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JOÃO LOYOLA” APOSTILA 2


2º Trimestre

Nome: Turma: 3º Ano ____


Professor: Junia H. F. Santos Disciplina: HISTÓRIA Data: ____/____/2023
PROCLAMAÇÃO E PRIMEIRA REPÚBLICA

A Proclamação da República aconteceu no dia 15 de novembro de 1889 e foi resultado de uma


articulação entre militares e civis insatisfeitos com a monarquia. Havia insatisfação entre os militares com
salários e com a carreira, além de eles exigirem o direito de manifestar suas posições políticas (algo que
tinha sido proibido pela monarquia).
Havia também descontentamento entre elites emergentes com a sub-representação na política
da monarquia. Grupos na sociedade começavam a exigir maior participação pela via eleitoral. A questão
abolicionista também somou forças ao movimento republicano. Esses grupos se uniram em um golpe que
derrubou a monarquia e expulsou a família real.
Monarquia em crise
A Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, foi o resultado de um longo processo de crise
da monarquia no Brasil. O regime monárquico começou a entrar em decadência logo após o fim da Guerra
do Paraguai, em 1870, o que resultou da incapacidade da monarquia de atender aos interesses e as
demandas da sociedade brasileira.
Uma série de novos atores e novas ideias políticas surgiu e ganhou força por meio do movimento
republicano, estruturado oficialmente a partir de 1870, quando foi lançado o Manifesto Republicano. Ao
redor das ideias republicanas, formou-se um grupo consistente que organizou um golpe contra a
monarquia em 1889.
Militares
A insatisfação dos militares está diretamente relacionada com a profissionalização da corporação.
Depois disso, eles começaram a exigir melhorias em sua carreira como reconhecimento aos serviços
prestados no Paraguai. As principais exigências eram melhorias salariais e no sistema de promoção.
Outra forte insatisfação tem relação com o envolvimento do Exército brasileiro com a política. Os
militares entendiam-se como tutores do Estado brasileiro e, por isso, queriam ter o direito de manifestar
suas opiniões políticas publicamente. Um caso simbólico aconteceu em 1884, quando o oficial Sena
Madureira foi punido por mostrar apoio aos abolicionistas do Ceará.
A monarquia também procurou censurar os militares, proibindo que eles manifestassem suas opiniões em
jornais e nas corporações militares. Havia também exigências entre os militares para que o Brasil se
convertesse em um país laico. Internamente, as insatisfações militares se reuniram ao redor do
positivismo.
A partir do positivismo, os militares passaram a reivindicar a ideia de que a modernização que o Brasil
necessitava se daria por meio de um governo republicano ditatorial. Assim, eles acreditavam que era
necessário escolher um governante que fosse conduzir o país no caminho da modernização e, se
necessário, esse governante poderia se afastar das vontades populares.
A política no Segundo Reinado sempre foi complicada, sobretudo pela briga ferrenha entre conservadores
e liberais Essa situação se agravou com a crise de sub-representação de algumas províncias. Na
segunda metade do século XIX, o eixo econômico do país tinha consolidado sua mudança do Nordeste
para o Sudeste.
A província de São Paulo já havia se colocado como o grande centro econômico do Brasil, mas as elites
políticas dessa província se incomodavam pelo fato de que sua representação na política era pequena.
Outras províncias economicamente decadentes, como o Rio de Janeiro e a Bahia, gozavam de grande
representatividade política.

Essa situação indispôs as elites dessa província com a monarquia, e isso nos ajuda a entender, por
exemplo, porque a província de São Paulo teve o maior partido republicano do Segundo Reinado,
o Partido Republicano Paulista (PRP).
Havia também sub-representação da sociedade no sistema político. As cidades cresciam e novos
grupos sociais se estabeleciam. Esses grupos emergentes demandavam maior participação na política
brasileira, e o caminho tomado foi o inverso. Os liberais defendiam ampliação do voto para enfraquecer os
conservadores e os grandes fazendeiros, mas os conservadores conseguiram aprovar a Lei Saraiva, em
1881.
Essa lei determinou novos critérios para estipular quem teria direito ao voto e, após sua aprovação,
o número de eleitores no Brasil caiu de 1.114.066 pessoas para 157.296 pessoas. Isso correspondia a
apenas 1,5% da população brasileira, ou seja, as demandas por participação não foram atendidas e a
exclusão existente foi ampliada.
Essas novas elites passaram a ocupar os espaços políticos de outras formas e manifestavam suas
opiniões por meio de jornais, associações e manifestações públicas em defesa de causas como o Estado
laico. Essa insatisfação com os problemas da monarquia, obviamente, reforçou a causa republicana no
país.
Em 1870, foi lançado o Manifesto Republicano, documento que criticava a centralização do poder na
monarquia e exigia um modelo federalista no Brasil (modelo que dá autonomia às províncias). Essa
manifesto também atribuía à monarquia a responsabilidade dos problemas do país e indicava a república
como a solução. O manifesto foi um norteador do movimento republicano no fim do Império.
Outra causa que reforçou muito o movimento republicano foi a defesa da abolição.
O abolicionismo mobilizou a sociedade brasileira na década de 1880, e grande parte dos abolicionistas
defendia a república.
De forma geral, a socióloga Ângela Alonso resume que a monarquia brasileira se estruturou no seguinte
tripé: participação política restrita + escravismo (e exclusão do elemento africano) + catolicismo como
defensor das hierarquias sociais. Quando esse tripé ruiu, a monarquia teve seu fim.

Brasil República - República Oligárquica (1894 – 1930)

➢ OLIGARQUIA = Governo de poucos.

Definição: Período em que o Brasil foi controlado por cafeicultores da região sudeste, especialmente de
SP e MG. No âmbito regional, outras oligarquias ligadas ao setor rural estavam no poder.

Estrutura Política:

• Política do Café-com-Leite:

Oligarquias de SP e MG (as duas mais poderosas do país) alternavam-se na presidência da República.


Oligarquias menos expressivas apoiavam o acordo em troca de cargos ou ministérios, como por exemplo
o RS, BA, RJ, entre outros.

• EXCEÇÕES:

– 1910 – 1914: Hermes da Fonseca (MG + RS) – “Política das Salvações”.

• A Política das Salvações tinha por objetivo questionar a liderança de São Paulo e Minas Gerais
mas mantinha o regime oligárquico, sem propor maior democratização da política brasileira.
Consistia em promover intervenções militares ou apoiados pelo Exército em substituição às
oligarquias dominantes.

• A "política das salvações" só fez substituir o poder de velhas oligarquias por outras e o projeto
original de "moralizar os costumes políticos e reduzir as desigualdades sociais" não se realizou.

1922 – 1926: Nilo Peçanha (RJ + BA + RS + PE) x “Reação Republicana”. Arthur Bernardes (SP + MG)

Política dos Governadores: acordo firmado entre o presidente (a partir do governo de Campos Sales
1898 – 1902) e os governadores estaduais que previa o apoio mútuo e a não interferência de ambos
em seus governos. Assim, o presidente conseguia os votos dos estados para a continuidade de seus
projetos e em troca, não interferia em disputas de poder local das oligarquias.

Coronelismo: poder local dos coronéis. Coronel era o nome pelo qual os latifundiários eram
conhecidos. Usavam seu prestígio pessoal para arregimentar votos em troca dos quais obtinham
financiamentos do governo ou obras infraestruturas como barganha política. Quanto maior o “curral
eleitoral” (número de eleitores que o coronel podia controlar) do coronel, maior o seu poder.

Fraudes eleitorais ou manipulação de resultados:

Clientelismo – voto em troca de pequenos favores ou “presentes”.


“Degola” política em caso de vitória de opositores: não reconhecimento e titulação da vitória por parte da
Comissão Verificadora de Poderes.

Voto de Cabresto :voto a partir de intimidações pessoais. (O voto imposto pelos “coronéis” contra a
vontade do eleitor ficou conhecido como “voto de cabresto.)

Manipulação de dados com votos repetidos e/ou “criação” de eleitores fantasmas.

• Estrutura Econômica:

• Funding Loan (1898): Uma medida econômica que visava garantir, através de um novo
empréstimo, o pagamento dos juros e do montante de empréstimos anteriores.

Características:

• Renegociação da dívida brasileira. • Suspensão de juros por 3 anos.

• Novo empréstimo. • 13 anos para início do pagamento


e 63 anos para a quitação integral.
Garantias: receitas da alfândega do RJ e demais se necessário, receitas da Estrada de Ferro Central do
Brasil e do serviço de abastecimento de água do RJ.

• Compromisso de retirada do meio circulante e queima de moeda, visando a valorização


monetária.

Convênio de Taubaté (1906):

• Plano de valorização artificial do café;

• Governo comprava os excedentes de café e estocava.

• Diminuindo a oferta do produto, seu preço mantinha-se estável.

• O governo contraía empréstimos para comprar esse excedente.

• Cobrava-se impostos para equilibrar as contas do governo e honrar compromissos.

• O país se endividava e ampliava sua dependência com o exterior.

• O governo almejava vender o estoque de café quando a procura aumentasse, no entanto,


isso nunca ocorria, então o café estragava e o governo amargava prejuízos.

• O bolso dos cafeicultores estava salvo.

Borracha:

• Importante entre 1890 e 1910 (aproximadamente). Muito utilizada na fabricação de pneus


(expansão da indústria automotiva). Era extraída na região Norte (PA e AM). Sua
decadência associada a produção inglesa em suas colônias asiáticas.

Cacau: Importante durante a primeira guerra mundial (1914 – 1918). Demais produtos: açúcar, couro,
algodão e mate. Todos agrícolas ou do setor primário, destinados basicamente a exportação. Nenhum
deles com números expressivos.

Indústria:

• Impulsionada pela I Guerra Mundial (1914 – 1918).

• Substituição de importações (dificuldade de importar dos países em guerra).

• Capitais acumulados decorrentes do café. Basicamente na região Sudeste


• Entrada de um grande número de imigrantes (disponibilidade de mão-de-obra).

• Impulso aos centros urbanos. Bens de consumo não duráveis.

3.3 – A Política Externa durante a República Velha:

• Barão do Rio Branco – principal responsável pela política externa brasileira no período.

A questão de Palmas (1893 – 1895):

• Disputa de BRASIL e ARGENTINA pela antiga região missioneira, no atual estado de Santa
Catarina.
• BRASIL tem ganho de causa com aval dos EUA.

Questão do Amapá (1900):

• BRASIL e FRANÇA disputavam a região fronteiriça entre o estado do Amapá e a Guiana Francesa.
• BRASIL tem ganho de causa com arbítrio da Suíça e incorpora definitivamente toda a região a
leste do Rio Oiapoque.

Anexação do Acre (1903):

• Interesse na extração do látex. Atritos entre seringueiros brasileiros e bolivianos.

• Brasil compra a região da Bolívia pelo valor de 10 milhões de dólares (Tratado de


Petrópolis). Bolívia recebe em troca do território área que lhe dava acesso ao Rio Madeira,
e, portanto ao Oceano Atlântico.

QUESTÕES SOCIAIS DA PRIMEIRA REPÚBLICA: REVOLTA DA VACINA, REVOLTA DA CHIBATA,


CANUDOS, CONTESTADO E CANGAÇO.

1.Revolta da Vacina

• Governo de Rodrigues Alves. Decidido a reurbanizar e sanear a cidade, Rodrigues Alves nomeou
o engenheiro Pereira Passos para prefeito e o médico Oswaldo Cruz para Diretor da Saúde
Pública. Com isso, iniciou a construção de grandes obras públicas, o alargamento de ruas,
avenidas e o combate às doenças.

• A reurbanização do Rio de Janeiro, no entanto, sacrificou as camadas mais pobres da cidade, que
foram desalojadas, pois tiveram seus casebres e cortiços demolidos. A população foi obrigada a
mudar para longe do trabalho e para os morros, incrementando a construção das favelas.

• Como resultado das demolições, os aluguéis subiram de preço deixando a população cada vez
mais indignada.

• O médico Oswaldo Cruz (1872-1917), contratado para combater as doenças, impôs vacinação
obrigatória contra a varíola, para todo brasileiro com mais de seis meses de idade.
• Políticos, militares de oposição e a população da cidade se opuseram à vacina. A imprensa não
perdoava Oswaldo Cruz dedicando-lhe charges cruéis ironizando a eficácia do remédio.

• Houve enfrentamento aos funcionários da Saúde Pública que, protegidos pelos policiais, invadiam
as casas e vacinavam as pessoas à força. Os mais radicais pregavam a resistência à bala,
alegando que o cidadão tinha o direito de preservar o próprio corpo e não aceitar aquele líquido
desconhecido.

• O descontentamento se generalizou, somando aos problemas de moradia e ao elevado custo de


vida, resultando na Revolta da Vacina Obrigatória. Entre 10 e 16 de novembro de 1904, as
camadas populares do Rio de Janeiro saíram às ruas para enfrentar os agentes da Saúde Pública
e a polícia.

• O centro do Rio de Janeiro foi transformado numa praça de guerra com bondes derrubados,
edifícios depredados e muita confusão na Avenida Central (atual Avenida Rio Branco). A revolta
popular teve o apoio de militares que tentaram usar a massa insatisfeita para derrubar, sem
sucesso, o presidente Rodrigues Alves.

• O movimento rebelde foi dominado pelo governo, que prendeu e enviou algumas pessoas para o
Acre. Em seguida, a Lei da Vacina Obrigatória foi modificada, tornando facultativo o seu uso.

2.REVOLTA DA CHIBATA: A Revolta da Chibata foi uma agitação militar na Marinha do Brasil, ocorrida
no Rio de Janeiro, de 22 a 27 de novembro de 1910.

A luta contra os castigos físicos, baixos salários e as péssimas condições de trabalho são as principais
causas da revolta.

Vale destacar que na Marinha do Brasil, os marinheiros eram principalmente os negros escravizados
recém libertos. Estes eram submetidos a uma árdua rotina de trabalho em troca de baixos
salários.Qualquer insatisfação era punível e a disciplina nos navios era mantida pelos oficiais por meio de
castigos físicos, dos quais a “chibatada”, era a punição mais comum.

Apesar de ter sido abolida na maioria das forças armadas do mundo, os castigos físicos ainda era uma
realidade no Brasil.

A insatisfação dos marujos cresceu depois que os oficiais receberam aumentos salariais, mas não os
marinheiros.

Primeira página do jornal Correio da


Manhã, no dia 24 de novembro de 1910.
• Na madrugada de 22 de novembro de 1910, os marinheiros do Encouraçado "Minas Gerais" se
rebelaram.

• O estopim se deu após assistirem o castigo do marujo Marcelino Rodrigues Menezes, açoitado até
desmaiar com 250 chibatadas (o normal eram 25) por agredir um oficial.

• O levante foi liderado pelo experiente João Cândido Felisberto, marujo negro e analfabeto. O
motim terminou com a morte do comandante do navio e mais dois oficiais, os quais não aceitaram
abandonar a nave de guerra.
• Nesta mesma noite, juntou-se ao motim o Encouraçado "São Paulo". Nos dias seguintes, outras
embarcações aderiram ao movimento, como o "Deodoro" e o "Bahia", naves de guerra de grande
porte.

• Por sua vez, no Rio de Janeiro, o presidente Hermes da Fonseca tinha acabado de tomar posse e
enfrentava sua primeira crise. Os navios rebeldes bombardearam a cidade do Rio de Janeiro para
demonstrarem que não estavam dissimulando.

Em carta ao governo, os revoltosos solicitavam, o fim dos castigos físicos, melhores condições de
alimentação e trabalho, anistia para todos envolvidos na revolta.

Assim, no dia 26 de novembro, o presidente Marechal Hermes da Fonseca acatou as reivindicações


dos amotinados, encerrando aquele episódio da revolta.

3.GUERRA DE CANUDOS
Canudos é um dos temas discutidos dentro da Primeira República.

Qual era a situação de Canudos antes do conflito?

O desemprego e os baixíssimos rendimentos das famílias deixavam muitos sem ter o que comer.

 Seca: a região do agreste ficava muitos meses e até mesmo anos sem receber chuvas.

Este fator dificultava a agricultura e não permitia a sobrevivência do gado.

 Falta de apoio político: os governantes e políticos da região não se importavam com as


necessidades das populações carentes.

 Contextualizando....

Os Sertões (1902) tem por


tema os personagens e cenários da
insurreição de Canudos. Neste livro, o
autor registra a história de um povoado
do sertão brasileiro. Dividida em três
partes: A Terra, o Homem e a Luta, a obra
revela as características de um povo que
elege como líder Antônio Conselheiro,
um monarquista, fortemente religioso.

 Violência: latifundiários empregavam grupos armados para proteger suas propriedades. Eles
espalhavam a violência pela região, como estratégia de manutenção do poder dos fazendeiros
e forma de repressão a qualquer movimento político ou social, desfavorável aos seus patrões.
 Desemprego: grande parte da população pobre estava desempregada em função da seca e da
falta de oportunidades em outras áreas da economia.

 Fanatismo religioso: era comum a existência de beatos que arrebanhavam seguido res
prometendo uma vida melhor.

 Período: de novembro de 1896 a outubro de 1897.

 Local: interior do sertão da Bahia, na região do Arraial de Canudos.

 Envolvidos: de um lado os habitantes do Arraial de Canudos (jagunços, sertanejos pobres e


miseráveis, fanáticos religiosos) liderados pelo beato Antônio Conselheiro. De outro lado, as
tropas do governo da Bahia com apoio de militares enviados pelo governo federal.

 O governo da Bahia, com apoio dos latifundiários, não concordava com o fato de os habitantes
de Canudos não pagarem impostos e viverem sem seguir as leis estabelecidas.

 Afirmavam também que Antônio Conselheiro defendia a volta da Monarquia, que havia sido
substituída pela República em 1889.

 Antônio Conselheiro, por sua vez, defendia o fim da cobrança dos impostos e era contrário ao
casamento civil.

 Ele afirmava ter sido enviado por Deus para liderar o movimento contra as diferenças e
injustiças sociais.

 Era também um crítico do sistema republicano, na forma como funcionava no período.

Conflitos

 Nenhuma das três primeiras tentativas das tropas governistas em combater o arraial de
Canudos foi bem-sucedida.

 Os sertanejos e jagunços armaram-se e resistiram bravamente contra os militares. Na


quarta tentativa, o governo da Bahia solicitou apoio das tropas federais, conseguindo com
isso, que militares de várias regiões do Brasil, usando armas pesadas, fossem enviados para
o sertão baiano.

 O arraial foi massacrado de forma brutal: crianças, mulheres e idosos foram mortos sem
distinção. Uma vez controlado o movimento, Antônio Conselheiro foi assassinado em 22
de setembro de 1897.

Significados principais

 A Guerra de Canudos serviu para mostrar que,


apesar de marginalizadas, as populações do
sertão nordestino do final do século XIX não
aceitavam a situação de injustiça social que
ocorriam na região.

 Embora derrotado, este movimento ficou


conhecido, na História do Brasil, como um
marco de luta e resistência social.

 É contrária a tese de que a população brasileira


foi historicamente apática em relação a política.

Contestado
 A Guerra do Contestado foi um conflito armado que ocorreu na região Sul do Brasil, entre outubro
de 1912 e agosto de 1916.
 O conflito envolveu cerca de 20 mil camponeses que enfrentaram forças militares dos poderes
federal e estadual.

 Ganhou o nome de Guerra do Contestado, pois os conflitos ocorrem numa área de disputa
territorial entre os estados do Paraná e Santa Catarina.

Causas

 A estrada de ferro entre São Paulo e Rio Grande do Sul estava sendo construída por uma empresa
norte-americana, com apoio dos coronéis (grandes proprietários rurais com força política) da região
e do governo.

 Para a construção da estrada de ferro, milhares de família de camponeses perderam suas terras.

 Este fato, gerou muito desemprego entre os camponeses da região, que ficaram sem terras para
trabalhar.

 Outro motivo da revolta foi a compra de uma grande área da região por de um grupo de pessoas
ligadas à empresa construtora da estrada de ferro.

 Esta propriedade foi adquirida para o estabelecimento de uma grande empresa madeireira, voltada
para a exportação. Com isso, muitas famílias foram expulsas de suas terras.

 O clima ficou mais tenso quando a estrada de ferro ficou pronta.

 Muitos trabalhadores que atuaram em sua construção tinham sido trazidos de diversas partes do
Brasil e ficaram desempregados com o fim da obra.

 Eles permaneceram na região sem qualquer apoio por parte da empresa norte-americana ou do
governo.

José Maria

 Nesta época, as regiões mais pobres do Brasil eram terreno fértil para o aparecimento de
lideranças religiosas de caráter messiânico.

 Na área do Contestado não foi diferente, pois, diante da crise e insatisfação popular, ganhou força
a figura do beato José Maria.

 Este pregava a criação de um mundo novo, regido pelas leis de Deus, onde todos viveriam em paz,
com prosperidade justiça e terras para trabalhar.

 José Maria conseguiu reunir milhares de seguidores, principalmente de camponeses sem terras.

 Os coronéis da região e os governos (federal e estadual) começaram a ficar preocupados com a


liderança de José Maria e sua capacidade de atrair os camponeses.

 O governo passou a acusar o beato de ser um inimigo da República, que tinha como objetivo
desestruturar o governo e a ordem da região.

 Com isso, policiais e soldados do exército foram enviados para o local, com o objetivo de
desarticular o movimento.

 Os soldados e policiais começaram a perseguir o beato e seus seguidores. Armados de


espingardas de caça, facões e enxadas, os camponeses resistiram e enfrentaram as forças oficiais
que estavam bem armadas.

 Nestes conflitos armados, entre 5 mil e 8 mil rebeldes, na maioria camponeses, morreram. As
baixas do lado das tropas oficiais foram bem menores.

Como isso termina???

A guerra terminou somente em 1916, quando as tropas oficiais conseguiram prender Adeodato, que era
um dos chefes do último reduto de rebeldes da revolta. Ele foi condenado a trinta anos de prisão.

Consequências
 A Guerra do Contestado mostra a forma com que os políticos e os governos tratavam as questões
sociais no início da República.

 Os interesses financeiros de grandes empresas e proprietários rurais ficavam sempre acima das
necessidades da população mais pobre.

 Não havia espaço para a tentativa de solucionar os conflitos com negociação.

 Quando havia organização daqueles que eram injustiçados, as forças oficiais, com apoio dos
coronéis, combatiam os movimentos com repressão e força militar.

 Messianismo: movimento ou sistema ideológico que prega a salvação da humanidade através da


entronização de um messias que pode ser um indivíduo, uma classe ou uma ideia.

 Contestado: território de domínio controvertido.

O CANGAÇO

Como começou?

• Entre o final do século XIX e começo do XX (início da República), surgiu, no nordeste brasileiro,
grupos de homens armados (conhecidos como cangaceiros).

• Estes grupos, apareceram em função, principalmente, das péssimas condições sociais da região
nordestina. O latifúndio, que concentrava terras e renda nas mãos dos fazendeiros, deixava a
maioria da população as margens da sociedade.

• Podemos entender o cangaço como um fenômeno social, caracterizado por atitudes violentas por
parte dos cangaceiros. Estes, que andavam em bandos armados, espalhavam o medo pelo sertão
nordestino. Promoviam saques a fazendas, atacavam comboios e chegavam até a sequestrar
fazendeiros para obtenção de resgates. Aqueles que respeitavam e acatavam as ordens dos
cangaceiros não sofriam, pelo contrário, eram muitas vezes ajudados.

• Esta atitude, fez com que os cangaceiros fossem respeitados e admirados por parte da população
da época.

• Os cangaceiros não moravam em locais fixos. Possuíam uma vida nômade, ou seja, viviam em
movimento, indo de uma cidade para a outra.

• Quando chegavam às cidades, pediam recursos e ajuda aos moradores locais.

• Aos que se recusavam a ajudar o bando, sobrava a violência.

Casa esconderijo
de Lampião e
Maria Bonita
• Como não seguiam as leis estabelecidas pelo governo, eram perseguidos constantemente pelos
policiais.

• Nestes casos, costumavam fugir passando pela vegetação da caatinga, repleta de espinhos.

• Usavam roupas e chapéus de couro para protegerem seus corpos, durante a fuga.

• Além deste recurso da vestimenta, usavam todos os conhecimentos que possuíam sobre o
território nordestino (fontes de água, ervas, tipos de solo e vegetação) para fugirem ou obterem
esconderijos.

Lampião

• Existiram diversos bandos de cangaceiros. Porém, o mais conhecido e temido da época foi o
comandado por Lampião (Virgulino Ferreira da Silva), também conhecido pelo apelido de “Rei do
Cangaço

 O bando de Lampião atuou pelo sertão nordestino durante as décadas de 1920 e 1930.

 Morreu numa emboscada, armada por uma volante, junto com a mulher Maria Bonita e outros
cangaceiros, em 29 de julho de 1938.

Tiveram suas cabeças decepadas e expostas em locais públicos, pois o governo queria assustar e
desestimular a prática do cangaço na região.

• Depois do fim do bando de Lampião, os outros grupos de cangaceiros, já enfraquecidos, foram se


desarticulando até terminarem de vez, no final da década de 1930.

• Outro conhecido cangaceiro do período foi Virgínio Fortunato da Silva. Conhecido pelo apelido de
"Moderno", ele atuou nos estados da Bahia, Alagoas e Sergipe. Ele teve seu próprio bando, mas
também esteve no bando de outro cangaceiro famoso, conhecido como "Corisco".

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