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FICHA TÉCNICA

Elaboração e Gestão de Projetos Culturais – Etapa 2


O Campo da Cultura
Ministério da Cultura – MinC

Ministra da Cultura
Marta Suplicy

Secretário Executivo
Marcelo Pedroso

Realização:
Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura
Henilton Parente Menezes

Equipe da SEFIC
Jorge Alan Pinheiro Guimarães - Diretor de Gestão de Mecanismos de Fomento
Rômulo Menhô Barbosa - Coordenador-Geral de Normatização e Orientação
Telma Silva dos Santos Tavares - Coordenadora de Programas de Capacitação
Tassia Toffoli Nunes - Chefe da Divisão de Análise dos Mecanismos de Capacitação

Secretaria da Economia Criativa


Marcos André Rodrigues de Carvalho

Equipe da SEC
Georgia Haddad Nicolau – Diretora de Empreendedorismo, Gestão e Inovação
Dalva Regina Pereira Santos – Coordenadora-Geral de Ações Empreendedoras
Gustavo Pereira Vidigal – Coordenador de Formação para Competências Criativas

Apoio:
Diretoria de Direitos Intelectuais - SE
Marcos Alves Souza -- Diretor de Direitos Intelectuais
Francimária Bergamo – Coordenadora-Geral de Difusão e de Negociação em Direitos
Autorais e de Acesso à Cultura
FICHA TÉCNICA

Elaboração e Execução do Projeto


Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC – DF

Presidente do Conselho Regional


Adelmir Araújo Santana

Diretor Regional
Luiz Otávio da Justa Neves

Gerente do Centro de Educação Profissional – Educação a Distância


Múcio Fernandes

Gerenciamento e Supervisão do Projeto


Elidiani Domingues Bassan de Lima

Coordenador Pedagógico do Projeto


Alexandra Cristina Moreira Caetano

Elaboração de Conteúdo
José Márcio Barros
Sheilla Piancó
José de Oliveira Jr

Design Instrucional
Fábia Kátia Pimentel Moreira

Programação Visual
Glauber Cezar Pereira
Marlos Afonso Serpa de Lira

Ilustração
Eder Muniz Lacerda

Revisão
Cintya Cardoso de Oliveira Brito Gomes
SUMÁRIO

PROJETOS APRESENTADOS À LEI ROUANET ............................................. 5

Da Execução do Projeto ............................................................................... 10

Liberação e movimentação de recursos ....................................................... 12

Abertura de Contas ................................................................................... 12

Informações práticas e resumidas: ............................................................... 14

Encerrando a execução ................................................................................ 14

Prestação de contas ..................................................................................... 15

Sanções e penalidades: ............................................................................... 16

Inadimplência ............................................................................................ 16

Inabilitação ................................................................................................ 16
PROJETOS APRESENTADOS À LEI ROUANET

Com o objetivo de incentivar as atividades culturais, a União permite às pessoas


físicas ou jurídicas a opção pela aplicação de parcelas do Imposto sobre a Renda, a
título de doações ou patrocínios. Sendo assim, essa lei federal permite que a empresa
converta 4% da contribuição do Imposto de Renda devido – 15% do IR sobre o Lucro
Líquido – para um projeto cultural. Esse percentual eleva-se a 6% no caso das pessoas
físicas.

Tabela de Cálculo de Investimento em Projetos Culturais

Imposto de Renda Devido (15%) R$ 750.000,00

Quantia a ser investida em projetos culturais (4%) R$ 30.000,00

Os projetos podem ser enquadrados no art. 18 ou 26 da Lei Rouanet e desse


enquadramento decorrerá o abatimento do patrocinador. Se enquadrado no art. 18, o
patrocinador poderá abater 100% do valor destinado ao projeto, sempre respeitando o
limite de 4% apresentado acima. Se for pessoa física, o limite é de 6%.

Caso o projeto seja enquadrado no art. 26, o patrocinador poderá deduzir 30% do
valor do patrocínio e 40% do valor de doação. A diferença entre ambos é o proveito
relacionado ao marketing cultural, ou seja, o patrocinador pode se beneficiar com a
inserção de marca, o doador não, além do mais a doação só pode ser realizada a pessoas
sem fins lucrativos. Para pessoas físicas, a dedução é de 60% para patrocínio e 80%
para doação.

Outra observação é que, no art. 26 o investimento, pode ser abatido como


despesa operacional (que são aquelas necessárias à atividade da empresa), o que não é
permitido no art. 18.

Exemplos:

Projeto A (enquadrado no art. 18) – valor R$60.000,00 conseguiu captar


integralmente o seu projeto na Empresa X, cujo Imposto de Renda devido de R$
1.500.000,00 e que possui como valor disponível para investimento, via Lei Rouanet, o

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montante de R$60.000,00. A empresa abaterá todo o valor investido, visto que o projeto
está enquadrado no art. 18.

Projeto B (enquadrado no art. 26) – valor R$50.000,00 conseguiu captar


integralmente o seu projeto na Empresa Y (Imposto de Renda devido de
R$2.250.000,00) – valor disponível para investimento, via Lei Rouanet, é de
R$90.000,00. Então a empresa repassou R$50.000,00 para o projeto, abateu
R$15.000,00, equivalente a 30% por ter optado pelo patrocínio (e não a doação). Os
R$35.000,00 restantes a empresa repassou como recursos próprios sem direito a
abatimento, porém, lançou esses mesmos R$35.000,00 como despesas operacionais no
momento do pagamento do Imposto de Renda, os quais ainda vão gerar uma redução no
Imposto de Renda a pagar da empresa (o valor exato dependerá de fatores contábeis).

As atividades enquadradas no art. 18 são descritas abaixo (porém, é necessário


conferir na portaria do MinC a qual regulamenta os segmentos culturais previstos na
Rouanet):

artes cênicas;
livros de valor artístico, literário ou humanístico;
música erudita ou instrumental;
exposições de artes visuais;
doações de acervos para bibliotecas públicas, museus, arquivos públicos,
cinematecas, bem como treinamento de pessoal e aquisição de equipamentos
para esses acervos;
produção de obras cinematográficas e videofonográficas de curta e média
metragem e preservação e difusão do acervo audiovisual;
preservação do patrimônio cultural material e imaterial e
construção e manutenção de cinemas e teatros para municípios com menos de
cem mil habitantes.

Para propor um projeto cultural a ser financiado via Lei Federal de Incentivo à
Cultura, é necessário que o proponente conheça o SALIC - Sistema de Apoio às Leis de
Incentivo à Cultura – que é o sistema informatizado do MinC destinado à apresentação,
ao recebimento, à análise de propostas culturais e à aprovação, à execução, ao
acompanhamento e à prestação de contas de projetos culturais por pessoas físicas e

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jurídicas de natureza cultural. Para isso, o Ministério da Cultura desenvolveu dois
manuais, o de proposta e o do projeto, com o passo a passo de uma inscrição via sistema
Salic que está disponível na internet, no site do MinC.

Considera-se proposta cultural o requerimento apresentado por pessoa física ou


jurídica de natureza cultural, que vise à obtenção dos benefícios da Rouanet; já o projeto
cultural é considerado os programas, planos, ações ou conjunto de ações inter-
relacionadas para alcançar objetivos específicos, dentro dos limites de um orçamento e
tempo delimitados, admitidos pelo MinC, depois da conclusa análise de admissibilidade
de proposta cultural e do recebimento do número de registro no Pronac.

O proponente é pessoa física ou jurídica de natureza cultural, que apresenta


propostas culturais no âmbito do Pronac e responsabiliza-se pela execução dos projetos
aprovados. É necessário que, caso seja pessoa física, tenha comprovada a sua atuação na
área cultural e, caso seja pessoa jurídica de direito público ou privado, com ou sem fins
lucrativos, tenha, em seu ato constitutivo, sua finalidade cultural.

Quando se tratar de instituição cultural sem fins lucrativos que vise ao custeio de
atividades permanentes, estas deverão apresentar Plano Anual de Atividades até o dia
30 de setembro do ano anterior ao do cronograma para o qual se está pleiteando
recursos. Essas instituições, durante o ano, poderão propor apenas o Plano Anual,
exceto quando houver uma justificativa e desde que um orçamento não se sobreponha a
outro.

Visando a evitar concentração de recursos, o MinC determinou um limite de


proposição de projetos por proponente:

I - pessoa física: dois projetos;


II - pessoa jurídica enquadrada como Microempreendedor
Individual - MEI, nos termos do art. 18-A da Lei Complementar
nº 123, de 14 de dezembro de 2006: dois projetos; e
III - demais pessoas jurídicas: cinco projetos.

Porém, para flexibilizar e não inviabilizar produtoras as quais possuem mais de


dois projetos que ocorrem concomitantemente, permite-se o proponente, que tiver
liberação da movimentação dos recursos captados em pelo menos trinta e três por cento
dos projetos admitidos nos últimos três exercícios fiscais, possa ter até o limite de

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quatro projetos para pessoas físicas e pessoa jurídica enquadrada como
Microempreendedor Individual - MEI e de até dez projetos para as demais pessoas
jurídicas. Outra exceção prevista é nos casos de proposta contemplada em seleção
pública de incentivador ou com comprovadas garantias de patrocínio.

O MinC limitou também o valor de aprovação por proponente, assim o


orçamento da proposta ou o somatório dos orçamentos dos projetos ativos no Salic
estará limitado por proponente a um percentual do valor autorizado para renúncia fiscal
do ano em curso, estabelecido na LDO, e obedecerá aos seguintes limites: pessoa física
ou pessoa jurídica enquadrada como Microempreendedor Individual - MEI: 0,05%; e
demais pessoas jurídicas: 3%.

Um detalhe importante é que não será admitida a utilização de diferentes


mecanismos de financiamento da Lei Rouanet, ou quaisquer outras fontes de recursos,
para cobertura de um mesmo item de despesa. Assim, caso o proponente venha a
aprovar seu projeto na Rouanet e em alguma Lei Estadual de Incentivo à Cultura, por
exemplo, ele não poderá pagar o mesmo item orçamentário por meio dos dois
mecanismos.

Segundo o Art. 32 da Instrução Normativa 01/13, é vedada a previsão de


despesas:

I – a título de elaboração de proposta cultural, taxa de


administração, de gerência ou similar;
II – em benefício de servidor ou empregado público, integrante
de quadro de pessoal de órgão ou entidade pública da
administração direta ou indireta de qualquer esfera
governamental, por serviços de consultoria ou assistência
técnica, salvo nas hipóteses previstas em leis específicas e na
Lei de Diretrizes Orçamentárias;
III – em favor de clubes e associações de servidores públicos ou
entidades congêneres;
IV – que resultarem em vantagem financeira ou material para o
patrocinador, salvo nas hipóteses previstas no art. 24, incisos I e
II, da Lei nº 8.313, de 1991, e no art. 31 do Decreto nº 5.761, de
2006;

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V – de natureza administrativa que suplantem o limite de quinze
por cento instituídos pelo art. 26 do Decreto nº 5.761, de 2006,
ou que sejam estranhos à execução da proposta cultural;
VI – com recepções, festas, coquetéis, serviços de bufê ou
similares, excetuados os gastos com refeições dos profissionais
ou com ações educativas, quando necessário à consecução dos
objetivos da proposta;
VII – referentes à compra de passagens em primeira classe ou
classe executiva, salvo, em caso de necessidade justificada, para
pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, bem como nas
hipóteses autorizadas no art. 27 do Decreto nº 71.733, de 18 de
janeiro de 1973, e nos arts. 3º-B e 10 do Decreto nº 5.992, de 19
de dezembro de 2006;
VIII – com serviços de captação, nos casos de proposta cultural
selecionada por edital ou apresentada por instituição cultural
criada pelo patrocinador, na forma do art. 27, § 2º, da Lei nº
8.313, de 1991;
IX – com taxas bancárias, multas, juros ou correção monetária,
inclusive referente a pagamentos ou recolhimentos fora dos
prazos e
X – com a aquisição de espaço para veiculação de programas de
rádio e TV, no caso de propostas na área de audiovisual, exceto
quando se tratar de inserções publicitárias para promoção e
divulgação do produto principal do projeto, e desde que
discriminado no plano de divulgação.

Outro ponto necessário de ser esclarecido é que os itens orçamentários com


recursos incentivados serão desconcentrados, ou seja, somente será permitida a
aquisição de mais de cinco produtos ou serviços do mesmo fornecedor quando
demonstre ser a opção de maior economicidade, comprovada na prestação de contas
mediante declaração do proponente, acompanhada de cotação de preços de pelo menos
dois outros fornecedores.

Já no que tange à aquisição de material permanente, somente será permitida


quando comprovadamente representar a opção de maior economicidade ou constituir
item indispensável à execução do objeto da proposta cultural, em detrimento da locação,

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devendo o proponente, em qualquer caso, realizar cotação prévia de preços no mercado,
observados os princípios da impessoalidade e da moralidade.

Outra vedação que deve ficar bem clara aos proponentes é a disposta no Art. 33
da IN 01/13, em que é vedada a apresentação de proposta por pessoa física ou pessoa
jurídica de direito privado que, respectivamente, seja ou tenha como dirigentes,
administradores, controladores ou membros de seus conselhos:

I – agente político de Poder ou do Ministério Público, tanto


quanto dirigente de órgão ou entidade da administração pública,
de qualquer esfera governamental, ou respectivo cônjuge ou
companheiro, bem como parente em linha reta, colateral ou por
afinidade,
até o terceiro grau e
II – servidor público do Ministério da Cultura ou de suas
entidades vinculadas, bem como seus respectivos cônjuges,
companheiros e parentes em linha reta, colateral ou por
afinidade, até o terceiro grau.

É necessário lembrar que não serão admitidas propostas apresentadas por igrejas
ou instituições religiosas congêneres, salvo quando caracterizadas exclusivamente como
colaboração de interesse público, ou seja, aquela que atenda aos objetivos e requisitos
da Lei Rouanet, não implique retorno financeiro ao proponente, nem contrarie
orientação da CNIC. Isso porque o Brasil é um país laico e não pode fomentar
atividades e práticas religiosas.

A figura do intermediário é outra vedação apresentada pela legislação. É


considerada intermediação a contratação de pessoa física ou jurídica para apresentar-se
como proponente ao Pronac, sendo que não se configura intermediação a representação
exclusiva de um artista ou grupo artístico, por pessoa com vínculo contratual prévio.

Da Execução do Projeto

Após a elaboração, formatação e aprovação do projeto, é hora de iniciar a etapa


da execução que começa com a autorização para captação, quando o projeto for
aprovado total ou parcialmente.

Quando o projeto for indeferido por completo, caberá pedido de reconsideração

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no prazo de 10 dias a contar do seu registro no sistema Salic. O prazo para apreciação
desse pedido de reconsideração varia dependendo do grau de complexidade, pois a
CNIC (Comissão Nacional de Incentivo à Cultura) pode requerer informações ou algum
parecer das suas unidades técnicas num prazo de 30 dias.

Após o pedido de reconsideração, caso o projeto seja novamente indeferido, é


cabível ainda recurso ao Ministro de Estado da Cultura, que também poderá pedir a
manifestação das unidades técnicas no prazo de 30 dias, mas da decisão do Ministro não
caberá mais nenhum recurso.

Uma informação relevante é que o proponente, independente se pessoa física ou


jurídica, deverá manter sempre regulares suas situações fiscais e previdenciárias,
conforme art. 46 da IN 01/13.

Após a aprovação do projeto e a verificação da regularidade fiscal, o MinC


providenciará a Portaria de Autorização para Captação de Recursos Incentivados,
documento essencial para ser apresentado às empresas no momento da captação. Para
tal, é necessário que se confira a portaria para garantir que todas as informações estão
presentes e corretas, evitando qualquer tipo de problema na empresa patrocinadora. As
informações que devem constar no documento são as seguintes:

I – o número de registro do projeto no Pronac;


II – o título do projeto;
III – o nome do proponente e respectivo CPF ou CNPJ;
IV – o valor autorizado para captação de doações ou patrocínios;
V – os prazos de execução e de captação;
VI – enquadramento legal e
VII – extrato do projeto aprovado; (art. 47 da IN 01/13)

Pode acontecer de o projeto cultural ter autorização para captação parcelada de


recursos, ou seja, condicionando-se as novas autorizações à apresentação de relatório
circunstanciado da execução da etapa anterior, acompanhado de cronograma físico
financeiro e, quando for o caso, de documentação comprobatória. Porém, isso só se
aplica apenas aos projetos culturais que possuam execução modular, como por exemplo,

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a construção ou reforma de um espaço cultural que não se realiza em curto prazo,
depende de etapas.

Liberação e movimentação de recursos

Os recursos financeiros incentivados ficam concentrados em duas contas: a


bloqueada chamada Conta Captação, onde são feitos todos os depósitos incentivados
ao longo da execução do projeto (e somente os incentivados) e a conta de livre
movimentação, chamada Conta Movimento, onde os recursos são movimentados.
Ambas as contas são isentas de tarifas bancárias.
O depósito deverá ser identificado, constando CPF ou CNPJ do incentivador
(para que seja possível identificá-lo e para que ele possa realizar o abatimento do
imposto), ou por meio de TED (Transferência Eletrônica Disponível) ou DOC
(Documento de Operação de Crédito) desde que devidamente identificadas.

Abertura de Contas

As contas destinadas ao depósito e movimentação dos recursos financeiros de


projetos incentivados são indicadas pelos proponentes e abertas pelo Ministério da
Cultura, logo após a publicação da portaria de autorização para captação de recursos,
exclusivamente em instituições financeiras controladas pela União.

A captação efetiva de recursos só poderá acontecer após a publicação da portaria


de autorização de captação. Por sua vez, a movimentação das contas dar-se-á após
atingir o mínimo de 20% do valor do projeto, exceto nos casos de edital público, de
contrato de patrocínio que comprove o valor total da captação, ou no caso de projeto
que preveja Plano Anual que o limite passa a ser 1/12 (um doze avos) do orçamento
efetivamente e captado. Tais valores ainda podem ser reduzidos no caso de restauração,
ou caso o proponente apresente uma justificativa plausível ao Ministério.

Caso aconteça bloqueio judicial em quaisquer das contas de projetos culturais


incentivados, independente do motivo de tal bloqueio, o proponente deverá
providenciar, de imediato, o ressarcimento dos valores devidamente atualizados à Conta
Captação do projeto e enviar um ofício de comunicação ao Ministério da Cultura.

O MinC poderá ainda, a qualquer tempo da execução, determinar a devolução de


valores à Conta de Captação do projeto, desde que o faça fundamentadamente.

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A primeira movimentação da conta é de responsabilidade do MinC quando se
atinge o limite de 20% determinado. As demais movimentações serão realizadas
automaticamente por conta da própria instituição bancária via transferência, este
procedimento em fase de implantação com o novo Salic.

Todas as despesas do projeto deverão ser realizadas por meio de transferência


bancária identificada, cheque nominal ou qualquer outro meio eletrônico de pagamento
que assegure a identificação do fornecedor de bem ou serviço. Porém, o proponente terá
direito a saques para pagamentos de despesas iguais ou inferiores a cem reais.

Os recursos captados fora das condições previstas na legislação, por exemplo,


fora do prazo de captação, não poderão ser utilizados pelo projeto, pois deverão ser
convertidos ao Fundo Nacional de Cultura, sem qualquer prejuízo ao incentivador.

Os valores depositados, nas contas correntes do projeto cultural, enquanto não


empregados em sua finalidade (execução do projeto), e mediante solicitação expressa
do titular da conta (que também é o titular do projeto) na sua Agência Bancária, no
momento da regularização, serão obrigatoriamente aplicados em:

I – caderneta de poupança de instituição financeira oficial, se a


previsão de seu uso for igual ou superior a um mês; ou
II – em fundo de aplicação financeira de curto prazo, ou
operação de mercado aberto lastreada em título da dívida
pública federal, quando sua utilização estiver prevista para
prazos menores.

Ressalta-se que os rendimentos da aplicação financeira serão obrigatoriamente


aplicados no próprio projeto cultural, dentro dos parâmetros já aprovados pelo
Ministério, estando sujeitos às mesmas condições de prestação de contas dos recursos
captados.

Atenção – Caso, no orçamento do projeto, estejam previstos gastos a ser realizados com
recursos não incentivados (próprios, de doações ou patrocínios sem incentivo fiscal
etc.), eles devem ser depositados em outra conta. Não é permitido o depósito de
recursos oriundos de outras fontes na conta do projeto.

Um detalhe de suma importância é que o proponente não poderá ressarcir-se


de despesas efetuadas em data anterior à publicação da portaria de autorização para

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captação de recursos. Dessa forma, correm por conta e risco do proponente as despesas
realizadas antes da liberação da movimentação dos recursos.

Informações práticas e resumidas:

Prazo máximo de execução da Lei Federal: 12 meses (ou um exercício fiscal)


prorrogável por até 24 meses, a contar da data a publicação da primeira autorização para
captação de recursos.

Pagamento a um mesmo fornecedor: limitado a 05, porém, caso fique


comprovado que era a opção de maior economicidade, esse limite pode aumentar.

Despesas administrativas limitam-se a 15% (art. 36 da IN 01/13 determina quais


são consideradas as despesas administrativas).

Despesas com mídia limita-se a 20%.

Não é permitido pagar a despesa de elaboração de projeto.

Captação até 10%, o limite de R$100.000,00 (cem mil reais), sendo que o
proponente pode realizar também esses serviços.

Remanejamento de despesas até o limite de 20%. Uma observação importante é


que esse percentual é o limite para que o proponente não necessite solicitar ao MinC a
autorização. Mas, nos demais casos, poderá o proponente remanejar mais de 20% em
cada item, desde que haja prévia solicitação e manifestação do MinC.

Material gráfico deverá ser previamente aprovado pelo MinC via Salic.

Para a remuneração do proponente, não há mais limite, desde que fique


comprovado que era a opção de maior economicidade.

Encerrando a execução

Outra informação relevante é que a Instrução Normativa nº 1, de 24 de junho de


2013, afirma, no art. 75, que o acompanhamento das atividades do projeto será realizado
por meio de monitoramento a distância, mediante registro trimestral de relatório no
Salic, onde deverão constar as etapas executadas no projeto, em fase de implantação.

O Ministério da Cultura poderá ainda realizar vistorias in loco durante a


execução do projeto. Tais diligências serão lavradas em relatório de fiscalização

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circunstanciado, que deverá integrar os autos e ser anexado no Salic e, caso necessário,
a Coordenação-Geral regimentalmente competente pelo acompanhamento e fiscalização
de projetos poderá notificar o proponente a prestar esclarecimentos no prazo de vinte
dias.

Os comprovantes de despesa e demais itens exigidos para a prestação de contas


deverão ser reunidos ao longo da execução do projeto, para, ao seu término, serem
apresentados ao ministério. O extrato bancário deve apresentar saldo igual a zero.

Caso, depois de concluído o projeto ainda haja recursos incentivados na conta,


estes devem ser recolhidos ao Fundo Nacional da Cultura. Se eles estiverem na conta
bloqueada, deve-se comunicar isso ao Ministério da Cultura, que efetivará o
recolhimento. Já se estiverem na conta de livre movimentação, o responsável pelo
projeto deve recolhê-lo ao Fundo Nacional de Cultura por meio de Guia de
Recolhimento da União (GRU), disponível no site da Secretaria do Tesouro Nacional
(www.stn.fazenda.gov.br).

Prestação de contas

No momento da avaliação da prestação de contas, o profissional do Ministério


da Cultura levará em conta os seguintes aspectos, conforme art. 80 da IN 01/13: a
confirmação da apresentação dos documentos referentes à análise da execução do objeto
e dos objetivos do projeto; a consistência das informações prestadas quanto à execução
do objeto e dos objetivos do projeto; a comparação entre os resultados esperados e os
atingidos pelo projeto cultural; a avaliação de economicidade entre os custos estimados
e os efetivamente realizados; o aferimento da repercussão do projeto com sociedade; o
cumprimento das medidas de acessibilidade e democratização do acesso, nos termos da
portaria de aprovação; o cumprimento do previsto no Plano Básico de Divulgação e no
Plano Básico de Distribuição dos produtos resultantes do projeto cultural e outros
aspectos considerados relevantes pelo analista.

Essa é a primeira análise realizada na prestação de contas referente à execução


física do projeto, denominada de cumprimento do objeto/ objetivos, no prazo de até 60
dias, a contar do recebimento da consolidação do último relatório de execução física. Na
sequência, ela será enviada para análise financeira das contas. Constará como
inadimplente o projeto que não prestar contas dentro do prazo previsto na legislação.

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A prestação de contas poderá ser: aprovada, aprovada com ressalvas, reprovada
ou arquivada. Aprovada serão as contas cujos recursos tiveram aplicação regular, com
avaliação técnica satisfatória.

Será aprovada com ressalvas quando, embora aprovadas as contas, o projeto teve
sua avaliação técnica insatisfatória, desde que não gere prejuízo ao Poder Público.

Será arquivada aquela que, ao final do prazo, não teve a captação suficiente para
execução do projeto.

Serão reprovados os projetos cujo objeto tenha sido descumprido, conforme


atestado no parecer de avaliação técnica; ou cuja prestação de contas não seja
considerada regular, ainda que o resultado do parecer de avaliação técnica tenha sido
favorável quanto ao cumprimento do objeto. A omissão na prestação de contas também
é causa de reprovação, podendo ser sanada se apresentada até o julgamento da tomada
de contas especial.

Sanções e penalidades:

Inadimplência

Se encerrar o prazo de captação e o projeto não tiver conseguido captar recursos


suficientes para movimentar a conta movimento, não pedir a prorrogação de prazo ou o
arquivamento do projeto, ele será posto na situação de INADIMPLENTE no Sistema de
Apoio às Leis de Incentivo (SALIC), do Ministério da Cultura.
Importante salientar que a situação de inadimplência não produz restrições ao
proponente, mas tão somente ao projeto.

Inabilitação

A falta de comprovação da boa aplicação dos recursos obtidos, por via fomento
público, no desenvolvimento dos projetos culturais, sujeitará o(s) empreendedor(a)(es)
responsáveis:

à devolução do incentivo fiscal recebido, com juros, multa e correção monetária;


à exclusão da participação em quaisquer projetos culturais, sem prejuízo das
penalidades criminais e civis cabíveis, e
à inscrição na Dívida Ativa dos entes federativos.

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Além do descrito acima, a sanção de inabilitação do proponente resultará
em impossibilidade de

autorização para captação de recursos, devendo suas propostas ou projetos


culturais serem cancelados e arquivados na fase em que se encontrarem, caso
ainda se encontrem pendentes de autorização;

prorrogação dos prazos de captação dos seus projetos em execução;

captação de novos patrocínios ou doações para os seus projetos os quais não


tenham cumprido os requisitos previstos no art. 53 desta Instrução Normativa
para movimentação de recursos e

recebimento de recursos decorrentes de outros mecanismos do Pronac previstos


no art. 2º da Lei nº 8.313, de 1991.

Em qualquer fase da prestação de contas, poderá o proponente solicitar o


parcelamento do débito visando a regularizar sua situação no Ministério da Cultura.

Poderá haver ainda a instauração do processo de Tomada de Contas Especial


pelo MinC ou pelo Tribunal de Contas da União, visando à apuração dos fatos,
identificação dos responsáveis, quantificação do dano e obtenção do ressarcimento, de
acordo com a Instrução Normativa 71/2012, do Tribunal de Contas da União - TCU.

Por fim, convidamos vocês a se debruçarem na Lei Rouanet, seu decreto


regulamentador, suas instruções normativas e portarias que farão total diferença na
prática, ou seja, no momento das tomadas de decisões ao longo da execução do projeto.
E lembrem-se de que as decisões deverão estar sempre embasadas nos instrumentos
legais.

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