contração e a frequência
cardíaca).
◉ Etiopatogenia
As células foliculares da tireoide começam a apresentam crescimento e replicação,
promovendo o aumento na síntese e secreção hormonal de maneira autônoma, não
respondendo ao eixo hipófise-tireoide;
A causa mais comum são neoplasias, carcinoma e principalmente hiperplasia
adenomatosa (98% dos casos); O adenoma é uma neoplasia benigna e deixando a
glândula parecida com um cacho de uva;
30% dos casos apresentam de forma unilobular, no entanto como a face atrás da
tireoide possui uma conexão física, a maioria dos gatos tem envolvimento bilobular
(70%);
Fatores nutricionais, ambientais e alterações de imunoglobulinas (vacinas) podem
favorecer a patologia; A quantidade de iodo em dietas comerciais, principalmente
enlatados é quase 10x mais alta que o recomendado e algumas embalagens de
areia sanitária/ração/vasilhas podem conter compostos que podem provocar
potencial a formações neoplásicas.
◉ Sinais clínicos
Os tutores demoram a perceber alterações iniciais pois por acometer gatos idosos é
confundido com vigor e saúde, no inicio estão ativos e se alimentando muito,
posteriormente são notados os sinais mais frequentes
PU/PD Diarreia
Perda de peso Vômito
Polifagia Alopecia
Hiperatividade Alterações renais
Alterações SNC Hipertensão
Agressividade Arritmias
▶ Hemograma:
Anemia
macrocítica e normocromica, regenerativa
Quando há insuficiência renal crônica
Leucograma de estresse
▶ Bioquímico:
↑ FA
↑ ALT
↑ AST
Causada pelo efeitos hepatotóxicos e hipóxia hepática
Hiperfosfatemia
Quando há reabsorção óssea e/ou insuficiência renal crônica
Hiperglicemia
Resistência insulínica provocada pelo estresse
Azotemia
↑ de ureia e outros compostos nitrogenados no sangue, devido ao aumento do
catabolismo proteico, hipertensão e aumento da perfusão renal
◉ Tratamento
Depende do estado geral do paciente e presença de alterações sistêmicas graves,
doenças concomitantes e envolvimento tireoidiano;
Podem ser medicamentosa, cirúrgica ou com iodo radioativo;
▶ Medicamentos:
Tratamento para o resto da vida, não é curativo, possui efeitos colaterais, exames
periódicos e compromisso do tutor.
Efeitos colaterais: anorexia e vômito;
Metimazol O uso pode ser usado para
2,5 mg/gato/BID inicial; estabilizar associado a exames de
5-7 mg/gato/SID após; T4, ou prolongado com avaliação a
cada 6 meses e corre risco de causar
Transdérmico mastigável;
hepatotoxicidade.
TRH
1
Vista dorsal
T3/T4
Paratireoides
TSH 3 interna/externa,
direita/esquerda
Tireoide
▶ Hipotireoidismo linfócitica:
Infiltrado de células plasmáticas e linfócitos no tecido, destruindo o parênquima
tireoidiano, substituindo por tecido conjuntivo fibroso;
Distúrbio imunomediado.
▶ Hipotireoidismo atrófica:
Ou atrofia folicular idiopática;
Ocorre perda do parênquima, sem infiltrado inflamatório, havendo substituição por
tecido conjuntivo adiposo.
Secundário
Menos de 5% casos;
Caracterizada pela diminuição de TSH, ou seja, disfunção na hipófise;
Pode ser causado por má formação congênita da hipófise, deficiência na
secreção de TSH, defeito na síntese e secreção de hormônios da tireoide,
destruição hipofisária por neoplasia ou trauma, supressão da glândula por
medicamentos (glicocorticoides);
Pode ter comprometimento de GH causando nanismo, ou somente TSH
causará cretinismo (deficiência no amadurecimento cerebral)
Terciário
◉ Diagnóstico
▶ Hemograma:
Anemia
normocítica e normocrômica, arregenerativa
Ocorre pela diminuição da produção e maturação de eritrócitos (função dos
hormônios tireoidianos).
▶ Bioquímico:
Hipercolesteronemia
Hipertrigliceridemia
Ocorre devido a dimuinção no metabolismo e aumento da produção hepática.
▶ US cervical:
No caso de hipotireoidismo primário é possível avaliação a forma e ecogenecidade
da glândula;
Apresentando tamanho, volume e coloração diminuídos.
▶ Dosagem hormonal:
Para avaliar a função tireoidiana é necessário mensurar as concentrações séricas
basais dos hormônios, podendo ser T4 total (TT4), T3 total (TT3) e T4 livre. A
mensuração total são os hormônios ligados á proteína transportadora, que podem
alterar com alguns fármacos, comorbidades não tireoidianas, deficiencia de
proteínas transportadoras, cães obesos e cadelas em diestro;
▶ Mensuração sérica de T4 livre + TSH:
Parcela do hormônio não ligado á proteínas transportadoras é mais confiável;
O animal com hipotireoidismo apresentará aumento de TSH e T4 reduzido;
O teste de T4 total pode ser utilizado na clínica para direcionamento deste teste,
quando apresentado aumento ou limítrofe.
▶ Teste de Estimulação com TSH:
Demonstram a resposta da tireoide á administração exógena de TSH e TRH;
Utilizado a mensuração de TT4 e utilizado TSH bovino 0,1 U/kg;
Colhida uma segunda amostra após 6 horas;
O paciente diagnosticado terá as duas mensurações de TT4 abaixo do normal;
Ainda pode ser utilizado para diferenciar o paciente com hipotireoidismo com
síndrome do eutireideo doente.
▶ Dosagem de anticorpos anti-tireoglobulina:
Podem identificar pacientes precocemente, antes das manisfestações graves;
E auxilia a diferenciar o tipo de hipotireoidismo.
◉ Tratamento
Deve ser realizado terapia com suplementação de hormônio tireoidiano para
controlar as manifestações clínicas:
T4 sintético;
Levotiroxina sódica Farmáco humano, mas a dose é bem maior
Farmácia humana; pois a absorção é menor e mais lenta;
22 mcg/kg inicial; A resposta clínica irá determinar a dose
BID; utilizada; Fazer o teste de T4 após 4-8
Via oral; semanas do inicio, sendo 4 horas após a
medicação.