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CONTATO BIOLOGIA 1

Manual do Professor

Ensino Médio

Componente curricular

Biologia

Marcela Yaemi Ogo

Licenciada em Ciências Biológicas pela

Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR).

Especialista em Biologia Aplicada à Saúde pela Universidade Estadual de


Londrina (UEL-PR). Especialista em Análise e Educação Ambiental em
Ciências da Terra pela Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR).

Mestre em Ensino de Ciências e Educação

Matemática pela Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR). Atuou como


professora da rede pública no Ensino Médio no estado do Paraná.

Atua como professora da rede pública no Ensino

Fundamental no estado do Paraná.

Realiza palestras e assessorias para professores em escolas particulares e


públicas.

Autora de livros didáticos para o Ensino Fundamental.

Leandro Pereira de Godoy

Licenciado e bacharel em Ciências Biológicas

pela Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR).

Mestre em Microbiologia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR).


Atuou como professor na rede particular de Ensino Superior.

Atua como professor no ensino técnico profissionalizante.


Ministrou aulas na rede estadual de ensino do Paraná para o Ensino
Fundamental, Ensino Médio e Ensino Técnico.

Realiza palestras e assessorias para professores em escolas públicas e


particulares.

Autor de livros didáticos para o Ensino Fundamental

1ª . edição

São Paulo

2016

Copyright © Marcela Yaemi Ogo, Leandro Pereira de Godoy, 2016

Diretor editorial: Lauri Cericato

Gerente editorial: Flávia Renata P. A. Fugita

Editora: Valquiria Baddini Tronolone

Editora assistente: Juliana Bardi

Gerente de produção editorial: Mariana Milani

Coordenador de produção editorial: Marcelo Henrique Ferreira Fontes

Coordenadora de arte: Daniela Máximo

Coordenadora de preparação e revisão: Lilian Semenichin

Supervisora de preparação e revisão: Izabel Rodrigues

Revisão: Carolina Manley

Coordenador de iconografia e licenciamento de textos: Expedito Arantes

Supervisora de licenciamento de textos: Elaine Bueno

Iconografia: Gabriela Araúgo, Izilda Canosa

Coordenadora de ilustrações e cartografia: Marcia Berne

Diretor de operações e produção gráfica: Reginaldo Soares Damasceno

Produção editorial: Scriba Projetos Editoriais

Edição: Luciana Cadioli Panchoni


Assistência editorial: Kelly Cristina dos Santos, Ana Carolina N. S. Ferraro,
Felipe Casasanta Mostaço, Priscila Boneventi

Assessoria: Juliana Almeida

Projeto gráfico: Laís Garbelini e Hatadani

Capa: Marcela Pialarissi

Imagem de capa: Oliver Burston/Getty Images

Edição de imagens: Maira Renata Dias Balestri

Edição de ilustrações: Rogério Casagrande

Diagramação: Ana Rosa Cordeiro de Oliveira

Tratamento de imagens: José Vitor Elorza Costa

Ilustrações: A7 Estudio, Alexandre Affonso, Angelo Shuman, Daniel Zeppo,


Desenhorama Estúdio, Eber Evangelista, Flavio Pereira, Gilberto Alicio, José
Vitor E. C., Luciane Mori, Poliana Garcia, Rafael Luís Gaion, Renan Fonseca,
Rogério Casagrande, Somma Studio, Studio Caparroz

Revisão: Shirley Gomes

Assistência de produção: Luis Rogério M. Andrade, Daiana Melo e Tamires


Azevedo

Autorização de recursos: Erick L. Almeida

Pesquisa iconográfica: Alaíde França

Editoração eletrônica: Luiz Roberto L. Correa (Beto)

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Ogo, Marcela Yaemi

#Contato biologia, 1º ano / Marcela Yaemi Ogo, Leandro Pereira de Godoy. - 1.


ed. - São Paulo : Quinteto Editorial, 2016. - (Coleção #contato biologia)

"Componente curricular: biologia"

ISBN 978-85-8392-075-5 (aluno)

ISBN 978-85-8392-076-2 (professor)


1. Biologia (Ensino médio) I. Godoy, Leandro Pereira de. II. Título. III. Série.

16-02498

CDD-574.07

Índices para catálogo sistemático:

1. Biologia : Ensino médio 574.07

Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro


de 1998.

Todos os direitos reservados à QUINTETO EDITORIAL LTDA.

Rua Rui Barbosa, 156 - Bela Vista - São Paulo-SP

CEP 01326-010 - Tel. (11) 35 98-60 00

Caixa Postal 65149 - CEP da Caixa Postal 01390-970

Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com


fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada.

Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD S.A.

CNPJ 61.186.490/0016-3

Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD S.A.

CNPJ 61.186.490/0016-33

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Guarulhos - SP - CEP 07220-020

Tel. (11) 35 45-86 00 e Fax (11) 24 12-53 75

Para conhecer seu livro

Quantas notícias você ouviu ultimamente que envolvem o ambiente, animais,


plantas, genética, microrganismos, doenças e suas possíveis curas? E quantas
vezes, em seu cotidiano, você se deparou com a necessidade de entender e
até mesmo de opinar sobre estes e outros assuntos relacionados à Biologia?

Nesta coleção você estudará os aspectos biológicos da vida, bem como as


relações que os seres vivos mantêm entre si e como eles evoluem. Com isto,
perceberá o quanto somos responsáveis pelo planeta e descobrirá o que
podemos fazer para conservá-lo. Você também terá oportunidades de analisar
criticamente as pesquisas científicas e como elas impactam cada ser vivo e o
ambiente que nos cerca.

Todo o estudo é proposto utilizando uma linguagem simples, permeado de


imagens e textos autênticos próximos à sua realidade, abordando temas
relevantes em nossa sociedade. Assim, você verá que a Biologia está
relacionada à cultura e à sociedade, além de ter sua importância histórica e
científica.

Veja a seguir como esta coleção é organizada e como ela pode ajudá-lo no
estudo da Biologia.

Os autores.

Abertura de unidade

A unidade é iniciada com base em uma fotografia e em um texto, os quais


permitirão que você conheça o tema geral a ser trabalhado nos capítulos
seguintes.

Abertura de capítulo

O capítulo possui uma abertura para contextualizar o assunto que será


abordado. Com uma imagem, um texto e algumas questões, é
possível que você se familiarize e explore o assunto, verificando o que já sabe
sobre ele.

Na seção Oficina de Biologia você terá a oportunidade de colocar em


prática atividades referentes ao assunto estudado. O roteiro de
procedimentos tem o objetivo de levá-lo a desenvolver as atividades com
autonomia e segurança. No final, as questões o ajudarão a refletir sobre
os resultados encontrados.

Na seção Encontro com... você encontra textos que formam conexões


com outras áreas do saber. Você perceberá como no nosso dia a dia a
Biologia está conectada a outros conhecimentos.
A seção Biologia e... possibilita que você conheça a aplicação da Biologia
na Tecnologia, na Saúde, no Ambiente, na Cultura e na Sociedade. Nela,
são apresentados temas variados, como inovações da ciência, a
importância dos hábitos diários para a saúde, temas ambientais, a
valorização das diferentes culturas e o impacto da Biologia na nossa
sociedade.

Este boxe apresenta o significado das palavras destacadas no texto.

Nesse boxe, você verá informações que complementam o assunto abordado


no capítulo,
aprofundando-o com curiosidades e novidades.

Atividades

Essa seção traz atividades diversificadas, com questões contextualizadas


e desafiadoras que o ajudarão a organizar os conceitos estudados e
relacioná-los a outras áreas do conhecimento.

Além de trazer também questões de vestibulares e do Enem, você vai


encontrar atividades enriquecidas com diferentes recursos, como
tirinhas, reportagens, pinturas, manchetes, fotografias e ilustrações, que
visam facilitar seu aprendizado, tornando-o mais prazeroso.

Ao fim de cada capítulo, a seção Refletindo sobre o capítulo apresenta


questões que retomam o conteúdo e o ajudam a perceber como vai seu
aprendizado.

Além disso, traz questões para você refletir sobre alguns assuntos
estudados e suas consequências em nossa sociedade.

Trocando ideias

Essa seção aparece no final de alguns capítulos e é composta de textos


que abordam temáticas de relevância científica, social, histórica ou
cultural fundamentais ao exercício da cidadania. Além de textos, você
encontrará diferentes recursos, como cartazes, fotografias e ilustrações,
e questionamentos que oportunizam a argumentação e o olhar crítico
sobre a ciência.
Explorando o tema

Você encontrará essa seção no final de cada unidade, com textos


informativos relacionados a temas atuais, em conjunto com diversos
recursos, como ilustrações, fotografias, infográficos, entre outros. As
questões o ajudarão a interpretar o texto, levantar pontos de discussão e
trocar ideias com seus colegas. Além de ampliar seus conhecimentos
sobre Biologia, você também vai investigar sua presença e influência em
nosso cotidiano e na sociedade. Trocando ideias

A seção Ampliando seus conhecimentos, presente no final do livro, traz


sugestões de leitura para que você possa se aprofundar nos assuntos
abordados no volume. Além disso, também são sugeridos filmes que
abordam temáticas de Biologia em diferentes contextos. Tanto a literatura
quanto o cinema podem contribuir para que sua aprendizagem de
Biologia se torne mais prazerosa e dinâmica.

Esse ícone indica que você deve responder à questão oralmente.

Esse ícone indica que você deve responder à questão no caderno.

Esse ícone indica que as cores das ilustrações não correspondem às


reais.

Esse ícone indica que as imagens apresentadas na página não possuem


proporção de tamanho entre si.

Esse ícone indica algumas dicas para facilitar as atividades práticas.

Esse ícone indica os cuidados necessários na realização das atividades


práticas, a fim de evitar acidentes.

Esse ícone indica sugestões de sites nos quais você pode encontrar
diferentes recursos e ampliar os conteúdos abordados no capítulo.

Sumário

unidade 1 - Estudo da vida, p. 10

Capítulo 1

Uma ciência chamada Biologia, p. 12


O que a Biologia estuda, p. 13

Algumas áreas da Biologia, p. 14

Como estudar Biologia, p. 15

Métodos científicos, p. 15

Oficina de Biologia, p. 17

Características dos seres vivos, p. 18

Atividades, p. 20

Trocando ideias, p. 22

· A relação entre o cientista e a sociedade

Capítulo 2

Origem da vida, p. 24

A origem do Universo, p. 25

A teoria do Big Bang, p. 25

A estrutura do Universo, p. 26

Encontro com... Física, p. 28

· O combustível das estrelas

A formação da Terra, p. 29

A origem da vida na Terra, p. 30

A teoria da geração espontânea, p. 30

O longo embate entre Needham e Spallanzani, p. 31

O experimento de Pasteur, p. 32

A teoria de Oparin e Haldane, p. 32

Miller e Urey, p. 33

Panspermia, p. 34

As primeiras células, p. 34

Teoria da endossimbiose, p. 35
Teoria heterotrófica e teoria autotrófica, p. 36

Atividades, p. 39

Explorando o tema, p. 42

Astrobiologia

CRÉDITO: Cordelia Molloy/ SPL/Latinstock

unidade 2 - Citologia, p. 44

Atividades, p. 56

Capítulo 3

Introdução ao estudo das células, p. 46

O microscópio e o estudo das células, p. 47

Teoria celular, p. 47

Primeiras características observadas nas células, p. 48

Os microscópios e a observação das células, p. 48

Tipos de microscópio, p. 49

Preparo das células para análise microscópica, p. 51

Encontro com... Matemática, p. 52

· Escalas microscópicas

Tipos celulares, p. 54

Oficina de Biologia, p. 55

Capítulo 4

Química das células, p. 58

Substâncias inorgânicas e orgânicas, p. 59

Água, p. 59

Sais minerais, p. 62

Carboidratos, p. 63

Lipídios, p. 64
Proteínas, p. 66

Vitaminas, p. 72

Ácidos nucleicos, p. 74

Atividades, p. 76

Trocando ideias, p. 80

· Pirâmide alimentar

Capítulo 5

Estrutura da célula: membrana plasmática, p. 82

Estrutura da membrana plasmática, p. 83

Propriedades da membrana plasmática, p. 84

Difusão simples, p. 84

Oficina de Biologia, p. 87

Difusão facilitada, p. 88

Transporte ativo: bomba de sódio-potássio, p. 88

Transporte por meio de vesículas, p. 89

Junções intercelulares, p. 90

Estruturas externas à

membrana plasmática, p. 91

Parede celular, p. 91

Glicocálice, p. 91

Atividades, p. 92

Trocando ideias, p. 96

· Osmose reversa e crise hídrica

Capítulo 6

Estrutura da célula: citoplasma, p. 98


Estrutura do citoplasma, p. 99

Citoesqueleto, p. 99

Organelas, p. 101

Ações celulares integradas, p. 108

Atividades, p. 109

Capítulo 7

Estrutura da célula: núcleo, p. 112

Núcleo, p. 113

Tipos de cromossomos, p. 115

Oficina de Biologia, p. 116

Divisão celular, p. 117

Intérfase, p. 117

Mitose, p. 118

Meiose, p. 121

Encontro com... Matemática, p. 125

· A meiose favorece a evolução das espécies Atividades, p. 126

Trocando ideias, p. 130

· Câncer

Capítulo 8

Processos energéticos das células, p. 132

Energia, metabolismo e vida, p. 133

Moléculas envolvidas nos processos energéticos, p. 134

ATP, p. 134

NAD, NADP e FAD, p. 135

Encontro com... Química, p. 135

· Reações e equações químicas


Fotossíntese, p. 136

Pigmentos fotossintetizantes, p. 137

Encontro com... Física, p. 138

· Luz e comprimento de onda

Etapas da fotossíntese, p. 138

Oficina de Biologia, p. 140

Quimiossíntese, p. 141

Respiração celular, p. 142

Etapas da respiração celular, p. 143

Balanço energético da respiração celular, p. 145

Fermentação, p. 145

Encontro com... Matemática, p. 146

· A relação entre respiração e fotossíntese nas plantas

Atividades, p. 147

Explorando o tema, p. 150

Clonagem

CRÉDITO: A7 Estudio

unidade 3 - Histologia animal, p. 152

Capítulo 9

Tecido epitelial e tecido muscular, p. 154

Tecidos, p. 155

Tecido epitelial, p. 155

Tecido muscular, p. 158

Atividades, p. 164

Trocando ideias, p. 168


· O uso de esteroides anabolizantes e suas consequências

Capítulo 10

Tecido conjuntivo e tecido nervoso, p. 170

Tecido conjuntivo, p. 171

Tecido conjuntivo frouxo, p. 172

Tecido conjuntivo denso, p. 173

Tecido conjuntivo adiposo, p. 175

Tecido conjuntivo cartilaginoso, p. 176

Tecido conjuntivo ósseo, p. 178

Tecido sanguíneo, p. 180

Tefi/Shutterstock.com

Tecido nervoso, p. 184

Impulso nervoso, p. 186

Atividades, p. 187

Trocando ideias, p. 190

· A anorexia e suas consequências

Explorando o tema, p. 192

Doação de sangue

CRÉDITO: Paul Rapson/SPL/Latisntock

unidade 4 - Reprodução e Embriologia, p. 194

Capítulo 11

Reprodução dos seres vivos, p. 196

Reprodução assexuada, p. 197

Reprodução sexuada, p. 199

Fecundação e desenvolvimento, p. 200

Fecundação externa, p. 200


Fecundação interna, p. 200

Tipos de desenvolvimento de vertebrados, p. 202

Cuidado parental, p. 204

Atividades, p. 207

Capítulo 12

Reprodução humana, p. 210

Sistemas genitais, p. 211

Sistema genital masculino, p. 211

Sistema genital feminino, p. 214

CRÉDITO: wavebreakmedia/Shutterstock.com

Hormônios sexuais, p. 219

Ciclo menstrual, p. 220

Fecundação, p. 222

Atividades, p. 224

Trocando ideias, p. 228

· Sexualidade e respeito

Capítulo 13

Métodos contraceptivos, p. 232

Métodos contraceptivos naturais, p. 233

Tabela, p. 233

Temperatura basal, p. 233

Coito interrompido, p. 234

Muco cervical, p. 234

Métodos contraceptivos de barreira, p. 235

Preservativo masculino, p. 235


Preservativo feminino, p. 236

Diafragma, p. 236

Métodos contraceptivos hormonais, p. 238

Pílula anticoncepcional, p. 238

Outros métodos contraceptivos hormonais, p. 239

DIU, p. 239

Métodos contraceptivos definitivos, p. 241

Atividades, p. 244

Trocando ideias, p. 246

· Filhos do HIV

Capítulo 14

Desenvolvimento embrionário, p. 248

Fases do desenvolvimento embrionário, p. 249

Tipos de segmentação, p. 250

Resultados da segmentação, p. 251

Anexos embrionários, p. 257

Desenvolvimento embrionário humano, p. 258

Gestação, p. 260

Gêmeos, p. 262

Nascimento, p. 264

Atividades, p. 270

Trocando ideias, p. 274

· Gravidez na adolescência

Explorando o tema, p. 276

Planejamento familiar: mudanças na população brasileira

CRÉDITO: Markus Mainka/Shutterstock.com


Ampliando seus conhecimentos, p. 278

Espaços não formais de ensino-aprendizagem, p. 282

Bibliografia, p. 286

Lista de siglas, p. 288

10

UNIDADE 1 - Estudo da vida

CRÉDITO: Jacaré-de-papo-amarelo eclodindo do ovo.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Jacaré-de-papo-amarelo: pode atingir cerca de 2,5 m de comprimento.

Fim do complemento.

11

Durante séculos, vários pensadores se questionaram sobre o conceito da vida.


Também refletiram sobre as suas fases e o que diferencia os seres vivos dos
elementos não vivos.

Muitos desses questionamentos só puderam ser respondidos com o avanço da


Biologia, a ciência que estuda a vida.

Nesta unidade, você terá a oportunidade de estudar o que caracteriza a vida,


como ela se originou em nosso planeta, e também estudará a Biologia e as
características dessa ciência.

12

LEGENDA: Representação de dinossauros do período Cretáceo, entre 85 e 65


milhões
de anos atrás.

CRÉDITO: Richard Bizley/SPL/Latinstock

Capítulo 1 - Uma ciência chamada Biologia


A existência de dinossauros no passado é um fato que sempre despertou o
fascínio das pessoas. Esses animais viveram, aproximadamente, entre 230 e
60 milhões de anos atrás e eram a forma de vida dominante na Terra.

Acredita-se que sua extinção tenha ocorrido por causa de uma série de fatores,
mas o principal deles é que teria sido causada pelo impacto de um meteorito
que caiu onde atualmente corresponde ao território do México.

Evidências sugerem que esses animais habitavam grande parte do planeta,


inclusive a atual América do Sul. No Brasil, por exemplo, já foram identificados
fósseis de cerca de 20 espécies de dinossauros.

A. Para você, como é possível aos cientistas construírem o conhecimento


sobre os dinossauros se esses animais não existem mais?*

Resposta pessoal. Por meio de diversas evidências, entre elas, os fósseis, que
são vestígios de seres vivos.

*Destaque para os alunos que algumas evidências evolutivas indicam que as


aves evoluíram a partir dos dinossauros. Mais informações sobre esse assunto
serão abordadas no volume de 2° ano desta coleção.

B. Como você acha que os pesquisadores reconstituem o corpo dos


dinossauros e os ambientes com detalhes das plantas e rochas da época,
como mostrado na imagem acima? desses seres vivos, reconstituindo sua
estrutura, bem como o ambiente em que viviam.

Resposta pessoal. Ao estudar e analisar os fósseis e outros vestígios do


passado, os pesquisadores coletam evidências de como era a anatomia

C. Que conhecimentos são necessários para realizar esse tipo de pesquisa?

Resposta: São necessários conhecimentos de diversas áreas, como de


Biologia, Paleontologia, Geologia, entre outras.

D. Qual é a importância de se conhecer como eram os seres vivos e o


ambiente no passado?

Resposta: Esse conhecimento torna possível compreender a história evolutiva


das espécies, estudar sua estrutura e descobrir o que aconteceu após a origem
da vida na Terra.
E. Você observa semelhanças entre os dinossauros e os animais atuais? E
entre as plantas que colonizavam a Terra naquela época e as plantas atuais?

Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que, apesar da


diferença de tamanho, alguns répteis atuais apresentam características
semelhantes aos
dinossauros, e também concluam que as plantas são estruturalmente
semelhantes às da atualidade.

F. Explique com suas palavras o que é vida**

Resposta pessoal.

**Estimule os alunos a exporem suas concepções sobre o que consideram ser


"vida". É importante que explicitem suas ideias e opiniões. Neste momento, não
se espera que apresentem uma resposta relacionada a conceitos biológicos,
busca-se apenas estimular a troca de ideias.

13

O que a Biologia estuda

No passado, a Ciência era estudada de maneira ampla, isto é, um estudioso


reunia conhecimentos de Matemática, Física, Química e Biologia. Com o
passar do tempo, devido às características de cada uma, essas áreas foram
separadas e passaram a ser estudadas de acordo com suas especificidades.

Para entender um pouco do que a Biologia estuda, considere um organismo (a


capivara) e observe o esquema a seguir.

CRÉDITO: Fotomontagem formada pelas imagens Anan


Kaewkhammul/Shutterstock.com e Studio Caparroz

Esse esquema mostra alguns elementos estudados pela Biologia. Essa ciência
estuda a vida na Terra em todos os níveis de organização - os átomos, as
moléculas, as reações químicas, as células, os tecidos, os órgãos, os sistemas,
os organismos, as populações, as comunidades, os ecossistemas e os biomas.

Em poucas palavras, definimos Biologia como a ciência que se dedica ao


estudo dos seres vivos, das unidades que os compõem, das relações que
estabelecem entre si e com o meio em que vivem e de sua história evolutiva.
14

Algumas áreas da Biologia

O complexo estudo da vida é explorado por diferentes áreas da Biologia. Veja


algumas delas.

A Genética é o estudo da hereditariedade, que envolve a transmissão de


características entre os seres vivos.

LEGENDA: Bióloga realizando extração de DNA de cana-de-açúcar para


realizar estudo genético.

CRÉDITO: Delfim Martins/Pulsar

A Botânica estuda as plantas, sua estrutura, organização, reprodução,


classificação, distribuição geográfica e importância ecológica.

LEGENDA: Biólogo medindo o diâmetro de uma flor de raflésia.

CRÉDITO: Frans Lanting/Corbis/Latinstock

A Zoologia abrange o estudo dos animais, sua anatomia, fisiologia,


classificação, evolução e sua contribuição para a ecologia.

LEGENDA: Bióloga medindo as proporções de suricatos.

CRÉDITO: Bem Sadd/FLPA/Diomedia

A Oceanografia biológica tem como objetivo estudar a fauna e a flora


marítimas.

LEGENDA: Pesquisador observando a presença de invertebrados no mar.

CRÉDITO: Images Stories/Alamy Stock Photo/Latinstock

A Microbiologia estuda os microrganismos.

LEGENDA: Pesquisador observando culturas de bactérias fixadoras de


nitrogênio.

CRÉDITO: Thierry Berrod, Mona Lisa Production/SPL/Latinstock

A Etologia estuda o comportamento dos animais.

LEGENDA: Pesquisadores observando o comportamento de um chimpanzé em


seu hábitat.
CRÉDITO: Biosphoto/Minden Pictures/Gerry Ellis/AFP Photo

No último século, a evolução dos estudos biológicos proporcionou diversas


descobertas científicas, e os benefícios dessas pesquisas podem ser
encontrados na medicina, na agricultura, nos trabalhos de conservação
ambiental, entre outras.

Essa influência também pode ser percebida no dia a dia das pessoas. Por
exemplo, você já leu o rótulo de um alimento para identificar se ele contém
substâncias que podem beneficiar ou prejudicar sua saúde? Já ouviu
informações acerca dos cuidados necessários com o descarte de resíduos? Já
leu notícias sobre o aumento ou a redução da produção de alimentos? Essas
informações estão relacionadas ao cotidiano das pessoas e são resultantes
dos trabalhos científicos na área biológica.

1. Você se interessa por alguma das áreas da Biologia?

Qual? Por que essa área chama sua atenção?

Resposta pessoal.

2. Cite outra situação em que o conhecimento biológico está presente em seu


dia a dia.

Resposta: Possíveis respostas: no saneamento básico, na higiene, na saúde,


entre outras.

15

Como estudar Biologia

O ser humano sempre buscou explicações para os fenômenos ao seu redor e


também formas de explicar a existência e a diversidade de vida na Terra.
Muitas dessas explicações baseavam-se em crenças sobrenaturais. Porém,
com o desenvolvimento da ciência, os estudiosos passaram a buscar
explicações racionais para os fenômenos naturais.

Os estudos biológicos se originaram na Grécia antiga e eram divididos entre a


medicina e a história natural. Naquela época, Hipócrates (460 a.C.-370 a.C.)
destacava-se nos estudos médicos e Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) estudava
os animais, sua classificação e se questionava sobre como teriam evoluído. No
entanto, durante a Idade Média, a medicina e a história natural acabaram se
separando. Com essa divisão, a primeira permitiu o desenvolvimento da
Anatomia e da Fisiologia; e a segunda levou ao desenvolvimento da Botânica e
da Zoologia.

Com o passar do tempo, os estudos biológicos se concentraram nas variadas


formas de vida e na sua interação com o mundo natural, e receberam o nome
de Biologia, a ciência da vida. No entanto, ela só passou a ser considerada
como uma das ciências modernas na metade do século XIX. Nesse período,
destacaram-se nomes como os alemães Theodor Schwann (1810-1882) e
Matthias Schleiden (1804-1881), que descreveram a teoria celular; os
britânicos Alfred Wallace (1823-1913) e Charles Darwin (1809-1882) com a
teoria evolutiva; Gregor Mendel (1822- 1884) com suas descobertas sobre a
transmissão genética; e o russo Karl von Baer (1792-1876) com o estudo dos
embriões.

Estudar essa ciência requer o conhecimento de outras áreas, como a


Paleontologia, a Geologia, a Astronomia, a Química, a Filosofia, a História e a
Geografia, pois ela não se limita apenas ao estudo da vida, mas de tudo o que
a rodeia.

LEGENDA: Busto de Aristóteles. Ele foi o primeiro filósofo a buscar explicações


racionais para os fenômenos naturais.

CRÉDITO: Escultura de mármore. Palazzo Altemps, Museu Nacional Romano,


Roma (Itália). Foto: DeAgostini/ Getty Images

Métodos científicos

Uma das formas de estudar Biologia é por meio de um método científico. A


ciência está em constante desenvolvimento, sendo, portanto, um conjunto de
saberes inacabado. Apesar de se basear em fatos e evidências, ela não é
imutável.

Da mesma maneira, há diferentes métodos científicos que seguem


determinados procedimentos de investigação. Aristóteles, por exemplo,
empregava o método indutivo-dedutivo. Veja em que se baseava esse método.
As ideias e os pensamentos dos antigos filósofos gregos prevaleceram por
alguns séculos até que, por volta do século V na Europa, houve a expansão do
Cristianismo, o que influenciou a visão de conhecimento científico durante
séculos.

No século XIII, surgiram as primeiras universidades na Europa, o que levou a


mudanças na forma de pensar o conhecimento científico. Essas mudanças se
intensificaram e tiveram seu auge no século XVI. Vários filósofos se
destacaram a partir desse período e suas contribuições modificaram o
pensamento do método científico descrito por Aristóteles.

16

O filósofo inglês Francis Bacon (1561 -1626), por sua vez, defendia um método
indutivo que explorasse mais o modo experimental, no qual o estudioso atuaria
como investigador partindo de fatos concretos. Veja a seguir.

Um dos métodos que se tornou mais conhecido é o método cartesiano, cujo


nome faz referência ao filósofo francês René Descartes (1596-1650). Para
Descartes, havia apenas um método válido para todas as ciências, o qual se
basearia na lógica e na dedução. Veja em que consistia esse método.

Assim como Bacon, o italiano Galileu Galilei (1564-1642) acreditava na


importância experimental aliada à Matemática. Veja algumas etapas do método
de Galileu.

Atualmente, não há um método único que seja válido para todas as ciências,
pois elas buscam respostas para seus questionamentos em vez de certezas ou
verdades. Portanto, um único método não teria condições de responder a todos
os questionamentos.

Na Biologia, os estudos iniciam-se pela escolha de um problema para ser


analisado, sobre o qual pode-se ou não levantar hipóteses. Após a análise de
estudos anteriores do tema, é preciso rever o que já foi descoberto e avaliar as
condições em que esses estudos foram realizados. Em seguida, inicia-se a
observação, a descrição e o registro (em texto, áudio ou vídeo) dos dados. O
passo seguinte é a análise dos dados, que pode confirmar ou refutar a hipótese
inicial e ajudar a responder o problema inicial.
É importante ressaltar que a Biologia trabalha com conceitos para formar suas
teorias e não necessariamente com leis ou lógica, como ocorre nas outras
ciências naturais (Física e Química), visto que o estudo dos seres vivos não é
algo exato como nessas outras ciências.

Vejamos o exemplo do naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882). Até o


século XIX, os filósofos acreditavam que as espécies eram imutáveis e que
uma característica adquirida por um ser vivo era transmitida para a geração
seguinte. Darwin modificou os conceitos evolutivos ao elaborar a teoria da
Seleção Natural. Ele observou, descreveu e analisou evidências de animais
viventes e extintos, modificando o pensamento até então vigente pela própria
comunidade científica. Mostrou que as espécies se modificam ao longo do
tempo, o que foi comprovado pelo estudo de fósseis e de outras evidências
históricas.

O exemplo da teoria proposta por Darwin é mais um que atesta o caráter


dinâmico da Ciência, que está em constante construção e, portanto, é
inacabada.

Atenção professor: Veja mais informações sobre o assunto nas Orientações


para o professor. Fim da observação.

17

Oficina de Biologia

Vimos que uma investigação científica pode se iniciar com questionamentos


sobre um determinado fenômeno. Veja as questões a seguir.

· As plantas dependem da luz solar para sobreviver?

· Como isso pode ser comprovado?

Com base nesses questionamentos, é possível formular algumas hipóteses.


Veja.

· Hipótese 1 : Na ausência de luz solar, as plantas não sobrevivem.

· Hipótese 2: Na ausência de luz solar, as plantas sobrevivem.

Para verificar qual dessas hipóteses é verdadeira, podemos realizar a seguinte


atividade prática. Siga o roteiro.
Materiais

· 3 vasos com plantas de mesma espécie e de pequeno porte

· 2 caixas de sapatos vazias (maior do que as plantas)

· tesoura com pontas arredondadas

· caneta

· papel

Mãos à obra

A. Com a caneta e o papel, nomeie os vasos com as letras A, B e C .

B. Com a tesoura, faça um orifício em uma das laterais de uma das caixas de
sapatos. Posicione essa caixa verticalmente, com o orifício voltado para cima.
Coloque o vaso B no interior dessa caixa.

C. Posicione a outra caixa verticalmente ao lado da primeira e coloque o vaso


C dentro dela.

D. Coloque o vaso A em um local que receba incidência de luz solar em grande


parte do dia. Ao seu lado, posicione as caixas com os vasos B e C.

E. Regue as plantas diariamente.

F. Registre no caderno as modificações nas três plantas durante um período de


14 dias.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

Para pensar

1. Qual das plantas teve melhor desenvolvimento? E qual delas teve maior
prejuízo no seu desenvolvimento?

2. Como você explicaria esses resultados?

3. Qual das hipóteses foi confirmada com base na realização da atividade?

4. Por que a outra hipótese foi rejeitada?

5. O método científico utilizado foi experimental? Explique.

CRÉDITO DAS ILSTRAÇÕES: Somma Studio


18

Características dos seres vivos

Vimos que a Biologia é o estudo da vida. Mas o que é vida? Definir esse termo
é muito difícil, pois ele apresenta significados diferentes para as religiões, a
Filosofia e a ciência. Geralmente, quando pensamos em vida, logo
relacionamos o viver em oposição à morte. Mas, em Biologia, a vida é
estudada como algo oposto aos elementos inanimados.

Há várias características que diferenciam os seres vivos dos elementos


inanimados, como a composição química, a organização celular, o
metabolismo, o crescimento, a reprodução, a habilidade de responder a
estímulos, a hereditariedade e a capacidade de adaptação e evolução. Veja
mais detalhes a seguir*.

*Veja mais informações sobre algumas definições de vida nas Orientações


para o professor.

A composição química dos seres vivos é semelhante. Eles são compostos


basicamente dos átomos dos elementos químicos de carbono (C), hidrogênio
(H), oxigênio (O), nitrogênio (N), fósforo (P) e enxofre (S).

Outra característica dos seres vivos é que apresentam um ciclo de vida que se
divide em nascimento, crescimento, reprodução e morte.

CRÉDITO: imageBROKER/Alamy Stock Photo/Latinstock / P. Weimann/ARCO/


BSIP/Keystone / Jurgen Freund/Naturepl. Wild Wonders of Europe/
Ziegler/Other Images.

Os seres vivos também apresentam metabolismo e organização celular. As


células são as unidades básicas que constituem os seres vivos. Para
sobreviver, elas realizam reações químicas. O conjunto dessas reações
químicas compõe o metabolismo dos seres vivos. Veja.

LEGENDA: Célula vegetal. Para obter energia, as plantas realizam a


fotossíntese, em que a energia proveniente da luz solar é transformada em
energia para as próprias células vegetais.
FONTE: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology. 8.
ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 101.Cordelia Molloy/
SPL/Latinstock/ CRÉDITO: A7 Estudio

3. Que características diferem um ser vivo de um elemento não vivo?

Resposta: Os seres vivos nascem, crescem, podem se reproduzir e morrem.


Os elementos não vivos não passam por essas etapas.

19

Os seres vivos são capazes de responder a estímulos. A íris humana, por


exemplo, tem a capacidade de alterar sua abertura para regular a quantidade
de luz que penetra na pupila. Em um ambiente iluminado, ela aumenta (sua
musculatura relaxa) impedindo que grande quantidade de luz atinja a retina.
Em um ambiente pouco iluminado, ela reduz (sua musculatura contrai) e mais
luz atinge a retina, tornando possível enxergar com mais nitidez. Veja a seguir.

LEGENDA: Ambiente iluminado.

CRÉDITO: BSIP/Chassenet/SPL/Latinstock

LEGENDA: Ambiente pouco iluminado.

CRÉDITO: BSIP/Chassenet/SPL/Latinstock

Os seres vivos também têm a capacidade de se reproduzir, isto é, de gerar


descendentes.

LEGENDA: Cadela amamentando filhotes.

CRÉDITO: PHB.cz (Richard Semik)/ Shutterstock.com

Outra característica dos seres vivos é a hereditariedade, por meio da qual o


material genético é transmitido de uma geração a outra.

LEGENDA: Por meio da hereditariedade as informações genéticas são


transmitidas de uma geração a outra. Note as semelhanças das crianças com
seus pais.

CRÉDITO: India Picture/Shutterstock.com

Os seres vivos também são capazes de evoluir. As atividades deles são


controladas pelo material genético, sendo assim, suas características são
resultado da história evolutiva das espécies e estão relacionadas à informação
genética acumulada em milhões de anos. Isso possibilita haver uma
continuidade entre os primeiros seres vivos e os atuais, das formas de vida
mais simples (como as bactérias) às mais complexas (plantas e animais, por
exemplo).

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Cachorro: pode atingir de 18 cm a 86 cm de altura. Elefante africano: pode


atingir de 3 m a 5 m de comprimento. Samambaia: a medida varia de acordo
com a espécie.

Elefante africano: pode atingir de 3 m a 5 m de comprimento.

Samambaia: a medida varia de acordo com a espécie.

Fim do complemento

LEGENDA: Bactérias Staphylococcus aureus (aumento aproximado de 3.000


vezes).

CRÉDITO: Steve Gschmeissner/SPL/Latinstock

LEGENDA: Samambaias.

CRÉDITO: fotovapl/Shutterstock.com

LEGENDA: Elefante africano.

CRÉDITO: EcoPrint/Shutterstock.com

20

Atividades

Responda as atividades no caderno.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

1. O que a Biologia estuda?

2. Que conhecimentos são necessários para estudar Biologia?

3. Cite duas influências dos estudos biológicos essenciais em seu dia a dia.
4. Como os gregos dividiam os estudos biológicos no passado?

5. De que forma as pessoas buscavam explicações para os fenômenos antes


do advento da ciência?

6. Por que não é possível adotar um único método científico para realizar
pesquisas em Biologia?

7. Cite duas características que permitem classificar um ser vivo.

8. Leia o trecho do texto a seguir.

Em 1847, [Ignaz Philipp] Semmelweis [(1818-1865)], então com 29 anos,


começou a trabalhar na maternidade do Hospital Geral de Viena. [...] A
instituição era o principal hospital da cidade, mas todo ano centenas de
mulheres que ali se internavam para dar à luz desenvolviam um quadro fatal, a
febre puerperal, que se manifestava com inchaço no abdômen, múltiplos
abcessos e febre, seguidos de morte. Ninguém sabia a causa da doença nem
como curá-la. Mas havia algumas pistas. No hospital, havia duas unidades -
uma dirigida por parteiras, outra por médicos. As mulheres [...] encaminhadas à
unidade dos médicos, onde Semmelweis trabalhava, tinham nove vezes mais
chance de morrer de febre puerperal que as da unidade das parteiras.
Semmelweis ficou obcecado em solucionar o mistérios [...]. Ele e seus colegas
chegavam a dissecar as mães mortas [...].

[...] Enquanto estava de férias, um de seus colegas do necrotério sofreu um


corte no dedo e morreu do que parecia ser febre puerperal. Semmelweis ficou
arrasado, mas aquilo o levou a pensar que talvez a faca tivesse causado a
morte do colega. Considerou também a possibilidade de que ele e outros
médicos, ao sair do necrotério, levassem em suas mãos algo que pudesse
causar a morte das mulheres, e começou a fiscalizar as enfermarias, insistindo
fanaticamente que os colegas lavassem as mãos com sabão carbólico. As
taxas de mortalidade nas enfermarias caíram para um nível dez vezes menor.
Mas os médicos não acreditaram que a redução se devesse à lavagem das
mãos, e Semmelweis foi demitido. [...]

[...] o fim da história tem um toque de tragédia: quando Semmelweis morreu,


outros já haviam encontrado a peça que faltava para completar o quebra-
cabeça de por que as mãos sujas podiam matar. Na França, Louis Pasteur
[(1822-1895)] provara que os [microrganismos] causavam decomposição;
bastava um pequeno passo para se perceber que os microrganismos também
produziam doenças.

MOSLEY, Michael; LYNCH, John. Uma história da ciência: experiência, poder e


paixão. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. p. 212-3.

a) Qual era a hipótese de Semmelweis acerca da causa da febre puerperal?

b) Como a hipótese de Semmelweis foi comprovada verdadeira?

c ) Como a descoberta de Pasteur possibilitou confirmar que a hipótese de


Semmelweis era verdadeira?

9. A planta conhecida popularmente como dormideira, ao receber um estímulo


mecânico, como o toque, modifica a disposição de suas folhas. Observe.

LEGENDA: Dormideira, planta que pode atingir 70 cm de altura.

CRÉDITO: Fotos: Fabio Colombini

a) Que características permitem classificar a dormideira como um ser vivo?

b) Qual dessas características pode ser observada nas fotografias ao lado?

21

10. Leia o trecho do texto a seguir.

Um casaco, um chapéu, uma lupa e um cachimbo no canto da boca. É assim


que os detetives aparecem [...]. A inspiração vem de Sherlock Holmes,
personagem criado pelo médico e escritor escocês Arthur Conan Doyle, [...]
talvez por ter sido o primeiro detetive da história a usar o método científico para
elucidar os crimes mais curiosos e difíceis imaginados por seu criador. [...]

Sherlock podia descobrir a altura de um homem pelo comprimento da passada


deixada perto ou no local de um crime. Como? Ora, quanto maior o
comprimento entre os passos, maior a altura. O peso do homem, ou se ele
estava correndo ou andando, também podia ser medido pela profundidade da
pegada deixada [...]

RUMJANEK, Franklin. Sherlock Holmes era um cientista? Ciência Hoje das


Crianças. Rio de Janeiro: Instituto Ciência Hoje, ano 24, n. 226, ago. 2011. p. 3.
a ) Por que, segundo o texto acima, é possível afirmar que Sherlock Holmes
buscava explicações científicas na resolução de crimes?

b ) Você classificaria o método científico adotado por Sherlock Holmes como


dedutivo ou indutivo? Justifique.

11. (Enem)

Texto I

Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos,


recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois
eu fundei em princípios tão mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso
e incerto. Era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-
me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo
novamente a fim de estabelecer um saber firme e inabalável.

DESCARTES, R. Meditações concernentes à primeira filosofia. São Paulo:


Abril Cultural, 1973 (adaptado).

Texto II

É o caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio


processo de busca. Se todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer
certeza que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada pela própria
dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente
varridas por essa mesma dúvida.

SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna,


2001 (adaptado).

A exposição e a análise do projeto cartesiano indicam que, para viabilizar a


reconstrução radical do conhecimento, deve-se

a ) retomar o método da tradição para edificar a ciência com legitimidade.

b ) questionar de forma ampla e profunda as antigas ideias e concepções.

c ) investigar os conteúdos da consciência dos homens menos esclarecidos.

d ) buscar uma via para eliminar da memória saberes antigos e ultrapassados.

e ) encontrar ideias e pensamentos evidentes que dispensam ser


questionados.
Refletindo sobre o capítulo

A. Retome a resposta que você deu à questão d da página 12 e complemente-


a, se necessário.

B. Todas as pesquisas em Biologia podem ser baseadas na lógica, como


sugerido pelos antigos filósofos? Explique.

C. Os antigos estudiosos acreditavam que os seres vivos se dividiam em


animais, plantas e minerais. Retome o conteúdo das páginas 18 e 19 e
explique por que os minerais não podem ser considerados seres vivos.

Veja as respostas das questões desta seção nas Orientações para o professor.

22

Trocando ideias

A relação entre o cientista e a sociedade

Observe as imagens a seguir.

LEGENDA: Telescópio Hubble.

CRÉDITO: MarcelClemens/ Shutterstock.com

LEGENDA: Urso-polar.

CRÉDITO: Arturo de Frias Photo/Alamy Stock/Latinstock

LEGENDA: Explosão causada pela bomba atômica lançada em Nagasaki,


Japão, em 1946.

CRÉDITO: Charles Levy

LEGENDA: Usina eólica em Tramandaí, Rio Grande do Sul.

CRÉDITO: EcoPrint/Shutterstock.com

LEGENDA: Pessoa passando pelo exame de ressonância magnética.

CRÉDITO: CristinaMuraca/Shutterstock.com

LEGENDA: Trator com arado.

CRÉDITO: B Brown/Shutterstock.com

A partir dessas imagens, reflita sobre a seguinte questão: a sociedade


influencia a ciência ou a ciência influencia a sociedade?
À medida que a sociedade se desenvolve, a ciência busca soluções para os
problemas que surgem com esse desenvolvimento. Ao mesmo tempo,
enquanto novas descobertas científicas são feitas, mais modificações ocorrem
na sociedade.

E qual é o papel do cientista nessa relação ciência e sociedade? Os cientistas


realizam estudos que podem impactar direta ou indiretamente nossa
sociedade, o ambiente e o próprio ser humano. Vamos conhecer alguns
biólogos e algumas de suas contribuições para a sociedade.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Urso-polar: pode atingir até 3,4 m de comprimento.

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Rachel Carson

LEGENDA: Retrato de Rachel Carson.

CRÉDITO: Autor desconhecido/Coleção particular

Rachel Carson nasceu em 1907, nos Estados Unidos. Ela era bióloga marinha,
zoóloga e ecóloga. Em 1945, Carson começou a estudar os efeitos causados
no ambiente por um inseticida chamado DDT (dicloro difeniltricloroetano). Esse
inseticida havia sido descoberto em 1939 pelo químico suíço Paul Müller (1899-
1965) e era muito utilizado no combate a mosquitos transmissores de tifo,
malária e outros insetos.

Com seus estudos, ela mostrou que esse pesticida atingia a água, o solo, a
fauna e a flora, além de alcançar as águas subterrâneas, contaminando-os.

Carson publicou esses resultados no livro intitulado Primavera silenciosa,


lançado em 1962. Ela comprovou que o DDT afetava também a reprodução
das espécies de aves, o que ocasionaria seu desaparecimento na primavera.
Essa obra impulsionou a preocupação mundial com as questões ambientais e
vários países passaram a adotar medidas para combater ou controlar o uso de
pesticidas químicos. Ela faleceu em 1964.
Fim do complemento.

23

Boxe complementar:

Ernst Mayr

Ernst Mayr nasceu na Alemanha em 1904. Veio de uma família de médicos,


mas decidiu estudar História Natural. Contribuiu para o estudo da Evolução,
levando em conta o trabalho em campo, os estudos genéticos crescentes na
época e os aspectos evolutivos. Em seus estudos, analisou os detalhes
geográficos, a origem das espécies e sua evolução. Teve mais de 600
publicações e é considerado o maior biólogo evolucionista do século XX.

Mayr defendia que muitos problemas da sociedade atual, como a fome e a


degradação ambiental, podiam ser combatidos com o conhecimento das raízes
biológicas desses problemas. Assim, o conhecimento de Biologia poderia
ajudar o ser humano a entender a origem desses problemas e buscar soluções
com base nesses fatos. Ele faleceu nos Estados Unidos em 2005, aos 100
anos de idade.

LEGENDA: Retrato de Ernst Mayr.

CRÉDITO: ullstein bild/Getty Images

Crodowaldo Pavan

Entre os nomes que merecem destaque na Biologia está o do geneticista


brasileiro Crodowaldo Pavan. Ele nasceu em Campinas, São Paulo, em 1919,
e é considerado o pai da Genética no Brasil. Além dos estudos genéticos,
Pavan também trabalhava com Evolução e classificação de seres vivos,
especialmente a dos insetos. Ele demonstrou que a quantidade de genes pode
se modificar nas células durante o desenvolvimento de um ser vivo, o que era
considerado impossível até então.

O trabalho de Pavan e associados (brasileiros e estrangeiros) contribuiu para o


conhecimento atual de genética de populações, um campo de estudo em que
são necessários os conhecimentos genéticos, evolutivos e biológicos dos seres
vivos.
Pavan faleceu em 2009, no município de São Paulo.

LEGENDA: Retrato de Crodowaldo Pavan.

CRÉDITO: Paulo Pinto/Estadão Conteúdo

Fim do complemento.

a ) Você considera importante que um biólogo tenha conhecimento de diversas


áreas da Biologia para realizar uma pesquisa científica?

b ) Para que Carson pudesse escrever o livro Primavera silenciosa


denunciando os malefícios do DDT, ela realizou diversos estudos para garantir
que seus resultados retratassem a realidade. Converse com seus colegas
sobre as possíveis consequências caso Carson não tivesse tido esses
cuidados.

c ) Você concorda com Mayr de que, com os conhecimentos sobre a evolução


humana e suas atitudes em relação ao ambiente, aos seres vivos e a si
mesmos, é possível buscar soluções para os problemas da sociedade atual?
Converse sobre isso com os colegas.

d ) Vimos que Pavan foi pioneiro da Genética no Brasil. Além de contar com o
apoio do governo brasileiro da época, ele também realizou diversos estudos
financiados por instituições internacionais. Você considera que hoje, no Brasil,
a ciência e a tecnologia são valorizadas? E você percebe que os resultados
dessas pesquisas chegam até você? Explique.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

24

LEGENDA: Estromatólitos encontrados na Baía dos Tubarões, na Austrália.

CRÉDITO: Frans Lanting/Corbis/Latinstock

Capítulo 2 - Origem da vida

Considere como era o planeta Terra 3,8 bilhões de anos atrás. É difícil, para
nós, imaginar o que significa tanto tempo. O que poderia existir em uma época
tão remota? No entanto, de acordo com diversas pesquisas, nesse período já
havia inclusive vida no planeta Terra.
Evidências de vida ancestral podem ser encontradas, por exemplo, nos
chamados estromatólitos. Essas formações rochosas são produzidas pela ação
de microrganismos fotossintetizantes, denominados cianobactérias. Elas
acumulam sedimentos e, com o tempo, formam com eles essas estruturas
fossilizadas que são os estromatólitos. Os fósseis mais antigos de bactérias em
estromatólitos são datados de 3,5 bilhões de anos atrás. Mas outras evidências
apontam que esses microrganismos já existiam há 3,8 bilhões de anos.

As camadas internas do estromatólito são formadas pelo depósito de detritos


rochosos sobre uma lâmina de cianobactérias. Conforme o tempo passa, uma
nova camada se forma, aprisionando as cianobactérias e promovendo o
processo de fossilização.

A. Para você, como surgiu a vida na Terra?

Resposta pessoal. A vida surgiu a partir de rearranjos moleculares que


propiciaram a formação de complexos de proteínas e/ou ácidos nucleicos.
Esses rearranjos só foram possíveis quando, bilhões de anos atrás, a Terra
apresentou condições favoráveis à existência de vida, como temperatura e
água líquida.

B. Como você considera que era o planeta Terra antes do surgimento da vida?

Resposta pessoal.

C. Diversas teorias sobre a origem da vida na Terra e a origem do Universo já


foram propostas. Você conhece alguma? Explique-a.

Resposta pessoal.

Estrutura de um estromatólito

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: Indiana University (Universidade


de Indiana). Disponível em: www.indiana. edu/~geol105b/images/gaia_
chapter_10/stromatolites.htm. Acesso em: 29 abr. 2016. CREDITO: Somma
Studio

25

A origem do Universo
O Universo é um assunto de interesse para a humanidade. A curiosidade do
ser humano e a constante busca por explicações para o que está ao nosso
redor gerou questionamentos sobre a origem do Universo, do planeta Terra,
entre outros assuntos.

Mesmo que estejamos longe de responder a muitos desses questionamentos,


o desenvolvimento de diversas áreas da Ciência, como a Cosmologia, permitiu
que os cientistas elaborassem algumas teorias sobre como o Universo foi
formado.

A seguir, vamos conhecer uma das teorias sobre a origem do Universo.

1. Como o Universo se formou? Converse com seus colegas sobre esse


assunto e anote suas conclusões.

Resposta pessoal.

Glossário:

Cosmologia: área da Astronomia que estuda a origem, a estrutura e a evolução


do Universo.

Fim do glossário.

A teoria do Big Bang

Grande parte dos astrônomos acredita que o surgimento do Universo ocorreu


há aproximadamente 15 bilhões de anos a partir de uma grande explosão, o
Big Bang. Segundo essa teoria, toda a matéria e energia existentes estavam
condensadas em um único ponto inicial. Ocorreu então uma explosão, que fez
a matéria expandir violentamente para todos os lados.

O esquema abaixo apresenta, de maneira resumida, uma sequência de


eventos que teriam ocorrido após o Big Bang.

FONTE: SINGH, Simon. Big Bang. Rio de Janeiro: Record, 2006. p. 440-441.
CRÉDITO: Alexandre Affonso

26

A estrutura do Universo

Quais os limites do Universo? Como ele é estruturado? O Universo possui um


padrão de organização? Muitas destas perguntas ainda não foram
respondidas, mas, com a compreensão sobre as propriedades da luz e o
desenvolvimento dos telescópios, ocorreram grandes avanços no
conhecimento da estrutura do Universo. Veja no esquema a seguir.

A. O Universo se iniciou no Big Bang e continua a se expandir em todas as


direções. Sua velocidade de expansão é de, aproximadamente, 270 000 km/s,
ou seja, 90% da velocidade da luz.

B. O Universo é formado por superaglomerados de galáxias que, por sua vez,


são formados por aglomerados de galáxias. Por exemplo: a Via Láctea, galáxia
na qual se encontra o Sistema Solar, está agrupada com outras 20 galáxias,
formando o chamado aglomerado local. Por sua vez, esse aglomerado faz
parte de um conjunto de aglomerados denominado superaglomerado de
Virgem.

C. Uma galáxia pode ser formada por milhões, bilhões ou até trilhões de
estrelas. Seu formato é variável e é mantido pela ação da gravidade entre as
estrelas que a formam. A gravidade também impede que as estrelas de uma
mesma galáxia se distanciem. Dessa maneira, o afastamento dos elementos
do Universo fica restrito aos aglomerados e superaglomerados.

27

LEGENDA DAS IMAGENS: O Sistema Solar é formado por uma estrela, o Sol,
oito planetas, cinco planetas anões, luas, asteroides, meteoroides e cometas.
Os quatro planetas mais próximos do Sol são conhecidos como telúricos,
formados por materiais rochosos: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. Os outros
quatro planetas são formados por elementos leves, e são chamados gasosos
ou gigantes: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Os cinco planetas anões são
Plutão, Ceres, Eris, Hauema e Makemake. Entre as órbitas de Marte e Júpiter
se encontram milhares de asteroides que formam o cinturão de asteroides. Ao
se chocarem, os asteroides podem liberar diversos fragmentos de rocha
menores, que ficam vagando no Sistema Solar e são chamados meteoroides.

FONTE: Ilustração produzida com base em: COMINS, N.F.; KAUFMANN. W. J.


III. Descobrindo o Universo. 8. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010. p. 480-482.
CRÉDITO: Eber Evangelista

Boxe complementar:
Planetas-anões e SSSBs

Segundo a União Astronômica Internacional (IUA), para um corpo celeste ser


considerado um planeta, ele deve apresentar três características:

1. Ter uma órbita definida ao redor do Sol.

2. Ter massa suficiente para que sua gravidade o molde a uma forma
aproximadamente esférica.

3. Conseguir limpar a vizinhança ao redor da sua órbita pela ação de sua


gravidade.

Até 2006, Plutão era considerado um planeta. Entretanto, por satisfazer


somente os requisitos 1 e 2, ele foi rebaixado para a categoria de planeta-anão.

Cometas, meteoroides e asteroides são chamados pequenos corpos do


Sistema Solar, ou SSSBs, sigla em inglês para small solar system bodies.

LEGENDA: Asteroide 951 Gaspra. Esse SSSB possui formato irregular, com 18
km de comprimento.

CRÉDITO: NASA

Fim do complemento.

Planetas e suas luas

Quantidade de
Planetas
luas

Mercúrio 0

Vênus 0

Terra 1

Marte 2

Júpiter 49**

Saturno 53**
Urano 27

Netuno 13

FONTE: NASA. Disponível em:


http://solarsystem.nasa.gov/planets/solarsystem/ moons. Acesso em: 18 fev.
2016.

**Em Júpiter, existem mais outras 13 luas que aguardam a confirmação de


cientistas. Em Saturno, são mais outras nove possíveis luas.

Boxe complementar:

Astros (dimensões)

Júpiter: 142 984 km de diâmetro.

Lua: 3.476 km de diâmetro.

Marte: 6.790 km de diâmetro.

Mercúrio: 4.879 km de diâmetro.

Netuno: 24.746 km de diâmetro.

Saturno: 115.200 km de diâmetro.

Sol: 1.396 milhões de km de diâmetro.

Terra: 12.756 km de diâmetro.

Urano: 51.118 km de diâmetro.

Vênus: 12.103 km de diâmetro.

Fim do complemento.

28

Encontro com... Física

Elementos químicos presentes no Universo

FONTE: MACIEL, Walter J. Formação dos elementos químicos. Revista USP,


n. 62, jun. ago. 2004. p. 66. Disponível em: www.astro.iag.usp.br/~maciel/
teaching/artigos/elementos/elementos.html. Acesso em: 18 fev. 2016.
CRÉDITO: Somma Studio
O combustível das estrelas

Segundo a teoria do Big Bang, no início do Universo, os primeiros átomos


formados foram os dos elementos químicos hidrogênio (H) e hélio (He). Esses
dois elementos são considerados os mais abundantes no Universo.

O hidrogênio é chamado, por diversos pesquisadores, de "o combustível das


estrelas". Isso porque as reações químicas que ocorrem com esse elemento no
interior das estrelas são responsáveis pela emissão de energia na forma de luz
e calor, fatores essenciais para a existência da vida como a conhecemos hoje.

Nas condições de enorme pressão e temperatura presentes no interior de uma


estrela, ocorre a fusão termonuclear, na qual núcleos de hidrogênio se fundem
e formam núcleos de hélio, em uma sequência de reações termonucleares.
Essas reações liberam uma grande quantidade de energia, e são responsáveis
pelo brilho das estrelas.

Na década de 1950, cientistas desenvolveram a bomba de hidrogênio, também


conhecida como bomba H, cujo princípio também era a fusão termonuclear.
Para alcançar temperaturas e pressões suficientes para provocar a fusão dos
núcleos de hidrogênio, os cientistas utilizaram a fissão nuclear, a mesma
tecnologia usada na construção das bombas atômicas lançadas sobre o Japão
na Segunda Guerra Mundial. Diferente da fusão, a fissão nuclear se baseia no
rompimento de núcleos de átomos para liberar energia.

Com o passar dos anos, os estudos sobre a fusão nuclear avançaram para
finalidades pacíficas, entre elas, a obtenção de energia elétrica. Um dos
maiores problemas no uso dessa tecnologia é que a quantidade de energia
utilizada para fundir os núcleos de hidrogênio é quase igual à quantidade de
energia produzida pela fusão. Atualmente, processos que demandam menor
temperatura estão em desenvolvimento.

Teste com explosão de uma bomba H realizado nas Ilhas Marshall no Oceano
Pacífico, no ano de 1954. Explosões como essa liberam 1 000 vezes mais
energia do que a bomba atômica lançada em Hiroshima, em 1946, no Japão.

CRÉDITO: Us Departament of Energy/SPL/Latinstock


Na tabela abaixo, é possível comparar a quantidade de energia extraída de
determinada matéria para manter acesa, durante certo tempo, uma lâmpada de
100 watts. Observe.

Quantidade de energia
extraída de 1 kg de matéria
para acender uma lâmpada
de 100 watts

Forma da
Processo Tempo*
matéria

Queda 5
Água d'água segund
de 50 m os

Combust
Carvão 8 horas
ão

Fissão
Urânio
nuclear 690
enriqueci
(em anos
do
reator)

Hidrogêni
Fusão 30.000
o
nuclear anos
(deutério)

FONTE: HALLIDAY, David. Fundamentos de Física. Rio de Janeiro: Livros


Técnicos e Científicos, 2012. v. 4. p. 237.

*Tempo durante o qual a energia gerada manteria acesa uma lâmpada de 100
watts.

Acesse o site a seguir para obter mais informações sobre as utilizações da


energia nuclear.

· http://tub.im/hg5k72. Acesso em: 18 fev. 2016.


2. Que contribuições o desenvolvimento da fusão termonuclear pode oferecer
para a sociedade?

Resposta pessoal. Com o desenvolvimento da fusão termonuclear, problemas


relacionados à produção de energia poderiam ser resolvidos, como a emissão
de gases de efeito estufa pelos combustíveis fósseis.

29

A formação da Terra

Até agora, conhecemos a teoria do Big Bang e estudamos a estrutura atual do


Universo. Mas e o planeta em que habitamos? Como ele se formou? De acordo
com os cientistas, o planeta Terra se originou há aproximadamente 4,6 bilhões
de anos. Confira, a seguir, como se deu esse processo.

No início da formação da Terra, pequenas partículas de rochas presentes no


Sistema Solar se atraíam mutuamente, formando objetos maiores, chamados
protoplanetas. Em determinado momento, o aumento da pressão e da
temperatura no interior de um desses protoplanetas permitiu que os diversos
elementos químicos presentes apresentassem consistência líquida.

LEGENDA: Ilustração artística que mostra a Terra líquida no início de sua


formação. Esse modelo foi baseado em análises científicas, e mostra diversas
rochas sendo atraídas para o planeta.

CRÉDITO: TAKE 27 LTD/SPL/Latinstock

LEGENDA: Representação da Terra primitiva. Os continentes não estavam


totalmente formados e ainda existia atividade vulcânica generalizada. Também
é possível observar fendas na crosta terrestre e nos oceanos representadas
pelas linhas avermelhadas. Essas fendas são locais onde a crosta terrestre
ainda não se solidificou.

CRÉDITO: Planetary Visions Ltd/SPL/Latinstock

Após milhões de anos, elementos químicos densos como o ferro deslocaram-


se para o interior do planeta, formando o seu núcleo. Outros elementos
químicos menos densos formaram o manto, e elementos de baixa densidade,
como o silício e o alumínio, formaram as rochas da superfície da Terra*. Ao
mesmo tempo, a atmosfera da Terra primitiva se modificou conforme ocorriam
alterações em sua superfície. Em determinado momento, ela era constituída de
dióxido de carbono, vapor de água e nitrogênio. Essa atmosfera foi propícia
para o efeito estufa, responsável pela retenção do calor proveniente da
superfície e do interior da Terra, e também dos raios do Sol, reduzindo sua
dissipação para o espaço. Nesse período, a precipitação do vapor de água
presente na atmosfera colaborou para a formação de oceanos. Esses eventos
ocorreram nos primeiros 300 milhões de anos da formação da Terra. Também
foi nesse cenário que provavelmente se iniciou a vida no planeta.

LEGENDA: Ilustração da estrutura interna atual do planeta Terra. O planeta


Terra, em imagem capturada pelo satélite Deep Space Climate Observatory
(DSCOVR), lançado pela Nasa no ano de 2015.

CRÉDITO: Johan Swanepoel/Shutterstock.com / NASA

*Comente com os alunos que metais como ferro, ouro, chumbo e outros
elementos químicos mais densos também podem ser encontrados na
superfície da Terra, trazidos pelo fluxo de lavas de vulcões.

30

A origem da vida na Terra

Entre a metade final do século XVII e o início do século XVIII, ocorreram


intensos debates sobre como os seres vivos eram formados. Uma das teorias
mais defendidas na época era a da abiogênese, também chamada geração
espontânea.

A teoria da geração espontânea

A geração espontânea era uma ideia antiga, defendida pelo filósofo grego
Aristóteles (384-322 a.C.) e aceita durante muito tempo por parte dos
estudiosos. Segundo essa teoria, os seres vivos poderiam se originar da
matéria inanimada.

Essa teoria foi testada por meio do ensaio proposto pelo médico belga Jean
Baptiste van Helmont (1577-1644). Em uma caixa, ele colocou camisas sujas
de suor e espigas de milho. Após algum tempo, foram encontrados ratos na
caixa. Com isso, Helmut deduziu que os ratos tinham se produzido
espontaneamente a partir das camisas e das espigas de milho.
A rejeição da geração espontânea

O médico italiano Francesco Redi (1626-1697) questionava a teoria da geração


espontânea. Por isso, realizou um experimento para comprovar que os seres
vivos originavam-se de outros seres vivos, e não da matéria inanimada.

Boxe complementar:

O experimento de Redi

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio.

Redi colocou pedaços de carne em recipientes de vidro.

Ele cobriu a abertura de alguns desses recipientes com uma gaze e deixou
outros descobertos.

Após alguns dias, Redi observou que sobre a carne nos recipientes abertos
apareceram larvas de moscas; já na carne dos recipientes com a gaze não
havia larvas.

No primeiro experimento que Redi realizou, os recipientes foram fechados com


uma tampa. Como a ausência de ar no interior do frasco poderia ser
considerada um fator limitante para o surgimento da vida, Redi refez o
experimento, utilizando gaze no lugar das tampas para resolver o problema da
entrada de ar.

Fim do complemento.

Como as larvas apareceram somente sobre a carne com a qual as moscas


tiveram contato, Redi concluiu que esses insetos colocaram ovos sobre ela, e
desses ovos eclodiram as larvas. Esse resultado contribuiu para contestar a
teoria da geração espontânea, a qual defenderia que as larvas teriam surgido
da matéria sem vida.

Como Francesco Redi, uma série de outros cientistas desse período afirmava
que os seres vivos podiam surgir apenas de outros seres vivos. Entre esses
cientistas estavam os chamados pré-formistas , como o médico britânico
William Harvey (1578-1657) e o fabricante de lentes holandês Anton van
Leeuwenhoek (1632-1723).

31
Harvey acreditava que todos os seres vivos já estavam formados no interior de
ovos antes de nascer. No caso dos seres humanos e de outros animais, esses
ovos estariam protegidos no interior do corpo das fêmeas.

Investigando essa ideia, Leeuwenhoek desenvolveu um tipo de microscópio


com o qual fez diversas observações importantes. Em uma delas, ele narra a
outros cientistas ter encontrado "pequenos animais" no sêmen masculino, os
quais acreditava que poderiam ser miniaturas de seres humanos. Surgiu assim
a ideia de que os seres vivos não eram formados a partir dos ovos, mas no
sêmen de animais machos.

LEGENDA: Desenhos enviados por Leeuwenhoek para a Royal Society em


Londres no ano de 1683, descrevendo uma de suas observações em
microscópios.

CRÉDITO: Dr Jeremy Byrgess/SPL/Latinstock

O longo embate entre Needham e Spallanzani

Apesar de enfraquecida pelo resultado do experimento de Redi, a teoria da


geração espontânea continuava sendo defendida por alguns estudiosos,
principalmente para explicar a origem dos microrganismos observados com o
advento do microscópio.

Um desses defensores era o naturalista inglês John Turberville Needham


(1731-1781). Influenciado pelas ideias de seu colega francês George Louis
Buffon (1707-1788), ele realizou um experimento que procurava demonstrar a
geração espontânea de microrganismos.

Needham ferveu uma pequena quantidade de caldo de carne em um


recipiente, de modo a destruir os microrganismos presentes no líquido e no ar
do frasco. Posteriormente, vedou o recipiente com uma rolha, de modo que os
microrganismos de fora do frasco não pudessem entrar.

LEGENDA: Retrato de Turberville Needham.

CRÉDITO: Jean Baptiste Garand. 1755. Aquarela. Coleção particular

Alguns dias após o experimento, no entanto, apareceram microrganismos no


caldo de carne. Dessa maneira, Needham concluiu que o surgimento desses
seres microscópicos só poderia ser decorrente da geração espontânea.
Por outro lado, os defensores do modelo pré-formista não aceitaram os
resultados de Needham. Com o objetivo de contestá-lo, em 1785 o naturalista
italiano Lazzaro Spallanzani (1729-1799) repetiu o experimento de Needham,
mas com duas alterações:

· a boca do recipiente foi derretida com fogo, de modo a ficar hermeticamente


lacrada, impedindo a entrada de ar.

· o caldo de carne e o ar foram expostos a temperaturas maiores e por mais


tempo.

Passados alguns dias, não houve aparecimento de microrganismos no interior


dos recipientes, o que fez Spallanzani chegar às seguintes conclusões:

1. No experimento de Needham, o ar no interior do recipiente não havia sido


aquecido o suficiente para eliminar os microrganismos.

2. Needham não vedou adequadamente o recipiente, permitindo a entrada de


ar contendo microrganismos no interior do recipiente.

Needham, por sua vez, rebateu as conclusões de Spallanzani, dizendo que um


aquecimento muito elevado do ar havia destruído sua "força vegetativa".
Needham acreditava na existência dessa força, que, segundo ele, era
responsável pelas condições necessárias para que as moléculas gerassem a
vida.

Spallanzani passou 20 anos tentando provar a inexistência dessa força vital.

Mesmo sem uma conclusão definitiva, o embate travado por esses cientistas
ofereceu importantes contribuições para a Ciência.

LEGENDA: Retrato de Lazzaro Spallanzani.

CRÉDITO: Sheila Terry/SPL/Latisntock

32

O experimento de Pasteur

No século XIX, após diversas discussões científicas e experimentações, já não


se acreditava que os seres vivos surgissem da matéria inanimada, mas sim de
outros seres vivos. O caso dos microrganismos, no entanto, ainda era uma
exceção. Muitos cientistas continuavam a afirmar que eles se originavam por
geração espontânea.

Em 1862, o químico francês Louis Pasteur (1822-1895) realizou alguns


experimentos que contribuíram para eliminar divergências sobre essas teorias.
Trabalhando em uma empresa de fermentação, Pasteur ficou interessado na
multiplicação dos microrganismos e, após diversos estudos, desenvolveu o
experimento a seguir.

Boxe complementar:

Experimento realizado por Pasteur em 1862

CRÉDITO: Somma Studio

1. Pasteur colocou líquidos com nutrientes em frascos de vidro. Ele entortou a


cânula desses frascos e, em seguida, ferveu esses líquidos de maneira
suficiente para que o ar e o líquido fossem esterilizados, isto é, livres de
microrganismos. Após alguns dias, Pasteur observou que não houve o
desenvolvimento de microrganismos no interior dos frascos, mesmo em contato
com o ar. Isso foi possível pois a forma como a cânula foi entortada permitia a
passagem do ar para dentro do frasco, mas impedia a entrada dos
microrganismos, que eram barrados pelas paredes da cânula.

2. Pasteur repetiu o experimento, mas, dessa vez, quebrou a cânula de um dos


frascos.

Após alguns dias, ele observou que o líquido do interior desse frasco foi
contaminado com microrganismos. Isso ocorreu porque a barreira imposta pela
cânula foi retirada, permitindo que os microrganismos presentes no ar
entrassem em contato com o líquido e se multiplicassem.

Fim do complemento.

Ao final do experimento, Pasteur verificou que em uma solução estéril não


ocorre o desenvolvimento de nenhum microrganismo. Isso pode acontecer
somente se um microrganismo vivo entrar em contato com essa solução.
Dessa maneira, ele comprovou a teoria da biogênese, que defende que o
surgimento de um ser vivo somente é possível a partir de outro, mesmo no
caso dos microrganismos.
A teoria de Oparin e Haldane

Após a consolidação da teoria da biogênese, seguiu-se uma importante


questão entre os cientistas: como surgiu a vida na Terra? Se um ser vivo
origina-se apenas a partir de outro, então como poderia ter surgido o primeiro
ser vivo do planeta?

Nas décadas seguintes ao experimento de Pasteur, estudos apontavam que o


surgimento da vida poderia ter ocorrido a partir do rearranjo de moléculas
orgânicas simples. Mas, diferentemente da abiogênese, esses estudos
descartavam a existência de forças vitais que agiam na formação da vida.

Boxe complementar:

Entre algumas características das moléculas orgânicas estão a presença do


elemento químico carbono em sua composição e, geralmente, uma maior
complexidade em relação às moléculas inorgânicas.

Fim do complemento.

33

Na década de 1920, o bioquímico russo Aleksandr Ivanovich Oparin (1894-


1980) e o biólogo inglês John. B. S. Haldane (1892-1964) propuseram uma
teoria segundo a qual a vida teria surgido a partir de uma evolução gradual dos
sistemas químicos. De acordo com esses cientistas, a atmosfera da Terra
primitiva era composta pelos gases metano (CH 4), hidrogênio (H2), nitrogênio
(N2), amônia (NH3) e vapor de água (H2O).

Como consequência da ausência de gás oxigênio na atmosfera, não existia a


camada de ozônio para proteger a Terra dos raios ultravioleta (UV) do Sol.
Dessa maneira, a energia para a síntese de moléculas orgânicas vinha do
bombardeamento dos raios ultravioleta, bem como das constantes descargas
elétricas, frequentes na atmosfera primitiva.

Ainda segundo Oparin e Haldane, o oceano primitivo também teve um papel


importante nesse processo. De acordo com os cientistas, naquele período, o
oceano era uma espécie de sopa primordial, constantemente agitada, na qual
as moléculas podiam realizar diversos tipos de interações químicas. Essas
interações permitiram a formação de coacervados ou protobiontes,
agrupamentos de moléculas que mantinham um ambiente químico interno
diferente do externo, mas que não podiam se reproduzir.

Miller e Urey

Na década de 1950, o bioquímico Stanley Miller (1930-2007), orientado por seu


professor Harold Urey (1893-1981), testou a hipótese de Oparin-Haldane com
um experimento que simulou as diversas condições existentes na Terra
primitiva.

FONTE: Ilustração produzida com base em: PURVES, William K. et al. Vida: a
ciência da Biologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 452. CRÉDITO:
Luciane Mori

Ao analisar o líquido recolhido, Miller observou a formação de moléculas


orgânicas que, anteriormente, acreditava-se serem produzidas somente por
células vivas. Entre essas moléculas estavam os aminoácidos alanina e glicina,
substâncias orgânicas encontradas nos seres vivos. Esse resultado reforçou as
análises realizadas por Oparin e Haldane.

34

Panspermia

Outra teoria a respeito da origem da vida é a chamada panspermia, palavra de


origem grega que significa "sementes por todos os lados". Essa teoria afirma
que a vida na Terra se originou a partir de seres vivos* provenientes do espaço
e que aqui se desenvolveram nas diferentes formas de vida.

A primeira menção à panspermia foi feita pelo filósofo grego Anaxágoras (500
a.C.- 428 a.C.). No século XIX, a teoria da panspermia foi resgatada por alguns
cientistas, como o médico e químico sueco Jöns Jacob Berzelius (1779-1848) e
o matemático e físico irlandês William Thomson (1824-1907). Esses cientistas
afirmavam que esses seres vivos teriam chegado à Terra por meio de
meteoritos.

Atualmente a teoria da panspermia admite algumas variações. Alguns


pesquisadores afirmam que a matéria biológica teria chegado à Terra por meio
de meteoroides vindos de planetas do Sistema Solar ou de fora dele. Outros
chegam a afirmar que essa matéria biológica teria sido transportada
propositalmente por uma civilização extraterrestre avançada.

A mais recente contribuição para essa teoria foi feita por dois astrônomos, o
britânico Fred Hoyle (1915-2001) e o cingalês Chandra Wickramasinghe
(1939-). De acordo com esses cientistas, é realmente possível que cometas
carreguem vida bacteriana pelo espaço. Essa afirmação tem como evidência a
detecção de matéria orgânica no espaço interestelar, principalmente em
cometas.

Glossário:

Cingalês: natural de Sri Lanka, país asiático.

Fim do glossário.

*Alguns cientistas acreditam que as formas de vida mais prováveis de terem


chegado à Terra a partir do espaço são esporos de bactérias.

Boxe complementar:

As células que constituem os protozoários, fungos, animais e vegetais são


eucarióticas.

Fim do complemento.

As primeiras células

Após diferentes hipóteses sobre a formação da vida na Terra, outros


questionamentos começaram a ser formulados, entre eles o de como surgiram
as primeiras células.

Com o avanço das pesquisas científicas, surgiram fortes indícios de que as


primeiras células foram formadas após milhões de anos de rearranjos
moleculares. Com esses rearranjos, as moléculas se tornaram cada vez
maiores, mais complexas e estáveis, tais como os carboidratos, os lipídios, as
proteínas e os ácidos nucleicos que formariam o DNA e o RNA. A interação
entre algumas dessas moléculas resultou na membrana plasmática, estrutura
que permitiu a entrada, a retenção e a saída de substâncias do interior das
células.
As primeiras células formadas eram procarióticas, ou seja, não possuíam
núcleo nem estruturas membranosas em seu interior, similares às bactérias e
arqueobactérias atuais. Essas células possuem somente uma membrana
plasmática que separa o meio externo do interno, e seus componentes estão
quase todos dispersos em seu interior. As células procarióticas não possuem
organelas membranosas tais como mitocôndrias, responsáveis pela captação
de gás oxigênio e produção de energia, e nem cloroplastos, responsáveis pela
captação de luz solar e produção de carboidratos. Além disso, a estrutura e o
metabolismo das células procarióticas são mais simples do que os das células
eucarióticas, que possuem um núcleo delimitado por membrana, assim como
as organelas distribuí das em seu citoplasma.

Estudos indicam que a formação das células eucarióticas se iniciou com a


invaginação da membrana plasmática das células procarióticas, processo que
levou à formação de algumas organelas como o retículo endoplasmático e a
membrana nuclear. Essa última separou o material genético do citoplasma da
célula.

Boxe complementar:

Início da formação das células eucarióticas

FONTE: Ilustração produzida com base em: PURVES, W. K. et al. Vida: a


ciência da Biologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 478. CRÉDITO:
Somma Studio

Fim do complemento.

35

Teoria da endossimbiose

Em 1970, a bióloga Lynn Margulis (1938-2011) elaborou uma teoria para


explicar a origem da mitocôndria e do cloroplasto no interior da célula
eucariótica. Era a chamada teoria da endossimbiose. Segundo essa teoria, a
formação da mitocôndria ocorreu quando uma célula procariótica que
metabolizava oxigênio foi capturada por uma célula eucariótica. A célula
capturada conseguiu escapar do mecanismo de digestão celular e se
diferenciou, tornando-se uma mitocôndria.
De acordo com Margulis, um processo similar ocorreu na formação do
cloroplasto: uma célula eucariótica, que já possuía uma mitocôndria, englobou
uma célula procariótica fotossintetizante, provavelmente uma cianobactéria.
Essa cianobactéria se diferenciou e formou o cloroplasto, originando uma
célula ancestral eucariótica autotrófica.

3. Por que a célula ancestral com cloroplasto é chamada autotrófica?

Resposta: Porque é uma célula que utiliza a luz solar para produzir seu próprio
alimento.

Boxe complementar:

Formação das mitocôndrias e cloroplastos na célula eucariótica

FONTE: Ilustração produzida com base em: PURVES, W. K. et al. Vida: a


ciência da Biologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 478. CRÉDITO:
Somma Studio

Fim do complemento.

Essa teoria é sustentada por diversas evidências observadas nas células


eucarióticas atuais. Veja algumas delas:

· mitocôndrias e cloroplastos possuem seu próprio material genético e


ribossomos;

· grande semelhança entre o material genético e os ribossomos dessas


organelas com algumas bactérias;

· mitocôndrias e cloroplastos possuem duas ou mais membranas, sendo que a


mais interna é similar à dos procariontes*.

*Apesar de muitas semelhanças, mitocôndrias e cloroplastos não são mais


bactérias de vida livre. A primeira célula eucariótica surgiu há um bilhão de
anos e, desde então, essas estruturas tornaram-se completamente dependente
de suas células hospedeiras.

Boxe complementar:

Evidências atuais da endossimbiose

Outra evidência da endossimbiose pode ser observada no que ocorre com a


lesma-do-mar Elysia chlorotica. Ao se alimentar de algas verdes, os
cloroplastos ingeridos são incorporados pelas células da lesma e utilizados
para capturar a energia do Sol. Nesse caso específico, a relação é ainda mais
intensa do que no caso das células eucarióticas, pois o material genético da
lesma apresenta alguns genes das algas.

LEGENDA: Lesma-do-mar Elysia chlorotica.

CRÉDITO: Rumpho-Kennedy/Latinstock

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Lesma-do-mar (Elysia chlorotica): pode atingir até 4,5 cm de comprimento.

Fim do complemento.

36

Teoria heterotrófica e teoria autotrófica*

Quando Oparin e Haldane sugeriram a existência de coacervados nos


primórdios da vida na Terra, eles propuseram que esses organismos deveriam
apresentar metabolismo simples, absorvendo moléculas do meio externo e
liberando outras.

A partir dessas observações, os dois cientistas propuseram que os primeiros


organismos deveriam possuir um metabolismo heterotrófico, ou seja, não eram
capazes de produzir seu alimento, mas os obtinham no meio em que se
encontravam. Essa teoria ficou conhecida como teoria heterotrófica. Os
organismos heterotróficos contemplam quase a totalidade dos animais, fungos,
protozoários e uma grande parte das bactérias atuais.

Segundo a teoria de Oparin e Haldane, para que os primeiros seres vivos


fossem heterotróficos, o ambiente da Terra primitiva precisava ser abundante
em moléculas orgânicas que servissem de alimento. Elas, por sua vez, teriam
sido formadas a partir das moléculas inorgânicas.

Como o gás oxigênio não estava presente na atmosfera primitiva da Terra,


Oparin e Haldane afirmaram que o tipo de respiração que esses seres vivos
realizavam não poderia envolver esse gás. Dessa maneira, concluíram que
esses organismos eram fermentadores, ou seja, obtinham material orgânico no
meio primitivo para produzir energia.

Ainda segundo a teoria heterotrófica, conforme o tempo passou, a quantidade


de organismos heterotróficos aumentou e a quantidade de moléculas orgânicas
se reduziu. Ao mesmo tempo, iniciou-se a evolução dos organismos
autotróficos, ou seja, aqueles capazes de produzir substâncias orgânicas, que
lhes serviam de alimento, a partir de moléculas simples, como o CO 2.

No entanto, a teoria autotrófica discorda dessas concepções. Sendo a teoria


mais aceita entre os cientistas atualmente, ela afirma que os organismos
autotróficos surgiram antes dos organismos heterotróficos.

De acordo com essa teoria, apesar de os primeiros organismos autotróficos


produzirem seu próprio alimento, eles não eram fotossintetizantes como as
plantas, algas e algumas bactérias atuais. Esses organismos realizavam a
quimiossíntese, processo que consiste na utilização de moléculas inorgânicas
como fonte de energia. Entre essas moléculas estão o sulfeto de hidrogênio
(H2S), presentes em rochas. Esse é um dos tipos mais simples de
metabolismo, e os organismos que o rea lizam são chamados de
quimioautotróficos, litotróficos ou quimiolitotróficos. Apenas anos depois, é que
surgiram os primeiros organismos fotossintetizantes, os quais utilizavam a
energia proveniente da luz solar para produzir energia para suas células. O gás
oxigênio resultante do processo de fotossíntese contribuiu para alterar a
composição da atmosfera da Terra, assim como para o surgimento do
metabolismo aeróbico.

LEGENDA: Representação dos coacervados de Oparin.

FONTE: Ilustração produzida com base em: Universidade Federal do Ceará.


Disponível em: www. seara.ufc.br/especiais/biologia/origem/origem2.htm.
Acesso em: 29 abr. 2016. CRÉDITO: Somma Studio

Boxe complementar:

Vestígios do início da vida no mar profundo

Em 1977, a teoria autotrófica foi reforçada com a descoberta de fontes termais


no fundo dos oceanos. Essas fontes se encontram em regiões de vulcanismo
ativo, e constantemente liberam gases superaquecidos a temperaturas de
aproximadamente 400°C. Esses ga ses possuem alta concentração de sulfeto
de hidrogênio (H2S), no qual foram encontradas diversas bactérias
quimiolitotróficas.

Esses microrganismos formam camadas no solo oceânico e atraem diversos


seres vivos, entre eles, predadores e hospedeiros. Até hoje foram encontrados
mais de 500 espécies de seres vivos que habitam essas regiões, formando um
dos mais fascinantes ecossistemas da Terra e, possivelmente, um dos mais
antigos também.

LEGENDA: Fonte hidrotermal no Oceano Pacífico, próximo às Ilhas Galápagos.


A fumaça escura é rica em sulfeto de hidrogênio (H 2S).

CRÉDITO: WHOI/Visuals Unlimited, Inc./Glow Images.

Fim do complemento.

*Os processos metabólicos referentes aos organismos heterótrofos e


autótrofos, bem como suas variações metabólicas, são abordados com mais
detalhes no capítulo 8 deste volume.

37

Biologia e Cultura

A origem do mundo em diferentes culturas

Os seres humanos sempre buscaram explicações sobre a origem do Universo,


da Terra e dos seres vivos. Dessas explicações, surgiram muitos mitos em
diferentes culturas. Vamos conhecer alguns desses mitos.

O texto a seguir mostra um mito sobre a origem do mundo contado pela cultura
chinesa. Leia-o.

[...] Segundo a tradição chinesa, o Universo seria um ovo em pé. O céu, em


forma de tigela emborcada, é a superfície interna da casca. A Terra, tal qual
uma gema de ovo, flutua no meio do oceano primordial, que preenche a parte
de baixo da casca. No miolo do ovo, vivia Pan-Ku, um gigante que durante
dezoito mil anos cresceu vários metros por dia. Com isso, a casca do ovo
acabou quebrando, e o Céu afastou-se cada vez mais da Terra, até Pan-Ku
morrer. Então, a cabeça do gigante tornou-se uma montanha sagrada, seus
olhos transformaram-se no Sol e na Lua, e seus cabelos passaram a ser as
árvores. [...]

REGACHE, Claude-Catherine. A criação do mundo: mitos e lendas. São Paulo:


Ática, 1992. p. 14.

CRÉDITO: Daniel Zeppo

Agora, leia um trecho de uma lenda japonesa sobre a origem das ilhas, dos
terremotos e dos primeiros seres vivos e seres humanos na Terra.

No começo, o mundo era um pântano lamacento. A água e a terra estavam


misturadas e não havia nada além de um grande pântano. Nada podia viver ali.
Mas nos seis céus acima e nos seis mundos abaixo moravam deuses,
demônios e animais.

[...] No firmamento mais alto vivia Kamui, o deus criador, e seus servos. [...]

Kamui fez seu mundo como um vasto oceano redondo, descansando nas
costas de uma enorme truta. Esse peixe engole o oceano e cospe de volta para
formar as ondas; quando ele se move provoca terremotos.

Um dia Kamui olhou para baixo, para o mundo lamacento, e decidiu fazer algo
daquilo. Mandou uma lavandisca [ave encontrada no Japão] aquática para
fazer o trabalho. Quando o pobre pássaro chegou e viu a confusão que era
aquilo, ficou sem saber o que fazer. No entanto, ao sacudir as asas por cima
das águas, bater a lama com seus pés e amassá-la com a cauda, a lavandisca
foi criando manchas de terra seca. Assim, as ilhas foram criadas para flutuar
sobre o oceano. Até hoje, a fiel lavandisca continua seu trabalho, amassando
terra com sua cauda.

Quando os animais que viviam nos céus viram como o mundo era bonito,
imploraram a Kamui para que os deixasse viver lá, e ele permitiu. Mas Kamui
fez também outras criaturas, especialmente para este mundo. As primeiras
pessoas, os Ainu, tinham corpo de terra, cabelos de morrião e costelas feitas
com pedaços de salgueiro. É por isso que, quando envelhecemos, nossas
costas se curvam. [...]
PHILIP, Neil. O livro ilustrado dos mitos: contos e lendas do mundo. São Paulo:
Marco Zero, 1996. p. 24-5.

CRÉDITO: Daniel Zeppo

38

Existem vários mitos relacionados à origem do ser humano. Leia, a seguir, uma
lenda da cultura aborígene australiana.

No começo, a Terra era uma planície nua. Tudo era escuro. Não havia vida
nem morte. O Sol, a Lua e as estrelas dormiam embaixo da terra. Todos os
ancestrais eternos também dormiam, até que eles acordaram de sua própria
eternidade e saíram à superfície.

Quando os ancestrais eternos se levantaram, vagaram pela terra, às vezes sob


a forma de animais - como cangurus, emas, ou lagartos -, às vezes com forma
humana, às vezes meio animal e meio humano, às vezes meio humano e meio
planta.

Dois desses seres, autocriados a partir do nada, eram os Ungambikula.


Vagando pelo mundo, encontraram pessoas feitas pela metade. [...]

Com suas grandes facas de pedra, os Ungambikula esculpiram cabeças,


corpos, pernas e braços. Fizeram os rostos, as mãos e os pés. E finalmente os
seres humanos foram terminados. Cada homem ou mulher foi feito a partir de
uma planta ou animal [...]

PHILIP, Neil. O livro ilustrado dos mitos: contos e lendas do mundo. São Paulo:
Marco Zero, 1996. p. 28-9.

Os indígenas brasileiros também têm várias histórias sobre a origem dos seres
vivos. Leia um trecho de um mito sobre o primeiro ser humano, de origem do
povo Camaiurá.

No começo só havia Mavustsinim. Ninguém vivia com ele. Não tinha mulher.
Não tinha filho, nenhum parente ele tinha. Era só.

Um dia ele fez uma concha virar mulher e casou com ela. Quando o filho
nasceu, perguntou para a esposa:

- É homem ou mulher?
- É homem.

- Vou levar ele comigo.

E foi embora. A mãe do menino chorou e voltou para a aldeia dela, a lagoa,
onde virou concha outra vez.

- Nós - dizem os indígenas - somos netos do filho de Mavutsinim.

VILLAS-BÔAS, Orlando; VILLAS-BOAS, Cláudio. Xingu: os índios, seus mitos.


6. ed. Porto Alegre: Kuarup, 1985. p. 55.

CRÉDITO: Daniel Zeppo

39

Atividades

Responda as atividades no caderno.

1. Escreva no caderno um texto descrevendo a teoria do Big Bang.

2. Que características um astro deve apresentar para ser classificado como


planeta?

3. O que é um planeta-anão? Cite dois exemplos.

4. Descreva no caderno o processo de formação do planeta Terra.

5. Diferencie as teorias da abiogênese e da biogênese.

6. Por que o resultado do experimento de Francesco Redi contestou a teoria da


abiogênese?

7. Como o experimento de Louis Pasteur sobre a geração de microrganismos


fortaleceu a teoria da biogênese?

8. O que seriam os coacervados?

9. Que moléculas existiam na Terra primitiva segundo Miller e Urey?

10. Escreva no caderno as diferenças entre a teoria heterotrófica e a teoria


autotrófica.

11. Explique no caderno o que é endossimbiose.

12. Leia o trecho da reportagem a seguir e responda às questões.


Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas
Orientações para o professor. Fim da observação.

A origem da vida na Terra é uma questão ainda em aberto. A formação da


crosta terrestre, segundo estudos geológicos recentes, ocorreu há cerca de 4,4
bilhões de anos [...].

No entanto, sabemos que, há cerca de 3,5 bilhões de anos, já havia na Terra


primitiva atividade de organismos celulares (cianobactérias) como atestam
estruturas sedimentares de origem orgânica (os chamados estromatólitos)
encontradas por exemplo, na Austrália.

[...]

A transição entre etapas puramente químicas e o surgimento de uma estrutura


molecular complexa com capacidade de replicação - e, posteriormente, a seres
unicelulares - foi um processo complexo cujas etapas são ainda
desconhecidas.

Uma primeira resposta sugere que aminoácidos poderiam ter sido criados a
partir de moléculas presentes na atmosfera terrestre expostas à radiação
ultravioleta e a descargas elétricas, como sugeriu um experimento clássico na
década de 1950. Mais recentemente, tem-se especulado que as fontes
geotermais submarinas poderiam ter sido a origem desses processos químicos.

Outra possibilidade, no entanto, é a origem extraterrestre desses componentes.


[...] Essa teoria - inicialmente abandonada - foi retomada por dois astrofísicos, o
britânico Fred Hoyle (1915-2001) e o cingalês Nalin Wickramasinghe, na
década de 1970, que passaram a defender que compostos orgânicos
necessários para o aparecimento da vida foram trazidos para a Terra por
cometas que colidiram com nosso planeta.

Em 2004, a sonda espacial Stardust coletou material da cauda do cometa


P/Wild, e sua análise mostrou a presença de glicina (aminoácido presente em
proteínas), bem como compostos à base de dois elementos essenciais à vida
como a conhecemos, nitrogênio e carbono. O meteorito Murchison, que caiu na
Austrália em 28 de setembro de 1969, apresentou, em sua análise química, um
conteúdo orgânico ainda mais surpreendente: cerca de 70 tipos de moléculas,
[...] essenciais para a constituição de duas moléculas do material genético, o
RNA e o DNA. [...]

Podemos então, imaginar que as moléculas orgânicas [...] estivessem


presentes na composição química dos cometas e asteroides que colidiram com
a Terra. Com condições físicas adequadas, essas moléculas poderiam ter dado
origem a compostos mais complexos que estão na base da formação das duas
moléculas da vida, o RNA e o DNA. [...]

PACHECO, José Antônio de Freitas. Quando a vida surgiu no Universo?


Ciência Hoje, Rio de Janeiro: Instituto Ciência Hoje, n. 318, set. 2014. p. 35-7.

a ) O texto cita duas possibilidades sobre o início da vida na Terra. Descreva-


as com suas palavras.

b ) Quais cientistas realizaram o experimento citado no texto e qual era seu


objetivo?

c ) Segundo o que você estudou neste capítulo, qual seria o nome da teoria
citada pelo autor no quinto parágrafo do texto, e quais evidências a
corroboram?

40

13. Solange cortou uma goiaba ao meio e encontrou a situação destacada


abaixo.

CRÉDITO: Fabio Colombini

a ) No caderno, elabore uma explicação baseada na teoria da geração


espontânea para a situação ao lado.

b ) Proponha também uma explicação baseada na teoria da biogênese.

c ) Baseando-se no experimento do médico italiano Francesco Redi, faça um


esquema representando um experimento para comprovar que a situação
apresentada ao lado não é proveniente da geração espontânea.

14. Observe o esquema a seguir e responda às questões.

CRÉDITO: Somma Studio

a ) Copie as frases a seguir no caderno, substituindo as letras em destaque


pelas palavras correspondentes.
· Na situação acima, uma célula A foi englobada por uma célula maior, sem ser
digerida.

· A mitocôndria e o cloroplasto são organelas que apresentam B em seu


interior.

· Evidências sugerem que as C são descendentes de células procarióticas que


realizavam respiração e que foram englobados por células maiores.

b ) No caderno, descreva o que acontece no esquema acima. Qual teoria


explica esse esquema?

15. (Unifal) Do início da vida na Terra até o aparecimento dos seres vivos
atuais aconteceram vários eventos, como por exemplo:

I ) formação das primeiras células;

II ) formação de moléculas orgânicas complexas;

III ) aparecimento de organismos capazes de produzir alimentos pela


fotossíntese;

IV ) surgimento dos primeiros organismos aeróbicos.*

Marque a alternativa que indica a ordem mais aceita, atualmente, para o


acontecimento desses eventos.

a ) I - II - IV - III

b ) II - III - IV - I

c ) I - IV - III - II

d ) II - I - III - IV

16. (UFSC) Evidências indicam que a Terra tem aproximadamente 4,5 bilhões
de anos de idade. A partir de sua formação até o aparecimento de condições
propícias ao desenvolvimento de formas vivas, milhões de anos se passaram.
Sobre a origem da vida e suas hipóteses, assinale a(s) proposição(ões)
correta(s).**

01 ) O aparecimento da fotossíntese foi muito importante, pois através deste


fenômeno alguns seres vivos passaram a ter capacidade de formar moléculas
energéticas.
02 ) Segundo a hipótese heterotrófica, os primeiros seres vivos obtinham
energia através de processos químicos bem simples como a respiração
aeróbica.

04 ) As hipóteses heterotrófica e autotrófica foram baseadas em fatos


comprovados que

levaram à formulação da Lei da Evolução Química.

08 ) Os processos químicos nos seres vivos ocorrem dentro de compartimentos


isolados do

meio externo, em função da existência de uma membrana citoplasmática.

16 ) Em 1953, Stanley L. Miller, simulando as prováveis condições ambientais


da Terra no passado, comprovou a possibilidade da formação de moléculas
complexas como proteínas e glicídios.

32 ) Há um consenso entre os cientistas quanto à impossibilidade de serem


formadas moléculas orgânicas fora do ambiente terrestre.

64 ) A capacidade de duplicar moléculas orgânicas foi uma etapa crucial na


origem dos seres vivos.

*Se necessário, lembre aos alunos que os organismos aeróbicos são aqueles
que necessitam de gás oxigênio para obter energia.

**Oriente os alunos a resolverem as questões de vestibular cujas alternativas


são numeradas. Os valores das alternativas que respondem corretamente à
questão devem
ser somados e a resposta é o resultado da somatória.

41

17. (Enem) Se compararmos a idade do planeta Terra, avaliada em quatro e


meio bilhões de anos (4,5 x 109 anos), com a de uma pessoa de 45 anos,
então, quando começaram a florescer os primeiros vegetais, a Terra já teria 42
anos. Ela só conviveu com o homem moderno nas últimas quatro horas e, há
cerca de uma hora, viu-o começar a plantar e a colher. Há menos de um
minuto percebeu o ruído de máquinas e de indústrias e, como denuncia uma
ONG de defesa do meio ambiente, foi nesses últimos sessenta segundos que
se produziu todo o lixo do planeta!

O texto acima, ao estabelecer um paralelo entre a idade da Terra e a de uma


pessoa, pretende mostrar que:

a ) a agricultura surgiu logo em seguida aos vegetais, perturbando desde então


seu desenvolvimento.

b ) o ser humano só se tornou moderno ao dominar a agricultura e a indústria,


em suma, ao poluir.

c ) desde o surgimento da Terra, são devidas ao ser humano todas as


transformações e perturbações.

d ) o surgimento do ser humano e da poluição é cerca de dez vezes mais


recente que o do nosso planeta.

e ) a industrialização tem sido um processo vertiginoso, sem precedentes em


termos de dano ambiental.

O texto permite concluir que a agricultura começou a ser praticada há cerca de:

a ) 365 anos.

b ) 460 anos.

c ) 900 anos.

d ) 10.000 anos.

e ) 460.000 anos

Na teoria do Big Bang, o Universo surgiu há cerca de 15 bilhões de anos, a


partir da explosão e expansão de uma densíssima gota. De acordo com a
escala proposta no texto, essa teoria situaria o início do Universo há cerca de:

a ) 100 anos.

b ) 150 anos.

c ) 1.000 anos.

d ) 1.500 anos.

e ) 2.000 anos.
18. (Unicamp) Responda os itens abaixo:

a ) De acordo com a hipótese heterotrófica da origem da vida, qual seria a


composição química da atmosfera da Terra primitiva?

b ) Como os organismos fotossintetizantes modificaram a atmosfera primitiva


da Terra, permitindo o aparecimento de outras formas de vida?

19. (UEM) Sobre a origem da vida, segundo a Biologia, assinale a(s)


alternativa(s) correta(s).

01 ) A vida na Terra teve início com o surgimento de uma bicamada


fosfolipídica, que envolveu moléculas com capacidade de autoduplicação e
metabolismo.

02 ) A panspermia sustenta que compostos orgânicos simples podem ter sido


produzidos de maneira abiótica em vários pontos da Terra.

04 ) Um dos primeiros cientistas a formular ideias sobre a origem da vida foi


Alexander Oparin, estudioso que produziu aminoácidos.

08 ) Atualmente a Ciência admite duas hipóteses sobre a origem da vida: a


origem extraterrestre e a origem por evolução química.

16 ) A abiogênese foi contestada por Needlham e Joblot por meio dos famosos
caldos nutritivos preparados à base de carne.

Refletindo sobre o capítulo

A. Retome a resposta que você deu à questão 1 da página 25 sobre a


formação do Universo e reveja a necessidade de complementá-la em seu
caderno.

B. Por que a vida não se iniciou na Terra logo após sua formação?

C. Qual relação existe entre o esquema da origem das primeiras células e da


teoria endossimbionte das páginas 34 e 35?

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

42

Explorando o tema
Astrobiologia

A Astrobiologia é uma área da ciência que busca entender a origem, a


evolução, a distribuição e o futuro da vida na Terra e no Universo. Entre os
objetivos dos estudos nessa área estão:

· buscar planetas habitáveis, dentro ou fora do Sistema Solar, e as possíveis


formas de vida existentes nesses ambientes;

· identificar as condições necessárias para que a vida se inicie, desenvolva e


evolua;

· identificar as mudanças que ocorrem no ambiente e as relações que os seres


vivos estabelecem com ele ao longo do tempo;

· determinar padrões para a detecção de vida e os limites para sua existência.

Boxe complementar:

Exoplaneta: planeta que se localiza fora do Sistema Solar e que orbita uma
estrela.

Fim do complemento.

Até setembro de 2015 foram descobertos e confirmados 1890 exoplanetas.


Alguns desses astros apresentam condições de temperatura que permitem a
presença de água em estado líquido, uma exigência básica para a existência
de vida. Embora determinadas condições não impeçam a ocorrência de
algumas formas de vida, a água no estado líquido facilita o rearranjo entre
diferentes moléculas, e a consequente formação de moléculas mais
complexas. Por esta razão, a Astrobiologia considera um planeta habitável
aquele que apresente água sob a forma líquida.

Boxe complementar:

Formas de vida extraterrestre

Em Astrobiologia, os termos "forma de vida" ou "vida extraterrestre" referem-se


aos microrganismos. Por serem mais resistentes e alguns apresentarem
adaptações para sobreviver a ambientes distintos e adversos, como os que
normalmente são encontrados espaço, o modelo de vida desses seres vivos é
utilizado para os estudos dessa área.
Fim do complemento.

Água extraterrestre

Veja a seguir alguns corpos celestes presentes em nosso Sistema Solar que,
segundo estudos, possuem água no estado líquido assim como a Terra, e por
isso são candidatos a abrigar alguma forma de vida.

Atenção professor: Calisto (lua de Júpiter), Mimas (lua de Saturno), Triton (lua
de Netuno) e Plutão (planeta-anão) são outros astros que podem apresentar
condições para a existência de vida e, por isso, também são alvo de pesquisa
da Astrobiologia. Fim da observação.

Ceres (planeta-anão)

LEGENDA: Possui 25% de água congelada, dos quais uma fração pode estar
sob a forma líquida. No entanto, ainda não é possível afirmar se Ceres possui
ou não camadas de
água em estado líquido ou oceanos no subsolo.

CRÉDITO: NASA/JPL- Caltech/Ucla/mps/dlr/ida/SPL/Latinstock

Europa (lua de Júpiter)

LEGENDA: Acredita-se que possua um mar sob sua crosta gelada e, em


alguns locais, podem existir lagos com água líquida sobre a superfície.
Evidências mostram que o
fundo de seu oceano pode abrigar fontes hidrotermais, similares às existentes
na Terra.

CRÉDITO: NASA

Ganímedes (lua de Júpiter)

LEGENDA: A maior lua do Sistema Solar possui um oceano subterrâneo com


grande quantidade de sais dissolvidos em água. Além desse oceano, estudos
apontam para a existência de várias camadas de gelo e água entre sua crosta
e o núcleo.

CRÉDITO: JPL/NASA/SPL/Latinstock

Encélado (lua de Saturno)


LEGENDA: Acredita-se que, nesta lua de Saturno, exista um reservatório de
água líquida abaixo de uma camada espessa de gelo. Pesquisas recentes
sugerem que pode haver atividade hidrotermal neste oceano, o que
caracterizaria ambiente potencialmente sustentável para organismos.

CRÉDITO: NASA

Titã (lua de Saturno)

LEGENDA: Estudos indicam que este astro abrigou vida cujo crescimento foi
interrompido. No entanto, pesquisas afirmam que ele possui todos os materiais
e elementos para ser considerado um planeta como a Terra, como moléculas
orgânicas, água no estado líquido, temperaturas adequadas e chuvas.

CRÉDITO: NASA

MARTE (planeta)

LEGENDA: Marte apresenta água congelada em seus polos. Além disso, em


2015 foi confirmada a existência de água líquida em Marte. Uma sequência de
imagens mostrou a formação de rios temporários durante o verão marciano.
Agora, os cientistas buscam evidências sobre a presença de seres vivos
nessas áreas.

CRÉDITO: NASA

43

Antigas e novas suposições

A ideia sobre vida em outros planetas é antiga. Essa discussão se tornou cada
vez mais acirrada conforme novas teorias e evidências experimentais surgiam.
Confira abaixo.

a ) Suponha que o planeta Kepler-452b possa abrigar vida. Qual seria a


condição básica necessária para que isso ocorra? Se necessário, realize uma
pesquisa sobre o assunto.

b ) A teoria de Oparin e Haldane dá suporte à teoria sobre a existência de vida


fora da Terra. Explique essa afirmação.

c ) Forme um grupo com seus colegas e conversem sobre quais poderiam ser
os impactos científicos caso fosse confirmada a existência de vida
extraterrestre. Em seguida, escreva suas conclusões no caderno e apresentem
para o restante da turma.

d ) A Astrobiologia também procura na Terra informações que possam ser


utilizadas na busca de vida extraterrestre. Faça uma pesquisa e verifique quais
ambientes terrestres são de interesse da Astrobiologia e o porquê.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

Boxe complementar:

Astros (dimensões)

Ceres: 1.000 km de diâmetro.

Encélado: 500 km de diâmetro.

Europa: 3.130 km de diâmetro.

Ganímedes: 5.268 km de diâmetro.

Marte: 6.790 km de diâmetro.

Titã: 5 150 km de diâmetro.

Fim do complemento.

44

UNIDADE 2 - Citologia

LEGENDA: Macrófago fagocitando a bactéria Shigella sp. (laranja).


Aumento aproximado de 46.600 vezes.

CRÉDITO: SPL/Latinstock

45

A Citologia é a área da Biologia que estuda as células, unidades estruturais e


funcionais dos seres vivos.

O conhecimento da estrutura, da composição química e do metabolismo das


células auxilia na compreensão da complexidade dos organismos vivos.
No último século, esse conhecimento foi sendo aprofundado com o
aperfeiçoamento dos microscópios, pois, devido ao seu pequeno tamanho, a
maioria das células é observável somente por meio desses instrumentos.

Nesta unidade, vamos estudar as células, suas estruturas, sua constituição


química e como utilizam e produzem energia por meio de seu metabolismo.

46

LEGENDA: Gromia sphaerica, protozoário unicelular encontrado no fundo do


mar das Bahamas, no oceano Atlântico. As marcas deixadas por esse ser vivo
estão preservadas no solo oceânico por causa da ausência de corrente
marítima nessa região. Detalhe da célula de Gromia sphaerica (aumento
aproximado de 1,5 vez).

CRÉDITO: BlueOrange Studio/Shutters Mikhail Matz/Harbor Branch


Oceanographic Institute tock.com

Capítulo 3 - Introdução ao estudo das células

Alguns seres vivos são compostos de milhões ou bilhões de células, enquanto


outros possuem somente uma célula. A grande maioria das células possui um
tamanho muito pequeno, o que impede sua visualização a olho nu. Ao associar
essas informações, poderíamos afirmar que os organismos formados por uma
única célula são visíveis somente com a utilização de equipamentos que
ampliem sua imagem, como os microscópios. Apesar de essa afirmação ser
verdadeira, para a maior parte dos seres vivos unicelulares, ela não é uma
regra.

Um exemplo é o protozoário Gromia sphaerica , um ser vivo encontrado no


fundo de oceanos, formado de uma única célula. A maioria dos protozoários
possui tamanhos microscópicos, como algumas espécies de amebas que
podem atingir 0,0003 m de diâmetro ou 300 µm (lê-se 300 micrômetros). Já a
Gromia sphaerica tem aproximadamente 0,03 m de diâmetro, ou 3 centímetros,
e, portanto, é facilmente visível a olho nu.

A. Você conhece outro exemplo de ser vivo unicelular? E de um ser


pluricelular?
Resposta: Bactérias são exemplos de seres vivos unicelulares; vegetais e
animais são exemplos de seres vivos pluricelulares.

B. Embora completamente diferentes, todos os seres vivos são compostos por


células. Você saberia dizer quais estruturas celulares são compartilhadas por
todos os seres vivos?

Membrana plasmática, citoplasma, ribossomos e material genético.

C. Qual é a importância do estudo das células?

Resposta: A compreensão sobre a estrutura das células auxilia no


entendimento das características básicas dos seres vivos.

47

O microscópio e o estudo das células

A Citologia e diversas outras áreas do conhecimento tiveram seu início e sua


evolução diretamente relacionados à criação e ao desenvolvimento dos
microscópios.

Desde o século XIII, diversos profissionais trabalhavam na fabricação de lentes


para produzir óculos. Por volta de 1595, o fabricante de lentes holandês
Zacharias Janssen (1580-1638) percebeu que ao posicionar duas lentes a
determinada distância uma da outra era possível ampliar várias vezes a
imagem de um objeto pequeno.

Vários anos após essa descoberta, o físico inglês Robert Hooke (1635-1703)
utilizou esse princípio para construir um microscópio de partes móveis, com o
qual realizou diversas observações.

Em uma das suas análises, Hooke observou um pedaço de cortiça, material de


origem vegetal, e percebeu a presença de pequenos espaços regulares, os
quais denominou pequenas celas ou células. No mesmo ano, publicou o livro
Micrographia que continha diversas ilustrações sobre suas observações
microscópicas.

Outros pesquisadores e inventores construíram diferentes microscópios com os


quais realizaram observações importantes. É o caso de Anton van
Leeuwenhoek, que, em 1673, descreveu células animais utilizando um
microscópio que continha somente uma lente.

LEGENDA: Ilustração de células da cortiça feita por Robert Hooke no século


XVII.

CRÉDITO: Royal Institution of Great Britain/SPL/Latinstock

LEGENDA: Microscópio desenvolvido por Anton van Leeuwenhoek. Ele era


portátil e foi construído com uma única lente.

CRÉDITO: SPL/Latinstock

LEGENDA: Microscópio com partes móveis e sobreposições de lentes,


construído por Robert Hooke.

CRÉDITO: Photo Researchers/Latinstock

Teoria celular

Durante aproximadamente 200 anos após as primeiras observações feitas por


Robert Hooke, os microscópios foram sendo aperfeiçoados, permitindo um
grande avanço nos estudos das células.

Em 1838, o botânico alemão Matthias Schleiden (1804-1881) percebeu que


todos os tecidos vegetais por ele observados eram compostos da mesma
estrutura organizada de células. Um ano após Schleiden relatar esse fato, o
fisiologista Theodor Schwann (1810- 1882) afirmou que não somente os
vegetais mas também os animais possuíam arranjos celulares em todos os
seus tecidos. Schawnn propôs então a teoria celular, a qual afirmava que todos
os seres vivos são constituídos de células, as unidades básicas da vida.

Com os avanços dos estudos, a teoria celular foi revista e incorporou novos
conceitos. Considerada um dos pilares da Biologia, atualmente, ela afirma que:

· todos os seres vivos são formados por células, que podem variar em número,
forma e função. Alguns organismos podem ser formados por apenas uma
célula;

· o interior das células é o local onde ocorrem as reações químicas,


responsáveis pelo metabolismo do ser vivo;
· uma célula só pode se originar de outra célula. Nesse processo, a célula-filha
recebe as informações hereditárias da célula-mãe.

48

Primeiras características observadas nas células

O aperfeiçoamento dos microscópios possibilitou analisar algumas estruturas


que se repetiam a cada observação e que se tornaram fundamentais para a
identificação celular: o núcleo e o citoplasma. Essas estruturas celulares já
haviam sido observadas antes dos estudos de Matthias Schleiden e de
Theodor Schawnn e foram muito importantes para que a teoria celular fosse
elaborada.

O citoplasma foi descrito por diversos estudiosos como uma substância


transparente e gelatinosa, a qual parecia aprisionar grânulos em seu interior.
Posteriormente à elaboração da teoria celular, essa substância foi chamada de
protoplasma e depois de citoplasma, nome que se mantém atualmente.

O núcleo já havia sido descrito por diversos cientistas, mas foi assim nomeado
em 1833 pelo botânico escocês Robert Brown (1773-1858). Theodor Schawnn
percebeu que o núcleo estava presente somente em células animais e
vegetais, e tanto ele quanto Schleiden revelaram sua importância para a
manutenção da célula.

Estrutura básica de uma célula animal e de uma célula vegetal

CRÉDITO: Somma Studio

Os microscópios e a observação das células

Diferentemente dos microscópios usados pelos pesquisadores na época de


Robert Hooke, os atuais permitem observar estruturas muito menores do que
as células, podendo chegar a níveis atômicos. Existem dois tipos principais de
microscópios: o microscópico fotônico, também chamado de microscópio de luz
ou microscópio óptico (MO), e o microscópio eletrônico (ME), cujas
características serão estudadas adiante.

A função desse instrumento não é só ampliar a imagem, mas também


aumentar o poder de resolução do olho humano. Ampliar a imagem é o mesmo
que utilizar uma lupa para observar o aumento da proporção de um objeto em
um livro, por exemplo. Já o poder de resolução refere-se ao ato de observar
esse mesmo objeto ou ser com detalhes definidos, isto é, nítidos.

Por exemplo, um microscópio óptico tem um limite de resolução de 0,0002 mm


ou 0,2 µm (lê-se 0,2 micrômetros), ou seja, essa é a mínima distância em que
dois pontos aparecem individualizados no microscópio. Já o ser humano pode
enxergar somente objetos até 0,1 mm ou 100 µm (lê-se 100 micrômetros), ou
seja, dois pontos separados por uma distância inferior a essa parecem ser um
só quando vistos a olho nu.

O microscópio óptico possui uma resolução que permite observar com nitidez
amostras aumentadas entre 500 e 1.000 vezes. O microscópio eletrônico
possui uma resolução bem maior, em média de 0,000005 mm ou 5 nm (lê-se 5
nanômetros), permitindo que sejam observadas com nitidez amostras
aumentadas de 200 a 400 mil vezes.

FONTE: Ilustração produzida com base em: Michigan State University. Cell
structure and function. Disponível em: https://s10.lite.msu.edu/res/
msu/botonl/b_online/library/biology107/bi107vc/ fa99/terry/cells.html. Acesso
em: 28 abr. 2016. CRÉDITO: Editoria de Arte.

1. Dois objetos visualizados com baixo poder de resolução.

2. Os mesmos dois objetos visualizados com maior poder de resolução.

49

Tipos de microscópio

Os microscópios ópticos ou de luz utilizam a radiação da luz visível, e os


eletrônicos, a radiação de feixe de elétrons.

De maneira geral, os microscópios ópticos são utilizados para observar células


inteiras, enquanto os eletrônicos são usados para a observação de detalhes
das estruturas presentes no interior das células.

Existem diferentes tipos de microscópios ópticos e eletrônicos, e cada tipo


possibilita um determinado estudo sobre a estrutura celular.

Microscópio óptico ou de luz


Entre os diferentes tipos de microscópios ópticos estão o de campo claro, de
campo escuro, de contraste de fase e de fluorescência.

Microscopia de campo claro

Os microscópios de campo claro podem ser utilizados para observar células


vivas ou mortas que receberam substâncias que lhes conferem cor. As células
coradas são observadas em um fundo claro, que dá origem ao nome do
microscópio.

LEGENDA: Protozoários Euglena sp. (aumento aproximado de 100 vezes).

CRÉDITO: Marek Mis/SPL/Latinstock

Microscopia de contraste de fase

A microscopia de contraste de fase é utilizada para observar células vivas. A


luz passa diretamente através das células, sendo alterada conforme o índice de
refração das estruturas celulares. Por exemplo, o núcleo celular é mais denso
do que a membrana plasmática, assim, a passagem da luz é retardada no
núcleo em relação à sua passagem pela membrana plasmática, fazendo surgir
diferentes efeitos luminosos que possibilitam a identificação dessas estruturas
celulares.

LEGENDA: Protozoário Paramecium multinucleatum (aumento aproximado de


100 vezes).

CRÉDITO: Michael Abbey/Science Source/Latinstock

Microscopia de campo escuro

Os microscópios de campo escuro também são utilizados para observar células


vivas. Neles, a luz atinge as células e gera um efeito de refração em suas
estruturas, tornando totalmente escura a visualização ao redor das células.
Essa característica facilita a observação de estruturas não visíveis no
microscópio de campo claro.

LEGENDA: Parte de um musgo (aumento aproximado de 165 vezes).

CRÉDITO: John Durham/SPL/Latinstock

Microscopia de fluorescência
As células observadas nesse tipo de microscópio recebem um tratamento com
marcadores fluorescentes. Esses marcadores possuem moléculas que aderem
às estruturas celulares e refletem com maior intensidade determinadas cores.
O comprimento de onda em que a fluorescência é emitida é captado pelo
microscópio para a formação da imagem da preparação.

LEGENDA: Células endoteliais, que revestem os vasos sanguíneos


internamente (aumento aproximado de 350 vezes).

CRÉDITO: J. Zbaeren/Eurelios/SPL/Latinstock

50

Microscópio eletrônico

Os microscópios eletrônicos emitem feixes de elétrons que possuem um


comprimento de onda muito menor do que o da luz visível. Essa característica
possibilita que o limite de resolução desses microscópios seja maior do que o
dos microscópios ópticos, permitindo que as imagens possam ser ampliadas
milhares de vezes. O uso desses instrumentos proporcionou estudo refinado
das estruturas celulares que, ao ser complementado por técnicas bioquímicas,
tem aprofundado os conhecimentos sobre a biologia dos seres vivos.

Entre os tipos de microscópio eletrônico que existem, destacam-se o


microscópio eletrônico de transmissão (MET), em inglês scanning electron
microscope (SEM); e o microscópio eletrônico de varredura (MEV), em inglês
transmission electron microscope (TEM).

Microscópio eletrônico de transmissão (MET)

Nesse tipo de microscópio, um feixe de elétrons é direcionado para a amostra


e, ao atravessá-la, sofre diferentes desvios, conforme a densidade da amostra.
O feixe de elétrons continua até atingir uma tela fluorescente, na qual são
projetados os elétrons para a observação pelo olho humano. Com isso,
determinadas regiões da tela ficam mais escuras indicando que nesses locais
houve maior desvio de elétrons. As regiões mais claras, por sua vez, indicam
que os elétrons atravessaram regiões menos densas da amostra e, por isso,
desviaram menos e marcaram mais a tela. O MET possibilita aumentos
variados de 1.000 a 200.000 vezes.
LEGENDA: Eosinófilo, uma das células de defesa presente no sangue
(aumento aproximado de 5.000 vezes).

CRÉDITO: Steve Gschmeissner/SPL/Latinstock

Microscópio eletrônico de varredura (MEV)

O microscópio eletrônico de varredura também faz uso de um feixe de elétrons


que é continuamente desviado da amostra, atingindo-a ponto a ponto. Ao ser
atingida, a amostra libera outros elétrons que se dirigem para um coletor e este
analisa suas intensidades transformando-os em pontos de maior ou menor
luminosidade em um vídeo. Dessa maneira, a imagem pode ser vista
tridimensionalmente, sendo possível, inclusive, observar sombras de relevos. O
MEV possui uma resolução menor do que o MET, mas é possível observar
células e tecidos intactos.

LEGENDA: Linfócito canceroso, célula de defesa presente no sangue que se


tornou cancerosa (aumento aproximado de 10.000 vezes).

CRÉDITO: Steve Gschmeissner/SPL/Latinstock

Biologia e Tecnologia

Microscópio atômico

Microscópio mais potente do mundo é desenvolvido no Japão

[...]

A empresa japonesa [...] desenvolveu o microscópio com maior resolução do


mundo, capaz de realizar observações em nível atômico, informou a empresa.
Após quase cinco anos de pesquisa, o microscópio eletrônico de transmissão
(MET) foi terminado esta semana. Ele é capaz de oferecer uma resolução de
43 picômetros (unidade que equivale à bilionésima parte de um metro), ou seja,
menos da metade do raio da maioria dos átomos.

[...]

MICROSCÓPIO mais potente do mundo é desenvolvido no Japão. Veja.com,


São Paulo, 20 fev. 2015. Disponível em:
http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/microscopio-mais-potente-do-mundo-e-
desenvolvido-no-japao/. Acesso em: 23 fev. 2016.
Visão microscópica Acesse o site da Universidade de São Paulo (USP) e veja
imagens obtidas por diferentes tipos de microscópios:

· http://tub.im/ xgwcwq. Acesso em: 8 fev. 2016.

51

Preparo das células para análise microscópica

A grande maioria das células é transparente quando observada em diversos


microscópios. Para que possam ser visualizadas, elas precisam de algum tipo
de preparo, que pode ser realizado por meio de diferentes técnicas. O tipo de
técnica utilizada no preparo da célula está diretamente relacionado ao tipo de
microscópio ou à estrutura que se deseja observar, de modo que uma estrutura
celular não visível em determinado microscópio passa a ser observável com
uma simples alteração na técnica de preparo. Para a observação nos
microscópios ópticos, algumas técnicas básicas são amplamente utilizadas,
tais como a fixação, a inclusão e a coloração.

Boxe complementar:

Técnicas de preparo celular para visualização em microscópio óptico

Fixação

Quando uma amostra de tecido é separada para observação, suas células


sofrem um processo chamado autólise, no qual moléculas específicas do
citoplasma (enzimas) realizam sua digestão. A fixação é a técnica que evita
essa digestão, permitindo que a célula esteja o mais intacta possível para a
observação ao microscópio.

Inclusão

Para ser observado ao microscópio, é necessário que o material seja


translúcido, uma vez que a imagem forma-se quando o feixe de luz o
atravessa. Uma possiblidade é seccionar o material em partes bem finas, que
permitam a passagem da luz através da amostra, facilitando, assim, sua
observação.

Após ser fixado, o tecido sofre uma desidratação por etanol, no qual a água é
retirada e substituída por parafina ou resina plástica. A amostra de tecido é
então colocada em uma estufa para que a parafina se solidifique. Esse
processo permite que o tecido mais rígido possa ser levado ao micrótomo, um
equipamento que irá seccionar a amostra com cortes de 1 a 10 µm (lembre-se
que 1 µm = 0,001 mm). Após seccionado, o corte é colocado sobre uma lâmina
que é aquecida para liberar a parafina e permitir que as células se fixem nela.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

Coloração

Por fim, o tecido sobre a lâmina será corado. Existem diferentes tipos de
corantes, e os mais utilizados na microscopia óptica são a hematoxilina e a
eosina.

Quando utilizados em conjunto, esses corantes formam a coloração HE. A


hematoxilina é um corante de cor azul que possui propriedades básicas.
Quando aplicado, somente as estruturas ácidas das células são coradas, tais
como o DNA e o RNA, moléculas presentes no núcleo, fazendo com que esta
estrutura apareça em azul. Já a eosina é um corante ácido avermelhado, que
irá corar os componentes celulares com propriedades básicas em tons róseos,
como no caso do citoplasma.

LEGENDA: Epitélio estratificado de língua humana corado com HE (aumento


aproximado de 100 vezes).

CRÉDITO:Dr. Gladden Willis, Visuals Unlimited/SPL/Latinstock

Fim do complemento.

Para o preparo das células na microscopia óptica são usados diferentes


corantes, como o azul de metileno, a orceína, a giemsa, o azul-de-toluidina, o
orange-de-acridina, o azul-de-alcian, além de corantes naturais* como o
carmim e o urucum, cada um deles com finalidades específicas.

*A hematoxilina também é um corante natural extraído da planta


Haematoxylum campechianum.

52

Encontro com... Matemática

Escalas microscópicas
As estruturas biológicas, assim como tudo ao nosso redor, podem ser reunidas
em dois grandes grupos: o de dimensão macroscópica ou visível a olho nu e o
de dimensão microscópica, cuja observação pelo ser humano só é possível
com o uso de equipamentos específicos, como os microscópios ópticos ou
eletrônicos.

As escalas microscópicas envolvem tamanhos bastante diminutos e que,


normalmente, são expressos por subdivisões da unidade metro (m). Observe-
as no quadro abaixo.

Quadro: equivalente textual a seguir.

Unidade de medida Equivalência em metro (m)

milímetro (mm) 10-3 m

nanômetro (nm) 10-6 m

nanômetro (nm) 10-9 m

ângstrom (Å) 10-10 m

Para facilitar a representação e a leitura de números muito grandes ou


pequenos demais, é possível escrevê-los sob a forma de notação científica,
que tem reduzido número de dígitos e se baseia no uso de potências de base
10. Veja.

A transformação de um determinado valor numérico em notação científica


envolve o deslocamento da vírgula para a esquerda ou para a direita, o
equivalente a multiplicar ou dividir o número por dez, respectivamente. Assim, o
expoente corresponde ao número de casas decimais que a vírgula avançou. Se
o avanço da vírgula for para a direita, o expoente é negativo; se for para a
esquerda, é positivo.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio/Rogério Casagrande

53

Agora, observe alguns exemplos de uso de notações científicas.


LEGENDA: 149.600.000 m ⇒ 1,496 · 100.000.000 = 1,496 · 108 m

CRÉDITO: cla78/Shutterstock.com

LEGENDA: 0,0000075 m ⇒ 7,5/1.000.000 = 7,5 · 10-6 m

CRÉDITO: Susumu Nishinaga/APL/Latinstock

LEGENDA: 0,000002 m ⇒ 2/1.000.000 = 2 · 10-6 m

CRÉDITO: Steve Gschmeissner/SPL/Latinstock

LEGENDA: 0,000000002 m ⇒ 2/1.000.000.000 = 2 · 10-9 m

CRÉDITO: Tim Vernon/SPL/Latinstock

LEGENDA: 0,00000000044 m ⇒ 4,4 · 10-10 m

CRÉDITO: Somma Studio

Algumas potências de base dez podem ser substituídas por letras. Veja.

10-3 ⇒ (m (mili)

10- 6 ⇒ µ (micro)

10-9 ⇒ n (nano)

10-10 ⇒ Å (angstrom)

E representadas da seguinte forma:

· diâmetro de um eritrócito:

7,5 · 10-6 m ⇒ 7,5 µm

· comprimento da E. coli:

2 · 10-6 m ⇒ 2 µm

· espessura da molécula de DNA:

2 · 10-9 m ⇒ 2 nm

· tamanho da molécula de etanol:

4,4 · 10-10 m ⇒ 4,4 Å

1. O picômetro também é uma subdivisão da unidade metro. Faça uma


pesquisa e escreva sua notação científica.
Resposta esperada: um picômetro é 0,000000000001 metros = 1 · 10 -12 m ⇒ 1
pm

54

Tipos celulares

Como vimos anteriormente, o avanço da microscopia possibilitou estudos mais


detalhados da estrutura celular, e os cientistas perceberam que as células
apresentavam dois padrões básicos de organização.

No primeiro padrão, eles observaram células que continham núcleo celular


organizado, o qual guardava o material genético. Essas células foram
denominadas eucarióticas (do grego, eu significa verdadeiro; karyon, núcleo), e
os organismos que apresentam esse tipo de célula passaram a ser chamados
de eucariotos , entre eles os protozoários, as algas, os fungos, os animais e as
plantas. Além da presença de um núcleo, identificaram que as células
eucarióticas possuem organelas delimitadas por membranas, cada qual com
uma função definida.

Outro tipo celular observado foram as células procarióticas (do grego, pro
significa antes; karyon, núcleo). Eles descobriram que essas células são mais
simples em seu arranjo do que as células eucarióticas, pois não possuem
núcleo nem estruturas membranosas em seu interior. As arqueobactérias e as
bactérias são organismos procariotos. Em geral, eles são bem menores do que
as células eucarióticas e são formados por uma única célula, embora, em
determinadas situações, possam se unir para formar estruturas multicelulares,
como é o caso das colônias de bactérias, por exemplo.

Apesar das diferenças, sabe-se que as células procarióticas e as eucarióticas


possuem algumas características comuns, como a presença de membrana
plasmática e o metabolismo.

LEGENDA: Representação de uma célula animal mostrando suas principais


estruturas e organelas.

LEGENDA: Representação de uma célula vegetal mostrando suas principais


estruturas e organelas.
LEGENDA: Representação de uma célula procariótica mostrando suas
principais estruturas.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES produzidas com base em: CAMPBELL, N. A. et


al. Biology. 8. ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 98-
101. CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: A7 Estudio

Boxe complementar:

E os vírus?*

Os vírus não possuem membrana plasmática, não possuem metabolismo para


produzir energia, e dependem de células hospedeiras para se multiplicar.
Essas são algumas das características que fazem com que os vírus não sejam
considerados seres vivos por grande parte dos cientistas.

Fim do complemento.

*Os vírus serão estudados com mais detalhes no volume de 2º ano desta
coleção.

55

Oficina de Biologia

A microscopia óptica possibilita a observação de algumas estruturas não


visíveis a olho nu e, para isso, muitas vezes faz uso de corantes específicos.
Mas de que maneira os corantes podem auxiliar na observação de estruturas
celulares? Para responder a esta questão, realize a atividade a seguir.

Materiais

· bulbos de cebola divididos em quatro partes*

· 2 lâminas para microscopia

· 2 lamínulas

· conta-gotas

· água

· pinça de metal

· corante azul de metileno


· fita adesiva

· caneta esferográfica

· papel toalha

Mãos à obra

A. Enumere as lâminas como I e II utilizando a fita adesiva e a caneta


esferográfica.

B. Pegue uma das partes do bulbo de cebola e, com a pinça, retire


cuidadosamente a película que recobre a folha do bulbo de cebola.

C. Divida a película em duas partes. Coloque uma das partes da película sobre
a lâmina I e a outra sobre a lâmina II .

D. Com o conta-gotas, pingue uma gota de água sobre a película da lâmina I .


Em seguida, cubra com a lamínula.

E. Acrescente uma gota de corante azul de metileno sobre a película da lâmina


II e cubra com a lamínula.

F. Retire o excesso de água e corante da lâmina usando um pedaço de papel


toalha.

G. Utilizando a objetiva de 10x, observe as lâminas I e II ao microscópio óptico.


Verifique quais estruturas são mais fáceis de serem identificadas em cada
lâmina.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Desenhorama Estúdio

Para pensar

1. Que estruturas celulares você observou em cada lâmina?

2. Quais diferenças você notou ao observar as duas lâminas?

3. Como o corante pode auxiliar na observação de células no microscópio?

4. No caderno, faça um desenho representando as imagens observadas no


microscópio para as lâminas I e II e identifique as estruturas celulares
observadas.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.
*Antes da realização da atividade, calcule quantos bulbos de cebola serão
necessários e deixe-os cortados em quatro partes.

56

Atividades

Responda as atividades no caderno.

1. Quais são as principais diferenças entre as células eucarióticas e as


procarióticas?

2. Quais são as principais diferenças entre uma célula vegetal e uma animal?

3. Quais as principais características que uma célula animal, uma célula


vegetal e uma célula bacteriana apresentam em comum?

4. Leia o trecho da reportagem a seguir e responda às questões.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

[...]

As dúvidas existentes no final do século 19 sobre a natureza dos neurônios e a


estrutura do cérebro podem ser vistas como reflexo do lento amadurecimento
da chamada teoria celular - segundo a qual os seres vivos são formados de
unidades muito pequenas, as células. O estabelecimento dessa teoria, em
debate desde o início daquele século, exigiu estudos de vários cientistas e
avanços na técnica de microscopia. No entanto, a simples observação nos
microscópios da época, ainda rudimentares, nem sempre era suficiente para
que a existência das células fosse aceita por todos.

Para isso, foi necessário um conjunto de transformações históricas e


conceituais, caracterizando o que é chamado de mudança de paradigma.
Essas transformações ocorreram ao longo de 200 anos, desde que o inglês
Robert Hooke (1635-1703), usando um microscópio que ele construiu,
observou e registrou, em 1663, curiosas estruturas em uma fatia de cortiça e
deu a elas o nome de "células" (na verdade, eram paredes mortas). A teoria
celular moderna, no entanto, só começaria a ser esboçada em 1839 pelos
alemães Mathias Schleiden (1804-1881) e Theodor Schwann (1810-1882), e o
papel das células como unidades básicas da vida só caminharia para a
aceitação unânime décadas depois, com os trabalhos de Robert Remak (1815-
1865) e Rudolf Virchow (1821-1902), também alemães.

[...]

SILVA, Luiz Carlos Santana da; MESSIAS JÚNIOR, Nazário de Souza. Golgi,
Cajal e o Nobel de 1906: controvérsia célebre marcou o encontro entre a teoria
celular e a neurociência. Ciência Hoje, Rio de Janeiro, jan./fev. 2013 v. 50, n.
300, p. 70-72.

a) De que maneira a microscopia auxiliou na elaboração da teoria celular?

b) De acordo com essa reportagem, o conhecimento científico é algo pronto e


acabado ou pode sofrer alterações ao longo do tempo? Justifique.

c ) A teoria celular foi aceita prontamente por toda a comunidade científica? Por
que você acha que isso ocorreu?

d) Qual o nome da teoria proposta por Theodor Schwann? O que ele afirmava?

5. Leia o trecho da reportagem a seguir e responda às questões.

Microscópio odontológico auxilia na precisão de tratamentos

Segurança, rapidez e perfeição da imagem são alguns dos atributos da


microscopia utilizada a favor da odontologia. Amplamente usado na medicina
tradicional, o microscópio também está presente para auxiliar os dentistas a
alcançar melhores resultados em benefício dos pacientes.

[...]

O microscópio odontológico é um equipamento que permite o aumento na


iluminação e na ampliação do campo operatório, fazendo com que o
profissional trabalhe com mais precisão.

[...]

MICROSCÓPIO odontológico auxilia na precisão de tratamentos. Paraíba


Total. Disponível em: www.paraibatotal.com.br/ noticias/2015/11/30/42018-
microscopio-odontologico-auxilia-na-precisao-de-tratamentos. Acesso em: 23
fev. 2016.

57
a ) É possível identificar a importância do microscópio por meio dessa
reportagem? Justifique.

b ) Essa reportagem comenta uma evolução do microscópio. Faça uma


pesquisa e monte no caderno uma linha do tempo com fatos que resumam a
história do microscópio, desde sua invenção até os dias atuais.

6. Observe as micrografias a seguir, obtidas por meio de um microscópio


eletrônico de transmissão.

CRÉDITO: Dr. Martha Powell/Visuals Unlimited, Inc./Latinstock

CRÉDITO: Dr Gopal Murti/SPL/Latinstock

CRÉDITO: CNRI/SPL/Latinstock

No caderno, classifique as células apresentadas nas fotografias acima em


procarióticas ou eucarióticas. Em seguida, classifique as células eucarióticas
em animal ou vegetal. Para cada classificação, cite as características que você
observou nas imagens para fazer esta diferenciação.

Resposta: A. Células de folha da ançarinha-branca (Chenopodium album).


Aumento aproximado de 6.000 vezes. B. Macrófago presente no fígado.
Aumento aproximado de 5.700 vezes. C.

7. (UFMT) A teoria celular é um dos conhecimentos fundamentais e uma das


mais importantes generalizações da história da Biologia. A ideia de que as
células podem surgir espontaneamente perdeu credibilidade com as
observações da divisão celular. Em relação à teoria celular, pode-se afirmar:

a ) Todos os seres vivos são formados por células, exceto os vírus.

b ) Toda célula origina-se por geração espontânea.

c ) As reações metabólicas não ocorrem em nível celular.

d ) A célula é a maior unidade estrutural básica do ser vivo.

8. (Fatec) A invenção do microscópio possibilitou várias descobertas e, graças


ao surgimento dos microscópios eletrônicos, houve uma revolução no estudo
das células. Esses equipamentos permitiram separar os seres vivos em
procarióticos e eucarióticos, porque se descobriu que os primeiros, entre outras
características,
a ) possuem parede celular e cloroplastos.

b ) possuem material genético disperso pelo citoplasma.

c ) possuem núcleo organizado envolto por membrana nuclear.

d ) não possuem núcleo e não têm material genético.

e ) não possuem clorofila e não se reproduzem.

Refletindo sobre o capítulo

A. Retome as respostas que você deu às questões da página 46 sobre


estrutura celular e complemente-as, se necessário.

B. Observe a ilustração realizada por Robert Hooke, na página 47. A célula que
ele observou era procariótica ou eucariótica? Quais são as principais
características dessas células?

C. Qual a finalidade de existirem diferentes tipos de microscópios?

D. Por que a maioria das células precisa ser preparada antes de ser observada
em um microscópio?

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

58

LEGENDA: Paisagem do município de Poconé, no Pantanal Mato-Grossense,


em 2015.

CRÉDITO: Edson Grandisoli/Pulsar

Capítulo 4 - Química das células

Leia o trecho do texto a seguir.

Os organismos vivos existentes em nosso planeta formam uma vasta e diversa


ordem, variando de vírus, bactérias e protozoários até plantas florescentes,
invertebrados e os animais "superiores". Apesar dessa imensa diversidade,
todas as formas de vida que conhecemos consistem nos mesmos elementos
químicos e compartilham tipos semelhantes de moléculas orgânicas. [...] Todos
os organismos vivos compartilham uma bioquímica comum - uma das
evidências mais poderosas na sustentação de sua afinidade evolucionária -, a
linha geral que corre através de todas as áreas de estudo biológico. [...]

[...] À primeira vista, as propriedades dos sistemas vivos parecem


decididamente maravilhosas e complexas demais para ser explicadas por uma
mera mistura de elementos e compostos. Contudo, os sistemas vivos não são
simples "caldos" químicos; em vez disso, eles são estruturas altamente
organizadas e complexas chamadas de macromoléculas. Macromoléculas de
[muitos tipos] participam na regulação e na direção das atividades químicas
dentro das células vivas. [...]

RANDALL, David; BURGGREN, Warren; FRENCH, Kathleen. Eckert, Fisiologia


animal: mecanismos e adaptações. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
p. 34-5.

A. O que os autores do texto quiseram dizer ao afirmar que os organismos


vivos compartilham uma bioquímica comum?

Resposta: Os autores quiseram dizer que apesar das diferenças entre os seres
vivos, seja na morfologia ou na constituição genética, eles são constituídos das
mesmas moléculas e elementos químicos.

B. Qual é a importância das macromoléculas?

Resposta: As macromoléculas estão relacionadas às reações químicas no


interior das células.

C. Você conhece exemplos de macromoléculas? Quais?

Possíveis respostas: Carboidratos, lipídios, proteínas e ácidos nucleicos.

59

Substâncias inorgânicas e orgânicas

No capítulo anterior, estudamos o microscópio e como ele foi importante para o


desenvolvimento do estudo das células. Também vimos que as células são
constituídas basicamente por membrana celular, citoplasma e material
genético. Essas estruturas, por sua vez, são formadas por substâncias
químicas.
As substâncias que constituem as células podem ser classificadas em
inorgânicas e orgânicas. As substâncias orgânicas são aquelas que possuem
carbono, elemento que pode estar ligado a átomos de hidrogênio, de oxigênio,
de nitrogênio, de fósforo e de enxofre em sua constituição química. As
inorgânicas são aquelas que usualmente não apresentam átomos do elemento
químico carbono; exceto o dióxido de carbono. Vejamos alguns exemplos.

Atenção professor: A divisão dos compostos químicos em orgânicos e


inorgânicos data de mais de 200 anos. Acreditava-se que os compostos
orgânicos eram os produzidos por seres vivos e os inorgânicos se referiam aos
compostos minerais. Atualmente, a nomenclatura se mantém, mas os
compostos orgânicos são os que apresentam carbono em sua composição,
oriundos ou não de seres vivos. Fim da observação.

Água

Como vimos no capítulo 2, um dos elementos que os astrônomos procuram


para verificar se um planeta poderia abrigar vida é a existência de água, pois
ela é a substância química mais importante na constituição celular.

Ela é classificada como uma substância inorgânica e é o componente mais


abundante das células e fluidos do corpo humano. O corpo de um recém-
nascido, por exemplo, é constituído por cerca de 75% de água. No entanto, a
quantidade de água vai se reduzindo ao longo dos anos e, em um adulto, esse
valor é cerca de 57 a 60% do total de sua massa.

A água possui algumas propriedades. Veja a seguir a representação de uma


molécula.

Formada pela união de dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio, essa


substância inorgânica é representada pela fórmula química H 2O.

As moléculas de água permanecem unidas entre si por uma propriedade


chamada de coesão. Cada molécula é mantida próxima à outra (coesas) por
meio da força das pontes de hidrogênio (ou ligações de hidrogênio).

1. Calcule a quantidade aproximada de água em seu corpo, baseando-se na


sua massa em kg. Anote no caderno.
Resposta pessoal. Oriente os alunos a realizarem uma regra de três simples
para fazer esse cálculo.

Boxe complementar:

A coesão das moléculas é fundamental para o transporte de água e de


nutrientes contra a gravidade no interior dos vasos condutores das plantas.

Fim do complemento.

LEGENDA: Representação da interação entre moléculas de água por meio de


pontes de hidrogênio.

FONTE: Ilustração produzida com base em: RANDALL, D.; BURGGREN, W.;
FRENCH, K. Eckert, Fisiologia animal: mecanismos e adaptações. 4. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. p. 39. CRÉDITO: Somma Studio

Outra propriedade que pode ser vista nas plantas é chamada capilaridade.
Você já notou que algum tempo após colocar água no prato de um vaso com
uma planta a água desaparece? Isso acontece porque as raízes do vegetal
absorvem água para levá-la a outras partes da planta.

Mas como a água sobe até as folhas? Esse movimento da água, a


capilaridade, ocorre por causa das forças de interação que há entre as
moléculas de água com as paredes do tubo (caule da planta). Assim, as
moléculas de água não se dispersam mesmo contra a gravidade.

Uma atividade simples para demonstrar a capilaridade em plantas é colocar


uma flor de cravo-branco em água misturada com corante. Após um tempo, as
flores adquirem coloração mista, mostrando que a água foi absorvida e levada
à outra parte da planta, nesse caso, do caule até a flor.

CRÉDITO DAS FOTOS: Adam Hart-Davis/SPL/Latinstock

60

Outra propriedade da água é a tensão superficial. Nesse caso, as moléculas de


água sofrem forças de atração entre si e em todas as direções. As moléculas
que estão na superfície sofrem atração somente das moléculas localizadas na
horizontal e das que estão abaixo delas, pois em cima só existe ar. Como a
quantidade de moléculas se atraindo é menor na superfície, há uma
compensação e uma força maior nessa região, uma tensão. É como se
houvesse uma película formada de moléculas na superfície da água,
exercendo a tensão superficial.

A água é chamada solvente universal, pois é capaz de dissolver diversas


substâncias chamadas solutos. Por essa razão, ela atua no transporte de
nutrientes, de gás oxigênio e de resíduos pelo corpo humano, possibilitando a
ocorrência de diversas reações químicas.

LEGENDA: Inseto conhecido como alfaiate andando sobre a água. A tensão


superficial forma uma película elástica e permite que seres vivos mais densos
do que a água, como o inseto ao lado, caminhem sobre sua superfície.

CRÉDITO: Dave Bevan/Alamy Stock Photo/Latinstock

Nem toda substância pode ser dissolvida pela água. A fotografia A mostra um
copo com água em que foi adicionada uma colher de sal. Note que não é
possível identificar o sal visualmente. Já na fotografia B é possível perceber
que o óleo não se dissolveu na água.

LEGENDA: Água e sal.

CRÉDITO: Andrey_Kuzmin/Shutterstock.com

LEGENDA: Água e óleo.

CRÉDITO: imagedb.com/Shutterstock.com

2. Qual das substâncias é hidrofílica, o sal ou o óleo? E qual é hidrofóbica?

Resposta: O sal é hidrofílico, pois se dissolve na água, e o óleo é uma


substância hidrofóbica, já que não se dissolve.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Alfaiate (Gerris lacustris): pode atingir cerca de 1 cm de comprimento.

Fim do complemento.

As substâncias que se dissolvem na água são chamadas hidrofílicas e as que


não se dissolvem, hidrofóbicas .
Além de possibilitar a ocorrência de diversas reações químicas, a água
participa como reagente dessas reações. Ela possibilita reações de síntese de
nutrientes, de enzimas e de hormônios do corpo humano. Por exemplo, ela
atua na quebra de moléculas de nutrientes reduzindo seu tamanho para que
possam ser absorvidas pelo corpo humano.

Outra característica da água é que ela libera e absorve calor lentamente se


comparada a outras substâncias. Ela possui um alto calor específico e, para
que sua temperatura seja alterada, é necessário que receba ou perca grande
quantidade de calor. Essa é uma das razões que explicam a manutenção da
temperatura do nosso corpo e de alguns animais, mesmo quando as
temperaturas do ambiente variam.

Quando uma pessoa está em um ambiente muito quente, passa a perder água
por meio da transpiração. Esse mecanismo auxilia no resfriamento do corpo e
na manutenção da temperatura corpórea. Isso se deve ao fato de a água exigir
uma grande quantidade de calor para mudar do estado físico líquido para o
gasoso.

A água é um ótimo lubrificante que está presente na saliva, no muco e em


outros fluidos corporais, e, além disso, reduz o atrito durante os movimentos
das articulações, ligamentos e tendões.

Ela é eliminada por meio da respiração, da trans piração, na urina e nas fezes
e, por isso, é necessário repô-la bebe ndo cerca de dois litros de água por dia.

LEGENDA: É importante manter o corpo hidratado durante a prática esportiva.

CRÉDITO: Halfpoint/Shutterstock.com

61

Adaptações dos seres vivos a ambientes com escassez de água

Os animais e as plantas que vivem em ambientes cujas condições são de


escassez de água apresentam adaptações que lhes permitem sobreviver
nesses locais. Os cactos, por exemplo, são plantas adaptadas a ambientes
quentes e secos.

O mandacaru é um cacto encontrado na Caatinga, região em que ocorrem


chuvas por três meses, entre o verão e o outono, e seca no restante do ano.
Assim, como os demais cactos, o mandacaru armazena água no caule e possui
folhas modificadas em espinhos, o que diminui a superfície de perda de água.

LEGENDA: Mandacaru.

CRÉDITO: Mauricio Simonetti/Pulsar

Muitos mamíferos são capazes de manter a temperatura do corpo constante,


mesmo que ocorra variação na temperatura do ambiente. Uma das estratégias
de resfriamento utilizada por eles é a transpiração. Quando as gotas de água
produzidas durante a transpiração entram em contato com o ar, elas evaporam,
pois retiram calor da superfície do corpo resfriando-o.

A evaporação da água do organismo é considerada o meio mais eficiente para


eliminar o excesso de calor do corpo, pois para evaporar 1 g de água são
necessários 2.448 J (585 cal) de energia.

Além da transpiração, alguns vertebrados podem controlar a temperatura


corporal por meio do ofego. Esse mecanismo se baseia na redução do calor
excessivo do corpo por meio do sistema respiratório. Ao iniciar o ofego, o
animal passa a respirar principalmente pela boca e, em alguns casos, começa
a produzir maior quantidade de saliva ou muco nasal. Um exemplo de animal
que utiliza essa estratégia para diminuir o calor corporal é o cão doméstico.

Outros animais são mais ativos à noite, período em que as temperaturas


geralmente são menores. Enquanto isso, eles permanecem em tocas, sem
exposição à luz solar, evitando, assim, a dessecação e a perda de água por
transpiração ou ofego.

O jerboa-de-orelha-grande é um pequeno mamífero que pode ser encontrado


nos desertos da Mongólia e da China. Esse animal passa a maior parte do dia
abrigado em sua toca, saindo em busca de insetos para se alimentar, de
preferência, à noite.

LEGENDA: Jerboa-de-orelha-grande.

CRÉDITO: Roland Seitre/Naturepl.com/Other Images

Há, ainda, animais que regulam sua temperatura corporal de acordo com a
disponibilidade de água no ambiente em que vivem. Veja um exemplo ao lado.
O dromedário é um mamífero que possui a temperatura corporal de,
aproximadamente, 37 ºC. No entanto, a temperatura do corpo desse animal
pode atingir cerca de 40,5ºC. Dessa forma, sua temperatura fica maior do que
a do ambiente e o animal não precisa perder água (transpirar) para resfriar o
corpo. Esse controle é necessário até que o animal encontre água disponível.

LEGENDA: Dromedário.

CRÉDITO: DEA/C.Dani/I.Jeske/Getty Images

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Dromedário: pode atingir 3,4 m de comprimento.

Jerboa-de-orelha-grande: pode atingir de 22 cm a 25 cm de comprimento.

Mandacaru: pode atingir de 3 m a 7 m de altura.

Fim do complemento.

62

Sais minerais

Os minerais (ou sais minerais) são substâncias inorgânicas que fazem parte da
constituição dos seres vivos e dos elementos não vivos. Eles podem ser
classificados como macrominerais (cálcio, fósforo, enxofre, sódio, potássio,
cloro e magnésio), os quais são requeridos pelo corpo humano em quantidades
superiores a 100 mg ao dia; e como microminerais ou elementos-traço (ferro,
iodo, cobre, zinco, flúor, manganês, cobalto, cromo, selênio), necessários em
quantidades inferiores. Veja no quadro a seguir a importância de alguns sais
minerais.

Mineral Importância Fontes


Participa da formação de ossos e
Leite, folhas
dentes, da coagulação sanguínea, da
verdes, gema de
Cálcio contração muscular, da atividade do
ovo, camarão,
sistema nervoso e do metabolismo de
caranguejo e siri.
carboidratos.

Faz parte da constituição da vitamina


Cloro B12 e é essencial na formação dos Ovo, leite e carne.
glóbulos vermelhos.

Ovo, farinha de
Com o ferro, atua na síntese de
trigo integral,
hemoglobina. Está relacionado à
feijão, fígado,
Cobre produção de melanina, pigmento que
peixe, beterraba,
confere a coloração dos olhos, pelos e
espinafre e
cabelos.
aspargo.

Faz parte da constituição de alguns


hormônios, vitaminas e proteínas. É Fígado, carnes em
Enxofre fundamental para o metabolismo geral, ovo, feijão e
celular (sistema antioxidante) e a queijo.
respiração.

Carne bovina,
fígado, camarão,
Compõe a molécula de hemoglobina,
siri, caranguejo,
Ferro responsável pelo transporte de
gema de ovo,
oxigênio às células do corpo humano.
feijão, frutas secas
e nozes.

Água tratada com


Atua na estrutura dos dentes e inibe o
Flúor flúor e cremes
aparecimento de cárie.
dentais.

Fósforo Participa da formação dos ossos e Leite e derivados,


dentes, auxilia o equilíbrio do pH do
sangue, atua na contração muscular e
em atividades do sistema nervoso, faz
parte da estrutura de algumas carnes em geral e
enzimas, está envolvido no nozes.
armazenamento de energia no corpo
humano e compõe as moléculas de
ácidos nucleicos.

Frutos do mar,
Atua sobre a glândula tireoide na
óleo de fígado de
Iodo síntese de hormônios relacionados ao
bacalhau e sal de
metabolismo.
cozinha.

Relaciona-se ao funcionamento do e Vegetais de


tecido muscular e do tecido nervoso, folhas verdes,
Magnésio está presente na formação dos ossos. frutos do mar e
Faz parte da constituição de algumas alimentos
coenzimas. integrais.

É responsável pela ativação de


algumas enzimas, participa da síntese
de hemoglobina, da formação da ureia,
Amendoim, nozes
do crescimento, da formação dos
Manganês e alimentos
ossos, da amamentação e da
integrais.
liberação de insulina (hormônio
responsável pelo controle dos níveis
de glicose no sangue).

Banana, ervilha,
Atua na transmissão de impulsos
Potássio lentilha, espinafre
nervosos e na contração muscular.
e tomate.

Sódio Mantém o equilíbrio da quantidade de Sal de cozinha em


água do corpo humano, auxilia na
manutenção do pH do sangue, quantidades
participa da condução de impulsos moderadas.
nervosos e da contração muscular.

Participa do metabolismo de gás


carbônico, do crescimento do corpo
Zinco Carnes em geral.
humano, da cicatrização de ferimentos
e atua na digestão de proteínas.

CRÉDITO: Fonte: TORTORA, Gerard J. Corpo humano: fundamentos de


Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p. 473-4.

63

Carboidratos

Os carboidratos, também chamados de hidratos de carbono, são substâncias


orgânicas importantes para os seres vivos, pois fazem parte de sua
constituição e fornecem energia para que realizem suas atividades.

A fórmula química geral dos carboidratos é (CH 2O)n. A maioria deles apresenta
cinco átomos de carbono (que recebem o nome de pentoses) ou seis
(chamados hexoses).

Os carboidratos que apresentam gosto doce e fazem parte da alimentação do


ser humano são chamados de açúcares , como a sacarose, a glicose e a
frutose. Veja a classificação dos carboidratos de acordo com sua constituição.

Os monossacarídeos são o tipo mais simples de carboidratos, entre eles estão


a glicose, a ribose, a galactose e a frutose.

LEGENDA: Estrutura da molécula de frutose. Com seis átomos de carbono em


sua estrutura, é considerada uma hexose.

LEGENDA: Os frutos são exemplos de alimentos ricos em frutose.

CRÉDITO: R-P/Kino.com.br

Quando um carboidrato é constituído de uma pequena quantidade de


monossacarídeos, recebe o nome de oligossacarídeo. A sacarose é um
exemplo de oligossacarídeo formado pela união de uma molécula de glicose
com uma de frutose. Outro exemplo é a lactose, formada pela união de uma
molécula de galactose com uma de glicose. A sacarose e a lactose também
podem ser chamadas de dissacarídeos , pois são formadas por dois
monossacarídeos.

LEGENDA: Estrutura da molécula de lactose.

LEGENDA: O leite e seus derivados são exemplos de alimentos ricos em


lactose.

CRÉDITO: MaraZe/Shutterstock.com

Quando um carboidrato é constituído por diversos monossacarídeos, ele


recebe o nome de polissacarídeo. O amido, a celulose e o glicogênio são
alguns exemplos.

O amido é a substância que a planta utiliza para armazenar glicose. Como a


glicose é utilizada para obtenção de energia na célula, o amido constitui a
principal reserva energética da planta. Ele pode ser encontrado em diversos
tecidos vegetais, incluindo aqueles utilizados na alimentação, como o arroz, a
batata e o grão de trigo.

A celulose faz parte da estrutura dos vegetais constituindo as fibras que são
imprescindíveis na dieta humana. Ao contrário do amido, a celulose não é
digerida pelo corpo humano.

O glicogênio, também composto por unidades de glicose, constitui a reserva


energética dos animais.

3. Se as fibras de celulose presentes nos vegetais não são digeridas pelo corpo
humano, por que a alimentação deve ser rica em fibras?

Resposta: Porque as fibras auxiliam a digestão humana, facilitando o trânsito


intestinal.

64

Lipídios

Os lipídios são substâncias orgânicas, conhecidas como gorduras, abundantes


nos seres vivos. Essas substâncias atuam como importantes reservas
energéticas, fazem parte da estrutura celular e desempenham diferentes
papéis no corpo humano.

Uma das propriedades químicas dos lipídios é a de ser solúvel em substâncias


orgânicas e praticamente insolúvel em água.

LEGENDA: Os óleos vegetais são exemplos de alimentos ricos em lipídios


insaturados e a manteiga é um exemplo de alimento rico em lipídios saturados.

CRÉDITO: DUSAN ZIDAR/Shutterstock.com

Muitos lipídios são constituídos de ligações de ácidos graxos, moléculas longas


que podem ter uma ou mais insaturações (duplas ou triplas ligações
covalentes). Quanto ao tipo de ligações, os lipídios podem ser considerados
insaturados ou saturados. No primeiro caso, a molécula apresenta ligações
insaturadas e no segundo, não.

Os lipídios podem ser classificados de acordo com sua função: lipídios de


armazenamento energético, lipídios de membrana e lipídios com outras
funções.

Os triacilgliceróis* são lipídios de armazenamento energético e os mais


abundantes na natureza. As gorduras animais e os óleos vegetais são
compostos de triacilgliceróis.

As ceras são outros exemplos de lipídios de armazenamento energético. Elas


estão presentes nas glândulas de vertebrados, protegendo pelos e pele; nas
aves marinhas, mantendo suas penas impermeáveis à água; e também são a
forma de armazenamento de energia de alguns seres vivos, como o plâncton
marinho.

Os esfingolipídios são lipídios de membrana, e seu precursor estrutural é a


ceramida.**

Um exemplo de esfingolipídio derivado da ceramida são as esfingomielinas,


lipídios encontrados no extrato mielínico*** que envolve os axônios dos
neurônios.

Os esteróis são exemplos de lipídios com outras funções. Esse é um dos tipos
de lipídios presentes na membrana celular da maioria dos eucariotos. Um
exemplo de lipídio esteroide abundante nos animais é o colesterol. Ele atua
como precursor da síntese de hormônios sexuais e está presente na formação
de sais biliares e na síntese de vitamina D.

FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J. Corpo humano:


fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p.
209. CRÉDITO: A7 Estudio.

*Formados pela união de três moléculas de ácidos graxos e uma molécula de


glicerol.

**A ceramida é proveniente da união de um ácido graxo com um grupo amida.

***O extrato mielínico era denominado bainha de mielina, mas esse nome está
em desuso.

Boxe complementar:

Ômega 3, para que serve?

Atualmente, é comum encontrarmos nos rótulos de diversos produtos a


informação "Alimento rico em ômega 3". Mas por que ele é tão importante para
a saúde? Existe uma família de ácidos graxos poli-insaturados (com várias
ligações insaturadas) e, entre eles, os mais importantes são o ácido graxo
ômega 3 e o ácido graxo ômega 6.

Esses ácidos graxos atuam na síntese de outros ácidos graxos essenciais ao


funcionamento do corpo humano. Entretanto, o organismo humano não é
capaz de sintetizá-los e, assim, precisam ser obtidos por meio da dieta.

Estudos indicam que um desequilíbrio entre as quantidades de ômega 6 e de


ômega 3 no organismo humano aumenta o risco de doenças alérgicas,
inflamatórias e cardiovasculares.

Esses ácidos graxos são encontrados principalmente em vegetais verde-


escuros, peixes, óleos de peixe e alguns óleos vegetais (soja, milho e canola).

Fim do complemento.

65

Biologia e Saúde

Colesterol
O colesterol é um lipídio encontrado apenas em animais, e é produzido
principalmente no fígado. Ele está envolvido em vários processos do
organismo, como na formação da membrana celular, de hormônios esteroides
e de sais biliares.

Por ser uma molécula insolúvel em água e outros fluidos corpóreos, o


colesterol precisa se associar a proteínas transportadoras para que seja
conduzido pela corrente sanguínea. Essa associação forma uma estrutura
esférica chamada de lipoproteína, a qual viabiliza a distribuição do colesterol
pelo corpo e auxilia na sua absorção pelas células.

As lipoproteínas são classificadas de acordo com sua densidade. Quanto maior


é a quantidade de lipídios em sua composição, menor é a densidade da
lipoproteína. As duas principais lipoproteínas encontradas nos animais são a
lipoproteína de

baixa densidade ou LDL (low density lipoprotein) e a lipoproteína de alta


densidade ou HDL (high density lipoprotein). A LDL e a HDL apresentam
funções opostas no organismo. A molécula de LDL é responsável por distribuir
colesterol a todos os tecidos do corpo humano. Já a molécula de HDL é
responsável por capturar o excesso de colesterol dos tecidos e liberá-lo no
fígado, que o eliminará por meio dos sais biliares.

LEGENDA: Estrutura molecular do colesterol, composta de 27 carbonos.

Para o funcionamento adequado do organismo, os níveis de LDL e HDL devem


ser mantidos dentro de determinados valores. A elevação de LDL está
associada a diversas alterações no organismo, como a aterosclerose que se
caracteriza pela deposição de placas de gordura nos vasos sanguíneos,
causando perda de elasticidade, entupimento e rompimento desses vasos.
Embora fatores genéticos possam interferir no controle dos níveis de
lipoproteínas no sangue, a ingestão excessiva de alimentos ricos em gorduras
saturadas e do tipo trans eleva os níveis de LDL no sangue e, em alguns
casos, reduz a concentração de HDL.

Os níveis de LDL e HDL no sangue podem ser controlados principalmente por


meio de uma dieta adequada, com baixa ingestão de gorduras saturadas e de
gorduras trans. As gorduras saturadas são encontradas principalmente em
alimentos de origem animal, como leite, carnes, queijo, ovos, entre outros; e
em alimentos industrializados, como margarina, bolachas e sorvetes. Diante
disso, deve-se priorizar a ingestão de alimentos ricos em gorduras
monoinsaturadas ou poli-insaturadas, como os óleos vegetais (de canola, de
oliva, de girassol, entre outros) e os peixes.

Embora a obesidade seja um fator de risco aos elevados níveis de LDL,


pessoas com biotipo magro também podem apresentar níveis elevados desta
lipoproteína no san gue. Dessa maneira, o controle da massa cor pórea, a
ingestão de uma alimentação balanceada, a prática regular de atividad es
físicas e evitar fumar são atitudes que auxiliam o controle dos níveis de LDL e
HDL no sangue.

LEGENDA: A quantidade de gorduras ingeridas na alimentação é um fator que


interfere nos níveis de colesterol no corpo humano.

CRÉDITO: Fernando Favoretto/Criar Imagem

66

Proteínas

As proteínas são substâncias orgânicas que fazem parte da constituição das


células. Elas são o mais abundante constituinte celular e auxiliam na regulação
de atividades dos seres vivos e no transporte de substâncias entre as células.

Essas substâncias apresentam diferentes formas e funções. Veja algumas


importantes funções atribuídas a elas:

· fazem parte da estrutura de sustentação das células, o citoesqueleto;

· realizam o transporte de moléculas entre as células;

· estão envolvidas nas defesas do corpo humano, conferindo-lhe imunidade;

· participam do controle do metabolismo celular;

· influenciam a velocidade das reações químicas;

· atuam na contração muscular;

· participam do controle da atividade dos genes.

Aminoácidos
As proteínas são formadas por aminoácidos, moléculas formadas por um grupo
amino (representado por -NH2) e um grupo carboxila (representado por -
COOH)*. Existe uma enorme diversidade de proteínas, que resultam da
combinação de 20 aminoácidos diferentes.

Os aminoácidos podem ser classificados em polares e apolares. Os polares


são também chamados de hidrofílicos , pois são capazes de interagir com a
molécula de água. Os apolares são denominados hidrofóbicos, pois não
interagem com a molécula de água.

Outra particularidade dos aminoácidos é que eles se conectam por ligações


peptídicas.

Aminoácidos essenciais

Dos 20 aminoácidos existentes, o corpo humano é capaz de sintetizar apenas


11. Para que ocorra a síntese proteica, é necessário que todos esses
aminoácidos estejam presentes no corpo humano. Assim, os nove aminoácidos
não sintetizados pelo organismo, conhecidos como aminoácidos essenciais,
devem ser obtidos por meio da alimentação. Uma alimentação adequada, rica
em verduras, frutas, cereais, carnes e leite, fornece os aminoácidos essenciais,
necessários para nossas reações químicas. Veja, ao lado, quais são esses
aminoácidos.

Tabela: equivalente textual a seguir.

Aminoácidos essenciais Aminoácidos não essenciais

Fenilalanina Alanina

Histidina Arginina

Isoleucina Asparagina

Leucina Aspartato

Lisina Cisteína

Metionina Glutamato
Treonina Glutamina

Triptofano Glicina

Valina Prolina

sem dados Serina

sem dados Tirosina

FONTE: MARZZOCO, Anita; TORRES, Bayardo B. Bioquímica básica. 3. ed.


Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. p. 237.

Alguns alimentos importantes para a obtenção de aminoácidos essenciais.

CRÉDITO: Africa Studio/Shutterstock.com

*Exceto a prolina, que contém um grupo imino (representado por -NH -) em vez
do grupo amino.

67

Os aminoácidos ligam-se entre si por meio de ligações peptídicas e recebem o


nome de peptídios . Quando a molécula é composta por dois aminoácidos
ligados, ela é chamada de dipeptídio ; se tem três aminoácidos é um tripeptídio;
quando há muitos aminoácidos, recebe o nome de polipeptídio .

Alguns peptídios encontrados naturalmente são os hormônios ocitocina,


vasopressina e glucagon. A ocitocina é um hormônio produzido pela hipófise,
que promove a contração dos músculos do útero durante o parto e estimula as
glândulas mamárias durante a lactação. A vasopressina também é produzida
na hipófise, é responsável pelo aumento da pressão arterial e também atua na
reabsorção de água no sistema urinário. O glucagon é um hormônio produzido
pelas células pancreáticas, responsáveis pela produção de glicose no corpo
humano.
Há também peptídios sintetizados em laboratório, como o aspartame, que é
utilizado como adoçante artificial, indicado para pessoas com dietas que
exigem restrição de açúcares.

LEGENDA: Mãe amamentando bebê. A amamentação depende da ação da


ocitocina.

CRÉDITO: Lichtmeister/Shutterstock.com

Estrutura proteica

A estrutura da proteína é determinada pela sequência de aminoácidos, pela


forma como eles se dispõem em relação aos outros e também pelo modo como
estabelecem interações entre si.

Podemos dividir a estrutura proteica basicamente em dois níveis: primária e


secundária. A estrutura primária é a sequência de aminoácidos na cadeia
polipeptídica. Veja um exemplo simplificado.

Atenção professor: Há outras formas de representar as proteínas. Por razões


didáticas, apresentaremos somente a estrutura primária e a estrutura
secundária. Fim da observação.

Estrutura proteica

A estrutura da proteína é determinada pela sequência de aminoácidos, pela


forma como eles se dispõem em relação aos outros e também pelo modo como
estabelecem interações entre si.

Podemos dividir a estrutura proteica basicamente em dois níveis: primária e


secundária. A estrutura primária é a sequência de aminoácidos na cadeia
polipeptídica. Veja um exemplo simplificado.

[alanina - serina - lisina]

A estrutura secundária está relacionada às interações entre as ligações


peptídicas e a cadeia lateral nos aminoácidos. Ela é representada por
estruturas tridimensionais. Veja um exemplo abaixo.

LEGENDA: Representação da estrutura secundária da molécula de melanina,


proteína que confere cor à pele e aos pelos em mamíferos.

CRÉDITO: Molekuul/SPL/Latinstock
A alteração na conformação proteica pode resultar em mudanças. Por
exemplo, no ser humano, a alteração estrutural de uma proteína da hemácia
leva à formação de hemácias com formato de foice, resultando na chamada
anemia falciforme.

As proteínas podem sofrer desnaturação, processo no qual perdem suas


propriedades biológicas. Isso acontece quando ocorrem alterações físicas e
químicas, que afetam sua estrutura espacial. Essas alterações podem ser
decorrentes do aquecimento ou de ação de ácidos e bases fortes.

Um exemplo cotidiano de desnaturação proteica ocorre quando um ovo é


cozido. A clara, rica em uma proteína chamada albumina, sofre desnaturação
em razão do aque cimento e se solidifica.

LEGENDA: Hemácias (aumento aproximado de 7.000 vezes).

CRÉDITO: Dr. Stanley Flegler/Visuals Unlimited, Inc./SPL/Latinstock

68

Biologia e Saúde

Desnaturação proteica

O cabelo é uma estrutura anexa da pele, cujo papel é o de proteger a cabeça.


O bulbo capilar é a região em que ocorre a divisão celular, o que permite o
crescimento dos cabelos. Veja, abaixo, a estrutura de um fio de cabelo.

Quimicamente, o cabelo humano é formado por uma proteína chamada de α-


queratina (cuja conformação é de uma longa hélice), lipídios e água. Uma
hélice se enrola em outra, formando duas cadeias espiraladas, cujo conjunto
forma um filamento. O cabelo é, então, um conjunto de filamentos de α-
queratina.

Assim, quando a pessoa deseja alisar o cabelo, pode optar por um processo
térmico ou um processo químico. O alisamento é outro exemplo de
desnaturação proteica porque promove alterações físicas e químicas no
cabelo.

LEGENDA: Estrutura interna do cabelo humano.

CRÉDITO: Leonard E. Morgan, Custom Medical Stock Photo/SPL/Latinstock


No primeiro caso, a energia térmica proveniente de secadores e chapinhas
quebra algumas interações moleculares, desfazendo a estrutura proteica e
desnaturando a queratina. As proteínas tornam-se mais fluidas e os cabelos
ficam mais lisos. Esse efeito passa após os cabelos entrarem em contato com
a umidade, refazendo as ligações químicas originais. Nesse caso, diz-se que o
processo é reversível.

LEGENDA: Cabeleireiro secando os cabelos de uma mulher. A energia térmica


proveniente do secador de cabelos ou da chapinha promove a desnaturação
proteica, causando o alisamento temporário do cabelo.

CRÉDITO: Goodluz/Shutterstock.com

Quando os cabelos são submetidos ao alisamento químico, as interações entre


as moléculas são desfeitas por desnaturação proteica e reorganizadas. A
conformação das proteínas é modificada e as reações químicas impedem que
esse processo seja revertido.

LEGENDA: Cabelos antes do alisamento químico.

LEGENDA: Cabelos após o alisamento químico.

CRÉDITO DAS FOTOS: Mila Supinskaya/Shutterstock.com

69

Boxe complementar:

Especificidade das enzimas

FONTE: Ilustração produzida com base em: ALBERTS, Bruce et al. Biologia
molecular da célula. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 74. CRÉDITO:
Somma Studio

1. Cada enzima tem um sítio ativo, o qual se liga ao substrato.

2. O sítio ativo se liga ao substrato, formando o complexo enzima-substrato.

3. Após a reação química forma-se um complexo enzima-produto.

4. O produto é liberado e a enzima pode se ligar a outro substrato.

Fim do complemento.
A ação das enzimas depende de alguns fatores, como o pH (potencial
hidrogeniônico) das substâncias envolvidas e a temperatura do ambiente.
Esses fatores podem alterar a conformação da enzima, modificando ou
impedindo sua atuação.

As enzimas apresentam um valor de pH para o qual sua atuação é máxima, ou


seja, tem maior velocidade. Conforme a reação química se afasta desse valor,
a velocidade da reação diminui. Um exemplo é o da tripsina, enzima presente
no intestino delgado, fundamental na digestão de proteínas. Ela atua em um pH
7,8, considerado ótimo. Em um meio com pH inferior, isto é, ácido, a velocidade
da reação diminui.

A temperatura também influencia na ação das enzimas. A 0 ºC, por exemplo,


as reações químicas enzimáticas apresentam velocidade próxima a zero.
Assim, até certo ponto, quanto maior a temperatura, maior a velocidade da
reação química.

Como estudamos anteriormente, as proteínas sofrem desnaturação a


determinadas temperaturas. No caso das enzimas proteicas, isso também
ocorre. Acima de 50 a 55 ºC, a maioria das proteínas e das enzimas sofre
desnaturação.

70

Para que as reações químicas ocorram, as moléculas devem ter uma


quantidade de energia que permita a elas reagir. Essa energia recebe o nome
de energia de ativação.

As reações químicas podem ter sua velocidade variada de acordo com a


presença de enzimas. Veja a seguir.

Energia de ativação (Ea) em reação química sem a presença de enzima

Energia de ativação (Ea) em reação química com a presença de enzima

FONTE: ALBERTS, Bruce et al. Biologia molecular da célula. 5. ed. Porto


Alegre: Artmed, 2010. p. 73. CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: José Vitor E. C.

4. O que você concluiu ao comparar o segundo gráfico com o primeiro?


Resposta: O segundo gráfico representa uma reação química com enzima e,
por isso, a energia de ativação é menor, ou seja, ela é mais rápida.

Outro fator que interfere na velocidade da reação química é a concentração do


substrato.

Quanto maior a concentração do substrato (S), mais rápida é a reação química.


A velocidade diminui à medida que o substrato se converte em produto. Se
toda a enzima disponível estiver sendo utilizada na reação química, a
velocidade não aumentará, mesmo que a quantidade de substrato aumente.

Influência do aumento da concentração do substrato sobre a velocidade da


reação química

LEGENDA: Concentração de substrato, [S] (mM)

CRÉDITO: Renan Fonseca

FONTE: NELSON, David L.; COX, Michael M. Princípios de Bioquímica de


Lehninger. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. p. 195.

As enzimas participam das reações químicas, mas não são consumidas no


processo, sendo recuperadas no final da reação química, podendo participar de
outras reações.

Em muitas reações de catálise, isto é, de quebra de compostos, as enzimas


precisam se associar a outras moléculas ou íons, chamados cofatores ou
coenzimas. Elas podem participar das reações químicas transportando
determinados grupos funcionais do substrato. Um exemplo é a molécula de
ATP (adenosina trifosfato), coenzima que participa do processo de respiração
celular, a qual estudaremos no capítulo 8.

Para que algumas coenzimas atuem, elas precisam apresentar componentes


orgânicos que não podem ser sintetizados pelas células. É o caso das
vitaminas, que são fundamentais para o crescimento, o desenvolvimento e a
manutenção do corpo humano. Diferentemente do ATP, que é integralmente
produzido pelas células, as vitaminas precisam ser obtidas por meio da dieta.

71

Biologia e Tecnologia
Enzima lactase e intolerância à lactose

Vimos que o cálcio é importante na manutenção de estruturas como os ossos,


e que ele participa da contração muscular. Um alimento muito rico em cálcio é
o leite. Entretanto, existem pessoas que não podem consumi-lo, pois
apresentam intolerância à lactose, carboidrato presente na sua composição.

A intolerância à lactose é um problema relacionado à deficiência na produção


de uma enzima chamada de lactase, capaz de quebrar a lactose, e que é
produzida na mucosa do intestino delgado dos mamíferos.

Estima-se que aproximadamente 25% dos brasileiros apresentam intolerância


à lactose. Em algumas pessoas, ela é uma característica genética; em outras,
aparece em algumas épocas da vida ou com o avanço da idade.

Os carboidratos digeridos no intestino, como a lactose, atingem o cólon e


sofrem fermentação pelas bactérias intestinais, o que protege a mucosa e
melhora o ritmo intestinal. Entretanto, quando não há lactase suficiente,
moléculas de lactose alcançam o intestino grosso, aumentando a concentração
de água, reduzindo a consistência das fezes e aumentando os movimentos
peristálticos, que aceleram o ritmo intestinal.

A lactose que chega ao intestino grosso sofre fermentação pelas bactérias


intestinais, aumentando a produção de gases e de ácido lático e causando
distensão abdominal. Com isso, surgem sintomas como náusea, desconforto
abdominal, diarreia, gases e dores abdominais.

Para diagnosticar a intolerância à lactose, pode ser usado o teste oral de


intolerância à lactose. Nele, uma dose de lactose é diluída em água e
administrada via oral. Em seguida, o sangue é coletado para dosar a
concentração de glicose. A coleta sanguínea é repetida e, quando não há
alteração na concentração de glicose sanguínea, o paciente é diagnosticado
com intolerância à lactose. Outro teste é o de gás hidrogênio na respiração, no
qual uma dose de lactose é administrada via oral e a expiração é analisada em
intervalos. Se o nível de gás hidrogênio aumentar, há um processamento
incorreto da lactose. Também é possível usar o método de medir a acidez das
fezes, pois pessoas com intolerância à lactose apresentam fezes ácidas.
Após o diagnóstico correto, pessoas que apresentam intolerância à lactose
devem evitar alimentos que contêm leite em sua composição. Existem,
atualmente, diversos produtos com baixo ou nenhum teor de lactose. Além
disso, médicos recomendam a alguns pacientes a ingestão da enzima lactase
junto com os alimentos.

5. Por que a concentração de glicose inalterada no sangue indica intolerância à


lactose?

Resposta: Porque a lactose é um dissacarídeo composto de glicose e


galactose. Quando não há alteração na concentração de glicose, isso indica
que não há quebra da lactose em galactose e glicose.

6. O que causa acidez nas fezes de pessoas com intolerância à lactose?

Resposta: Quando a lactose alcança o intestino grosso, sofre fermentação,


levando à produção de gases e ácido lático. Isso torna as fezes ácidas.

Para que o leite com baixo teor de lactose seja produzido, ele é deixado em
repouso com lactase por algumas horas. Depois, é esterilizado, ou
pasteurizado e resfriado e, em seguida, recebe a lactase. Enquanto o leite
comum apresenta em torno de 4,8% de lactose, o que passa pela enzima tem
1%.

LEGENDA: Leite.

CRÉDITO: Dobs/Shutterstock.com

72

Vitaminas

Como vimos, as vitaminas são compostos orgânicos que atuam nas atividades
metabólicas das células. Diferente dos carboidratos, proteínas e lipídios
necessários em grandes quantidades na dieta humana, as vitaminas são
requeridas em pequenas quantidades (em miligramas ou microgramas).

As vitaminas podem ser classificadas em hidrossolúveis (B 1, B2, B3, B5, B6 , B9 ,


B12 e C) ou lipossolúveis (A, D, E e K). Para serem absorvidas, as vitaminas
lipossolúveis precisam de sais biliares e lipídios. As hidrossolúveis, por sua
vez, são absorvidas no sistema digestório com a água, e depois se dissolvem
nos fluidos corporais. Veja mais informações no quadro a seguir.

Quadro: equivalente textual a seguir.

Vitamina Importância Fontes

Está relacionada à saúde em geral e às


Cenoura,
células epiteliais. Reduz as chances de
beterraba,
Retinol (A) cegueira noturna ou a incapacidade de
fígado
enxergar no escuro. Também participa
e leite.
do crescimento dos ossos e dentes.

Ovos, carne
de porco,
Tiamina (B1) Atua no metabolismo de carboidratos. fígado e
alimentos
integrais.

Fígado,
carnes em
geral,
Riboflavina Participa do metabolismo de proteínas e
ervilha,
(B2) carboidratos.
beterraba,
amendoim e
ovos.

Fígado,
peixe, feijão,
Está presente no metabolismo de
Nicotinamida ervilha,
lipídios, inibindo a produção de
(B3) nozes e
colesterol e degradando triglicerídeos.
alimentos
integrais.

Ácido Atua na conversão de lipídios e Vegetais


pantotênico aminoácidos em glicose e participa da verdes,
síntese de colesterol e alguns cereais e
(B5)
hormônios. fígado.

Tomate,
milho verde,
Participa do metabolismo de espinafre,
Piridoxina (B6)
aminoácidos e triglicerídeos. fígado,
salmão e
iogurte.

Fígado e
Biotina (B7) Atua na síntese de ácidos graxos. gema de
ovo.

Participa da síntese de DNA e RNA e Vegetais de


Ácido fólico também da produção de glóbulos folhas verdes
(B9) vermelhos e glóbulos brancos do e
sangue. fígado.

Fígado, leite,
Está presente na formação de glóbulos ovos, queijo
Cobalamina
vermelhos e na síntese de alguns e
(B12)
aminoácidos. carnes em
geral.

Participa de várias reações metabólicas Frutas


como antioxidante, da formação de cítricas,
Ácido
tecido conjuntivo, relaciona-se às vegetais
ascórbico (C)
defesas do corpo verdes e
humano e auxilia na cicatrização. tomate.

Calciferol (D) Relaciona-se à absorção de cálcio e Óleo de


fósforo pelo sistema digestório. fígado de
peixe e
gema de
ovo.

Óleos
Antioxidante. Auxilia na absorção de
vegetais,
gorduras e contribui para o
Tocoferol (E) nozes e
funcionamento do sistema
folhas
nervoso e do sistema genital.
verdes.

Espinafre,
Filoquinona Atua na síntese de fatores de couve-flor,
(K) coagulação do sangue. repolho e
fígado.

FONTE: TORTORA, Gerard J. Corpo humano: fundamentos de Anatomia e


Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p. 475-477.

73

Biologia e Saúde

Precisamos tomar vitaminas?

Leia o trecho do texto a seguir.

O escorbuto é causado pela falta de vitamina C, ou ácido ascórbico


(ascorbato). [...] é uma doença caracterizada pela degeneração do tecido
conjuntivo, sendo que sua manifestação em estágio avançado inclui inúmeras
pequenas hemorragias causadas por vasos sanguíneos frágeis, perda dos
dentes, difícil cicatrização de feridas e reabertura de feridas antigas, dor nos
ossos e degeneração, e no final falência cardíaca. [...] A vitamina C é
encontrada em uma grande variedade de frutas e vegetais. Até 1800,
entretanto, ela estava ausente nos alimentos desidratados e outros
suprimentos alimentares estocados para o inverno ou para longas viagens.

O escorbuto foi registrado pelos egípcios em 1500 a.C., e descrito em escritos


de Hipócrates, que datam do quinto século a.C. Entretanto, ele não se tornou
uma notícia pública até as viagens de descobrimento europeias de 1500 a
1800. A primeira navegação ao redor do mundo [...] acabou com a perda de
mais de 80% de sua tripulação para o escorbuto. [...]

NELSON, David L.; COX, Michael M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 5.


ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. p. 126.

O exemplo acima ilustra uma hipovitaminose, que é a falta ou ausência de uma


vitamina no organismo humano.

Para obter um aumento rápido de nutrientes no corpo, muitas pessoas tendem


a consumir suplementos vitamínicos. Em geral, esses suplementos são
encontrados nas farmácias e não necessitam de receita médica para serem
comprados. No entanto, o que ocorre é que há um abuso de seu consumo,
ocasionando, em muitos casos, a hipervitaminose, que é o excesso de
vitaminas no corpo humano.

CRÉDITO: Ziablik/Shutterstock.com

Assim como a deficiência de uma vitamina pode causar problemas, o excesso


também*. Veja, a seguir, alguns casos em que isso pode ocorrer.

Tabela: equivalente textual a seguir.

Problemas causados pela Problemas causados pelo


Vitamina
deficiência consumo excessivo

Pele e cabelos secos,


aumento de infecções Náuseas, vômitos, fadiga, perda
A
respiratórias, urinárias e de apetite e dores de cabeça.
digestórias.

Excesso de cálcio no sangue,


Raquitismo (em crianças)
calcificação de ossos e tecidos
D e osteomalácia (em
moles, surdez, cálculos renais,
adultos).
fraqueza e dores de cabeça.

C Escorbuto, anemia, Dores no estômago, cálculos


problemas de cicatrização renais e
e sangramento.
efeito laxativo.

Dermatite (inflamação dos Falta de coordenação dos


B6 tecidos da pele) nos movimentos do corpo humano e
olhos, nariz e boca. lesões nos nervos.

FONTES: TORTORA, Gerard J. Corpo humano: fundamentos de Anatomia e


Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p. 475-477. ELANGO, G. et al.
Hypervitaminosis. International Journal of Biomedical Research, n. 6, v. 3,
2015. p. 151-154.

Para evitar a hipovitaminose e a hipervitaminose, é necessário manter uma


dieta variada, rica em frutas, verduras, cereais, laticínios e carnes. Somente um
médico pode indicar a uma pessoa se ela precisa suplementar ou retirar
vitaminas de sua dieta.

*Não há relatos de efeitos da hipervitaminose de B 7 e B12 no corpo humano.

74

Ácidos nucleicos

Os ácidos nucleicos estão relacionados ao armazenamento e transmissão de


material genético e à síntese de proteínas. Essas moléculas são constituídas
de carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e fósforo. Existem dois tipos
básicos de ácidos nucleicos, o ácido desoxirribonucleico (DNA) e o ácido
ribonucleico (RNA).

DNA

Cada molécula de DNA é composta de uma sequência repetida de


nucleotídeos. O nucleotídeo é formado por uma base nitrogenada, um açúcar
com cinco carbonos (pentose) chamado de desoxirribose e um grupo fosfato
(PO4-3).

LEGENDA: Representação de nucleotídeo.

A molécula de DNA pode ter quatro bases nitrogenadas diferentes: a adenina


(representada por A), a timina (T), a citosina (C) e a guanina (G). A adenina e a
guanina são chamadas de bases púricas ou purinas, e a citosina e a timina são
denominadas bases pirimídicas ou pirimidinas.

LEGENDA: Estrutura espacial da molécula de DNA.

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: GRIFFITHS, A. J. F. et al.


Introdução à Genética. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. p.
232.CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

Cada molécula de DNA é formada por duas cadeias (filamentos) compostas de


nucleotídeos. Cada cadeia representa o grupo fosfato e a pentose. Essas
cadeias se torcem entre si e, por isso, recebem o nome de dupla hélice, pois
lembram uma escada
retorcida. Se considerarmos o formato de escada, cada degrau é formado por
bases nitrogenadas pareadas.

Uma porção da cadeia da molécula de DNA, com sequências específicas,


constitui o material hereditário das células*.

Boxe complementar:

Na molécula de DNA, a adenina (A) sempre se pareia com a timina (T), e a


citosina (C) sempre se pareia com a guanina (G).

Fim do complemento.

*Esse material contém as informações hereditárias e recebe o nome de gene.


Tanto as características que herdamos de nossos pais, como as várias
atividades celulares, dependem da ação dos genes.

75

RNA

Cada molécula de RNA é composta de uma sequência repetida de


nucleotídeos. Da mesma maneira que ocorre no DNA, no RNA, o nucleotídeo é
formado por uma base nitrogenada, um açúcar com cinco carbonos e um grupo
fosfato (PO4 -3). No RNA, o açúcar é chamado de ribose.

Enquanto a molécula de DNA é constituída por duas cadeias de nucleotídeos,


na de RNA geralmente há apenas uma cadeia. Por essa razão, a molécula de
RNA é chamada fita simples.
Além disso, no RNA, há uma base nitrogenada chamada uracila (U) e não há a
timina. A uracila é caracterizada como uma base pirimídica.

Boxe complementar:

Na molécula de RNA, a adenina (A) sempre se pareia com a uracila (U), e a


citosina (C) sempre se pareia com a guanina (G).

Fim do complemento.

As moléculas de RNA estão envolvidas na síntese de proteínas nas células.


Como as proteínas estão presentes na membrana celular, nas estruturas
celulares, nos hormônios, na defesa do corpo humano e na contração
muscular, sua produção é essencial para a manutenção do corpo humano.

Hipótese do mundo de RNA

Existem duas condições fundamentais da vida. O ser vivo deve ser capaz de se
autorreplicar e de catalisar reações químicas. O RNA tem essa capacidade e,
por causa disso, há uma hipótese conhecida como hipótese de um mundo de
RNA, que propõe que os primeiros seres vivos surgiram a partir dessa
molécula.

Moléculas simples de RNA chamadas ribozimas estão envolvidas na formação


e na quebra das ligações do RNA ou do DNA. Ou seja, o RNA também tem
papel catalítico (de quebra) nas reações químicas envolvendo a informação
genética e a síntese de proteínas. Ele pode formar várias estruturas e atuar
tanto no armazenamento de informação genética como em uma enzima, pois
catalisa a formação das ligações peptídicas nos ribossomos.

Segundo a hipótese do mundo de RNA, esse ácido nucleico seria responsável


por sua autorreplicação e por sua subsistência. Assim, se uma molécula de
RNA pudesse fazer uma cópia de si mesma e se sustentar, ela poderia ter
precedido o aparecimento dos seres vivos. Com isso, a forma primordial de
vida na Terra teria surgido a partir do RNA, que, posteriormente, teria evoluído
para as formas de vida atuais, nas quais o DNA seria o responsável por
armazenar as informações biológicas.

As evidências citadas acima sugerem que o RNA seja uma molécula antiga,
fortalecendo a hipótese do mundo de RNA.
CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

76

Atividades

Responda as atividades no caderno.

1. Por que a presença de água é um dos requisitos básicos para a existência


de vida em outros lugares do espaço?

2. Diferencie moléculas hidrofílicas de hidrofóbicas e dê um exemplo de cada


tipo.

3. Defina desnaturação proteica.

4. O que são os aminoácidos essenciais?

5. As enzimas podem ser consideradas catalisadores biológicos? Justifique.

6. Qual é a principal função de uma enzima no organismo?

7. O corpo humano é capaz de produzir todas as vitaminas necessárias para


sua manutenção? Explique.

8. Faça um quadro, no caderno, classificando as vitaminas abaixo em


lipossolúveis e hidrossolúveis.

vitamina A (ou retinolvitamina)

vitamina K

C (ou ácido ascórbico)

vitamina E

vitaminas do complexo B

vitamina D

9. Classifique as bases nitrogenadas a seguir em pirimidinas (I) e purinas (II).


Em seguida, escreva no caderno a associação correta para cada base e
determine em que tipo de ácido nucleico ela pode ser encontrada: no DNA e/ou
no RNA.

a) Citosina.

b) Adenina.
c ) Uracila.

d ) Timina.

e) Guanina.

10. Quais são as principais diferenças entre os dois tipos de ácidos nucleicos
existentes nos seres vivos?

11. Qual é a importância da existência de atividade enzimática nos seres vivos,


no que diz respeito à ocorrência de reações químicas?

12. Observe o gráfico e responda às questões a seguir. a) Em que sentido da


reação química apresentada ao lado a energia de ativação é menor, de Y para
X ou de X para Y? b) Em que sentido a ocorrência da reação química é mais
difícil? Justifique.

c ) Caso uma enzima atuasse no processo, que região do gráfico ao lado seria
modificada?

d) No caderno, elabore um gráfico, semelhante ao apresentado, que represente


a reação química ocorrendo na presença de uma enzima.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

Influência enzimática sobre a energia de ativação de uma reação química

FONTE: ALBERTS, Bruce et al. Fundamentos da Biologia celular. 3. ed. Porto


Alegre: Artmed, 2011. p. 89. CRÉDITO: José Vitor E. C.

77

13. Observe os trechos de materiais genéticos representados a seguir.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

· Esses trechos de materiais genéticos representam o DNA ou o RNA?


Justifique.

14. Observe as fotografias a seguir e responda às questões.

CRÉDITO: A: Tanee/Shutterstock.com /B: marozau andrei/Shutterstock.com

a ) Em relação às proteínas, que processo ocorreu entre as etapas A e B na


situação acima?
b ) O processo observado entre as etapas A e B é reversível? Justifique.

c ) Que característica da proteína é alterada nesse processo?

d ) Esse alimento pode servir como fonte de que tipo de nutrientes?

e ) Que agente físico foi responsável por esse processo?

f ) Que características do alimento apresentado acima possivelmente se


alteraram com o processo mostrado?

15. Os alimentos de origem vegetal desempenham um importante papel na


alimentação humana, por causa de suas propriedades nutricionais,
principalmente no que diz respeito a sais minerais, fibras e vitaminas. Esses
alimentos podem ser consumidos crus ou cozidos, sendo que o cozimento
pode alterar suas propriedades nutricionais. Observe os valores nutricionais da
flor de brócolis e suas variações em diferentes métodos de cozimento.

Tabela: equivalente textual a seguir.

Teor de proteínas, lipídios, fibras e vitamina C para a flor de brócolis,


submetida a diferentes métodos de cocção

Tipo de Fibras Vitamina C


Proteínas (%) Lipídios (%)
cozimento (%) (%)

Cru 5,11 0,32 4,63 24,33

Imersão 1,83 0,21 1,74 10,61

Vapor 2,07 0,22 2,75 11,81

Panela de
1,88 0,12 1,88 10,64
pressão

Micro-ondas 2,51 0,25 2,85 11,24

FONTE: PIGOLI, Daniela Regina. Alterações nutricionais em hortaliças


decorrentes de diferentes métodos de cozimento. 2012. 76 f. Dissertação
(Mestrado em Agronomia - Energia na Agricultura) - Faculdade de Ciências
Agronômicas da UNESP - Campus de Botucatu, Botucatu - SP. Disponível em:
www.pg.fca.unesp.br/Teses/PDFs/Arq0768.pdf. Acesso em: 19 fev. 2016.

a ) Em que nutrientes a flor de brócolis crua é rica? O que acontece com esses
nutrientes após o cozimento por imersão?

b ) Quais são as possíveis alterações resultantes da cocção de alimentos como


a flor de brócolis?

c ) Que tipo de cozimento foi o mais eficiente em relação à manutenção de


valores de proteínas? Justifique.

d ) É esperado que a atividade enzimática seja mais elevada na flor de brócolis


antes ou após a cocção? Por quê?

e ) Quais são as unidades formadoras das proteínas e qual é a sua importância


para o corpo humano?

78

16. A lisozima é uma enzima encontrada na clara do ovo, nas lágrimas e na


saliva, e que age como antibiótico natural. Ela é responsável por catalisar
reações químicas envolvendo os polissacarídeos da parede celular das
bactérias. A ligação da lisozima com a cadeia polissacarídica provoca a ruptura
da parede celular, causando a morte da bactéria.

Observe o esquema a seguir que representa a ação da lisozima na quebra da


cadeia de polissacarídeos da parede celular de uma bactéria.

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: ALBERTS, Bruce et al. Biologia
molecular da célula. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 164. CRÉDITO DAS
ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

As palavras que substituem as letras A, B, C, D, E e F do esquema acima,


respectivamente, são:

a ) enzima, substrato, complexo enzima-substrato, complexo enzima-produto,


produtos e enzima.

b ) complexo enzima-substrato, enzima, substrato, complexo enzima-produto,


enzima e produtos.
c ) substrato, enzima, complexo enzima-substrato, complexo enzima-produto,
produtos e enzima.

d ) complexo enzima-produto, produto, enzima, complexo enzima-substrato,


enzima e produtos.

e ) produtos, enzima, complexo enzima-produto, complexo enzima-substrato,


substratos e enzima.

17. A Maratona das Areias (Marathon des Sables) é um evento que ocorre
anualmente desde 1986. Sua criação foi motivada depois que Patrick Bauer
atravessou a pé e sozinho 350 km no Deserto do Saara, em 1984. Nessa
maratona, os atletas devem percorrer cerca de 250 km do deserto, onde as
condições ambientais são bastante adversas. Cada participante deve carregar
sua comida, saco de dormir e outros materiais necessários, bem como
administrar de 10 a 12 litros de água por dia.

LEGENDA: Competidores da Maratona das Areias, no Marrocos, em 2013.

CRÉDITO: Pierrre Verby/Getty Images

a ) Qual(is) é(são) o(s) principal(is) componente(s) inorgânico(s) celular(es) que


pode(m) ter sua quantidade modificada no corpo humano durante a realização
dessa maratona? Por quê?

b ) O consumo diário de água recomendado por pessoa em condições


ambientais não adversas é de dois litros. Por que os participantes dessa
maratona recebem maiores quantidades de água para beber?

c ) Qual é o principal problema de saúde relacionado à quantidade de água que


os atletas dessa prova estão propensos a desenvolver? Faça uma pesquisa
sobre os principais sintomas que são observados nas pessoas nessa situação.

d ) O que é esperado que ocorra com a temperatura corporal de uma pessoa


que apresenta o problema que você citou no item c e exposta a elevadas
temperaturas sem poder ingerir água? Por quê?

79

18. O gráfico abaixo apresenta as temperaturas corpóreas observadas em um


camelo hidratado e em um camelo com privação de água, em estado de
desidratação. Analise os dados desse gráfico e responda às questões que
seguem.

Temperatura corpórea de um camelo em relação à sua taxa de hidratação

FONTE: SCHMIDT-NIELSEN, Knut. Regulação da temperatura. In: SCHMIDT-


NIELSEN, Knut. Fisiologia animal: adaptações e meio ambiente. 5. ed. São
Paulo: Editora Santos, 2002. p. 273. CRÉDITO: José Vitor E. C.

a ) O que você pode concluir observando esse gráfico?

b ) Qual foi a maior variação diária de temperatura corpórea observada para o


animal hidratado? E para o animal desidratado?

c ) A quantidade de água no organismo e a variação da temperatura corpórea


são grandezas diretamente proporcionais ou inversamente proporcionais?
Justifique.

d ) Como o estado de hidratação do animal pode interferir em sua temperatura


corpórea?

19. (Enem)

Na década de 1940, na Região Centro-Oeste, produtores rurais, cujos bois,


porcos, aves e cabras estavam morrendo por uma peste desconhecida, fizeram
uma promessa, que consistiu em não comer carne e derivados até que a peste
fosse debelada. Assim, durante três meses, arroz, feijão, verduras e legumes
formaram o prato principal desses produtores.

O Hoje, 15 out. 2011. (Adaptado).

Glossário:

Debelar: vencer, derrotar.

Fim do glossário.

Para suprir o déficit nutricional a que se submeteram durante o período da


promessa, foi importante eles terem consumido alimentos ricos em:

a ) vitaminas A e E.

b ) frutose e sacarose.

c ) aminoácidos naturais.
d ) aminoácidos essenciais.

e ) ácidos graxos saturados.

Refletindo sobre o capítulo

A. Retome a questão a da página 58. Você modificaria sua resposta? Por quê?

B. Retome o conteúdo das páginas 59 e 60 . Com que frequência você bebe


água? Você acredita que deveria reavaliar seus hábitos, baseando-se na
quantidade de água que elimina pela respiração, urina e transpiração?

C. Elabore um diário sobre sua alimentação durante três dias, relatando os


alimentos e/ou seus ingredientes predominantes em cada alimento. Verifique
se em todas as refeições você tem ingerido sais minerais (página 62) e
vitaminas (página 72).

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

80

Trocando ideias

Pirâmide alimentar

Você já deve ter ouvido falar que uma dieta saudável é fundamental para a
saúde. Mas o que seria uma dieta saudável?

Existem vários tipos de dietas e muitas delas podem ser consideradas


saudáveis. A saúde está diretamente relacionada aos nutrientes que ingerimos.
Se ingerimos nutrientes nas quantidades adequadas, podemos nos manter
saudáveis e até mesmo prevenir algumas doenças. Se ingerirmos quantidades
inadequadas, com o tempo, poderemos desenvolver problemas de saúde.

Com o objetivo de orientar as pessoas para uma dieta mais saudável,


especialistas em nutrição e alimentação humana elaboraram uma pirâmide
alimentar. Ela funciona como um guia alimentar que indica como deve ser uma
alimentação saudável diária. Nessa pirâmide alimentar, os nutrientes são
classificados em diferentes grupos e mostram as quantidades adequadas de
cada um deles. Quanto mais próximo da base, maior deve ser a ingestão dos
alimentos; quanto mais próximo ao ápice, menor deve ser sua ingestão.
Veja, a seguir, um modelo elaborado pela Sociedade Brasileira de Pediatria e,
na página seguinte, qual é a quantidade indicada de cada grupo de alimentos.

FONTE: www.sbp. com.br/pdfs/14297e1-cartaz_Piramide. pdf. Acesso em: 3


abr. 2016. CRÉDITO: Flavio Pereira

81

Além de uma alimentação adequada, para que as pessoas mantenham a


saúde, é importante praticar atividades físicas com frequência, controlar a
massa corporal, utilizar o sal de cozinha com moderação e ingerir cerca de dois
litros de água diariamente.

Nível 1

Cereais, pães, tubérculos e raízes (5 a 9 porções diárias)

1 porção equivale a:

· 2 colheres de sopa de aipim, macaxeira ou mandioca cozida;

· 2 colheres de sopa de arroz branco cozido;

· 2 colheres de aveia em flocos;

· 1 batata-inglesa cozida ou meio pão francês;

· 3 biscoitos tipo leite ou 4 do tipo maisena.

Nível 2

Verduras e hortaliças (4 a 5 porções diárias)

1 porção equivale a:

· 1 colher (sopa) de cenoura crua, chuchu cozido, ervilha ou couve-manteiga


cozida;

· 2 colheres (sopa) de abobrinha ou brócolis cozido;

· 2 fatias de beterraba cozida;

· 4 fatias de cenoura cozida;

· folhas de alface.

Frutas (4 a 5 porções diárias)

1 porção equivale a:
· meia banana-nanica ou meio caqui;

· 1 caju, carambola, laranja-pera, kiwi, pêssego ou nectarina;

· 2 ameixas;

· 4 gomos de laranja-bahia ou 6 gomos de mexerica ou tangerina;

· morangos.

Nível 3

Leites, queijos e iogurtes (3 porções diárias)

1 porção equivale a:

· 1 xícara (chá) de leite;

· 1 pote de iogurte com frutas;

· 2 colheres (sopa) de leite em pó;

· 3 fatias de muçarela ou 2 fatias de queijo minas;

· 3 colheres (sopa) de queijo parmesão.

Carnes e ovos (1 a 2 porções diárias)

1 porção equivale a:

· meio bife bovino grelhado, filé de frango grelhado; sobrecoxa de frango cozida
ou hambúrguer;

· meio omelete simples ou 1 ovo frito;

· 1 ovo cozido ou 1 espetinho de carne;

· 2 corações de frango;

· meia fatia de carne bovina cozida ou assada;

· 2 colheres (sopa) rasas de carne bovina moída refogada.

Leguminosas (1 porção diária)

1 porção equivale a:

· 1 colher (sopa) de feijão, ervilha ou grão de bico cozido;

· meia colher (sopa) de feijão branco, lentilha ou soja cozida.


Nível 4

Açúcares e doces (1 a 2 porções diárias)

1 porção equivale a:

· 1 colher (sopa) de açúcar refinado ou 3 colheres (chá) de açúcar cristal;

· 1 colher (sopa) de doce de leite cremoso ou açúcar mascavo;

· 2 colheres (sobremesa) de geleia.

Óleos e gorduras (1 a 2 porções diárias)

1 porção equivale a:

· 1 colher (sobremesa) de azeite de oliva, óleo de soja, canola, milho ou


girassol;

· 1 colher (sobremesa) de manteiga ou margarina.

a ) Durante três dias, anote todos os alimentos que você ingere, comparando
com a pirâmide alimentar da página ao lado. Verifique se você ingere as
quantidades recomendadas de cada grupo alimentar.

b ) Segundo alguns estudos sobre alimentação e dados do IBGE, a ingestão de


alimentos industrializados tem aumentado na população brasileira, enquanto o
consumo de alimentos in natura reduziu. Em 1975, o brasileiro consumia
anualmente cerca de 35,6 kg de arroz, 14,69 kg de feijão e 1,71 kg de
alimentos preparados ao ano; em 2009, o consumo de arroz foi de 12,55 kg, de
feijão 7,44 kg e de alimentos preparados, 3,51 kg por ano. Converse com seus
colegas sobre os motivos que ocasionaram essas mudanças nos hábitos
alimentares da população brasileira e o que isso pode acarretar no futuro.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fi mda observação.

82

LEGENDA: Hemácia normal (à esquerda) comparada a uma hemácia que


sofreu perda de água (à direita). As hemácias, ou glóbulos vermelhos, são
responsáveis por transportar gás oxigênio para os tecidos do corpo humano e
gás carbônico dos tecidos para os pulmões (aumento aproximado de 10.000
vezes).
CRÉDITO: Steve Gschmeissner/SPL/lLatinstock

Capítulo 5 - Estrutura da célula: membrana plasmática

Bolsa da NASA transforma até urina em bebida energética

[...] Na última viagem da nave Atlantis, [...] os astronautas devem testar um


novo equipamento com a função de modificar qualquer tipo de líquido e
transformá-los em algo próprio para consumo.

A Forward Osmosis Bag (FOB) é uma bolsa que armazena líquido em seu
interior e, através de osmose, separa os resíduos e substâncias impróprias de
uma solução com água, adicionando nesta uma concentração com açúcares.

O funcionamento é simples: o astronauta preenche a bolsa com um líquido que


contenha alta composição de água (como urina, por exemplo). Cerca de cinco
horas depois, a pressão osmótica fará com que as moléculas de água passem
por uma membrana semipermeável contida no FOB, que realiza a filtragem e
separa a parte "boa" de sais, bactérias e qualquer outro componente que possa
ser danoso, caso consumido.

Do outro lado está a solução de açúcar que, além de acelerar a osmose, deixa
o líquido com um gosto melhor e proporciona energia. [...]

KLEINA, Nilton. Bolsa da NASA transforma até urina em bebida energética.


Tecmundo, 7 jul. 2011. Disponível em: www.tecmundo.com.br/nasa/11353-
bolsa-da-nasa-transforma-ate-urina-em-bebida-energetica.htm. Acesso em: 15
fev. 2016.

A. Você conhece o significado dos termos em destaque no texto? Converse


com seus colegas sobre eles.

Resposta pessoal.

B. Qual é a relação entre a imagem e as palavras em destaque no trecho da


notícia?

Resposta: A imagem mostra o efeito da osmose em uma célula, processo que


só ocorre por meio de uma membrana semipermeável, como a membrana
plasmática da célula.

83
Estrutura da membrana plasmática

A membrana plasmática, também considerada uma membrana biológica, é


responsável por separar o meio celular interno do externo. Ela pode variar
aproximadamente entre 60 e 100 Å (ångström) de espessura, dependendo do
tipo de célula, e seus detalhes só podem ser observados por meio de
microscópios eletrônicos. Durante a segunda metade do século XIX, a
membrana plasmática foi objeto de estudo de diversos cientistas. Em 1877, o
botânico alemão Wilhelm Pfeffer (1845-1920) descreveu a capacidade da
membrana plasmática de separar ambientes aquosos de composições
químicas diferentes. Em 1895, o fisiologista britânico Charles Ernest Overton
(1865-1933) identificou que a membrana plasmática possuía propriedades
semelhantes ao óleo, constatando sua maior permeabilidade a certas
moléculas hidrofóbicas.

Em 1972, o citologista estadunidense S. Jonathan Singer (1924-) e o


bioquímico de mesma nacionalidade Garth Nicolson (1943-), baseando-se nas
constatações das pesquisas anteriores e em outras características,
propuseram um modelo para a membrana plasmática chamado mosaico fluido.
De acordo com esse modelo, a membrana plasmática é formada por duas
camadas de lipídios, nas quais estão mergulhadas proteínas; tais
componentes, por sua vez, estão em constante movimento. Veja abaixo um
esquema que ilustra o mosaico fluido.

Os lipídios e a maioria das proteínas presentes na membrana plasmática se


deslocam, mas não perdem o contato entre si. Isso permite a fluidez da
membrana, tornando-a elástica e resistente.

1. Quais são as principais funções da membrana plasmática?

Resposta: Os alunos poderão responder que a membrana separa o meio


intracelular do meio extracelular, entre outras respostas. Se necessário, diga
que a membrana plasmática exerce diferentes funções. Entre elas, o controle
do transporte de substâncias para o interior e o exterior da célula, a sinalização
química (propriedade que permite o reconhecimento de outras células e
moléculas) e a estruturação de tecidos por meio da adesão celular.

Boxe complementar:
As células eucarióticas possuem outras membranas biológicas com estrutura
similar à membrana plasmática, as quais delimitam organelas, tais como a
mitocôndria, o retículo endoplasmático, o complexo golgiense, o cloroplasto,
entre outras.

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Modelo do mosaico fluido

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology.


8. ed. San Francisco: Pearson, 2008. p. 128.

Os lipídios de cada camada da membrana plasmática estão arranjados de


maneira que sua porção hidrofílica está voltada para o meio extracelular e a
porção hidrofóbica mantém contato com o meio intracelular.

As proteínas da membrana podem se associar à bicamada lipídica de


diferentes maneiras. As proteínas transmembranas atravessam ambos os
lados da bicamada lipídica, enquanto as proteínas periféricas estão em contato
com uma das superfícies (interna ou externa) da membrana, mas não a
atravessam.

As moléculas de carboidratos também estão presentes sobre a superfície das


membranas. Se elas estiverem ligadas a lipídios, recebem o nome de
glicolipídios; se ligadas a proteínas são chamadas de glicoproteínas.

Diversos tipos de lipídios podem estar presentes nas membranas, sendo os


fosfolipídios os mais comuns. Esses lipídios são formados por um grupamento
polar (com propriedades hidrofílicas) e duas caudas apolares (com
propriedades hidrofóbicas).

LEGENDA: Representação de um fosfolipídio.

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: ALBERTS, B. et al. Biologia


molecular da célula. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 619. CRÉDITO DAS
ILUSTRAÇÕES: A7 Estudio

Fim do complemento.

84
Propriedades da membrana plasmática

A membrana plasmática exerce diferentes funções. Entre elas, podemos citar o


controle do transporte de substâncias para o interior e o exterior da célula, a
sinalização química (propriedade que permite o reconhecimento de outras
células e moléculas) e a estruturação de tecidos por meio da adesão celular.

A permeabilidade seletiva é a propriedade que a membrana plasmática possui


de permitir ou impedir a entrada ou saída de determinadas substâncias da
célula. Por esse motivo, a membrana plasmática é considerada uma membrana
semipermeável.

As substâncias podem entrar e sair da célula por dois modos: via transporte
ativo ou transporte passivo. Ambos diferem quanto ao gasto energético
envolvido durante o processo. O transporte passivo pode ocorrer de maneiras
diferentes: por meio da difusão simples , da difusão facilitada e da osmose. Já
o transporte ativo inclui os processos de endocitose e exocitose, além da
bomba de sódio-potássio.

Difusão simples

A difusão simples é um transporte passivo, ou seja, ocorre sem o gasto de


energia e envolve a água e pequenas moléculas como o gás oxigênio e o gás
carbônico. Esse processo ocorre quando moléculas de um soluto (líquido ou
gás) se movimentam de um local de maior concentração do soluto para um de
menor concentração por meio de uma membrana semipermeável. Essa
movimentação se dá a favor do gradiente de concentração. Esse movimento
através da membrana permite que o soluto se distribua igualmente no meio
interno e externo à célula.

Boxe complementar:

Difusão simples das moléculas de um corante em solução aquosa

O movimento aleatório de determinadas moléculas permite sua distribuição por


toda a solução, ocupando todo o volume de maneira igual.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: CAMPBELL, Neil. A. et al.


Biology. 8. ed. San Francisco: Pearson, 2008. p.132. CRÉDITO: Somma Studio

Fim do complemento.
O gás oxigênio (O2), por exemplo, atravessa a membrana por difusão simples.
Como sua concentração é maior fora da célula, o movimento aleatório de suas
moléculas faz com que elas atravessem a bicamada lipídica e entrem na célula.
No caso do gás carbônico (CO2), cuja concentração é maior dentro da célula,
tende a sair dela pela difusão através da membrana.

2. Por que a concentração de gás oxigênio é maior fora da célula, e a de gás


carbônico é maior em seu interior?

Resposta: Porque, durante o processo da respiração, o gás oxigênio é


consumido no interior da célula, enquanto o gás carbônico é produzido.

85

Osmose

A osmose é um tipo de transporte passivo no qual as moléculas de água


atravessam uma membrana semipermeável de um local com menor
concentração de soluto para outro local com maior concentração. A
movimentação do solvente (a água) ocorre sem gasto de energia a partir da
diferença na concentração de solutos. Existem três tipos de solução a serem
considerados no estudo da osmose. Observe suas definições considerando a
comparação entre duas soluções A e B, nos exemplos a seguir.

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.;
EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara.
CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES:
Somma Studio

Quando a solução A possui concentração de soluto igual à da solução B,


dizemos que ela é
uma solução isotônica em relação à solução B.

Quando a solução A é menos concentrada (menos soluto) do que a solução B,


dizemos que ela é uma solução hipotônica em relação à solução B.

Quando a solução A é mais concentrada (mais soluto) do que a solução B,


dizemos que ela é uma solução hipertônica em relação à solução B.

Boxe complementar:
De maneira geral, a concentração de uma solução é definida pela quantidade
de soluto dissolvido em determinada quantidade de solvente.

Fim do complemento.

Agora, observe a descrição de uma atividade prática.*

Um professor preparou uma solução de água (solvente) e sacarose (soluto).


Essa solução, nomeada de I, foi colocada no interior de um tubo de vidro, o
qual tinha uma de suas aberturas vedadas com papel-celofane, material que
possui características de uma membrana semipermeável. Dessa maneira
somente a água conseguia atravessar o celofane. Em seguida, o tubo contendo
a solução I foi colocado no interior de um recipiente de vidro que continha uma
solução II, contendo água pura.

3. Considere que uma célula possua uma concentração de soluto menor do


que a solução I. Se esta célula fosse colocada no interior desta solução, o que
iria ocorrer com ela?

Resposta: A célula perderia água para a solução I, ou seja, ela iria encolher.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

*Se possível, realize essa atividade com os alunos. Para isso, providencie
antecipadamente os materiais que serão necessários. Veja, nas Orientações
para o professor, mais informações sobre a realização dessa atividade.

86

Osmose nas células

O efeito da osmose varia conforme a célula e o meio na qual ela está inserida.
O esquema a seguir apresenta o que ocorre com uma célula animal e uma
célula vegetal quando são colocadas em soluções aquosas contendo diferentes
concentrações de soluto.

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: CAMPBELL, Neil. A et al.


Biology. 8. ed. San Francisco: Pearson, 2008. p. 133. CRÉDITO DAS
ILUSTRAÇÕES: Somma Studio.

Célula vegetal*

Acesse o site a seguir e veja mais informações sobre a osmose.


· http://tub.im/ ypg276. Acesso em: 15 fev. 2016.

Biologia e Saúde

Sede

A perda de água do interior das células normalmente ocorre em situações em


que o corpo está desidratado, ou seja, perde água em uma taxa maior do que
sua reposição. Esta desidratação celular excita rapidamente o centro da sede
presente no cérebro.

A causa mais comum desse fato é o aumento da concentração de sódio no


líquido extracelular, o que leva à perda de água por osmose das células
neuronais do centro da sede.

A sede é uma resposta do corpo à falta de água que, se não reposta, pode
causar diversos problemas e, dependendo do grau de desidratação, levar a
pessoa à morte. Por isso, é importante se manter hidratado.

*Se achar interessante, informe aos alunos que as bactérias, os fungos e


alguns protozoários também possuem parede celular, por isso suas células,
quando colocadas em soluções hipertônicas ou hipotônicas, se comportam de
maneira semelhante às células vegetais.

87

Oficina de Biologia

Com base em alguns conceitos trabalhados neste capítulo, reflita sobre as


questões a seguir.

· A membrana plasmática das células vegetais é semipermeável?

· O que acontece com a célula quando colocada em um meio hipertônico?

Para investigar e solucionar as questões propostas, realize a atividade a seguir.

Materiais

· 2 copos (300 mL) descartáveis transparentes

· 4 pedaços de chuchu com espessura menor que 1 cm cada

· sal de cozinha

· água
· 1 colher de sopa

· caneta

· fita adesiva

Mãos à obra

A. Com a fita crepe e a caneta, etiquete os copos com as letras A e B.

B. Coloque 200 mL de água em cada um dos copos.

C. No copo B adicione duas colheres de sal e misture.

D. Coloque dois pedaços de chuchu no copo A e dois no copo B.

E. Aguarde duas horas e retire-as. Por fim, observe.

CRÉDITO: Somma Studio

Para pensar

1. Em qual dos copos o meio era hipertônico em relação aos pedaços de


chuchu? Explique.

2. Em qual copo foi visível o resultado da osmose nos pedaços de chuchu?

3. O que aconteceu com o chuchu no copo B? Como é o nome desse


processo?

4. O que aconteceria com os pedaços de chuchu caso fossem colocados em


um copo com água destilada, ou seja, uma solução sem sais dissolvidos?

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

88

Difusão facilitada

Algumas moléculas somente entram ou saem das células com o auxílio de


proteínas carreadoras . Essas proteínas estão presentes na membrana
plasmática e aumentam a velocidade de movimentação de determinadas
moléculas entre o interior e o exterior da célula. Esse transporte ocorre a favor
do gradiente de concentração e sem gasto de energia e é chamado de difusão
facilitada.
Esse tipo de transporte passivo pode acontecer de diferentes maneiras e
depende do tipo de moléculas a ser transportada. Um exemplo de difusão
facilitada ocorre no transporte da glicose (C 6H12O6). Veja abaixo as etapas
desse processo.

Boxe complementar:

Difusão facilitada da glicose

A concentração de glicose é maior no meio extracelular em virtude de sua


rápida utilização pela célula, por isso, a tendência é que ela entre na célula. Por
ser uma molécula polar, a glicose não pode atravessar a membrana plasmática
e precisa ser transportada por proteínas carreadoras.

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: PURVES, W. K. et al. Vida: a


ciência da Biologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 88, 90.

1. A proteína carreadora possui um sítio de ligação específico para a glicose.

2. A molécula de glicose se liga ao sítio da proteína carreadora.

3. Essa ligação permite que a proteína altere sua forma e libere a glicose para
o interior da célula.

Fim do complemento.

Outro exemplo de difusão facilitada ocorre com íons. Sua entrada ou saída da
célula é realizada por meio de canais iônicos , que também são formados por
proteínas.

Transporte ativo: bomba de sódio-potássio

Em algumas situações, determinadas moléculas ou íons atravessam a


membrana plasmática saindo de um local de menor concentração para outro
de maior concentração. Esse processo ocorre ativamente, ou seja, com o gasto
de energia. A bomba de sódio-potássio é um exemplo de transporte ativo.

Boxe complementar:

Bomba de sódio-potássio

Em células como os neurônios, a concentração de íons sódio (Na +) é maior fora


da célula, enquanto a de íons potássio (K +) é maior em seu interior. Apesar
disso, os íons de sódio são bombeados para o exterior da célula, enquanto os
íons potássio são enviados para o interior celular, por meio de determinadas
proteínas da membrana plasmática que utilizam energia para realizar esse
processo.

CRÉDITO: Ilustrações: A7 Estudio

1. Íons de sódio (Na+) se unem à proteína para que sejam transportados.

2. A proteína utiliza a energia para alterar sua configuração.

3. Os íons sódio são liberados para fora da célula. Simultaneamente, os íons


potássio se ligam à proteína.

Com isso, os íons de sódio conseguem se ligar a ela e atravessá-la.

4. Os íons potássio atravessam a proteína e são liberados para o interior


celular.

Fim do complemento.

89

Transporte por meio de vesículas

Algumas partículas e determinadas macromoléculas, como proteínas e


polissacarídeos, são muito grandes para atravessar a membrana plasmática.
Por isso, seu transporte é realizado por meio de vesículas.

O transporte de substâncias por vesículas, do exterior para o interior das


células, recebe o nome de endocitose. Nele, porções da membrana plasmática
se modificam para formar as vesículas, englobando substâncias presentes no
meio extracelular e transportando-as para o interior da célula.

Quando essas vesículas se formam no interior das células e se fundem com a


membrana liberando seu conteúdo para o meio extracelular, ocorre um tipo de
transporte chamado exocitose. Veja abaixo a representação da exocitose e da
endocitose em uma célula eucariótica.

FONTE: Ilustração produzida com base em: PURVES, W. K. et al. Vida: a


ciência da Biologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 91. CRÉDITO:
Somma Studio
Na endocitose, parte da membrana celular envolve substâncias a serem
englobadas formando uma vesícula, que irá se direcionar para o interior da
célula.

Na exocitose, uma vesícula se forma ao redor das substâncias a serem


eliminadas. Assim, ela é direcionada para a membrana plasmática com a qual
se funde e libera seu conteúdo para fora da célula.

Fagocitose e pinocitose

A endocitose ocorre de diferentes maneiras. Quando moléculas grandes ou


células inteiras são ingeridas pela célula, a endocitose recebe o nome de
fagocitose. Exemplos disso são observados em células de defesa do corpo
humano ou em alguns protozoários que se alimentam de organismos
unicelulares.

Quando a célula engloba moléculas menores, já diluídas no líquido


extracelular, a endocitose é denominada pinocitose.

LEGENDA: Macrófago englobando várias bactérias Escherichia coli por


fagocitose (aumento aproximado de 1 750 vezes).

CRÉDITO: Eye of Science/SPL/Latinstock

Os macrófagos são células que fazem parte das defesas do corpo humano.
Assim, quando uma bactéria ou outro corpo estranho entra no organismo, os
macrófagos os reconhecem por meio de receptores químicos presentes nas
membranas plasmáticas desses microrganismos e, por fim, realizam sua
fagocitose.

90

Junções intercelulares

Em animais e vegetais, as células formam tecidos, órgãos e sistemas. Para


que as células permaneçam unidas e possam formar barreiras, interagir e se
comunicar, algumas estruturas realizam esse contato físico. Veja como isso
ocorre observando o esquema abaixo.

Junções intercelulares
FONTE: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology. 8.
ed. San Francisco: Pearson, 2008. p. 121. CRÉDITO: A7 Estudio

LEGENDA: Junções ocludentes (aumento aproximado de 81.000 vezes).

CRÉDITO:David M. Phillips/Science Source/Latinstock

LEGENDA: Desmossomos (aumento aproximado de 95.000 vezes).

CRÉDITO: David M. Phillips/Science Source/Latinstock

LEGENDA: Junções comunicantes (aumento aproximado de 96 000 vezes).

CRÉDITO: David M. Phillips/Science Source/Latinstock

Plasmodesmos

Em células vegetais, as junções comunicantes são chamadas de


plasmodesmos. Eles formam canais que atravessam a parede celular e a
membrana plasmática, mantendo a comunicação entre o ambiente intracelular
de células vizinhas, o que permite a troca de substâncias entre elas.

LEGENDA: Plasmodesmos entre células vegetais (aumento aproximado de 28


000 vezes).

CRÉDITO: Biophoto Associates/Science Source/Latinstock

91

Estruturas externas à membrana plasmática

As células podem apresentar estruturas externas à membrana plasmática, que


variam em sua função e composição. Elas são sintetizadas pelas células e
desempenham papéis que variam conforme o tipo celular. Entre essas
estruturas, podemos citar a parede celular e o glicocálice.

Parede celular

As células de bactérias, fungos e vegetais possuem parede celular, cuja função


é conferir proteção, suporte e adesão às células. No entanto, a parede celular
desses seres vivos difere entre si, principalmente em relação à sua composição
química. Agora, vamos estudar algumas características da parede celular de
células vegetais e de bactérias.

Parede celular vegetal


A parede celular vegetal é formada por celulose, moléculas de polissacarídeos
e proteínas. A celulose é composta de monômeros de glicose, que formam
cadeias longas e finas chamadas microfibrilas. Essas cadeias são entrelaçadas
formando camadas, arranjo que confere alta resistência. Entre as camadas de
microfibrilas, existem diversas moléculas com funções diferentes. Algumas
delas, como a lignina, conferem maior resistência e rigidez à parede celular.

As principais funções da parede celular vegetal são fornecer suporte, limitar o


volume celular e atuar como barreira contra microrganismos que possam
causar prejuízos à planta.

LEGENDA: Parede celular de Taxus canadensis (aumento aproximado de


22.000 vezes).

CRÉDITO: Somma Studio

Parede celular bacteriana

A parede celular das bactérias é bioquimicamente distinta daquela encontrada


nos vegetais. Ela é formada basicamente por polímeros complexos conhecidos
como peptidioglicanos, que aumentam a rigidez da célula e impedem que a
membrana plasmática sofra lise (quebra) com a entrada ou saída de água.
Além disso, protege a célula contra alguns agentes químicos e físicos externos.

Glicocálice

O glicocálice é uma camada de carboidratos, glicoproteínas e polissacarídeos


chamados proteoglicanos , produzida por algumas células de animais e de
bactérias e depositada sobre a membrana plasmática. O glicocálice confere
proteção à célula contra danos químicos ou mecânicos e auxilia células
bacterianas a se fixarem em células hospedeiras.

LEGENDA: Bactéria do gênero Streptococcus (aumento aproximado de


170.000 vezes).

CRÉDITO: Dr Immo Rantala/SPL/Latinstock

92

Atividades

Responda as atividades no caderno.


1. Qual é a importância da membrana plasmática para as células?

2. Qual é a composição química da membrana plasmática?

3. Explique o modelo do mosaico fluido.

4. Descreva o que é permeabilidade seletiva.

5. Qual é a principal diferença entre transporte ativo e transporte passivo? Cite


um exemplo de cada um desses processos.

6. Por que na osmose as células tornam-se túrgidas ou flácidas se colocadas


em um meio hipotônico ou hipertônico respectivamente, e na difusão isso não
ocorre?

7. As moléculas como a glicose não conseguem atravessar livremente a


membrana plasmática. Explique por que isso ocorre e qual é o mecanismo
utilizado pela célula para que essas moléculas entrem.

8. Descreva a endocitose e a exocitose.

9. Plantas e bactérias possuem parede celular, estrutura externa à membrana


plasmática. Qual é a importância dessa estrutura nas células desses
organismos?

10. O que é glicocálice e qual sua importância para a célula?

11. Em uma prova de Biologia, a professora elaborou a seguinte questão:


"Diferencie a célula animal da célula vegetal com relação à presença de parede
celular". Uma aluna respondeu que a célula animal tem membrana plasmática
e a célula vegetal tem parede celular. A afirmação da aluna está correta?
Justifique.

12. Um professor realizou um experimento para demonstrar a osmose em uma


célula animal. Observe abaixo o procedimento adotado por ele.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

a ) Qual a finalidade de manter os ovos imersos na solução de vinagre por 24


horas?
b ) Por que o ovo imerso em água aumentou de tamanho e o outro diminuiu?

93

13. A bomba de sódio e potássio é uma proteína transmembrana vital à célula.


Por meio do transporte ativo, ela evita o aumento acentuado na concentração
de sódio no interior da célula. No caderno, elabore um esquema mostrando o
funcionamento da bomba de sódio e potássio.

14. Leia o trecho da reportagem a seguir e responda às questões.

Um grupo de cientistas de vários países descobriu de que maneira a insulina


interage com as células, abrindo um importante precedente para a criação de
medicamentos e tratamentos mais eficazes e menos dolorosos contra o
diabetes.

[...] O artigo [onde foi divulgada essa informação] descreve como a insulina
muda de formato para se encaixar em seu receptor. [...]

[...]

As células do corpo humano absorvem o açúcar a partir dos alimentos


ingeridos para gerar energia. No entanto, a glicose não pode penetrar a
membrana celular sem a ajuda da insulina, um hormônio produzido por células
endócrinas no pâncreas. Para absorver o açúcar, a maioria das células tem
"receptores" de insulina que se ligam ao hormônio assim que ele entra na
corrente sanguínea.

[...]

Os portadores de diabetes têm altas taxas de açúcar no sangue por conta da


produção inadequada de insulina. A doença pode causar sérias complicações,
que vão de males cardíacos, derrame e pressão alta, à cegueira e problemas
renais.

[...]

CIENTISTAS descobrem como insulina interage com as células. G1, São


Paulo, 9 jan. 2013. Ciência e Saúde. Disponível em:
http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2013/01/cientistas-descobrem-
como-insulina-interage-com-celulas.html. Acesso em: 15 fev. 2016.
a ) Explique com suas palavras a importância da descoberta citada no texto.

b ) Sabendo que a insulina ativa algumas proteínas responsáveis pela entrada


da glicose nas células, explique como ocorre o transporte da glicose para o
interior da célula.

c ) Segundo o texto, em que local da célula as moléculas da insulina se ligam?

15. Os antibióticos são agentes químicos seletivos, capazes de interagir, por


exemplo, com determinadas estruturas das células bacterianas e alterar sua
função ou destruí-la. Antibióticos conhecidos como betalactâmicos (penicilina,
amoxicilina, ampicilina, vancomicina, entre outros) agem inibindo a síntese de
peptidioglicanos da parede celular. Explique o que acontece com as bactérias
submetidas à ação desses antibióticos.

16. Observe o esquema abaixo.

FONTE: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology. 8.


ed. San Francisco: Pearson, 2008. p. 128. CRÉDITO: A7 Estudio

a ) No caderno, escreva o nome das partes indicadas.

b ) Descreva a importância de cada um desses componentes.

94

17. A insuficiência renal ocorre quando os rins não realizam adequadamente a


filtragem do sangue e, desse modo, prejudicam a eliminação de impurezas por
meio da urina. Nesse caso, o portador deve submeter-se à hemodiálise.
Observe esta técnica no esquema a seguir.

No braço do paciente é realizado um procedimento cirúrgico para unir uma


artéria e uma veia 1 , aumentando o fluxo sanguíneo. Neste local, um tubo é
inserido para receber o sangue do paciente, que é levado para um filtro 2. Este
filtro possui uma membrana semipermeável 3 , que permite a passagem das
impurezas do sangue, mas não permite a passagem das células e outros
elementos que formam o sangue. O filtro é banhado por uma solução de água
ultrapurificada pelo processo de osmose reversa. Essa água atravessa a
solução de água ultrapurificada pelo processo de osmose reversa*. Essa água
atravessa a membrana e arrasta consigo as impurezas do sangue 4.
As impurezas são descartadas 5 e o sangue purificado é devolvido ao corpo do
paciente 6 .

LEGENDA: Representação do processo de hemodiálise.

FONTE: Ilustração produzida com base em: Sociedade Brasileira de


Nefrologia. Disponível em: http://sbn.org.br/publico/tratatamentos/
hemodialise/?publico. Acesso em: 3 maio 2016. CRÉDITO: Somma Studio

a) De acordo com o enunciado e o esquema acima, qual é a importância da


osmose reversa no tratamento da insuficiência renal?

b) A função que a membrana semipermeável realiza na hemodiálise tem o


mesmo princípio da membrana plasmática nas células? Explique.

18. (UFPR) Um dos processos bioquímicos mais básicos para o surgimento e


organização da vida foi a separação entre o meio intracelular e o extracelular. A
estrutura celular responsável por esse processo é conhecida como membrana
celular (ou membrana plasmática). Sobre essa membrana, considere as
seguintes afirmativas:

1. A membrana celular é composta por uma bicamada de lipídeos e por


proteínas incrustadas nessa bicamada. Moléculas de carboidratos com função
de sinalização podem estar ligadas aos lipídeos ou proteínas.

2. Juntamente com a separação do meio intra e extracelular, ocorreu o


processo de compartimentalização celular, que é responsável pela estruturação
das organelas. Dessa maneira, é correto afirmar que apenas organismos
eucariontes apresentam membrana celular.

3. As membranas celulares apresentam permeabilidade seletiva, que é a


capacidade de permitir que algumas moléculas possam atravessá-las
passivamente, enquanto outras têm a sua passagem dificultada, impedida ou
regulada.

4. Ao invés de membrana celular, bactérias e vegetais apresentam a parede


celular como envoltório celular externo.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.


b) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.

c ) Somente as afirmativas 1 , 3 e 4 são verdadeiras.

d) Somente as afirmativas 1 , 2 e 3 são verdadeiras. e) As afirmativas 1 , 2, 3 e


4 são verdadeiras.

*A osmose reversa será abordada na seção Trocando ideias no final deste


capítulo. Se considerar interessante, explore a seção em conjunto com esta
atividade.

95

19. (Ufla) Um neurônio, após a propagação do impulso nervoso, necessita


restabelecer a polaridade da membrana (repolarização) e manter a
concentração de íons sódio mais elevada, fora da célula, e a concentração de
potássio mais elevada, dentro da célula. Para isso, a membrana plasmática
utilizará o processo de:

a ) Osmose

b ) Difusão simples

c ) Transporte ativo

d ) Difusão facilitada

20. (Udesc) Assinale a alternativa correta quanto aos mecanismos de


transporte de substâncias pela membrana da célula.

a ) A difusão facilitada é a passagem de substâncias não lipossolúveis pela


membrana da célula com auxílio de proteínas.

b ) Moléculas muito pequenas e apolares (gás carbônico e oxigênio) não


passam através da membrana plasmática.

c ) O movimento de substâncias no transporte ativo ocorre de onde estão mais


concentradas de soluto para onde estão menos concentradas e é realizado
com gasto de energia.

d ) Na osmose ocorre a passagem de solvente da solução mais concentrada


para a menos concentrada de soluto.
e ) A glicose é uma molécula grande e polar que atravessa diretamente a
membrana plasmática, ou seja, por difusão simples.

21. (UFPB) Anualmente, em todo o mundo, grandes áreas de plantio são


perdidas devido à salinização do solo, o que impossibilita a sobrevivência de
vegetais. Grande parte desse problema ocorre devido à entrada excessiva do
íon sódio nas células, levando à morte celular, pela sua alta toxicidade.
Diversos estudos buscam solucionar esse problema utilizando diferentes
estratégias.

Uma estratégia que pode ser utilizada para minimizar a alta toxicidade dos íons
sódio na célula vegetal, sem prejudicar o seu funcionamento, é:

a ) Aumentar o número de proteínas do tipo bombas de efluxo de íons sódio.

b ) Aumentar a rigidez da membrana plasmática.

c ) Aumentar a disponibilidade de água para a célula vegetal.

d ) Impedir a expressão gênica de todas as permeases da célula, visto que


essas proteínas realizam a difusão facilitada.

e ) Impedir a osmose, fazendo com que a célula não perca água para o meio
externo.

22. (UFV) A explicação correta sobre o fato da composição química do meio


intracelular ser muito diferente daquela referente ao meio extracelular é a
presença de:

a ) uma membrana celular altamente impermeável que controla a entrada e


saída de solutos da célula.

b ) uma membrana plasmática com transportadores e canais proteicos que


regulam as trocas entre os meios.

c ) uma membrana plasmática com organização molecular que impede troca de


substâncias entre os meios.

d ) uma membrana celular com composição predominantemente lipídica o que


a torna permeável aos solutos.

Refletindo sobre o capítulo


A. Observe novamente a fotografia da página 82. Explique o que pode ter
ocorrido para que a célula (à direita da fotografia) apresentasse aquele
resultado.

B. Na atividade da página 85, considere que fosse apresentada uma terceira


situação, na qual a solução do recipiente de vidro tivesse a mesma
concentração de solutos que a solução do tubo. O que aconteceria nesse
caso? Por quê?

C. Retome o conteúdo estudado na página 91 sobre parede celular vegetal.


Explique por que a célula vegetal apresentada na página 86 não estoura como
ocorre com a célula animal?

Veja as respostas das questões desta seção nas Orientações para o professor.
Fim da observação.

96

Trocando ideias

Osmose reversa e crise hídrica

Atenção professor: Se achar necessário, relembre com os alunos o conceito de


gradiente de concentração e como ele interfere no movimento do solvente por
meio de uma membrana semipermeável. Fim da observação.

No final da década de 1950, o químico estadunidense Sidney Loeb (1917-


2008), com a colaboração de outros cientistas, desenvolveu um método de
filtração que se baseia no uso de uma membrana sintética semelhante à
membrana plasmática. Esse método ficou conhecido como osmose reversa (ou
invertida). Nesse processo, ao contrário do que ocorre na osmose celular, o
solvente passa do meio mais concentrado para o menos concentrado, ou seja,
a água se move em sentido contrário.

LEGENDA: Osmose.

LEGENDA: Osmose reversa.

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: International Renewable


Energy Agency (Agência Internacional de Energia Renovável). Disponível em:
www.irena.org/DocumentDownloads/Publications/IRENA-ETSAP%20Tech
%20Brief%20I12%20Water-Desalination.pdf.Acesso em: 5 maio 2016.

Na osmose reversa, a água flui através de uma membrana semipermeável (da


solução mais concentrada para a menos concentrada). Como a água se move
contra o gradiente de concentração, é necessária a aplicação de uma pressão
sobre a solução concentrada para forçar a passagem do solvente pela
membrana.

A membrana semipermeável utilizada no processo de osmose reversa permite


a passagem apenas de moléculas de água. Dessa maneira, os sais minerais,
as bactérias, os fungos, as moléculas orgânicas e as inorgânicas e, inclusive,
os vírus, ficam retidos na membrana. Assim, é possível utilizar esse processo
para obter água potável, ou seja, adequada ao consumo humano, a partir de
água de mares, oceanos, poços subterrâneos e açudes.

O processo de retirada de sais minerais da água recebe o nome de


dessalinização, e se baseia na transformação da água salobra ou salina em
água doce*. Em diversos locais do mundo, a osmose reversa é o método mais
utilizado na dessalinização da água, permitindo a obtenção de água potável a
partir da água dos mares e oceanos, por exemplo. A seguir, veja um esquema
representando esse processo.

Processo de dessalinização de água por osmose reversa

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

*Se julgar necessário, informe aos alunos que a água pode ser classificada, de
acordo com a quantidade de sais dissolvidos, em: doce, salobra ou salina.
Nesse sentido, a água doce é a que apresenta a menor concentração de sais,
seguida pela salobra e pela salina.

97

No Brasil, a produção de água potável a partir da dessalinização por osmose


reversa já é realidade em muitos municípios da região Nordeste, embora a
produção ainda ocorra em pequena escala. As condições do solo e do clima
dessa região impõem condições salobras ou salinas às fontes de água
subterrâneas. Em virtude disso, a dessalinização é uma solução para tornar a
água subterrânea adequada ao consumo humano, à criação de animais e à
irrigação agrícola.

LEGENDA: Sistema de dessalinização de água por osmose reversa em


Malhada de Pedras, na Bahia, no ano de 2012.

CRÉDITO: Cesar Diniz/Pulsar

A dessalinização, ainda, é uma técnica de custo elevado, em virtude


principalmente do alto consumo energético. Além disso, a distribuição de água
contribui para elevar os custos da produção. Assim, quanto mais a região a ser
abastecida estiver afastada das fontes de água salgada, mais elevado será o
custo da produção e distribuição de água potável proveniente da
dessalinização.

a ) Qual é a principal diferença entre a osmose e a osmose reversa?

b ) Leia o trecho da notícia a seguir e responda às questões.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

Revolução de água em Israel afasta qualquer ameaça de seca

[...] Enquanto a Califórnia e outras áreas no Oeste dos Estados Unidos lidam
com uma seca extrema, uma revolução ocorreu aqui. Um grande esforço
nacional para dessalinização da água marinha do Mediterrâneo e reciclagem
de águas residuais forneceram ao país água suficiente para todas as suas
necessidades, mesmo durante secas severas. Mais de 50% da água dos lares
israelenses, agricultura e indústria agora é produzida artificialmente. [...]

KERSHNER, Isabel. Revolução de água em Israel afasta qualquer ameaça de


seca. Trad. George El Khouri Andolfato. UOL, 30 maio 2015. Disponível em:
http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/the-new-york-times/
2015/05/30/ revolucao-de-agua-em-israel-afasta-qualquer-ameaca-de-
seca.htm. Acesso em: 15 fev. 2016.

· De acordo com a notícia, além da dessalinização das águas do Mediterrâneo


outra técnica também contribui para a superação da crise hídrica em Israel.
Qual é esta técnica e no que ela consiste? Se necessário, realize uma
pesquisa.
· Qual é a importância da osmose reversa para as populações que moram em
regiões com escassez de água potável, mas que têm acesso a fontes de água
salgada?

· A dessalinização pode ser considerada a solução definitiva para o acesso à


água potável em todas as regiões do mundo e por tempo indeterminado?

· Em 2014 e 2015, o estado de São Paulo passou pela maior crise hídrica já
vivenciada na região. Em 2016, os reservatórios continuaram com níveis
baixos, e a solução foi o racionamento de água e a espera por chuvas
torrenciais para restabelecer os níveis adequados dos reservatórios da região.
No entanto, essas medidas são apenas paliativas, ou seja, reduzem o consumo
de água, mas não extinguem a pressão sobre os reservatórios de água da
região. Você acredita que a dessalinização poderia ser uma alternativa viável à
crise hídrica dessa região? Discuta sobre essa questão com os colegas.

98

LEGENDA: Em uma fábrica de utensílios de cerâmica, há diferentes setores


dedicados a cada uma das etapas do processo produtivo. Em destaque na
fotografia, alguns objetos de cerâmica.

CRÉDITO: swisoot/Shutterstock.com

Capítulo 6 - Estrutura da célula: citoplasma

Em uma indústria, por exemplo, as etapas de produção são executadas em


diferentes setores. Em cada um deles, há funcionários especializados em
realizar determinadas funções e isso não interfere no andamento dos demais
setores. No entanto, todos têm o mesmo objetivo: transformar a matéria-prima
no produto final.

De maneira similar às indústrias, uma célula realiza suas atividades de maneira


organizada. Células eucarióticas, por exemplo, apresentam uma série de
estruturas internas especializadas e capazes de realizar funções específicas de
maneira coordenada e integrada entre si.

A. Os diferentes setores de produção de uma indústria são dependentes entre


si? Por quê?
Resposta: Sim, pois a atividade de um setor depende do produto proveniente
de outro. Por isso, caso um dos setores da linha de produção apresente
problemas, o produto final (utensílio cerâmico) não será produzido
adequadamente ou haverá bloqueio da produção.

B. Considere uma fábrica de cerâmica com os seguintes setores:


armazenamento de matéria-prima (setor 1), preparação da matéria-prima (setor
2), moldagem do produto (setor 3), secagem e queima do produto (setor 4),
acabamento do produto (setor 5), esmaltação e decoração do produto (setor 6),
classificação do produto (setor 7), embalagem do produto (setor 8), transporte
do produto até o comércio (setor 9). Esses diferentes setores de produção (1 a
9) podem ser comparados a alguma(s) estrutura(s) celular(es)? Quais?*

Resposta: Sim, os diferentes setores da linha de produção podem ser


comparados às organelas existentes no interior das células eucarióticas.

C. É possível afirmar que as partes da célula são dependentes umas das


outras? Explique.

Resposta: Sim, pois em uma célula o produto de uma determinada organela


pode servir de matéria-prima para outra. Além disso, a produção de uma
molécula pode exigir a participação de uma ou mais estruturas celulares.

*Veja uma sugestão de como trabalhar esta questão nas Orientações para o
professor.

99

Estrutura do citoplasma

Observe as fotografias abaixo.

LEGENDA: Bactéria Escherichia coli (aumento aproximado de 23.300 vezes).

CRÉDITO: Eye of Science/SPL/Latinstock

LEGENDA: Linfócito B (aumento aproximado de 6.000 vezes).

CRÉDITO: Steve Gschmeissner/SPL/Latinstock

1. Identifique, na fotografia II, a parte da célula indicada pela letra A.

Resposta: A: citoplasma.
2. Além do núcleo individualizado, que diferença pode ser observada entre as
células I e II com relação à estrutura interna?

Resposta: A célula I apresenta uma estrutura interna mais simples, sem


compartimentalizações em seu interior. Já a célula II tem uma estrutura interna
mais complexa, altamente compartimentalizada, ou seja, formada por várias
estruturas individualizadas.

3. O que são os compartimentos presentes no interior da célula da imagem II?

Resposta: Os compartimentos no interior das células correspondem às


organelas.

No capítulo anterior, estudamos a estrutura e a importância da membrana


plasmática. Neste capítulo, estudaremos o citoplasma, que corresponde à
região entre a membrana plasmática e o núcleo. O citoplasma é formado pelo
citosol e as organelas nele imersas.

O citosol é rico em água e tem grande quantidade de moléculas. Nele, ocorre


uma série de reações químicas. Veja abaixo.

LEGENDA: Representação do citosol em azul. Em branco, o local onde


estariam as estruturas internas.

FONTE: Ilustração produzida com base em: ALBERTS, B. et al. Fundamentos


da Biologia celular. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. p. 21. CRÉDITO:
Somma Studio

4. Como se encontram as estruturas internas no citosol de uma célula, livres ou


organizadas?

Resposta: A célula apresenta certa organização interna, ou seja, suas


estruturas não estão livres no citosol.

Citoesqueleto

Além dos diversos compartimentos, o citoplasma das células eucarióticas


possui uma rede de filamentos longos e finos de proteínas. Esse sistema de
filamentos é chamado citoesqueleto, e tem a função de sustentar e de
organizar o citoplasma e suas estruturas. Por isso, esse sistema está
relacionado, por exemplo, à capacidade da célula em assumir diferentes
formas, realizar movimentos coordenados (como a formação de pseudópodes
e o deslocamento intracelular de organelas e de vesículas), à movimentação
dos cromossomos durante a divisão celular e à contração das células
musculares.

LEGENDA: Célula epitelial do rim de rato-canguru (aumento aproximado de


500 vezes), evidenciando o núcleo (azul) e parte do citoesqueleto (filamentos
em vermelho e verde).

CRÉDITO: Dr Alexey Khodjakov/SPL/Latinstock

100

Dos três tipos de filamentos proteicos que compõem o citoesqueleto*, os


microtúbulos são os mais intimamente relacionados ao deslocamento de
cromossomos, ao estabelecimento da forma da célula e ao movimento
intracelular de partículas.

Esses filamentos são tubos longos e ocos, formados pela proteína tubulina, e
irradiam a partir do centrossomo, um centro organizador de microtúbulos. O
centrossomo é composto por uma substância amorfa (sem forma definida) e
um par de centríolos.

Os centríolos são estruturas cilíndricas, relacionadas, principalmente, à


formação das fibras do fuso mitótico nas células animais. Os centríolos são
ausentes na maioria das células vegetais e nos fungos, sendo encontrados aos
pares e perpendiculares entre si nas células animais. Cada centríolo é formado
por nove trincas de microtúbulos em torno de um eixo central, em um arranjo
[9(3) + 0]. Veja o esquema abaixo.

Boxe complementar:

Microtúbulos, centrossomo e centríolo

Fim do complemento.

5. As células eucarióticas podem se mover? Como?

Resposta: Sim, as células eucarióticas podem se mover por meio de projeções


citoplasmáticas, como os pseudópodes, os cílios e os flagelos.

Cílios e flagelos
Os cílios e os flagelos das células eucarióticas constituem projeções do
citoplasma e possibilitam a movimentação da célula ou de substâncias
localizadas sobre sua superfície ou próximas a ela. Tanto os cílios quanto os
flagelos são formados por um corpo basal, estrutura presente no citoplasma e
de composição semelhante ao centríolo, e por um axonema, parte que realiza o
movimento. Veja a seguir.

Boxe complementar:

Axonema é a porção móvel dos cílios e flagelos, composta de nove pares de


microtúbulos organizados em anel ao redor de um par central, em um arranjo
[9(2) + 2]. As proteínas acessórias podem estar associadas à tubulina dos
microtúbulos para permitir a movimentação dos cílios e dos flagelos. Corpo
basal é a porção localizada na base dos cílios e flagelos que ancora essas
estruturas no citoplasma. Apresenta constituição semelhante ao centríolo, ou
seja, é formado por nove trincas de microtúbulos, em um arranjo definido pela
fórmula [9(3) + 0].

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Estrutura de um flagelo

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: CAMPBELL, N. A. et al.


Biology. 8. ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 115.
CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: A7 Estúdio

Fim do complemento.

*Veja nas Orientações para o professor mais informações a respeito dos outros
dois tipos de filamentos proteicos encontrados no citoesqueleto.

101

Os cílios são mais numerosos e curtos que os flagelos. Eles realizam


movimentos similares ao de um chicote, e são normalmente encontrados em
células de revestimento e em alguns protozoários. Em humanos, são
observados, por exemplo, nas tubas uterinas que conduzem o ovócito ao útero.
LEGENDA: Células do epitélio de tuba uterina (aumento aproximado de 1.100
vezes).

LEGENDA: Euglena sp. (aumento aproximado de 3.000 vezes).

CRÉDITO DAS FOTOS: Steve Gschmeissner/SPL/Latinstock

Os flagelos são mais longos que os cílios e, geralmente, únicos ou em número


reduzido nas células. Eles realizam movimentos ondulatórios e são
encontrados, por exemplo, em alguns protozoários. Em humanos, são
observados apenas nos espermatozoides.

As bactérias, que são células procarióticas, também podem conter flagelos. No


entanto, os flagelos bacterianos diferem dos eucarióticos, tanto em relação à
sua origem e estrutura quanto ao seu funcionamento.*

Motilidade dos espermatozoides

Os flagelos são estruturas importantes para a motilidade dos espermatozoides,


isto é, eles auxiliam na locomoção desses gametas. Graças aos batimentos
dessa estrutura, os espermatozoides se dirigem até o gameta feminino para
fecundá-lo e, assim, originar um novo ser vivo.

No homem, os espermatozoides começam a ser produzidos na adolescência,


pelos testículos. Durante sua diferenciação, o espermatozoide desenvolve um
flagelo na região posterior, que é rodeado de mitocôndrias. Essas organelas
são responsáveis por gerar a energia necessária para a movimentação do
flagelo.

Organelas

As organelas são estruturas e compartimentos celulares metabolicamente


ativos, que desempenham funções específicas na célula, podendo ser envoltas
por membrana plasmática ou não. Veja a seguir.

Boxe complementar:

Organelas de uma célula animal

FONTE: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology. 8.


ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 100. CRÉDITO: A7
Estudio
Fim do complemento.

*Veja, nas Orientações para o professor, mais informações a respeito de


flagelos bacterianos e outras estruturas que podem ser observadas sobre a
superfície de bactérias, mas que não atuam na locomoção da célula.

102

Organelas de uma célula vegetal

Ribossomos

Os ribossomos são organelas relacionadas à síntese de proteínas na célula.


Essas estruturas são complexas, formadas por duas unidades de diferentes
tamanhos e densidades, as quais englobam mais de 50 tipos de proteínas e
diversas moléculas de RNA ribossômico (RNAr).

Essas unidades ribossômicas são produzidas no nucléolo e liberadas


separadamente no citosol pelos poros presentes na membrana nuclear. A
formação do ribossomo propriamente dito só ocorre no momento em que se
inicia a síntese proteica. Para isso, a unidade maior se encaixa na unidade
menor (veja na ilustração ao lado), abrigando uma molécula de RNA
mensageiro (RNAm), proveniente do núcleo.

Os ribossomos são encontrados tanto em organismos procariontes quanto em


eucariontes*. Nas células eucarióticas, eles podem ser encontrados livres no
citosol, aderidos à membrana nuclear externa e à membrana do retículo
endoplasmático, bem como no interior de cloroplastos e mitocôndrias.

Já nas células procarióticas, essas organelas se encontram dispersas no


citoplasma celular. Os ribossomos bacterianos apresentam a mesma estrutura
e função dos ribossomos eucarióticos, no entanto, os bacterianos são menores.

A mesma fita de RNAm pode ser traduzida simultaneamente por mais de um


ribossomo. Consequentemente, as moléculas de RNAm, em geral, formam os
polirribossomos ou polissomos . Essas estruturas são compostas por vários
ribossomos e uma molécula de RNAm.

Embora existam vários ribossomos produzindo proteínas, a molécula de RNAm


é única. Como ela é a responsável por orientar a síntese proteica, as proteínas
formadas nesses conjuntos de ribossomos possuirão a mesma estrutura, ou
seja, a mesma sequência de aminoácidos. Observe o esquema a seguir.

6. Em relação à quantidade de proteínas produzidas, qual é a importância dos


polirribossomos para as células?

Resposta: Por meio dos polirribossomos, as células são capazes de produzir


maior quantidade de proteínas ao mesmo tempo a partir de uma única
molécula de RNAm.

CRÉDITO: A7 Estudio

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology.


8. ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 101, 123.
CRÉDITO: A7 Estudio

*Veja informações sobre algumas células eucariontes que possuem apenas


algumas organelas ou não possuem nenhuma delas nas Orientações para o
professor.

103

Retículo endoplasmático

O retículo endoplasmático (RE) é o maior sistema de membranas da célula.


Essa organela consiste em um conjunto interconectado de túbulos e vesículas
achatadas, cujas membranas mantêm continuidade com a membrana nuclear.
O retículo endoplasmático está relacionado a diversas funções celulares, tais
como: a síntese e a modificação de proteínas e lipídios (inclusive os
esteroides), a destoxificação de certos compostos tóxicos e o armazenamento
de cálcio, que auxilia o processo de sinalização celular e a contração muscular.

As diferentes funções do retículo endoplasmático também são executadas em


regiões distintas, as quais podem apresentar ribossomos* aderidos em sua
membrana ou não. O retículo endoplasmático granular (também conhecido
como retículo endoplasmático rugoso) é a porção que possui ribossomos
associados à face citoplasmática de suas membranas. Já o retículo
endoplasmático agranular (também conhecido como retículo endoplasmático
liso) é a região da organela que não possui ribossomos aderidos à sua
membrana. Veja a seguir.
Glossário:

Destoxificação: processo que transforma moléculas tóxicas (álcool,


conservantes, agrotóxicos, entre outros) em moléculas não tóxicas e de fácil
eliminação pelo organismo.

Fim do glossário.

Boxe complementar:

Retículo endoplasmático granular e retículo endoplasmático agranular

FONTE: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology. 8.


ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 100, 105.
CRÉDITO: A7 Estudio

Fim do complemento.

7. A presença de ribossomos em determinadas porções do retículo


endoplasmático pode ser associada a que função da célula?

Resposta: A presença dos ribossomos pode ser associada à função de síntese


proteica do retículo endoplasmático.

O RER está relacionado à síntese e à modificação de proteínas, enquanto o


REL desempenha as demais funções inerentes a essa organela. As proteínas
produzidas no retículo endoplasmático e alguns lipídios permanecem nessa
organela ou são transportados por vesículas para o complexo golgiense, onde
serão modificados e distribuídos a diferentes locais da célula.

A maioria das células apresenta grande quantidade de RER. No entanto, o REL


só é encontrado em grande quantidade em células que desempenham funções
específicas, como as do fígado e dos rins (relacionadas à destoxificação de
substâncias do organismo), e em células musculares esqueléticas.**

LEGENDA: Parte de uma célula do fígado, também chamada hepatócito


(aumento aproximado de 11.500 vezes). Nela, observa-se grande quantidade
de retículo endoplasmático agranular (em amarelo), relacionada ao papel de
destoxificação exercido pelo fígado.

CRÉDITO: Professors P. Motta & T. Naguro/SPL/Latinstock


*Informe aos alunos que os ribossomos que se ligam à membrana do retículo
endoplasmático, normalmente, estão na forma de polirribossomos, ou seja,
ribossomos em plena atividade de síntese proteica.

**Se necessário, informe aos alunos que, nas células musculares, o retículo
endoplasmático se tornou especializado em controlar a concentração
intracelular de cálcio, auxiliando no controle da contração muscular. Por isso,
nessas células, o retículo endoplasmático é conhecido como retículo
sarcoplasmático.

104

Complexo golgiense

O complexo golgiense, anteriormente conhecido como complexo de Golgi, em


homenagem ao seu descobridor Camillo Golgi (1843- 1926), consiste em um
conjunto de vesículas esféricas e sacos revestidos por membrana plasmática
(cisternas), achatados, levemente curvados e empilhados* uns sobre os outros.

O complexo golgiense está envolvido no processo de modificação de proteínas


e lipídios, provenientes do retículo endoplasmático, bem como no
armazenamento, no transporte e na distribuição dessas substâncias na célula.

Cada pilha do complexo golgiense pode conter até 20 cisternas. Há uma face
de entrada de substâncias (face cis), voltada ao retículo plasmático, e outra de
saída de substâncias (face trans), voltada à membrana plasmática. Veja a
seguir.

LEGENDA: Célula vegetal (aumento aproximado de 40.000 vezes).

CRÉDITO: Biophoto Associates/Science Source/Latinstock

Boxe complementar:

Estrutura e função do complexo golgiense

FONTE: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology. 8.


ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 100, 109.
CRÉDITO: A7 Estudio
1. As vesículas provenientes do retículo endoplasmático se fundem com a
membrana do complexo golgiense em sua face cis, liberando seu conteúdo no
interior da cisterna.

2. No interior das cisternas, as substâncias são modificadas à medida que se


deslocam em direção à face trans da organela.

3. Após as modificações necessárias, as moléculas podem permanecer na


organela ou ser empacotadas em membranas, formando vesículas, que são
distribuídas na célula ou participam da formação dos lisossomos.

Fim do complemento.

LEGENDA: Célula do pâncreas (aumento aproximado de 2.300 vezes).


Observe as vesículas de secreção acumuladas no ápice celular.

CRÉDITO: Steve Gschmeissner/SPL/Latinstock.

Em todas as células eucarióticas, há a chamada via constitutiva ou de fluxo


contínuo, cuja função é liberar moléculas continuamente, à medida que são
produzidas. Esse tipo de via direciona as vesículas para a superfície da célula,
onde passam a integrar a membrana plasmática ou são secretadas no meio
extracelular. Todavia, em células secretoras especializadas**, há a via
secretora regulada, na qual as substâncias presentes nas vesículas não são
prontamente exocitadas, permanecendo armazenadas nas vesículas, próximas
à membrana plasmática, até que a célula seja sinalizada para sua liberação.

Boxe complementar:

As modificações sofridas pelas moléculas no complexo golgiense são


essenciais para que se tornem funcionais.

Fim do complemento.

*Informe aos alunos que, mesmo empilhados, os sacos membranosos do


complexo golgiense não se tocam. Entre eles, há espaços que permitem a
movimentação das vesículas.

**Informe aos alunos que essas células estão relacionadas, por exemplo, à
produção de muco, neurotransmissores, enzimas digestivas e hormônios.

105
Lisossomo

Os lisossomos apresentam um formato esférico, são envoltos por membrana e


medem de 0,5 a 3 µm.

Como visto na página anterior, o complexo golgiense pode originar os


lisossomos. Embora os mais de 40 tipos de enzimas lisossomais sejam
produzidos no retículo endoplasmático granular, essas proteínas são
modificadas e empacotadas no complexo golgiense, a fim de formar o
lisossomo.

Por apresentarem elevado conteúdo e atividade enzimática, os lisossomos


estão envolvidos na digestão intracelular de materiais obtidos por endocitose,
bem como na reciclagem de organelas citoplasmáticas e material celular, pela
autofagia*. Apesar da grande quantidade de enzimas, incluindo as proteases, e
da acidez (pH em torno de 4,5 e 5) do interior do lisossomo, a membrana que o
envolve não é degradada ou digerida por suas enzimas.

8. Como os lisossomos podem auxiliar na defesa do organismo contra


microrganismos?

Resposta: Realizando a digestão dos microrganismos fagocitados pelas células


de defesa do organismo.

Digestão intracelular mediada por lisossomos

As moléculas resultantes da digestão pelos lisossomos que podem ser


aproveitadas pela célula são liberadas no citoplasma**, enquanto as moléculas
que não podem ser aproveitadas pela célula, os chamados corpos residuais,
são eliminados por exocitose.

FONTE: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology. 8.


ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 100, 107.
CRÉDITO: A7 Estudio

Peroxissomos

Os peroxissomos são organelas granulosas envoltas por uma membrana


simples, com tamanho variando de 0,3 a 1 µm. Essas organelas são dotadas
de enzimas oxidases***, as quais são responsáveis pela degradação de ácidos
graxos****, principal função desempenhada pelos peroxissomos. Outra função
realizada por essas organelas é a destoxificação em células animais.

Durante as reações de oxidação que ocorrem nos peroxissomos, pode haver a


formação de peróxido de hidrogênio (H 2O2). Essa substância, embora possa
ser utilizada em outras reações químicas nessa organela, é extremamente
tóxica e precisa ser neutralizada. Assim, essa neutralização é feita pela enzima
catalase, presente nos peroxissomos, a qual transforma o H 2O2 em água e gás
oxigênio.

*Informe aos alunos que a autofagia celular é um mecanismo por meio do qual
a célula digere seus próprios componentes. Veja mais informações sobre esse
conceito nas Orientações para o professor.

**O processo de liberação das moléculas no citoplasma não envolve a


liberação das enzimas lisossomais, pois a membrana dessa organela possui
mecanismos que permitem aos produtos da digestão (aminoácidos,
nucleotídeos, carboidratos, entre outros) serem liberados no citosol sem que
ela precise se romper.

***Informe aos alunos que as oxidases são enzimas que utilizam o oxigênio
molecular para oxidar substratos orgânicos (reação de oxidação). Nessa
reação, o gás oxigênio é reduzido em água (H 2O) ou peróxido de hidrogênio
(H2O2).

****Em mamíferos, a reação de quebra de ácidos graxos também ocorre nas


mitocôndrias. Em leveduras e células vegetais, no entanto, ocorre unicamente
nos peroxissomos.

106

Vacúolo

Os vacúolos são cavidades celulares envoltas por uma membrana e


preenchidas por líquido. Eles podem ser encontrados em células animais e
vegetais, sendo que, quando aparecem nessas últimas, geralmente são
maiores e ocupam grande parte do volume celular. Nos vegetais, os vacúolos
desempenham funções variadas, tais como: o controle da quantidade de água
dentro da célula, o acúmulo de nutrientes e metabólitos, o depósito de toxinas e
pigmentos, a digestão*, entre outras.

Nas células animais, os vacúolos estão relacionados ao processo de digestão


intracelular (vacúolos digestivos), ao transporte de substâncias entre o retículo
endoplasmático e o complexo golgiense, entre outras funções. Em certos
protozoários, por exemplo, os vacúolos também podem estar relacionados ao
controle da quantidade de água no interior da célula, sendo chamados
vacúolos contráteis. Esses vacúolos, juntamente com outras estruturas,
absorvem o excesso de água do interior celular e o elimina na superfície.

LEGENDA: Micrografia eletrônica de Paramecium caudatum em que são


visíveis os vacúolos contráteis (aumento aproximado de 133 vezes).

CRÉDITO: Eric Grave/SPL/Latinstock

9. Como os vacúolos atuam para controlar a quantidade de água dentro da


célula vegetal? Que processo celular é responsável por isso?

Resposta: Nas células vegetais, os vacúolos podem atuar de duas formas:


armazenar o excesso de água da célula, evitando a diluição de seu citoplasma,
ou liberar água para o citoplasma quando este apresentar escassez de água.
Esse controle de volume celular é realizado pela osmose, processo que
permite que a água atravesse a membrana plasmática do vacúolo (do meio
menos concentrado para o mais concentrado).

Plastos

Os plastos ou plastídios constituem um grupo de organelas específico das


células vegetais e apresentam membrana dupla e um material genético
próprio**. Essas organelas podem ser classificadas em cromoplastos e
leucoplastos.

10. Como os cromoplastos podem auxiliar na polinização por animais?

Resposta: Os animais que auxiliam na polinização são atraídos pelas cores das
folhas e flores dos vegetais. Essas cores são resultado do acúmulo de
pigmentos nos cromoplastos.

11. Qual é a relação entre o cromoplasto e a fotossíntese?


Resposta: Os cromoplastos armazenam pigmentos como as clorofilas, as quais
são essenciais para a realização da fotossíntese.

LEGENDA: Células epidérmicas apresentando cromoplastos da planta


conhecida popularmente como ave-do-paraíso, os quais armazenam pigmento
laranja que confere cor às flores (aumento aproximado de 360 vezes).

CRÉDITO: Gerd Guenther/SPL/Latinstock

Os cromoplastos são plastos que sintetizam e armazenam pigmentos.


Cloroplastos, xantoplastos e eritroplastos são exemplos de cromoplastos que
armazenam os pigmentos*** clorofila, xantofila e eritrofila, respectivamente.

Os leucoplastos são plastos desprovidos de pigmentos. Eles sintetizam e


armazenam outras substâncias, exceto pigmentos. Amiloplastos, proteoplastos
e oleoplastos são exemplos de leucoplastos que armazenam grãos de amido,
proteínas e óleos, respectivamente.

LEGENDA: Amiloplastos de batata, um tipo de leucoplasto que armazena


grãos de amido (aumento aproximado de 130 vezes).

CRÉDITO: Pascal Goetgheluck/SPL/Latinstock

*Como os lisossomos estão ausentes em células vegetais, a digestão de


macromoléculas é realizada por enzimas localizadas no interior do vacúolo.

**Informe aos alunos que a característica de dupla membrana plasmática e


material genético próprio está relacionada à possível origem endossimbiótica
dessas organelas, assim como as mitocôndrias.

***Informe aos alunos que os pigmentos armazenados nos plastos são


diferentes dos pigmentos armazenados nos vacúolos. Veja mais informações a
respeito dessas diferenças nas Orientações para o professor. De forma geral, o
termo cromoplasto refere-se, genericamente, a organelas com pigmentos não
fotossintéticos, enquanto os cloroplastos se referem a cromoplastos dotados de
pigmentos fotossintéticos, chamados cloroplastos.

107

Mitocôndria
As mitocôndrias são organelas cilíndricas e alongadas, presentes nas células
eucarióticas aeróbicas. Atuam como geradores de energia química na célula, a
partir da oxidação* de moléculas orgânicas, como a glicose. A energia
produzida nessas organelas fica armazenada em moléculas de ATP
(adenosina trifosfato), as quais são usadas nas diversas atividades celulares
que apresentam gasto de energia.

LEGENDA: Micrografia eletrônica de mitocôndria presente no epitélio intestinal


(aumento aproximado de 120.000 vezes).

CRÉDITO: Professors P. Motta & T. Naguro/SPL/Latinstock

12. Como os organismos procariontes obtêm energia a partir de moléculas


orgânicas se eles não possuem mitocôndrias?

Resposta: Nos organismos procariontes, as enzimas presentes nas


membranas desses organismos exercem função semelhante à mitocôndria nos
organismos eucarióticos.

Como visto em capítulos anteriores, as mitocôndrias são organelas que, assim


como os cloroplastos, foram originadas por endossimbiose**. Assim,
diferentemente das organelas estudadas até o momento, as mitocôndrias
apresentam seu próprio material genético (DNA e RNA), ribossomos, duas
membranas plasmáticas e capacidade de multiplicação por divisão binária,
independentemente do núcleo celular. A organização básica dessas organelas
está representada a seguir.

Boxe complementar:

Estrutura de mitocôndria

CRÉDITO: Stocktrek Images/Corbis/Latinstock

1. Membrana externa: lisa, semelhante à membrana plasmática e com grande


quantidade de proteínas de transporte (porinas), permite a entrada de grande
número de moléculas no espaço intermembranoso.

2. Matriz: espaço limitado pela membrana interna que possui composição


química especializada para a função mitocondrial, como elevada concentração
de enzimas.
3. Espaço intermembranoso: espaço entre as membranas interna e externa
que possui composição química semelhante ao citosol da célula.

4. Membrana interna: dotada de dobras (cristas mitocondriais) que aumentam a


superfície da organela, possui proteínas que auxiliam nas reações de oxidação.

Apresenta composição química distinta da membrana plasmática e é mais


seletiva que a membrana externa, permitindo a entrada de poucas moléculas
na matriz.

Fim do complemento.

Como durante as reações químicas, as quais ocorrem no interior das


mitocôndrias, há consumo de gás oxigênio e liberação de gás carbônico, todo o
processo nessas organelas é chamado respiração celular. E por serem
organelas relacionadas à produção de energia na célula, normalmente estão
presentes em maior quantidade nas células com maior gasto energético, como
as células dotadas de cílios e flagelos e as células musculares e nervosas.

DNA mitocondrial

Vimos que as mitocôndrias são organelas responsáveis pela produção de


energia nas células. Elas possuem DNA e ribossomos na matriz mitocondrial.
O DNA permite que as mitocôndrias se multipliquem, mesmo que a célula em
que elas se encontram não esteja se dividindo. E os ribossomos são
responsáveis pela síntese proteica, necessária para que as mitocôndrias
realizem suas funções.

Em todos os seres vivos com reprodução sexuada, as mitocôndrias têm origem


materna, de maneira que todas as mitocôndrias possuem DNA idêntico ao
materno. Isso ocorre porque elas são perdidas durante a entrada do
espermatozoide no ovócito. Portanto, ao fecundar, o espermatozoide transfere
somente seu material genético para o ovócito e não suas mitocôndrias. Assim,
as organelas do zigoto provêm exclusivamente do ovócito, ou seja, da mãe.

*Como será visto no capítulo 8, a oxidação de moléculas orgânicas dentro das


células é um processo que não depende unicamente da mitocôndria para
ocorrer.
**Se necessário, retome com os alunos a teoria da endossimbiose tratada no
capítulo 2 deste volume.

108

Ações celulares integradas

Ao longo deste capítulo, estudamos de forma isolada cada uma das organelas.
No entanto, em uma célula, elas desempenham suas funções simultaneamente
e de forma integrada. Em outras palavras, ao mesmo tempo em que a célula
produz moléculas de ATP nas mitocôndrias, os ribossomos, orientados pelo
RNAm proveniente do núcleo, podem produzir proteínas. Observe, no esquema
a seguir, como ocorre essa integração em uma célula animal.

13. Relacione o complexo golgiense aos ribossomos e à fagocitose.

14. Como o núcleo interfere na produção de proteínas no retículo


endoplasmático rugoso?

15. Todas as substâncias produzidas pelo complexo golgiense são liberadas no


meio extracelular? Justifique.

16. Qual é a importância da mitocôndria para o transporte de vesículas nas


células?

17. Qual é a relação entre os ribossomos e a atividade desempenhada pelos


lisossomos?

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta página nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

Boxe complementar:

Representação de ação integrada de algumas organelas na célula animal

FONTE: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology. 8.


ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 100, 103, 107.
CRÉDITO: A7 Estudio

Fim do complemento.

109

Atividades
Responda as atividades no caderno.

1. Quais são os constituintes básicos do citoplasma?

2. O que são organelas?

3. Sobre o retículo endoplasmático, responda às questões.

a ) Qual é a diferença entre o retículo endoplasmático rugoso e o retículo


endoplasmático liso?

b ) Quais são as principais sustâncias sintetizadas por essas organelas?

4. Descreva a estrutura da mitocôndria e explique a sua importância para a


célula.

5. Qual é a importância dos vacúolos para as células vegetais?

6. O citoesqueleto é um sistema formado por três tipos de filamentos proteicos,


como os microtúbulos. Qual é a importância desse tipo de filamento para a
célula?

7. Descreva a estrutura dos cílios e dos flagelos. Cite exemplos de onde eles
podem ser encontrados no corpo humano.

8. O peróxido de hidrogênio é citotóxico, ou seja, tem ação tóxica sobre as


células. Por isso, é necessário que seja degradado pela célula. Que organela
está relacionada a esse mecanismo de neutralização do H 2O2?

9. As mitocôndrias são organelas originadas por endossimbiose e, por isso,


apresentam algumas características que as diferem das demais organelas.
Quais são essas características?

10. Descreva como as proteínas sintetizadas no retículo endoplasmático


rugoso chegam ao meio extracelular.

11. A fumaça do cigarro contém substâncias tóxicas que podem diminuir a


mobilidade dos cílios presentes no trato respiratório.

a ) Os cílios realizam movimentos similares ao de um chicote. Com base nessa


informação, qual é a importância dos cílios no trato respiratório?

b ) Quais são as consequências da perda de mobilidade ciliar para a saúde do


fumante?
12. Os glóbulos brancos são células que atuam nas defesas do corpo humano.
Quando ocorre uma infecção bacteriana, algumas dessas células são capazes
de eliminar as bactérias por meio da fagocitose e da exocitose.

Observe abaixo as bactérias Staphylococcus aureus, que podem causar


diversas infecções na pele. Faça um esquema no caderno ilustrando o
mecanismo utilizado pelos glóbulos brancos para eliminar essas bactérias do
organismo. Em seguida, destaque a importância do lisossomo nesse processo.

LEGENDA: Staphylococcus aureus (aumento aproximado de 4.780 vezes).

CRÉDITO: Scott Camazine/Alamy Stock Photo/Latinstock

13. No caderno, relacione cada uma das organelas a sua respectiva


importância para as células.

Organelas

1. Complexo golgiense

2. Centríolo

3. Mitocôndria

4. Ribossomo

5. Plasto

Importância

A. Responsável pela produção de energia na célula.

B. Atua na síntese de proteínas.

C. Responsável pela síntese e pelo armazenamento de substâncias em células


vegetais.

D. Atua no armazenamento, no transporte e na distribuição de proteínas e


lipídios na célula.

E. Responsável pela organização do fuso mitótico durante a divisão celular.

110

14. Observe as estruturas indicadas nas ilustrações e responda às questões


propostas.
CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: CAMPBELL, N. A. et al.
Biology. 8. ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 100-101.
CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: A7 Estudio

a ) Quais são as estruturas indicadas por A e G? Descreva a importância de


cada uma delas.

b ) Qual organela é representada em C? Essa organela está presente em


células animais e vegetais?

c ) Identifique as estruturas B e I. Em que processos biológicos essas


estruturas são essenciais?

d ) Que organelas estão representadas em D, E, F e H? Qual é a importância


delas para as células?

15. Leia o trecho a seguir.

Depois de conquistar o respeito da comunidade científica internacional ao


relacionar a atividade da mitocôndria à morte celular, o que poderá ajudar a
desenvolver novas drogas contra o câncer e doenças imunológicas, o médico e
bioquímico Aníbal E. Vercesi, titular da Faculdade de Ciências Médicas (FCM)
da Unicamp, dedica-se a uma nova pesquisa que pode ampliar a compreensão
sobre a formação de placas de colesterol nos vasos sanguíneos. [...]

O trabalho [...] enfoca a disfunção mitocondrial em modelos experimentais


(camundongos) com índices elevados de colesterol e triglicérides causados por
fatores genéticos. [...]

Etimologicamente derivada do grego (mito = filamento, chondrion = partícula), a


mitocôndria é uma estrutura intracelular responsável pela retirada de energia
dos alimentos e sua posterior conversão em energia utilizável pelas células. É,
também, um importante local de geração de oxigênio reativo, uma forma de
radical livre. [...]

Nos animais pesquisados, o estresse oxidativo foi provocado pela incapacidade


das células em retirar o colesterol do sangue para atender às suas
necessidades intracelulares. Com isso, as células são obrigadas a sintetizar o
colesterol de que necessitam [...].
"O ATP atua como uma moeda de energia da célula, ou seja, é uma forma
conveniente de transportar energia", explica Vercesi. Esta energia pode ser
utilizada em diversos processos biológicos, como o transporte ativo de
moléculas, síntese e secreção de substâncias, locomoção e divisão celular,
entre outros. Para estocagem a longo prazo, a energia pode ser transferida
para carboidratos e lipídios. [...]

LEVY, Clayton. Desvendando segredos (e funções) da mitocôndria. Jornal da


Unicamp, Campinas, ed. 351, 12-18 mar. 2007. Disponível em:
https://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/marco2007/ju351pag03.html.
Acesso em: 18 fev. 2016.

a ) De acordo com o texto, qual é o objetivo do trabalho de Vercesi?

b ) O que o estresse oxidativo causa às células estudadas?

c ) Qual é a relação entre as mitocôndrias e a molécula de ATP?

16. (Enem) Para a identificação de um rapaz vítima de acidente, fragmentos de


tecidos foram retirados e submetidos à extração de DNA nuclear, para
comparação com o DNA disponível dos possíveis familiares (pai, avô materno,
avó materna, filho e filha). Como o teste com o DNA nuclear não foi conclusivo,
os peritos optaram por usar também DNA mitocondrial, para dirimir dúvidas.
Para identificar o corpo, os peritos devem verificar se há homologia entre o
DNA mitocondrial do rapaz e o DNA mitocondrial do(a):

a ) pai.

b ) filho.

c ) filha

d ) avó materna.

e ) avô materno.

111

17. (Uerj) Durante o processo evolutivo, algumas organelas de células


eucariotas se formaram por endossimbiose com procariotos. Tais organelas
mantiveram o mesmo mecanismo de síntese proteica encontrado nesses
procariotos.
Considere as seguintes organelas celulares, existentes em eucariotos:

1 - mitocôndrias

2 - complexo golgiense

3 - lisossomos

4 - cloroplastos

5 - vesículas secretoras

6 - peroxissomos

Nas células das plantas, as organelas que apresentam o mecanismo de


síntese proteica igual ao dos procariotos correspondem às de números:

a ) 1 e 4.

b ) 2 e 3.

c ) 3 e 6.

d ) 4 e 5.

18. (UFGD) As células são consideradas as unidades fundamentais que


constituem todos os seres vivos, excetuando os vírus. A seguir, são
apresentadas funções específicas desempenhadas por estruturas das células.

I ) Organela celular constituída de membrana externa, membrana interna


(conhecida como crista) e material de preenchimento chamado matriz. Nela
ocorre o processo de respiração celular e, por isso, é considerada a "casa de
força" das células animais e vegetais.

II ) Presente em células animais e em algumas células vegetais, atuam na


formação de cílios e flagelos e participam do processo de divisão celular.

III ) É formada por um mosaico fluido de lipídios (glicolipídios) e proteínas. Além


disso, é responsável por manter a identidade química e a permeabilidade
seletiva (controle constante de substâncias que entram e saem) das células
bacterianas, animais e vegetais.

IV ) Local em que estão armazenadas todas as informações sobre a função e a


estrutura das células bacterianas, animais e vegetais, possibilitando que se
dividam e se repliquem, transmitindo às células-filhas as informações
existentes na célula progenitora.

V ) Presentes em células bacterianas, animais e vegetais, encontram-se


dispersos no citoplasma ou associados ao retículo endoplasmático e têm como
função a síntese de proteínas.

Assinale a alternativa que contempla, pela ordem, a sequência de organelas


correspondentes às afirmações.

a ) Mitocôndria, centríolo, membrana plasmática, cromossomo e ribossomo.

b ) Mitocôndria, cromossomo, membrana plasmática, ribossomo e centríolo.

c ) Ribossomo, cromossomo, centríolo, membrana plasmática e mitocôndria.

d ) Mitocôndria, ribossomo, centríolo, cromossomos e membrana plasmática.

e ) Mitocôndria, centríolo, cromossomo, membrana plasmática e ribossomo.

19. (UFSCar) A droga cloranfenicol tem efeito antibiótico por impedir que os
ribossomos das bactérias realizem sua função. O efeito imediato desse
antibiótico sobre as bactérias sensíveis a ele é inibir a síntese de:

a ) ATP.

b ) DNA.

c ) proteínas.

d ) RNA mensageiro.

e ) lipídios da parede bacteriana.

Refletindo sobre o capítulo

A. Retome as respostas que você deu às questões b e c da página 98.


Complemente-as, se necessário.

B. Retome as questões 1 a 3 da página 99 e analise suas respostas,


complementando-as ou corrigindo-as, se necessário.

C. Qual é a importância do desenvolvimento das organelas para as células


eucarióticas?
D. No caderno, elabore um quadro com as organelas estudadas neste capítulo
e descreva a importância de cada uma delas.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

112

LEGENDA: Espermatozoide penetrando ovócito (aumento aproximado de


4.200 vezes).

CRÉDITO: Thierry Berrod, Mona Lisa Production/SPL/Latinstock

Capítulo 7 - Estrutura da célula: núcleo

Nos seres humanos, durante a fecundação, o núcleo do espermatozoide une-


se ao núcleo do ovócito. Nesse processo, a membrana plasmática e o
citoplasma do espermatozoide são eliminados, enquanto o material genético do
pai une-se ao da mãe. A partir desse processo, inicia-se a formação de um
novo ser vivo.

Em seguida, a célula denominada zigoto passa a sofrer constantes divisões


celulares até ser capaz de implantar-se no útero materno, onde se
desenvolverá nas próximas 36-40 semanas.

As células continuam se dividindo o tempo todo, permitindo o crescimento e o


desenvolvimento de todas as partes do corpo do novo ser vivo. Após o
nascimento, algumas delas continuam se dividindo, originando outras.

A. Segundo o texto, por que é necessário que os núcleos das células do


ovócito e do espermatozoide se unam durante a fecundação?

Resposta: Para que o material genético do pai se una ao da mãe.

B. Qual é a importância do núcleo durante o processo de divisão celular?

Resposta: O núcleo é responsável por coordenar a divisão celular e contém o


material genético que deve ser copiado para as células-filhas.

C. Qual é a relação entre esse processo de divisão celular e o crescimento e


desenvolvimento do novo ser vivo?

Resposta: A divisão celular é responsável pela multiplicação das células do


corpo (não sexuais) do indivíduo. Conforme a divisão celular ocorre, novas
células surgem, permitindo sua manutenção e seu crescimento e
desenvolvimento.

113

Núcleo

Nos capítulos anteriores, estudamos a membrana plasmática e o citoplasma.


Agora, nosso objeto de estudo será o núcleo celular, estrutura que permite
distinguir células eucarióticas de procarióticas.

O núcleo é o centro de comando de uma célula eucariótica, pois carrega em


seu interior a maioria do material responsável pela informação genética. O
controle das atividades celulares ocorre por meio da transcrição da informação
contida no DNA para uma molécula intermediária de RNA, que terá como
destino o citoplasma da célula e servirá como molde para a produção de
proteínas. Lembre-se de que as proteínas, além de componentes estruturais,
atuam no transporte de substâncias e catalisam a maioria das reações
metabólicas na forma de enzimas.

Geralmente, o núcleo é a maior* estrutura de uma célula eucariótica, e pode


medir entre 5 µm e 10 µm. A maioria das células tem apenas um núcleo,
localizado no centro; nas plantas, normalmente, ele é deslocado para a região
periférica, pois o vacúolo ocupa grande volume.

O núcleo é constituído basicamente de envoltório nuclear, cromatina, nucléolo


e nucleoplasma.

O envoltório nuclear, também denominado carioteca, caracteriza os


eucariontes. Ele envolve o núcleo, separando o material genético do
citoplasma. Diferente das demais membranas celulares, o envoltório nuclear
não é contínuo e apresenta poros em sua estrutura, por onde passam as
substâncias que entram e saem do núcleo. O envoltório nuclear apresenta
duas membranas, cada uma formada por uma bicamada lipídica. A membrana
externa, voltada para o citoplasma, contém ribossomos e é uma continuidade
do retículo endoplasmático rugoso. Já a membrana interna é voltada para o
interior do núcleo.
O nucleoplasma corresponde a uma solução aquosa que preenche os espaços
no interior do núcleo. É constituído de água, de íons, de metabólitos, de
moléculas de RNA, de enzimas que atuam na produção dos ácidos nucleicos,
de receptores hormonais, entre outros.

As células eucarióticas, quando vistas ao microscópio, apresentam uma


estrutura intensamente corada, chamada nucléolo. Ele está envolvido com a
produção dos ribossomos a partir da instrução contida no DNA. O nucléolo é
constituído de DNA, RNA (ribossômico) e proteínas. Veja, a seguir, a estrutura
do núcleo.

Boxe complementar:

Estrutura do núcleo de uma célula animal

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology.


8. ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 100, 103.
CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: A7 Estudio

Fim do complemento.

*Em células vegetais, o vacúolo pode ser maior do que o núcleo.

114

Nos eucariontes, o material genético apresenta-se na forma de cromatina no


interior do núcleo. As moléculas de DNA estão organizadas em estruturas
chamadas de cromossomos. Cada um deles corresponde a uma longa
molécula de DNA que, por sua vez, se associa a proteínas específicas. Veja a
seguir a estrutura do cromossomo.

Boxe complementar:

Estrutura do cromossomo

FONTE: Ilustração produzida com base em: PURVES, W. K. et al. Vida: a


ciência da Biologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 161. CRÉDITO: A7
Estudio

Fim do complemento.

115

Tipos de cromossomos
Cada cromossomo é formado por duas cromátides, as quais são unidas por
uma região mais estreita denominada centrômero. De acordo com a posição do
centrômero, o cromossomo recebe diferentes nomes. Veja-os a seguir.

FONTE: Ilustração produzida com base em: ROBERTIS, E. D. P. de;


ROBERTIS Jr., E. M. F. D. Fundamentos de Biologia celular e molecular. 2. ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1993. p. 159. CRÉDITO: Somma Studio

O conjunto de características, tais como a quantidade, o tamanho e a forma


dos cromossomos de uma espécie recebe o nome de cariótipo. Observe, ao
lado, o cariótipo de um ser humano.

LEGENDA: Cariótipo humano.

CRÉDITO: Dept. Of Clinical Cytogenetics assenbrookes


Hospital/SPL/Latinstock

1. Quantos pares de cromossomos há no cariótipo da espécie humana?

Resposta: Há 23 pares de cromossomos.

O ovócito e o espermatozoide recebem o nome de células sexuais ou


gaméticas. Já as células não sexuais são chamadas células somáticas, nas
quais os cromossomos aparecem aos pares, um de origem materna e outro,
paterna. Considere, por exemplo, um par de cromossomos na espécie humana:
um deles foi herdado do pai e o outro, da mãe; esses cromossomos
apresentam forma e tamanho similares entre si e são chamados cromossomos
homólogos.

Quando ocorre a formação de gametas, a quantidade de cromossomos é


reduzida à metade. Assim, considera-se que os gametas são haploides, com
número n de cromossomos, ou seja, têm apenas um cromossomo de cada par
e as células somáticas são diploides, com número 2n de cromossomos.

Boxe complementar:

Quando um cromossomo é duplicado antes da divisão celular, cada cópia é


chamada cromátide-irmã.

Fim do complemento.
Na espécie humana, as células gaméticas são haploides, com n = 23, e as
células somáticas são diploides, com 2n = 46 cromossomos. Um
espermatozoide ou um ovócito tem 23 cromossomos, sendo 22 somáticos e 1
sexual.* Já as demais células do corpo humano apresentam 46 cromossomos,
sendo 44 somáticos e 2 sexuais.

Veja abaixo a quantidade de cromossomos de outras espécies de seres vivos.

Tabela: equivalente textual a seguir.

Quantidade de cromossomos em animais

Nome do animal Quantidade de cromossomos

mosca-da-fruta 8

gambá 22

cavalo 66

FONTE: JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Biologia celular e molecular. 7. ed.


Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. p. 159.

Tabela: equivalente textual a seguir.

Quantidade de cromossomos em plantas

Nome da planta Quantidade de cromossomos

pepino 14

mamão 18

aveia 42

FONTE: JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Biologia celular e molecular. 7. ed.


Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. p. 159.

2. Um cromossomo do par 20 é homólogo a um cromossomo do par 11?


Explique.
Resposta: Não são homólogos. Eles apresentam tamanhos e formas
diferentes.

3. Quantos cromossomos tem uma célula haploide da mosca-da-fruta?

Resposta: O número haploide é n = 4.

4. Quantos cromossomos tem uma célula diploide da aveia?

Resposta: O número diploide é 2n = 42.

5. Qual é a quantidade de cromossomos que o zigoto do cavalo herda de cada


um dos gametas dos pais?

Resposta: O zigoto herda 33 cromossomos de cada um.

*Se necessário, diga aos alunos que os cromossomos somáticos são aqueles
relacionados aos processos não reprodutivos, e os sexuais se relacionam à
reprodução.

116

Oficina de Biologia

Vimos que a molécula de DNA localiza-se no núcleo e é organizada pela


combinação aos pares de nucleotídeos, dispostos ao longo da molécula.

Com base nisso, agora você irá realizar uma atividade prática cujo objetivo
principal é visualizar o DNA. Para isso, será necessário extraí-lo de uma
cebola. Veja, a seguir.

Materiais

· 1 cebola pequena picada

· 1 colher de chá de sal de cozinha

· 1 colher de sopa de detergente incolor

· 1 frasco de álcool 98% gelado

· 50 mL de água (pré-aquecida a 65 ºC)

· 4 copos de vidro transparentes

· 150 mL de água

· 1 peneira
· 1 bastão de vidro

· 1 caneta

· etiquetas

Mãos à obra

A. Com a caneta e as etiquetas identifique os copos com as letras A, B, C e D.

B. Despeje a cebola picada no copo A e reserve.

C. No copo B misture a água, o detergente e o sal de cozinha. Mexa devagar


com o bastão de vidro.

D. Despeje um terço da solução do copo B no copo A e misture devagar com o


bastão de vidro. Deixe o copo em temperatura ambiente por 30 minutos,
mexendo a cada 5 minutos.

E. Peneire a solução do copo A no copo C, retirando os pedaços de cebola que


restaram.

F. Coloque metade da mistura do copo C no copo D. Em seguida, adicione dois


volumes de álcool sobre a solução. Aguarde cerca de 3 minutos.

G. Com o bastão de vidro, movimente delicadamente o precipitado do copo D.

CRÉDITO: Daniel Zeppo

Para pensar

1. Em qual das etapas ocorre o rompimento da membrana plasmática das


células da cebola?

2. Qual é a importância do álcool na extração do DNA?

3. Como o DNA é visualizado nessa atividade prática?

Atenção professor: Veja mais orientações e as respostas das questões desta


seção nas Orientações para o professor. Fim da observação.

117

Divisão celular

Como já estudado, uma das características dos seres vivos é a capacidade de


crescimento e de reprodução. Para isso, é necessário que as células que
compõem um organismo sejam capazes de se multiplicar, ou seja, produzir
novas células e transmitir seu material genético às células-filhas. A divisão
celular corresponde a essa etapa do ciclo celular na qual uma célula origina
outras. Esse processo garante a manutenção, o crescimento do organismo e a
geração de descendentes.

Nos eucariotos, o ciclo celular pode ser dividido em duas etapas: a intérfase, na
qual a célula se prepara para se dividir, e outra em que a célula origina células-
filhas, por meio do processo de divisão celular. Há dois tipos de divisão celular,
a mitose e a meiose.

A mitose, também chamada divisão equacional, ocorre quando uma célula em


divisão celular origina duas células (células-filhas), cada uma com a mesma
quantidade de cromossomos da célula que as originou (célula-mãe). Quando a
célula-mãe se divide originando quatro células-filhas com a metade da
quantidade de cromossomos, ocorre a meiose, uma divisão reducional. É
válido destacar que a mitose ocorre nas células somáticas e a meiose, durante
a formação dos gametas.

Intérfase

Para facilitar o estudo do ciclo da divisão celular, a etapa da intérfase é


separada em fases: G1 , S, G2. Durante a intérfase, ocorre o crescimento da
célula, a duplicação do material genético e a preparação para a divisão celular.
Veja, a seguir, o que ocorre em cada fase.

· G1: ocorre a preparação para a síntese ou duplicação do DNA;

· S: ocorre a síntese ou a duplicação do DNA;

· G2: ocorre a preparação para a mitose e a síntese de alguns componentes.

LEGENDA: Representação esquemática do período da intérfase e da divisão


celular.

FONTE: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology. 8.


ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 231. CRÉDITO:
Somma Studio

Observe no gráfico abaixo a alteração do DNA durante o ciclo de vida de uma


célula.
Quantidade de DNA durante o ciclo de vida de uma célula

4°C*

FONTE: Fonte: ROBERTIS, E. D. P. de; ROBERTIS Jr., E. M. F. D.


Fundamentos de Biologia celular e molecular. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1993. p. 166. CRÉDITO: Poliana Garcia

6. Em que fase do ciclo de vida da célula a quantidade de DNA é maior? Por


que isso ocorre?

Resposta: Na fase G . Isso ocorre porque G 2 é 2 posterior à síntese de DNA e


anterior à mitose, ou seja, após a duplicação do material genético.

Fonte: ROBERTIS, E. D. P. de; ROBERTIS Jr., E. M. F. D. Fundamentos de


Biologia celular e molecular. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1993.
p. 166.

*Se considerar pertinente, diga aos alunos que 2C e 4C indicam determinada


quantidade de DNA.

118

Durante a intérfase, o DNA é duplicado de maneira que cada cromossomo


fique duplicado e com duas cromátides idênticas presas pelo centrômero. No
período S, após a duplicação do DNA, cada cromossomo é com posto de duas
cromátides.

Os centríolos são duplicados e, ao final da intérfase, existem dois pares dessas


estruturas. A região em que os centríolos se encontram é denominada
centrossomo.

LEGENDA: Representação de célula durante a intérfase.

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: CAMPBELL, N. A. et al.


Biology. 8. ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 232.

Mitose

Para facilitar o estudo, a etapa que abrange a divisão celular, a mitose, é


dividida
em quatro fases: prófase, metáfase, anáfase e telófase. Vamos analisar estas
fases
considerando uma célula com seis cromossomos.

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: CAMPBELL, N. A. et al.


Biology. 8. ed. San
Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 233. CRÉDITO DAS
ILUSTRAÇÕES: A7 Estudio

Durante a prófase, os cromossomos se condensam e ganham um aspecto


curto e espesso em virtude do enrolamento da cromatina. Enquanto isso, o
nucléolo e o envoltório nuclear sofrem fragmentação e o nucleoplasma se
mistura ao citoplasma. Na prófase, a condensação dosb cromossomos impede
a transcrição do DNA e permite que os cromossomos sejam visualizados
individualmente ao microscópio óptico.

Na metáfase*, os pares de centríolos localizam-se em polos opostos da célula,


formando o fuso mitótico. Os cromossomos, por sua vez, ligam-se às fibras do
fuso mitótico, orientando-se no plano equatorial da célula.

Durante a anáfase, os centríolos se separam e as cromátides-irmãs migram em


direção aos polos da célula. Na telófase, os cromossomos separados chegam
aos polos e o fuso mitótico desaparece.

Na telófase, os cromossomos separados chegam aos polos e o fuso mitótico


desaparece.
Assim, os cromossomos se descondensam e o envoltório nuclear volta a se
formar em cada uma das células-filhas. Após a mitose, em que ocorre a divisão
dos núcleos, o citoplasma também se separa, processo chamado citocinese.
Nessa etapa, nas células animais, forma-se uma constrição na região
equatorial da célula em divisão. Uma nova membrana plasmática é formada e o
conteúdo do citoplasma, incluindo as organelas, é
dividido entre as células-filhas.

Dessa forma, ocorre a formação de duas novas células, cujos núcleos são
idênticos entre si e ao da célula que lhes deu origem.

Assim, os cromossomos se descondensam e o envoltório nuclear volta a se


formar em cada uma das células-filhas. Após a mitose, em que ocorre a divisão
dos núcleos, o citoplasma também se separa, processo chamado citocinese.
Nessa etapa, nas células animais, forma-se uma constrição na região
equatorial da célula em divisão. Uma nova membrana plasmática é formada e o
conteúdo do citoplasma, incluindo as organelas, é dividido entre as células-
filhas.

Dessa forma, ocorre a formação de duas novas células, cujos núcleos são
idênticos entre si e ao da célula que lhes deu origem.

*Na metáfase, os cromossomos atingem o grau máximo de condensação


sendo utilizados para a montagem de cariótipos como o da página 115.

119

Formação do fuso mitótico

A formação do fuso mitótico durante a mitose ocorre na prófase e está


relacionada aos microtúbulos.

Cada um dos centríolos da célula animal serve como um centro mitótico,


organizado em microtúbulos. Quando eles se deslocam, formam dois polos
distintos na célula, pelos quais os cromossomos se movimentam de forma
semelhante aos trens sobre os trilhos.

As cromátides-irmãs permanecem ligadas entre si pelo centrômero. Essa


mesma região do centrômero é utilizada para associar as cromátides-irmãs aos
microtúbulos que formam o fuso mitótico.

Durante a prófase, desenvolvem-se estruturas chamadas cinetócoros, que são


proteínas localizadas nas regiões em que os microtúbulos se juntam às
cromátides. Os cinetócoros das cromátides-irmãs estão localizados
opostamente, o que garante a separação das cromátides nos polos opostos
durante a divisão.

LEGENDA: Representação do fuso mitótico.

CRÉDITO: Ilustrações: A7 Estudio

7. Quantos cromossomos estão presentes em cada polo da célula durante a


anáfase?
Por quê?
Resposta: Seis cromossomos em cada um dos polos. A célula se dividirá em
duas, cada uma com seis cromossomos.

120

Biologia e Tecnologia

A história dos cultivos celulares

O cultivo celular foi utilizado inicialmente pelos pesquisadores para estudar o


comportamento das células fora do organismo. Em 1885, o pesquisador
alemão Wilhelm Roux (1850-1924) iniciou esse método e, por meio dele,
demonstrou que as células do embrião de uma galinha se mantinham vivas em
um meio com solução salina.

Em 1907, o zoologista e anatomista estadunidense Ross Harrison (1870-1959)


retirou o cordão nervoso de um anfíbio e o cultivou em sua linfa, comprovando
que as células são capazes de crescer fora do corpo do animal.

Em 1913, o médico e pesquisador francês Alexis Carrel (1873-1944) observou


que o cultivo celular sobrevive por mais tempo quando o meio nutritivo é
frequentemente trocado e livre de contaminação.

Em 1951, o cientista estadunidense George Gey (1899-1970) obteve células


originadas do câncer de colo da paciente Henrietta Lacks, as quais foram
chamadas de HeLa*.

As células HeLa têm facilidade para crescer e sobreviver por tempo ilimitado
em cultura, diferentemente das células normais. Elas têm contribuído para o
controle da poliomielite e para o diagnóstico de doenças genéticas e
cromossômicas, como as síndromes de Down, Klinefelter e Turner. Além disso,
por meio das células HeLa, foi possível verificar os efeitos da radiação, da
variação da pressão atmosférica, de vitaminas, de hormônios, de
medicamentos e dos cosméticos sobre as células, entre outros estudos.

Além da HeLa, existem outros cultivos celulares. As células VERO, por


exemplo, se originam de células do rim de macacos-verdes (Cercopithecus
aethiops) e são importantes no diagnóstico de várias doenças virais.

No final da década de 1990, James A. Thomson (1958-) e John P. Gearhart


(196?-) realizaram um feito importante para a ciência: isolaram células-tronco
embrionárias humanas, acontecimento que tem gerado discussões em virtude
do potencial terapêutico dessas células e de questões éticas que as envolvem.

As células MDCK, originadas do rim de cadelas adultas da raça Cocker


Spaniel, são utilizadas em estudos sobre o meio de transporte de íons,
proteínas, lipídios e fármacos, na produção de vacinas veterinárias e no
diagnóstico da gripe, entre outros.

As culturas de células podem ser originadas de tecido humano ou animal, a


partir de diferentes tipos de células. Ao longo dos anos, diversas tecnologias
têm sido desenvolvidas para melhorar o isolamento, o crescimento e a
sobrevivência dos cultivos celulares. Com isso, várias culturas celulares foram
disponibilizadas e tornaram-se uma ferramenta indispensável à pesquisa
científica.

Isso possibilitou um avanço em diversas áreas da Ciência e na Medicina,


facilitando o diagnóstico de doenças e a escolha do tratamento adequado.
Além disso, contribuiu para a indústria farmacêutica por meio da análise de
toxicidade de medicamentos e de cosméticos e na produção de vacinas.

LEGENDA: Macaco-verde, encontrado no continente africano.

CRÉDITO: Sandra van der Steen/Shutterstock.com

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Macaco-verde: (Cercopithecus aethiops): pode atingir de 90 cm a 1,47 m de


comprimento.

Fim do complemento.

*Veja mais informações sobre esse cultivo celular nas Orientações para o
professor.

121

Meiose

A meiose é o processo de divisão celular que ocorre nas células sexuais de


alguns seres vivos. Essa divisão celular é considerada reducional, porque cada
célula-filha recebe da célula-mãe apenas um cromossomo do par de
homólogos e passa a ter metade da quantidade de cromossomos ao final do
processo. Essa característica permite a recuperação do número diploide da
espécie após a fecundação.

Para compreender esse conceito, considere a espécie humana, cujas células


somáticas contêm 44 cromossomos autossômicos (não sexuais) e 2
cromossomos sexuais, totalizando 46 cromossomos. O pai produz um
espermatozoide contendo 22 cromossomos autossômicos e um cromossomo
sexual (X ou Y), enquanto a mãe libera um ovócito com 22 cromossomos
autossômicos e um cromossomo sexual (X). Durante a fecundação, os núcleos
desses gametas se fundem, formando um zigoto com 44 cromossomos
autossômicos e 2 cromossomos sexuais (XX ou XY). Dessa maneira, se
restabelece a quantidade de cromossomos das células somáticas da espécie
humana: 46 cromossomos.

8. Quantos cromossomos teria um gameta humano (haploide) se a célula que o


origina (diploide) sofresse mitose em vez de meiose?

Resposta: O gameta teria 46 cromossomos.

Ciclos de vida sexuais e a meiose

Após a formação do zigoto, os ciclos de vida dos organismos que se


reproduzem sexuadamente seguem diferentes padrões. De acordo com os
estágios nos quais as células apresentam conteúdo diploide ou haploide, os
ciclos de vida podem ser classificados em: haplobionte, diplobionte ou
haplodiplobionte.

No ciclo haplobionte, o adulto é haploide e o zigoto é diploide. Esse tipo de


ciclo ocorre em protoctistas e alguns fungos. Veja, a seguir.

LEGENDA: Alga (Ulva lactuca).

CRÉDITO: Andrew J. Martinez/BSIP/Glow Images

No ciclo diplobionte, o adulto é diploide e os gametas são haploides. Esse ciclo


inclui animais e algumas plantas. Veja.

LEGENDA: Tigre-siberiano.

CRÉDITO: S.R. Magliovne/Shutterstock.com


No ciclo haplodiplobionte ou alternância de gerações, existem haploides e
diploides na fase adulta. Esse tipo de ciclo ocorre na maioria das plantas. Veja.

LEGENDA: Samambaia.

CRÉDITO: Bildagentur Zoonar GmbH/Shutterstock.com

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Alga (Ulva lactuca): pode atingir 40 cm de altura.

Samambaia: existem diversas espécies de samambaias e o tamanho varia de


acordo com a espécie.

Tigre-siberiano: pode atingir 3,7 m de comprimento.

Fim do complemento.

122

Meiose I

A meiose é dividida em duas etapas: meiose I e meiose II.

Nesse momento, estudaremos a meiose I, que se divide em prófase I,


metáfase I, anáfase I e telófase I.

Para facilitar o estudo da prófase I, ela é dividida em etapas: leptóteno,


zigóteno, paquíteno, diplóteno e diacinese. Veja a seguir o exemplo de meiose
em uma célula com quatro cromossomos.

123

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: CAMPBELL, N. A. et al.


Biology. 8. ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 254.
CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: A7 Estudio

No final da prófase I, a sinapse alinha os cromossomos homólogos, os quais se


condensam. O fuso mitótico se forma e os microtúbulos se ligarão aos
cinetócoros* dos cromossomos.

9. Que diferença é possível observar entre a anáfase I da meiose e a anáfase


da mitose?
Resposta: Na anáfase I da meiose I, ocorre a separação dos cromossomos
homólogos. Já durante a anáfase da mitose, há separação das cromátides.

*Há um cinetócoro por cromossomo, ao contrário da mitose, em que havia um


cinetócoro por cromátide.

124

Meiose II

Durante a segunda divisão da meiose, as cromátides-irmãs se separam. Trata-


se de uma divisão equacional, pois o material genético é distribuído igualmente
entre as células-filhas, assim como na mitose.

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: CAMPBELL, N. A. et al.


Biology. 8. ed. San
Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 255. CRÉDITO DAS
ILUSTRAÇÕES: A7 Estudio

Na prófase II, os cromossomos se condensam e o material genético não é


duplicado.

Na metáfase II, os cromossomos duplicados se alinham na linha equatorial da


célula.

Na anáfase II, ocorre a disjunção (separação) das cromátides-irmãs. Assim, as


cromátides são puxadas para os polos opostos da célula.

Na telófase II, os cromossomos começam a descompactação, o núcleo se


forma e ocorre a citocinese. Ao final, a meiose forma quatro células-filhas com
a metade da quantidade de cromossomos (conjunto haploide) da célula
parental.

10. O que a metáfase da mitose, a metáfase I da meiose I e a metáfase II da


meiose II têm em comum?

Resposta: Em todas, os cromossomos se alinham na linha equatorial da célula.

11. A anáfase II é similar à anáfase da mitose ou à anáfase I da meiose I?

Resposta: Ela é similar à anáfase da mitose, pois as cromátides-irmãs são


deslocadas para polos opostos da célula.
12. Após a recombinação na prófase I, os cromossomos das células-filhas (ao
final da telófase II) são idênticos à célula que lhes originou? Por quê?

Resposta: Não, algumas células-filhas têm segmentos de cromossomos


diferentes da célula-mãe, pois sofreram recombinação.

125

Encontro com... Matemática

Leia o trecho do texto a seguir.

A principal característica da meiose é ser um tipo especial de divisão celular


que permite aos cromossomos homólogos, presentes na célula original, se
emparelharem intimamente e efetuarem um intercâmbio de material hereditário
(crossing-over). A troca física real de segmentos de DNA entre os
cromossomos materno e paterno de um par de homólogos resulta em uma
mistura dos genes parentais, o que leva, por sua vez, a um significativo
aumento das combinações genéticas. Com essa maior recombinação gênica,
ocorre uma maior variabilidade dos tipos de gametas formados ao final de cada
meiose, o que contribui com uma mais alta diversidade de organismos e
favorece a maior adaptação evolutiva da espécie. Em última análise, o
processo de recombinação genética acelera o processo evolutivo das espécies.

Embora o crossing-over aparentemente seja o único evento-chave da meiose


que resulta em variabilidade genética, existe um segundo fator ainda mais
importante que esse: é a segregação independente dos cromossomos
homólogos, que ocorre durante a anáfase I. Em função da possibilidade de
cromossomos homólogos migrarem para qualquer dos polos da célula,
independentemente de sua origem ser paterna ou materna, e pelo fato de cada
um dos homólogos poder se dirigir para um polo de forma independente dos
demais cromossomos, surgem muitas possibilidades de combinações
cromossômicas em cada célula-filha resultante da primeira divisão meiótica. O
número possível de combinações cromossômicas, ou de tipos diferentes de
gametas que podem ser formados a partir de uma célula-mãe, é sempre igual a
2n, sendo n o número haploide de cromossomos da espécie, ou o número de
pares cromossômicos por núcleo. Exemplificando, a meiose de uma célula com
três pares de cromossomos poderia resultar em 8 (2 3) diferentes tipos de
gametas, mesmo na ausência de qualquer permuta ou recombinação genética
nessa divisão. Da mesma forma, na espécie humana, aproximadamente 8 ×
106 gametas geneticamente únicos poderiam ser formados a partir de um única
célula. Entretanto, em função de recombinações, o número de gametas
geneticamente distintos que são produzidos é muito maior.

Não resta dúvida, portanto, que a principal consequência da meiose é


emprestar às espécies uma grande diversidade durante o processo evolutivo.

JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Biologia celular e molecular. 7. ed. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. p. 196.

LEGENDA: Em uma mesmafamília, há diferenças entre os filhos, mesmo que


os pais sejam os mesmos. Isso ocorre, em partes, graças à meiose.

CRÉDITO: Monkey Business Images/Shutterstock.com

13. Se o número haploide da A meiose favorece a evolução das espécies


mosca-da-fruta é 4, qual é o número diploide da espécie?

O número diploide da espécie é 8.

14. Quantas combinações cromossômicas podem ser formadas a partir da


célula-mãe?

Resposta: A quantidade de combinações possíveis é 2 8, ou seja, 256.

126

Atividades

Responda as atividades no caderno.

1. Qual é a importância do núcleo para a célula?

2. O que é o nucléolo? Qual é a sua importância para a célula?

3. Explique em que consiste a cromatina.

4. Observe a ilustração ao lado e responda às questões.

LEGENDA: Estrutura do núcleo de uma célula animal.

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology.


8. ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 100, 103.
CRÉDITO: A7 Estudio
a ) No caderno, escreva o nome das estruturas indicadas abaixo.

b ) Descreva a importância de cada uma dessas estruturas.

c ) Como são denominadas as células que possuem as estruturas indicadas ao


lado?

5. Defina cromátide-irmã e descreva as mudanças pelas quais ela passa


durante a mitose.

6. O que são cromossomos homólogos?

7. Material genético é um termo utilizado para definir as informações genéticas


contidas no núcleo da célula. A cromatina, o cromossomo e a cromátide são
estruturas que contêm o material genético. Descreva as diferenças entre cada
uma delas.

8. Qual é a importância da intérfase no ciclo celular?

9. Quais são as principais diferenças entre a mitose e a meiose? Cite um


exemplo de célula que realiza cada um dos tipos de divisão celular.

10. Por que a meiose é considerada uma divisão celular reducional?

11. Em que fase da divisão celular ocorre o crossing-over? Qual é a sua


importância?

12. Na divisão celular, uma organela citoplasmática tem participação


fundamental na organização dos cromossomos. Qual é o nome dessa
organela? Explique seu papel na divisão celular.

13. Observe os diferentes tipos de cromossomos e responda às questões


propostas.

a ) Os cromossomos abaixo estão duplicados. Em que momento do ciclo


celular ocorre a duplicação dos cromossomos? Por que essa etapa é
necessária?

b ) O que são as regiões alaranjadas nos cromossomos? Qual é a sua


importância?

LEGENDA: A - Metacêntrico. B - Submetacêntrico. C - Acrocêntrico. D -


Telocêntrico.
CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: ROBERTIS, E. D. P. de;
ROBERTIS Jr., E. M. F. D. Fundamentos de Biologia celular e molecular. 2. ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1993. p. 159. CRÉDITO DAS
ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

127

14. Durante uma aula prática de Biologia, Guilherme estava observando células
de raiz de cebola ao microscópio. Ao analisar o núcleo, ele não conseguiu
enxergar cromossomos. Por que Guilherme não conseguiu observar os
cromossomos na preparação?

15. No caderno, relacione a primeira coluna com a segunda.

a ) Leptóteno.

b ) Zigóteno.

c ) Paquíteno.

d ) Diplóteno.

e ) Diacinese.

I ) Ocorre permutação ou crossing-over.

II ) Início da condensação dos cromossomos.

III) Há maior grau de condensação dos cromossomos e quiasmas.

IV) Os cromossomos homólogos estão separados e é possível visualizar os


quiasmas.

V) Ocorre o emparelhamento dos cromossomos homólogos.

16. Reescreva as frases a seguir no caderno, substituindo as letras pelas


palavras correspondentes.

a ) As células eucariontes possuem A, uma membrana que delimita o conteúdo


nuclear. Essa membrana possui inúmeros B, que permitem a comunicação
entre o C e o citoplasma.
b ) Os cromossomos D determinam as características do organismo, enquanto
os cromossomos E determinam o sexo.

c ) A F é um tipo de divisão celular que ocorre nas células somáticas,


mantendo a quantidade de cromossomos e gerando células-filhas G . Já a H é
um tipo de divisão celular que ocorre nas células sexuais e reduz a quantidade
de cromossomos à metade, gerando células I .

17. O gambá (Didelphis paraguayensis) é um mamífero marsupial que possui


22 cromossomos no núcleo de suas células somáticas. Com base nisso,
responda às questões.

LEGENDA: Gambá.

CRÉDITO: Jaim Simoes Oliveira/Getty Images

a ) Qual é a quantidade de cromossomos em seus gametas?

b ) Quantas cromátides devem existir em uma célula somática desse animal


durante as diferentes fases do ciclo celular?

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Gambá (Didelphis paraguayensis): pode atingir de 21,5 cm a 35 cm de


comprimento.

Fim do complemento.

18. Leia o trecho do texto abaixo e responda às questões.

[...]

O método de cariotipagem é um exame citogenético que verifica o estado do


cariótipo das células. Sua análise é feita por meio de várias colorações que
evidenciam partes dos cromossomos. Por meio de análises visuais destes
cromossomos e com auxílio de atlas de cariótipos é possível associar
determinado mapa cromossomial de uma linhagem a uma espécie e ao sexo
do indivíduo.

[...]
ALVES, Emanuele Amorim; GUIMARÃES, Anna Christina Rosa. Cultivo celular.
In: MOLINARO, Etelcia Moraes. (Org.). Conceitos e métodos para a formação
de profissionais em laboratórios de saúde. Rio de Janeiro: EPSJV-FOC, v. 2,
2010. p. 237.

a ) O que é cariótipo?

b ) No trecho, são citadas algumas aplicações do método de cariotipagem,


como a determinação do sexo de um indivíduo. De que maneira é possível
determinar se o cariótipo é de um homem ou de uma mulher?

Glossário:

Citogenética: estudo dos cromossomos, sua estrutura e herança.

Fim do glossário.

128

19. Observe as ilustrações abaixo e responda às questões.

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: CAMPBELL, N. A. et al.


Biology. 8. ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 232-233.
CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: A7 Estudio

a ) Qual é o principal evento que caracteriza a mitose?

b ) Por que a mitose é chamada de divisão equacional?

c ) Descreva os principais eventos em cada uma das ilustrações acima.

20. Reescreva as frases a seguir no caderno, corrigindo as incorretas.

a ) As células eucarióticas apresentam núcleo delimitado por uma membrana


denominada cromátide.

b ) A heterocromatina é a região menos condensada do DNA, enquanto a


eucromatina apresenta maior grau de condensação.

c ) As cromátides-irmãs são unidas por uma região não duplicada, denominada


telômero.

d ) Na intérfase, a duplicação do DNA ocorre durante a fase G 2.

e ) A mitose origina células diploides e ocorre em todas as células do indivíduo,


exceto nas sexuais.
f ) Na meiose I ocorre a separação das cromátides-irmãs e, na meiose II,
ocorre a separação dos cromossomos homólogos.

g ) Durante o ciclo celular, a fase que mais apresenta conteúdo de DNA na


célula é a G1 .

21. (UEM) Sobre o núcleo e a divisão celular de células eucarióticas, assinale


a(s) alternativa(s) correta(s).

01 ) A telófase é a fase da mitose em que o material nuclear se encontra em


processo oposto ao da prófase.

02 ) Nos organismos unicelulares e multicelulares, a divisão celular


corresponde à própria reprodução do organismo e ao aumento do número de
células do corpo, respectivamente.

04 ) Os nucléolos são massas ricas em proteína, em que se formam os


cromossomos.

08 ) No final do processo de meiose de uma célula eucariótica animal, serão


originadas duas células com a metade da quantidade de DNA da célula-mãe.

16 ) Pelo fato de ocorrer do centro para a periferia, a divisão da célula vegetal


recebe o nome de citocinese centrífuga.

22. (Fuvest) Considere os eventos abaixo, que podem ocorrer na mitose ou na


meiose:

I ) Emparelhamento dos cromossomos homólogos duplicados.

II ) Alinhamento dos cromossomos no plano equatorial da célula.

III ) Permutação de segmentos entre cromossomos homólogos.

IV ) Divisão dos centrômeros resultando na separação das cromátides-irmãs.

No processo de multiplicação celular para reparação de tecidos, os eventos


relacionados à distribuição equitativa do material genético entre as células
resultantes estão indicados em:

a ) I e III, apenas.

b ) II e IV, apenas.

c ) II e III, apenas.
d ) I e IV, apenas.

e ) I, II, III e IV.

129

23. (Udesc) As células em geral são estimuladas a se dividirem quando


atingem um determinado tamanho, assim como por substâncias denominadas
de fatores de crescimento celular, passando pelo chamado Ciclo Celular, que é
subdivido em três fases: G1 - S - G2.

Analise as proposições em relação ao ciclo celular, e considere (V) para


verdadeira e (F) para falsa.

I ) Na fase S ocorre a duplicação do DNA.

II ) Na fase G2 ocorre o pareamento dos cromossomos homólogos.

III ) Na fase G1 todo o DNA está altamente condensado.

IV ) A fase S só ocorre em células que entram em mitose.

V ) Na fase G1 e na G2 as células apresentam a mesma quantidade de DNA.

Escreva no caderno a alternativa correta, de cima para baixo.

a)F-F-V-V-F

b)V-V-F-F-F

c)V-F-F-F-F

d)F-V-V-F-F

e)F-F-F-V-V

24. (PUCPR) Sobre a divisão celular, considerando a prófase I da Meiose I, é


CORRETO dizer que:

a ) a característica mais marcante do diplóteno é que os cromossomos ainda


emparelhados se cruzam em certos pontos chamados quiasmas.

b ) no paquíteno ocorre o afastamento dos cromossomos homólogos e os


cromômeros são bem visíveis formando as cromátides-irmãs.

c ) no leptóteno, o emparelhamento dos cromossomos é chamado de sinapse


cromossômica.
d ) na diacinese, as cromátides permanecem no centro celular, a carioteca se
refaz, os nucléolos reaparecem e os centríolos atingem os polos celulares.

e ) a prófase I é uma fase curta em que os centríolos que não sofreram


duplicação na intérfase permanecem no centro celular e a carioteca se
desintegra ao final dessa fase.

25. (Unicamp) Em relação a um organismo diploide, que apresenta 24


cromossomos em cada célula somática, pode-se afirmar que:

a ) seu código genético é composto por 24 moléculas de DNA de fita simples.

b ) o gameta originado desse organismo apresenta 12 moléculas de DNA de


fita simples em seu genoma haploide.

c ) seu cariótipo é composto por 24 pares de cromossomos.

d ) uma célula desse organismo na fase G2 da interfase apresenta 48


moléculas de DNA de fita dupla.

26. (Unicamp) [No caderno] comente a frase: "Cromossomos e cromatina são


dois estados morfológicos dos mesmos componentes celulares de eucariotos".

Refletindo sobre o capítulo

A Retome a resposta da questão c da página 112 e, se necessário,


complemente-a.

B Qual é a relação entre o envoltório nuclear e o retículo endoplasmático?

C Considere que o número haploide do cachorro é 39.

· Quantos pares de cromossomos existem em suas células somáticas?

· Quantos cromossomos há em cada gameta?

· Quantos cromossomos autossômicos existem no final da meiose I?

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

130

Trocando ideias

Câncer
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), mais de 12 milhões de
pessoas no mundo são diagnosticadas com essa doença todo ano. Desse total,
cerca de 8 milhões morrem.

Você já ouviu falar em câncer? Sabe como ele surge e o que o torna tão
temido? Por que será que essa doença causa tantas mortes?

Cada célula deve ter seu comportamento ajustado de acordo com a


necessidade do organismo. Assim, uma célula deve se multiplicar apenas
quando necessário, manter características especializadas e ocupar locais
específicos, garantindo o funcionamento adequado do organismo. Quando
esse comportamento celular é alterado, a multiplicação das células também
pode ser alterada. Como consequência, as células passam a se multiplicar
descontroladamente.

A multiplicação celular descontrolada é chamada de tumor ou neoplasia,


podendo ser benigno ou maligno. O tumor maligno é conhecido popularmente
como câncer e suas células podem se disseminar para diferentes locais do
organismo, formando tumores secundários. Esse comportamento recebe o
nome de metástase.

Ao contrário do tumor benigno, que permanece próximo ao local de origem e


pode ser retirado por métodos cirúrgicos, o câncer é mais invasivo e pode
atingir diferentes partes do corpo por meio da metástase de suas células. Essa
situação torna o tratamento mais complicado e os efeitos mais agressivos.

Observe, no esquema abaixo, as principais diferenças entre os tumores


benignos e os tumores malignos.

LEGENDA: Comparação entre tumor benigno do miométrio (leiomioma) à


esquerda e um tumor maligno de origem semelhante (leiomiossarcoma) à
direita.

FONTE: Ilustração produzida com base em: KUMAR, V.; ABBAS, A. K.;
ASTER, J. C. Robbins, patologia básica. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
p. 169. CRÉDITO: Studio Caparroz

Uma das maiores ambições da comunidade científica é descobrir a cura para o


câncer. No entanto, os estudos nessa área tornam-se mais difíceis em virtude
de uma série de fatores. Um deles é o fato de o câncer ser um conjunto de
doenças genéticas, que podem ser influenciadas pela exposição a agentes
externos capazes de modificar o material genético (agentes mutagênicos),
como tabagismo, lesões, exposição à radiação, entre outros.

Por isso, é essencial que haja prevenção do câncer e o desenvolvimento de


tratamentos mais eficazes.

131

O câncer é considerado um problema de saúde pública. A rede pública de


saúde é provida apenas com os tratamentos básicos de câncer, como a
quimioterapia e a radioterapia. Muitos tratamentos considerados mais
modernos e variados se encontram disponíveis apenas em outros países e a
custos bastante elevados. Por isso, a luta contra o câncer se torna ainda mais
complicada. Além do sofrimento causado pela doença, os pacientes não
encontram condições financeiras de custear tratamentos adequados no país,
nem têm condições de buscar tratamento em outros países.

Leia os trechos das reportagens a seguir.

Alunos ajudam professora do Rio em luta contra câncer no exterior

Berta Toste sofre de um condrossarcoma, um tumor ósseo.

Estudantes e ex-alunos ajudam a disseminar campanha na internet.

[...]

[...] Os médicos de Berta a apoiam na opção de buscar tratamento no exterior.


"Eu conversei com eles e perguntei o que achavam. Os médicos disseram que
valeria a pena. Porque o tratamento que eu faço aqui tem uma porcentagem de
cura pequena".

[...]

BOECKEL, Cristina. Alunos ajudam professora do Rio em luta contra o câncer


no exterior. G1, São Paulo, 30 jun. 2015. Disponível em: http://
g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/06/alunos-ajudam-professora-do-rio-
em-luta-contra-cancer-no-exterior.html. Acesso em: 19 fev. 2016.

Lutadora de boxe do RS rifa prêmios de luxo para tratar câncer raro


Giovana Cavalcanti precisa de R$ 250 mil para importar remédio dos EUA.

Jovem de 25 anos criou campanha na internet para arrecadar o valor.

[...]

A jovem não conseguiu os resultados esperados com a quimioterapia e


radioterapia convencionais. Com isso, os médicos sugeriram [um]
medicamento que não é comercializado no Brasil. Cada dose custa pouco mais
de R$ 20 mil, além dos custos para a importação.

[...]

MENEZES, Paula. Lutadora de boxe do RS rifa prêmios de luxo para tratar


câncer raro. G1, São Paulo, 27 jun. 2015. Disponível em: http://g1.globo.
com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2015/06/lutadora-de-boxe-do-rs-rifa-premios-
de-luxo-para-tratar-cancer-raro.html. Acesso em: 19 fev. 2016.

Atenção professor: Veja as respostas das questões dessa seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

a ) O que há em comum entre os tumores malignos e benignos? Quais


características os distinguem?

b ) Com base nas reportagens acima, converse com seus colegas sobre a
importância da solidariedade no tratamento de casos de câncer.

c ) Segundo a Constituição Federal, é direito de todo cidadão o acesso à


saúde, cabendo ao Estado prover diagnóstico, exame e tratamento adequado.
Apesar disso, como podemos perceber nas reportagens acima, o sistema
público de saúde não tem recursos suficientes para prover todos os serviços
oncológicos* de que a população necessita. Converse com seus colegas sobre
isso.

d ) Você considera que o Estado deveria investir em novas tecnologias e na


capacitação de profissionais ou investir no custeio desses tratamentos em
outros países? Troque ideias sobre isso com seus colegas.

*Informe aos alunos que "tratamentos oncológicos" se referem aos tratamentos


contra o câncer.

132
LEGENDA: Formiga da espécie Lasius niger se alimentando dos excrementos
do pulgão da espécie Aphis fabae.

CRÉDITO: Dr Jeremy Byrgess/SPL/Latinstock

Capítulo 8 - Processos energéticos das células

[...] [Algumas] espécies de formigas vivem em associação com uma espécie de


pulgão ou de cochonilha. Essa associação é uma verdadeira forma de criação*.
[...]

Em algumas espécies, a criação é conduzida sob a forma de estabulação


subterrânea permanente. Os pulgões são então instalados nas câmaras
cavadas em volta de raízes de vegetais, de onde sugam diretamente a seiva da
qual se alimentam. [...]

[...] A reprodução dos pulgões acontece em boas condições, pois as fêmeas


reprodutoras são alojadas em câmaras subterrâneas onde os ovos são
abrigados durante o inverno. As formigas se alimentam das excreções dos
pulgões, quer dizer, de seus excrementos ricos em açúcares e outras
moléculas orgânicas provenientes da seiva das plantas que as geraram . Para
tal, as formigas acariciam com suas antenas o abdômen dos pulgões que,
estimulados, eliminam as excreções açucaradas.

[...]

MAZOYER, M; ROUDART, L. História das agriculturas no mundo: do neolítico


à crise contemporânea. São Paulo: Unesp, 2010. p. 55-56. Disponível em:
www2.fct.unesp.br/docentes/geo/bernardo/BIBLIOGRAFIA%20DISCIPLINAS
%20POS-GRADUACAO/HISTORIA%20DA%20AGRICULTURA/Historia_das_a
griculturas.pdf. Acesso em: 25 fev. 2016.

A. Qual é a relação entre o vegetal, os pulgões e as formigas?

Resposta: Os pulgões se alimentam da seiva das plantas e as formigas se


alimentam dos açúcares produzidos pelo pulgão.

B. Explique o trecho do texto que está sublinhado.

Resposta: As formigas obtêm a matéria-prima que será utilizada para a


produção de energia para seu metabolismo a partir dos excrementos dos
pulgões, os quais são ricos em açúcares. Os pulgões, por sua vez, obtêm a
matéria-prima que será utilizada para a produção de energia a partir da seiva
produzida pelas plantas, e estas obtêm energia da luz do Sol.

C. Por meio de qual processo os seres vivos citados no texto obtêm energia?

Resposta: As plantas realizam fotossíntese e respiração celular. Os pulgões e


as formigas, apenas respiração celular.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Formiga (Lasius niger): pode atingir de 3,5 mm a 5 mm de comprimento.

Pulgão (Aphis fabae): pode atingir de 1,8 mm a 3,1 mm de comprimento.

Fim do complemento.

Glossário:

Estabulação: criar ou engordar em estábulo.

Fim do glossário.

*Diga aos alunos que o termo "criação" no texto remete ao fato de que as
formigas criadoras constroem abrigos no solo para proteger os pulgões que
elas exploram. Alguns indivíduos (formigas) fazem a guarda dos abrigos,
afastando predadores e destruindo as asas dos pulgões que tentam fugir.

133

Energia, metabolismo e vida

Como você estudou, uma das propriedades dos seres vivos é o metabolismo,
definido como o conjunto de todas as reações químicas que um organismo
realiza. Essas reações químicas ocorrem por meio de diversos processos que
utilizam energia, tais como: o transporte, a absorção, a degradação e a síntese
de moléculas.

É importante destacar que a energia não é criada, mas transformada. Ao ser


absorvida na fotossíntese, parte da energia da luz solar é transformada em
energia química armazenada nas ligações químicas de moléculas orgânicas
(alimento) que serão utilizadas por toda a extensão da cadeia alimentar.
Durante o processo de respiração celular, as células vegetais e animais
transferem a energia das moléculas orgânicas a uma forma conveniente para o
metabolismo, no caso, a versátil molécula de ATP (adenosina trifosfato). Já
alguns fungos e bactérias utilizam a fermentação para transferir a energia de
moléculas orgânicas para o ATP.

O metabolismo pode ser dividido em anabolismo e catabolismo. No


anabolismo, as reações químicas produzem moléculas complexas a partir de
moléculas simples. No catabolismo, as reações químicas decompõem
moléculas mais complexas em moléculas mais simples, liberando energia.

1. De que maneira as células obtêm energia para realizar suas funções?

Resposta: Por meio da quebra da glicose, durante o processo da respiração


celular, ou de outras moléculas na fermentação.

LEGENDA: Massa de pão pronta para ser assada.

CRÉDITO: Ildi Papp/Shutterstock.com

O fermento biológico possui leveduras que realizam o catabolismo de


carboidratos presentes na massa do pão. Essa reação química libera energia,
etanol e gás carbônico, que é o responsável pelo aumento do volume da
massa.

Boxe complementar:

Esquema simplificado de anabolismo e catabolismo

LEGENDA: Ilustração produzida com base em: NELSON, David L. et al.


Princípios de Bioquímica de Lehninger. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. p.
487.

FONTE: Ilustração produzida com base em: NELSON, David L. et al. Princípios
de Bioquímica de Lehninger. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. p. 487.
CRÉDITO: Somma Studio

Fim do complemento.

134

Moléculas envolvidas nos processos energéticos


A transferência de energia que ocorre nas reações metabólicas é altamente
organizada e regulada pelas células. Esse controle é exercido principalmente
por enzimas e coenzimas, que determinam a quantidade necessária de energia
a ser utilizada em determinado processo.*

Na célula, a energia liberada pela degradação gradual das moléculas dos


alimentos (por exemplo, a glicose) é armazenada temporariamente em
moléculas carreadoras. Estas contêm ligações químicas ricas em energia e
podem ser transportadas rapidamente pela célula, transferindo sua energia
para as reações químicas.

ATP

A adenosina trifosfato ou ATP é uma das principais moléculas carreadoras das


células. Ela é composta por uma base nitrogenada adenina ligada a um
monossacarídeo ribose, que se une a três grupos fosfato.

A quebra da ligação de um dos grupos fosfato do ATP libera energia, formando


a adenosina difosfato ou ADP, e um íon fosfato ou fosfato inorgânico (Pi)**.

As reações de quebra das ligações de grupo fosfato são exergônicas, ou seja,


liberam energia. Já no processo de formação do ATP, um grupo fosfato precisa
se ligar a outro grupo fosfato na molécula de ADP por meio da utilização de
energia. Isso faz com que essas reações absorvam energia, e, por isso, são
chamadas de reações endergônicas .

Boxe complementar:

Estrutura das moléculas de ATP, ADP e AMP

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.;
EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2001. p. 103-104. CRÉDITO: Somma Studio

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Formação de ATP

CRÉDITO: Somma Studio

Fim do complemento.
*Se achar conveniente, retome com os alunos o assunto enzimas, trabalhado
no capítulo 4 deste volume.

**Pi é a abreviatura para a representação de um íon fosfato (H 2PO4).

135

NAD, NADP e FAD

Outra maneira de se obter energia é por meio do transporte de elétrons. Em


algumas reações químicas, as substâncias podem perder ou ganhar elétrons.
Quando ocorre o ganho de elétrons, a substância se torna reduzida, e, quando
uma substância perde elétrons, ela se torna oxidada. Essas reações,
chamadas de oxirredução ou redox, são acopladas, ou seja, ocorrem ao
mesmo tempo.

Quando uma substância perde um átomo de hidrogênio (H), ela se torna


oxidada, pois também está perdendo um elétron. Da mesma maneira, quando
uma substância recebe um átomo de hidrogênio, ela se torna reduzida, pois
também ganha um elétron. A perda de átomos de hidrogênio é chamada
desidrogenação.

Reações acopladas de oxirredução

CRÉDITO: Somma Studio

Algumas moléculas carreadoras são especializadas em transportar elétrons e


átomos de hidrogênio ricos em energia. Entre as mais importantes, estão as
coenzimas nicotinamida-adenina-dinucleotídeo ou NAD + , a fosfato-de-
nicotinamida-adenina-dinucleotídeo ou NADP + e a flavina-adenina-
dinucleotídeo ou FAD. Geralmente, o NAD e o FAD estão envolvidos em
processos catabólicos, como a fermenta-

ção e a respiração, enquanto o NADP participa de processos anabólicos, como


a fotossíntese e a quimiossíntese. Quando uma molécula de hidrogênio é
acoplada ao NAD, FAD ou NADP, essas coenzimas deixam sua forma natural
oxidada e passam a se apresentar na forma reduzida. Observe no quadro
abaixo

Quadro: equivalente textual a seguir.


Forma oxidada Forma reduzida

NAD+ → NADH

NADP+ → NADPH

FAD+ → FADH

Encontro com... Química

Reações e equações químicas

Em uma reação química, os reagentes se combinam entre si para formar os


produtos. A reação química pode ser expressa por uma equação química.
Observe o exemplo a seguir.

A queima do gás metano (CH4) ocorre na presença do gás oxigênio (O 2),


formando gás carbônico (CO2) e água (H2O). Essa reação libera energia na
forma de calor.

2. A equação química da queima do metano está balanceada? Explique.

Resposta: Sim, porque a quantidade de elementos químicos (um átomo de


carbono, quatro de hidrogênio e quatro de oxigênio) presente nos reagentes é
a mesma dos produtos.

136

Fotossíntese

A fotossíntese é o processo energético por meio do qual os vegetais, as algas


e algumas bactérias utilizam a energia luminosa para produzir compostos
orgânicos altamente energéticos, a partir de moléculas inorgânicas simples,
isto é, produzem seu próprio alimento. Esses seres vivos são chamados
fotoautotróficos (do grego: foto = luz; auto = próprio; trofico = relativo a
alimento).

A equação geral da fotossíntese pode ser apresentada da seguinte maneira:

Essa equação descreve que a molécula de água (H 2O) perde dois átomos de
hidrogênio (consequentemente, dois elétrons) e se oxida, formando uma
molécula de gás oxigênio (O2). Os átomos de hidrogênio são incorporados à
molécula de gás carbônico (CO2) por meio de uma reação de redução,
transformando-a em um carboidrato (CH2O).

A maioria dos carboidratos formados na reação da fotossíntese são trioses, ou


seja, carboidratos de três carbonos (C 3H6O6). Apesar disso, essas trioses
podem ser utilizadas para produzir a glicose (C 6H12O6), a qual, normalmente, é
apresentada como um produto da reação de fotossíntese. Dessa maneira, a
equação da fotossíntese também pode ser representada da seguinte maneira:

Nos vegetais, a fotossíntese ocorre nos tilacoides e no estroma dos


cloroplastos. Os tilacoides estão comumente arranjados uns sobre os outros
formando pilhas. Essa pilha de tilacoides recebe o nome de grana.

A fotossíntese ocorre em duas etapas. A primeira acontece nas membranas


dos tilacoides, auxiliada por pigmentos fotossintéticos e pelas enzimas ali
presentes. Já a segunda etapa ocorre no estroma do cloroplasto.

Estrutura de um cloroplasto.

FONTE: Ilustração produzida com base em: RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.;
EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2001. p. 130. CRÉDITO: A7 Estudio

137

Pigmentos fotossintetizantes

Durante a fotossíntese, parte da energia da luz solar é absorvida pela ação de


pigmentos fotossintetizantes, como a clorofila. Esse pigmento está presente em
células de organismos eucariontes que realizam a fotossíntese, como os
vegetais e as cianobactérias. Outros pigmentos envolvidos na captura da
energia luminosa são os carotenoides e as ficobilinas, pigmentos acessórios
que vão auxiliar a clorofila na captura da luz solar.

LEGENDA: Após atravessar um prisma, a luz branca será decomposta nas


cores do arco-íris. Cada cor possui um comprimento de onda específico,
portanto elas se deslocam de maneira diferente dentro do prisma e a luz é
decomposta. Esse fenômeno é chamado dispersão.

CRÉDITO: MilanB/Shutterstock.com
A luz e a clorofila

A luz branca, ou luz visível, é uma radiação eletromagnética composta por


diversos comprimentos de onda que, quando decompostos, geram as cores do
arco-íris, como mostra a imagem ao lado.

A clorofila é capaz de absorver comprimentos de onda na faixa do azul/violeta


e vermelho. Observe o gráfico a seguir.

Espectro de absorção da clorofila

FONTE: Gráfico elaborado com base em: RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.;
EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2001. p. 129. CRÉDITO: Gilberto Alicio.

Por que os vegetais são verdes?

Os comprimentos de onda que se referem principalmente à cor verde não são


absorvidos pela clorofila, mas refletidos por ela. Geralmente, a clorofila
concentra-se nas folhas ou em partes mais jovens da planta e, por isso,
observamos a cor verde, carac terística dessas partes vegetais.

Quando a luz atravessa um componente, determinados comprimentos de onda


são refletidos, outros são absorvidos e transmitidos. No caso ao lado, os
comprimentos de onda que perfazem a cor laranja são transmitidos ou
refletidos, e os outros comprimentos de onda que compõem a luz branca são
absorvidos. O mesmo ocorre com o verde nas folhas.

FONTE: Ilustração produzida com base em: RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.;
EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2001. p. 128. CRÉDITO: Studio Caparroz

Existem diferentes moléculas de clorofila*. A clorofila a ocorre nos organismos


fotossintetizantes eucariontes e nas cianobactérias e é essencial para a
realização da fotossíntese. Ela representa 3/4 do conteúdo total de clorofilas.

*Veja mais informações sobre esse assunto nas Orientações para o professor.

138

Encontro com... Física

Luz e comprimento de onda


Durante o século XVII, a natureza da luz foi alvo de intensos debates. Em
1672, o inglês Isaac Newton (1642-1727) sugeriu que a luz correspondia a um
fluxo de diferentes partículas. Em 1678, o holandês Christiaan Huygens (1629-
1695) propôs que a luz se comportava como uma onda. No entanto, somente
no século XXI, após estudos sobre fenômenos elétricos e magnéticos, o
escocês James Clerk Maxwell (1831-1879) percebeu que, em se tratando de
propagação, a luz é uma onda eletromagnética.

Para o ser humano, a luz visível possui comprimento de onda entre 750 e 380
nanômetros, uma pequena parcela do espectro eletromagnético. Observe.

CRÉDITO: Renan Fonseca

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: HALLIDAY, D.; RESNICK, R.


WALKER, J. Fundamentos de Física: Óptica e Física moderna. 9. ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2012. v. 4. p. 2. CRÉDITO: Luciane Mori.

Etapas da fotossíntese

As diversas reações químicas que ocorrem durante a fotossíntese são divididas


em duas etapas. Uma delas ocorre na membrana dos tilacoides e é chamada
etapa fotoquímica ou fase clara, pois essas reações químicas dependem da
luz. A outra etapa ocorre no estroma do tilacoide e é conhecida como etapa
química ou fase escura, pois não depende diretamente da luz solar.

Boxe complementar:

Etapa fotoquímica

Essa etapa se inicia com a transferência da energia luminosa para a molécula


de clorofila.

Simultaneamente, ocorre a fotólise da água, que é a quebra da molécula de


água dependente da luz. Essa reação libera gás oxigênio (O 2), átomos de
hidrogênio (H+) e elétrons (e-).

2H2O → 4e- + 4H+ + O2

Os elétrons são capturados por moléculas de NADP +, produzindo NADPH. Os


átomos de hidrogênio e a energia capturada da luz solar propiciam condições
para que uma enzima, chamada ATP- sintase, produza ATP a partir da
molécula de ADP.

Atenção professor: A fotólise ocorrida em cada molécula é representada por:


H2O → 2e-+ 2H-+ 1/202-. Fim da observação.

FONTE: Ilustração produzida com base em: RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.;
EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2001. p. 132. CRÉDITO: A7 Studio

Etapa química

O ATP e o NADPH produzidos na etapa fotoquímica são utilizados para fixar e


reduzir o carbono disponível na forma de gás carbônico (CO 2) e sintetizar
carboidratos (sacarose, amido) a partir dele.

A sequência de reações químicas que ocorre nessa etapa recebe o nome de


Ciclo das pentoses ou Ciclo de Calvin-Benson, em homenagem aos seus
descobridores: o bioquímico estadunidense Melvin Calvin (1911-1997), que em
1961 recebeu o prêmio Nobel de Química pela explicação desse ciclo, e o
bioquímico estadunidense Andrew Benson (1917-2015).

Fim do complemento.

139

Biologia e Cultura

A utilização do amido pelos povos indígenas

Como vimos na equação química da fotossíntese, além do gás oxigênio, a


glicose também é um dos produtos desse processo. No entanto, ela não
permanece livre por muito tempo no meio celular, sendo rapidamente
convertida em sacarose (a principal forma de transporte de açúcares) ou em
amido (a principal forma de estocagem de carboidratos em vegetais). As raízes
tuberosas, como a mandioca, possuem grandes estoques de amido e são
importantes fontes de energia na alimentação.

A mandioca, ou maniwa , como é chamada por alguns povos indígenas, é um


dos mais importantes alimentos desses povos, os quais cultivam as diferentes
variedades da espécie. Em virtude disso, muitas lendas foram criadas acerca
de sua origem.

Na cultura tupi-guarani, a mandioca nasceu da sepultura da menina Mani, a


qual é fruto da gravidez de uma virgem. A criança morreu misteriosamente com
pouco tempo de vida e, no local onde ela foi enterrada, nasceu uma planta
exuberante, com raízes grossas e saborosas. Assim, a planta foi batizada de
"manioca", que significa "casa de Mani".

Um dos pratos típicos de festas nas tribos indígenas é a maniçoba. Produzido à


base de folhas de mandioca e animais caçados, esse prato é mantido em
cozimento por vários dias. O beiju de tapioca é outro exemplo de prato
indígena feito a partir da farinha de mandioca e consumido em várias regiões
do Brasil.

LEGENDA: Mulher indígena do povo Kalapalo preparando beiju.

CRÉDITO: Sergio Ranalli/Pulsar

140

Oficina de Biologia

Um dos produtos da fotossíntese pode permanecer no interior da folha vegetal.


Para verificar o que ocorre nessa situação, realize a atividade a seguir.

Materiais

· 250 mL de água

· 6 folhas de espinafre (ou rúcula)

· bicarbonato de sódio

· 3 canudos plásticos largos

· detergente líquido incolor

· Iuminária

· cronômetro

· 1 seringa com capacida de de 30 mL a 65 mL

· 2 copos plásticos transparentes de 50 mL de capacidade


· 1 recipiente plástico com 300 mL de capacidade

Mãos à obra

A. Com os canudos plásticos, corte 20 discos nas folhas de espinafre.

B. Coloque 250 mL de água no recipiente plástico. Adicione aproximadamente


1,5 g de bicarbonato de sódio e mexa até dissolver. Pingue duas gotas de
detergente na solução e mexa devagar.

C. Retire o êmbolo da seringa e coloque os discos de folhas de espinafre


dentro dela. Em seguida, recoloque o êmbolo.

D. Coloque 20 mL da solução de bicarbonato de sódio e detergente na seringa.


Os discos devem flutuar na solução.

E. Com a ponta da seringa voltada para cima, empurre o êmbolo lentamente


para retirar as bolhas de ar. Tape a ponta da seringa com o dedo indicador e
puxe o êmbolo para criar uma pressão negativa (vácuo). Ao puxá-lo, as bolhas
de ar irão se formar próximas aos discos de folhas. Mantenha-o nessa posição
por 10 segundos.

F. Simultaneamente, solte o êmbolo e retire o dedo da ponta da seringa. Os


discos começarão a afundar.

G. Remova o êmbolo da seringa e despeje metade da solução em cada copo


plástico e 10 discos de folha em cada um. Todos os discos devem afundar.

H. Coloque um dos copos dentro de um armário, para que não receba


iluminação, e o outro, a cerca de 20 cm de distância da luminária.

Marque 15 minutos no cronômetro e observe, a cada três minutos, o que ocorre


com os discos de folhas em cada copo. Anote os resultados no caderno. Após
esse tempo, compare os discos de folhas dos dois copos.

No procedimento E , o ar* que existe no interior dos tecidos do vegetal é


retirado.

CRÉDITO: Desenhorama Estúdio

Para pensar

1. O que aconteceu com os discos vegetais após a realização do procedimento


I? Por quê?
2. Qual é a importância de se realizar o procedimento E?

3. Nessa atividade a fonte de carbono para a realização da fotossíntese são os


íons formados pela adição de bicarbonato de sódio. Em um ambiente terrestre,
qual seria a fonte de carbono para esse processo?

Veja as respostas das questões desta seção nas Orientações para o professor.

O detergente permite que a solução de bicarbonato de sódio entre nas folhas.

Caso alguns discos de folhas permaneçam flutuando, repita a etapa E mais


uma ou duas vezes.

*Mistura de gás oxigênio e gás carbônico.

141

Quimiossíntese

Como você já estudou no capítulo 2, a quimiossíntese é um processo que


consiste na utilização de moléculas inorgânicas como fonte de energia. Os
organismos que realizam esse processo são chamados quimioautotróficos,
sendo a grande maioria bactérias.

Entre as moléculas inorgânicas que esses organismos utilizam como fonte de


energia, podemos citar: sulfeto de hidrogênio (H 2S), enxofre elementar (S),
amônia (NH3), íons nitrito (NO2-), gás hidrogênio (H2), íons de ferro (Fe 2+) e
monóxido de carbono (CO).

As bactérias que oxidam o sulfeto de hidrogênio são chamadas sulfobactérias ,


tais como a Beggiatoa sp. Essas bactérias reduzem moléculas de sulfeto de
hidrogênio na presença de gás oxigênio, formando água, enxofre e liberando
energia química na forma de ATP, a qual será utilizada para a produção de
carboidratos.

LEGENDA: Sulfobactérias do gênero Thiocystis sp. (imagem colorida


artificialmente; aumento aproximado de 6000 vezes).

CRÉDITO: Alfred Pasieka/SPL/Latinstock

2H2S + O2 → 2H2O + 2S + energia

As bactérias que oxidam compostos de ferro, como os íons ferro (Fe 2+), são
conhecidas como ferrobactérias , como é o caso da Thiobacillus ferrooxidans.
Apesar das diferenças nas fontes inorgânicas, assim como os fotoautotróficos,
os quimioautotróficos utilizam o gás carbônico (CO 2) como fonte de carbono
para a produção de moléculas orgânicas energéticas, tais como os
carboidratos.

Biologia e Ambiente

Quimiossíntese em bactérias e os benefícios para as plantas

As Nitrosomonas e Nitrobacter, bactérias que vivem no solo, são chamadas


nitro-bactérias. Elas realizam quimiossíntese a partir dos compostos
nitrogenados.

As Nitrosomonas metabolizam o íon amônio (NH4 +) em íon nitrito (NO3-). Veja:

NH4+ + 3O2 → 2NO2- + 4H+ + 2H2O + energia

As Nitrobacter, por sua vez, oxidam os íons nitrito em íon nitrato (NO3 -). Veja:

2NH2- + O2 → 2NO3- + energia

O nitrato é um dos principais compostos utilizados pelas plantas para obtenção


de nitrogênio. Esse composto, após ser absorvido pelas raízes das plantas,
disponibiliza o nitrogênio que será incorporado ao metabolismo vegetal. O
nitrogênio é necessário para a síntese de moléculas essenciais ao
desenvolvimento da planta, como as proteínas e os ácidos nucleicos.

Os chamados fertilizantes nitrogenados possuem nitrato em sua composição.


Apesar de serem importantes para o desenvolvimento dos vegetais, seu uso
indiscriminado pode afetar o ambiente, pois o excesso é levado pelas águas da
chuva para rios e represas, poluindo-os.

LEGENDA: Plantação de milho. Os compostos nitrogenados auxiliam a


aumentar a produtividade das culturas.

CRÉDITO: Zeljko Radojko/Shutterstock.com

142

Respiração celular

Como já estudamos, a energia da luz solar é absorvida por meio da


fotossíntese e parte dela é armazenada nas células vegetais na forma de
amido e açúcares. A energia contida nesses carboidratos é utilizada pelos
seres vivos para o seu desenvolvimento e manutenção.

Para que essa energia seja liberada, as ligações químicas que formam os
carboidratos são quebradas para obtenção de moléculas de glicose (C 6H12O6);
essas moléculas atravessam a membrana plasmática das células, passam pelo
processo da respiração e liberam energia.

A respiração celular ocorre quando a glicose é utilizada como fonte de energia


na presença de gás oxigênio (reação química aeróbia). Quando a molécula de
glicose é oxidada apenas parcialmente, sem o uso de oxigênio (reação
anaeróbia), ocorre o processo de fermentação. Nesse caso, o saldo energético
obtido é menor se comparado à respiração celular, na qual a glicose é oxidada
por completo até produzir gás carbônico.

A respiração celular pode ser resumida pela seguinte equação química:

C6H12O6 + O2 → 6CO2 + 6H2O + energia

Essa equação química indica que uma molécula de glicose (C 6H12O 6) é


oxidada, resultando em seis moléculas de gás carbônico (CO 2), seis moléculas
de água (H2O) e energia. Basicamente, os processos energéticos podem ser
resumidos da seguinte maneira:

LEGENDA: A bioluminescência produzida pelos vaga-lumes utiliza energia


liberada durante a quebra de moléculas de ATP, sintetizadas na respiração
celular.

CRÉDITO: Mitsuhiko Imamori/Minden Pictures/Latinstock

Boxe complementar:

Relação entre os processos energéticos celulares

O alimento sintetizado durante a fotossíntese pode ser metabolizado em


condições aeróbias ou anaeróbias. A energia produzida nesses processos é
armazenada em moléculas de ATP e pode ser utilizada em todos os processos
celulares que demandam energia.

CRÉDITO: Somma Studio

Fim do complemento.
Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Vaga-lume: de 0,5 cm a 3 cm de comprimento.

Fim do complemento.

3. O que são organismos autotróficos? E heterotróficos? Cite um exemplo de


cada um.

Resposta: Autotróficos são organismos que produzem o seu próprio alimento,


como os vegetais, as algas e as cianobactérias. Heterotróficos são organismos
que obtêm energia a partir de moléculas orgânicas altamente energéticas da
dieta. São exemplos de organismos heterotróficos os fungos, os protozoários e
todos os animais.

4. Que tipo de nutriente é produzido durante a fotossíntese?

Resposta: Carboidratos (sacarose e amido).

143

Etapas da respiração celular

O processo da respiração celular inicia no citosol das células e termina no


interior da mitocôndria. Ele pode ser dividido em três etapas: glicólise, ciclo de
Krebs e cadeia respiratória. A glicólise ocorre no citosol da célula, o ciclo de
Krebs na matriz mitocondrial e a cadeia respiratória nas cristas mitocondriais.

CRÉDITO: A7 Estudio

Glicólise

A glicólise (do grego, glykos significa açúcar; lysis, quebra) é uma etapa
anaeróbia da respiração celular, pois não há consumo de oxigênio. Essa etapa
é comum entre a respiração celular e a fermentação, e é nela que a glicose
começa a ser quebrada.

No citoplasma, a glicose sofre uma sequência de reações químicas nas quais


uma molécula de glicose (C6H12O6) forma duas moléculas de piruvato, ou ácido
pirúvico, (C3H4O3). Ao longo da glicólise, duas moléculas de ATP são
consumidas enquanto quatro são produzidas; duas moléculas de NAD + são
reduzidas à NADH; há liberação de duas moléculas de água com dois íons
hidrogênio.

Veja, a seguir, um esquema simplificado de como ocorre a glicólise.

Boxe complementar:

Resumo da glicólise

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.;
EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2001. p. 110-111. CRÉDITO: Somma Studio

Fim do complemento.

144

Ciclo de Krebs

Após ser produzido na glicólise, o piruvato atravessa as membranas da


mitocôndria e entra na matriz mitocondrial. Ali, é oxidado em uma molécula de
dois carbonos, a acetil-CoA, que será incorporada ao intermediário
oxaloacetato para ingressar efetivamente no ciclo de Krebs.

Ao longo do ciclo de Krebs, a acetil-CoA é oxidada a uma molécula de


oxaloacetato regenerada, o que permite novamente sua utilização e caracteriza
um ciclo. Além disso, nele, uma série de moléculas são consumidas e
liberadas. Veja ao lado um resumo de como isso ocorre.

Boxe complementar:

Resumo do ciclo de Krebs

CRÉDITO: Somma Studio

Fim do complemento.

Boxe complementar:

O nome ciclo de Krebs é uma homenagem ao biólogo e médico Sir Hans Krebs
(1900-1981), que, em 1953, recebeu um prêmio Nobel pela descoberta dessa
via. Ele também é chamado de ciclo do ácido cítrico, molécula formada no
início dessa etapa.

Fim do complemento.
Cadeia respiratória

Uma parte da energia proveniente da quebra da glicose é utilizada na formação


de moléculas de ATP; a outra parte encontra-se nos elétrons retirados dos
átomos de carbono, acoplados nos carreadores NAD e FAD (NADH e FADH 2)
produzidos durante a glicólise e o ciclo de Krebs.

Na etapa da cadeia respiratória, também conhecida como fosforilação


oxidativa, esses elétrons são transferidos para o oxigênio por uma série de
transportadores presentes nas membranas da crista mitocondrial. Veja a
seguir.

Boxe complementar:

Resumo da cadeia respiratória

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.;
EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2001. p. 112, 118. CRÉDITO: A7 Estudio

1. Moléculas de NADH e FADH2 transferem os elétrons para um complexo


transportador presente na membrana da crista mitocondrial.

2. Esses elétrons são transferidos entre complexos e moléculas


transportadoras, gerando íons H+, que são bombeados da matriz mitocondrial
para o espaço intermembranas.

3. O acúmulo de íons H + na intermembrana causa um desequilíbrio entre esse


espaço e a matriz. Esse desequilíbrio promove o retorno dos íons à matriz
através de um complexo de proteínas formadoras de ATP, chamado de ATP
sintase. Durante sua passagem, os íons H + fornecem ener gia ao complexo
para a síntese de ATP.

Fim do complemento.

145

Balanço energético da respiração celular

Após estudar as etapas da respiração celular, é possível realizar um balanço


da quantidade de moléculas de ATP produzidas durante todo o processo.
Observe.
Atenção professor: Auxilie os alunos a visualizarem o balanço energético de
cada etapa separadamente. Fim da observação.

O saldo da respiração celular nas células eucarióticas é de 36 moléculas de


ATP. Esse número é obtido ao se subtrair duas moléculas de ATP utilizadas
para transportar as duas moléculas de NADH produzidas no citosol da
mitocôndria durante a glicólise para o interior da mitocôndria. Já nas células
procarióticas, o saldo é de 38 moléculas de ATP, pois nessas células não há
mitocôndrias.

Fermentação

A fermentação é realizada por seres vivos anaeróbios, mas também pode ser
uma alternativa de energia para organismos aeróbios, em situações nas quais
o gás oxigênio está ausente ou em níveis reduzidos. O saldo energético da
fermentação é bem menor do que o da respiração celular, que é de dois ATPs,
pois, nesse processo, a molécula de glicose não sofre oxidação total.

Assim como ocorre na respiração celular, esse processo se inicia com a


glicólise, que oxida a molécula de glicose até piruvato. Porém, na ausência de
gás oxigênio como receptor dos elétrons, o piruvato não entra na mitocôndria e
o NAD se torna o aceptor final, sendo reoxidado de NADH para NAD +. Quando
isso ocorre, o piruvato é reduzido a ácido láctico ou lactato. Esse processo é
chamado fermentação lática.

Outro tipo de fermentação ocorre em leveduras e em algumas células vegetais.


Enzimas presentes nessas células retiram dióxido de carbono do piruvato
reduzindo-o à acetaldeído, que, em seguida, é reduzido pelo NADH e produz
NAD+ e etanol. Esse processo é chamado fermentação alcoólica.

Esses processos de fermentação são utilizados em indústrias na produção de


diversos produtos, como o queijo produzido a partir da fermentação lática; e a
cerveja e o vinho, resultantes da fermentação alcoólica realizada por leveduras.

Atenção professor: Se julgar necessário, reforce para os alunos que na quebra


da glicose dois piruvatos são formados, o que justifica a presença do número 2
diante das moléculas. Fim da observação.

Boxe complementar:
Fermentação lática

Fermentação alcoólica

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: PURVES, Willian K. et al.


Vida: a ciência da Biologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 129-130.
CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

Fim do complemento.

146

Biologia e Saúde

Fermentação lática no corpo humano

A prática de atividades físicas é importante para a saúde do corpo humano e


demanda alto consumo de energia, que é produzida durante a respiração
celular. Mas, se uma atividade física for muito exaustiva, o gás oxigênio pode
ser insuficiente para a respiração celular e, com isso, as células começam a
obter energia a partir da fermentação lática. Esse processo gera um acúmulo
de ácido lático nas células musculares, que, em excesso, causa dores e
incômodo.

LEGENDA: Os exercícios e alongamentos ajudam a evitar o acúmulo de ácido


lático nos músculos. Eles devem ser realizados antes e após a prática de uma
atividade física, sempre com orientação de um profissional da área.

CRÉDITO: Fernando Favoretto/Criar Imagem

Encontro com... Matemática

A relação entre respiração e fotossíntese nas plantas

Observe o gráfico e leia o texto que apresentam dados relativos à fotossíntese


e à respiração celular de um determinado vegetal.

Atenção professor: Auxilie os alunos na interpretação do gráfico. Veja mais


informações sobre esse assunto nas Orientações para o professor. Fim da
observação.

FONTE: TAIZ, L.; ZEIGER E. Fisiologia vegetal. 3. ed. Porto Alegre: Artmed,
2004. p. 206. Gilberto Alicio. CRÉDITO: Gilberto Alicio.
1. A quantidade de luz absorvida não é suficiente para a realização da
fotossíntese, pois o vegetal está no escuro. Dessa maneira, a assimilação de
gás carbônico é menor do que a sua produção pela respiração celular, por isso
o valor é negativo.

2. Conforme ocorre o aumento da luz absorvida, ou seja, conforme o vegetal


recebe mais luz, a assimilação do CO2 pelo processo de fotossíntese também
aumenta.

Em determinado momento, a assimilação de CO 2 pela fotossíntese e sua


produção por meio da respiração se igualam. Este é o ponto de compensação
fótico.

3. A intensidade de luz continua a aumentar, assim como a assimilação de CO 2


pela fotossíntese. Em determinado ponto a intensidade luminosa não interfere
mais na taxa de fotossíntese, fato observado pela drástica redução da
assimilação de CO2. Isso ocorre porque as moléculas que fazem parte da
fotossíntese estão no máximo de sua ação.

Por meio desse gráfico, é possível concluir que a luz afeta diretamente a
capacidade da realização da fotossíntese pelo vegetal. Durante o dia, ele
produz mais gás oxigênio do que consome, e consome mais gás carbônico do
que produz.

Em períodos noturnos, ou seja, na ausência de luz, o vegetal consome mais


gás oxigênio do que o produz, e, consequentemente, libera mais gás carbônico
do que consome.

147

Atividades

Responda as atividades no caderno.

1. O que é ATP, NAD, NADP e FAD? Qual é a importância dessas moléculas


para a célula?

2. Sobre a fotossíntese, responda às questões a seguir.

a) Quais são suas etapas?

b) Quais são seus produtos finais?


c ) Qual é a sua importância para a planta?

d) Escreva, no caderno, a equação química geral da fotossíntese.

e) Qual é o papel da clorofila?

3. Sobre a respiração celular, responda às questões abaixo.

a) Quais são suas etapas?

b) Quais são seus produtos finais?

c ) Qual é a importância desse processo para a célula?

d) Escreva, no caderno, a equação química geral da respiração celular.

4. A fermentação também é conhecida como glicólise anaeróbia. Por que ela


recebe essa denominação?

5. Qual é o rendimento de ATP da respiração e da fermentação? Explique o


porquê dessa diferença.

6. O que é quimiossíntese? Dê um exemplo.

7. O músculo precisa de energia para contrair e essa energia é fornecida pelo


ATP. Durante uma atividade física, o fluxo sanguíneo do corpo humano
aumenta e, consequentemente, a disponibilidade de gás oxigênio também,
favorecendo a produção de ATP na respiração celular. No entanto, quando há
um esforço muscular intenso, o gás oxigênio disponível não é capaz de suprir o
músculo, surgindo sintomas como forte dor momentânea.

a) Explique como a célula muscular gera ATP mesmo sem gás oxigênio.

b) O que causa os sintomas descritos acima?

8. Em determinados momentos do dia, a taxa de consumo de oxigênio pelas


plantas excede a de sua produção. Apesar disso, esse consumo é
extremamente pequeno, se comparado ao do ser humano. Mesmo assim,
algumas pessoas acreditam que não se pode dormir com plantas no quarto
porque isso causa sufocamento e dores de cabeça. Esse pensamento
apresenta algum fundamento? Explique.

CRÉDITO: Fotosearch/AGB Photo Library


9. O crescimento de ervas daninhas em plantações gera um problema para a
agricultura, pois elas crescem e se reproduzem em condições semelhantes às
das plantas cultivadas, diminuindo a produção na lavoura. Para solucionar esse
problema, os agricultores utilizam os chamados herbicidas que são capazes de
matar essas plantas indesejáveis. Alguns desses compostos químicos agem
bloqueando a fosforilação oxidativa. Com base nessas informações e em seus
conhecimentos, responda às questões a seguir.

a ) Explique qual é a consequência desse bloqueio para a célula vegetal.

b ) O bloqueio da fosforilação oxidativa pelo herbicida também pode gerar


consequências para as células animais? Por quê?

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

148

10. Observe a ilustração a seguir e responda às questões propostas.

FONTE: Ilustração produzida com base em: RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.;
EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2001. p. 130. CRÉDITO: A7 Estudio

a ) Em qual estrutura indicada ao lado ocorre a etapa fotoquímica da


fotossíntese?

b ) Qual é o nome da estrutura indicada em C?

c ) Qual é o nome da região indicada em B? Qual etapa da fotossíntese ocorre


nela?

11. Leia o trecho da reportagem a seguir.

[...] Pesquisadores da Petrobras e da Universidade Federal do Rio de Janeiro


(UFRJ) desenvolveram uma tecnologia para a obtenção de etanol a partir do
bagaço da cana-de-açúcar [...].

[...] A tecnologia utiliza matérias-primas que contêm lignocelulose, presente em


qualquer fibra vegetal, para obter bioetanol - nome técnico do álcool produzido
a partir de resíduos vegetais. O etanol convencional é produzido a partir da
fermentação do caldo de cana, e não da biomassa propriamente dita [...].
[...] A celulose e a hemicelulose são polímeros constituídos de açúcares e a
lignina é um composto que protege essas substâncias de microrganismos e dá
resistência à fibra [...].

[...] Para se fabricar etanol a partir da lignocelulose, o bagaço da cana é


prensado dentro de um reator e submetido a uma solução ácida que quebra a
estrutura da fibra. No processo, a hemicelulose é decomposta em açúcares
que ficam em um resíduo líquido. Este passa por uma etapa de fermentação,
em que microrganismos usam os açúcares para produzir o bioetanol [...].

BEZERRA, Fabiola. Bagaço da cana também produz álcool. Ciência Hoje, 12


dez. 2007. Especiais - meio ambiente em foco.Disponível em:
http://cienciahoje.uol.com.br/especiais/meio-ambiente-emfoco/bagaco-da-cana-
tambem-produz-alcool. Acesso em: 8 mar. 2016.

a ) Com base nesse texto e em seus conhecimentos, descreva o processo de


fermentação alcoólica.

b ) O processo de fermentação é utilizado na produção de vários alimentos.


Cite um exemplo de alimento produzido a partir da fermentação.

12. Copie as frases a seguir no caderno, substituindo o símbolo ( _____ ) pelo


termo correspondente, localizado no quadro abaixo.

a ) Os organismos capazes de obter energia por meio da oxidação de


compostos inorgânicos encontrados no ambiente são chamados ( _____ ).

b ) O ( _____ ) ocorre no ( _____ ) e é responsável pela fixação do gás


carbônico (CO2).

c ) Na ( _____ ), o piruvato (C3H4O3) é convertido a lactato (C3 H 6 O 3).

d ) Os organismos capazes de obter energia por meio da luz solar são


chamados ( _____ ).

e ) O ( _____ ) ocorre na ( _____ ) e é responsável pela oxidação da acetil-CoA


a gás carbônico (CO2).

f ) O conjunto de reações químicas que ocorrem no citosol da célula e consiste


na conversão da glicose (C6H12O6) a piruvato (C3H4O3) recebe o nome de
( _____ ).
149

13. (UFRN) Diariamente, gastamos energia em tudo o que fazemos - correndo,


nadando, dançando, caminhando, pensando e até dormindo. Sobre o processo
de obtenção da energia que utilizamos para essas e outras atividades, é
correto afirmar:

a ) O dióxido de carbono e a água se originam durante a glicólise, etapa que


ocorre no citoplasma da célula.

b ) Na respiração celular, o oxigênio e a glicose são utilizados para a produção


de ADP pelas células do corpo.

c ) A glicose utilizada na respiração celular provém da digestão dos


carboidratos pelo sistema digestório.

d ) Nesse processo metabólico, o gás carbônico é gerado em menor


quantidade quando a produção de energia é elevada.

14. (PUCPR) Analise o esquema abaixo que representa a fotossíntese


realizada por organismos autótrofos.

A fotossíntese alimenta direta ou indiretamente a maior parte das formas de


vida sobre a Terra. Sobre o processo de fotossíntese, é correto afirmar:

a ) Na fase do escuro ou fotólise da água, há produção de ATP e NADPH 2, que


serão utilizados na fase de claro (ciclo das pentoses).

b ) Tanto a fotossíntese como a respiração envolvem reações de redox. Na


fotossíntese, o CO2 é quebrado e os elétrons são transferidos junto com os
íons hidrogênio para a água e glicose.

c ) No ciclo de Calvin, ocorre a fixação do carbono. O poder redutor do


NADPH2 propicia a formação de ATP produzidos na fase escura.

d ) O oxigênio resultante do processo de fotossíntese deriva da água (fotólise


da água) e não do gás carbônico.

e ) Existe relação entre a fase do claro e do escuro, o O 2 e o ATP produzidos


na fase de claro são utilizados na fase do escuro para produzir glicose e
energia.
15. (UFMG) Na rua da Bahia, em Belo Horizonte, foi observada uma casa com
um abacateiro. Em seus grandes galhos cresciam musgos, samambaias e
fungos. Considerando esses seres vivos é correto afirmar que todos eles

a ) alternam, ao longo do dia, os processos de fotossíntese e respiração.

b ) liberam gás carbônico no processo de respiração.

c ) obtêm do gás oxigênio a energia necessária para sobreviver.

d ) realizam a fotossíntese na presença de luz.

Refletindo sobre o capítulo

A. Retome as respostas que você deu às questões da página 132 e


complemente-as, se necessário.

B. Observe as reações do ciclo de Krebs e a cadeia respiratória na página 144.


Essas etapas estão presentes no processo de fermentação? Por quê?

C. Observe o saldo de ATPs na página 145. Quantas moléculas de glicose são


necessárias na fermentação para obter o mesmo saldo de ATPs que na
respiração celular de um organismo eucarionte? Explique.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

150

Explorando o tema

Clonagem

A clonagem pode ser definida como o mecanismo que permite a formação de


células ou indivíduos geneticamente idênticos, ou seja, cópias com o mesmo
material genético.

Durante muito tempo, a clonagem de mamíferos foi uma barreira intransponível


pela ciência. Até que, em 1997, uma notícia surpreendeu o mundo: o primeiro
mamífero - uma ovelha - havia sido clonado a partir de células somáticas* de
um animal adulto. O clone, que recebeu o nome de Dolly, foi produzido em um
laboratório na Escócia a partir de células mamárias de uma ovelha adulta. A
técnica mais comum de clonagem, usada na criação de Dolly, é conhecida
como transferência nuclear e está representada no esquema a seguir.
Clonagem por transferência nuclear

FONTE: Ilustração produzida com base em: Genetic Science Learning Center
at the University of Utah (Centro de Aprendizagem em Ciência Genética da
Universidade de Utah). Disponível em:
http://learn.genetics.utah.edu/content/cloning/clonezone/. Acesso em: 06 maio
2016. CRÉDITO: Somma Studio

1. O núcleo da célula reprodutiva (óvulo) é retirado.

2. O núcleo da célula somática doadora é retirado e transferido à célula


reprodutiva desnucleada.**

3. Ocorre a formação de um óvulo com as informações genéticas da célula


somática doadora.

4. A célula formada é induzida a se multiplicar, formando um embrião, o qual é


constituído por células geneticamente idênticas à célula somática doadora.

Existem dois tipos básicos de clonagem, a reprodutiva e a terapêutica. Na


clonagem reprodutiva, o embrião formado no processo descrito acima é
implantado no útero de um animal da mesma espécie ou de espécie
semelhante.*** Caso ocorra a gestação, o embrião vai originar outro indivíduo,
geneticamente idêntico ao doador do núcleo somático, ou seja, um clone. Já na
clonagem terapêutica, o embrião formado pela transferência nuclear não é
implantado no útero de outro animal, mas mantido em laboratório para
multiplicação celular. Nesse tipo de clonagem, não há a formação de um novo
indivíduo, mas de células geneticamente idênticas ao doador do núcleo
somático. Essas células podem ser utilizadas para diversos fins, como
formação de tecidos, órgãos e células-tronco embrionárias.****

LEGENDA: Transferência de núcleo da célula somática doadora para o óvulo


de um rato (célula reprodutiva). Aumento aproximado de 280 vezes.

CRÉDITO: James King-Homes/SPL/Latinstock

*Informe aos alunos que as células dos seres vivos podem ser reprodutivas ou
somáticas. As células reprodutivas (gametas) estão envolvidas no processo de
reprodução, como o óvulo e o espermatozoide. Já as células somáticas
abrangem todos os demais tipos celulares que compõem o organismo. Nos
seres humanos, as células reprodutivas possuem 23 cromossomos e as
somáticas, 46 cromossomos.

**É dessa etapa que provém o nome da técnica "clonagem por transferência
nuclear".

***Informe aos alunos que espécies semelhantes são utilizadas quando fêmeas
da espécie em questão não estão disponíveis para gerar o embrião, como no
caso de animais extintos.

****Se necessário, comente com os alunos que as células-tronco embrionárias


são um tipo celular indiferenciado, encontrado nas fases iniciais de
desenvolvimento dos seres vivos. Elas são capazes de formar todos os 216
tipos de células encontradas no organismo adulto.

151

A clonagem reprodutiva de humanos é proibida em todos os países do mundo.


Já a clonagem terapêutica é proibida em alguns países e permitida em outros.
No Brasil, pela Lei de Biossegurança (Lei n. 11.105/05), ambos os tipos de
clonagem são proibidos, e a punição no caso de infração dessa lei é de dois a
cinco anos de reclusão.

Apesar disso, a clonagem de outros animais, principalmente bovinos, é uma


prática relativamente comum. No entanto, a maioria dos animais clonados
morre precocemente, indicando a necessidade de estudos mais aprofundados
a respeito de sua viabilidade.

Além da criação de bovinos, a comunidade científica estuda usar a clonagem


reprodutiva de animais silvestres ameaçados de extinção, e também de
animais extintos, como os mamutes. Essa possibilidade surgiu quando, em
2003, nasceu um filhote clonado de bucardo (Capra pyrenaica pyrenaica),
animal extinto desde o ano 2000. No entanto, esse filhote acabou morrendo
minutos após o nascimento.

A comunidade científica também tem focado seus esforços na clonagem


terapêutica para o tratamento de doenças. A produção de células-tronco
embrionárias, geneticamente idênticas ao doador da célula somática
(paciente), possibilita o uso dessa técnica no tratamento de doenças, como
distrofia muscular, doença de Parkinson, lesão medular, diabetes tipo I e até
mesmo câncer. Isso é possível porque essas células-tronco podem ser
induzidas a produzirem um tipo específico de célula ou de tecido que se
encontra ausente ou danificado no paciente.

Como as células clonadas possuem o mesmo material genético do paciente, as


chances de o organismo rejeitar as novas células ou tecido é nula, o que
elimina também a necessidade de encontrar doadores compatíveis. Isso foi
comprovado, em 2012, quando Isabella Pippie Kruger, uma menina que aos
três anos de idade teve 80% do seu corpo queimado, recebeu implantes de
pele produzida a partir da clonagem de suas próprias células.

a ) Diferencie clonagem reprodutiva de clonagem terapêutica.

b ) A clonagem de animais silvestres ameaçados de extinção poderia ser uma


solução para evitar que as espécies fossem extintas? Justifique.

c ) Observe a tirinha abaixo e responda às questões a seguir.

Veja as respostas das questões desta seção nas Orientações para o professor.

FONTE: FREITAS, Digo. Diário de ideias gráficas (quase) originais. Disponível


em: http://digofreitas.com/ hq/ml-33-clone/. Acesso em: 25 fev. 2016.
CRÉDITO: Digo Freitas

· Que tipo de clonagem é retratada na tirinha acima?

· Relacione a tirinha com o assunto tratado nesta seção.

d ) Os gêmeos idênticos ou univitelinos são considerados clones naturais nos


seres humanos, pois são formados a partir da divisão de um mesmo zigoto. No
entanto, esses indivíduos não são exatamente iguais entre si, principalmente
no comportamento. Como esse fato pode interferir na questão da realização de
clonagem reprodutiva humana? Converse com os colegas.

152

Unidade 3 - Histologia animal

LEGENDA: Pesquisadora de alimentos provando o primeiro hambúrguer


produzido em laboratório, durante o evento de lançamento do produto em
Londres, em 5 de agosto de 2013.
CRÉDITO: Toby Melville/Reuters/Latinstock

153

No ano de 2013, a notícia do primeiro hambúrguer criado em laboratório


surpreendeu o mundo. Ele foi produzido por pesquisadores holandeses a partir
de células do tecido muscular de um bovino adulto, por meio da cultura de
tecidos.

A cultura de tecidos foi desenvolvida pela primeira vez em 1907 e se


caracteriza por ser uma técnica que permite a formação de diferentes tipos de
tecido animal e vegetal em laboratório.

O estudo dos tecidos é chamado Histologia. Nesta unidade, estudaremos a


histologia dos animais, ou seja, a estrutura e função dos tecidos epitelial,
muscular, conjuntivo e nervoso.

154

CRÉDITO: ARCIMBOLDO, G. Vertumnus. 1590-1591. Óleo sobre tela, 68 cm ×


56 cm. Castelo Skokloster, Suécia.

Capítulo 9 - Tecido epitelial e tecido muscular

Com o desenvolvimento e o aprimoramento das pesquisas científicas,


descobriu-se que todas as formas de vida são formadas por unidades básicas,
as células. Em diversos seres vivos, essas unidades podem se organizar em
tecidos com funções específicas, e o conjunto de tecidos pode formar órgãos,
os quais compõem os sistemas do corpo humano.

Esses conhecimentos nos auxiliam a compreender a organização e a fisiologia


dos seres vivos do ponto de vista biológico, ou seja, como eles realmente são.

Na Arte, o modo de representação dos seres vivos não se limita


necessariamente a sua visão biológica. Um exemplo de como isso ocorre pode
ser percebido na pintura acima. Nela, o rosto de uma pessoa foi formado de
frutos, verduras e flores; em vez de cabelos, músculos e pele. Essa pintura
intitulada Vertumnus foi produzida pelo artista italiano Giuseppe Arcimboldo
(1527-1593) em homenagem ao deus romano da vegetação e da
transformação, e retrata o imperador austríaco Rodolfo II (1552-1612).
CRÉDITO: Giuseppe Arcimboldo. 1590-1591. Óleo sobre tela. 68 x 56 cm.
Castelo Skokloster (Suécia)

A. A pintura acima representa uma visão biológica ou artística do ser humano?


Por quê?

Resposta: Representa uma visão artística, pois está apresentando o ser


humano como sendo composto de frutas, flores e verduras, diferente da visão
biológica, e não condiz com a realidade.

B. Se a imagem de Rodolfo II fosse representada segundo uma visão biológica,


qual seria o principal tecido do corpo que poderia ser representado na pintura?
Justifique.

Resposta: O principal tecido representado seria o tecido epitelial, pois


elereveste a superfície externa do corpo.

C. A partir do texto acima, o que as plantas e os seres humanos possuem em


comum do ponto de vista biológico?

Resposta: Tanto as plantas quanto os seres humanos possuem uma


constituição comum, pois são formados por células, tecidos e estruturas
especializadas.

155

Tecidos

O desenvolvimento das organelas e do núcleo celular, bem como a


multicelularidade ou pluricelularidade, isto é, a presença de mais de uma célula
em um ser vivo, foram essenciais para a grande diversificação das formas de
vida na Terra. Essas células podem se organizar e formar, por exemplo, grupos
de células semelhantes que executam atividades específicas no organismo,
aos quais chamamos de tecidos.

Os tecidos são compostos, basicamente, por células especializadas e pela


matriz extracelular, a qual é produzida pelas células e constituída por
moléculas variadas. Tanto as células quanto a matriz extracelular atuam
conjuntamente para o funcionamento adequado do tecido.
Nos animais que possuem tecidos verdadeiros são reconhecidos quatro tipos
de tecidos: o epitelial, o muscular, o conjuntivo e o nervoso.

1. Organismos unicelulares podem apresentar tecidos? Justifique.

Resposta: Não, pois tecido é um conjunto de células semelhantes com funções


específicas e seres unicelulares são formados por apenas uma célula, a qual
desempenha todas as funções.

2. Todos os animais multicelulares são formados por tecidos? Justifique.

Resposta: Não, pois a multicelularidade não é sinônimo de desenvolvimento de


tecidos. Alguns animais, como os poríferos, apesar de serem multicelulares e
apresentarem células especializadas em realizar determinadas funções, não
possuem células semelhantes agrupadas desempenhando funções
específicas.

Tecido epitelial

O tecido epitelial, ou simplesmente epitélio, é observado revestindo a parte


externa e as cavidades do corpo, e também pode ser encontrado na superfície
interna de órgãos ocos e ductos, bem como formando unidades secretoras
chamadas glândulas. Assim, pode ser relacionado à proteção, à absorção e à
secreção de substâncias no organismo. Além disso, ao serem associadas ao
sistema nervoso, as células epiteliais podem participar da percepção de
estímulos sensoriais.

As células desse tecido são poliédricas e justapostas, organizadas muito


próximas umas às outras, resultando na formação de lâminas de células com
pouco material extracelular. Praticamente todas as células epiteliais estão
apoiadas em um tecido conjuntivo* e apresentam uma superfície livre, em
contato com o meio externo ou com o interior da cavidade que revestem.

Entre a camada de células epiteliais e o tecido conjuntivo existe a lâmina basal,


produzida pelo próprio tecido epitelial. Ela é formada, basicamente, por uma
rede de colágeno, glicoproteínas e proteoglicanos. A lâmina basal se prende ao
tecido conjuntivo por fibras de colágeno.

LEGENDA: Representação de tecido epitelial.


FONTE: Ilustrações produzidas com base em: ALBERTS, B. et al. Biologia
molecular da célula. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 1164, 1171.
GARTNER, L.P.; HIATT, J. L. Tratado de Histologia. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1999. p. 65. CRÉDITO: Studio Caparroz

3. Qual é a importância da lâmina basal dos tecidos?

Resposta: Essa lâmina é importante na sustentação da camada de células


epiteliais, auxilia na filtração de moléculas, na regulação da proliferação celular,
na organização das membranas de células adjacentes, entre outras.

O tecido epitelial é avascular, isto é, não possui vasos sanguíneos e tem


elevado suprimento nervoso. A ausência de vascularização faz com que o
fornecimento de nutrientes e a retirada de resíduos do tecido epitelial sejam
feitos pelos vasos sanguíneos do tecido conjuntivo, o qual também promove a
adesão do tecido epitelial às estruturas subjacentes. De acordo com sua
estrutura e função, o tecido epitelial pode ser classificado em epitélio de
revestimento e epitélio glandular.**

*Esse tecido será estudado no capítulo 10 deste volume. Se necessário,


informe aos alunos que, nos epitélios que revestem as cavidades de órgãos
ocos, essa camada de tecido conjuntivo recebe o nome de lâmina própria.

**Veja mais informações a respeito dessa classificação nas Orientações para o


professor.

156

Tecido epitelial de revestimento

O tecido epitelial de revestimento, ou epitélio de revestimento, recobre a


superfície externa do corpo ou reveste suas cavidades, e também pode
participar da constituição de órgãos sensoriais, como os relacionados à
audição, à visão e ao tato. Esse tipo de tecido pode ser classificado com base
na quantidade de camadas de células e de acordo com a morfologia celular de
sua camada mais superficial.

Veja a classificação do tecido epitelial de revestimento com base na quantidade


de camadas.

Boxe complementar:
Epitélio simples

LEGENDA: O tecido epitelial simples de revestimento é constituído de uma


única camada de células. Normalmente, ele está relacionado a áreas de
movimento ativo e passivo de moléculas, como no revestimento de vasos
sanguíneos e intestino, por exemplo.

Epitélio estratificado

LEGENDA: O tecido epitelial estratificado de revestimento é constituído de,


pelo menos, duas camadas de células. Normalmente, ele atua na proteção de
tecidos subjacentes. Pode ser encontrado, por exemplo, na epiderme, na boca,
no esôfago e na bexiga urinária.

Epitélio pseudoestratificado

LEGENDA: O tecido epitelial pseudoestratificado de revestimento é constituído


de uma única camada de células, embora aparente possuir mais de uma.
Todas as suas células estão apoiadas na lâmina basal, mas nem todas
alcançam a superfície. Aquelas que o fazem são ciliadas ou produzem muco.
Esse tipo de tecido pode ser encontrado, por exemplo, no revestimento da
traqueia e da cavidade nasal.

Fim do complemento.

Agora, veja a classificação do tecido epitelial de revestimento de acordo com a


morfologia celular.

Boxe complementar:

Epitélio pavimentoso (escamoso)

LEGENDA: O epitélio pavimentoso é formado por células achatadas que se


unem umas às outras como ladrilhos. Se observado, por exemplo, no
revestimento dos vasos sanguíneos e na epiderme, vemos que se trata de um
epitélio pouco espesso.

Epitélio cúbico

LEGENDA: O epitélio cúbico é formado por células em forma de cubo ou


hexágono e produz diversas secreções. É encontrado, por exemplo, no
revestimento externo de ovários e nas glândulas sudoríferas.
CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Studio Caparroz

157

Epitélio prismático (colunar ou cilíndrico)

LEGENDA: O epitélio prismático é formado por células altas e cilíndricas. Ele


pode ser observado em locais de secreção, de absorção e de proteção de
tecidos subjacentes, como no intestino e na traqueia. Algumas de suas células
podem conter cílios.

Epitélio de transição

LEGENDA: O epitélio de transição é formado por células globosas que podem


mudar de forma com a distenção do tecido, ficando achatadas. É encontrado
em regiões nas quais ocorrem alongamento, expansão ou movimento de partes
do corpo, como na bexiga urinária e em parte da uretra, por exemplo.

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: TORTORA, G. J. Corpo


humano: fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed,
2000. p. 67, 69. CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Studio Caparroz

Fim do complemento.

Tecido epitelial glandular

O tecido epitelial glandular, ou epitélio glandular, é formado por células que


podem atuar na produção, na secreção e no armazenamento de substâncias.

Esse tecido corresponde à porção secretora das glândulas*, as quais são


sempre formadas a partir de tecido epitelial de revestimento, em um processo
no qual as células epiteliais proliferam e invadem o tecido conjuntivo
subjacente.

LEGENDA: Processo de formação das glândulas a partir de tecido epitelial de


revestimento. Após a invasão do tecido conjuntivo, essas células se
especializam na atividade secretora, em geral, ainda na fase fetal.

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: JUNQUEIRA, L. C.;


CARNEIRO, J. Histologia básica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2004. p. 81. CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Studio Caparroz
As substâncias secretadas pelo epitélio glandular podem incluir proteínas,
lipídios, carboidratos, ou misturas dessas substâncias, as quais são liberadas
no interior de ductos, em superfícies ou na corrente sanguínea.

De acordo com a estrutura e local de secreção das substâncias, as glândulas


podem ser exócrinas, endócrinas ou mistas.

Boxe complementar:

Glândula exócrina

A glândula exócrina mantém comunicação com o tecido epitelial de


revestimento do qual se originou.

É formada por uma porção secretora, constituída de células responsáveis pelo


processo secretório, e pelos ductos, que transportam a secreção (muco, suor,
óleo, cera, saliva ou enzimas digestivas) até a superfície do corpo ou de
cavidades, onde será liberada.

As glândulas sudoríferas e sebáceas são exemplos de glândulas exócrinas.

Fim do complemento.

*Veja informações a respeito do uso do termo glândula nas Orientações para o


professor.

158

Boxe complementar:

Glândula endócrina

LEGENDA: A glândula endócrina não possui ductos. Suas secreções,


conhecidas como hormônios*, são liberadas diretamente no sangue e
distribuídas pela corrente sanguínea ao seu local de ação. As glândulas
suprarrenais e a tireoide são exemplos de glândulas endócrinas.

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: JUNQUEIRA, L. C.;


CARNEIRO, J. Histologia básica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2004. p. 81.

Fim do complemento.
4. Qual glândula, endócrina ou exócrina possui maior quantidade de vasos
sanguíneos ao seu redor? Por quê?

Resposta: A glândula endócrina possui maior quantidade de vasos sanguíneos,


pois sua secreção é liberada na corrente sanguínea e dela depende para sua
distribuição.

Boxe complementar:

Glândula mista

As glândulas mistas possuem os dois tipos de secreção, endócrina e exócrina,


como é o caso do pâncreas.

Nesse tipo de glândula, existem dois grupos celulares epiteliais glandulares: os


ácinos, que representam a porção exócrina da glândula e secretam enzimas
digestivas na cavidade intestinal, e as ilhotas pancreáticas (anteriormente
chamadas ilhotas de Langerhans), que correspondem à porção endócrina do
pâncreas e secretam os hormônios insulina e glucagon no sangue.

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: PARKER, S. O livro do corpo


humano. Barueri: Ciranda Cultural, 2007. p. 107.

Fim do complemento.

Tecido muscular

O tecido muscular é formado por células alongadas e especializadas em


realizar contrações, chamadas células musculares ou fibras musculares. Esse
tecido está relacionado à movimentação de partes do corpo, à manutenção da
postura, ao movimento de substâncias e à produção de calor.

As fibras musculares possuem uma grande quantidade de miofilamentos em


seu citoplasma, os quais são compostos por moléculas que auxiliam na
contração muscular: actina e miosina.

Quando se trata de fibra muscular, por serem células altamente especializadas


e diferenciadas, alguns componentes celulares apresentam nomenclaturas
específicas: a membrana plasmática é chamada sarcolema; o citoplasma, de
sarcoplasma; e o retículo endoplasmático, de retículo sarcoplasmático.
De acordo com as características morfológicas e funcionais, distinguem-se três
tipos de tecido muscular: o liso, o esquelético e o cardíaco.

LEGENDA: Representação de fibras musculares lisas.

LEGENDA: Representação de fibras musculares cardíacas.

LEGENDA: Representação de fibras musculares esqueléticas.

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J. Corpo


humano: fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed,
2000. p. 168. CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Studio Caparroz

5. Os miofilamentos fazem parte de um componente celular estudado no


capítulo 6, responsável pela sustentação do citoplasma. Que componente é
esse?

Resposta: O citoesqueleto.

6. Quais são as principais diferenças entre as fibras musculares apresentadas?

Resposta: Elas diferem, principalmente, quanto o formato celular, ao número e


posição do núcleo e à presença e à ausência de estriações.

*Informe aos alunos que os hormônios são substâncias químicas que regulam
diversas atividades fisiológicas no organismo.

159

Tecido muscular liso

O tecido muscular liso caracteriza-se por apresentar células longas e


fusiformes, ou seja, mais espessas no centro e com extremidades afiladas.
Normalmente, essas células apresentam um único núcleo oval e central, e
podem medir entre 0,5 µm (no útero de uma mulher grávida) e 20 µm (nos
vasos sanguíneos).

O músculo liso é encontrado na parede de estruturas internas ocas, como os


vasos sanguíneos, o estômago, os intestinos, a bexiga urinária, e na base dos
pelos, entre outros locais.

A contração do músculo liso é lenta e involuntária, ou seja, independe da


vontade do animal para ocorrer. Ela pode ser uma resposta a um impulso
nervoso ou à ação de hormônios, à temperatura, à concentração de gás
oxigênio, ao pH, entre outros fatores.

LEGENDA: Tecido muscular liso (aumento aproximado de 100 vezes).

CRÉDITO: SPL/Latinstock

No tecido muscular liso, os miofilamentos não possuem um padrão de


organização, resultando na ausência de estriações. Por causa dessa
organização, sua contração está associada aos corpos densos, estruturas
presentes principalmente no sarcolema da fibra e que auxiliam na ancoragem
dos miofilamentos durante a contração muscular.

FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J. Corpo humano:


fundamentos de anatomia e fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p.
167. CRÉDITO: Studio Caparroz

Tecido muscular estriado cardíaco

O tecido muscular estriado cardíaco, ou tecido muscular cardíaco, é


encontrado no coração, onde forma a maior parte da parede desse órgão. Suas
células são longas, ramificadas e dotadas de um ou dois núcleos centralizados.
Quando observado em microscópio, ele apresenta estriações, o que lhe
confere esse nome.

As fibras cardíacas são circundadas por tecido conjuntivo e conectadas por


meio de discos intercalares. Essas estruturas, características e exclusivas
desse tipo de tecido, possuem especializações de membrana que permitem,
além da adesão entre as células, a passagem de substâncias entre elas e a
propagação da contração ao longo do tecido.

LEGENDA: Tecido cardíaco (aumento aproximado de 300 vezes).

CRÉDITO: Innerspace Imaging/SPL/Latinstock

160

A contração desse tecido é forte, rápida, involuntária e contínua, ou seja, as


fibras contraem e relaxam de modo contínuo, obedecendo a um ritmo. Esse
tipo de contração exige muita energia, o que se reflete na grande quantidade
de mitocôndrias das fibras cardíacas.
Diferentemente do músculo esquelético, o tecido cardíaco inicia sua contração
sem estimulação nervosa extrínseca, ou seja, proveniente do sistema nervoso.
Nele, a contração está relacionada ao funcionamento de fibras musculares
cardíacas especializadas que estimulam e controlam o ritmo das contrações.

7. Qual é a importância de o tecido cardíaco ter uma contração forte, rápida,


involuntária e contínua?

Resposta: Como o coração é responsável por bombear o sangue no


organismo, esse tipo de contração garante que o sangue seja bombeado
continuamente no corpo, independentemente da consciência do animal, e com
força suficiente para atingir todas as regiões do organismo.

Biologia e Saúde

Infarto do miocárdio

O infarto do miocárdio é popularmente conhecido como "ataque cardíaco" e


ocasiona, por ano, cerca de 100 mil mortes no Brasil.

As principais causas do infarto do miocárdio são a formação e o acúmulo de


coágulos de gordura, que obstruem o fluxo de sangue que chega ao coração.
Esses coágulos provêm de placas de gordura que ficam aderidas à parede dos
vasos sanguíneos. Sem gás oxigênio suficiente, a produção de energia nas
células reduz drasticamente, diminuindo a capacidade de contração do tecido
muscular estriado cardíaco. Assim, algumas regiões do coração deixam de
receber sangue e gás oxigênio, podendo ocasionar a morte de células do
miocárdio (tecido muscular do coração), quadro que recebe o nome de infarto.

LEGENDA: Representação de um coração humano. No detalhe, um vaso


sanguíneo com placas de gordura.

CRÉDITO: Nucleus Medical Art Inc/Alamy Stock Photo/Latinstock

Se for tratado rapidamente, os efeitos do infarto do miocárdio são reversíveis, e


o coração volta a bater. Caso contrário, as células mortas não se regeneram,
formando uma região fibrosa, incapaz de contração.

Os sintomas mais comuns do infarto são dores intensas no peito, pescoço e


braço esquerdo; além de sudorese, náusea, falta de ar e tontura. Vários fatores
contribuem para a ocorrência do infarto do miocárdio: histórico familiar de
doenças cardíacas, idade, sedentarismo, má alimentação, tabagismo, estresse,
entre outros.

8. Com base nas causas do infarto do miocárdio, cite duas atitudes que
contribuem para sua prevenção.

Resposta: Atitudes como evitar o tabagismo, manter uma alimentação


equilibrada, realizar atividades físicas frequentemente, entre outras.

161

Tecido muscular estriado esquelético

O tecido muscular estriado esquelético, ou tecido muscular esquelético, é


constituído de células muito longas, de até 30 cm de comprimento, cilíndricas,
ricas em miofilamentos e dotadas de vários núcleos, que se localizam na sua
parte periférica.

Esse tipo de tecido está fixado, principalmente, em ossos, e participa da


movimentação de partes do esqueleto, o que lhe confere esse nome.

Os miofilamentos das fibras musculares podem ser do tipo delgado ou


espesso, compostos pelas proteínas contráteis actina* e miosina,
respectivamente. Esses miofilamentos se organizam na forma de sarcômeros ,
que são as unidades funcionais básicas das fibras musculares estriadas e que
garantem o aspecto estriado aos músculos esquelético e cardíaco.

LEGENDA: Músculo estriado esquelético humano (aumento aproximado de


500 vezes).

CRÉDITO: Eric Grave/SPL/Latinstock

9. Observando apenas a aparência do tecido muscular liso, é possível


confirmar se ele possui sarcômeros ou não? Justifique.

Resposta: Sim, pois os sarcômeros são os responsáveis pelo aspecto estriado


dos músculos. Como o músculo liso não possui estriações, também não possui
sarcômeros.

10. O músculo é composto apenas por tecido muscular? Justifique.

Resposta: Não, pois as fibras, feixes e o músculo como um todo são envoltos
por tecido conjuntivo, ou seja, também fazem parte da composição do músculo.
Além disso, o tecido muscular possui vascularização e inervação (tecido
conjuntivo hematopoiético e tecido nervoso).

Para compreender melhor as características e a função do tecido muscular


estriado esquelético, observe uma representação no corpo de um vertebrado,
no esquema a seguir.

Boxe complementar:

Tecido muscular estriado esquelético no corpo de um vertebrado

Atenção professor: Para facilitar a compreensão do esquema a seguir, oriente


os alunos a seguirem a sequência alfabética. Fim da observação.

CRÉDITO: BSIP/Getty Images / John Bavosi/SPL/Latinstock

A. O músculo esquelético é envolvido por uma camada de tecido conjuntivo.

B. As fibras musculares podem se organizar em feixes (fascículos), os quais


são envoltos por tecido conjuntivo.

C. Cada fibra muscular esquelética é formada por estruturas cilíndricas, as


miofibrilas, e delimitada por uma película de tecido conjuntivo.

D. Cada miofibrila é formada por um conjunto de miofilamentos delgados e


espessos que se organizam em sarcômeros.

E. O tendão é responsável por fixar o músculo ao osso.

Fim do complemento.

*Além da actina, os miofilamentos delgados possuem pequena quantidade de


outras proteínas, como a tropomiosina e a troponima, que auxiliam no controle
da contração muscular.

162

Cada sarcômero é formado por uma região mais escura, denominada banda A,
composta principalmente por miosina, e uma região mais clara, denominada
banda I, composta apenas por actina. No centro de cada banda A, há uma
estreita faixa chamada banda H, que contém apenas miofilamentos de miosina.
Os sarcômeros são separados entre si pelas linhas Z, localizadas no centro de
cada banda I.
Atenção professor: A combinação de bandas A e I alternadas confere à fibra
muscular seu aspecto estriado (listrado). Fim da observação.

LEGENDA: Representação de tecido muscular estriado esquelético.

CRÉDITO: Studio Caparroz

LEGENDA: Representação de sarcômeros relaxados (A), contraídos


parcialmente (B) e contraídos ao máximo (C). Quanto mais intensa a contração
muscular, maior a sobreposição dos miofilamentos.

FONTE: Ilustração produzida com base em: PARKER, S. O livro do corpo


humano. Barueri: Ciranda Cultural, 2007. p. 62. CRÉDITO: Somma Studio

Durante a contração do músculo estriado, há um deslizamento dos


miofilamentos de actina sobre os de miosina, em direção ao centro do
sarcômero (banda H), pelo mecanismo de filamento deslizante. Como
consequência desse movimento, há um aumento da região de sobreposição
dos miofilamentos, a aproximação das linhas Z e o encurtamento do
sarcômero, ou seja, a fibra muscular reduz seu comprimento (contrai).

Esse deslizamento dos miofilamentos ocorre porque as moléculas de miosina e


actina interagem entre si, em um processo dependente de energia e íons
cálcio.

A contração do tecido esquelético é forte, rápida e voluntária, ou seja, depende


da consciência e da vontade do animal para ocorrer.

11. Durante a contração do músculo esquelético, há redução no tamanho dos


miofilamentos? Explique.

Resposta: Não, apesar de haver encurtamento do sarcômero durante a


contração muscular esquelética, o comprimento dos miofilamentos em si não
se altera, eles apenas se sobrepõem.

12. Todos os músculos possuem retículo sarcoplasmático e mitocôndrias?


Comente.

Resposta: Não. O músculo liso não possui retículo sarcoplasmático, obtendo o


cálcio de que necessita do meio extracelular. Já com relação às mitocôndrias,
todos os tipos de tecido muscular possuem mitocôndrias, em maior ou menor
quantidade, e delas obtêm a energia necessária.

Regeneração muscular

Como vimos, as células do tecido epitelial estão em constante renovação,


especialmente aquelas que recobrem órgãos como a pele e o intestino. O
tecido muscular, porém, varia quanto ao padrão de regeneração de suas
células.

As fibras musculares lisas possuem capacidade mais eficiente de regeneração


em caso de lesões, pois algumas de suas células entram em mitose para
reparar o tecido danificado. As fibras musculares esqueléticas, por sua vez,
normalmente não se dividem, mas possuem células satélites, dispostas
paralelamente às fibras, que são induzidas à divisão celular frente a uma lesão,
produzindo novas fibras. Já as fibras musculares cardíacas não se regeneram.
Quando as células do tecido muscular estriado cardíaco são lesionadas, ocorre
uma invasão do tecido conjuntivo na área afetada, formando uma região fibrosa
incapaz de se contrair. Isso é o que acontece nos casos de infarto do
miocárdio.

163

Biologia e Saúde

Exercícios físicos e massa muscular

Os exercícios físicos ocasionam uma série de movimentos diversificados, que


são voluntariamente realizados pelos músculos esqueléticos. Eles podem ser
classificados em aeróbicos e anaeróbicos. Os exercícios aeróbicos são
atividades geralmente de longa duração e baixa intensidade que favorecem a
redução da gordura corporal. Já os exercícios anaeróbicos, como a
musculação, são atividades mais curtas e intensas, que contribuem para um
aumento de força e de massa muscular.

Nos músculos esqueléticos, existem dois tipos de fibras musculares: lentas e


rápidas. As lentas obtêm energia por meio da respiração celular e contraem-se
lentamente, fornecendo energia por mais tempo. Logo, são mais importantes
nas atividades aeróbicas, como em maratonas. As fibras rápidas contraem-se
rapidamente e obtêm energia a partir do metabolismo anaeróbio. Assim,
fornecem energia suficiente somente para atividades que exigem muita força
por um curto período de tempo, como na musculação. Essa forma de obtenção
de energia também produz o ácido lático, molécula orgânica cujo acúmulo no
músculo é responsável pela fadiga e pela dor após exercícios intensos.

A prática de exercícios com carga e repetições exerce grande força sobre os


músculos, que, ao gastarem toda sua energia, indicam ao corpo humano que
são necessárias fibras musculares maiores e mais fortes para suportar a
atividade. Isso ocasiona o espessamento das fibras musculares (hipertrofia) e a
ativação de fibras inativas, conferindo maior capacidade de contração e,
consequentemente, mais força aos músculos. Assim, ocorre um aumento na
massa muscular, e, consequentemente, aumento de massa corporal.

A hipertrofia ocorre durante o período de repouso, ou seja, após a atividade


física. Durante o exercício, a força aplicada nos músculos gera uma separação
entre as fibras musculares que, ao serem reparadas posteriormente, aumentam
de tamanho. Essa reparação demanda uma quantidade extra de proteínas,
adquiridas por meio da alimentação, e que são necessárias ao espessamento
das fibras musculares.

Os exercícios físicos contribuem para manter o tônus muscular, isto é, manter


os músculos esqueléticos saudáveis o suficiente para sustentar e movimentar
as articulações do corpo. Essa característica é essencial para manter a saúde
do corpo, já que, com o envelhecimento, ocorre a diminuição (atrofia) das fibras
musculares, que se tornam enfraquecidas se não forem estimuladas.

A prática de exercícios físicos demanda mais energia para os músculos,


induzindo o coração e os pulmões a trabalharem com mais eficiência para
tornar os músculos mais fortes, resistentes e flexíveis. Esses fatores
caracterizam uma boa condição física, refletindo em mais saúde e disposição.

LEGENDA: As atividades físicas estão relacionadas ao bem-estar individual e


são importantes para manter o bom funcionamento do corpo. A musculação
contribui para manter as fibras musculares em atividade, melhorando as
funções dos músculos e do coração no organismo.

CRÉDITO: CandyBox Images/Shutterstock.com


164

Atividades

Responda as atividades no caderno.

1. O que são tecidos? Quais são os quatro tipos de tecidos encontrados nos
animais?

2. Qual é a importância do tecido epitelial no corpo humano?

3. Descreva as características gerais das células epiteliais.

4. Como são classificados os diferentes tipos de tecido epitelial? Explique.

5. Qual é a diferença entre epitélio de revestimento e epitélio glandular?

6. Qual é a importância do tecido muscular no corpo dos animais?

7. Quais são as características gerais das células musculares?

8. Por que os músculos lisos e estriados recebem essas denominações?

9. No caderno, escreva um texto explicando como ocorre a contração


muscular.

10. Qual é a diferença entre a contração muscular voluntária e a contração


muscular involuntária? Cite dois exemplos de cada.

11. Diversas funções vitais, como a respiração, a locomoção e a alimentação,


dependem do funcionamento adequado dos músculos. Os animais possuem
diferentes tipos de tecido muscular, que diferem entre si quanto à morfologia, à
função e à localização. Descreva essas diferenças e cite um exemplo para
cada tipo de tecido muscular no corpo humano.

12. As fotografias a seguir retratam três exemplos de tecido epitelial. Observe-


as.

LEGENDA: Epitélio do intestino de mamífero (aumento aproximado de 360


vezes).

CRÉDITO: Carolina Biological/Visuals/ Unlimited/Corbis/Latinstock

LEGENDA: Epitélio da epiderme humana (aumento aproximado de 67 vezes).

CRÉDITO: Visuals Unlimited/Corbis/Latinstock


LEGENDA: Epitélio da traqueia (aumento aproximado de 1 000 vezes).

CRÉDITO: Visuals Unlimited/Corbis/Latinstock

a) Classifique os tecidos epiteliais acima quanto à quantidade de camadas de


células.

b) Descreva a importância de cada um dos tecidos acima para o corpo


humano.

13. Reescreva as frases abaixo no caderno, substituindo as letras pelos termos


adequados.

a) As células do tecido epitelial apoiam-se sobre a A, uma camada formada por


diferentes B, que se interpõem entre o tecido epitelial e o C.

b) Os epitélios de D revestem a superfície do corpo e de suas cavidades, além


de constituir parte dos E, por apresentarem nervos conectados às suas células.
No entanto, não apresentam F, de maneira que as trocas com o sangue
acontecem por meio do tecido conjuntivo.

c ) As G são formadas a partir do tecido epitelial de revestimento e possuem


importância fundamental na H de substâncias.

d) As I secretam substâncias na superfície do corpo ou da cavidade onde serão


liberadas, por meio de J . As K não possuem essas estruturas e secretam suas
substâncias diretamente na L. Já as M secretam seus produtos tanto dentro de
cavidades quanto na corrente sanguínea.

e) Os músculos N possuem camadas de tecido conjuntivo em algumas partes.


Cada fibra muscular organiza-se em O. As miofibrilas formam a fibra muscular
e os músculos fixam-se ao osso por meio de P.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

165

14. Observe as fotografias a seguir.

LEGENDA: Epiderme (aumento aproximado de 400 vezes).

CRÉDITO: Dr. Fred Hossler, Visuals Unlimited/SPL/Latinstock


LEGENDA: Glândulas sudoríferas (aumento aproximado de 64 vezes).

CRÉDITO: Dr. Gladden Willis, Visuals Unlimited/SPL/Latinstock

LEGENDA: Intestino delgado (aumento aproximado de 10 vezes).

CRÉDITO: Dr Gladen Willis/BSIP/Glow Images

LEGENDA: Bexiga urinária (aumento aproximado de 78 vezes).

CRÉDITO: Dr. Frederick Skvara, Visuals Unlimited/SPL/Latinstock

a ) Relacione as fotografias acima às descrições a seguir.

I ) Células cúbicas que produzem secreções.

II ) Células cilíndricas que absorvem água e nutrientes.

III ) Células que mudam de forma em alguns órgãos.

IV) Células achatadas que protegem os órgãos.

b ) Classifique os tecidos epiteliais acima quanto à morfologia.

c ) A bexiga urinária é o órgão responsável pelo armazenamento da urina.


Dessa maneira, ela pode estar cheia ou vazia, dependendo da quantidade de
urina que é produzida pelo corpo. O que acontece com as células do tecido
epitelial desse órgão nessas duas situações?

15. As embalagens de alimentos contêm indicações sobre a presença ou


ausência de glúten em sua composição. O glúten é uma proteína presente em
cereais como o trigo. Nos portadores da doença celíaca, essa proteína causa a
deformação das microvilosidades intestinais, que se tornam atrofiadas.
Observe as fotografias abaixo e responda às questões a seguir.

LEGENDA: Microvilosidades intestinais (aumento aproximado de 50 vezes).

CRÉDITO: Astrid & Hanns-Frieder Michler/SPL/Latinstock

LEGENDA: Microvilosidades intestinais (aumento aproximado de 70 vezes).

CRÉDITO: ISM/SPL/Latinstock

Boxe complementar:

Os sintomas mais comuns da doença celíaca são: anemia, diarreia, fadiga


muscular e dores de cabeça. O único tratamento é uma dieta com restrição de
glúten, presente em alimentos como pães, bolos e macarrão feitos com farinha
de trigo.

Fim do complemento.

a ) Qual das duas fotografias refere-se ao intestino de um portador de doença


celíaca? Por quê?

b ) As células afetadas pela doença celíaca são classificadas em qual tipo de


tecido? Que características você observou para chegar a essa conclusão?

c ) Por que a atrofia das microvilosidades intestinais causa os sintomas citados


acima?

166

16. A hiperidrose é um problema de origem genética, em que os portadores


produzem quantidades excessivas de suor, principalmente na região das mãos,
dos pés e das axilas. Seus sintomas podem se manifestar em qualquer fase da
vida.

a ) Por que a hiperidrose acomete principalmente as mãos, os pés e as axilas?

b ) Diferencie as células secretoras de suor das demais células do tecido


epitelial.

17. Observe a imagem abaixo e responda às questões a seguir, no caderno.

LEGENDA: Ilustração produzida com base em: PARKER, S. O livro do corpo


humano. Barueri: Ciranda Cultural, 2007. p. 62.

CRÉDITO: Studio Caparroz

a ) Identifique as estruturas indicadas ao lado.

b ) Explique qual é o papel dessas estruturas nas células do tecido muscular.

c ) Em que tipo de músculo essas estruturas estão presentes? Que


características permitem essa identificação?

18. O coração é o órgão responsável pela distribuição de sangue para todo o


corpo humano. Já o bíceps é um dos músculos que atua na movimentação dos
braços. Sabe-se que as células do músculo cardíaco possuem 40% do seu
citoplasma ocupado por mitocôndrias, enquanto que, nas células do músculo
esquelético, elas ocupam apenas 2%. Explique o porquê dessa variação,
diferenciando o tipo de estímulo e a função dos músculos citados.

19. Leia o trecho do texto abaixo e responda às questões a seguir.

Lesões dos músculos isquiotibiais, o músculo da "fisgada", ocorrem com


frequência em atletas que participam de esportes como corrida, futebol e
basquete. A principal causa é a sobrecarga muscular. Durante o chute a uma
bola [...] o grupo muscular anterior da coxa, chamado de quadríceps, se contrai
vigorosamente, esticando o joelho e o grupo posterior da coxa. Os isquiotibiais
se esticam contra a resistência, objetivando modular o movimento. A isso
chamamos de "contração excêntrica". Neste momento, por não resistir a força
do quadríceps (agonistas), os isquiotibiais (antagonistas) se rompem. [...]

A maioria das lesões dos isquiotibiais curam muito bem com tratamento
simples, não cirúrgico, que inclui repouso, gelo, compressão e elevação. [...].

LEONARDI, Adriano. Lesão na parte posterior da coxa é comum no futebol e


basquete. G1, São Paulo, 1º jun. 2014. Eu atleta. Disponível em:
http://globoesporte.globo.com/eu-atleta/saude/noticia/2014/06/lesao-na-parte-
posterior-da-coxa-ecomum-no-futebol-e-basquete.html. Acesso em: 26 fev.
2016.

LEGENDA: Jogador de futebol.

CRÉDITO: Natursports/Shutterstock.com

a ) Os músculos citados no texto são formados por qual tipo de tecido


muscular?

b ) De acordo com o texto, o que causa a lesão nos músculos isquiotibiais?

c ) O que acontece com as fibras musculares desses músculos?

d ) Qual é a importância do repouso e do acompanhamento médico para o


tratamento dessas lesões?

167

20. Os músculos possuem diferentes tipos de fibras musculares. Elas variam


de acordo com a maneira como obtêm energia, o que influencia diretamente
em suas propriedades. As fotografias a seguir retratam pessoas realizando
atividades físicas. Observe-as.

CRÉDITO: holbox/Shutterstock.com

CRÉDITO: Aleksandra Suzi/Shutterstock.com

a ) Em qual dessas situações predominam as fibras musculares lentas? E em


qual predominam as rápidas?

b ) Um velocista e um maratonista apresentam as mesmas proporções de


fibras musculares lentas e rápidas no corpo? Justifique.

c ) De acordo com o metabolismo de cada fibra muscular descrito


anteriormente, qual delas possui mais mitocôndrias? Por quê?

d ) Uma pessoa sedentária possui mais fibras lentas ou fibras rápidas?


Justifique.

e ) Se uma pessoa sedentária iniciar um treinamento com pesos e segui-lo à


risca, haverá alguma mudança nas proporções dessas fibras musculares? Por
quê?

21. (Udesc) O bolo alimentar passa do esôfago para o estômago com o auxílio
de movimentos peristálticos. No estômago, ele sofre a quimificação e, no
intestino delgado, transforma-se em quilo (produto final da digestão), quando a
maior parte dos nutrientes começa a ser absorvida pelas células que revestem
o intestino.

Assinale a alternativa correta que contém o tecido responsável pelos


movimentos peristálticos e o tecido das células absortivas do intestino,
respectivamente.

a ) tecido epitelial estratificado pavimentoso e tecido epitelial simples


prismático.

b ) tecido muscular esquelético e tecido epitelial estratificado cúbico.

c ) tecido muscular liso e tecido epitelial simples prismático.

d ) tecido muscular liso e tecido epitelial estratificado pavimentoso.

e ) tecido muscular esquelético e tecido epitelial simples prismático.


22. (Unicamp) O tecido muscular cardíaco apresenta fibras

a ) estriadas, de contração involuntária e aeróbia.

b ) lisas, de contração voluntária e aeróbia.

c ) lisas, de contração involuntária e anaeróbia.

d ) estriadas, de contração voluntária e anaeróbia.

Refletindo sobre o capítulo

A. Retome a questão b, da página 154, e verifique sua resposta,


complementando-a ou corrigindo-a, se necessário.

B. Normalmente, que tipo de tecido está associado aos tecidos epitelial e


muscular?

C. No caderno, elabore um quadro com informações sobre o formato celular, a


quantidade e posição dos núcleos, a presença ou a ausência de sarcômeros e
as características da contração de cada um dos três tipos de tecido muscular
estudados nesta unidade.

D. Quais são as principais organelas envolvidas no processo de contração do


tecido muscular e no deslizamento dos miofilamentos? Justifique.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

168

Trocando ideias

O uso de esteroides anabolizantes e suas consequências

Leia o trecho da notícia a seguir.

Operação contra quadrilha que distribuía anabolizantes é realizada pela Polícia


Federal

[...]

[A Polícia Federal atua] para desarticular um grupo criminoso responsável pela


importação e distribuição irregular de anabolizantes e outros medicamentos de
uso controlado [...].
[...] A comercialização destes medicamentos era feita em sites especializados
na internet. Durante as investigações, foram apreendidos aproximadamente
300 kg de substâncias anabolizantes e outros medicamentos de uso
controlado.

A organização criminosa, que atuava em todo o território nacional há mais de


cinco anos, importava as matérias-primas da China e as embalava junto a
outros materiais para dar aparência de legalidade à importação. A droga era
beneficiada e envasada em laboratórios montados pelo próprio grupo, que a
deixava pronta para uso. Segundo o inquérito policial, os compradores eram,
em sua maioria, frequentadores de academias e fisiculturistas. [...]

OPERAÇÃO contra quadrilha que distribuía anabolizantes é realizada pela


Polícia Federal. Manchete online, Rio de Janeiro, 9 abr. 2015. Disponível em:
www.mancheteonline.com.br/operacao-contra-quadrilhaque-distribuia-
anabolizantes-e-realizada-pela-pf/. Acesso em: 26 fev. 2016.

Com base nessa notícia, pense na seguinte questão: a ingestão de


medicamentos ou anabolizantes, visando obter um corpo que atenda aos
padrões de beleza atual, considera a origem dessas substâncias e seus efeitos
no organismo?

Os esteroides anabolizantes são substâncias sintéticas, derivadas do hormônio


sexual masculino testosterona. Eles atuam principalmente nos músculos
esqueléticos e, por isso, o resultado aparente é rápido. Além do aumento da
massa magra, ocorre também o aumento da força, a aceleração do
metabolismo, entre outras reações.

As alterações causadas pelos esteroides anabolizantes nos músculos são


consequência da hipertrofia muscular. Existem diferentes mecanismos que
envolvem essa mudança na conformação muscular. Um desses mecanismos
tem relação com a interação do hormônio testosterona com o receptor
androgênico, presente no citoplasma da célula ou fibra muscular, que, em
seguida, o transporta para regiões específicas do núcleo e sinaliza que a célula
necessita da produção de proteínas.
O uso de esteroides, associado à atividade física, eleva a quantidade de
receptores androgênicos no tecido muscular, demonstrando, assim, a
importância fisiológica dessa proteína na hipertrofia.

Glossário:

Receptor androgênico: proteína celular com função de se ligar à testosterona e


desencadear a síntese proteica e, posteriormente, o crescimento muscular.

Fim do glossário.

CRÉDITO: iko/Shutterstock.com

169

O uso dos esteroides anabolizantes causa os mais variados efeitos colaterais.


Veja a seguir os efeitos mais comuns.

CRÉDITO: pterwort/Shutterstock.com

Glossário:

Ginecomastia: crescimento anormal de mamas em homens, causado por


desequilíbrio hormonal.

Fim do glossário.

Na busca rápida para adequar-se a modelos estéticos considerados atraentes


e para melhorar o desempenho físico, muitas pessoas, atletas e não atletas,
têm optado por utilizar substâncias anabolizantes. Entretanto, para alcançar
tais objetivos, o uso dessas substâncias não é indicado, visto que seus efeitos
podem ser irreversíveis.

As medidas para evitar o uso e a comercialização de esteroides anabolizantes


estão em estudo pelas autoridades. No entanto, diversas pessoas continuam a
comercializar esses produtos sem refletir sobre os danos que podem causar ao
organismo do usuário.

a ) Admite-se que o uso de substâncias esteroides anabolizantes causa uma


ou várias das alterações citadas, em 100% de seus usuários. Com base nisso,
converse com os colegas sobre até que ponto é válido tentar atender ao
modelo de beleza atual ou aumentar o desempenho atlético com o uso de
anabolizantes, sabendo dos prejuízos ao organismo.
b ) Apesar de existir uma lei que restringe a venda das substâncias esteroides
anabolizantes, muitas pessoas comercializam ou fazem uso de tais produtos.
Você considera que campanhas de divulgação das consequências do uso
indiscriminado de anabolizantes poderiam levar as pessoas a evitarem seu
consumo? Comente.

c ) Faça uma pesquisa de pinturas e esculturas que representam padrões de


beleza ao longo dos séculos na sociedade ocidental. Leve as imagens para a
sala de aula e apresente-as aos colegas. Converse com eles sobre as
mudanças nos padrões de beleza ao longo do tempo e a importância que se dá
a essa temática.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

170

LEGENDA: Cody McCasland e sua coleção de próteses, em dezembro de


2010.

CRÉDITO: Barcroft/Getty Images

Capítulo 10 - Tecido conjuntivo e tecido nervoso

Leia o trecho da reportagem a seguir.

Sem pernas, menino compete em vários esportes e dá exemplo

[...]

O menino americano Cody McCasland, de 9 anos, vem ganhando fama como


exemplo de superação ao competir em várias modalidades esportivas apesar
de não ter as duas pernas.

Cody teve os membros amputados ainda bebê, por causa de uma condição
congênita chamada agenesia sacrococcígea, que provoca má-formação.

Desde então, acumulou uma coleção de mais de 20 próteses, com as quais


aprendeu a andar e competir.

[...]

SEM PERNAS, menino compete em vários esportes e dá exemplo. G1. São


Paulo, 12 jan. 2011. Mundo. Disponível em:
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/01/ menino-sem-pernas-da-exemplo-
de-superacao-ao-competir-em-varios-esportes.html.. Acesso em: 29 fev. 2016.

A. As próteses são peças ou dispositivos utilizados para substituir um membro,


ou parte dele, no corpo humano. Qual é a importância das próteses para as
pessoas que não possuem determinados membros do corpo, como as pernas?

Resposta: As próteses permitem que a pessoa tenha acesso menos restrito às


atividades do cotidiano, como andar, correr, praticar atividades físicas. Nesse
sentido, contribui para a independência de movimentação.

B. No caso de Cody, as próteses estão relacionadas, principalmente, à função


de que tipo(s) de tecido(s) do corpo humano? Justifique.

Resposta: As próteses permitem que Cody sustente o corpo e realize


movimentos, por isso essas peças estão relacionadas, principalmente, à função
desempenhada pelos tecidos muscular e ósseo.

C. Apesar da grande evolução tecnológica das próteses, elas ainda não


permitem ao paciente a percepção sensorial do ambiente pelo tato. Qual é o
principal tecido do corpo humano relacionado à essa função? Justifique.

Resposta: Tecido nervoso, pois esse tecido está relacionado à capacidade que
o ser vivo tem de perceber estímulos externos (ambiente).

171

Tecido conjuntivo

O tecido conjuntivo, ao contrário dos outros tecidos, que são formados


basicamente por células, é composto principalmente de matriz extracelular.

Essa matriz é composta de fibras e uma substância amorfa e hidratada,


chamada substância fundamental. A matriz extracelular pode apresentar
consistências variadas, de fluida a calcificada, o que interfere nas
características do tecido conjuntivo.

LEGENDA: Tecido conjuntivo presente na traqueia humana (aumento


aproximado de 250 vezes).

CRÉDITO: Eric Grave/SPL/Latinstock

1. Que tipo de tecido conjuntivo possui matriz extracelular calcificada?


Resposta: Tecido ósseo.

A substância fundamental preenche os espaços entre as células e as fibras,


unindo-as, proporcionando suporte e atuando como um meio para a troca de
substâncias. Já as fibras , estruturas proteicas alongadas da matriz
extracelular, garantem força e sustentação aos tecidos, podendo ser elásticas,
colágenas ou reticulares. A distribuição desses três tipos de fibras varia entre
os diferentes tecidos conjuntivos. Veja a seguir.

Boxe complementar:

Fibras do tecido conjuntivo

FONTE: Ilustração produzida com base em: GARTNER, L. P.; HIATT, J. L.


Tratado de Histologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. p. 90.
CRÉDITO: Studio Caparroz

A. As fibras reticulares são compostas predominantemente de colágeno*,


associado à glicoproteínas e à proteoglicanas. Essas fibras são produzidas
pelos fibroblastos e podem formar redes ramificadas. Associadas às fibras
colágenas, dão sustentação e força ao corpo humano.

B. As fibras colágenas são as mais abundantes no tecido conjuntivo. Elas são


estruturas cilíndricas e alongadas, formadas por colágeno. Essas fibras são
muito duras, inelásticas (não têm elasticidade) e resistentes à tração, mas
ainda assim permitem certa flexibilidade ao tecido. Elas são encontradas na
maioria dos tecidos conjuntivos, especialmente osso, cartilagem, tendão e
ligamento.

C. As fibras elásticas são formadas pela proteína elastina, que lhes confere
força e elasticidade. Essas fibras são menores que as colágenas e podem ser
esticadas sem que se quebrem. Elas são abundantes em órgãos que podem
sofrer estiramento, como a pele, os vasos sanguíneos e os pulmões.

Fim do complemento.

2. Qual é a importância das fibras elásticas para os pulmões?

Resposta: Essas fibras permitem que os pulmões variem seu volume sem se
romper durante a inspiração e expiração, ou seja, entrada e saída do ar dos
pulmões.
De modo geral, o tecido conjuntivo é vascularizado (contém vasos sanguíneos)
e inervado (apresenta nervos), exceto as cartilagens. Suas células são
bastante variadas. Como exemplos, podemos citar: fibroblastos, macrófagos,
mastócitos, adipócitos, entre outras**. Os fibroblastos são as células mais
comuns e sintetizam, por exemplo, as proteínas elastina e colágeno.

A variedade celular, aliada às diferentes proporções entre substância


fundamental, fibras e células, possibilita a observação de diferentes tipos de
tecido conjuntivo, com funções também variadas.

*Informe aos alunos que existem vários tipos de colágeno nos vertebrados, os
quais variam quanto à composição química, às características, à função, entre
outras.

**Esses tipos celulares serão estudados mais detalhadamente ao longo deste


capítulo, durante a abordagem dos tipos específicos de tecido conjuntivo.

172

Tecido conjuntivo frouxo

O tecido conjuntivo frouxo é um tecido comum nos animais. Ele é formado por
grande quantidade de células, principalmente fibroblastos e macrófagos. As
suas fibras (elásticas, reticulares e colágenas) são frouxamente entrelaçadas.
Sua consistência é delicada, flexível, bem vascularizada e não é muito
resistente a trações. Não há predominância de nenhum de seus componentes
(células, fibras ou substância fundamental).

Em virtude de suas características, está relacionado ao suporte de estruturas


normalmente sujeitas à pressão e a pequenos atritos. É encontrado, por
exemplo, preenchendo espaços entre células musculares, atuando como
suporte para as células epiteliais e formando camadas em torno dos vasos
sanguíneos. Pelo fato de muitas vezes estar associado à camada superficial
dos tratos digestório e respiratório, é o local onde ocorre intensa atividade de
destruição de organismos invasores.

LEGENDA: Representação de tecido conjuntivo frouxo.


FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J. Corpo humano:
fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p.
75. CRÉDITO: Studio Caparroz

3. Por que, nos tratos respiratório e digestório, há intensa destruição de


organismos invasores?

Resposta: Porque esses tratos são os que entram em contato direto com
substâncias do meio externo, o ar (respiração) e o alimento (digestão), os quais
podem trazer consigo microrganismos do ambiente.

Evolução dos cosméticos

O uso dos cosméticos está relacionado à história da humanidade e não é uma


exclusividade dos dias atuais. No Egito, há cerca de 7 mil anos, um corante
extraído das folhas de hena era utilizado para colorir mãos, pés, unhas e
cabelos. Os egípcios preparavam e utilizavam cremes, óleos, incensos e
perfumes, além de pigmentos extraídos de minerais para pintar os olhos e a
face.

Na Grécia antiga, as máscaras de argila eram produzidas para fins estéticos.


Na Idade Média, entretanto, a higiene e a beleza foram deixadas de lado, por
razões religiosas. A preocupação com a estética foi retomada durante a Idade
Moderna. Na Europa, foram inventados os perfumes, cujo objetivo era o de
mascarar o odor das pessoas, visto que o banho não era um hábito frequente.
O italiano Giovani Farina (1657-1732) criou a maior perfumaria do mundo na
cidade de Colônia, na Alemanha, de onde surgiu o termo "água de colônia", até
hoje muito utilizado. Na Idade Contemporânea, foram criadas as primeiras
indústrias de matérias-primas para cosméticos, o que culminou no
desenvolvimento da indústria de cosméticos.

Os conhecimentos oriundos da Química, da Biotecnologia, da Genética e da


Biologia molecular são fundamentais na elaboração desses produtos.
Atualmente, a cosmética envolve diferentes matérias-primas naturais e
artificiais, bem como novas tecnologias.

Muitos produtos, por exemplo, têm como objetivo estimular a produção de


colágeno na pele. Assim, há uma relação entre o colágeno e o envelhecimento
da pele: como o colágeno é a base do tecido conjuntivo, ele é encontrado em
altas concentrações na pele, sendo responsável por sua firmeza, elasticidade,
forma e textura.

Em uma das camadas da pele há uma matriz produtora de colágeno. No


entanto, existem enzimas que fragmentam essa camada da pele, causando a
diminuição na produção de colágeno. Com o envelhecimento, há um
desequilíbrio entre a produção dessa proteína e da ação das enzimas que
causam sua degradação. Para solucionar esse problema, há diversos
princípios ativos e técnicas que visam equilibrar a quantidade produzida e
degradada de colágeno, com o objetivo de retardar o processo de
envelhecimento, conferindo à pele um aspecto mais jovem e saudável.
Produtos como o ácido retinoico, o ácido hialurônico e os tratamentos com
laser, gás carbônico e radiofrequência estão entre os mais utilizados para
estimular a produção de colágeno.

LEGENDA: Homem aplicando creme no rosto. Muitas pessoas se preocupam


com a aparência da pele, por isso fazem uso de produtos de beleza no dia a
dia.

CRÉDITO: goodluz/Shutterstock.com

173

Tecido conjuntivo denso

O tecido conjuntivo denso é formado pelos mesmos constituintes encontrados


no tecido conjuntivo frouxo, mas com menor quantidade de células. As fibras
predominantes são as fibras colágenas, cuja organização aumenta a
resistência do tecido. Esse tecido é menos flexível e mais resistente à tensão
do que o tecido conjuntivo frouxo e está associado à proteção e à resistência
dos tecidos.

Dependendo da organização de suas fibras colágenas, pode ser do tipo


modelado ou não modelado.

Boxe complementar:

Tecido conjuntivo denso modelado

No tecido conjuntivo denso modelado, os feixes de fibras são organizados


paralelamente uns aos outros e alinhados com os fibroblastos, que se inserem
entre as fibras. Isso ocorre porque as fibras desse tipo de tecido são formadas
em resposta a uma tração exercida em determinado sentido, visando oferecer
máxima resistência a essas forças. Esse tipo de tecido é observado, por
exemplo, nos tendões (fazem a ligação dos músculos esqueléticos com os
ossos) e ligamentos (estão presentes nas articulações e contribuem para que
os ossos se mantenham unidos).

Estrutura de um tendão

LEGENDA: Por causa da riqueza de fibras colágenas, os tendões A são


estruturas brancas e pouco extensíveis. Note que eles são formados de tecido
conjuntivo denso modelado B.

FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J. Corpo humano:


fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p.
76. CRÉDITO: BlueRingMedia /Shutterstock.com / Studio Caparroz

Fim do complemento.

4. O predomínio de fibras colágenas pode estar relacionado à maior resistência


e à menor flexibilidade do tecido conjuntivo denso? Justifique.

Resposta: Sim, pois as fibras colágenas são inelásticas, muito duras e


resistentes à tração, mas ainda assim permitem certa flexibilidade ao tecido.

Biologia e Saúde

Tendinite

A tendinite é a inflamação dos tendões, localizados nos ombros, cotovelos,


polegares, punhos, tornozelos, quadris e pulso, causando sintomas como dor,
inchaço e vermelhidão na região afetada.

Diversos profissionais e atletas (como professores, pintores, digitadores,


jogadores de futebol, tenistas, entre outros) podem desenvolver a tendinite em
decorrência de atividades intensas e repetitivas.

O tratamento deve ser indicado por um médico especializado e pode ser


acompanhado de fisioterapia. As ações mais indicadas são a imobilização da
região afetada, a interrupção ou a redução de atividades intensas e repetitivas,
o uso de medicamentos e, dependendo da região afetada pela inflamação e os
danos provocados, muitas vezes, deve ser feita uma cirurgia.

LEGENDA: Inflamação do tendão do calcâneo* do pé esquerdo.

CRÉDITO: Dr P. Marazzi/SPL/Latinstock

5. Qual é a importância dos tendões na movimentação do corpo humano?

Resposta: Por ligarem os músculos aos ossos, os tendões fazem com que a
contração das fibras musculares movimente determinado osso, resultando no
movimento.

*Popularmente conhecido como tendão de Aquiles.

174

Tecido conjuntivo denso não modelado

Quando as fibras colágenas são organizadas em feixes aleatórios, ou seja,


sem orientação definida, o tecido chama-se denso não modelado. Nesse
tecido, as fibras são organizadas em todas as direções, formando uma trama
tridimensional que confere resistência ao tecido em qualquer direção. As redes
de fibras elásticas frequentemente são encontradas dispersas entre as fibras
colágenas.

Boxe complementar:

Camadas da pele

LEGENDA: Representação das camadas da pele A . A derme B é uma camada


da pele, formada por tecido conjuntivo denso não modelado.

FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J. Corpo humano:


fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p.
77. CRÉDITO: Studio Caparroz / Tefi/Shutterstock.com

Fim do complemento.

O tecido conjuntivo denso não modelado é encontrado em regiões que sofrem


tensões em várias direções, como na região inferior da derme, nas cápsulas do
baço, no testículo, no ovário, nos rins, nos linfonodos, entre outros locais. A
região superior da derme é formada por tecido conjuntivo frouxo.
Atenção professor: Se achar pertinente, informe aos alunos que há, também,
enxertos feitos a partir da pele de outros animais compatíveis com o ser
humano, como o porco. Fim da observação.

Biologia e Saúde

Enxerto de pele

O enxerto de pele consiste na transferência de um pedaço de pele saudável


(enxerto) de uma área doadora para uma área receptora, onde a pele foi
destruída, por causa da retirada de um tumor ou de uma queimadura grave, por
exemplo. Nesses casos, a regeneração natural do tecido é muito demorada ou
inviável.

O enxerto pode ser retirado do corpo do próprio paciente, de um irmão gêmeo


ou, ainda, de outro indivíduo. No entanto, é preferível que a pele seja retirada
de outras partes do corpo do próprio paciente (como coxas, nádegas, entre
outros), visando evitar a rejeição do enxerto.

Após a transferência do enxerto para a região danificada, ocorre a


revascularização desse tecido, ou seja, a formação de vasos sanguíneos,
garantindo a nutrição do tecido e a recuperação da área.

LEGENDA: Enxerto de pele na região da cabeça, após seis semanas da


cirurgia do transplante de pele.

LEGENDA: Enxerto de pele na região da cabeça, após um ano da cirurgia do


transplante de pele.

CRÉDITO DAS FOTOS: Dr P. Marazzi/SPL/Latinstock

175

Tecido conjuntivo adiposo

O tecido conjuntivo adiposo é composto principalmente de adipócitos, células


especializadas em armazenar gordura, principalmente triglicerídeos.

A predominância de adipócitos torna o tecido adiposo uma importante fonte de


energia para o organismo*. Além disso, esse tecido promove o isolamento
térmico do corpo humano, reduzindo a perda de calor pela pele, auxilia a
sustentação e a proteção de diversos órgãos e participa da secreção de
diversas moléculas. Abaixo da pele, esse tecido modela a superfície do corpo e
absorve choques mecânicos, como nas plantas dos pés e nas palmas das
mãos.

Existem duas variedades de tecido adiposo, classificadas quanto à sua


distribuição no corpo humano, à estrutura e à fisiologia.

Tecido conjuntivo adiposo comum

O tecido conjuntivo adiposo comum também é conhecido co mo tecido adiposo


amarelo** ou unilocular. Ele é formado por células esféricas, que apresentam
uma

única e grande gotícula de gordura em seu citoplasma, a qual empurra o


citoplasma e o núcleo para a periferia.

Esse tecido é altamente vascularizado e é o tipo de tecido adiposo mais


comum nos animais, podendo ser encontrado, por exemplo, nas camadas
subcutâneas espalhadas pelo corpo.

LEGENDA: Representação de adipócitos uniloculares.

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J. Corpo


humano: fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed,
2000. p. 75.

6. Além do papel energético, qual é a importância da gordura das camadas


subcutâneas da pele?

Resposta: A gordura atua no isolamento térmico e na proteção das estruturas


internas contra choques mecânicos.

Tecido conjuntivo adiposo pardo

O tecido conjuntivo adiposo pardo é também conhecido como tecido adiposo


multilocular ou gordura marrom. Rico em mitocôndrias e vasos sanguíneos, ele
é encontrado apenas em alguns mamíferos. É composto de adipócitos que
possuem múltiplas gotículas de gordura, as quais não deslocam o citoplasma e
o núcleo para a periferia da célula.

LEGENDA: Representação de adipócito multilocular.


CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: JUNQUEIRA, L. C.;
CARNEIRO, J. Histologia básica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2004. p. 128. CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Studio Caparroz

7. Por que o tecido adiposo multilocular possui grande quantidade de


mitocôndrias?

Resposta: Porque a produção de calor é mediada pelas mitocôndrias, que


atuam na transformação de moléculas orgânicas, como a gordura, em energia
e calor.

Diferentemente do tecido adiposo comum, que possui ampla distribuição no


animal, o tecido pardo é restrito a determinadas regiões do corpo, como ao
longo do pescoço e entre os ombros. Além disso, ele se associa à produção de
calor do corpo, principalmente em filhotes***, atuando como um meio rápido de
aquecimento, e nos animais hibernantes, os quais reduzem sua taxa
metabólica e temperatura corporal durante o inverno. Nesse caso, o tecido
pardo é essencial no despertar do animal, quando a temperatura do corpo se
eleva e as funções do organismo voltam a ser executadas normalmente.

*Informe aos alunos que, além da gordura, o corpo obtém energia do glicogênio
armazenado nos músculos e nas células hepáticas.

**A cor do tecido unilocular varia entre o branco e o amarelo-escuro,


dependendo da dieta do animal.

***Veja, nas Orientações para o professor, mais informações a respeito da


gordura marrom em adultos.

176

Tecido conjuntivo cartilaginoso

O tecido conjuntivo cartilaginoso, ou cartilagem, possui matriz extracelular firme


e flexível. A flexibilidade e a resistência à compressão permitem que esse
tecido atue na absorção de choques mecânicos, na movimentação das
articulações e no suporte de tecidos moles. Além disso, ele é essencial para a
formação e o crescimento de muitos ossos na vida intrauterina e depois do
nascimento.
As células da cartilagem madura* são chamadas condrócitos, os quais são
abrigados no interior de pequenas cavidades na matriz extracelular, as lacunas.
Os condrócitos possuem núcleo grande com nucléolo proeminente. Quando
jovens, essas células possuem grande quantidade de organelas, as quais são
perdidas em sua maioria quando se tornam maduras. Elas secretam colágeno,
principalmente do tipo II, proteoglicanas e glicoproteínas, como a
condronectina.

LEGENDA: Condrócito presente na cartilagem da traqueia (aumento


aproximado de 6000 vezes).

CRÉDITO: Steve Gschmeissner/SPL/Latinstock

A maioria das cartilagens é envolvida por uma bainha de tecido conjuntivo


denso, chamado pericôndrio . Esse tecido possui nervos, vasos sanguíneos,
vasos linfáticos e uma camada de células capazes de originar novos
condrócitos. Além disso, é responsável pela nutrição, oxigenação e remoção de
resíduos do tecido cartilaginoso.

A função do tecido cartilaginoso depende principalmente da estrutura da matriz.


Assim, existem três tipos de cartilagem, classificados de acordo com o tipo de
fibras predominantes na matriz e com a fisiologia do tecido: a cartilagem
hialina, a cartilagem elástica e a cartilagem fibrosa.

8. Por que o pericôndrio é importante para a manutenção do tecido


cartilaginoso?

Resposta: Porque as cartilagens não possuem vasos sanguíneos, nem nervos.

Cartilagem hialina

A cartilagem hialina é a cartilagem mais abundante do corpo humano. Sua


matriz é formada principalmente por fibras de colágeno tipo II, que garantem
certa flexibilidade ao tecido. Essa cartilagem é encontrada, por exemplo, no
nariz, na laringe, nos anéis da traqueia, nos brônquios e nas superfícies das
articulações móveis.

Além disso, é esse tipo de cartilagem que forma o primeiro esqueleto do


embrião e, consequentemente, o molde de muitos ossos durante o
desenvolvimento embrionário e após o nascimento.
Todas as cartilagens hialinas são envoltas pelo pericôndrio, exceto aquelas
localizadas nas articulações. Na periferia dessa cartilagem, os condrócitos se
apresentam de forma alongada. Já nas regiões mais profundas da cartilagem,
eles possuem forma arredondada.

LEGENDA: Representação de cartilagem hialina.

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J. Corpo


humano: fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed,
2000. p. 78. CREDITO: Studio Caparroz

*Informe aos alunos que célula madura é aquela que atinge um estágio de
diferenciação que lhe permite exercer todas as suas funções especializadas.

177

Cartilagem elástica

De modo geral, a cartilagem elástica é semelhante à cartilagem hialina.

Porém, além das fibras de colágeno, ela possui predominância de fibras


elásticas. Trata-se, portanto, de um tecido mais flexível do que a cartilagem
hialina e atua, por exemplo, na manutenção da forma de certos órgãos.

Esse tipo de cartilagem apresenta pericôndrio, e os condrócitos são maiores e


mais numerosos do que na cartilagem hialina. Ele também está menos sujeito
a processos degenerativos. É encontrado, por exemplo, no pavilhão auditivo,
nas paredes dos canais auditivos, na epiglote, entre outras estruturas do corpo
humano.

LEGENDA: Representação de cartilagem elástica.

Cartilagem fibrosa

A cartilagem fibrosa é conhecida também como fibrocartilagem e é composta


basicamente de fibras espessas de colágeno tipo I, dispersas em pequena
quantidade de substância fundamental. Essa característica garante grande
resistência desse tecido à tração. A cartilagem fibrosa é considerada a mais
forte das cartilagens, pois combina força e rigidez.

Nessa cartilagem, os condrócitos estão organizados em fileiras paralelas aos


feixes de colágeno, os quais se orientam paralelos à tração exercida sobre a
cartilagem. Ela não possui pericôndrio e é encontrada, por exemplo, nos discos
intervertebrais e nos discos articulares.

9. A que proteína, colágeno ou elastina, pode ser associada a flexibilidade e a


rigidez nos tecidos cartilaginosos?

Resposta: A flexibilidade pode ser associada à proteína elastina, e a rigidez, ao


colágeno.

LEGENDA: Representação de cartilagem fibrosa.

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: TORTORA, G. J. Corpo


humano: fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed,
2000. p. 78-79.

Formação da cartilagem

O esquema a seguir representa a formação da cartilagem a partir de células


embrionárias, as quais são chamadas células mesenquimais.

Boxe complementar:

Formação da cartilagem

LEGENDA: No local onde será formada a cartilagem, as células mesenquimais


(alongadas) retraem seus prolongamentos e se tornam arredondadas,
agrupando-se nos chamados centros de condrificação.

LEGENDA: Nos centros de condrificação, as células se diferenciam em


condroblastos, os quais começam a secretar matriz extracelular ao seu redor e
se isolam.

LEGENDA: Os condroblastos ficam aprisionados na sua própria matriz celular


em uma lacuna. Essa célula sofre divisão celular e origina os condrócitos,
agrupados nos chamados grupos isógenos, de até oito células.

LEGENDA: A diferenciação de condroblastos em condrócitos ocorre do centro


para a periferia do tecido. Assim, as células mais centrais já apresentam as
características de condrócitos, enquanto as mais periféricas são condroblastos
típicos.
CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: JUNQUEIRA, L. C.;
CARNEIRO, J. Histologia básica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2004. p. 133. CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Studio Caparroz

Fim do complemento.

178

Tecido conjuntivo ósseo

O tecido conjuntivo ósseo, principal constituinte dos ossos, é o mais rígido dos
tecidos conjuntivos. Sua matriz extracelular é constituída de uma porção
orgânica, rica em fibras colágenas tipo I e uma porção inorgânica, composta de
grande quantidade de sais minerais, principalmente íons cálcio e fosfato, que
podem se depositar ao redor das fibras promovendo a calcificação da matriz
celular.

O tecido ósseo está envolvido na sustentação do corpo humano e no suporte


de suas partes moles. Além disso, atua na proteção do encéfalo, da medula
óssea e dos pulmões, e proporciona apoio aos músculos esqueléticos,
transformando as contrações musculares em movimentos, entre outras
funções. Nesse tipo de tecido conjuntivo, há três tipos de células distintas:
osteócitos, osteoblastos e osteoclastos.

Os osteócitos, encontrados nas lacunas da matriz como células achatadas, são


o principal tipo celular do tecido ósseo. Os osteoblastos são encontrados na
superfície dos ossos, dispostos lado a lado, e são responsáveis por originar os
osteócitos e produzir a porção orgânica da matriz óssea. Os osteoclastos são
células gigantes, móveis, muito ramificadas e com até 50 núcleos. Eles se
localizam em cavidades na superfície dos ossos, onde atuam na reabsorção e
remodelação do tecido ósseo.

Os ossos são revestidos externamente pelo periósteo e internamente pelo


endósteo, os quais contribuem para a nutrição e o fornecimento de novos
osteoblastos. Apesar de bastante rígidos, todos os ossos possuem espaços
entre seus componentes, que permitem a passagem de vasos sanguíneos e
nervos. Observe a representação da estrutura óssea a seguir.
LEGENDA: Osteoclastos (aumento aproximado de 2.700 vezes). Essas células
secretam ácidos e enzimas que atuam localmente, digerindo a matriz orgânica
e dissolvendo os cristais de sais de cálcio.

CRÉDITO: Steve Gschmeissner/SPL/Latinstock

10. Qual é a importância da reabsorção óssea feita pelos osteoclastos?

10. Esse processo é importante no desenvolvimento, crescimento, manutenção


e reparo de ossos.

11. Os ossos são formados apenas por tecido ósseo?

Resposta: Não. Além do tecido ósseo, os ossos podem conter tecido


sanguíneo, tecido adiposo (medula amarela), tecido nervoso e tecido
cartilaginoso (quando em crescimento).

Boxe complementar:

Estrutura do osso

LEGENDA: 1. Osso esponjoso: rede irregular de lâminas finas de tecido ósseo,


denominadas trabéculas, as quais resultam muitas cavidades visíveis
macroscopicamente.
2. Osso compacto: não apresenta cavidades visíveis a olho nu e possui uma
organização característica, chamada sistema harvesiano, o qual é composto
por lamelas concêntricas dispostas ao redor de um canal central.

FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J. Corpo humano:


fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p.
101. CRÉDITO: Studio Caparroz

1. Osso esponjoso: rede irregular de lâminas finas de tecido ósseo,


denominadas trabéculas, as quais resultam muitas cavidades visíveis
macroscopicamente.

2. Osso compacto: não apresenta cavidades visíveis a olho nu e possui uma


organização característica, chamada sistema harvesiano, o qual é composto
por lamelas concêntricas dispostas ao redor de um canal central.
Atenção professor: Osso compacto e osso esponjoso são classificações
apenas macroscópicas, pois a estrutura histológica básica é a mesma para
todos os ossos. Fi mda observação.

Fim do complemento.

179

Formação dos ossos

A formação dos ossos, processo conhecido como ossificação, inicia-se na vida


embrionária e pode ser de dois tipos: intramembranosa ou endocondral.

A ossificação intramembranosa se refere à formação dos ossos a partir de


membranas de tecido conjuntivo. Como exemplo, podemos citar a formação
dos ossos da cabeça, dos maxilares inferior e superior e das clavículas.

A ossificação endocondral está relacionada à formação da maioria dos ossos


longos* do corpo humano e ocorre a partir de um molde de cartilagem. Veja o
esquema a seguir.

Atenção professor: Se considerar interessante, informe aos alunos que as


fontanelas (conhecidas também como moleiras) em recém-nascidos são
membranas conjuntivas que ainda não foram substituídas por tecido ósseo.
Fim da observação.

Boxe complementar:

Processo de ossificação

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: TORTORA, G. J. Corpo


humano: fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed,
2000. p. 105. CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Studio Caparroz

1. As células mesenquimais se unem formando o molde do futuro osso e


originam os condroblastos. Estes, por sua vez, produzem colágeno, originando
os condrócitos da cartilagem hialina.
2. Na região central do molde, os condrócitos aumentam de volume e a matriz
cartilaginosa sofre mineralização. Além disso, ocorre a morte dos condrócitos.
3. As cavidades, antes ocupadas pelos condrócitos, são invadidas por vasos
sanguíneos e células osteogênicas vindas do periósteo. Essas células se
transformam em osteoblastos, que depositam matriz óssea, originando os
osteócitos.
4. No caso dos ossos longos, como o fêmur, desde o início da ossificação,
surgem osteoclastos que absorvem o tecido ósseo do centro do molde,
originando o canal medular, o qual é preenchido pela medula óssea.

Fim do complemento.

12. É possível afirmar que na ossificação o tecido cartilaginoso se transforma


em tecido ósseo? Justifique.

Resposta: Não, pois o que ocorre durante a ossificação é a substituição do


tecido cartilaginoso pelo tecido ósseo, e não a transformação de um tecido em
outro.

13. Quais células atuam na absorção do calo ao redor do osso?

Resposta: Osteoclastos.

Biologia e Saúde

Reparo de fraturas

A fratura óssea é uma interrupção da continuidade dos ossos. No entanto, além


do rompimento do tecido ósseo, os vasos sanguíneos, o periósteo e o
endósteo também são rompidos. A seguir, observe um esquema do processo
de reparação óssea.

Processo de reparação óssea

LEGENDA: Inicialmente, as células osteogênicas do periósteo e do endósteo


proliferam e migram para o local danificado, onde se transformam em
osteoblastos, os quais originam o tecido ósseo.

LEGENDA: Nas regiões com baixo suprimento sanguíneo, as células


osteogênicas se transformam em células condrogênicas, originando tecido
cartilaginoso. Os tecidos formados originam uma espécie de calo na região da
fratura.

LEGENDA: Com o aumento da vascularização, há uma gradativa substituição


do tecido cartilaginoso por tecido ósseo. Assim, ocorre a reparação do osso
fraturado e a absorção do calo ao redor do osso reparado.
CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: GARTNER, L. P.; HIATT, J. L.
Tratado de Histologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. p. 121.
CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Studio Caparroz

*Informe aos alunos que os ossos longos apresentam comprimento maior que
largura.

180

Tecido sanguíneo

O sangue é um tipo de tecido conjuntivo constituído de elementos figurados,


que abrangem as hemácias, os leucócitos, as plaquetas e uma matriz
extracelular, conhecida como plasma, onde esses elementos estão suspensos.

Quando submetido à centrifugação, o sangue apresenta três camadas


distintas. Veja a seguir.

LEGENDA: Tubo de ensaio contendo sangue centrifugado.

CRÉDITO: Paul Rapson/SPL/Latinstock

Glossário:

Centrifugar: submeter uma mistura fluida à ação da força centrífuga, visando


separar componentes de diferentes densidades.

Fim do glossário.

As células sanguíneas são produzidas por células embrionárias


(hematopoiéticas) e têm sobrevida limitada, exigindo constante renovação por
meio da hematopoiese.

A hematopoiese, também chamada hemopoiese, é o processo de formação de


células sanguíneas. Durante a vida embrionária e fetal, existem vários centros
de produção de células do sangue, como fígado, baço, medula óssea
vermelha, entre outros. No entanto, após o nascimento, esse processo de
formação celular fica restrito à medula óssea vermelha, a qual se localiza no
canal medular de ossos longos e nas cavidades dos ossos esponjosos.

LEGENDA: Medula óssea vermelha nas cavidades do osso esponjoso


(aumento aproximado de 1000 vezes). A cor vermelha está relacionada à
grande quantidade de eritrócitos em diferentes estágios de maturação.
CRÉDITO: Steve Gschmeissner/SPL/Latinstock

14. Qual é a importância do tecido ósseo na hematopoiese?

O tecido ósseo abriga a medula óssea vermelha, a qual é responsável pela


hematopoiese. Isso ocorre no canal medular ou nos espaços dos ossos
esponjosos.

Como o sangue circula pelo corpo, uma de suas principais funções é o


transporte de substâncias (gases, nutrientes, metabólitos, hormônios, entre
outras) no interior do corpo do animal. O sangue participa, ainda, da regulação
da temperatura corporal e das defesas do ser vivo, atuando como uma via de
migração de células de defesa (glóbulos brancos) e possibilitando o reparo de
vasos sanguíneos lesionados por meio da coagulação do sangue.

Atenção professor: A medula óssea vermelha também atua na reserva de ferro


no organismo e na destruição de eritrócitos envelhecidos.

Se achar interessante, informe aos alunos que, no corpo, também existe a


medula óssea amarela, a qual é rica em tecido adiposo. Fim da observação.

181

Hemácias

As hemácias, também conhecidas como glóbulos vermelhos ou eritrócitos, são


as células responsáveis pelo transporte do gás oxigênio* no corpo dos animais.
Essas células são dotadas de hemoglobina, proteína responsável pela cor
vermelha do sangue e à qual o gás oxigênio se liga para ser transportado entre
os tecidos do corpo.

Em humanos, os eritrócitos são células sanguíneas em forma de discos


bicôncavos, com diâmetro de 7,5 µm. Seu formato facilita as trocas gasosas,
pois proporciona grande superfície de contato em relação ao volume celular.
Além disso, essas células são flexíveis e capazes de passar facilmente pelos
capilares sanguíneos mais finos.

Nos mamíferos, de modo geral, os eritrócitos são células anucleadas. Embora


as células precursoras das hemácias, os eritroblastos, localizados no interior da
medula óssea, sejam nucleadas, o núcleo e todas as demais organelas são
expulsos da célula à medida que ela amadurece e entra na corrente sanguínea.
Essa característica impede que as hemácias se multipliquem e renovem seus
componentes, resultando um tempo de vida relativamente curto (120 dias, em
média) e, por isso, necessitam de renovação constante.

LEGENDA: Hemácias humanas (aumento aproximado de 3.400 vezes).

CRÉDITO: Power and Syred/SPL/Latinstock

LEGENDA: Eritroblasto, precursor do eritrócito, é encontrado na medula óssea


vermelha e apresenta núcleo (aumento aproximado de 5.000 vezes).

CRÉDITO: CNRI/SPL/Latinstock

15. Qual é o processo responsável pela renovação das células sanguíneas nos
animais?

Resposta: A hematopoiese.

Leucócitos

Os leucócitos**, ou glóbulos brancos, são células especializadas em defender o


organismo, principalmente contra microrganismos invasores. Eles têm núcleo e
organelas. Os leucócitos são menos numerosos que os eritrócitos e podem ser
classificados, de acordo com a presença ou a ausência de grânulos
específicos, em granulócitos e agranulócitos. No entanto, ambos possuem
grânulos não específicos, chamados lisossomos.

Ao contrário dos glóbulos vermelhos, que não saem da corrente sanguínea em


condições normais, os glóbulos brancos realizam a diapedese, ou seja, a saída
dos vasos sanguíneos por meio de movimentos ameboides. Dessa maneira,
essas células atingem os diferentes tecidos onde irão atuar e utilizam a
corrente sanguínea apenas como meio de transporte para outra região do
organismo.

LEGENDA: Representação de leucócitos realizando diapedese.

FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J. Corpo humano:


fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p.
391. CRÉDITO: Studio Caparroz

16. Partes do organismo invadido por microrganismos devem apresentar maior


ou menor concentração de leucócitos? Por quê?
Resposta: Maior concentração, pois essas células estão relacionadas à defesa
do organismo contra esses microrganismos.

*Informe aos alunos que o gás carbônico (CO 2), eliminado na expiração, é
transportado dissolvido no plasma sanguíneo e não ligado à hemoglobina,
como o gás oxigênio.

**Quando suspensos no sangue, os leucócitos se apresentam sob a forma


esférica. Em outros tecidos, podem se apresentar sem forma definida.

182

Os granulócitos apresentam núcleo com formato irregular e citoplasma com


grânulos específicos. Essas células têm vida curta e morrem após alguns dias
no tecido para onde migram por diapedese. De acordo com a afinidade dos
grânulos específicos a determinados corantes de microscopia, há três tipos de
granulócitos. Veja a seguir.

Os neutrófilos possuem diâmetro entre 10 e 12 µm e núcleo multilobado*, isto


é, formado por dois ou até cinco lóbulos conectados entre si. Eles são os
leucócitos mais numerosos, representando 60 a 70% do total. Os neutrófilos
migram para os locais onde se encontram microrganismos invasores,
destruindo-os por fagocitose.

LEGENDA: Neutrófilo (aumento aproximado de 400 vezes).

CRÉDITO: Michael Abbey/Science Source/Latinstock

Os eosinófilos são menos numerosos que os neutrófilos, correspondendo de 2


a 4% do total de leucócitos. Eles possuem diâmetro de 10 a 14 µm e núcleo
bilobado (com dois lóbulos). Eles estão envolvidos nas reações alérgicas e
inflamatórias e são importantes na defesa contra parasitas extracelulares,
como os helmintos.

LEGENDA: Eosinófilo (aumento aproximado de 480 vezes).

CRÉDITO: Carolina Biological Supply, Co//Visuals Unlimited, Inc./Glow Images

Os basófilos são células arredondadas quando em suspensão no sangue, com


diâmetro entre 8 e 10 µm. Eles possuem núcleo volumoso em forma de "S" e
constituem menos de 1% do total de leucócitos. Os basófilos contêm histamina,
fatores de atração de eosinófilos e neutrófilos e heparina, atuando, por
exemplo, nas reações alérgicas.

LEGENDA: Basófilo (aumento aproximado de 600 vezes).

CRÉDITO: Biophoto Associates/Science Source/Latinstock

Os leucócitos agranulócitos possuem núcleo de forma regular e citoplasma


desprovido de granulações específicas. Há dois tipos de leucócitos
agranulócitos: os linfócitos e os monócitos. Veja, a seguir, mais informações
sobre cada um deles.

Boxe complementar:

Os linfócitos constituem uma família de células esféricas que apresentam


núcleo esférico e citoplasma mais escasso. De modo geral, os linfócitos estão
diretamente relacionados às defesas do animal. Por causa da variedade de
tipos celulares, eles possuem diâmetro entre 6 e 18 µm e durabilidade variável,
de poucos dias a alguns anos. Essa célula volta dos tecidos para o sangue,
recirculando continuamente pelo corpo do animal. Os linfócitos B e T fazem
parte desse grupo de células.

LEGENDA: Linfócito (aumento aproximado de 400 vezes).

CRÉDITO: Dr. Gladden Willis/Visuals Unlimited, Inc./Glow Images

LEGENDA: Monócito (aumento aproximado de 480 vezes).

CRÉDITO: Carolina Biological Supply, Co/Visuals Unlimited, Inc./Glow Images

Os monócitos são leucócitos com núcleo ovoide, em forma de rim ou ferradura,


e geralmente central. Eles possuem diâmetro de 12 a 20 µm e constituem a
fase imatura dos macrófagos. Quando os monócitos saem da corrente
sanguínea e invadem outro tecido, eles se transformam em macrófagos, que
são monócitos maduros, leucócitos maiores e que realizam intensa síntese
proteica. Os macrófagos estão distribuídos na maioria dos órgãos e constituem
o sistema fagocitário mononuclear. São células de vida longa que podem
sobreviver por meses no tecido.

Fim do complemento.
*No neutrófilo jovem, o núcleo não é segmentado em lóbulos e se apresenta
sob a forma de bastonete.

183

Biologia e Saúde

Linfócitos e HIV

O HIV (do inglês human immunodefficiency virus) é um vírus que infecta


células de defesa do corpo humano e causa a síndrome da imunodeficiência
adquirida (do inglês acquired immunodeficiency syndrome, cuja sigla é AIDS).
Esse vírus atinge especialmente os linfócitos.

O vírus HIV entra no citoplasma dos linfócitos e, por ação de enzimas, libera o
seu material genético, que é incorporado ao DNA da célula de defesa,
adquirindo condições para multiplicar-se dentro dela.

A multiplicação do HIV leva os linfócitos à morte. Como essas células são


importantes no combate aos microrganismos, ocorre a redução das defesas do
organismo, tornando-o suscetível à entrada e à proliferação de agentes
invasores.

Por fim, ao sair do linfócito, o HIV está pron to para infectar outras células de
defesa do corpo humano.

LEGENDA: Vírus HIV (aumento aproximado de 120.000 vezes). Linfócito T


infectado com vírus HIV (aumento aproximado de 5.600 vezes).

CRÉDITO: Eye of Science/SPL/Latinstock / CRÉDITO: NIBSC/SPL/Latinstock

Plaquetas

As plaquetas, ou trombócitos, são fragmentos de células não nucleados e em


forma de disco. Elas derivam de células chamadas megacariócitos, presentes
na medula óssea. Estes se dividem em fragmentos de citoplasma, os quais
possuem diâmetro entre 2 e 4 µm e, de um modo geral, possuem tempo de
vida curto, permanecendo apenas alguns dias na corrente sanguínea.

LEGENDA: Plaqueta (aumento aproximado de 11.000 vezes). Quando está em


contato com vasos sanguíneos lesionados, o trombócito desenvolve
prolongamentos citoplasmáticos chamados filopódios.
O estado líquido do sangue no interior dos vasos sanguíneos exige um
mecanismo de proteção que bloqueie a saída de sangue em vasos sanguíneos
lesionados. Nesse sentido, as plaquetas atuam formando tampões
plaquetários, que são acúmulos dessas células na região da lesão. Esses
tampões auxiliam na formação de coágulos (trombos), os quais consistem em
uma malha de fibras proteicas na qual as células do sangue ficam
aprisionadas.

LEGENDA: Coágulo sanguíneo (aumento aproximado de 5 000 vezes).

CRÉDITO: CNRI/SPL/Latinstock

17. Qual é a importância das plaquetas?

Resposta: As plaquetas evitam sangramentos excessivos.

18. O coágulo é formado apenas pelas plaquetas?

Resposta: Não, o coágulo é formado pelas plaquetas, malha de fibrilas e


células sanguíneas nela aprisionadas.

184

Tecido nervoso

O tecido nervoso é o principal constituinte do sistema nervoso e está


relacionado basicamente à percepção, à análise, à integração de estímulos
externos e internos e à geração de respostas a esses estímulos. Ele é
composto basicamente de dois grupos de células: os neurônios e os gliócitos.

Os neurônios, ou células nervosas, são altamente especializados em captar


estímulos, convertê-los em impulsos nervosos e conduzi-los a outras células.
Possuem dimensões e formas muito variáveis e são compostos de três regiões
distintas. Veja-as a seguir.

Boxe complementar:

Estrutura do neurônio

comprimento*. Eles não se ramificam abundantemente e sua porção final


apresenta várias ramificações que terminam em estruturas em forma de bulbo,
os botões terminais (bulbos

Fim do complemento.
LEGENDA: Representação de neurônio mielínico.

FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J. Corpo humano:


fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p.
209. CRÉDITO: A7 Estudio

O axônio da maioria dos neurônios de vertebrados é circundado pelo extrato


mielínico**, formado por várias camadas de membrana celular rica em lipídios.
Ele é produzido por gliócitos específicos e se interrompe em intervalos
regulares, formando os nódulos de Ranvier. Os neurônios que possuem esse
extrato são chamados mielínicos , enquanto os desprovidos desse envoltório
são conhecidos como amielínicos.

Os gliócitos, também chamados células da glia, atuam principalmente na


proteção e nutrição dos neurônios. Eles englobam diferentes tipos celulares
que podem exercer funções variadas no tecido nervoso. Os astrócitos, por
exemplo, auxiliam no controle do conteúdo extracelular e na absorção de
excesso de neurotransmissores. Os oligodentrócitos e os neurolemócitos***,
por sua vez, são responsáveis pela produção do extrato mielínico, nos
neurônios da porção central e periférica do sistema nervoso, respectivamente.
Já as micróglias realizam fagocitose no sistema nervoso****.

LEGENDA: Gliócitos (em amarelo) associados a ramificações de axônios


(aumento aproximado de 2.000 vezes).

CRÉDITO: Corbis/Latinstock

*Informe aos alunos que neurônios com esse comprimento são observados,
por exemplo, na inervação dos músculos do pé.

**Anteriormente conhecido como bainha de mielina.

***Anteriormente chamados de células de Schwann.

****Se achar interessante, comente com os alunos que há outros dois tipos de
gliócitos: as células ependimais e as células satélites.

185
Anatomicamente, o sistema nervoso pode ser dividido em parte central (a qual
abrange o encéfalo e a medula espinal) e em parte periférica (formada
basicamente por nervos e gânglios).

A grande maioria dos corpos celulares dos neurônios se localiza na parte


central do sistema nervoso. No entanto, na parte periférica, pode ocorrer
acúmulo de corpos celulares, formando os gânglios. Estes geralmente são
esféricos, protegidos por cápsulas conjuntivas e associados a nervos.

As fibras nervosas correspondem ao axônio dos neurônios junto ao seu extrato


mielínico. Essas fibras podem se agrupar e formar os nervos , constituídos de
grupos de fibras nervosas, associados ao tecido conjuntivo.

Atenção professor: Na parte central do sistema nervoso, os feixes de fibras


mielínicas recebem o nome de trato. Fim da observação.

19. Identifique na imagem abaixo a que parte do sistema nervoso as estruturas


indicadas pelas letras A, B e C pertencem.

Resposta: A e B: parte periférica; C: parte central.

LEGENDA: Gânglio do nervo espinal em corte (aumento aproximado de 2.500


vezes). À direita, Representação de medula espinal em corte.

CRÉDITO: Steve Gschmeissner/SPL/Latinstock / f2042Pixologicstudio/


SPL/Latinstock

Os nervos, assim como os músculos esqueléticos, possuem uma organização


característica. Veja o esquema a seguir.

Boxe complementar:

Estrutura de um nervo

CRÉDITO: Angelo Shuman / A7 Estudio

A. No interior de cada feixe do nervo, há várias fibras nervosas, envoltas por


um tecido conjuntivo, formado principalmente por fibras reticulares, o
endoneuro.

B. Cada um dos feixes de fibras nervosas é revestido por várias camadas de


células achatadas e justapostas, o perineuro. Este auxilia na defesa do tecido
nervoso e no controle de macromoléculas que atingem as fibras.
C. O nervo é revestido externamente por uma camada de tecido conjuntivo, o
epineuro, que também preenche os espaços entre os feixes de fibras nervosas.

Fim do complemento.

20. Os nervos são constituídos apenas de tecido nervoso? Justifique.

Resposta: Não, pois o nervo engloba os axônios dos neurônios mielínicos,


associados a camadas de tecido conjuntivo: perineuro, epineuro e endoneuro.

186

Impulso nervoso

As células nervosas são excitáveis, ou seja, capazes de converter um estímulo


(elétrico, químico ou mecânico) em um impulso nervoso.

Um neurônio que não está transmitindo um impulso nervoso (em repouso)


apresenta a face interna da membrana celular carregada negativamente e a
face externa carregada positivamente. Isso ocorre porque há maior
concentração de íons sódio (Na+) no meio extracelular e de íons potássio (K +)
no meio intracelular, e também em virtude da grande quantidade de
macromoléculas carregadas negativamente no interior da célula.

LEGENDA: Representação das cargas elétricas da membrana plasmática do


neurônio.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES produzidas com base em: TORTORA, G. J.


Corpo humano: fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2000. p. 209, 213.

Essa diferença na distribuição de cargas elétricas entre as faces da membrana


celular de neurônio em repouso é chamada potencial de repouso e a
membrana é denominada polarizada. Esse potencial de repouso é de, em
média, -70 mV* e é mantido graças à atuação de proteínas existentes na
membrana celular, principalmente a bomba de sódio e potássio** que realiza o
transporte ativo desses íons. Veja, a seguir, os eventos celulares observados
nos neurônios após a chegada de um estímulo aos dendritos.

21. Tanto os neurônios quanto os gliócitos podem transmitir o impulso


nervoso?
Resposta: Não, apenas os neurônios possuem essa capacidade.

Boxe complementar:

Transmissão do impulso nervoso no neurônio

I. Durante o repouso, há uma grande quantidade de íons Na + fora da célula e


K+ no interior da célula. A chegada do estímulo à membrana celular altera os
canais iônicos voltagem-dependentes*** em parte da membrana celular. Como
resultado, há um influxo de Na + na célula e início da despolarização da
membrana, com sua face interna se tornando gradativamente menos negativa.

II. Se o estímulo for suficientemente forte, ocorre, na membrana celular, a


formação de um potencial de ação, ou impulso nervoso, que se caracteriza
pela rápida alteração do potencial de membrana e pela inversão momentânea
da polaridade.

III. A despolarização de uma área da membrana celular interfere nos canais


iônicos das regiões adjacentes, iniciando a despolarização de áreas vizinhas
da membrana plasmática. Assim, ocorre a transmissão do impulso nervoso ao
longo do axônio.

IV. Após um curto intervalo de tempo, os canais de sódio se fecham e os de


potássio se abrem, possibilitando a saída de potássio da célula. Com isso, a
célula se repolariza e retoma o potencial de repouso da membrana.

LEGENDA: Representação de propagação saltatória.

CRÉDITO: Ilustrações: A7 Estudio

Fim do complemento.

Acima, foi descrita a propagação contínua do sinal elétrico, observada em


neurônios amielínicos. Nas células nervosas dotadas de extrato mielínico, a
despolarização da membrana celular ocorre apenas nas regiões dos nódulos
de Ranvier. A propagação do impulso nervoso em neurônios mielínicos ocorre
de um nódulo ao outro, caracterizando a propagação saltatória, que aumenta a
velocidade de transmissão do impulso nervoso ao longo da célula. Veja abaixo.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: A7 Estudio


*Veja informações sobre os valores de potencial de repouso nas Orientações
para o professor.

**Se necessário, retome o assunto bomba de sódio e potássio visto no capítulo


5 deste volume.

***Os canais iônicos voltagem-dependentes são aqueles cuja abertura e


fechamento são controlados pelo potencial de membrana.

187

Atividades

Responda as atividades no caderno.

1. O que caracteriza o tecido conjuntivo?

2. Qual é a importância do tecido conjuntivo?

3. Quais são as principais fibras constituintes do tecido conjuntivo?

4. O que são fibroblastos? Qual é a sua importância?

5. Cite um tipo de cartilagem e explique sua importância.

6. Quais são os componentes do tecido conjuntivo frouxo?

7. Quais são as principais características das células do tecido ósseo:


osteócito, osteoblasto e osteoclasto?

8. Quais são as células que compõem o tecido sanguíneo?

9. Qual é a importância do tecido nervoso para o corpo humano?

10. Quais são as principais células que compõem o sistema nervoso?

11. Descreva a importância dos neurônios para o tecido nervoso.

12. Reescreva as afirmações abaixo no caderno, corrigindo-as.

a ) Os condrócitos são as células que compõem o tecido ósseo.

b ) Os eritrócitos, conhecidos também como glóbulos brancos, são células que


compõem o tecido sanguíneo.

c ) Os osteócitos são responsáveis pela reabsorção e remodelação óssea.

d ) Os feixes de fibras reticulares organizados paralelos uns aos outros formam


o tecido conjuntivo denso modelado.
e ) Os eosinófilos são granulócitos responsáveis pela fagocitose de
microrganismos invasores.

13. A osteoporose ocorre em razão da redução da massa óssea, levando os


ossos à fraqueza e tornando-os propensos a fraturas.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

A osteoporose é comumente observada em idosos, em pessoas com uma dieta


pobre em cálcio ou com histórico familiar da doença e em mulheres na
menopausa. Nesse último caso, os níveis de estrogênio diminuem, levando ao
aumento da atividade dos osteoclastos.

LEGENDA: Comparação entre um osso sem osteoporose A e um osso com


osteoporose B.

CRÉDITO: Nucleus Medical Art Inc/Alamy Stock Photo/Latinstock

Como os osteoclastos podem promover a redução da massa óssea?

14. O hemograma completo é um exame de sangue no qual aparece tanto a


quantidade de elementos sanguíneos quanto o hematócrito, ou seja, a
porcentagem de volume ocupada pelas hemácias no volume total de sangue
coletado. Joana estava se sentindo muito cansada e sonolenta, por isso sua
mãe a aconselhou a procurar um médico, o qual suspeitou de anemia. Como a
anemia se caracteriza, entre outros problemas, pela redução de hemácias no
corpo humano, o médico inicialmente pediu um hemograma completo. Veja, ao
lado, parte do resultado do exame de sangue.

Com base nos dados observados, a hipótese levantada pelo médico foi
confirmada? Explique.

FONTE: Dados fictícios.

188

15. Leia o trecho a seguir e responda às questões.

[...]

Como é realizada a lipoaspiração? Se inicia com mínimas incisões na pele


(menos de 5mm) em áreas discretas ou camufláveis, e através de cânulas
especiais o cirurgião plástico aspira aquelas gordurinhas indesejadas do seu
corpo. Após a aspiração, a incisão é fechada com 1 a 2 pontos na pele e é
realizado um curativo pequeno na área.

[...]

MITOS e verdades da lipoaspiração procedimento estético é um dos mais


procurados no Brasil por quem quer perder gordura localizada. R7, São Paulo,
15 out. 2015. Notícias. Disponível em:
http://noticias.r7.com/dino/entretenimento/mitose-verdades-da-lipoaspiracao-
procedimento-estetico-e-um-dos-mais-procurados-no-brasil-por-quem-busca-
perder-gordura-localizada-15102015. Acesso em: 29 fev. 2016.

a ) Qual é o tipo de tecido adiposo encontrado nas regiões onde é realizada a


lipoaspiração?

b ) Em determinadas quantidades, a gordura é essencial ao organismo. Qual é


a importância do tecido adiposo para o corpo humano?

16. Em uma aula sobre tecido ósseo, foi realizada a atividade prática descrita
abaixo.

CRÉDITO: Daniel Zeppo

A fim de demonstrar aos alunos o que caracteriza a dureza de um osso, o


professor separou dois ossos da coxa de frango limpos. Ele segurou um dos
ossos com uma pinça e o colocou sobre a chama por alguns minutos. O
professor esperou o osso esfriar e pediu ajuda a dois alunos. Um deles tentou
torcer o osso que ficou na chama e o outro fez o mesmo com o outro osso. O
osso que foi exposto à chama quebrou facilmente enquanto o outro se manteve
intacto.

a ) A matriz óssea é composta de componentes inorgânicos e orgânicos. Que


componentes são esses?

b ) Por que o osso quebrou facilmente após o contato com a chama?

17. A medula óssea vermelha é encontrada no interior de alguns ossos e


participa da produção das células do sangue. Entretanto, há casos em que a
medula óssea não realiza seu papel adequadamente e é necessário que a
pessoa passe pelo processo de transplante de medula. Sobre isso, leia o
trecho do texto abaixo e responda às questões propostas.

[...]

No entanto, é muito difícil achar um doador compatível e, por isso, os médicos


ressaltam a importância de doar [medula] para aumentar as possibilidades para
os pacientes que precisam. Pessoas de 18 a 55 anos em bom estado de saúde
podem se cadastrar para doar [...].

[...]

ENTENDA como funciona a doação e o transplante de medula óssea. G1, São


Paulo, 5 set. 2013. Bem estar. Disponível em:
http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2013/09/entenda-como-funcionam-
doacao-eo-transplante-de-medula-ossea.html. Acesso em: 29 fev. 2016.

a ) Quais são as células de defesa que compõem o tecido sanguíneo?

b ) Qual é a importância dos glóbulos vermelhos?

c ) Explique a importância das plaquetas para o corpo humano.

d ) Qual é a importância do transplante de medula óssea?

18. Observe a estrutura ao lado.

a ) Em que tecido do corpo humano essa célula é encontrada?

b ) Identifique cada uma das partes indicadas.

c ) Descreva a importância das estruturas indicadas abaixo.

d ) Qual é a importância do transplante de medula óssea?

FONTE: Ilustração produzida com base em: fundamentos de Anatomia e


Fisiologia. TORTORA, G. J. Corpo humano: 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
p. 209. CRÉDITO: A7 Estudio

189

19. (Ufla) Leia as afirmativas seguintes:

I ) É um tipo de tecido conjuntivo especial.

II ) Tecido avascularizado.
III ) A matriz extracelular é produzida por condroblasto e condrócitos.

As características citadas referem-se ao tecido

a ) ósseo

b ) adiposo

c ) cartilaginoso

d ) conjuntivo frouxo

20. (UFSC) O neurônio é uma célula altamente especializada, didaticamente


dividida em três regiões: dendritos, corpo celular e axônio, conforme a figura
abaixo.

Considere o esquema de uma célula neural e assinale a(s) proposição(ões)


correta(s).

LEGENDA: meio intracelular: K+: 150mM/Na+: 15mM / meio extracelular: K +:


15mM/Na+: 200 mM

FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J. Corpo humano:


fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p.
209. CRÉDITO: A7 Estudio

01 ) Um neurônio em repouso apresenta as concentrações dos íons de sódio e


potássio semelhantes às encontradas no meio extracelular.

02 ) Em um neurônio em repouso, a superfície interna da membrana


plasmática é eletricamente negativa em relação à superfície externa.

04 ) Quando o impulso nervoso ocorre, há abertura dos canais de sódio e


ocorre grande influxo deste íon para o interior da célula através de transporte
ativo.

08 ) O impulso nervoso ocorre sempre no sentido 3 → 2 → 1.

16 ) Se colocado em meio hipertônico, o neurônio acima terá saída de água por


osmose, um tipo de transporte de membrana que utiliza ATP.

32 ) Se colocado em meio hipotônico, o neurônio acima terá uma entrada


passiva de água por osmose, sendo a homeostase celular facilmente
restabelecida por bombas de água que ocorrem em toda membrana
plasmática.

21. (Ufla) Apresentam-se a seguir quatro afirmações relativas às células do


tecido ósseo. Marque-as com V (verdadeiro) ou F (falso) [e escreva no
caderno] a alternativa que apresenta a sequência correta.

· Osteoclastos são células multinucleadas.

· A síntese de matriz óssea é realizada pelos osteoblastos.

· Osteócitos são responsáveis pela reabsorção da matriz óssea.

· Os minerais são depositados na matriz óssea pelos osteoclastos.

a)V-F-F-V

b)F-V-V-F

c)F-F-V-V

d)V-V-F-F

Refletindo sobre o capítulo

A. Analise as respostas dadas às questões b e c da página 170 sobre os


tecidos humanos, completando-as ou corrigindo-as, se necessário.

B. Os tecidos ocorrem de maneira isolada no corpo dos animais ou em


associações uns com os outros? Cite um exemplo.

C. Como a permeabilidade seletiva da membrana celular interfere na


capacidade da célula nervosa de produzir e propagar impulso nervoso?

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

190

Trocando ideias

A anorexia e suas consequências

Leia o trecho da reportagem a seguir.

Jovens mulheres são principais vítimas de bulimia e anorexia nervosa


A anorexia e a bulimia são chamadas pelas adolescentes de "Ana" e "Mia",
consideradas por elas as principais companheiras nos momentos de
desespero. Nos blogs, as jovens desabafam e trocam informações de como
perder peso*, ficar sem comer por dias e estratégias para expelir o alimento.
Fotos de meninas muito magras são usadas para inspirar as leitoras.

Ao contrário de muitos sites, que servem como fonte de informações para as


famílias aprenderem a lidar com os filhos que sofrem com bulimia e anorexia
nervosa, estes blogs são considerados pelos médicos incentivadores para o
surgimento ou agravamento dos transtornos alimentares. A principal orientação
para os pais é bloquear estas páginas principalmente se tiverem crianças e
adolescentes em casa, porque são justamente eles, os mais vulneráveis.

MAIA, Cristina. Jovens mulheres são principais vítimas de bulimia e anorexia


nervosa. G1, São Paulo, 19 jul. 2012. Jornal Hoje. Disponível em:
http://www.g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2012/07/jovens-mulheres-sao-
principais-vitimas-de-bulimia-e-anorexia-nervosa.html. Acesso em: 29 fev.
2016.

LEGENDA: Na anorexia, a pessoa se sente diferente do que ela realmente é e


de como os outros a veem. A pessoa com anorexia não aceita que está abaixo
da massa corpórea normal e não considera a opinião dos outros. No início, a
pessoa com esse tipo de transtorno alimentar sente fome, mas não se
alimenta. Com o tempo, a pessoa passa a não comer quase nada. Dessa
maneira, seu corpo muda rapidamente. Embora a perda de massa corporal
seja rápida, o tratamento é lento e exige que a pessoa volte a ingerir alimentos
e ganhar massa corporal aos poucos, além de ter que mudar a maneira como
se vê e como lida com os alimentos.

CRÉDITO: Phototake RM/Nucleu/Diomedia

Você já ouviu falar em transtornos alimentares? Trata-se de uma série de


doenças relacionadas à alimentação e à autoimagem. A anorexia, a bulimia e a
compulsão alimentar são os transtornos alimentares mais comuns. Todos
esses transtornos alimentares são influenciados por diversos fatores e
precisam de tratamento médico. A bulimia refere-se ao ato de eliminar os
alimentos após sua ingestão por meio do vômito e a compulsão alimentar está
relacionada ao ato de ingerir grande quantidade de alimentos em pouco tempo.

A anorexia nervosa é um distúrbio alimentar multifatorial, em que o individuo


não aceita manter sua massa corporal nos valores considerados adequados,
apresentando temor intenso de engordar, o que causa perturbações
significativas no tamanho e na forma do seu

Glossário:

Multifatorial: influenciado por diversos fatores.

Fim do glossário.

*No texto, peso refere-se à massa corporal e não ao conceito físico que
envolve a gravidade e a massa.

191

A perda de massa corpórea, intencionalmente induzida e mantida pela pessoa,


é mais comum em adolescentes do sexo feminino, embora a anorexia possa
ocorrer em adolescentes do sexo masculino, em homens ou em crianças.

Ainda sobre a anorexia nervosa, é válido destacar que ela comumente causa
desnutrição de grau variável, acompanhada de alterações no funcionamento de
glândulas relacionadas ao metabolismo e à sexualidade, além de afetar o
metabolismo. Entre os sintomas característicos, percebe-se: a restrição
alimentar, a prática excessiva de exercícios físicos e a utilização de
medicamentos, como laxantes, diuréticos e anfetaminas (presentes nos
inibidores de apetite).

Entre as inúmeras consequências da anorexia, podemos citar: a redução da


pressão arterial e da temperatura corpórea; a redução do tamanho do coração,
a anemia, a hipoglicemia (baixas taxas de glicose no sangue), a redução da
produção de hormônios, o desenvolvimento de diabetes tipo I, entre outras.

Quando a anorexia nervosa ocorre na pré-puberdade, há um dano ainda mais


sério: o atraso na maturação sexual, no desenvolvimento físico e no
crescimento, levando a pessoa a apresentar uma estatura abaixo da média
esperada.
CRÉDITO: Fresnel/Shutterstock.com

Os dados da literatura médica apontam que a doença pode afetar até 20% das
adolescentes de todas as classes sociais. As estimativas de morbidade e
mortalidade decorrente dos casos de anorexia nervosa estão em torno de 4% a
8%.

Glossário:

Morbidade: incidência relativa de uma doença.

Fim do glossário.

As taxas de transtornos alimentares aumentaram significativamente nas últimas


quatro décadas. As características clínicas da anorexia nervosa na
adolescência são semelhantes às de pacientes adultos, mas nos adolescentes
a tendência em apresentar graus mais elevados é maior, por causa da
diferença na distribuição do tecido adiposo no corpo humano. A perda de
massa corporal nos jovens é mais rápida, atingindo, assim, os estágios mais
graves da anorexia nervosa em períodos mais curtos.

A quantidade de gordura corporal ideal deve ser calculada por meio do índice
de massa corpórea (IMC). Veja na tabela abaixo.

Interpretação do IMC

Valor do índice Classificação

Menor que 18,5 Magreza

Entre 18,5 e 24,9 Normal

Entre 25,0 e 29,9 Sobrepeso I

Entre 30,0 e 39,9 Obesidade II

Maior que 40,0 Obesidade Grave III

FONTE: www.endocrino.org.br/teste-seu-imc. Acesso em: 5 maio 2016.

Para descobrir o seu IMC, acesse o site e calcule-o:


· http://tub.im/dukvuh Acesso em: 29 fev. 2016.

a ) Converse com seus colegas sobre a relação entre os padrões estéticos


atuais, a autoimagem e os transtornos alimentares.

b ) Forme grupo com três colegas e elaborem um pequeno texto explicando o


que é esse transtorno alimentar e quais são as consequências para a saúde.
Com os demais grupos, realizem uma exposição dos textos na escola.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

192

Explorando o tema

Doação de sangue

Veja o trecho da reportagem do Ministério da Saúde sobre doação de sangue


no Brasil.

Ministério da Saúde lança nova campanha de doação de sangue

[...] O Ministério da Saúde decidiu manter o slogan utilizado na campanha


anterior "Seja para quem for, seja doador", devido à necessidade de reforçar
junto à população que não é preciso conhecer ou ser próximo de alguém para
se sensibilizar com a causa e doar sangue [...]

[...] Atualmente, são coletadas no país, cerca de 3,6 milhões de bolsas/ ano, o
que corresponde ao índice de 1,8% da população doando sangue. Embora o
percentual esteja dentro dos parâmetros da Organização Mundial de Saúde
(OMS), o Ministério da Saúde trabalha para aumentar este índice. Em 2012, o
Ministério da Saúde reduziu a idade mínima de 18 para 16 anos (com
autorização do responsável). Com a expansão das idades mínima e máxima
dos doadores, houve a abertura para 8,7 milhões de novos voluntários [...]

PORTAL DA SAÚDE. Ministério da saúde lança nova campanha de doação de


sangue. 13 jun. 2014. Disponível em:
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/
13355-ministerio -da-saude-lanca-nova-campanha-de-doacao-de-sangue.
Acesso em: 29 fev. 2016.
O crescente aumento de cirurgias eletivas, transplantes e transfusões
decorrentes de atendimentos de emergência nos hospitais brasileiros mobilizou
o Ministério da Saúde a realizar campanhas de conscientização da importância
da doação de sangue. O objetivo é aumentar continuamente a quantidade de
doadores de sangue no país.

LEGENDA: Cartaz de campanha de doação de sangue do Ministério da Saúde,


veiculada em 2014.

CRÉDITO: Ministério da Saúde/Governo Federal

193

Para ser doador de sangue, é preciso ter entre 18 e 69 anos e massa corporal
acima de 50 quilogramas. Já os adolescentes entre 16 e 17 anos podem doar
desde que tenham consentimento do responsável legal. Ao longo de um ano,
os homens podem doar até quatro vezes e as mulheres, até três vezes.

Não podem ser doadores de sangue: pessoas que tiveram diagnóstico de


hepatite, mulheres grávidas ou amamentando, pessoas expostas a doenças
transmissíveis pelo sangue como HIV, hepatite, sífilis e doença de Chagas,
além de usuários de drogas ilícitas.

Para que seja possível a doação de sangue, é necessário ter compatibilidade


sanguínea. A diferença entre esses grupos de sangue deve-se à presença, nas
hemácias, de uma proteína chamada aglutinogênio (que pode ser A ou B).
Quando a pessoa apresenta aglutinogênio A, seu tipo sanguíneo é A; quando
tem aglutinogênio B, tem sangue tipo B; quando possui os dois aglutinogênios,
a pessoa é AB; já quando não tem aglutinogênio, o sangue é tipo O.

Além disso, no plasma sanguíneo existe um anticorpo chamado aglutinina, que


pode ser anti-A (reconhece o aglutinogênio A) e anti-B (reconhece o
aglutinogênio B). O sangue do tipo A tem anti-B; o sangue do tipo B tem anti-A;
o sangue do tipo AB não tem aglutinina; o sangue do tipo O tem ambas as
aglutininas, A e B. Veja, no quadro abaixo, os doadores e os receptores do
sistema ABO.

CRÉDITO: Somma Studio


A ilustração abaixo demonstra o índice de doação de sangue de acordo com a
faixa etária e as regiões brasileiras. Observe.

Doadores de sangue no Brasil, por faixa etária, em 2013

FONTE: ANVISA. Relatório dos dados da produção hemoterápica brasileira -


Hemoprod 2013. Brasília: Anvisa; Sumed; GGPBS. Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/ connect/
f7c409004a8df565884ebb486c3ae 08b/Relat%C3%B3rio+Hemoprod+
2013+FINAL.pdf?MOD=AJPERES. Acesso em: 29 fev. 2016. CRÉDITO:
Poliana Garcia.

a ) Você considera que a quantidade de doadores de sangue no Brasil é


suficiente para as necessidades hospitalares?

b ) Como seria possível aumentar a quantidade de doadores jovens (até 29


anos de idade)?

c ) Você conhece alguém que já recebeu sangue? E alguém que já doou?


Como essas pessoas se sentiram após o ato? Converse sobre isso com seus
colegas.

d ) Você sabe qual é o seu tipo sanguíneo?

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

194

Unidade 4 - Reprodução e Embriologia

LEGENDA: Urso-polar fêmea cuidando dos filhotes.

CRÉDITO: Bedell, Daniel A./Animals Animals/ Earth Scenes/Keystone

195

A reprodução ocorre em todos os seres vivos, e é responsável pela


manutenção das espécies do planeta.

Dos seres mais simples constituídos de uma única célula aos seres
multicelulares, a reprodução ocorre a partir de divisões celulares. Com isso, as
informações genéticas são transmitidas de uma geração a outra e assim as
espécies se mantêm.
Nesta unidade, estudaremos a reprodução dos seres vivos, as noções de
desenvolvimento embriológico e a reprodução humana.

Veremos que alguns seres vivos se desenvolvem em ovos, outros no interior


do corpo de outros seres vivos. Alguns originam vários filhotes, enquanto
outros têm um filho por vez. Estudaremos que o processo reprodutivo é
fundamental para a existência de vida na Terra.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto Urso-polar: pode atingir 3,4 m de comprimento.

Fim do complemento.

196

Capítulo 11 - Reprodução dos seres vivos

Os pinguins-imperadores são encontrados na Antártica e sua reprodução é


considerada tão peculiar que foi retratada no filme A marcha dos pinguins, do
diretor Luc Jacquet, lançado no Brasil em 2006.

Os pinguins marcham para a área de reprodução, onde os casais se encontram


e geram um único ovo. Após a postura, a fêmea passa o ovo ao macho, que
inicia a incubação. Ela vai ao mar e nada cerca de 200 km para procurar
comida para o filhote que nascerá entre 62 e 67 dias após a postura. No
inverno antártico, enquanto a mãe nada em busca de alimento, o pai cuida do
ovo aquecendo-o e protegendo-o do frio.

Se o filhote eclodir antes de a fêmea retornar, o macho utiliza uma reserva de


alimento presente em seu esôfago para alimentá-lo. Ele é capaz de manter o
filhote por até 10 dias, o qual pode ficar sem comer no máximo 24 horas.
Quando a fêmea retorna, o pai segue para o mar em busca de alimento
enquanto a mãe se torna responsável pelos cuidados do filhote. Eles se
revezam para alimentá-lo durante alguns meses, alternando as idas até o mar
em busca de alimento.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Pinguim-imperador: pode atingir 1,15 m de altura.


Fim do complemento.

A. Cite uma diferença e uma semelhança entre a forma de reprodução dos


pinguins-imperadores e a da maioria dos mamíferos.

Possíveis respostas: diferença - os pinguins realizam postura de ovos,


enquanto a maioria dos mamíferos é vivípara e os filhotes se desenvolvem no
útero materno. Semelhança - o cuidado com a prole após o nascimento. Os
mamíferos amamentam seus filhotes, enquanto os pinguins-imperadores
regurgitam alimento.

B. Você considera o cuidado dos pais com os filhotes de pinguins-imperadores


um fator responsável pela sobrevivência da espécie? Explique.

Resposta pessoal. O cuidado dos pais com os filhotes é fundamental à sua


sobrevivência. Enquanto recebem cuidados, os pais oferecem os alimentos
necessários e os ensinam a se abrigar, procurar alimento e a se defender.

C. O ovo deve ficar em contanto com o corpo do pai durante todo o


desenvolvimento, pois, se entrar em contato com o gelo, ele congela e morre.
Explique a importância do macho no processo reprodutivo dos pinguins-
imperadores.

Resposta: Sem a participação do macho, a fêmea não poderia deixar o ovo


para buscar alimento. Esse comportamento amplia as chances de sucesso da
espécie, já que o filhote é mantido sob proteção e cuidado do pai.

197

Reprodução assexuada

A reprodução é o processo pelo qual os seres vivos geram descendentes,


transmitindo-lhes o material genético. É esse processo que permite a
manutenção das espécies.

A reprodução pode ser dividida em dois tipos: assexuada ou sexuada.

Na reprodução assexuada, o ser vivo gera uma cópia de si mesmo por mitose.
Assim, o descendente apresenta o mesmo material genético do ser vivo que o
originou. Observe a seguir, alguns tipos de reprodução assexuada.
Na divisão binária, também chamada cissiparidade, um ser vivo origina outro
por meio da mitose. Assim, ambos são diploides. Esse tipo de reprodução é
encontrado em organismos unicelulares, como bactérias, alguns fungos e
protozoários.

Divisão binária em bactérias

Boxe complementar:

1. Ocorre a duplicação do DNA.

2. A parede celular e a membrana plasmática começam a se dividir.

3. As paredes celulares se formam ao redor das regiões com DNA duplicado.

4. As células se separam.

Fim do complemento.

Na esporulação existem células específicas do organismo que participam da


reprodução, chamadas esporos. Esse tipo de reprodução é encontrado em
alguns fungos e algas. Veja abaixo.

Boxe complementar:

Esporulação no fungo Rhizopus sp.

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: TORTORA, G. J.; FUNKE, B.


R.; CASE, C. L. Microbiologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 171, 340.
CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

1. A hifa produz esporângio.

2. O esporângio se rompe e libera esporos.

3. Os esporos produzem hifas.

4. O micélio (conjunto de hifas) cresce.

Fim do complemento.

Há seres vivos que têm capacidade de regenerar tecidos danificados. A


regeneração ou fragmentação ocorre em estrelas-do-mar, em algumas
espécies de algas e em esponjas.
As estrelas-do-mar, por exemplo, podem recuperar uma ou mais extremidades
perdidas. A partir de um de seus braços, desde que ligado ao disco central, é
possível realizar a regeneração.

LEGENDA: Estrela-do-mar Asterias vulgaris.

CRÉDITO: Andrew J. Martinez/Science Source/Latinstock

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Estrela-do-mar (Asterias vulgaris): pode atingir cerca de 50 cm de diâmetro.

Fim do complemento.

198

Alguns seres vivos, como as esponjas e os cnidários, reproduzem-se por


brotamento. Nessa forma de reprodução assexuada, a partir de um ser vivo
adulto é gerado um broto, uma extensão do corpo do animal. Esse broto cresce
por meio de mitoses sucessivas e se desenvolve. Veja a seguir.

Boxe complementar:

Reprodução por brotamento nas esponjas

FONTE: Ilustração produzida com base em: RUPPERT, Edward E. E.; FOX, R.
S.; BARNES, R. D. Zoologia dos invertebrados: uma abordagem funcional-
evolutiva. 7. ed. São Paulo: Roca, 2005. p. 105. CRÉDITO: Luciane Mori

Fim do complemento.

As plantas também podem se reproduzir assexuadamente por propagação


vegetativa. Partes do corpo das plantas, como folhas, caules e raízes
participam desse processo.

LEGENDA: Folha de violeta-africana enraizando.

CRÉDITO: Fabio Colombini

A partir de folhas de violeta-africana é possível obter clones da planta, isto é,


cópias geneticamente idênticas à planta original. Ao serem colocadas em água,
as folhas da violeta-africana enraízam. Após a formação de raízes, elas podem
ser cultivadas em um vaso com terra vegetal.
1. Cite uma vantagem da propagação vegetativa.

Resposta: Grande quantidade de descendentes. Esse tipo de reprodução


permite a multiplicação de um vegetal a partir de partes dele. Assim, são
formados vários clones da mesma planta.

A partenogênese é uma maneira de um ser vivo originar outro sem que ocorra
a fertilização. Nesse tipo de reprodução, há a participação de um gameta
somente. Na partenogênese, a fêmea origina um embrião a partir de um óvulo
não fecundado. Esse tipo de reprodução ocorre em alguns peixes, anfíbios,
répteis e insetos.

Em lugares onde não há machos disponíveis ou os indivíduos vivem muito


isolados, algumas espécies podem gerar descendentes sem a participação dos
gametas masculinos. Existem outros motivos para que isso aconteça, entre
eles, a variação nas condições do ambiente. É o que ocorre com os afídeos
(pulgões), insetos que se alimentam de seiva de plantas.

A desvantagem da partenogênese é que o filhote tem material genético similar


ao da mãe, e, assim, há redução da variabilidade genética.

LEGENDA: Zangão da espécie Apis mellifera, que pode atingir 1 cm de


comprimento.

CRÉDITO: Mark Chappell/Animals Animals/Earth Scenes/Keystone

Nas abelhas a partenogênese está relacionada à determinação do sexo da


prole. Os zangões das abelhas são exemplos de seres vivos resultantes da
partenogênese. Eles se desenvolvem de óvulos não fecundados e, portanto,
são haploides, enquanto as fêmeas são diploides.

199

Reprodução sexuada

Na reprodução sexuada, há união do gameta masculino com o gameta


feminino, formando um novo indivíduo. Nesse tipo de reprodução, os gametas
haploides se unem por meio da fecundação, também chamada fertilização,
restaurando o número diploide da espécie.
A reprodução sexuada é responsável pela variabilidade genética das espécies.
Ela ocorre em animais, plantas, algas, protozoários, bactérias e alguns fungos.

Nos animais, os gametas estão presentes nas gônadas, estruturas produtoras


de gametas. Esses animais podem apresentar dimorfismo sexual, quando
machos e fêmeas são morfologicamente diferentes, como os leões e as leoas.

LEGENDA: Os leões apresentam sexos separados. Os gametas masculinos


são produzidos no corpo do leão e os gametas femininos são produzidos no
corpo da leoa.

CRÉDITO: Blaine Stuart/Shutterstock.com

Em animais que apresentam sexos separados em indivíduos diferentes, a


fecundação é chamada fecundação cruzada, isto é, os gametas masculinos de
um indivíduo fecundam os gametas femininos de outro.

2. Cite dois animais que apresentam dimorfismo sexual.

Possíveis respostas: algumas espécies de aves, ser humano, entre outros..

Existem seres vivos que apresentam as gônadas masculinas e femininas em


um mesmo indivíduo. Eles são chamados hermafroditas.

LEGENDA: Taenia solium.

CRÉDITO: Paulo de Oliveira/Easypix

As tênias são exemplos de seres vivos hermafroditas que realizam


autofecundação, isto é, os gametas masculinos fecundam os gametas
femininos do mesmo indivíduo.

Nas plantas, os gametas estão presentes em estruturas especializadas na


produção de gametas.

LEGENDA: Araucária com estróbilos masculinos.

LEGENDA: Araucária com estróbilos femininos.

CRÉDITO DAS FOTOS: Fabio Colombini

As araucárias são exemplos de plantas que apresentam sexos separados em


indivíduos diferentes.
Nas plantas com flores e sementes, os gametas masculinos são produzidos
nas anteras e os gametas femininos são produzidos no ovário. A pata-de-vaca
é um exemplo de planta hermafrodita, que tem ambas as estruturas em suas
flores.

LEGENDA: Flor de pata-de-vaca.

CRÉDITO: Ricardo de Paula Ferreira/ Shutterstock.com

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Leão: pode atingir 3,6 m de comprimento.

Tênia (Taenia solium): pode atingir de 2 m a 9 m de comprimento.

Fim do complemento.

200

Fecundação e desenvolvimento

Nos animais que realizam reprodução sexuada, a fecundação pode ser interna
ou externa. Além disso, os embriões podem se desenvolver no interior do corpo
materno ou no meio externo.

Fecundação externa

Quando a fecundação ocorre fora do corpo da fêmea, é chamada fecundação


externa. Ela ocorre em algumas espécies aquáticas, como cnidários, alguns
moluscos, determinados peixes e em anfíbios. Nesse tipo de fertilização ocorre
a produção de grande quantidade de gametas. Veja o exemplo a seguir.

Boxe complementar:

Fecundação em anfíbios

FONTE: Ilustração produzida com base em: STORER,T. I. et al. Zoologia geral.
6. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2000. p. 633. CRÉDITO:
Luciane Mori

1. O macho segura o corpo da fêmea em um movimento chamado amplexo.


Esse movimento é mantido até que a fêmea desove.
2. Eles liberam seus gametas na água, onde ocorre a fecundação. Os ovos são
depositados em locais úmidos, para serem protegidos da dessecação.

3. As larvas de anuros são chamadas girinos; a cabeça e o corpo são fundidos


e apresentam nadadeiras.

4. Após certo tempo, ocorre o desenvolvimento dos anfíbios adultos.

Fim do complemento.

Fecundação interna

Os gametas masculinos precisam de um meio líquido para locomoção. No


ambiente terrestre esse transporte seria difícil, pois provavelmente
dessecariam antes de chegar aos gametas femininos. Isso é evitado pela
fecundação interna. Nesse tipo de fecundação, os gametas masculinos são
transferidos para o interior do corpo da fêmea, onde ocorre a fertilização.

A transferência de gametas masculinos na fecundação interna pode ser direta


ou indireta. A transferência direta envolve a cópula, que é a união física de
órgãos acessórios reprodutivos, como pênis, vagina e cloaca. Nesse tipo de
transferência, a estrutura acessória masculina é introduzida na vagina ou
cloaca da fêmea e conduz os gametas masculinos ao seu sistema reprodutor.
Esse tipo de transferência é encontrado em mamíferos, aves, répteis, alguns
anfíbios e peixes cartilaginosos.

A transferência indireta ocorre em estruturas em forma de bolsa chamadas


espermatóforos, utilizados por indivíduos machos para armazenar
espermatozoides no ambiente. Quando a fêmea encontra o espermatóforo, ela
o coloca em contato com seu aparelho reprodutor para que ocorra a
fertilização. Alguns animais, como ácaros, aranhas, escorpiões e salamandras
formam espermatóforos.

3. Considerando que os primeiros animais que surgiram no planeta eram


aquáticos, qual foi a importância da fecundação interna para ocupação do
ambiente terrestre pelos animais?

Resposta: A fecundação interna evitava que os gametas se desidratassem no


ambiente.

201
Rituais de acasalamento

Os rituais de acasalamento são interações específicas entre machos e fêmeas


de uma determinada espécie, com o objetivo de se reproduzirem. De forma
geral, o macho tenta mostrar à fêmea que ele está apto para se reproduzir e a
fêmea escolhe aquele que aparentar ser mais saudável para gerar filhotes
sadios. Veja alguns exemplos a seguir.

Os aracnídeos (grupo das aranhas e escorpiões), em geral, não inserem os


espermatozoides diretamente no corpo da fêmea. Os escorpiões possuem uma
maneira curiosa de acasalamento. Ao encontrar uma fêmea, o macho a segura
com seus pedipalpos (apêndices localizados na região anterior do corpo), de
modo que fiquem frente a frente. Nessa posição, movimentam-se para frente e
para trás, repetitivamente, enquanto o macho deposita no solo o
espermatóforo. Essa dança continua até que a fêmea posicione sua área
genital exatamente sobre o espermatóforo, quando é feita a transferência dos
espermatozoides.

LEGENDA: Casal de escorpiões acasalando.

CRÉDITO: blickwinkel/Alamy Stock Photo/Latinstock

As aranhas apresentam dimorfismo sexual, sendo o macho geralmente menor.


Seu tamanho o coloca em uma situação de risco, pois a fêmea pode confundi-
lo com sua próxima refeição. Dessa maneira, o macho deve se aproximar
demonstrando um comportamento de corte, para que a fêmea perceba que ele
é um parceiro sexual, e não uma presa. Esse comportamento de corte é
observado na viúva-negra (Latrodectus mactans). O macho toca na teia de tal
maneira que as vibrações produzidas sinalizam à fêmea que ele é um macho
da mesma espécie, e ela então se torna receptiva para o acasalamento.
Todavia, após a cópula a fêmea pode se alimentar do macho.

O macho da aranha-de-berçário (Pisaura mirabilis) reconhece a fêmea em


período sexual por meio do olfato. Para acasalar-se, ele captura uma presa
(geralmente um inseto), envolve-a com seda e a oferece para a fêmea. Além
de distrai-la durante a cópula, isso evita que ela o ataque. Se a fêmea aceita o
presente, eles se acasalam enquanto ela devora o inseto. Os machos mal-
sucedidos são digeridos junto com a presa.
Nas aves, os rituais de acasalamento são comuns e bastante diversificados.
Em muitas espécies, os machos possuem plumagens vistosas e coloridas.
Além da aparência, outro fator importante é o canto, que, além de servir para
demarcação do território, também está relacionado ao reconhecimento sexual.

A ave-do-paraíso (Paradisaea raggiana) é uma ave tropical, símbolo da Papua-


Nova Guiné, país oceânico. Os machos dessa espécie possuem coloração
avermelhada e plumas exuberantes. Essas aves habitam a copa das árvores,
onde ficam empoleiradas hierarquicamente, de modo que o macho dominante
(aquele que se impõe sobre os demais e reproduz com mais fêmeas) ocupa o
melhor lugar. Quando a fêmea voa até as árvores, o macho executa um ritual
de exibição no qual joga sua cabeça para baixo e chacoalha suas plumas.

Essa espécie vive em locais em que há grande disponibilidade de recursos


alimentares, de modo que as fêmeas não necessitam dos machos para a
captura de alimento para os filhotes. Assim, os machos direcionam toda sua
energia para a reprodução, tentando acasalar com a maior quantidade de
fêmeas possível.

LEGENDA: Ritual de acasalamento das aves-do-paraíso da espécie


Paradisaea raggiana. O macho exibe suas plumas para a fêmea.

CRÉDITO: Phil Savoie/Naturepl.com/Other Images

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Ave-do-paraíso (Paradisaea raggiana): pode atingir 34 cm de comprimento.

Escorpião (Mesobuthus gilbosus): pode atingir 7,5 cm de comprimento.

Fim do complemento.

202

Tipos de desenvolvimento de vertebrados

Após a fecundação, os estágios iniciais do desenvolvimento do embrião podem


ocorrer dentro ou fora do corpo da mãe.
Nos animais ovíparos, o embrião se desenvolve no interior de um ovo e fora do
corpo da mãe. Os anfíbios, as aves, alguns répteis, mamíferos e peixes são
exemplos de vertebrados ovíparos.

Ao contrário do que ocorre no ambiente aquático, em que os ovos não sofrem


dessecação, no ambiente terrestre, os animais possuem adaptações para
evitar a perda de água para o ambiente. Ovos de animais ovíparos apresentam
uma membrana à prova de água ou então uma casca que permite a entrada de
gás oxigênio e saída de gás carbônico.

LEGENDA: Corvo-marinho-de-crista incubando os ovos.

CRÉDITO: John Devries/SPL/Latinstock

Os animais que se desenvolvem dentro de ovos, mas são mantidos dentro do


corpo da mãe, são chamados ovovivíparos. Alguns répteis e peixes são
ovovivíparos.

Diferentemente da maioria dos mamíferos, que retém o embrião em um órgão


chamado útero, nos ovovivíparos os ovos fertilizados ficam no corpo da mãe
até sua eclosão, recebendo nutrientes a partir do ovo, e não do corpo materno.

LEGENDA: Filhote de serpente Coronella austriaca recém-eclodido, envolto por


membrana. Essa espécie é ovovivípara.

CRÉDITO: Tony Phelps/Nature PL/Diomedia

CRÉDITO: Serpente Coronella austriaca com filhote.

CRÉDITO: Tony Phelps/Nature PL/Diomedia

Os animais vivíparos são aqueles cujos embriões se desenvolvem no interior


do corpo da mãe nos estágios iniciais de desenvolvimento*.

A maioria dos mamíferos, os tubarões e alguns répteis são exemplos de


animais vivíparos.

LEGENDA: Vaca prenhe.

CRÉDITO: Nigel Cattlin/Science Source/Diomedia

O cavalo-marinho é um exemplo de animal vivíparo cujo macho é o


responsável por manter os embriões. A fêmea transfere os gametas femininos
ricos em reservas nutritivas até uma estrutura chamada bolsa incubadora, na
qual ocorre a fecundação. Os zigotos se implantam nos tecidos masculinos,
onde se desenvolvem.

LEGENDA: Cavalo-marinho macho incubando ovos no abdome.

CRÉDITO: Fred Bavendam/Minden Pictures/Latinstock

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Cavalo-marinho: pode atingir até 35 cm de comprimento.

Corvo-marinho-de-crista (Phalacrocorax aristotelis): pode atingir de 65 cm a


80 cm de comprimento.

Serpente (Coronella austriaca): pode atingir até 70 cm de comprimento.

Vaca: medidas variáveis de acordo com a raça.

Fim do complemento.

*A viviparidade está associada a um alto custo energético para a fêmea. Por


outro lado, ela minimiza a influência ambiental e permite um maior sucesso na
sobrevivência da prole.

203

Desenvolvimento em alguns animais invertebrados

Neste capítulo, vimos que os animais vertebrados apresentam diferentes tipos


de desenvolvimento dos ovos. Os animais ovíparos, como as aves e as
tartarugas, colocam seus ovos no ambiente. Os vivíparos, como os seres
humanos, não põem ovos, e completam o desenvolvimento dos filhotes no
interior do corpo da mãe. Já os ovovivíparos retêm os ovos no interior do corpo
da fêmea.

Os animais invertebrados também possuem diferentes estratégias de


desenvolvimento dos seus ovos. Veja alguns exemplos a seguir.

A maioria dos insetos é ovípara e possui hábitos particulares para depositarem


seus ovos. A borboleta-monarca (Danaus plexippus), por exemplo, deposita
seus ovos somente sobre a planta erva-de-rato. Dos ovos eclodem larvas, que
consomem as folhas dessa planta.
Outro exemplo é o desenvolvimento dos besouros (Circellium bacchus). Eles
alimentam-se de fezes frescas de outros animais e também as utilizam como
ninho para seus ovos. As fêmeas fazem bolas de esterco e as rolam até um
local apropriado para sua reprodução. Quando acasalam, depositam o ovo
formado dentro da bola para se desenvolver. Depois que a larva eclode, ela se
alimenta do esterco ao seu redor.

Ao contrário da maioria dos outros insetos, a mosca tsé-tsé (Glossina


morsitans) é ovovivípara. Após o acasalamento, a fêmea retém um único ovo
em seu útero, onde ele se desenvolve em uma larva. Depois de alguns dias, a
larva já está pronta para encasular. Então a mosca a deposita no solo, onde se
enterra e forma um casulo para completar o seu desenvolvimento em um inseto
adulto.

LEGENDA: Borboleta-monarca próxima a seus ovos.

CRÉDITO: Anthony Mercieca/Science Source/Diomedia

LEGENDA: Besouro (Circellium bacchus) preparando uma bola de fezes para


abrigar seus ovos.

CRÉDITO: Nigel J. Dennis/Science Source/Diomedia

Nos moluscos cefalópodes (grupo das lulas e polvos), o desenvolvimento dos


ovos também segue algumas particularidades, vistas em várias espécies. A lula
da espécie Gonatus onyx normalmente vive em águas rasas. Porém, quando a
fêmea está pronta para liberar seus ovos já fecundados, ela se desloca para
profundidades de aproximadamente 2 500 metros para fugir de predadores.
Nessa profundidade, ela produz uma massa de ovos de cor escurecida, que se
mantém aderida aos seus tentáculos, duplicando seu tamanho corporal. A
fêmea mantém um fluxo constante de água entre os ovos, para que eles
permaneçam aerados. Próximo ao momento de eclodir, as fêmeas retornam a
águas mais rasas.

Entre os artrópodes, os límulos (Limulus polyphemus), animais que vivem na


costa atlântica da América do Norte, apresentam um tipo diferenciado de
desenvolvimento de filhotes. Durante a época reprodutiva, os límulos se
dirigem a águas mais rasas para acasalar. As fêmeas escavam uma depressão
na areia, onde depositam seus óvulos. Conforme são depositados, os machos
permanecem próximos às fêmeas, fertilizando seus óvulos antes que sejam
cobertos pela areia. Dessa maneira, a fecundação é externa, e os ovos
fertilizados desenvolvem-se soterrados na areia. Ao eclodirem, as larvas
dirigem-se ao mar, onde completam seu desenvolvimento.

LEGENDA: Límulos (Limulus polyphemus) se acasalando.

CRÉDITO: Joe McDonald/Visuals Unlimited, Inc./Glow Images

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Besouro (Circellium bacchus): pode atingir de 2,2 cm a 4,7 cm de


comprimento.

Borboleta-monarca: pode atingir 9 cm de envergadura.

Límulo: pode atingir cerca de 60 cm de comprimento.

Fim do complemento.

204

Cuidado parental

Na página 196, no exemplo do pinguim-imperador, vimos como os pais cuidam


dos seus ovos e filhotes. O cuidado com a prole não é exclusivo desses
pinguins e muitas espécies também apresentam esse comportamento, que é
benéfico para a prole. O conjunto de cuidados que os pais realizam nos
estágios iniciais de desenvolvimento dos seus filhotes recebe o nome de
cuidado parental.

O cuidado parental contribui para a sobrevivência da espécie no ambiente.


Assim, quando recebem cuidados, os filhotes têm mais chances de chegar à
vida adulta. Como consequência direta, o cuidado parental acaba cumprindo
um importante papel para a manutenção das espécies.

Os cuidados com a prole são exercidos de maneiras diferentes pelas espécies.


Em alguns peixes ovíparos de água doce e marinhos, os ovos são postos e um
dos pais cuida deles e dos filhotes logo que eclodem. Há casos em que seres
vivos que estão ao redor, como anêmonas, mexilhões, siris e esponjas,
contribuem para o cuidado com os ovos e filhotes de outras espécies, ao
oferecer proteção ao local de abrigo deles.

4. Como você considera que seria a sobrevivência dos filhotes de pinguins-


imperadores se não recebessem os cuidados dos pais?

Resposta: Os ovos não sobreviveriam, pois ficariam congelados se os filhotes


eclodissem, não seriam aquecidos e nem receberiam alimento.

LEGENDA: Peixe-palhaço.

CRÉDITO: Nature's Images/Science Source/Latinstock

Os peixes-palhaço crescem em meio a anêmonas, invertebrados que liberam


substâncias urticantes. Esses peixes produzem um muco que os protege
dessas substâncias. Com isso, eles podem ficar próximos às anêmonas e se
manterem livres de predadores.

Alguns animais carregam os filhotes consigo. Um exemplo disso é o sapo-pipa,


anfíbio que carrega os filhotes no dorso até que cresçam.

LEGENDA: Fêmea de sapo-pipa com filhotes no dorso.

CRÉDITO: Bruce Coleman International/Diomedia

Na época de reprodução, o tegumento que reveste o dorso da fêmea do sapo-


pipa torna-se espesso e macio. No momento da postura, a fêmea sobe sobre o
macho e libera ovos em seu ventre. O macho fecunda os ovos, pressionando-
os contra o dorso da fêmea. Esses ovos penetram o tegumento e uma cápsula
é formada, recobrindo-os. Assim, os filhotes se desenvolvem no dorso materno.

LEGENDA: Pai cuidando de filho. Na espécie humana, além dos cuidados da


mãe, a presença do pai é igualmente importante no desenvolvimento físico e
emocional da criança. A presença paterna contribui para a segurança e o
cuidado com a prole.

CRÉDITO: wavebreakmedia/Shutterstock.com

Na espécie humana, o cuidado parental é fundamental após o nascimento do


bebê. Além de alimento, ele precisa de outros cuidados, os quais provêm dos
pais até que ele possa se cuidar sozinho. Esse cuidado inclui aspectos físicos e
também afetivos, como o carinho, que é essencial para o desenvolvimento
adequado da criança.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Peixe-palhaço: pode atingir 14 cm de comprimento.

Sapo-pipa: pode atingir de 5 cm a 20 cm de comprimento.

Fim do complemento.

205

O hábito de nidificar, isto é, de construir ninhos, é característica própria das


aves.

A maioria constrói ninhos nos quais os filhotes são incubados até o


nascimento.

Há aves precoces, como o pato, que nascem maduras e abandonam o ninho


após 1 ou 2 dias de vida.

LEGENDA: Fêmea de pato com filhotes.

CRÉDITO: Bildagentur Zoonar GmbH/Shutterstock.com

Existem também espécies de aves semiprecoces, como é o caso das gaivotas.


Elas nascem cobertas com penas e são capazes de andar, mas não saem do
ninho e recebem alimento dos pais.

LEGENDA: Gaivota cuidando de filhotes no ninho.

CRÉDITO: Sergey Uryadnikov/Shutterstock.com

Há aves, como as andorinhas, cujos filhotes nascem imaturos e precisam de


bastante cuidado também após a eclosão. Esses filhotes são chamados
altriciais. Como não são capazes de se alimentar sozinhos, recebem alimento
regurgitado pelos pais na boca.

LEGENDA: Filhotes de andorinha-do-mar-comum recebendo cuidado de seus


pais.

CRÉDITO: aaltair/Shutterstock.com
Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Andorinha-do-mar-comum (Sterna hirundo): pode atingir de 32 cm a 39 cm


de comprimento.

Baleia-jubarte: pode atingir 16 m de comprimento.

Gaivota (Larus ridibundus): pode atingir de 34 cm a 37 cm de comprimento.

Pato-branco (Tadorna tadorna): pode atingir de 58 cm a 67 cm de


comprimento.

Fim do complemento.

Cuidado parental em baleias-jubarte

A baleia-jubarte é encontrada em todos os oceanos do planeta e migra


anualmente. Durante o verão ela procura as águas polares, onde se alimenta, e
durante o inverno vai para áreas tropicais, onde se reproduz. Após cerca de 11
meses de gestação, o filhote nasce. A mãe o apoia para que suba à superfície
e consiga respirar e volte para mamar. Ela cuida do filhote, evitando que seja
atacado por tubarões, e o guia até as águas polares. Seu desmame ocorre
cerca de 10 meses após o nascimento, quando o filhote deve aprender a
capturar alimento com orientação da mãe. No inverno seguinte, a mãe volta às
águas tropicais, onde o filhote aprende a interagir com outros grupos.

LEGENDA: Baleia-jubarte com filhote.

CRÉDITO: Design Pics Inc/Alamy Stock Photo/Latinstock

206

Mais filhotes são garantia de mais sobreviventes?

Na reprodução dos animais, existem espécies que geram uma prole com
muitos filhotes. Outras geram poucos filhotes e, em alguns casos, apenas um.

Em números, mais filhotes significam mais organismos de uma determinada


espécie. Mas será que todos esses novos indivíduos conseguem sobreviver e
chegar à fase adulta, deixando descendentes? Que outros fatores podem
influenciar em sua sobrevivência?
Veja alguns exemplos.

Uma tartaruga marinha pode colocar mais de 100 ovos a cada desova.
Entretanto, os filhotes devem vencer uma série de barreiras para sobreviver.
Tudo começa quando a tartaruga incuba seus ovos na areia e retorna ao mar.
Isso os torna suscetíveis à predação por animais escavadores. Quando
eclodem, os filhotes se dirigem ao mar, porém o caminho que eles devem
percorrer é dominado por predadores como caranguejos e aves marinhas. Os
filhotes que conseguem chegar ao mar, por sua vez, estão sujeitos ao ataque
de peixes e tubarões. Logo, a sobrevida desses filhotes é muito baixa,
estimando-se que, de cada 1000 filhotes, apenas um chegue à vida adulta.

CRÉDITO: rujithai/ Shutterstock.com

CRÉDITO: Alexandra Lande/ Shutterstock.com

CRÉDITO: Alexandra Lande/ Shutterstock.com

LEGENDA: Filhotes de tartarugas-oliva (Lepidochelys olivacea). Quando


adultos, esses animais podem atingir 2 m de comprimento.

CRÉDITO: André Seale/Pulsar

Em contrapartida, nos mamíferos é comum a geração de poucos filhotes,


porém com um cuidado parental extenso. A baleia-beluga, por exemplo, passa
por um período de 14 meses de gestação e tem somente um filhote bem
desenvolvido. Ele nasce em águas rasas e mais quentes do que as do mar
aberto. Dessa maneira, não precisa gastar energia para se aquecer,
direcionando-a totalmente para seu crescimento. Ele é amamentado durante 24
meses, e só deixa a mãe quando está apto para viver sozinho. Os filhotes da
baleia-beluga se desenvolvem em adultos que podem viver até 40 anos.

Contudo, nem todos os mamíferos seguem esse padrão de desenvolvimento.


Os coelhos reproduzem-se em um ritmo acelerado, o que acaba por suprir as
altas taxas de mortalidade por causa do fato de serem presas de diversos
animais maiores. A maioria das espécies de coelhos é sexualmente madura
aos três meses de vida, e apresenta um curto período de gestação, que leva de
30 a 50 dias. Além disso, cada fêmea pode gerar até 35 filhotes por ano.
Todavia, o cuidado parental é bastante reduzido, limitando-se à amamentação
uma vez por dia. Em virtude de seu papel na cadeia alimentar, eles geralmente
não sobrevivem mais que um ano na natureza.

Se compararmos a prole de tartarugas marinhas com as baleias-beluga,


podemos concluir que se uma tartaruga* colocar 150 ovos por ano, apenas 1%
desses filhotes tem chance de se tornar um adulto, enquanto que o único
filhote da baleia-beluga tem taxa de sobrevivência próxima de 100%.

5. Você considera correto afirmar que a sobrevivência dos filhotes parece estar
mais relacionada à proteção dos filhotes após o nascimento do que à
quantidade deles? Explique.

Resposta: Sim. O cuidado após o nascimento garante a sobrevivência dos


filhotes. No caso das tartarugas marinhas, que não possuem nenhum cuidado
parental, apenas uma pequena quantidade de filhotes consegue chegar à vida
adulta.

*Animais que não exercem cuidados parentais compensam a mortalidade com


uma grande quantidade de filhotes, garantindo que pelo menos alguns deles
consigam sobreviver. Já os animais que têm cuidado parental mantêm os
filhotes vivos por mais tempo, o que lhes permite adquirir condições de
sobreviver a condições inóspitas.

207

Atividades

Responda as atividades no caderno.

1. O que é reprodução e qual é a sua importância para os seres vivos?

2. Diferencie reprodução assexuada de reprodução sexuada.

3. Qual é o tipo de divisão celular envolvido na reprodução sexuada? E na


reprodução assexuada? Explique.

4. O que é partenogênese? Cite um exemplo de ser vivo em que ela ocorre.

5. Quais são as vantagens da reprodução assexuada? E as desvantagens?

6. Por que a fecundação externa requer um ambiente aquático para acontecer?

7. Qual é a diferença entre animais ovíparos, vivíparos e ovovivíparos? Cite um


exemplo de cada.
8. Reescreva as frases abaixo no caderno, substituindo os algarismos pelos
termos corretos.

a ) Na I, um novo ser vivo é gerado a partir de partes de outro.

b ) Por meio da II, são produzidas células especiais que originam um novo ser
vivo em condições favoráveis no ambiente.

c ) Na III, uma célula se divide e origina duas novas células iguais.

d ) Na IV, o gameta feminino se desenvolve sem haver fecundação.

e ) No V, formam-se prolongamentos na superfície do corpo do organismo, que


em certo momento desprendem-se e originam um novo organismo.

9. Relacione as letras com o algarismo romano correspondente.

a ) Divisão binária.

b ) Esporulação.

c ) Brotamento.

d ) Fragmentação.

e ) Partenogênese.

f ) Fecundação interna.

g) Fecundação externa.

h) Hermafrodita.

I ) Ouriço-do-mar.

II) Estrela-do-mar.

III) Ser humano.

IV) Fungo.

V) Abelha.

VI) Bactéria e protozoário.

VII) Tênia.

VIII) Esponja.
10. O pavão é uma ave nativa da Ásia, conhecida por sua plumagem
exuberante. Observe a fotografia ao lado e responda às questões.

a ) Na fotografia, estão representados um macho e uma fêmea de pavão. Qual


é o macho e qual é a fêmea? Como você chegou a essa conclusão?

b ) Explique com suas palavras o que é dimorfismo sexual.

c ) Essa espécie apresenta fecundação interna ou externa?

d ) O macho se mostra para a fêmea, abrindo suas penas. Explique a


importância desse comportamento no processo reprodutivo da espécie.

LEGENDA: Pavão macho se exibindo para a fêmea.

CRÉDITO: John Serrao/Science Source/Latinstock

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto Pavão: pode atingir 2,3 m de comprimento.

Fim do complemento.

208

11. As estrelas-do-mar, quando sofrem uma lesão em algum de seus braços,


são capazes de regenerar a região afetada, ou até mesmo de formar um novo
indivíduo a partir de um pequeno fragmento de seu corpo.

Esse é um tipo de reprodução sexuada ou assexuada? Por quê?

12. Observe as fichas de animais abaixo e responda às questões.

CRÉDITO: Alexander Semeno/SPL/Latinstock

O polvo-gigante é um animal marinho. Ele possui células que lhe permitem


mudar de cor quando necessita espantar outros machos. Um de seus
tentáculos é especializado em introduzir espermatozoides no corpo da fêmea
para fecundar seus óvulos. Conforme são fecundados, os ovos recém-
formados são liberados na água e aderem às rochas para completarem seu
desenvolvimento. A fêmea incuba esses ovos e os vigia, até que os filhotes
eclodam e sejam liberados no mar. O polvo-gigante pode atingir cerca de 9 m
de comprimento.

CRÉDITO: nitrogenic.com/Shutterstock.com

O tubarão-branco é um peixe cartilaginoso que vive em ambientes costeiros.


Ele possui um órgão chamado clásper, especializado em transferir
espermatozoides para o corpo da fêmea. Após a fecundação, os ovos
formados permanecem dentro do corpo da mãe até que estejam prontos para
eclodir. Ao nascerem, os filhotes já estão prontos para viver sozinhos. Esse
animal pode atingir cerca de 8 m de comprimento.

CRÉDITO: Gregory Ochocki/Photoresearchers/Latinstock

O boto-cor-de-rosa é um mamífero comum nos rios amazônicos. Os machos


cortejam a fêmea mordiscando partes de seu corpo e mostrando suas
habilidades físicas. A cópula acontece pela introdução do pênis do macho na
abertura genital da fêmea. A fecundação ocorre, e o filhote de boto se
desenvolve no útero da mãe. Ao nascer, a mãe o leva até a superfície para
respirar e permanece com ele até que esteja pronto para viver sozinho. Esse
animal pode atingir cerca de 2,5 m de comprimento.

a) De acordo com as descrições acima, compare esses animais quanto: · ao


tipo de fecundação;

· ao tipo de desenvolvimento dos óvulos fecundados;

· à quantidade de filhotes;

· ao cuidado parental.

b) Todos animais aquáticos apresentam fecundação externa? Explique.

209

13. Nas sociedades de abelhas melíferas, os ovos liberados pela rainha podem
ou não ser fertilizados. Os ovos fertilizados se desenvolvem em fêmeas
diploides, que serão abelhas-operárias ou rainhas. Os ovos que não forem
fertilizados desenvolvem machos haploides, os zangões. Com base nisso,
responda às questões abaixo.
a ) Qual é o nome do processo reprodutivo que origina as operárias e os
zangões?

b ) Por que os machos possuem células haploides e as fêmeas têm células


diploides?

c ) Qual é a vantagem desse tipo de reprodução?

d ) Em uma colmeia, qual é a importância do processo que origina os zangões?


Explique o que aconteceria se eles não fossem gerados.

14. Em um experimento, um tipo de planta que se reproduz tanto de forma


sexuada como assexuada é cultivado em dois ambientes artificiais distintos (I e
II). No ambiente I , as condições de temperatura e umidade são constantes e
não há presença de pragas . No ambiente II, há presença de pragas e a
temperatura e a umidade são variáveis .

Considerando os ambientes I e II, a reprodução que geraria maior viabilidade


em se manter é:

a ) reprodução sexuada nos dois ambientes, pois gera indivíduos idênticos que
produzem maior quantidade de indivíduos.

b ) reprodução assexuada no ambiente II , pois uma planta com adaptações


para sobreviver, gerará um descendente com as mesmas adaptações.

c ) reprodução assexuada nos dois ambientes, pois gera plantas já maduras e


adaptadas, com mais resistência à presença de pragas.

d ) reprodução sexuada no ambiente II , pois gera uma variedade de indivíduos


com adaptações a variados tipos de ambiente.

15. (UFV) Considerando os tipos de reprodução dos organismos, é


INCORRETO afirmar que:

a ) na reprodução sexuada há a fusão de duas células gaméticas.

b ) a partenogênese é o desenvolvimento de uma célula feminina fecundada.

c ) na reprodução assexuada geralmente os descendentes são geneticamente


iguais.

d ) o brotamento é um tipo de reprodução assexuada.


16. (UFG) As bactérias, ao se reproduzirem assexuadamente, originam dois
indivíduos do mesmo tamanho e geneticamente idênticos. Já alguns levedos,
para se reproduzirem, emitem uma pequena expansão na superfície da célula,
que cresce e posteriormente se destaca, formando um novo indivíduo também
geneticamente igual. Os dois tipos de reprodução descritos são,
respectivamente,

a ) cissiparidade e conjugação.

b ) cissiparidade e brotamento.

c ) fragmentação e gemiparidade.

d ) conjugação e esporulação.

e ) conjugação e cissiparidade.

Refletindo sobre o capítulo

A. Retome a resposta que você deu à questão b da página 196 sobre cuidado
parental e reveja sua resposta, corrigindo-a, se necessário.

B. Retome os conteúdos das páginas 197 e 198. Cite duas vantagens da


reprodução assexuada.

C. Como o cuidado parental apresentado pela baleia-jubarte, mostrado na


página 205, contribui para a sobrevivência do filhote?

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

210

LEGENDA: DAY, Walter Percy. A décima primeira hora, o décimo primeiro dia
do décimo primeiro mês. 1918-1919. Óleo sobre tela, 72 cm x 92 cm. Museu
Harris.

CRÉDITO: Walter Percy Day. 1919. Óleo sobre tela. 72 x 92 cm. Museu Harris,
Preston (Inglaterra). Foto: Art Images Archive/Glow Images

Capítulo 12 - Reprodução humana

Os mamíferos apresentam uma característica que auxilia na sobrevivência de


seus filhotes: o cuidado parental. Os filhotes desses animais nascem frágeis e
sem condições de se manterem sozinhos. Na espécie humana, esse
comportamento é mais acentuado do que nos demais mamíferos. A fase juvenil
do ser humano (infância e adolescência) é maior quando comparada à dos
demais primatas. Durante seu amadurecimento, ele fica sob os cuidados dos
pais, e isso, às vezes, pode se prolongar até a fase adulta.

A mãe, além de abrigar o embrião/feto em seu útero, o acolhe e o alimenta


após o parto e durante seu crescimento e desenvolvimento. O pai participa
integralmente desse processo, oferecendo à mãe e ao bebê apoios físico e
afetivo.

É importante observar que o cuidado com as crianças e os adolescentes inicia-


se antes do nascimento e continua até que o jovem esteja apto a sobreviver
independente dos pais. Esse comportamento é um dos responsáveis pelo
sucesso evolutivo da espécie humana na Terra.

A. A partir da observação da pintura acima, o que é possível concluir a respeito


da importância da mãe no cuidado parental?

Resposta pessoal. Espera-se que os alunos citem que a mãe é importante no


cuidado com os filhos, pois, além de abrigá-los durante a gestação, ela os
amamenta, oferece-lhes apoio emocional e cuidados para que eles se
desenvolvam com saúde.

B. Quais são os termos relacionados à reprodução humana citados no segundo


parágrafo do texto acima?

Resposta: Embrião/feto; útero e parto.

C. Converse com seus colegas sobre a importância do papel do pai no


desenvolvimento da criança.

Atenção professor: Ao abordar a questão C, observe os alunos que não têm ou


não tiveram pais presentes durante sua criação, pois é um tema delicado. Fim
da observação.

Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que, além de auxiliar


nos cuidados básicos com a criança, o pai deve oferecer apoio emocional e,
muitas vezes, financeiro. Além disso, ele deve participar da educação da
criança e ser responsável pelo seu desenvolvimento.
D. Discuta com os colegas como seria o desenvolvimento do ser humano se
ele não recebesse os cuidados dos pais após o término da infância, isto é, se
ele tivesse que agir e se comportar socialmente como um adulto.

Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que um bebê, sem os


cuidados dos pais, sem alimento, abrigo, vestimenta e proteção, não tem
condições de sobreviver sozinho. Nesse sentido, o cuidado com os filhos
garante seu desenvolvimento completo antes de se tornarem independentes.

Atenção professor: Veja mais informações sobre a construção social e histórica


da infância nas Orientações para o professor. Fim da observação.

211

Sistemas genitais

Anteriormente, vimos a importância da reprodução para os seres vivos. Na


espécie humana, além de gerar descendentes, a reprodução envolve a
sexualidade, a qual estudaremos adiante.

Para iniciar o estudo da reprodução humana serão apresentadas informações


importantes sobre os sistemas genitais masculino e feminino.

As estruturas e os órgãos dos sistemas genitais masculino e feminino podem


ser agrupados de acordo com a importância. Veja.

· Gônadas: responsáveis pela produção de gametas.

· Ductos: atuam no transporte e armazenamento dos gametas.

· Glândulas sexuais acessórias: responsáveis pela produção de substâncias


que mantêm os gametas.

· Estruturas de suporte: apresentam funções variadas.

Sistema genital masculino

O sistema genital masculino é um conjunto de órgãos com o papel de produzir


o hormônio testosterona, bem como atuar na produção, na maturação e no
transporte dos gametas masculinos para o interior do sistema genital feminino.

Veja, a seguir, um esquema que mostra os órgãos e as estruturas que


compõem o sistema genital masculino.
Sistema genital masculino

FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J. Corpo humano:


fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p.
524. PAULSEN, F.; WASCHKE, J. Sobotta: Atlas de Anatomia humana: órgãos
internos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. v. 2. p. 236. CRÉDITO:
Angelo Shuman

Os homens têm um par de gônadas chamadas testículos, glândulas endócrinas


de formato oval onde há produção de espermatozoides, além de atuarem como
glândula endócrina, produzindo e secretando o hormônio testosterona. Eles se
localizam no escroto , estrutura em forma de bolsa, a qual é constituída de
tecido epitelial e muscular. Os testículos são cobertos por uma cápsula fibrosa,
dividida em compartimentos chamados lóbulos. Cada lóbulo contêm túbulos
seminíferos, ductos altamente espiralados que são responsáveis pela produção
de espermatozoides.

O epidídimo, ou ducto epididimal, é o local onde os espermatozoides sofrem


maturação e adquirem mobilidade. Conforme o diâmetro do epidídimo se
reduz, ele passa a ser denominado ducto deferente, estrutura que margeia os
testículos e entra nas cavidades abdominal e pélvica. No ducto deferente, os
espermatozoides são armazenados por vários meses.

212

Na porção posterior da bexiga urinária, localizam-se os ductos ejaculatórios,


formados pela união do ducto da vesícula seminal com o ducto deferente, os
quais são responsáveis por ejetar o esperma para a uretra.

As glândulas sexuais acessórias secretam a parte líquida do sêmen. As


glândulas seminais localizam-se abaixo da bexiga urinária e em frente ao reto e
secretam um fluido viscoso.

A próstata, por sua vez, é uma glândula em formato de noz, localizada abaixo
da bexiga urinária, cuja função é secretar um fluido leitoso e ácido, rico em
nutrientes utilizados pelos espermatozoides.

Já as glândulas bulbouretrais localizam-se sob a próstata em ambos os lados


da uretra. Durante a excitação sexual, elas secretam uma substância alcalina
que passa pela uretra e protege os espermatozoides do meio ácido desse
canal. Além disso, essas glândulas produzem um muco que lubrifica o pênis
durante o ato sexual.

Entre a bexiga urinária e o meio externo, localiza-se o pênis , uma estrutura


acessória do sistema genital masculino. Em seu interior, passa a uretra, um
ducto comum de passagem do esperma e da urina. Em relação à reprodução,
a principal função do pênis é transportar o sêmen até o interior do sistema
genital feminino.

O sêmen, ou esperma, é um líquido produzido na ejaculação e é o resultado


das secreções das glândulas seminais, da próstata e das glândulas
bulbouretrais. O pH do esperma é alcalino e varia de 7,2 a 7,7.

A capacidade de ereção do pênis facilita sua penetração no sistema genital


feminino. A ereção ocorre por causa de dois tecidos específicos: o corpo
esponjoso e o corpo cavernoso.

O corpo esponjoso é a parte mais interna do pênis, que envolve e protege a


uretra. Sobre ele, encontra-se o corpo cavernoso, uma região rica em vasos
sanguíneos.

O pênis fica ereto quando parte do sangue presente nos vasos sanguíneos é
transferida para o corpo cavernoso e uma pequena quantidade segue para o
corpo esponjoso. Ao tornar-se rígido, o pênis pode ser mais facilmente
introduzido no interior do sistema genital feminino.

Estrutura do pênis

FONTE: Ilustração produzida com base em: PAULSEN, F.; WASCHKE, J.


Sobotta: atlas de anatomia humana: órgãos internos. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2012. v. 2. p. 186. CRÉDITO: Angelo Shuman

Biologia e Cultura

Circuncisão*

A circuncisão é uma cirurgia em que há remoção de parte do prepúcio, porção


de pele que recobre a glande do pênis.
Essa pequena cirurgia existe há mais de 5 000 anos e é uma tradição religiosa,
realizada por algumas culturas, como os judeus e muçulmanos, logo após o
nascimento do bebê.

*A circuncisão pode ser feita também por razões não culturais, como para
facilitar a higienização do pênis, uma vez que a glande fica exposta, e, em
alguns casos, reduzir o risco de adquirir algumas doenças sexualmente
transmissíveis (DSTs), pois evita o acúmulo de secreções no pênis.

213

Formação do gameta masculino

Os espermatozoides são células haploides, ou seja, com metade da


quantidade de cromossomos das demais células humanas e,
consequentemente, com metade da informação genética para a formação de
um ser humano.

A formação de espermatozoides ocorre nos túbulos seminíferos dos testículos


e é chamada espermatogênese, a qual tem início na puberdade e ocorre
durante toda a vida.

A espermatogênese pode ser dividida em três etapas: uma divisão reducional,


que ocorre por meiose I; uma divisão equacional, por meiose II; e a
espermiogênese. Veja a seguir.

1. Quais seriam as implicações se, na formação de gametas, em vez de


meiose, ocorresse mitose?

Resposta: Seriam formados gametas 2n, com 46 cromossomos cada. Isso


seria inviável, pois, somando a quantidade de cromossomos, seria formado um
zigoto com 92 cromossomos. Entretanto, o número diploide da espécie humana
é de 46 cromossomos.

Boxe complementar:

Espermatogênese

FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J. Corpo humano:


fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p.
526. CRÉDITO: Somma Studio
1. As espermatogônias (2n) se alinham nos túbulos seminíferos e se dividem.

2. Uma das espermatogônias-filha (2n) se diferencia, formando os


espermatócitos I (primários).

3. Cada espermatócito I aumenta de tamanho antes de se dividir por meiose I,


formando espermatócitos II (secundários). Antes de ocorrer essa divisão, o
DNA é duplicado, com a formação de 23 pares de cromossomos homólogos.

4. Os pares de cromossomos homólogos se separam na meiose II e cada um


dos cromossomos migra para polos opostos da célula, a qual se divide. Cada
célula tem 23 cromossomos e recebe o nome de espermátide.

5. Cada espermatozoide se diferencia pela espermiogênese, formando a


cabeça e a cauda. Assim, ocorre a formação de espermatozoides.

Fim do complemento.

Logo que são produzidos, os espermatozoides ainda não são capazes de se


locomover até o ovócito. Por isso, eles precisam passar por um processo de
maturação, que ocorre no interior dos testículos e dos epidídimos. Depois de
10 a 14 dias no epidídimo, os espermatozoides amadurecem e passam a
apresentar maior mobilidade, possibilitando seu deslocamento até o ovócito. A
espermatogênese leva aproximadamente 74 dias para se completar.

214

Estima-se que sejam produzidos cerca de 300 milhões de espermatozoides por


dia. Essa quantidade tende a diminuir conforme a idade avança. Eles podem
viver cerca de 48 horas no interior do sistema genital feminino.

A formação e a sobrevivência dos espermatozoides dependem de uma


temperatura menor que a temperatura corporal. Por isso, os testículos se
localizam no escroto, fora da cavidade abdominal, e têm cerca de 3 ºC a
menos que o restante do corpo.

LEGENDA: Estrutura do espermatozoide humano. Representação da estrutura


de um espermatozoide humano.
FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J. Corpo humano:
fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p.
526. CRÉDITO: A7 Estudio

Sistema genital feminino

Além de produzir gametas e hormônios sexuais, o sistema genital feminino tem


a função de abrigar um novo ser humano nas primeiras fases do
desenvolvimento.

Veja, a seguir, os órgãos e as estruturas que compõem o sistema genital


feminino.

Boxe complementar:

Sistema genital feminino

FONTE: Ilustração produzida com base em: PAULSEN, F.; WASCHKE, J.


Sobotta: Atlas de Anatomia humana: órgãos internos. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2012. v. 2. p. 237. CRÉDITO: Angelo Shuman

Fim do complemento.

As mulheres têm um par de gônadas denominadas ovários. Cada um deles


localiza-se de um lado da cavidade pélvica e ambos são responsáveis pela
produção de gametas femininos, os ovócitos.

Além disso, o sistema genital feminino tem um par de tubas uterinas , que se
localizam nas laterais do útero. Sua extremidade aberta recebe o nome de
infundíbulo e apresenta projeções denominadas fímbrias, as quais coletam os
ovócitos para o interior da tuba uterina durante a ovulação.

215

O útero, por sua vez, é o órgão que se localiza entre a bexiga urinária e o reto,
assemelhando-se ao formato de uma pera invertida. Nesse órgão, ocorre a
implantação do embrião e o desenvolvimento do embrião/feto.

O útero pode ser dividido em três regiões: fundo do útero, corpo do úte ro e
colo do útero. O fundo do útero se localiza acima das tubas uterinas, o corpo
do útero é a porção central e o colo do útero é uma parte estreita que se abre
para a vagina.
Além disso, o útero pode ser dividi do em camadas: perimétrio, miométrio e
endométrio. O perimétrio é formado por um ligamento na camada externa do
útero; o miométrio é a camada central, constituída de músculo liso, que se
contrai durante o parto; o endométrio é a camada mais interna do útero e é o
local onde o embrião/feto se instala. A descamação do endométrio dá origem à
menstruação.

Localizada entre a bexiga urinária e o reto, a vagina atua como passagem para
a menstruação e o feto, além de receber o pênis durante o ato sexual.

A vagina é contínua ao útero e apresenta dobras chamadas rugas. Constituída


de tecido muscular liso, ela se dilata para receber o pênis durante o ato sexual
e permitir a passagem do feto durante o parto normal. A abertura da vagina
recebe o nome de óstio vaginal.

Além dos órgãos internos, o sistema genital feminino apresenta um conjunto de


órgãos externos que formam o pudendo feminino (antigamente chamado
vulva). Observe a ilustração abaixo.

Boxe complementar:

Estrutura do útero

FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J. Corpo humano:


fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p.
532. CRÉDITO: Angelo Shuman

Fim do complemento.

LEGENDA: Representação do pudendo feminino.

CRÉDITO: alila/Shutterstock.com

Biologia e Cultura

Mutilação genital feminina

A mutilação genital feminina é uma prática cultural realizada durante séculos


por alguns grupos da África, da Ásia e do Oriente Médio. O objetivo desse
procedimento é controlar o desejo sexual feminino, já que se trata de um
requisito para que a mulher possa se casar nesses grupos.
Ainda crianças, muitas dessas mulheres têm parte da (ou toda) sua genitália
externa retirada por meio de materiais cortantes, como giletes e cacos de vidro.
Por isso, muitas sofrem com hemorragias, infecções, infertilidade e
complicações na hora do parto.

Dados da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) mostram que a
prática da mutilação genital feminina diminuiu em países como Iraque, Quênia,
Nigéria, Libéria, República Centro-Africana, República Unida da Tanzânia,
Benin, Camarões, Gana e Togo. No entanto, em países como Somália, Egito,
Guiné, Djibuti essa prática ainda é muito realizada.

Atenção professor: Veja sugestões de como trabalhar esta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

216

Biologia e Sociedade

O papel da mulher na sociedade

Leias as manchetes a seguir.

Ex-professora vence o preconceito e se torna caminhoneira 'Cinderela'

Moradora de Rondônia trabalha como caminhoneira há 30 anos. Paixão pela


estrada surgiu após viagem de caminhão com o marido.

BONI, Jonatas. Ex-professora vence o preconceito e se torna caminhoneira


'Cinderela'. G1, São Paulo, 1° maio 2015. Disponível em:
http://g1.globo.com/ro/rondonia/ noticia/2015/05/ex-professora-vence-o-
preconceito-e-setorna-caminhoneira-cinderela.html. Acesso em: 3 mar. 2016.

Por que as conquistas históricas do futebol feminino não saem na mídia?

Todas as respostas possíveis levam ao machismo: no dito 'país do futebol', a


mídia comercial ainda acredita que lugar de mulher é fora do campo.

PASSOS, Najla. Por que as conquistas históricas do futebol feminino não saem
na mídia? Carta maior, São Paulo, 12 jun. 2015. Mídia. Disponível em:
http://www.cartamaior.com.br/?/ Editoria/Midia/Por-que-as-conquistas-
historicas-do-futebolfeminino-nao-saem-na-midia-/12/33711. Acesso em: 3 mar.
2016.
Agora, leia a reprodução de alguns discursos que costumam circular
socialmente.

"A única coisa que mulher sabe pilotar bem é o fogão."

"Mulheres querem homens com futuro, e homens querem mulheres sem


passado."

"Não tem problema a mulher trabalhar fora, desde que não atrapalhe as tarefas
domésticas."

"Se ela saiu com essa saia na rua é porque queria ser assediada, né?"

Ao ler as frases acima, algumas pessoas provavelmente riram, outras ficaram


indignadas, pois são frases consideradas machistas. Por que o machismo está
tão presente em nossa sociedade? Para compreender melhor essa questão,
devemos entender qual é o papel da mulher na sociedade hoje e como ele
mudou ao longo do tempo.

Além do sexo biológico, as pessoas são preparadas desde o nascimento para


se vestirem e se comportarem como homens ou mulheres. Assim, o termo
gênero se refere à construção social da identidade masculina ou feminina. Em
outras palavras, um homem é criado de acordo com o que se espera social e
historicamente que ele seja e a mulher também.

Nesse contexto, o machismo é fruto da diferença entre os gêneros. Entretanto,


essa diferença têm resultado não só no machismo, mas em situações que
colocam as mulheres em posição de inferioridade. Desde a infância, por causa
do sexo biológico, os homens são, em geral, preparados para serem fortes e
viris, enquanto espera-se que as mulheres sejam femininas e delicadas. Assim,
os papéis de homens e mulheres são determinados socialmente desde quando
é determinado o sexo biológico. Dessa forma, qualquer comportamento que vai
contra esse padrão gera preconceito.

A escolha das roupas, dos esportes e das profissões de homens e mulheres


sempre teve grande influência histórica, social e cultural. Em quase todas as
sociedades, há comportamentos esperados de um homem e de uma mulher.
Na Antiguidade, por exemplo, as mulheres eram vistas como objetos de desejo
e satisfação sexual ou, dependendo da civilização, eram apenas responsáveis
pela gestação de uma vida.

As mulheres, assim como outros grupos, foram por muito tempo vistas como
indivíduos inferiores na sociedade, sem ter o direito ao voto ou a escolhas
sobre sua própria vida. Dessa maneira, a mulher não era vista como igual ao
homem nem em relação aos direitos nem aos deveres, mas situada
hierarquicamente abaixo dele. Sobre o papel da mulher na sociedade
brasileira, leia o trecho do texto da página seguinte.

Boxe complementar:

Biologicamente, o sexo de uma pessoa é determinado por um único


cromossomo e pode ser masculino ou feminino. Todos recebem dos ovócitos
maternos o cromossomo X e podem receber do espermatozoide paterno um
cromossomo X ou um cromossomo Y. Se for XX, é uma mulher, se for XY, é
um homem.

Fim do complemento.

2. Por que as manchetes do início da página chamam a atenção?

Resposta: Porque a primeira manchete destaca uma mulher cuja profissão é


considerada estritamente masculina e a segunda trata da diferença de atenção
que as mulheres recebem em um esporte considerado masculino.

217

[...] Na ordem patriarcal [até o século XIX], a mulher deveria obedecer a pai e
marido, passando da autoridade de um para a do outro através de um
casamento monogâmico e indissolúvel. [...]

[...] O sexo (tolerado) no matrimônio tinha o fim precípuo da procriação, sendo


o desejo e o prazer vetados às esposas. Aos maridos, tais limites não eram
aplicados, vigorando uma dupla moral que possibilitava que eles exercessem
sua sexualidade como bem entendessem [...]

A "nova família" [século XX] também exigia uma "nova mulher": uma mãe
dedicada que dispensava especial atenção ao cuidado e à educação dos filhos
[...] responsabilizando-se também pela "formação moral" das crianças. Essa
"nova mulher" seria também a esposa afetiva, ainda submissa ao marido, mas
não mais completamente sem voz. Desobrigada agora de qualquer trabalho
"produtivo", a mulher estaria voltada inteiramente aos afazeres do lar [...] O
homem, por sua vez, deveria ser o único provedor da família. [...]

Glossário:

Precípuo: essencial, principal.

Fim do glossário.

[...] o namoro [no século XX], por exemplo, tornou-se uma etapa mais
importante do que havia sido antes: a oportunidade de estabelecer, dentro dos
padrões de moral e de decência vigentes (que valorizavam, entre outros
quesitos, a manutenção da virgindade feminina), um contato mais íntimo entre
os namorados que permitisse o conhecimento mútuo e os encaminhasse para
o desfecho desejado: o casamento. [...]

[...] a partir dos anos 1960 que as mulheres no Brasil passaram a ter acesso a
meios contraceptivos mais eficientes, pois, no mesmo ano de 1962, teve início
o comércio da pílula anticoncepcional no país. [...]

Um dos sinais dessa "reinvenção" [mudanças no papel da mulher na sociedade


entre as décadas de 1960 e 1970] diz respeito à sua participação no mercado
de trabalho: enquanto em 1973 as mulheres compunham cerca de 30% da
população economicamente ativa, em 2009, sua participação estava
praticamente equiparada à dos homens (49,7%), [...]

[...] embora as mulheres sejam mais escolarizadas que os homens, o


rendimento médio delas continua inferior ao deles [70% do que ganha um
homem]. As desigualdades não param por aí, se combinarmos a variável
"trabalho" com "raça" ou a "cor". Assim, entre as mulheres "brancas", 44%
estão inseridas em trabalhos informais, o percentual sobe para 54% entre as
"pretas" e para 60% entre as "pardas". [...]

SCOTT, A. S. O caleidoscópio dos arranjos familiares. In: PINSKY, C. B.;


PEDRO, J. M. Nova história das mulheres. São Paulo: Contexto, 2012. p. 16-
35.
Além de tudo isso, muitas mulheres sofrem com a violência. E não só a
violência física, pois muitas mulheres são submetidas à violência emocional de
maridos, namorados, filhos, colegas de trabalho e chefes. Assim, quando
analisamos esse quadro, percebemos que ainda há diversas barreiras a serem
ultrapassadas.

3. Você considera que o que se esperava de uma mulher no início do século


XX mudou?

Resposta pessoal.

4. Além de evitar uma gravidez, que avanços o uso da pílula anticoncepcional


trouxe à mulher?

Resposta: Possibilitou à mulher o direito de escolher ter o filho quando


considerar conveniente, podendo dedicar-se a outras áreas de sua vida, além
da familiar.

CRÉDITO: Daniel Zeppo

218

Formação do gameta feminino

O ovócito humano é uma célula esférica maior que o espermatozoide. O


processo de formação do ovócito é chamado ovogênese ou ovulogênese. Sua
produção ocorre nos ovários e tem início no interior do corpo da mãe, quando a
menina ainda é um feto. A ovogênese pode ser dividida em duas fases:
reducional e equacional.

5. Quantas células são formadas a partir de uma ovogônia?

Resposta: Na ovogênese uma ovogônia origina um ovócito e três corpúsculos


polares.

Boxe complementar:

Ovogênese

FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J. Corpo humano:


fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p.
534. CRÉDITO: Somma Studio
1. As ovogônias (células produtoras de ovócitos) são diploides e se dividem por
mitose. Por volta do terceiro mês de desenvolvimento fetal, algumas ovogônias
se transformam em células maiores, os ovócitos I (primários).

2. Os ovócitos I iniciam a divisão reducional (meiose I) antes do nascimento,


mas não a completam.

3. Após a puberdade, todos os meses durante o ciclo menstrual, a meiose


reinicia, formando duas células haploides de tamanhos diferentes. A maior
célula é o ovócito II (secundário), que fica com a maior parte do citoplasma e a
célula menor é o primeiro corpúsculo polar. O ovócito II inicia a meiose II, mas
não a termina (mantido na metáfase II). Durante a ovulação, um ovócito II é
liberado e segue para o interior da tuba uterina.

4. Se não houver fecundação, o ovócito se degenera. Se um espermatozoide


penetrá-lo, a meiose II é reiniciada e o ovócito II se divide em duas células
haploides de tamanhos diferentes. A maior célula é o óvulo e a menor é o
segundo corpúsculo polar.

5. Os núcleos do espermatozoide e do óvulo se unem, formando o zigoto. O


corpúsculo polar se divide, formando outros dois.

Fim do complemento.

Glândulas mamárias

No nascimento, meninos e meninas têm glândulas mamárias


subdesenvolvidas. Na puberdade feminina, são produzidos hormônios que
alteram as mamas. Os ductos amadurecem e a gordura é depositada,
aumentando seu tamanho.

O papel das glândulas mamárias é secretar e ejetar leite por meio de um


processo chamado lactação. A secreção de leite se inicia após o nascimento
do bebê e fornece a ele o alimento fundamental durante os seis primeiros
meses de vida.

LEGENDA: Estrutura da mama.

FONTE: Ilustração produzida com base em: PAULSEN, F.; WASCHKE, J.


Sobotta: Atlas de Anatomia humana: Anatomia geral e sistema muscular. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan,
2012. v. 1. p. 115. CRÉDITO: Angelo Shuman

219

Hormônios sexuais

A reprodução humana é regulada pela ação de diferentes hormônios. Com a


puberdade, evento que se inicia a adolescência*, vários hormônios passam a
ser secretados, contribuindo para o desenvolvimento dos sistemas genitais, de
características sexuais secundárias e preparando o corpo para a reprodução.

No início da puberdade masculina, a glândula hipófise (localizada na base do


encéfalo) passa a secretar dois hormônios: LH e FSH. O LH (hormônio
luteinizante) estimula células presentes nos testículos a secretarem outro
hormônio, a testosterona. O FSH (hormônio folículo-estimulante) e a
testosterona estimulam os túbulos seminíferos a iniciarem a espermatogênese.

A testosterona é responsável pelo aparecimento das características sexuais


secundárias masculinas. No corpo masculino, alguns efeitos da testosterona
são:

· desenvolvimento dos órgãos genitais;

· produção de pelos no corpo;

· espessamento da pele;

· aumento da secreção pelas glândulas sebáceas;

· crescimento dos músculos esqueléticos e ossos;

· aumento da laringe, que torna o tom de voz mais grave.

Já no início da puberdade feminina, o hipotálamo (região do encéfalo) controla


a secreção do hormônio de liberação da gonadotrofina (GnRH). Este, por sua
vez, estimula a produção de FSH e LH, os quais estimulam a secreção de
estrógeno pelos folículos ovarianos. Isso provoca a ovulação e a secreção de
outros hormônios relacionados à reprodução.

O estrógeno está relacionado ao desenvolvimento e à manutenção das


estruturas do sistema genital feminino. Ele é responsável pelo espessamento
do endométrio e sua preparação para a gravidez.
Veja alguns efeitos do estrógeno no corpo feminino:

· crescimento das mamas;

· aumento dos quadris;

· delimitação da cintura;

· crescimento de pelos.

A progesterona e o estrógeno preparam o endométrio para a implantação do


óvulo fertilizado. A progesterona é responsável por estimular as mamas a
produzirem leite. Altos níveis desse hormônio inibem a secreção de GnRH e de
LH.

A cada mês, sob a influência dos hormônios FSH e LH, os ovócitos presentes
nos ovários dão continuidade à ovogênese. Em geral, apenas será liberado um
ovócito para ser fecundado, preparando o corpo da mulher para a gravidez.

CRÉDITO: stockyimages/Shutterstock.com / Rido/Shutterstock.com

Adolescência

Se fosse possível definir o que é adolescência, uma frase bastaria: é o período


do desenvolvimento do ser humano que ocorre entre a infância e a fase adulta.
Biologicamente, o marco da adolescência é a puberdade, quando as alterações
físicas começam a aparecer. Mas a adolescência também é uma etapa da vida
em que modificamos nossa forma de observar o mundo e como interagimos
com ele e com as pessoas ao nosso redor. Basicamente, é uma etapa de
amadurecimento do ser humano.

Alguns pesquisadores dividem a adolescência em três períodos: pré-


adolescência, adolescência intermediária e adolescência tardia. A pré-
adolescência é marcada pelo início da puberdade e se prolonga até cerca de
14 anos. Na adolescência intermediária, há uma transição entre o início e o fim
da adolescência e pode durar até os 17 anos; nesse período, as meninas já
passaram pela primeira menstruação e a altura dos meninos ultrapassa à das
meninas, o que não ocorria na etapa anterior. A adolescência tardia pode durar
cerca de quatro anos e terminar com o estabelecimento de uma identidade
adulta e da busca da independência.
6. Você considera que está em qual período da adolescência?

Resposta pessoal.

7. Quando você considera que ocorre a independência, que marca a transição


entre a adolescência tardia e a fase adulta? Considera que ela é igual entre as
pessoas? Converse sobre isso com seus colegas.

Resposta pessoal. Oriente os alunos a discutir sobre independência financeira,


sair de casa, cursar o Ensino Superior, entre outros.

8. Você considera que a adolescência hoje dura mais tempo se comparada


com quatro décadas atrás, por exemplo? E se compararmos como ela era há
um século. O que mudou?

Resposta: A adolescência tem se prolongado com o passar das décadas. No


início do século XX, o adolescente era responsável por ajudar a família no
sustento do lar e casava-se ainda nessa etapa da vida.

*Se necessário, diga aos alunos que a puberdade é uma etapa em que o corpo
humano passa por modificações que o preparam para a reprodução. Enquanto
a adolescência corresponde a mudanças culturais e sociais, como novas
responsabilidades, por exemplo.

220

Ciclo menstrual

O conjunto de modificações cíclicas pelas quais os ovários e o endométrio


passam, a fim de preparar o corpo da mulher para a gravidez, é denominado
ciclo menstrual. A primeira menstruação marca o início da puberdade feminina
e é denominada menarca. A duração do ciclo menstrual varia de uma mulher
para outra, no entanto, é mais comum que ocorra entre 24 e 35 dias. O ciclo
menstrual pode ser dividido em três fases: fase menstrual, fase pré-ovulatória e
fase pós-ovulatória.

A fase menstrual ou menstruação inicia o ciclo menstrual, que dura cerca de


cinco dias, podendo variar de uma mulher para outra. O primeiro dia da
menstruação corresponde ao primeiro dia do ciclo menstrual. Nos ovários,
vários folículos secundários iniciam o crescimento. No útero, a queda nas
concentrações de estrógeno e progesterona causa a constrição de vasos
sanguíneos. As células irrigadas por esses vasos sanguíneos passam a não
receber sangue e começam a morrer. Com isso, o endométrio, muito fino, se
desprende e parte dele é eliminada do corpo, resultando no sangramento. O
ovócito é eliminado com parte do endométrio e do sangue. Dessa forma, a
menstruação sai do útero passando pela vagina e é eliminada. Nesse período,
são eliminados entre 50 mL e 150 mL de sangue.

Entre a menstruação e a ovulação, ocorre a fase pré-ovulatória. Em um ciclo de


28 dias, essa fase pode durar entre 6 e 13 dias. Nos ovários, sob a influência
de FSH, folículos secundários crescem e passam a secretar estrógeno. Um dos
folículos se desenvolverá mais que os outros e se tornará um folículo maduro,
que ficará pronto para a ovulação. Nesse estágio, há grande secreção de
estrógeno e LH e pouca de progesterona. No útero, o estrógeno estimula o
desenvolvimento do endométrio, que aumenta de espessura e se torna mais
vascularizado.

Quando os níveis de estrógeno se elevam, estimulam o hipotálamo a produzir


mais GnRH e a adeno-hipófise (uma das porções da hipófise) a produzir mais
LH. O GnRH aumenta a liberação de FSH e de LH, o que provoca a ruptura do
folículo maduro. Por volta do 14º dia, o folículo maduro se rompe, liberando o
ovócito secundário durante a ovulação.

Aproximadamente entre o 15º e o 28º dia do ciclo menstrual, ocorre a fase pós-
ovulatória, em que há alta secreção de progesterona e pouca de estrógeno,
mantendo a espessura do endométrio. Se não houver fecundação, os níveis de
estrógeno e progesterona diminuem, estimulando a liberação de GnRH, FSH e
LH, que contribuem para o crescimento folicular e inicia-se um novo ciclo
menstrual. Veja a seguir.

Ciclo menstrual de 28 dias

FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J. Corpo humano:


fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p.
540-541. CRÉDITO: Somma Studio

221

Biologia e Saúde
TPM, menopausa e andropausa

Durante o ciclo de vida, o ser humano passa por diversas mudanças nas
concentrações de hormônios. Quando essas oscilações ocorrem nos
hormônios sexuais, vários sintomas surgem, tanto em homens quanto em
mulheres.

Observe a tirinha a seguir.

FONTE: SANTOS, Cibele. A delicada relação "espelho x TPM"... Mulher de 30.


Disponível em: http://mulher30.com.br/?s=uma+delicada+relacao. Acesso em:
3 mar. 2016. CRÉDITO: Cibele Santos

A tirinha acima mostra um exemplo bem-humorado do que algumas mulheres


sentem durante a tensão pré-menstrual (TPM). Trata-se de um conjunto de
sintomas que aparecem alguns dias antes da menstruação e desaparecem
após seu término. Os sintomas característicos da TPM são causados pelas
variações dos hormônios sexuais femininos, o estrógeno e a progesterona,
após a ovulação.

Entre os sintomas de TPM mais comuns, podemos citar a maior sensibilidade,


a irritabilidade, o nervosismo, a dificuldade de concentração, o inchaço nas
mamas e no abdome, o aparecimento de acne, o aumento do apetite, a
vontade de ingerir doces, o cansaço, entre outros. Atitudes como a prática de
exercícios físicos, a redução do sal na alimentação e adoção de uma dieta
equilibrada podem contribuir para minimizar os sintomas. No entanto, em casos
de TPM intensa o tratamento com medicamentos pode ser necessário e deve
ser indicado por um médico.

Quando cessam os ciclos menstruais, ocorrem outras mudanças no corpo da


mulher. Como vimos, a ovulação ocorre sob a influência, principalmente, dos
hormônios FSH e LH, produzidos pela hipófise. Essa liberação continua na vida
da mulher até por volta dos 40 a 50 anos, uma vez por mês, quando a
produção de ovócitos cessa. Inicia-se, então, um período denominado
climatério, em que os ciclos menstruais tornam-se menos frequentes. A última
menstruação recebe o nome de menopausa.

Com a chegada da menopausa, além do fim da menstruação, outros sintomas


podem aparecer. Entre eles, destacam-se: a sensação de calor no rosto e no
pescoço, a diminuição do desejo sexual, a irritabilidade, a insônia, a depressão,
o aumento do risco de aparecimento de doenças vasculares e de osteoporose,
entre outros. Para minimizar os efeitos da menopausa, alguns médicos indicam
a reposição hormonal, por meio da qual são administrados hormônios sintéticos
com o objetivo de melhorar os sintomas.

Assim como as mulheres, os homens, a partir dos 40 anos, também têm uma
redução na produção do hormônio sexual. Essa fase é conhecida como
andropausa, a qual é marcada pela diminuição da produção de testosterona e
pode causar sintomas como: a diminuição do desejo sexual e da frequência
das ereções, a depressão, a irritabilidade, o maior risco de aparecimento de
doenças como a osteoporose, o aumento da gordura abdominal, entre outros.
Alguns médicos orientam os homens a realizarem a reposição hormonal.

222

Fecundação

Durante o ato sexual, o homem introduz o pênis ereto na vagina. Ao contrário


do que ocorre com a maioria das espécies, o ato sexual na espécie humana
não se limita à reprodução. Trata-se de um momento de intimidade entre duas
pessoas, que envolve atração sexual, afetividade e prazer.

Já vimos que o ser humano se reproduz sexuadamente. A união do gameta


masculino com o feminino marca a fecundação ou a fertilização. Para que isso
aconteça, geralmente os espermatozoides devem ser depositados no interior
da vagina por meio do ato sexual.

No término do ato sexual, ocorre a ejaculação e milhões de espermatozoides


são depositados na vagina e se locomovem até as tubas uterinas. Se houver
um ovócito maduro nas tubas uterinas, os espermatozoides vão ao seu
encontro, mas apenas um conseguirá penetrá-lo e fecundá-lo.

Para ocorrer a fertilização, o espermatozoide precisa desprender a cobertura


que protege o acrossomo. Assim, as enzimas do acrossomo penetram a
corona radiata, composta de camadas de células ao redor do ovócito e da zona
pelúcida, que é uma camada interna à corona radiata.
Para que essa barreira seja penetrada, são necessárias enzimas de vários
espermatozoides. A zona pelúcida sofre mudanças e bloqueia a entrada de
outros espermatozoides. Quando o espermatozoide penetra o ovócito
secundário, a meiose II é finalizada, resultando um corpúsculo polar secundário
e um óvulo.

9. Qual é o caminho percorrido pelos espermatozoides desde sua produção, no


sistema genital masculino, até chegarem ao ovócito no sistema genital
feminino?

Resposta: Os espermatozoides são produzidos nos testículos, passam pelos


epidídimos, seguem para o ducto deferente, a glândula seminal, o ducto
ejaculatório, a uretra, a vagina, o útero e a tuba uterina.

LEGENDA: Representação de um espermatozoide fertilizando o ovócito


secundário.

FONTE: Ilustração produzida com base em: MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V.


N. Embriologia básica. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. p. 29. CRÉDITO:
A7 Estudio

10. Quantos cromossomos o óvulo tem?

Resposta: 23 cromossomos.

11. E o corpúsculo polar secundário?

Resposta: 23 cromossomos.

As membranas do óvulo e do espermatozoide se desintegram e cada núcleo


haploide se combina, formando um óvulo fertilizado, também chamado zigoto
ou célula-ovo. Geralmente, a fertilização ocorre entre 12 e 24 horas após a
ovulação. Assim, inicia-se o desenvolvimento do zigoto em embrião.

LEGENDA: Espermatozoide penetrando ovócito secundário (aumento


aproximado de 700 vezes).

CRÉDITO: Eye of Science/SPL/Latinstock

12. Que etapa da divisão celular da ovogênese ocorre nesse momento?

Resposta: O ovócito secundário está finalizando a meiose II.

223
Biologia e Tecnologia

Fertilização in vitro

A fertilização in vitro é um método recomendado para casais que não


conseguem gerar filhos naturalmente, em razão da infertilidade. Esse método
foi desenvolvido em 1978 pelo fisiologista inglês Robert Geoffrey Edwards
(1925-2013).

A fertilização in vitro pode ser realizada por meio do método convencional ou


pela injeção citoplasmática de espermatozoides.

Independentemente da técnica adotada, as mulheres recebem um tratamento


hormonal para induzir o crescimento dos folículos ovarianos.

Em seguida, uma agulha conectada a um aparelho transvaginal, é inserida na


vagina e aproximada da região do ovário para a coleta dos ovócitos.

LEGENDA: Representação da etapa de coleta de folículos ovarianos durante a


fertilização in vitro.

Na fertilização in vitro convencional, os ovócitos são colocados em uma placa


de vidro com os espermatozoides, os quais devem ter boa motilidade e
morfologia adequada para que a fecundação ocorra de maneira espontânea.

LEGENDA: Representação da fertilização in vitro convencional.

Na injeção citoplasmática de espermatozoides, o médico, por meio de uma


agulha, injeta o espermatozoide no citoplasma do ovócito para que ocorra a
fecundação. Essa técnica é indicada em casos de baixa produção ou
alterações na motilidade e morfologia dos espermatozoides.

LEGENDA: Representação da injeção citoplasmática na fertilização in vitro.

A etapa seguinte é a implantação do embrião no útero, que ocorre de dois a


cinco dias após a confirmação da fecundação. No máximo dois a quatro
embriões podem ser transferidos para o útero.

LEGENDA: Representação da implantação.

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: PARKER, S. O livro do corpo


humano. Barueri: Ciranda Cultural, 2007. p. 231. CRÉDITO DAS
ILUSTRAÇÕES: Studio Caparroz
Os embriões que não foram utilizados no processo de fertilização in vitro são
congelados, caso o casal decida ter mais filhos. Caso contrário, os embriões
poderão ser doados ou, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM),
podem ser descartados após 5 anos.

224

Atividades

Responda as atividades no caderno.

1. Qual é a relação entre a menarca e o ciclo menstrual?

2. Como se chamam os processos de formação dos gametas masculino e


feminino?

3. No caderno, faça um esquema representando o que acontece com os


hormônios durante o ciclo menstrual e indique o que ocorre em cada uma das
etapas.

4. Em que parte do sistema genital feminino ocorre a fecundação?

5. De que forma o espermatozoide consegue entrar no ovócito para fecundá-


lo?

6. Como o corpo da mulher evita que dois espermatozoides fecundem o


mesmo ovócito?

7. No caderno, relacione a primeira coluna com a segunda.

Primeira coluna:

a) Espermátides.

b) Espermatogônia.

c ) Ovócito secundário.

d) Formação dos gametas femininos.

e) Espermatogênese.

Segunda coluna:

I ) Ovogênese.
II) Célula liberada na ovulação, circundada pela zona pelúcida e pela corona
radiata.

III) Células haploides transformadas em espermatozoides.

IV) Formação dos gametas masculinos.

V) Células diploides transformadas em espermatócitos primários.

8. Leia as afirmativas a seguir e substitua o símbolo ( _____ ) pela palavra


correta disposta no quadro abaixo.

progesterona

fase pós-ovulatória

hipófise

hormônio luteinizante

testosterona

fase pré-ovulatória

estrógeno

a) O _____ estimula as células dos testículos a produzir _____ , hormônio


responsável pelas características sexuais secundárias masculinas.

b) O hormônio folículo estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH) são


hormônios cuja secreção é controlada pela _____.

c ) Na _____ do ciclo menstrual, o ovócito secundário já foi liberado e o tecido


folicular restante aumenta a secreção de _____.

d) O _____ é o hormônio responsável pelas características sexuais


secundárias femininas.

e) Na _____ do ciclo menstrual ocorre a formação dos folículos maduros.

9. No gráfico ao lado, é possível observar a variação hormonal durante o ciclo


menstrual. Com base nos seus conhecimentos, interprete o gráfico e responda
às questões propostas.

Variação hormonal durante o ciclo menstrual


FONTE: TORTORA, G. J. Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2000. p. 541. CRÉDITO: Gilberto Alicio

a) O que acontece quando há um aumento acentuado nos níveis de hormônio


luteinizante (LH) durante o ciclo menstrual?

b) Por que há um aumento dos níveis de progesterona logo após o 14º dia?

c ) No gráfico acima, pode-se observar que em torno do 28º dia os níveis de


estrógeno e progesterona diminuem. Por que isso acontece?

225

10. Leia o trecho do texto abaixo e responda às questões propostas.

[...]

Alguns sintomas indicam que a mulher pode ter endometriose. São eles: cólica
menstrual forte, dor na relação sexual, dor entre as menstruações, infertilidade,
dor ao defecar ou ao urinar, sangramento na urina ou nas fezes. Caso você
tenha estes sintomas, o primeiro passo é consultar um médico ginecologista.

A endometriose aparece em mulheres que estão no período reprodutivo e pode


surgir logo após as primeiras menstruações, mas os sintomas mais forte
aparecem, geralmente, entre 25 anos e 35 anos. A doença não tem cura
definitiva, mas os tratamentos podem permitir uma melhor qualidade de vida.
Exercícios físicos e alimentação saudável ajudam no tratamento também [...].

ENTENDA os sintomas da endometriose e saiba quais os tratamentos. G1, São


Paulo, 20 fev. 2015. Bem Estar. Disponível em:
http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/02/endometriose-pode-surgir-logo-
apos-primeiras-menstruacoes.html Acesso em: 3 mar. 2016.

a ) A endometriose se caracteriza por uma inflamação no endométrio.


Descreva essa camada do útero.

b ) De acordo com o texto acima, a endometriose pode estar relacionada a


diversos sintomas, como a infertilidade. Com base nisso, explique a
importância do endométrio para a manutenção da gravidez.

11. Observe as ilustrações abaixo e responda às questões propostas.

LEGENDA: Representação do sistema genital masculino.


LEGENDA: Representação do sistema genital feminino.

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: PAULSEN, F.; WASCHKE, J.


Sobotta: Atlas de Anatomia humana: órgãos internos. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2012. v. 2. p. 236-237. CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES:
Angelo Shuman

a ) Identifique cada uma das estruturas indicadas acima.

b ) Qual é a importância da estrutura B?

c ) Qual é a importância das estruturas indicadas em A, D e E?

d ) Qual é a importância das estruturas indicadas em F, G e H?

12. Um jovem casal, após um ano tentando engravidar, resolveu procurar um


médico especialista em fertilidade humana. O médico pediu ao marido que
realizasse um espermograma, exame por meio do qual é coletado o esperma
(sêmen) e são observados aspectos como a produção, a motilidade e a
morfologia dos espermatozoides. Observe abaixo os resultados desse exame e
responda às questões.

Parâmetro seminal Resultado do paciente Valores de referência

Volume (mL) 3 acima de 1,5 mL

Concentração 20 milhões/mL 15 milhões/mL

Motilidade total 55% 40%

a ) De acordo com o resultado do exame, o marido tem chances de apresentar


infertilidade? Justifique sua resposta.

b ) O que poderia causar uma redução na quantidade de espermatozoides


presentes no esperma (sêmen)?

226

13. Leia o trecho da reportagem abaixo e responda às questões propostas.

[...]
Tratamentos hormonais aos 40 ou 50 anos têm ajudado homens e
principalmente mulheres a retardar o processo de envelhecimento e aliviar
seus efeitos.

[...]

A reposição hormonal pode ser feita com dosagens relativamente baixas, por
via oral ou transdérmica (adesivo, gel ou creme). [...]

[...]

[...] O sexo feminino passa praticamente três quartos da vida sob forte
influência do sistema endócrino e se torna bem mais suscetível a flutuações
hormonais.

O estrógeno reduz 30% aos 50 anos, com flutuações na menopausa. Já a


progesterona tem queda de 75% entre os 35 e 50 anos, com contínuo declínio.
Após a menopausa, ela praticamente desaparece. [...]

REPOSIÇÃO hormonal alivia os efeitos do processo de envelhecimento. G1,


São Paulo, 22 maio 2012. Bem Estar. Disponível em:
http;//g1.globo.com/bemestar/noticia/2012/05/reposicao-hormonal-alivia-os-
efeitos-do-processo-de-envelhecimento.html. Acesso em: 3 mar. 2016.

a) Explique o que é menopausa.

b) Se uma mulher estiver na menopausa há mais de um ano e fizer reposição


hormonal, ela pode engravidar? Justifique sua resposta.

14. (UFPB) A crescente inserção das mulheres no mercado de trabalho tem


feito com que a decisão pela maternidade ocorra em idades cada vez mais
avançadas. Porém, pesquisas revelam que a fertilidade feminina diminui,
acentuadamente, com o decorrer dos anos. Para atender a essa nova
realidade social, diferentes técnicas biológicas foram desenvolvidas com êxito,
entre elas, a inseminação artificial ou reprodução assistida. Essa técnica
consiste na união do espermatozoide com o ovócito secundário em laboratório
e posterior implantação no organismo feminino. Considerando os
conhecimentos sobre a formação das células sexuais e a reprodução humana,
é correto afirmar:
a) O espermatozoide, ao entrar no ovócito secundário, transforma-se em
espermatócito I.

b) O corpúsculo polar II origina o ovócito secundário, utilizado na inseminação


artificial.

c ) A duplicação do núcleo do ovócito secundário e do núcleo do


espermatozoide ocorre após a fecundação e antes da fusão dessas células.

d) A inseminação artificial pode ser realizada com êxito, mesmo em mulheres


que não possuem o útero.

e) Os ovócitos primários, sob a ação do hormônio estimulante de folículo


(FSH), darão origem aos ovócitos secundários.

15. (UFPA) O ciclo menstrual feminino é quase mensal e ocorre a partir da


interação hormonal entre a hipófise, o ovário, o útero, preparando o último para
a implantação de um embrião. Entretanto, se houver a fecundação, surgem
novas interações hormonais que provocam grandes alterações no organismo
materno, preparando-o para a gravidez. Uma das primeiras mudanças é a
inibição da ovulação, que é provocada pelo(a)

a) diminuição dos níveis do hormônio progesterona, que provoca o aumento da


produção do hormônio FSH, impedindo a maturação de novos folículos
ovarianos.

b) manutenção de altos níveis de progesterona, que impede a secreção do


hormônio FSH e, consequentemente, a maturação de novos folículos
ovarianos.

c ) manutenção de altos níveis de FSH, que impede secreção de progesterona


e, consequentemente, a maturação de novos folículos ovarianos.

d) aumento da produção do hormônio LH, que provoca a atrofia do corpo


amarelo.

e) elevação da síntese do hormônio FSH, estimulada pelos níveis baixos de


progesterona que deixa de ser liberados pela hipófise.

227
16. (UFSM) O nosso cérebro nem sempre pode aumentar o desempenho
conforme o desejado, pois nossas características resultam dos genes e
também de fatores ambientais que atuam sobre o nosso desenvolvimento.
Considerando que a formação do indivíduo depende da combinação dos
gametas masculino e feminino, pode-se afirmar:

a ) A meiose ocorre em indivíduos de reprodução sexuada, nos quais há a


união dos gametas 2n.

b ) Durante o processo meiótico, ocorre a recombinação genética, permitindo


que os novos indivíduos sejam todos iguais aos parentais.

c ) A fecundação tem por função formar indivíduos n.

d ) A espermatogênese e a ovulogênese humanas têm por finalidade a


formação de gametas 2n.

e ) A espermatogênese ocorre em indivíduos de reprodução sexuada para


formar gametas n.

17. (UFRN) Durante toda a fase reprodutiva, a mulher é submetida a um ciclo


de 28 dias que a prepara para a reprodução. Esse ciclo, caracterizado como
um ritmo biológico, é composto basicamente por quatro fases:

I Maturação dos folículos

II Desenvolvimento do revestimento da parede uterina

III Ovulação

IV Menstruação (quando não ocorre a fecundação)

As alterações nas taxas hormonais que ocorrem nas fases I , II, III e IV do ciclo
reprodutivo são, respectivamente,

a ) diminuição do FSH, aumento do estrógeno, diminuição do FSH e do LH e


aumento do estrógeno e da progesterona.

b ) diminuição do FSH, diminuição do estrógeno, diminuição do FSH e do LH e


diminuição do estrógeno e da progesterona.
c ) aumento do FSH, aumento do estrógeno, diminuição do FSH e do LH e
aumento do estrógeno e da progesterona.

d ) aumento do FSH, aumento do estrógeno, aumento do FSH e do LH e


diminuição do estrógeno e da progesterona.

Refletindo sobre o capítulo

A. Retome a questão b da página 210 e reveja sua resposta, corrigindo-a se


necessário.

B. Qual é a relação entre a gametogênese (formação de gametas) e a meiose?

C. Considere que uma mulher tem a ovulação no dia 25 de maio e praticou ato
sexual no dia 23 de maio, sem proteção nem qualquer método contraceptivo.
Apesar de não estar ovulando na data do ato, ela poderá engravidar? Explique.

D. Por que as mamas são consideradas parte do sistema genital feminino?

E. Retome a ilustração da página 220. Qual hormônio deve estar em maior


concentração se o dia da próxima ovulação estiver próximo?

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

228

Trocando ideias

Sexualidade e respeito

Sexo e sexualidade

Você sabia que há diferença entre o sexo e a sexualidade? O sexo refere-se ao


ato sexual e o prazer envolvido nesse processo. Já a sexualidade envolve não
só o sexo, mas também o desejo, a afetividade, a intimidade, os gestos e os
sentimentos de uma pessoa em relação à outra.

A sexualidade é um conceito muito amplo e envolve mais aspectos que o sexo,


pois ela está diretamente relacionada à orientação sexual de uma pessoa.
Nesse sentido, há diferentes formas de afetividade e de orientações sexuais.
Por isso, dizemos que as pessoas têm uma orientação afetivo-sexual. Uma
pessoa não é igual à outra e cada uma tem uma orientação afetivo-sexual.
Assim, todos temos uma identidade sexual, a qual é formada desde que
nascemos. Quando os pais sabem o sexo biológico do bebê, eles procuram
roupas e ornamentos que culturalmente são associados a esse sexo. Assim, a
criança é criada para ser menino ou menina de acordo com seu sexo biológico.

Também é um traço cultural de nossa sociedade, que meninos brinquem e


tenham atividades diferentes de meninas e vice-versa. Uma menina pode
brincar de carrinho e um menino de boneca sem causar estranheza em
algumas pessoas? Um menino pode fazer aulas de balé e uma menina pode
jogar futebol sem que alguém considere que isso quer dizer que ambos serão
homossexuais? Essas ideias surgem de estereótipos construídos para o papel
social do homem e da mulher em sociedade. Isso se refere à identidade de
gênero, que também influencia a sexua lidade de uma pessoa.

Mas a identidade sexual não é o que os outros esperam de nós, é o que


somos, como nos sentimos em relação ao nosso corpo e sobre a nossa
orientação sexual.

LEGENDA: RODIN, Auguste. O beijo. 1914. Bronze, 39 cm.

CRÉDITO: Auguste Rodin. 1914. Escultura de bronze. 39 cm. Coleção


particular. Foto: Bonhams, London, UK/ Bridgeman Images/Easypix

Preconceito e discriminação

Nesse contexto, é importante ressaltar, ainda, os conceitos de preconceito e de


discriminação. O preconceito refere-se à percepção, à sensação ou ao
pensamento direcionado a indivíduos considerados inferiores por alguma de
suas características. A discriminação é a materialização de atitudes
relacionadas ao preconceito, que atingem os direitos do indivíduo. Assim, tanto
o preconceito quanto a discriminação carregam um pensamento ou uma atitude
negativa com relação a uma pessoa ou a um grupo de indivíduos por uma ou
mais características que lhes são atribuídas.

Você conhece a sigla LGBTT? Ela se refere a pessoas lésbicas, gays,


bissexuais, transexuais e travestis. Certamente muitos sequer gostam de ler ou
pronunciar esses termos, pois os associam a algo incorreto ou impuro. Trata-se
de uma forma de preconceito, pois há nesse sentimento a sensação de
superioridade sobre esse grupo de pessoas.
229

Todos são iguais perante a lei e a sociedade. Isso quer dizer que todos têm os
mesmos direitos de ir e vir, de ser e de se expressar com liberdade, desde que
não limite o direito e a liberdade do outro. O respeito e a tolerância devem ser
práticas constantes nas relações sociais. É dever de todo cidadão respeitar
pessoas de todas as etnias ou culturas, de diferentes religiões ou que não
tenham crenças religiosas, pessoas baixas ou altas, magras ou gordas, ricas
ou pobres, com ou sem deficiência, heterossexuais ou homossexuais.

LEGENDA: Retratos de pessoas.

CRÉDITO: Rawpixel.com/Shutterstock.com

Faça, individualmente, o seguinte exercício: se você colocasse seu retrato no


meio dos rostos ao lado, com qual dessas pessoas você mais se pareceria?

Depois avalie o critério utilizado para identificar essa semelhança. Agora,


reflita: a característica que você observou é a mesma que as pessoas utilizam
para classificar você em algum grupo? Como se sente em relação a isso?

É preciso ressaltar que não se trata de aceitação, mas sim de se colocar no


lugar do outro antes de realizar qualquer julgamento prévio. É muito importante
não discriminar ou recriminar pessoas cuja sexualidade seja diferente da
nossa. Nesse sentido, não se justifica qualquer ato que possa gerar violência
ou repulsa decorrente do preconceito contra o outro.

Diversidade sexual

Existem homens que têm orientação afetivo-sexual por mulheres e vice-versa.


Quando uma pessoa tem atração sexual, sente prazer e demonstra afeto por
pessoas do sexo oposto, sua orientação afetivo-sexual é heteroafetiva e ela é
heterossexual. Quando uma pessoa tem atração sexual, sente prazer e afeto
por pessoas do mesmo sexo, dizemos que sua orientação afetivo-sexual é
homoafetiva e ela é homossexual. Existem pessoas que têm atração sexual,
prazer e afeto por pessoas de ambos os sexos e são chamadas bissexuais.

Mas por que o termo "afeto" está presente nessa terminologia? Isso acontece
porque estamos tratando não somente do ato sexual em si, mas também de
sexualidade, portanto, do prazer sexual e da afetividade que uma pessoa sente
em relação à outra.

Vivemos em uma sociedade considerada heteronormativa, isto é, em uma


sociedade em que a heterossexualidade/heteroafetividade é considerada
normal e o que for diferente é tido como anormal, o que aumenta ainda mais o
preconceito.

São popularmente chamadas lésbicas mulheres que têm orientação


homoafetiva; os gays são os homens que mantêm relações homoafetivas; os
transexuais são pessoas que não se reconhecem no sexo biológico em que
nasceram; os travestis são pessoas que têm orientação homoafetiva e que
gostam de se vestir com roupas consideradas exclusivas de pessoas do sexo
oposto.

LEGENDA: Casal homoafetivo de mãos dadas.

CRÉDITO: Syda Productions/Shutterstock/Glow Images

230

Homofobia e transfobia

E quando a discriminação vai além das palavras? Leia algumas manchetes.

Homofobia motivou um assassinato a cada 27 horas em 2014 no Brasil

BARROS, Ana Cláudia. Homofobia motivou um assassinato a cada 27 horas


em 2014 no Brasil. R7, São Paulo, 16 mar. 2015. Notícias. Disponível em:
http://noticias.r7.com/cidades/homofobia-motivou-um-assassinato-a-cada-27-
horas-em-2014-no-brasil-16032015. Acesso em: 3 mar. 2016.

Com 600 mortes em seis anos, Brasil é o que mais mata travestis e
transexuais

CAZARRÉ, Marieta. Com 600 mortes em seis anos, Brasil é o que mais mata
travestis e transexuais. EBC - Agência Brasil, Brasília, 13 nov. 2015. Disponível
em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos -humanos/noticia/2015-11/com-600-
mortes-em-seis-anos-brasil-e-oque-mais-mata-travestis-e. Acesso em: 3 mar.
2016.

CRÉDITO: Tom Wang/Shutterstock.com


CRÉDITO: elwynn/Shutterstock.com

A homofobia refere-se à aversão à homoafetividade e aos homossexuais. Essa


rejeição está relacionada ao preconceito e ao medo que uma pessoa que se
considera heterossexual tem de uma pessoa que ela considera homossexual.
A pessoa que sente essa repulsa é chamada homofóbica. Se a repulsa ocorrer
em relação a travestis e transexuais, ela recebe o nome de transfobia.

Será que esse comportamento discriminatório é recente em nossa sociedade?


Leia o trecho de um artigo a seguir.

[...] No Portugal moderno, no século XV, a relação entre pessoas do mesmo


sexo foi chamada de "mau pecado", de sodomia ou "pecado nefando" - ou seja,
algo do qual não se deveria falar [...] Mais que condenada, foi criminalizada
pela Igreja, pelo Estado e pela Inquisição, e as penas mais severas incluíam a
morte.

[...]

A homossexualidade foi o único crime moral passível de receber a pena da


fogueira pela Inquisição portuguesa. [...]

[...]

GOMES, Veronica. As leis da intolerância. Revista de Historia.com.br, São


Paulo, 1º ago. 2015. Disponível em:
http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/as-leis-da-intolerancia. Acesso
em: 3 mar. 2016.

Como vimos nesse último texto, a discriminação contra os homossexuais é tão


antiga quanto a história de nosso país. Isso quer dizer que o preconceito
sexual, tão presente nos dias atuais, atravessou os séculos, e há registros de
que ele já existia desde o século XV em Portugal, com influência da postura da
Igreja e do Estado em relação aos homossexuais.

O problema de toda relação social marcada pelo preconceito é a possibilidade


de discriminação. Você certamente já ouviu frases como: "é gay porque não
tem vergonha"; "quem é o homem da relação?"; "ela parece macho".
Expressões como essas não só remetem ao preconceito, mas estabelecem
uma forma de superioridade sobre o grupo homossexual. Assim, falar algo que
pode ofender alguém é um ato discriminatório.

CRÉDITO: Nick Starichenko/Shutterstock.com

231

Muitas pessoas utilizam os termos orientação e opção sexual


equivocadamente. Sobre as diferenças entre esses termos, leia o texto a
seguir.

Questão de opção? Há quem pense que o indivíduo escolhe ser homossexual


e isto não é verdadeiro. Não é questão de opção; é questão de sentimento,
pois a pessoa sente desejo e, muitas vezes, apaixona-se por alguém do
mesmo sexo, independente de sua vontade, de sua escolha, da mesma forma
como um heterossexual sente atração e apaixona-se por uma pessoa do sexo
oposto e não sabe explicar por que sente tal atração, não conseguindo mudar
essa situação, mesmo que quisesse. [...]

Em segundo lugar, homens e mulheres, quando começam a perceber que são


homossexuais, sofrem, lutam contra esse sentimento, porque aprenderam,
desde pequenos, que nossa sociedade aprova apenas o padrão de
relacionamento homem-mulher. Sentindo-se "diferentes", sabem que terão que
enfrentar dificuldades e temem perder o amor dos pais, dos irmãos, dos
amigos... [...]

Doença? Não. A homossexualidade não é doença. Embora, desde a 2ª metade


do século XIX, a Medicina, a Psiquiatria e a Psicologia a tenham apontado
como doença; em 1973, a Associação Americana de Psiquiatria afirmou que é
antiético tentar mudar a orientação sexual de um gay. Em 1984, a Associação
Brasileira de Psiquiatria opôs-se a qualquer discriminação e preconceito contra
gays e lésbicas. No mesmo ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e, no
ano seguinte, o Conselho Federal de Medicina, proibiram a classificação como
desvio ou doença. Em 1990, a OMS retirou a homossexualidade da CID
(Classificação Internacional de Doenças). Portanto, a homossexualidade não
constitui doença, nem distúrbio, nem perversão. [...]

Natureza? Instinto? Muitos têm ideia de que a pessoa já nasce homossexual, o


que não é verdadeiro, pois a pessoa não nasce homossexual, ela se torna
homossexual, devido a vários fatores. Todos nós, ao nascer, podemos nos
tornar homo ou heterossexuais. A identidade sexual, ou seja, o identificar-se
como homem ou mulher, forma-se nos primeiros anos de vida, possivelmente,
até o segundo ano. Já a orientação sexual, ou seja, a atração sexual por uma
pessoa de sexo igual ou diferente do seu, irá estruturar-se, mais
concretamente, no início da adolescência, embora a pessoa já vá recebendo
influência desde os primeiros anos de vida, em especial, do relacionamento
familiar com o pai e com a mãe. Fatores de ordem hormonal, ou genética, ou
do período de formação embrionária podem se fazer presentes, em vários
casos, mas não se pode crer na influência de fatores isolados e únicos.

FIGUEIRÓ, M. N. Homossexualidade e educação sexual: construindo o


respeito à diversidade. Londrina: Uel, 2007. p. 28-31.

CRÉDITO: Di Studio/Shutterstock.com

a) Muitas pessoas falam em cura gay. Segundo o texto acima, por que isso não
tem fundamento?

b) Converse com os colegas sobre os diferentes tipos de preconceito e


discriminação existentes em nossa sociedade. Depois, reflita: você já foi vítima
de algum deles?

c ) Converse com seus colegas sobre as raízes do preconceito em relação às


pessoas homossexuais.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

CRÉDITO: tmcphotos/Shutterstock.com

232

LEGENDA: Novo método anticoncepcional injetável*, cuja dose custa apenas


um dólar, e garante proteção contra a fertilização por três meses. A previsão é
de que, no futuro, esse anticoncepcional seja disponibilizado a mulheres de
todos os países do mundo.

CRÉDITO: Patrick McKern/PATH

Capítulo 13 - Métodos contraceptivos


Os métodos contraceptivos ou anticoncepcionais correspondem a maneiras,
medicamentos, objetos ou cirurgias que visam evitar a gravidez não planejada.
Ainda hoje, em vários países, a população não tem o costume de usar esses
métodos e tampouco tem acesso a eles. Segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS), atualmente, existem cerca de 225 milhões de mulheres vivendo
em países de baixa e média renda, que não têm acesso a métodos
contraceptivos. A grande maioria dessas mulheres concentra-se no continente
africano.

No entanto, mesmo nos países de baixa e média renda, percebe-se que há


uma crescente preocupação em planejar o momento de engravidar e em limitar
o número de filhos, ou seja, há um planejamento familiar. Este pode ser
auxiliado pelos métodos contraceptivos e garante às mulheres e aos homens o
direito de ter ou não ter filhos e decidir o número de seus descendentes.

A O uso de métodos contraceptivos interfere apenas na ocorrência de


gestações não planejadas? Por quê?

Resposta: Não, o uso de alguns métodos contraceptivos, como os


preservativos, auxilia também a evitar doenças sexualmente transmissíveis.

B. Cite dois métodos contraceptivos.

Possíveis respostas: preservativos (camisinha masculina e feminina), pílulas


anticoncepcionais, vasectomia, laqueadura, pílula do dia seguinte
(contracepção de emergência), DIU (dispositivo intrauterino), diafragma,
anticoncepcionais injetáveis, entre outros.

C. Qual é a relação entre planejamento familiar e os métodos contraceptivos?

Resposta: Os métodos contraceptivos evitam que as relações sexuais resultem


na ocorrência de gestação não planejada. Assim, permitem à pessoa decidir
qual é o melhor momento para ter filhos e a quantidade de descendentes que
pretende ter.

*Se necessário, informe aos alunos que o anticoncepcional é composto de um


hormônio sintético (acetato de medroxiprogesterona) semelhante à
progesterona.

233
Métodos contraceptivos naturais

Os métodos contraceptivos naturais, também chamados comportamentais,


exigem o conhecimento do período fértil da mulher, ou seja, do período em que
ocorre a ovulação, no qual há mais chances de ocorrer gravidez. Nesse
período, o casal deve abster-se de relações sexuais, ou não permitir que o
esperma (sêmen) entre em contato com a vagina.

Conheça a seguir quais são esses métodos contraceptivos.

Tabela

O método da tabela, também conhecido como método Ogino-Knaus, consiste


na identificação do período fértil da mulher com base na duração do ciclo
menstrual e na abstenção de relação sexual nesse período. Geralmente, o ciclo
menstrual tem duração de 28 dias e a ovulação ocorre no 14º dia do ciclo.
Assim, compreende-se como período fértil os três dias antes da ovulação, o dia
da ovulação e os três dias após a liberação do ovócito*. Observe o exemplo
abaixo.

LEGENDA: Representação do período fértil para um ciclo menstrual de 28 dias

CRÉDITO: Poliana Garcia

A mulher que optar por esse método deve conhecer a duração do seu ciclo
menstrual. No entanto, ele não é indicado para mulheres em período pós-parto
ou durante a amamentação, para adolescentes e mulheres na pré-menopausa,
pois estas, geralmente, apresentam ciclos menstruais irregulares.

O método da tabela requer disciplina rígida e absoluta abstinência sexual nos


dias do período fértil. Por causa disso, a eficácia desse método é bastante
variável.

1. Por que o método da tabela não é indicado para mulheres com ciclos
menstruais irregulares?

Resposta: Ciclos menstruais irregulares dificultam a identificação do período


fértil da mulher, uma vez que este depende diretamente da duração dos ciclos
menstruais.

Temperatura basal
A temperatura basal corresponde à temperatura corpórea de uma pessoa em
repouso, logo após acordar de, pelo menos, cinco a seis horas de sono. Esse
método identifica o período fértil da mulher por meio do monitoramento dessa
temperatura, a qual pode sofrer pequenas alterações por ação de hormônios
do ciclo menstrual.**

Quando a mulher está ovulando, a progesterona liberada pode elevar a


temperatura basal em alguns décimos. Dessa forma, antes da ovulação, a
temperatura basal é um pouco mais baixa e permanece assim até a liberação
do ovócito pelo ovário, quando ela se eleva em alguns décimos e assim
permanece até a próxima menstruação.

Para evitar a gravidez, o casal deve evitar relações sexuais no período de


quatro a cinco dias antes da data prevista para a ovulação até o quarto dia em
que a temperatura permanecer elevada.

Além da necessidade de disciplina rigorosa na mensuração da temperatura e


na abstinência sexual, vários fatores podem interferir na variação dessa
temperatura, como um processo infeccioso (gripe, por exemplo), a ingestão de
bebidas alcoólicas, perturbações no sono, estresse, entre outros. Isso pode
ocasionar uma baixa eficiência desse método contraceptivo.

Curva de temperatura basal

FONTE: BRASIL. Ministério da Saúde. Assistência em planejamento familiar:


manual técnico. 4. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/ bvs/publicacoes/0102assistencia1.pdf. Acesso em: 4
mar. 2016. CRÉDITO: Gilberto Alicio

*Informe aos alunos que esse período de três dias tem relação com o tempo de
viabilidade dos espermatozoides e ovócitos no trato genital feminino. Veja mais
informações sobre ciclo menstrual e período fértil nas Orientações para o
professor.

**Se necessário, informe aos alunos que a temperatura é mensurada pela


boca, pelo ânus ou pela vagina

234

Coito interrompido
O coito interrompido consiste na interrupção da relação sexual momentos antes
da ejaculação. Assim, ao pressentir a iminência da ejaculação, o homem retira
o pênis da vagina, eliminando o esperma fora, preferencialmente, longe dos
genitais da mulher.

Apesar de comum, essa prática não deve ser estimulada como método
contraceptivo, pois há grande chance de falha, tanto por exigir autocontrole na
retirada do pênis quanto pela possibilidade da existência de espermatozoides
nas secreções eliminadas pelo pênis antes da ejaculação.

Muco cervical

O método do muco cervical, também conhecido como método Billings, permite


reconhecer o período fértil da mulher pela identificação da presença do muco
cervical e pela observação de suas características. Esse muco é uma secreção
produzida no colo do útero e pode sofrer alterações físicas e químicas por
influência de hormônios relacionados ao ciclo menstrual.

Após a menstruação, pode-se iniciar um período de baixa umidade vaginal.


Esse período é seguido por um aumento progressivo na liberação de
estrógeno, o qual estimula a produção de muco cervical. Quando se aproxima
a ovulação, esse muco torna-se mais abundante, transparente, fluido e com
filância, ou seja, é capaz de formar um fio quando distendido no ar. Essas
características facilitam o acesso do espermatozoide ao colo uterino.

LEGENDA: Representação de muco cervical em período fértil. Nesse período,


o muco apresenta aspecto de clara de ovo.

Após a ovulação, o aumento progressivo na liberação de progesterona faz o


muco cervical se tornar cada vez mais escasso, esbranquiçado, opaco,
pegajoso e sem filância. A pequena quantidade de muco, aliada a essas
características, dificulta o acesso dos espermatozoides ao colo do útero,
caracterizando o período infértil da mulher.

LEGENDA: Representação de muco cervical em período infértil.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: Sociedade Brasileira de


Reprodução Humana. Disponível em: www.sbrh.org.br/sbrh_
novo/guidelines/guideline_pdf/ guildeline_contracepcao.pdf. Acesso em: 9 maio
2016. CRÉDITO: Somma Studio

2. Como a determinação do período fértil pode ajudar a reduzir a probabilidade


de ocorrer a fertilização?

Resposta: A determinação do período fértil indica que as relações sexuais


devem ser evitadas, visto que nesse período ocorre a ovulação e,
consequentemente, elevam-se as chances de ocorrer a gravidez.

Nesse período de grande umidade vaginal e com a presença de muco cervical


semelhante à clara de ovo, o casal deve evitar relações sexuais, estendendo a
abstinência a até quatro dias após o desaparecimento do muco.

O método do muco cervical não é indicado após o parto, durante a


amamentação ou quando a mulher apresenta qualquer tipo de infecção, pois
essas situações podem interferir no aspecto do muco, dificultando a
identificação do período fértil. Além disso, esse método requer disciplina e
observação atenta ao muco cervical.

235

Métodos contraceptivos de barreira

Os métodos contraceptivos de barreira atuam como obstáculo mecânico,


impedindo a ascensão dos espermatozoides no trato genital feminino e,
consequentemente, o encontro deles com o ovócito. Esses métodos incluem,
por exemplo, os preservativos masculino e feminino e o diafragma.

Dentre todos os métodos contraceptivos, os preservativos, também conhecidos


como condoms ou camisinhas, são os únicos que, além de evitar a
fecundação, oferecem proteção contra as doenças sexualmente transmissíveis
(DSTs).

3. Por que os preservativos podem auxiliar na proteção contra as DSTs?

Resposta: Porque, diferentemente dos outros métodos contraceptivos, eles


impedem o contato entre os órgãos genitais e suas secreções, que podem
conter os agentes patogênicos causadores desse tipo de doença.

Preservativo masculino
O preservativo masculino, também conhecido como camisa de vênus*, é um
envoltório de látex para o pênis, que impede o contato do esperma ejaculado
com a vagina. Esse tipo de objeto, acredita-se, já era usado no Egito antigo,
por caçadores para proteger o pênis de galhos e picadas de insetos.

Inicialmente, os preservativos masculinos eram fabricados com membranas de


animais, como peles, bexigas urinárias e intestinos. Depois, passaram a ser
produzidos com linho, borracha vulcanizada e, atualmente, látex. Esses
preservativos apresentam uma extremidade aberta, dotada de um anel rígido e
flexível, e uma extremidade fechada, responsável por reter o esperma da
ejaculação.

As imagens, a seguir, mostram o modo correto de utilização do preservativo


masculino. Observe-as.

LEGENDA: A. Com o pênis ereto e antes de qualquer penetração, pressione a


extremidade fechada da camisinha, retirando o ar de seu interior. Posicione a
camisinha na glande do pênis.

LEGENDA: B. Mantendo a pressão na extremidade do preservativo, desenrole-


o até a base do pênis, cobrindo completamente o órgão. Certifique-se de que a
extremidade fechada não apresenta ar.

LEGENDA C. Após a ejaculação, retire o preservativo com o pênis ainda ereto.


Para isso, segure o preservativo pela base e deslize-o até a cabeça do pênis,
para evitar vazamento de esperma.

LEGENDA: D. A camisinha deve ser usada uma única vez e descartada na


lixeira após o uso, de preferência com um nó em sua extremidade aberta.

CRÉDITO: Ministério da Saúde/Governo Federal

4. Por que é tão importante certificar-se da ausência de ar na extremidade


fechada da camisinha durante sua colocação?

Resposta: Porque é nessa região que será armazenado o esperma ejaculado.


Se ela estiver cheia de ar, o esperma pode vazar do preservativo ou este pode
se romper.

O uso do preservativo masculino envolve alguns cuidados básicos como:


guardá-lo em local fresco e seco; evitar carregá-lo na carteira ou no bolso,
onde o calor e os movimentos podem rasgar ou ressecar a embalagem; não
abrir a embalagem com os dentes, a tesoura ou as unhas; verificar o prazo de
validade do preservativo; atentar para a sua integridade, pois não pode
apresentar furos; entre outros cuidados.

*Veja informações a respeito dessa denominação nas Orientações para o


professor.

236

Preservativo feminino

O preservativo feminino é um tubo alongado de poliuretano, material mais


resistente que o látex. Esse contraceptivo possui uma extremidade fechada,
responsável por receber o esperma, e outra aberta. Ambas as extremidades
são circundadas por um anel flexível que adequa a camisinha ao colo do útero
e a mantém aberta para a introdução do pênis.

As imagens a seguir mostram o modo correto de utilização do preservativo


feminino. Observe-as.

LEGENDA: A. Com os dedos polegar e médio, aperte a parte externa do anel


flexível da extremidade fechada da camisinha, formando um "8".

LEGENDA: B. Introduza o anel na vagina e, com o dedo indicador, empurre a


camisinha até o fundo da vagina, alcançando o colo do útero. A extremidade
aberta deve ficar fora da vagina cobrindo os grandes lábios.

LEGENDA: C. Para retirar a camisinha, segure o anel flexível e dê uma leve


torcida para evitar o extravasamento do esperma. Puxe delicadamente a
camisinha para fora da vagina.

LEGENDA: D. A camisinha deve ser usada uma única vez e descartada na


lixeira após o uso, de preferência com um nó em sua extremidade aberta.

CRÉDITO: Ministério da Saúde/Governo Federal

O uso do preservativo feminino exige os mesmos cuidados do preservativo


masculino. De maneira geral, os preservativos não apresentam
contraindicações, exceto por raros casos de alergia ao material. Sua eficácia
como contraceptivo depende, basicamente, do uso correto, não sendo indicado
o uso de dois preservativos em uma relação sexual, pois o atrito entre eles
aumenta os riscos de rompimento das camisinhas.

Diafragma

O diafragma é uma membrana de silicone ou látex. Ele possui tamanhos


variáveis, com bordas firmes e flexíveis, em forma de cúpula*, que cobre todo o
colo do útero e a parte superior da vagina, impedindo o contato do esperma
com o útero.

Esse contraceptivo deve ser retirado da vagina entre seis e oito horas após a
última relação sexual, e pode ser reutilizado depois de ser higienizado com
água e sabão neutro. Sua eficiência contraceptiva depende basicamente do
uso adequado.

Para aumentar a eficiência contraceptiva do diafragma, é recomendada a sua


associação com espermicidas, substâncias que causam a imobilização ou
morte dos espermatozoides.

Essas substâncias possuem efetividade de, no máximo 2 horas, e, quando


isolados, apre sentam baixa eficácia como contraceptivos.

LEGENDA: Representação do diafragma no interior do útero (A) e em detalhe


(B). A escolha do diafragma exige consulta médica prévia para determinar o
tamanho do colo do útero.

FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J. Corpo humano:


fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p.
532. CRÉDITO: Angelo Shuman / Phanie/Alamy Stock Photo/FotoArena

5. Por que é necessário esperar certo tempo para retirar o diafragma após a
relação sexual?

Resposta: Porque, nesse período, o espermicida pode agir e, também, grande


parte dos espermatozoides morre ou se torna menos viável à fertilização. Além
disso, ao retirar o diafragma, pode ocorrer o contato do esperma com o útero.

*Informe aos alunos que a forma de cúpula apresenta uma face côncava e
outra convexa.

237
Biologia e Sociedade

História do HIV

A Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) é causada pelo vírus da


imunodeficiência humana, o HIV. O portador desse vírus tem uma redução na
quantidade de linfócitos T, tornando-o suscetível a infecções oportunistas, ou
seja, a doenças que se instalam quando a imunidade está comprometida.

Essa síndrome é mundialmente conhecida e há registros de casos em


praticamente todos os países. Segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), até o ano de 2014, 36,9 milhões de pessoas haviam contraído esse
vírus no mundo.

O HIV foi descoberto em 1982, nos Estados Unidos, quando homens


homossexuais saudáveis morreram repentinamente por causa de tipos raros de
pneumonia e de câncer de pele, indicando que estavam com a imunidade
comprometida. Nos anos seguintes, foram registrados casos de homens
heterossexuais, mulheres, bebês e usuários de drogas injetáveis com o mesmo
diagnóstico.

Em 1983, esse vírus foi isolado e caracterizado pela equipe do médico francês
Luc Montagnier (1932-). Apesar de ter sido descrito somente na década de
1980, o HIV já era comum no continente africano há algumas décadas, onde
sua dispersão ocorreu por dois principais motivos, a prostituição e a
reutilização de agulhas de vacinas, que contaminavam as pessoas.

Esse vírus pode permanecer por, aproximadamente, 10 anos em incubação,


que é o período decorrido entre a infecção e o desenvolvimento dos sintomas
da doença. Um dos desafios das pesquisas atuais é encontrar a cura para o
HIV, pois, por ser muito resistente, o vírus permanece dentro das células sem
se multiplicar por um longo período. Além disso, ele apresenta estratégias
complexas que destroem a imunidade de seu portador.

Enquanto a cura não é descoberta, os portadores de HIV são tratados com


medicamentos que têm a função de inibir a reprodução do vírus e amenizar os
efeitos da síndrome, prolongando a vida deles.
No Brasil, na década de 1990, houve um aumento considerável na quantidade
de mortes causadas pelo HIV. Para amenizar esse problema, desde 1996, o
Sistema Único de Saúde (SUS) passou a garantir o acesso universal e gratuito
ao diagnóstico e ao tratamento da síndrome.

A partir de então, a quantidade de pessoas em tratamento foi aumentando


cada vez mais e, entre os anos de 2005 e 2013, passou de 165 mil para 353
mil.

Atualmente, a taxa de infecção é de cerca de 20 casos a cada 100 mil


brasileiros, e a transmissão do vírus ocorre, principalmente, pelo contato com
sangue ou com fluidos corporais de pessoas infectadas, que pode se dar pela
prática sexual sem camisinha.

O HIV pode infectar pessoas de todas as idades, etnias e orientações sexuais.


No entanto, de acordo com o Ministério da Saúde, novos casos entre as
populações de jovens e idosos têm surgido, indicando a necessidade de novas
campanhas voltadas a esses grupos.

LEGENDA: A sexualidade faz parte do desenvolvimento humano e o ato de se


proteger de DSTs também. Por isso, é essencial utilizar o preservativo nas
relações sexuais em qualquer idade.

CRÉDITO: T-Design/Shutterstock.com

238

Métodos contraceptivos hormonais

Os métodos contraceptivos hormonais baseiam-se no uso de hormônios


sintéticos, semelhantes aos esteroides femininos estrógeno e progesterona, em
dose e modo adequados.

Esses métodos contraceptivos podem ser compostos de uma combinação de


hormônios ou por hormônios isolados, que impedem a ovulação, alteram as
características do muco cervical, ou interrompem o desenvolvimento da parede
interna do útero (endométrio).

Conheça a seguir quais são esses métodos.

Pílula anticoncepcional
A pílula anticoncepcional, também chamada de pílula combinada, é um tipo de
contraceptivo hormonal oral, que foi criada no início da década de 1960, pelo
cientista Gregory Pincus (1903-1967). As primeiras pílulas produzidas
apresentavam doses hormonais muito mais elevadas que as pílulas atuais e só
chegaram ao Brasil alguns anos depois, ainda na década de 1960.

A pílula anticoncepcional combinada contém dois hormônios sintéticos: um


estrogênico, similar ao estrógeno, e um progestogênico, similar à progesterona.
Ela pode ser usada sob orientação médica por quase* todas as mulheres a
partir da primeira menstruação, e deve ser tomada sem interrupções,
geralmente por 21 dias**, de preferência no mesmo horário, evitando ao
máximo qualquer esquecimento.

6. Por que é importante que as pílulas sejam tomadas ininterruptamente e, de


preferência, no mesmo horário?

Resposta: Porque esse comportamento mantém os níveis hormonais


adequados (nem muito elevados nem muito reduzidos), o que é essencial para
a atuação do contraceptivo das pílulas.

7. O que é esperado que ocorra com a menstruação da mulher que toma


pílulas anticoncepcionais sem pausa? Por quê?

Resposta: É esperado que ela não menstrue, pois, enquanto estiver tomando
as pílulas, as taxas hormonais se manterão em níveis adequados para não
permitir a ovulação.

LEGENDA: Cartela de pílula anticoncepcional contendo 21 comprimidos.

CRÉDITO: jeka84/Shutterstock.com

LEGENDA: Representação dos níveis relativos dos hormônios progesterona e


estrógeno, sintéticos e naturais, ao longo de um ciclo menstrual de 28 dias,
com a administração da pílula anticoncepcional de 21 dias e sem a
administração desse contraceptivo.

FONTE: TORTORA, G. J. Corpo humano: fundamentos de Anatomia e


Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p. 541. CRÉDITO: Gilberto Alicio

O uso correto das pílulas mantém o nível dos hormônios estrógeno e


progesterona elevados e constantes na corrente sanguínea, deixando de
ocorrer picos hormonais, como se observa em um ciclo menstrual sem o uso
de pílula contraceptiva.

Os hormônios presentes nas pílulas anticoncepcionais atuam sobre o


hipotálamo e a hipófise, inibindo a liberação do hormônio liberador de
gonadotrofina (GnRH) e, consequentemente, dos hormônios folículo-
estimulante (FSH) e luteinizante (LH).

A queda nos níveis dos hormônios FSH e LH inibe o desenvolvimento folicular


e a ovulação. Os anticoncepcionais orais interferem também no muco cervical,
tornando-o inadequado para os espermatozoides, e atuam no desenvolvimento
do endométrio, deixando-o menos receptivo à implantação. A eficácia desse
método contraceptivo depende essencialmente do modo como é usado; pois,
se utilizado de forma correta, reduz drasticamente a possibilidade de
ocorrência da gravidez.

*Veja mais informações sobre as contraindicações da pílula anticoncepcional


nas Orientações para o professor.

**Informe aos alunos que a quantidade de pílulas por cartela pode variar (22,
24 ou 26 pílulas) de uma marca para outra

239

Outros métodos contraceptivos hormonais

Além da pílula anticoncepcional combinada, existem as minipílulas


anticoncepcionais, que são compostas por uma baixa concentração de um
único hormônio, a progesterona sintética. Ela é considerada menos eficiente
que a pílula combinada e seu uso pode ocasionar um ciclo menstrual irregular.

A minipílula deve ser ingerida diariamente, e é indicada para contracepção


durante a amamentação e para pessoas que precisam evitar a ingestão de
estrogênicos.

Outro método são os anticoncepcionais injetáveis, apresentados em forma de


injeções de hormônios sintéticos isolados ou combinados. Eles são
considerados altamente eficazes e sua aplicação pode ser mensal ou
trimestral. Os contraceptivos injetáveis mensais são compostos pelos dois tipos
hormonais (progestogênicos e estrogênicos). O trimestral é composto apenas
por um hormônio similar à progesterona.

De modo geral, o retorno da fertilidade ocorre logo após a interrupção das


injeções. No entanto, no caso da injeção trimestral, pode haver um atraso de
até 4 meses para o retorno da fertilidade.

Os contraceptivos hormonais são de uso exclusivo do sexo feminino. No


entanto, há pesquisas sendo desenvolvidas visando à criação de pílulas
anticoncepcionais e outros métodos não hormonais para homens.

LEGENDA: Anticoncepcional injetável.

CRÉDITO: Scott Camazine/Science Source/Latinstock

8. Qual é a importância do desenvolvimento de novos métodos contraceptivos


para homens?

Resposta: Uma maior diversidade de métodos contraceptivos masculinos pode


aumentar as chances de os homens aderirem a métodos contraceptivos, pois
poderão escolher um método ao qual melhor se adaptem. Além disso, promove
uma adequada divisão de responsabilidades quanto a uma possível gravidez, a
qual, atualmente, está mais relacionada à contracepção feminina.

Atualmente, a comunidade científica tem buscado desenvolver métodos


contraceptivos cada vez mais eficientes, com menor concentração hormonal,
de fácil acesso e uso, com menos efeitos colaterais e menos agressivos ao
organismo e ao ambiente.

9. Como métodos contraceptivos hormonais podem ser prejudiciais ao


ambiente?

Resposta: Muitos dos hormônios presentes nas pílulas anticoncepcionais não


são degradados ou absorvidos pelo organismo. Com isso, são eliminados no
ambiente pela urina da mulher e seguem para o tratamento de esgoto. Mesmo
passando pelos processos de tratamento, a água pode conter hormônios que
alcançam os rios e podem afetar especialmente os animais aquáticos.

DIU
O dispositivo intrauterino (DIU) é um pequeno objeto flexível de plástico. Ele é
inserido no interior do útero e pode ser retirado a qualquer momento ou
permanecer no corpo da mulher por até 10 anos, no caso de dispositivo
revestido de cobre; ou até 5 anos, no caso dos dispositivos hormonais.

O DIU pode funcionar como uma barreira física, dificultando a chega dos
espermatozoides às tubas uterinas. Além disso, os íons de cobre e os
hormônios liberados pelo revestimento do DIU podem interferir na vitalidade e
motilidade dos espermatozoides, na sobrevida do ovócito no trato genital, no
acesso ao útero e na implantação do embrião, inviabilizando a gestação.

Esse método contraceptivo é considerado altamente eficaz na prevenção da


gravidez. Sua eficácia aumenta com o passar dos anos de uso, no entanto, em
caso de confirma ção de gravidez, é necessária sua remoção.

LEGENDA: Representação de DIU revestido de cobre no interior do útero (A) e


em detalhe (B).

FONTE: Angelo Shuman / Image Point Fr/Shutterstock.com. CRÉDITO: Angelo


Shuman

240

Pílula do dia seguinte

A pílula do dia seguinte é um método contraceptivo de emergência. É utilizada


após a relação sexual desprotegida, ou seja, quando não houve a utilização de
nenhum método contraceptivo, ou quando o uso desses métodos apresentou
alguma falha.

Basicamente, a pílula do dia seguinte é composta de uma alta dose de


estrógeno e progesterona sintéticos. Sua ação no organismo interrompe o ciclo
reprodutivo, antes da fecundação, inibindo ou retardando a ovulação e
prejudicando a motilidade dos espermatozoides no útero. Até há alguns anos,
acreditava-se que o uso dessa pílula inibia a implantação do embrião no útero.
No entanto, segundo o Ministério da Saúde, essa ideia já foi descartada, e, nos
casos em que a implantação já ocorreu, a pílula é ineficaz e não provoca
nenhum dano ao feto.
Concentrações de estrógeno e progesterona com e sem uso de pílula do dia
seguinte

FONTE: TORTORA, G. J. Corpo humano: fundamentos de Anatomia e


Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p. 541. CRÉDITO: Gilberto Alicio

A pílula deve ser ingerida no máximo até cinco dias após a relação sexual
desprotegida, pois a eficácia desse método diminui com o passar do tempo,
aumentando as chances de gravidez. Assim, o ideal é tomá-la o mais breve
possível.

O uso da pílula do dia seguinte pode provocar algumas reações, como


náuseas, vômitos, dores de cabeça e tonturas. Além disso, é importante
ressaltar que esse método não deve ser utilizado rotineiramente, pois, além de
apresentar uma superdose hormonal e provocar efeitos colaterais, o uso
constante diminui sua eficiência.

Ela é contraindicada para mulheres que estiverem em período de


amamentação, pois seus componentes podem ser transferidos para o leite
materno. Além disso, é importante ressaltar que, antes de iniciar seu uso, deve-
se consultar um médico ginecologista.

Adesivos anticoncepcionais

Os adesivos anticoncepcionais são métodos contraceptivos que funcionam da


mesma maneira que a pílula anticoncepcional tradicional. A diferença é que,
nesse caso, os hormônios são absorvidos pela pele.

Esse adesivo é feito de um material plástico, que possui os hormônios


progesterona e estrógeno em sua composição. Ele é colocado sobre a pele no
primeiro dia da menstruação e trocado a cada sete dias, durante três semanas.
Na quarta semana, a mulher deve permanecer sem o adesivo.

O adesivo pode ser usado sobre os braços, as costas, o abdômen, as nádegas


ou a virilha. Ao ser colocado sobre a pele, ele libera os hormônios diretamente
na corrente sanguínea, os quais entram na circulação sistêmica. Essa liberação
é feita de maneira lenta e gradual para garantir que os níveis hormonais
mantenham-se elevados durante o período de sete dias, quando o adesivo
deve ser substituído por um novo. Dessa maneira, a concentração de
hormônios no sangue se mantém elevada, inibindo a ovulação. Se for utilizado
corretamente, sua eficácia chega a quase 100%.

Como a absorção dos hormônios é feita pela pele, sem passar pelo trato
gastrointestinal, reações adversas como diarreia e vômitos não interferem na
ação do adesivo.

LEGENDA: Mulher utilizando um adesivo anticoncepcional.

CRÉDITO: Image Point Fr/Shutterstock.com

241

Métodos contraceptivos definitivos

Todos os métodos contraceptivos apresentados anteriormente são reversíveis,


ou seja, permitem a ocorrência de gravidez quando deixam de ser usados. No
entanto, existem métodos contraceptivos definitivos ou irreversíveis* que
resultam na perda definitiva da fertilidade. Esses métodos são a laqueadura e a
vasectomia, os quais causam a esterilização da mulher e do homem,
respectivamente.

Para que a contracepção definitiva seja realizada, a Lei do Planejamento


Familiar (Lei nº 9.263 de 1996) prevê algumas exigências, como: a decisão
pela cirurgia deve ser voluntária; só é permitida para homens e mulheres
maiores de 25 anos ou com pelo menos 2 filhos vivos; deve ser aguardado um
prazo de 60 dias entre a expressão do desejo e a realização da cirurgia; não é
permitido outro método de esterilização que não sejam a laqueadura ou a
vasectomia.

Representação de laqueadura

Na laqueadura, as tubas uterinas são cortadas e amarradas**, e uma pequena


porção dessas estruturas é removida. A interrupção das tubas uterinas impede
o encontro entre o ovócito proveniente do ovário e o espermatozoide presente
no esperma, e também impede o deslocamento do ovócito até o útero. Após o
procedimento cirúrgico, a mulher pode ficar internada por algumas horas ou por
até dois dias e, depois, é liberada.

Representação de vasectomia
Na vasectomia, os ductos deferentes são cortados e amarrados***, e uma
pequena porção desse ducto é removida. Esse método impede que os
espermatozoides produzidos nos testículos sejam adicionados ao sêmen. O
procedimento cirúrgico exige apenas anestesia local e não há necessidade de
internação do paciente.

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: PURVES, W. K. et al. Vida: a


ciência da Biologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 747. CRÉDITO DAS
ILUSTRAÇÕES: Angelo Shuman

É importante lembrar que a laqueadura e a vasectomia não interferem na


ovulação e na produção de espermatozoides, respectivamente. Nesses casos,
tanto os ovócitos liberados na ovulação quanto os espermatozoides formados
são degradados e reabsorvidos pelo organismo.

A esterilização por meio desses métodos contraceptivos é considerada


altamente eficaz, no entanto, exige total consciência do paciente quanto a sua
irreversibilidade.

Nesse capítulo, vimos os diferentes métodos contraceptivos que estão


disponíveis atualmente. Assim, para evitar uma gravidez ou prevenir-se de
doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), todas as pessoas devem ter
acesso a esses métodos. Para que isso seja possível, no Brasil, o Sistema
Único de Saúde (SUS) disponibiliza a toda a população métodos
contraceptivos, que podem ser adquiridos gratuitamente.

10. Por que não há interferência na produção de ovócitos e espermatozoides


após a cirurgia contraceptiva definitiva?

Resposta: Porque nessas cirurgias não há interferência no testículo, que


produz espermatozoides, nem no ovário, que produz os ovócitos.

O efeito da vasectomia não é imediato. Assim, nas primeiras ejaculações após


a cirurgia ainda são observados espermatozoides no esperma.

*Apesar de serem tratados como irreversíveis, os métodos contraceptivos


definitivos apresentam uma chance muito pequena de serem revertidos com
cirurgias.

**Também pode ser usada a cauterização ou o fechamento com grampos.


***Também pode ser usada a cauterização ou o fechamento com grampos

242

Biologia e Saúde

Doenças sexualmente transmissíveis

Quando pensamos em doenças sexualmente transmissíveis (DSTs),


normalmente vêm a nossa mente o HIV. Entretanto, existem outras doenças
transmitidas de uma pessoa a outra por meio do ato sexual.

O preservativo usado durante a relação sexual, além de atuar como método


contraceptivo, também é importante para prevenir diversas DSTs.

Conheça a seguir algumas dessas doenças.

A gonorreia é causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae. Ela pode ser


encontrada no colo uterino, na uretra, no reto e na faringe.

Os sintomas dessa doença são: sangramento vaginal fora dos dias de


menstruação, eliminação de uma secreção pelo órgão genital, ardência e dor
ao urinar. O tratamento da gonorreia é feito com antibióticos.

LEGENDA: Bactérias Neisseria gonorrhoeae, causadoras da gonorreia


(aumento aproximado de 20.000 vezes).

CRÉDITO:Kwangshin Kim/Photoresearchers/Latinstock

A clamídia é causada pela Chlamydia trachomatis, bactéria que infecta os


órgãos genitais.

Os principais sintomas da clamídia são: aumento da vontade de urinar,


ardência e dor ao urinar e ocorrência de corrimento.

O tratamento é realizado com antibióticos.

LEGENDA: Bactérias Chlamydia trachomatis, causadoras da clamídia


(aumento aproximado de 14000 vezes).

CRÉDITO:Luis M/Phototake RM/Diomedia

A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidium . Ela provoca feridas


indolores nos órgãos genitais, conhecidas como cancro duro. Quando não
tratada, essa doença pode gerar graves complicações como cegueira,
paralisia, doença cerebral e problemas cardíacos. A contaminação por
gestantes pode ocasionar o aborto espontâneo e a malformação fetal.

O tratamento é feito com antibióticos, no entanto, eles não curam as lesões que
já ocorreram nos tecidos.

LEGENDA: Treponema pallidium, bactéria causadora da sífilis (aumento


aproximado de 8700 vezes).

CRÉDITO:NIH/SPL/Latinstock

Algumas DSTs são causadas por vírus e não têm cura. Nesses casos, o
tratamento é feito com medicamentos que controlam a doença, aliviando as
dores e diminuindo o risco de complicações. Entre essas doenças estão o
herpes genital, o condiloma acuminado e a hepatite B.

243

A hepatite B é causada pelo vírus HBV, responsável por causar danos ao


fígado.

Os sintomas dessa doença são: cansaço, tontura, enjoo, náusea, febre, pele e
olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Em casos mais graves, pode
ocorrer a perda da função do fígado levando a pessoa à morte.

A hepatite B pode ser prevenida com vacinação.

LEGENDA: Vírus HBV (partículas vermelhas), causadores da hepatite B


(aumento aproximado de 16.000 vezes).

CRÉDITO:CNRI/SPL/Latinstock

O herpes genital é causado pelo herpes vírus simples (HVS), responsável por
provocar coceiras, irritação, inchaços e a formação de pequenas bolhas
dolorosas em locais como o pênis e a vulva.

Essa doença reaparece quando as defesas do corpo humano estão reduzidas


ou quando seu portador está com febre, infecção ou após prolongada
exposição ao sol.

LEGENDA: Herpes vírus simples, causadores do herpes genital (aumento


aproximado de 180.000 vezes).

CRÉDITO: Biophoto Associates/Photoresearchers/Latinstock


O condiloma acuminado, mais conhecido como HPV, é causado pelo papiloma
vírus humano. Essa doença caracteriza-se pela formação de verrugas, também
conhecidas como cristas de galo, nos órgãos genitais.

Existem vários tipos do papiloma vírus e alguns deles estão relacionados ao


desenvolvimento do câncer de colo do útero.

Assim como a hepatite B, o HPV também pode ser prevenido com consultas
anuais ao ginecologista e por meio da vacinação em meninas de 11 a 13 anos.
Veja ao lado o cartaz de uma campanha contra o HPV.

LEGENDA: Cartaz da campanha de vacinação do Ministério da Saúde contra o


HPV, veiculado no ano de 2014.

CRÉDITO: Ministério da Saúde/Governo Federal

244

Atividades

Responda as atividades no caderno.

1. O que diferencia os métodos contraceptivos definitivos dos outros métodos?


Cite dois exemplos de métodos contraceptivos definitivos.

2. Explique a ação dos métodos contraceptivos hormonais no corpo da mulher.

3. É possível afirmar que todos os métodos contraceptivos previnem doenças


sexualmente transmissíveis? Explique.

4. O gráfico abaixo descreve as alterações hormonais que ocorrem durante o


ciclo menstrual. Com base nele, responda às questões a seguir.

Alterações hormonais em um ciclo menstrual de 28 dias

FONTE: TORTORA, G. J. Corpo humano: fundamentos de Anatomia e


Fisiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p. 541. CRÉDITO: Gilberto Alicio

a) Quais são os principais hormônios relacionados à fase pré-ovulatória? Como


esses hormônios atuam no ciclo menstrual?

b) Quais são os principais hormônios relacionados à fase pós-ovulatória?


Como esses hormônios atuam no ciclo menstrual?
c ) Qual é o efeito hormonal da pílula anticoncepcional durante o ciclo
menstrual?

5. O método Ogino-Knaus é conhecido popularmente como método


contraceptivo da tabelinha. Como nem todas as mulheres apresentam um ciclo
regular, antes de utilizar esse método, é preciso fazer alguns cálculos. A
mulher deve fazer uma média da quantidade de dias de duração do ciclo
menstrual dos últimos 6 a 12 meses. Por exemplo, se o ciclo mais curto durar
27 dias e o mais longo 33, ela deve calcular a diferença entre eles * (6 dias).
Para determinar o período fértil da mulher, ela deve subtrair 18 dias do ciclo
mais curto, para obter o primeiro dia do período fértil, e 11 dias do ciclo mais
longo, para obter o último dia deste período. Assim, o período fértil terá início
no 9º dia do ciclo menstrual e terminará no 22º dia.

Veja o exemplo de um ciclo menstrual no quadro a seguir.

Primeiro dia
da 04/03 31/03 28/04 23/05 26/06 26/07 28/08 27/09 27/10
menstruação

No caderno, calcule o período fértil para uma mulher com esse ciclo menstrual.

6. Leia o trecho do texto a seguir.

[...] Em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo lê-se: "o melhor método
anticoncepcional para as adolescentes é a escola: quanto maior a
escolaridade, menor a fecundidade e maior a proteção contra doenças
sexualmente transmissíveis". A escola é apontada como um importante
instrumento para veicular informações sobre formas de evitar a gravidez e de
se proteger de doenças sexualmente transmissíveis, chegando-se a ponto de
afirmar que quanto mais baixa a escolaridade, maior o índice de gravidez entre
adolescentes. [...]

ALTMANN, Helena. Orientação sexual nos Parâmetros Curriculares Nacionais.


Estudos feministas, ano 9, 2001. p. 575.

a) Você concorda que as informações recebidas na escola ajudam os jovens a


conscientizar-se sobre a importância da prevenção das DSTs e da gravidez
precoce? Converse sobre isso com os colegas.
b) Atualmente, a sexualidade é um tema bastante debatido entre pessoas de
todas as idades, seja em conversas informais, nas redes sociais, na mídia, nas
letras de música ou na escola. Você considera esse assunto um tabu?
Escreva, no caderno, um pequeno texto explicando como você se sente a
respeito da discussão desse tema.

*Se a diferença for superior a 10 dias, esse método não é recomendado

245

7. (UFRN) Para um grande número de mulheres, a camisinha feminina e o


diafragma vaginal representam a conquista da liberdade de escolha para fazer
o sexo seguro, sem depender da iniciativa masculina. Ambos os dispositivos
apresentam uma relativa eficiência como métodos contraceptivos e na
prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), entretanto, têm seu
uso corrente limitado por razões de custo econômico e cuidados especiais
quanto ao uso correto. Na tomada de decisão para a escolha entre esses dois
métodos, é preciso considerar que o diafragma vaginal

a ) dispensa o uso de espermicidas e previne as DSTs.

b ) precisa ser retirado logo após o término do ato sexual.

c ) impede a ovulação e a implantação do zigoto.

d ) apresenta uma menor proteção contra as DSTs.

8. (Enem) A pílula anticoncepcional é um dos métodos contraceptivos de maior


segurança, sendo constituída basicamente de dois hormônios sintéticos
semelhantes aos hormônios produzidos pelo organismo feminino, o estrogênio
(E) e a progesterona (P). Em um experimento médico, foi analisado o sangue
de uma mulher que ingeriu ininterruptamente um comprimido desse
medicamento por dia durante seis meses.

Qual gráfico representa a concentração sanguínea desses hormônios durante o


período do experimento?

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Gilberto Alicio

9. (UFSCar) Algumas mulheres que não desejam ter uma nova gestação, pois
ainda estão em fase de amamentação, utilizam a minipílula anticoncepcional
como método contraceptivo. Todas as minipílulas de uma cartela são
compostas com a mesma concentração do hormônio progesterona. Os
médicos geralmente indicam às mulheres a ingestão de uma pílula por vez,
diariamente, e preferencialmente no mesmo horário, cuja finalidade é

a ) variar a concentração de progesterona, o que inibe a ovulação.

b ) variar a concentração de progesterona, o que promove a ovulação.

c ) manter constante a concentração de progesterona, o que promove o fluxo


menstrual.

d ) manter constante a concentração de progesterona, o que inibe a ovulação.

e ) manter constante a concentração de progesterona, o que inibe a lactação.

Refletindo sobre o capítulo

A. Retome as respostas dadas às questões b e c da página 232, corrigindo-as


ou completando-as, se necessário.

B. Qual é a importância do acesso à informação na escolha de um método


contraceptivo?

C. Você considera que homens e mulheres têm acesso à mesma diversidade


de métodos contraceptivos? Justifique.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

246

Trocando ideias

Filhos do HIV

A AIDS é um problema mundial e para conscientizar a população sobre a


necessidade de prevenção, no dia 1 º de dezembro, é realizado o Dia Mundial
de Luta Contra a AIDS.

Atualmente, existem milhares de jovens que nasceram com o vírus HIV, pois
foram infectados durante a gestação. Quando a infecção ocorre da mãe para o
bebê, ela recebe o nome de transmissão vertical. Veja o trecho de uma
reportagem sobre esse assunto.
"Vivo com Aids desde que nasci"

Quando [...] era criança, ela se cansou de escutar dos amigos da escola algo
não muito agradável, ainda mais quando se tem 6, 7 anos de idade. "Minha
mãe não quer que eu brinque com você", eles diziam. [...] todos sabiam que ela
tinha Aids*. Micaela nasceu com a doença. Foi contaminada no parto. Seus
pais eram soropositivos (infectaram-se por meio do uso de drogas injetáveis) e
morreram quando ela estava com 6 anos de idade.

A garota, um dos cerca de 630 mil brasileiros que têm o vírus, faz parte da
nova geração da Aids [...]. Micaela faz uso dos remédios anti-Aids. Hoje, são
cinco comprimidos diários, mas já chegou a tomar 14 pílulas por dia. Além dos
medicamentos, de dois em dois meses passa por uma bateria de exames para
saber se está com boa saúde.

[...] Após a morte de seus pais, Micaela foi levada a um abrigo para jovens
soropositivos. Mas não houve um dia em que alguém lhe dissesse, lhe
explicasse o que, afinal, ela tinha. [...]

Na escola, enfrentava também o preconceito dos professores. Quando estava


no ensino médio, aí sim já consciente da sua condição como soropositiva,
Micaela ouviu um dos maiores absurdos que qualquer pessoa poderia escutar.
"Um professor de biologia disse, na sala de aula, que a solução para a Aids era
reunir todas as pessoas com HIV e matá-las", conta. Nesse episódio, ela nem
precisou agir. Quando ensaiou dizer algo, foi surpreendida com uma rápida
intervenção dos colegas repudiando a fala do professor. [...]

[...] E ela resolveu que não iria esconder dos namorados sua condição. [...]

A garota também deseja ter filhos. [...] Para ela, tão importante quanto uma
droga capaz de exterminar o vírus seria a sociedade combater o preconceito
que ainda existe contra os soropositivos.

COSTA, R. "Vivo com Aids desde que nasci". Isto É, São Paulo, ed. 2126, 6
ago. 2010. Medicina e bem-estar. Disponível em:
www.istoe.com.br/reportagens/
93504_VIVO+COM+AIDS+DESDE+QUE+NASCI. Acesso em: 4 mar. 2016.
As crianças e os adolescentes portadores do HIV podem apresentar
dificuldades nas fases iniciais da puberdade, como dificuldades de
aprendizagem, de encontrar assistência médica, educacional e psicológica
especializada.

Desde a infância, esse grupo de pessoas depende de orientação médica e


precisa ingerir a medicação rigorosamente.

CRÉDITO: Pitpilai/Shutterstock.com

CRÉDITO: irin-k/Shutterstock.com

CRÉDITO: Helga Chirk/Shutterstock.com

CRÉDITO: Ratthaphong Ekariyasap/ Shutterstock.com

*Explique aos alunos que Micaela é HIV positivo, isto é, tem o vírus, mas não
desenvolveu a síndrome, que é o conjunto de sintomas e doenças relacionadas
à AIDS. Assim, as pessoas podem ser soropositivas para o vírus, ou seja, são
portadoras dele, mas ainda não terem desenvolvido a síndrome.

247

A quantidade de crianças que nasce com o vírus HIV no mundo ainda é


alarmante. Apesar disso, pesquisas recentes revelam que no Brasil, por
exemplo, a quantidade de casos envolvendo a AIDS vem diminuindo, por
causa da política de redução da transmissão vertical do HIV. Segundo essa
política, quando todas as medidas de prevenção são adotadas, as chances de
transmissão vertical são menores que 1%.

Para garantir a diminuição de casos, o Ministério da Saúde recomenda que as


gestantes façam o uso indicado de medicamentos antirretrovirais durante o
período de gravidez e que o parto seja feito por meio de cesárea. Além disso,
após o parto, a mãe não deve amamentar o bebê, evitando assim o contágio
pós-nascimento.

Diante dessa realidade, o governo brasileiro vem fortalecendo as ações para a


prevenção do HIV, sobretudo entre os jovens. A distribuição gratuita de
preservativos no Sistema Único de Saúde (SUS) é uma dessas ações. Outra
forma empregada é a veiculação anual de campanhas do Ministério da Saúde
sobre a importância do uso do preservativo nas relações sexuais.
O preservativo masculino é distribuído gratuitamente em toda a rede pública de
saúde. Caso não saiba onde retirar, ligue para o Disque Saúde (136).

Veja a seguir um cartaz de uma dessas campanhas.

LEGENDA: Cartaz de campanha de prevenção do HIV, veiculada pelo


Ministério da Saúde em 2015.

CRÉDITO: Ministério da Saúde/Governo Federal

a ) Converse com seus colegas sobre as dificuldades enfrentadas pelas


pessoas que nasceram com o vírus HIV.

b ) Há décadas, sabe-se que o vírus HIV é transmitido pelo ato sexual sem
proteção, durante o parto e na amamentação, e pela troca de sangue de uma
pessoa contaminada com outra sem o vírus. Mesmo assim, ainda há
preconceito com relação a pessoas com HIV. Muitas pessoas sem HIV não
querem qualquer contato com soropositivos, com medo de se contaminarem.
Produza um texto sobre as formas de preconceito enfrentadas por essas
pessoas no dia a dia.

c ) Reúna-se com quatro colegas e elaborem um cartaz explicando a


importância do uso do preservativo. Aproveitem para abordar as questões
vivenciadas pelos jovens com relação ao HIV.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

248

LEGENDA: Ovos de Chrysoperla externa.

CRÉDITO: Carolina Biological Supply, Co/Visuals Unlimited, Inc./Glow Images

Capítulo 14 - Desenvolvimento embrionário

Chrysoperla externa é um inseto com hábito altamente predatório atacando


larvas e até adultos de outros insetos. Além disso, esse inseto possui hábitos
canibais e um comportamento evolutivo raro: seus ovos são sustentados no ar
por pequenas hastes, o que evita o canibalismo pelas próprias larvas.

A alta capacidade de predação de Chrysoperla externa, associada à sua


resistência a inseticidas e seu alto potencial reprodutivo, torna-o alvo de
estudos para ser utilizado como agente de controle biológico, o qual consiste
na utilização de inimigos naturais ou parasitas específicos para conter a
população desejada.

LEGENDA: Adulto de Chrysoperla externa.

CRÉDITO: Fabio Colombini

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Chrysoperla externa: pode atingir de 1 cm a 1,5 cm de comprimento.

Fim do complemento.

Atenção professor: É importante destacar que não existe na literatura outro


inseto que apresente uma postura como a dos crisopídeos. Fim da observação.

A. Por que os ovos da Chrysoperla externa são colocados da maneira como


mostra a fotografia?

Resposta: Porque as larvas desse inseto são canibais, e as que nascem


primeiro poderiam se alimentar das que ainda estão em desenvolvimento.
Dessa maneira, a haste protege os ovos do canibalismo.

B. Para que os ovos sejam formados, é necessário que ocorra a fertilização. O


que é a fertilização e o que decorre desse processo?

Resposta: A fertilização é a união do gameta masculino (n) ao gameta feminino


(n) dando origem ao zigoto (2n). Após a formação do zigoto, há sucessivas
divisões celulares que irão formar estruturas embrionárias e o próprio corpo do
animal.

C. Os ovos amnióticos possuem estruturas que desempenham atividades


importantes para o desenvolvimento embrionário. Cite uma dessas estruturas e
explique que atividade ela desempenha.

Resposta: Os ovos amnióticos possuem vitelo, âmnio, córion, alantoide, que


realizam respectivamente as atividades de nutrição, proteção, trocas gasosas e
armazenamento de excretas.
D. Em alguns animais, como o ser humano, há uma estrutura especial que
assume parte do papel dos ovos durante o desenvolvimento embrionário. Que
estrutura é essa e qual sua importância?

Resposta: Essa estrutura é a placenta, que possui o papel de nutrição, trocas


gasosas e eliminação das excretas durante o desenvolvimento do embrião/feto.

249

Fases do desenvolvimento embrionário

Um dos aspectos mais fascinantes do estudo do desenvolvimento embrionário


é desvendar os mecanismos que determinam a forma do corpo, seu padrão e a
diferenciação. Em outras palavras, como uma célula sabe como e onde deve
crescer? Como, por exemplo, as células originadas do zigoto irão formar os
sistemas digestório e respiratório? A partir da fertilização, as sucessivas
divisões mitóticas do zigoto resultarão em um rápido aumento do número de
células. Essas divisões celulares recebem o nome de segmentação ou
clivagem. O tipo de segmentação depende da quantidade e da distribuição de
vitelo, material rico em nutrientes, especialmente gorduras e proteínas
presentes nos ovos dos animais.

A quantidade de vitelo presente nos ovos varia conforme o grupo animal. Por
exemplo, os ovos da maioria dos mamíferos, inclusive o ser humano, possuem
pouca quantidade de vitelo, pois, durante o desenvolvimento do embrião/feto,
este será nutrido pela mãe por meio de diversas estruturas anexas.*

Os ovos dos animais podem ser classificados em oligolécitos , heterolécitos,


telolécitos e centrolécitos, de acordo com a quantidade e a distribuição do vitelo
no ovo. Observe.

Boxe complementar:

Localização e distribuição de vitelo nos diferentes tipos de ovos

LEGENDA: Oligolécito (ou isolécito).

Ovo com pouca quantidade de vitelo com distribuição mais ou menos uniforme.
Ele é encontrado em anfioxos, mamíferos placentários e animais tunicados
como as ascídias.
LEGENDA: Heterolécito (ou mesolécito).

Ovo que possui quantidade moderada de vitelo, concentrado em uma região


chamada polo vegetal. Do lado oposto ao polo vegetal, localiza-se o polo
animal, onde se inicia a segmentação. Esse tipo de ovo é encontrado em
anfíbios, moluscos e anelídeos.

LEGENDA: Telolécito.

Ovo com grande quantidade de vitelo, que aparece como uma massa
compacta em seu interior. Esse ovo é característico de peixes ósseos, répteis,
aves, alguns moluscos, équidnas e ornitorrincos.

LEGENDA: Centrolécito.

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: STORER, T. I. et al. Zoologia


geral. 6. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2000. p. 167. CRÉDITO
DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

Ovo em que o vitelo ocupa o maior volume, exceto ao redor no núcleo e


próximo à membrana plasmática, onde há uma fina camada de citoplasma.
Esse ovo é encontrado em insetos.

Fim do complemento.

*As estruturas anexas serão abordadas posteriormente neste capítulo.

250

Tipos de segmentação

Com o início da segmentação, sulcos verticais são formados no ovo, resultado


das primeiras divisões mitóticas. O vitelo influencia a formação do sulco
formado na divisão, retardando ou inibindo-o.

Quando a segmentação é completa, ela é chamada segmentação holoblástica


ou total. Caso as células possuam grande quantidade de vitelo, a segmentação
fica restrita à região com pouco acúmulo de vitelo, caracterizando a
segmentação meroblástica ou parcial.

LEGENDA: Zigoto humano que sofreu segmentação holoblástica (aumento


aproximado de 830 vezes). Observe como a célula foi completamente dividida.

CRÉDITO: DR Yorgos/SPL/Latinstock
LEGENDA: Zigoto de um peixe que sofreu segmentação meroblástica
(aumento aproximado de 130 vezes). Observe que somente o polo animal
sofreu divisão.

CRÉDITO: Dr. Richard Kessel & Dr. Gene Shih/Visuals Unlimited,


Inc./Latinstock

Boxe complementar:

No início da segmentação, cada divisão forma células-filhas denominadas


blastômeros.

Fim do complemento.

Existem diferentes tipos de segmentação holoblástica e meroblástica. Observe


a seguir os esquemas que mostram quatro exemplos de segmentação.

Boxe complementar:

Tipos de segmentação holoblástica

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: PURVES, Willian K. et al.


Vida: a ciência da Biologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 757.
CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

Fim do complemento.

 251

Boxe complementar:

Tipos de segmentação meroblástica

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: PURVES, Willian K. et al.


Vida: a ciência da Biologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 757.
CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

Fim do complemento.

Resultados da segmentação

Após a formação dos oito blastômeros resultantes das primeiras


segmentações, as células se compactam, o que permite maior interação entre
elas. Assim, as segmentações continuam até a formação de um embrião com
16 blastômeros denominado mórula (do latim morula - o fruto da amoreira - em
virtude da semelhança com uma amora).

As células constituintes da mórula continuam a se dividir e passa a ocorrer o


acúmulo de líquido no centro de sua estrutura. Tais rearranjos originam uma
conformação chamada blástula. A cavidade central preenchida por líquido é
chamada blastocele.

1. Que parte do ovo de galinha é o vitelo?

Resposta: A gema.

Boxe complementar:

Sequência de formação da mórula e da blástula

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: CAMPBELL, N. A. et al.


Biology. 8. ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 655.
CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

Fim do complemento.

252

Gastrulação

Após a formação da blástula, uma série de movimentos e arranjos celulares irá


formar a gástrula, ou seja, o próximo estágio do desenvolvimento embrionário.
Esse processo, chamado gastrulação, forma as camadas germinativas ou
folhetos embrionários , que são duas camadas de células, a ectoderme e a
endoderme. Cada uma delas originará diferentes tecidos e órgãos do corpo do
animal.

Em animais como os cnidários (anêmona-do-mar e água-viva), são formadas


somente duas camadas germinativas: a ectoderme e a endoderme. Esses
animais são chamados diblásticos. Na maioria dos outros animais, inclusive os
vertebrados, ocorre a formação de uma terceira camada, a mesoderme,
situada entre as outras duas. Esses animais são chamados triblásticos.

Boxe complementar:

Gastrulação em animais diblásticos e triblásticos


CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: CAMPBELL, N. A. et al.
Biology. 8. ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 655, 661.
CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

1. Algumas células do polo vegetal da blástula movem-se para o interior da


blastocele, formando a endoderme, a qual originará o intestino primitivo
chamado arquêntero.

2. As células que formam o arquêntero continuam a se invaginar até alcançar a


parte superior da ectoderme. A abertura formada pela invaginação das células
se chama blastóporo. Nos animais triblásticos, algumas células migram para o
espaço entre a ectoderme e a endoderme, a fim de formar a mesoderme.

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Nos cordados (animais que possuem notocorda em pelo menos um estágio do


desenvolvimento, como os vertebrados) e também nos equinodermos (estrela-
do-mar, por exemplo), o blastóporo formará o ânus. Esses animais são
denominados deuterostômios (do grego, deuteros significa posterior; stoma,
boca). Nos outros grupos animais, o blastóporo formará a boca. Nesses casos,
os animais são denominados protostômios (do grego, proto significa primeiro;
stoma, boca).

Acesse o site a seguir e veja um vídeo sobre a gastrulação em vertebrados.

· http://tub.im/36cbx5. Acesso em: 1º mar. 2016.

Fim do complemento.

253

Organogênese

Após a gastrulação, ocorre a organogênese, fase em que se inicia a formação


coordenada e simultânea de diversos órgãos e sistemas do corpo dos animais.
A primeira etapa da organogênese é conhecida como neurulação.

Nessa etapa, ocorre a formação do tubo neural e da notocorda, uma estrutura


de sustentação flexível presente em todos os animais cordados. Já nos
vertebrados, essa estrutura originará a coluna vertebral.
A notocorda permanece durante toda a vida em alguns animais, como o
anfioxo, um animal cordado não vertebrado que vive boa parte do tempo
enterrado em areias de praias.

Neurulação em anfioxo

LEGENDA: Anfioxo.

CRÉDITO: Sinclair Stammers/SPL/Latinstock

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Anfioxo: pode atingir de 4 cm a 8 cm de comprimento.

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Neurulação em anfioxo

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: GARCIA, S. M. L. de.;


FERNÁNDEZ, C. G. Embriologia. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2001. p. 209.
CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

1 e 2 - Algumas células da mesoderme se diferenciam em notocorda. A


notocorda induz ao achatamento da região dorsal da gástrula formando a placa
neural, a qual se estende por toda a gástrula.

3 e 4 - As células da ectoderme se multiplicam e recobrem a placa neural.


Cada parte da mesoderme, situada ao lado da notocorda, começa a se dobrar
para, posteriormente, formar o celoma. Já a endoderme que forma o
arquêntero começa a se dobrar para formar o tubo digestório.

5 e 6 - A placa neural começa a se dobrar para formar o tubo neural. O celoma


formado é uma cavidade onde, posteriormente, os órgãos internos do animal
serão abrigados. Nessa etapa, o embrião é chamado nêurula.

Fim do complemento.

254

Diferenças na formação do celoma


Os animais triblásticos podem ou não apresentar celoma. Quando a
mesoderme preenche toda a cavidade corporal, esses animais são chamados
de acelomados. Exemplos de acelomados são os platelmintos (as planárias e
os esquistossomos).

Em outros animais, a mesoderme não reveste totalmente a cavidade corporal,


mas parte dela é recoberta pela endoderme. Esses animais são chamados de
pseudocelomados. Os animais do grupo dos nematódeos (lombriga) são
exemplos de seres vivos pseudocelomados.

Já os animais que possuem um celoma verdadeiro, recoberto pela mesoderme


em toda sua extensão, são chamados de celomados. Entre eles, podemos
destacar os moluscos, os anelídeos, os equinodermos e os cordados.

Boxe complementar:

Acesse o site a seguir no qual é apresentado um jogo que permite fotografar


animais em um ambiente marinho e identificar quais deles são acelomados.

· http://tub. im/3b8k5q.

Acesso em: 1º mar. 2016.

Fim do complemento.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology.


8. ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 660. CRÉDITO:
A7 Estudio

As células das camadas germinativas formadas durante a gastrulação se


diferenciam para formar os diferentes órgãos do corpo animal. Observe a
tabela a seguir e veja como isso ocorre.

Destino das camadas germinativas em vertebrados

Camada
Estruturas formadas
germinativa

Ectoderme Epiderme, cabelos e unhas, glândulas sudoríferas e


sebáceas, glândulas mamárias, sistema nervoso,
cristalino, orelha interna, revestimento das cavidades
oral e nasal.

Derme, músculos, revestimento externo dos órgãos


Mesoderme
internos, sistema circulatório, rins, ossos e cartilagem.

Revestimento interno do intestino, tireoide, fígado,


Endoderme
pâncreas, trato respiratório e bexiga urinária.

CRÉDITO: PURVES, Willian K. et al. Vida: a ciência da Biologia. 6. ed. Porto


Alegre: Artmed, 2002. p. 759.

255

Biologia e Tecnologia

Células-tronco

Leia o trecho da reportagem a seguir.

Cirurgiões em Londres realizaram uma operação pioneira para testar um novo


tratamento de um tipo de cegueira usando células-tronco.

A "cobaia" foi uma mulher de 60 anos, portadora de degeneração macular, uma


doença ocular degenerativa [...]. A doença é a principal causa de perda de
visão em países desenvolvidos. [...]

A técnica envolve o uso de uma espécie de "remendo", feito com células


oculares provenientes de doações, implantado na parte posterior da retina. [...]

CIENTISTAS apostam em células tronco em pesquisa para curar cegueira.


BBC, São Paulo, 29 set. 2015. Brasil. Disponível em:
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/09/150929_saude_cegueira_celu
la_tronco_fd. Acesso em: 1º mar. 2016.

As células-tronco são células indiferenciadas, isto é, células que não se


especializaram. Esse grupo de células apresenta duas características
principais: a capacidade de autorrenovação e o potencial de diferenciação.

A autorrenovação é a capacidade que as células-tronco têm de proliferar,


produzindo células idênticas à célula-mãe que lhes deu origem. Já o potencial
de diferenciação é a capacidade que elas têm de gerar células especializadas
de diferentes tecidos.

As células-tronco podem ser classificadas em unipotentes, oligopotentes,


pluripotentes e totipotentes. Veja a seguir.

Boxe complementar:

Tipos de células-tronco

Células-tronco unipotentes.

LEGENDA: Essas células são capazes de se diferenciar em um único tipo de


tecido.

Células-tronco oligopotentes.

LEGENDA: Essas células são capazes de se diferenciar em poucos tecidos.

Células-tronco pluripotentes.

LEGENDA: Essas células, também chamadas de multipotentes, são capazes


de se diferenciar em vários tecidos do corpo humano, exceto a placenta e os
anexos embrionários. Elas estão presentes a partir da fase de blastocisto
(nome dado ao embrião no quinto dia de desenvolvimento).

Células-tronco totipotentes.

LEGENDA: Essas células são capazes de se diferenciar em qualquer tecido


que constitui o corpo humano, incluindo a placenta. Elas estão presentes nas
primeiras fases de desenvolvimento embrionário.

CRÉDITO DAS FOTOS: BlueRingMedia/Shutterstock.com

Fim do complemento.

256

Quanto à sua natureza, as células-tronco podem se dividir em embrionárias ou


adultas. As células-tronco embrionárias são encontradas nos embriões
humanos e podem ser totipotentes ou pluripotentes, em virtude do seu alto
potencial de diferenciação. Essas células são capazes de originar novas
células e tecidos dos três folhetos embrionários (endoderma, mesoderma e
ectoderma) e são obtidas a partir de embriões/fetos entre 6 e 9 semanas de
desenvolvimento, podendo ser utilizadas no tratamento de várias doenças.

As células-tronco adultas são extraídas de tecidos do corpo humano de


pessoas adultas, como o sangue, a medula óssea, a placenta e o fígado. Elas
são capazes de se renovar ou reparar o tecido parcialmente (como é o caso
das células da epiderme) ou totalmente, como no tecido hepático.

As pesquisas apontam que muitas doenças podem ser tratadas por meio do
uso de células-tronco, embora elas ainda estejam em fase de testes. Essas
células podem, por exemplo, ser aplicadas na terapia de doenças
hematológicas, diabetes e cardiopatias, podendo, ainda, ser empregadas na
reconstituição de tecido muscular em pessoas que sofreram acidentes.

No Brasil, as normas para utilização de células-tronco são relativamente


recentes. A lei da Biossegurança, de 2005, prevê a permissão do uso de
embriões humanos produzidos por fertilização in vitro. Os embriões não
utilizados em tratamentos de infertilidade são mantidos congelados, mesmo
que o casal decida não ter outro filho. Por essa razão e pelo fato de as células
embrionárias serem totipotentes, há pesquisadores que defendem o uso
desses embriões em estudos. Por outro lado, por diversas razões, há grupos
da sociedade que se posicionam contra a utilização dessas células em
pesquisas, por considerarem os embriões formas de vida, que não podem ser
eliminadas ou utilizadas em estudos.

LEGENDA: Profissional em um banco de embriões.

CRÉDITO: Burger/Phaine/Other Images

Alguns pais decidem armazenar as células-tronco do cordão umbilical dos


recém-nascidos, caso futuramente haja necessidade dessas células em um
tratamento. Sobre isso, leia o trecho do texto a seguir.

[...] O sangue do cordão umbilical é rico em células-tronco e por isso pode ser
uma alternativa no tratamento de doenças hematológicas. Porém, são raros os
relatos da realização de transplantes de sangue de cordão autólogo [do próprio
doador] em nível mundial. Também não há estatísticas quanto ao uso e
eficácia destes tratamentos. Um dos motivos é que o sangue de cordão pode
carregar o mesmo material genético e [as mesmas características]
responsáveis por uma doença que venha a aparecer nos primeiros anos de
vida da criança. O uso de células do cordão da própria pessoa é
desaconselhado, por exemplo, em casos de leucemia [...].

ANVISA. Cartilha orienta sobre mitos de congelamento de cordão umbilical.


Brasília, DF, 24 maio 2013. Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/anvisa+portal/anvisa/sala+de+imprensa/
assunto+de+
interesse/noticias/cartilha+orienta+sobre+mitos+de+congelamento+de+cordao+
umbilical. Acesso em: 10 fev. 2016.

2. O uso de células-tronco pode melhorar a qualidade de vida de pessoas que


sofreram acidentes ou estão em tratamento médico? Explique.

Atenção professor: Veja a resposta desta questão nas Orientações para o


professor. Fim da observação.

257

Anexos embrionários

Alguns grupos animais possuem adaptações que lhes permitiram abandonar o


ambiente aquático e conquistar o ambiente terrestre. Os anexos embrionários
de répteis, aves e mamíferos são estruturas que possibilitaram a eles o
desenvolvimento de seus embriões em ambientes fora da água. Isso ocorre
porque essas estruturas são responsáveis por manter o embrião durante seu
estágio inicial de desenvolvimento até seu nascimento.

Os anexos embrionários são estruturas derivadas dos folhetos embrionários,


mas não fazem parte do corpo do animal, sendo consumidos durante o
desenvolvimento embrionário ou descartados após o nascimento.

3. Todos os anexos embrionários presentes em vertebrados ovíparos também


são encontrados nos mamíferos vivíparos?

Resposta: Sim, mas o saco vitelino e o alantoide são reduzidos nos mamíferos
vivíparos, pois eles possuem placenta.

Boxe complementar:

Anexos embrionários de aves


FONTE: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology. 8.
ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 715. CRÉDITO: A7
Estudio

A. Ovos de répteis e aves possuem muito vitelo, que nutre o embrião durante
todo seu desenvolvimento. O vitelo é envolto pelo saco vitelínico, anexo
embrionário bastante vascularizado, originado da endoderme e da mesoderme,
e que fica conectado ao intestino do embrião. Os vasos sanguíneos presentes
nesse anexo transportam os nutrientes do vitelo para o embrião e, ao final do
desenvolvimento, ele é absorvido por completo. O saco vitelínico é um dos
primeiros anexos embrionários formados.

B. O âmnio é um anexo embrionário que forma uma bolsa ao redor do embrião,


a cavidade amniótica, a qual é preenchida pelo líquido amniótico, que impede
sua desidratação. Além disso, o âmnio amortece contra impactos mecânicos.

C. O cório é o anexo embrionário mais externo. Sua membrana situada logo


abaixo da casca do ovo envolve todo o conjunto de anexos embrionários e o
embrião. Junto ao alantoide, o cório realiza as trocas gasosas.

D. O alantoide é um anexo embrionário originado da endoderme, situado


próximo à casca, abaixo do cório. O alantoide armazena as excretas
produzidas pelos rins do embrião, realiza a descalcificação da casca do ovo,
tornando-a mais mole e fácil de ser rompida durante a eclosão, e disponibiliza
cálcio para a formação dos ossos do embrião. Além de ser muito
vascularizado, o alantoide está situado logo abaixo da casca do ovo, que é
porosa, permitindo, assim, as trocas gasosas entre o embrião e o ambiente.

Fim do complemento.

Na maioria dos mamíferos, alguns anexos embrionários possuem um destino


diferente do que dos animais ovíparos. O cório, juntamente com a parede do
útero, forma a placenta, estrutura que nutrirá o embrião. Por isso, o saco
vitelino perde sua função, se tornando menor e vestigial.

As trocas gasosas e o armazenamento de excretas não são realizados pelo


alantoide, mas pela placenta.

LEGENDA: Embrião humano com 6 semanas.


CRÉDITO: Edelmann/SPL/Latinstock

258

Desenvolvimento embrionário humano

No ser humano, após a fertilização, inicia-se a clivagem. Nessa situação, por


ser um ovo oligolécito, sua clivagem é total e, após 45 horas, são formados
quatro blastômeros. Aproximadamente ao final do terceiro dia de
desenvolvimento, existem entre 12 e 16 blastômeros, caracterizando a
formação da mórula.

Durante as clivagens, o zigoto segue para o útero, por meio do batimento dos
cílios das células presentes na tuba uterina e da movimentação da musculatura
desse órgão. Após a mórula chegar ao útero, suas

células continuam a se dividir para formar o blastocisto . As células periféricas


do blastocisto formam o trofoblasto, que dará origem a uma parte da placenta,
enquanto outras células formam uma massa celular denominada embrioblasto,
que originará o embrião.

CRÉDITO: Studio Caparroz

Boxe complementar:

Resumo da primeira semana de desenvolvimento

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V.


N. Embriologia básica. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. p. 33-35, 39.
CRÉDITO: Studio Caparroz

Fim do complemento.

Após cinco ou seis dias, o blastocisto entra em contato com a parede do útero,
e o trofoblasto sofre algumas diferenciações, das quais surgem
prolongamentos de células que penetram no endométrio uterino e fixam
superficialmente o embrião a ele. Esse é o início do processo de nidação.

Na continuidade da nidação, o trofoblasto continua a se diferenciar, e libera


enzimas que digerem a parede do endométrio, até que o blastocisto seja
totalmente implantado.

Boxe complementar:
Nidação

LEGENDA: Blastocisto implantado no útero.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Studio Caparroz

Fim do complemento.

259

Ao final de duas semanas, o trofoblasto e o tecido endometrial sofrem uma


série de alterações, e ocorre a formação das vilosidades coriônicas . Nesse
local, inicia-se a formação da placenta, a qual estará completa após o quarto
mês de gestação. Durante esse período, as vilosidades coriônicas aumentam
em número e tamanho, ocorre a ramificação das duas artérias fetais que
passam pelo cordão umbilical, e uma porção fetal e uma porção materna se
formam na placenta.

O sangue materno, presente nos vasos sanguíneos do endométrio, preenche


os espaços que foram criados durante a implantação do blastocisto. Nesse
local, o sangue materno oferece gás oxigênio e nutrientes ao feto, e recebe
dele gás carbônico e resíduos.

Boxe complementar:

Tipos de placenta

Existem diferentes tipos de desenvolvimento da placenta entre os mamíferos.


Os monotremados (ornitorrinco e equidna) não possuem placenta, pois eles
põem os ovos como os répteis e as aves. Os marsupiais (canguru, coala e
gambá) não possuem uma placenta verdadeira, pois não há contato entre as
membranas do feto e do útero materno. Dessa maneira, os embriões saem do
útero e migram para a bolsa marsupial, onde se fixam a uma glândula mamária
e ali completam seu desenvolvimento. Nos placentários, ocorrem dois tipos de
implantação: na maioria, o blastocisto adere ao endométrio, mas fica livre no
útero; nos demais, incluindo o ser humano, ocorre a implantação completa do
blastocisto no endométrio.

Fim do complemento.

Boxe complementar:
Representação da placenta

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: produzidas com base em: MOORE, K. L.;


PERSAUD, T. V. N. Embriologia básica. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
p. 95, 99.

Fim do complemento.

Gravidez ectópica

Gravidez ectópica é uma condição na qual a nidação acontece fora da


cavidade do útero. Ela ocorre em 0,25% a 1% dos casos de gravidez. Desses
casos, em 95% a 97%, o blastocisto se implanta em uma das tubas uterinas. A
implantação também pode ocorrer no ovário, na cavidade abdominal ou na
região cervical do útero, mas isso é muito raro.

A gravidez ectópica é mais observada em mulheres portadoras de


endometriose, condição na qual há tecido semelhante ao endométrio em outras
partes do corpo humano. As cicatrizes de inflamações e as cirurgias anteriores
nas tubas uterinas também favorecem a ocorrência de gravidez ectópica.

Os sintomas desse tipo de gravidez são iguais aos de uma gravidez normal.
Entretanto, dores abdominais e sangramentos vaginais ocorrem em virtude do
crescimento do embrião fora do útero. A partir dos dois meses de gestação, a
tuba uterina passa a se distender e pode se romper, causando hemorragia na
cavidade abdominal, seguida da morte do feto. Esses eventos colocam a vida
da mãe em risco, pois o desenvolvimento fora do útero compromete outros
órgãos e vasos sanguíneos.

LEGENDA: Regiões do corpo humano onde pode ocorrer gravidez ectópica.

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: CARLSON, B. M. Embriologia


humana e Biologia do desenvolvimento. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.
p. 54. CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Studio Caparroz

260

Gestação

A gestação é dividida em três fases: período pré-embrionário, período


embrionário e período fetal.
CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: MOORE, K. L.; PERSAUD, T.
V. N. Embriologia básica. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. p. 7, 59, 71, 76,
95, 104. CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Studio Caparroz

261

Período pré-embrionário (da fertilização à terceira semana)

A. Nas duas primeiras semanas, ocorre a fertilização, o início das clivagens, a


formação da mórula e do blastocisto e a nidação. Na terceira semana, inicia-se
a gastrulação, seguida da neurulação e a formação da notocorda. O
dobramento das camadas germinativas formam as pregas cefálica e caudal. Ao
final da terceira semana, o embrião tem entre 1,5 e 3 mm de comprimento.

Período embrionário (da quarta à oitava semana)

B. As pregas cefálica e caudal tornam o embrião encurvado. Surgem brotos


dos membros superiores e inferiores, e ocorre o início do desenvolvimento do
coração, dos olhos e das orelhas. Ao final da quarta semana, o coração já
bombeia sangue e o embrião tem entre 4 e 6 mm de comprimento

Período embrionário

C. Com o desenvolvimento do encéfalo, coração, fígado, membros superiores e


inferiores, orelhas, nariz e olhos, o embrião toma a aparência humana. A
genitália ainda não está formada completamente, sendo difícil a sua
identificação. Observa-se a saliência do cordão umbilical e a eminência caudal
desapareceu. Ocorrem os primeiros movimentos voluntários dos membros. Ao
final da oitava semana, o embrião tem entre 2,7 e 3,1 cm de comprimento.

Período fetal (da nona semana até o nascimento)

D. Ao entrar na 9a semana, o embrião passa a ser chamado feto. Não é


possível diferenciar a genitália até o final dessa semana, e a cabeça tem
metade do tamanho do corpo. Na 10a semana, as alças do intestino se
encontram próximas ao cordão umbilical e, na 11a semana, elas regridem para
a cavidade abdominal. Na 12a semana, inicia-se o processo de ossificação,
principalmente no crânio e nos ossos longos (fêmur e úmero). A formação da
urina se inicia entre a 9a e a 12a semana. Ao final da 12a semana, o feto tem
aproximadamente 8,7 cm de comprimento.
Período fetal

E. Da 12a à 16a semana, o crescimento do corpo é acelerado. Os movimentos


dos membros, iniciados na 14a semana, somente são visíveis pelo exame de
ultrassom. Nesse período, a genitália já é bem visível para identificação, e se
inicia o movimento dos olhos. Da 17a à 20a semana, a mãe pode começar a
perceber os movimentos fetais. Na 20a semana, o feto está coberto por uma
camada de gordura que ajuda a proteger a pele sensível contra constantes
fricções. As unhas, as sobrancelhas e o cabelo estão presentes ao final da 24a
semana. Nessa fase, o feto tem aproximadamente 23 cm de comprimento.

Período fetal

F. Na 26a semana, os olhos estão abertos e, até a 29a semana, os pulmões do


feto adquirem capacidade de realizar trocas gasosas. Mas caso o feto nasça
nesse período, são necessários cuidados intensivos. Entre a 35a e a 38a
semana, a velocidade de crescimento do feto é reduzida conforme se aproxima
o momento do parto. Com 38 semanas, o feto atinge em média 50 cm e tem
massa de aproximadamente 3,4 kg.

262

Gêmeos

Os gêmeos são casos de gestação múltipla, ou seja, dois embriões se


desenvolvem ao mesmo tempo no interior do útero materno. Esse tipo de
gestação pode ocorrer de duas maneiras diferentes. Uma delas é quando dois
ovócitos são fertilizados e ocorre a formação de gêmeos dizigóticos, ou
gêmeos fraternos. A outra forma é quando um ovócito fertilizado forma um
zigoto, que se divide e forma dois embriões, mas somente uma placenta.*
Nesses casos, temos os gêmeos monozigóticos, ou gêmeos idênticos.

Boxe complementar:

A formação de gêmeos

Gêmeos dizigóticos

Esses gêmeos podem ser do mesmo sexo ou sexos diferentes e, por se


desenvolverem a partir de zigotos diferentes, não são idênticos. Durante o
desenvolvimento dos gêmeos fraternos, são formadas duas placentas, que
podem ou não estar unidas. A incidência de gêmeos fraternos é hereditária, ou
seja, as mulheres de famílias que tenham gêmeos fraternos possuem três
vezes mais chances de repetir esse tipo de gestação.

Gêmeos monozigóticos

Na fase de blastocisto, a massa celular interna se divide e são formados dois


embriões que se desenvolvem em uma mesma placenta. A divisão também
pode ocorrer em fases iniciais das clivagens e, nesse caso, os embriões terão
placentas separadas. Assim, os gêmeos idênticos são do mesmo sexo e
geneticamente idênticos, o que os torna muito parecidos fisicamente.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V.


N. Embriologia básica. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. p. 116-117.
CRÉDITO: Studio Caparroz

Fim do complemento.

Gêmeos siameses

Os gêmeos conjugados, também chamados de xifópagos ou gêmeos


siameses, nascem unidos por alguma parte do corpo, como o tórax, a cabeça,
a face e as costas.

A taxa de sobrevivência dos gêmeos siameses é muito baixa, pois muitos


morrem ainda durante a gestação. Quando eles sobrevivem, em alguns casos,
podem ser separados por meio de cirurgia, mas o sucesso desse procedimento
depende da região do corpo que os une e se não apresentam nenhum órgão
em comum.

Mas por que isso acontece? Em alguns casos, o embrião divide-se em dois
originando os gêmeos monozigóticos (idênticos). No entanto, quando essa
divisão é incompleta, ocorre a formação dos gêmeos siameses. Há também a
hipótese de que ocorre separação completa dos embriões, que depois se
fundem em algum momento do desenvolvimento.

LEGENDA: Alguns gêmeos conjugados não são separados e vivem unidos por
toda a vida, como os irmãos Chang e Eng Bunker (1811-1874).** Eles
nasceram em Sião (ou Siam), atual Tailândia, e, por isso, eram chamados
siameses.

CRÉDITO: The Granger Collection, New York/Glow Images

*É mais raro, porém pode acontecer de gêmeos monozigóticos serem gerados


em placentas separadas.

**Eles se casaram com mulheres diferentes e tiveram 21 filhos ao total.

263

Biologia e Saúde

Pré-natal

O pré-natal é o acompanhamento da gravidez, realizado por um grupo de


profissionais especializados, como médicos, enfermeiras, psicólogos, dentistas,
fisioterapeutas e assistentes sociais. As consultas permitem reduzir os
possíveis riscos à saúde da mãe e do bebê, garantindo-lhes mais tranquilidade
e segurança durante toda a gravidez.

Segundo o Ministério da Saúde, toda gestante tem direito a consultas e


exames pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e é importante que ela faça pelo
menos seis consultas médicas durante o período gestacional e uma após o
parto.

Antes da gravidez, algumas mulheres já apresentam problemas como


hipertensão arterial, diabetes, anemia e infecção urinária. Nesses casos, é
necessário mais atenção durante a gravidez. Mesmo mulheres saudáveis, sem
nenhuma dessas complicações, podem adquiri-las durante a gestação. Dessa
maneira, realizar os exames durante o pré-natal garante que as mulheres
recebam o tratamento necessário para assegurar o bem-estar de sua vida e do
seu filho.

Em cada consulta, é essencial que o médico observe o tamanho da barriga da


gestante, ouça os batimentos cardíacos do bebê e faça a ultrassonografia para
acompanhar o desenvolvimento embrionário e fetal.

Durante o pré-natal, também são realizados exames que identificam a


contaminação por doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Em caso de
resultado positivo, o tratamento deve ser iniciado imediatamente, a fim de evitar
que essas doenças comprometam o desenvolvimento e a saúde do bebê.

LEGENDA: Médica fazendo exame de ultrassonografia em gestante. Nesse


exame, é possível verificar o sexo do bebê, escutar os batimentos cardíacos e
estimar o crescimento.

CRÉDITO: Ian Lishman/Juiceimages/Diomedia

Vale destacar que, nesse período, é muito importante a participação do pai do


bebê, pois isso possibilita a formação de um vínculo entre pai, mãe e filho.

Ainda no período gestacional, as grávidas devem ter uma alimentação


saudável, dormir bem, praticar exercícios físicos leves, com autorização
médica, e não consumir álcool, cigarro, medicamentos sem a autorização
médica e drogas ilícitas. Dessa maneira, a gestante diminui os riscos e garante
uma gravidez segura e saudável.

LEGENDA: Enfermeira coletando sangue de gestante. Os exames de sangue


ajudam a detectar doenças e a prevenir possíveis problemas durante a
gestação.

CRÉDITO: Science Photo Library RF/Diomedia

264

Nascimento

Após o período gestacional de 38 semanas, o feto está pronto para o


nascimento, o qual é precedido pelo trabalho de parto, processo no qual o feto,
a placenta e suas membranas são expelidas do útero da mãe. O trabalho de
parto possui três estágios. Observe a seguir cada um deles.

· Estágio de dilatação : ocorrem contrações do útero e a dilatação do canal


cervical, porção estreita do útero que se une à porção final do canal vaginal.
Esse estágio pode durar de 6 a 12 horas.

· Estágio da expulsão: ocorre a expulsão do bebê do útero. Durante esse


processo, o próprio bebê gira no interior do útero, auxiliando sua saída. Essa
etapa pode durar de 10 minutos a algumas horas.
· Estágio placentário: a placenta se desloca da parede uterina e passa pelo
canal da vagina. Nesse estágio, as contrações musculares do útero fazem
cessar a saí da de sangue dos vasos sanguíneos desse órgão. Esse estágio
pode durar entre 5 e 30 minutos ou mais.

LEGENDA: Nascimento por parto normal.

CRÉDITO: Frédéric Astier/Science Source/Latinstock

Todo esse processo é chamado parto, também conhecido como parto natural
ou parto normal. Observe o esquema a seguir.

Boxe complementar:

Parto natural

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: MOORE, K. L.; PERSAUD, T.


V. N. Embriologia básica. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. p. 105.
TORTORA, G. J. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 4. ed.
Porto Alegre: Artmed, 2000. p. 564. CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Angelo
Shuman

Fim do complemento.

265

Algumas situações podem impedir a realização do parto natural, por exemplo, a


contração uterina ineficiente para expulsar o feto; os sangramentos intensos
anteriores ao parto; o deslocamento prematuro da placenta; o tamanho do
bebê em relação à abertura da pelve da mãe.

Nesses e em outros casos, o médico pode definir a necessidade de realizar


uma cesariana, ou cesárea. Nesse procedimento, realiza-se um corte cirúrgico
no abdome da mãe para a retirada do bebê.

Na cesárea, em relação a um parto normal, tanto a mãe quanto o bebê estão


expostos a maiores riscos de infecções e hemorragias.

LEGENDA: Realização de parto do tipo cesárea.

CRÉDITO: Burger/Phanie/Science Source/Latinstock

Glossário:
Pelve: cavidade formada pelos ossos do quadril.

Fim do glossário.

Biologia e Saúde

Cesarianas: qual é o problema?

A escolha do tipo de parto é uma dúvida frequente das mulheres durante a


gestação. Em alguns países do mundo, principalmente no Brasil, por diversas
razões, mulheres e médicos têm optado pela cesariana.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que apenas 15% dos


partos sejam por cesariana, ou seja, só em casos realmente necessários. No
entanto, no Brasil, a cesariana aumentou muito. A Pesquisa Nacional da Saúde
realizada em 2013, divulgada pelo Ministério da Saúde em parceria com o
IBGE, mostra que no Brasil 54% dos partos são cesarianas.

No ano de 2015, na tentativa de reduzir o número de cesáreas realizadas na


saúde suplementar brasileira, atendida por planos médicos, a Agência Nacional
de Saúde (ANS) criou uma resolução com o intuito de estimular o parto normal.
Já o Sistema Único de Saúde (SUS) segue as recomendações da OMS.

LEGENDA: Cartaz da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) do ano


de 2015 estimulando a realização do parto normal.

CRÉDITO: ANS/Ministério da Saúde/Governo Federal

266

Amamentação

A amamentação ou aleitamento materno alimenta e protege o bebê, além de


contribuir para o laço afetivo entre mãe e filho. O primeiro leite ingerido logo
após o nascimento é chamado colostro. Além de alimentar, o colostro possui
anticorpos responsáveis pelas primeiras defesas do bebê contra vírus e
bactérias.

Segundo a OMS, a amamentação deve ser a única fonte de alimento para o


bebê até os seis meses de idade.

Leia o texto abaixo sobre a importância da amamentação.

Amamentação traz benefícios para a mãe e o bebê


[...]

Os benefícios do aleitamento materno são inúmeros. Além de estar sempre


pronto, na temperatura certa e não custar nada, esse ato estimula o vínculo
afetivo entre a mãe e o bebê e é fundamental para a saúde de ambos. No caso
materno, a amamentação contribui para a recuperação do útero, diminuindo o
risco de hemorragia e anemia após o parto. O aleitamento materno também
ajuda a reduzir o peso e a minimizar o risco de desenvolver, no futuro, câncer
de mama e de ovário, doenças cardiovasculares e diabetes.

Para o bebê, além de ser de fácil digestão, o leite humano provoca menos
cólicas e a sucção colabora para o desenvolvimento da arcada dentária, da fala
e da respiração. Além disso, o leite funciona como uma vacina natural - que
não substitui o calendário básico de vacinação -, protegendo a criança contra
doenças como anemia, alergias, infecções, obesidade e intolerância ao glúten.

[...]

PORTAL BRASIL. Amamentação traz benefícios para a mãe e o bebê. 10 out.


2011. Saúde. Disponível em:
www.brasil.gov.br/saude/2011/10/amamentacaotraz-beneficios-para-a-mae-e-
o-bebe. Acesso em: 10 fev. 2016.

LEGENDA: Cartaz de campanha sobre Amamentação, veiculada pelo


Ministério da Saúde em 2015.

CRÉDITO: Ministério da Saúde/Governo Federal

Boxe complementar:

Para saber mais sobre o aleitamento materno, acesse o site a seguir.

· http://tub.im/xa7qkq. Acesso em: 8 fev. 2016.

Fim do complemento.

Aborto natural

O aborto é a expulsão prematura do embrião/feto do útero. Ele pode ser


causado por diversos motivos, tais como: desenvolvimento anormal do embrião
ou da placenta, determinadas doenças, traumas causados por impactos ou
perfurações que afetem direta ou indiretamente a gestação, entre outros.
Cerca de um terço das fertilizações geram aborto antes que a mulher perceba
mudanças em seu corpo. Ele ocorre de maneira natural, ou seja, sem uma
causa evidente.

267

Biologia e Tecnologia

Testes de gravidez

Atualmente existem testes de gravidez vendidos em farmácias e que podem


ser feitos em casa. Mas como eles funcionam?

A gravidez é detectada quando há presença do hormônio gonadotrofina


coriônica humana (hCG) na urina. Após a implantação do embrião, esse
hormônio começa a ser produzido em grande quantidade pelas células do
blastocisto e é excretado na urina da mãe. Os testes de gravidez caseiros,
comercializados em farmácias, podem ser realizados após o atraso da
menstruação. No entanto, nesses casos, eles detectam pequenas
concentrações de hCG.

O mecanismo para detecção do hCG na urina é baseado na


imunocromatografia, método laboratorial que utiliza um sistema baseado em
anticorpos associados a corantes para detectar antígenos específicos,
formando complexos coloridos. Veja a seguir.

Boxe complementar:

Funcionamento do teste de gravidez

O teste é feito em um dispositivo em formato de bastão. Em uma das


extremidades, existe uma membrana absorvente que contém anticorpos anti-
hCG associados a corantes.

Na área de revelação do teste, há uma janela de visualização, onde anticorpos


anti-hCG estão fixos.

A membrana absorvente é colocada em contato com a urina por alguns


segundos. Se a urina contiver hCG, aparecerão duas faixas* coloridas na
janela, confirmando o teste positivo. Se a urina não contiver hCG, haverá
somente uma faixa colorida na janela, chamada de faixa controle, indicando
que não há gravidez.

LEGENDA: No teste negativo, somente a faixa controle é visível.

LEGENDA: Duas faixas visíveis no teste positivo.

Fim do complemento.

O mecanismo de visualização dessas faixas deve-se à especificidade dos


anticorpos da membrana. Há dois tipos de anticorpos: os monoclonais e os
policlonais. Os monoclonais possuem uma região de ligação específica ao
hormônio hCG. Já os policlonais podem interagir com os diversos antígenos
presentes na urina. Na membrana absorvente, os anticorpos se unem aos
antígenos da urina. Os complexos formados são transportados por capilaridade
até o centro do bastão, onde se juntam aos anticorpos fixos e formam as faixas
que indicam o resultado do teste.

Assim, independentemente da presença de hCG, os anticorpos policlonais


interagem com a urina, produzindo complexos que formam a faixa controle na
janela de visualização. Quando há hCG na urina, os anticorpos monoclonais
interagem com o hormônio, e o complexo formado é transportado pela
membrana absorvente até a janela de visualização, onde forma a faixa que
indica o resultado positivo do teste.

*Existem aparelhos em que aparecem duas faixas cruzadas indicando o teste


positivo. Há outros que mostram, digitalmente, o tempo estimado de gravidez.

268

Biologia e Saúde

Teratogênese

A teratogênese refere-se à ocorrência de malformações no embrião durante o


desenvolvimento. Elas são consequência do efeito dos teratógenos,
substâncias que, se ingeridas pela gestante, prejudicam a formação do
embrião/feto. Como exemplos de teratógenos, podemos citar o cigarro, o
álcool, as drogas ilícitas e certos medicamentos.
A ação dos teratógenos tem mais efeito durante as primeiras semanas do
desenvolvimento. Até a 8ª semana de gestação, os principais órgãos e regiões
corporais estão em formação, tornando, assim, o embrião suscetível a
deformações.

O primeiro teratógeno a ser descoberto foi a talidomida, um sedativo


amplamente utilizado na década de 1960. Nessa época, as crianças cujas
mães faziam uso desse medicamento apresentavam malformações nos
membros, que nasciam reduzidos. Algumas delas tinham focomelia, condição
na qual as mãos e os pés parecem surgir a partir dos ombros e dos quadris,
respectivamente. Outras apresentavam a amelia, condição na qual esses
membros eram inteiramente ausentes. O nascimento dessas crianças alarmou
a comunidade médica, que investigou as substâncias ingeridas pelas mães
durante a gravidez e constatou que a talidomida era a causadora desses
efeitos. Hoje, esse medicamento é utilizado no tratamento de hanseníase e de
algumas doenças sexualmente transmissíveis, porém sua utilização por
mulheres em idade fértil é proibida.

Atualmente, sabe-se que manter certos hábitos durante a gravidez pode ser
prejudicial tanto à mãe quanto ao embrião/feto. Exemplos disso são as mães
fumantes, as quais geram fetos que apresentam problemas no crescimento, em
virtude do contato com substâncias liberadas pela fumaça do cigarro no
organismo materno e transmitidas ao embrião via placenta. Uma dessas
substâncias é a nicotina, que, em alta concentração no sangue, induz a
constrição dos vasos sanguíneos do útero, diminuindo o fluxo sanguíneo e,
consequentemente, o suprimento de gás oxigênio e nutrientes para o embrião.
Outra substância liberada pelo cigarro é o monóxido de carbono, gás que
prejudica o transporte do gás oxigênio do sangue para os tecidos da mãe e do
feto.

Além desses problemas, o tabagismo durante a gestação traz outros


agravantes. A gestante tem mais chances de sofrer um aborto espontâneo ou
parto prematuro, além de outras complicações que podem ocorrer durante o
parto. Os filhos de mães gestantes podem nascer abaixo da massa corporal
esperada e apresentar problemas de crescimento, aumentando o risco de
morte na infância.
É importante ressaltar que, nos casos em que a gestante é fumante passiva, ou
seja, convive com pessoas fumantes, o desenvolvimento do embrião/feto
também é prejudicado.

LEGENDA: Capa do folheto da campanha de combate ao tabagismo, veiculada


em 2015 pelo Ministério da Saúde.

CRÉDITO: Ministério da Saúde/Governo Federal

269

Outro exemplo de teratógeno é o álcool. Consumi-lo em qualquer quantidade


no início da gravidez pode afetar o desenvolvimento do sistema nervoso
central. Além disso, pode induzir a síndrome do alcoolismo fetal (SAF), na qual
a criança apresenta problemas de crescimento, menor desenvolvimento
mental, microcefalia (malformação da cabeça e do cérebro), anomalias na face
e nas articulações inferiores. Dificuldades comportamentais e de aprendizagem
também podem ser observadas em crianças cujas mães ingerem álcool
durante a gestação, uma vez que afeta o desenvolvimento do cérebro que
apresenta um longo período de vulnerabilidade à ação dos teratógenos.

Drogas consideradas ilícitas no Brasil também são teratógenos. No período


gestacional, o uso de ácido lisérgico (LSD) causa deformações nos membros e
anomalias no sistema nervoso dos embriões/fetos. Já a cocaína é ainda mais
agressiva, pois induz ao aborto espontâneo, ao nascimento prematuro, ao
atraso no crescimento e à ocorrência de distúrbios comportamentais. O crack,
por sua vez, pode causar dependência no bebê, ou seja, a criança já nasce
com sintomas de abstinência.

Outros teratógenos podem ser de natureza física, destacando-se os métodos


de radiação ionizante (possui alta energia e pode alterar átomos e moléculas),
que afetam o desenvolvimento do feto de acordo com a intensidade das doses
às quais ele é submetido durante a gestação. Por isso, altas dosagens podem
lesionar as células do embrião, induzindo quebras nas moléculas de DNA que
alteram sua estrutura, prejudicando seu desenvolvimento. Os efeitos da
radiação ionizante em fetos são muito marcantes na parte central do sistema
nervoso, podendo levar a quadros de atraso mental e formação incompleta da
coluna vertebral. Outras anomalias como microcefalia, malformação das
vísceras, dos membros, do esqueleto e da boca também são observadas. No
entanto, é válido destacar que exames como radiografias e ultrassom, comuns
na gravidez, não apresentam riscos ao feto, pois a dosagem de radiação
emitida é muito pequena.

Alguns medicamentos também podem ser teratogênicos. As pílulas


anticoncepcionais, por exemplo, se tomadas durante o início da gravidez,
podem induzir à síndrome Vacterm, que corresponde a anomalias vertebrais,
anais, cardíacas, traqueais, esofágicas, renais e dos membros.

Certos antibióticos também podem ter efeitos teratogênicos. Em altas


concentrações, alguns desses medicamentos podem induzir deficiência
auditiva, manchas amareladas nos dentes e ossos do feto.

LEGENDA: Gestantes não devem ingerir álcool.

CRÉDITO:Macrovector/Shutterstock.com

LEGENDA: As gestantes só devem tomar medicamentos sob supervisão


médica, para evitar efeitos indesejáveis e prejuízos ao feto.

CRÉDITO: kryzhov/Shutterstock.com

270

Atividades

Responda as atividades no caderno.

1. O que é determinante para indicar o tipo de ovo e o tipo de segmentação


que ele irá sofrer após a fertilização?

2. Em que consistem os processos de blastulação e gastrulação?

3. Em qual momento do desenvolvimento embrionário o blastóporo é formado?


Nos cordados, ele origina qual estrutura?

4. Que estrutura será formada a partir do arquêntero? Explique como isso


ocorre.

5. Cite as principais diferenças entre os três períodos da gestação humana.

6. No caderno, descreva cada uma das etapas do parto natural.

7. Que porção do blastocisto origina o embrião propriamente dito?


8. Alguns anexos embrionários dos seres humanos possuem destino diferente
dos encontrados em aves e répteis. Esta afirmação é verdadeira? Justifique.

9. Em que consiste a nidação?

10. De qual parte do blastocisto se originam as vilosidades coriônicas que


garantirão a fixação do embrião na parede uterina?

11. Qual anexo embrionário origina a placenta?

12. Relacione as informações das três colunas referentes ao tipo de


segmentação do ovo.

Primeira coluna:

I ) Holoblástica.

II ) Meroblástica.

Segunda coluna:

a) telolécito

b) oligolécito

c ) centrolécito

d) heterolécito

Terceira coluna:

1 ) ouriço-do-mar

2) besouro

3) galinha

4) salamandra

13. Leia o trecho da notícia a seguir e responda às questões.

Cientistas descobrem baleias gêmeas siamesas no México

Cientistas do México descobriram filhotes de baleias gêmeas siamesas no


domingo (5).

[...]
Infelizmente, as baleias siamesas não sobreviveram. É provável que isso tenha
acontecido porque a carcaça das gêmeas era de apenas 2,1 metros de
comprimento. Baleias normais recém-nascidas têm entre 3,6 m e 4,8 metros e
podem chegar a 14,9 metros quando adultas.

[...]

DARAYA, Vanessa. Cientistas descobrem baleias siamesas no México.


Exame, São Paulo, 7 jan. 2014. Tecnologia. Disponível em:
http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/cientistas-descobrem-baleias-
gemeas-siamesas-no-mexico. Acesso em: 17 fev. 2016.

a) Além do ser humano, é possível observar a formação de gêmeos siameses


em vários animais, como mostra o trecho da notícia. O que ocorre durante a
formação dos gêmeos siameses?

b) Na maioria das gestações múltiplas, o desenvolvimento dos fetos ocorre de


maneira normal, como nos casos de gêmeos fraternos e gêmeos idênticos.
Como eles são formados?

14. O hemangioma é um tumor benigno dos vasos sanguíneos. Comum na


infância, ele aparece logo nas primeiras semanas de vida do recém-nascido,
podendo desaparecer espontaneamente até os 10 anos idade. Com base nos
seus conhecimentos sobre o desenvolvimento embrionário, responda às
questões.

a) Qual camada germinativa origina os vasos sanguíneos?

b) Em qual etapa do desenvolvimento embrionário essa camada germinativa se


forma?

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

271

15. No caderno, relacione os folhetos embrionários com as respectivas


estruturas e órgãos que eles originam.

a ) Endoderme.

b ) Ectoderme.
c ) Mesoderme.

I ) Origina a epiderme, a retina do olho, as glândulas mamárias, a parte central


do sistema nervoso e a parte periférica do sistema nervoso.

II ) Origina os tecidos ósseo, muscular e cartilaginoso e órgãos como coração,


rim, ovários e testículos.

III ) Origina o epitélio de revestimento das vias respiratórias e do trato


gastrointestinal e órgãos como fígado e pâncreas.

16. O PGD, diagnóstico genético pré-implantacional, é uma técnica utilizada na


fertilização in vitro, que permite detectar alterações no embrião antes de sua
implantação no útero. Esse processo consiste na retirada de um blastômero do
embrião no terceiro dia de desenvolvimento, ou em mais células no quinto dia.
Alguns casais, mesmo sem problemas de infertilidade, procuram as clínicas de
fertilização in vitro na tentativa de gerar filhos que não tenham alterações
cromossômicas e não desenvolvam doenças hereditárias.

a ) No PGD, o geneticista retira o blastômero do embrião no terceiro ou no


quinto dia do desenvolvimento. Que etapas embrionárias ocorrem nesse
período?

b ) Converse com seus colegas sobre a atitude de alguns pais em escolher


embriões antes de engravidar. Lembrem-se de discutir as questões éticas e de
saúde envolvidas nessas situações.

Atenção professor: Em casos de casais que tenham filhos portadores de


anemias graves, o Conselho Federal de Medicina permite a escolha de
embrião que seja compatível com o irmão, que precisa de transplante de
medula óssea. Fim da observação.

17. Veja o trecho da história em quadrinhos abaixo.

[...]

[...]

FONTE: ZIRALDO. O melhor do menino Maluquinho em quadrinhos 3: tudo em


família. São Paulo: Publifolha, 1998. p. 68-69. CRÉDITO: Ziraldo
a ) Nos segundo e quinto quadrinhos, Maluquinho sugere as etapas da
gestação humana. Quais são essas etapas?

b ) No último quadrinho, Maluquinho diz que o médico retirará o bebê. De que


maneira esse procedimento pode ser feito? Explique.

18. Observe a ilustração abaixo e responda às questões no caderno.

FONTE: Ilustração produzida com base em: MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V.


N. Embriologia básica. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. p. 95. CRÉDITO:
Studio Caparroz

a ) Identifique as estruturas indicadas pelas letras na ilustração.

b ) Descreva a importância de cada uma das estruturas indicadas.

272

19. Reescreva as frases a seguir no caderno, substituindo as letras pelas


palavras corretas.

a ) O encontro do ovócito com o espermatozoide pode ocasionar a A, formando


a primeira célula do novo ser vivo, chamada B.

b ) Depois de algumas horas, ela sofre a primeira clivagem, formando duas


células denominadas C.

c ) As clivagens continuam e, quando um aglomerado de células chega ao


útero, recebe o nome de D.

d ) Alguns dias após as primeiras clivagens ocorre a implantação no útero, um


fenômeno chamado E, quando o embrião já se encontra no estágio de F.

20. Observe os gráficos a seguir sobre as taxas de partos naturais e cesáreas


no Brasil e responda às questões no caderno.

Gráfico 1 - Porcentagem de partos na rede pública de saúde entre 2007 e 2011

CRÉDITO: Gráfico elaborado com base em: DATASUS. Indicadores e dados


básicos 2012. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/
idb2012/matriz.htm. Acesso em: 10 fev. 2016.

Gráfico 2 - Porcentagem de partos na rede privada de saúde entre 2007 e 2011


CRÉDITO: Gráfico elaborado com base em: AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE.
Em seis meses, hospitais revertem taxas de cesáreas de 10 anos, 27 out.
2015. Disponível em:
www.ans.gov.br/aans/noticias-ans/qualidade-da-saude/3032-em-seis-
meseshospitais-revertem-taxas-de-cesareas-de-10-anos?
highlight=WyJnclx1MDBlMWZ pY28iLCJwYXJ0b3MiXQ==. Acesso em: 8 fev.
2016. CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Rafael Luís Gaion

a ) Com base no gráfico 1 , o que você pode concluir quanto à quantidade de


cesáreas?

b ) Explique as diferenças entre os dados dos gráficos 1 e 2.

c ) Qual é a causa dessas diferenças?

d ) Por que é recomendado o parto normal em vez da cesárea?

21. (Ufla) Assinale a alternativa correta:

a ) o arquêntero desenvolve-se em sistema respiratório.

b ) o blastóporo dá origem à cavidade oral em mamíferos.

c ) a formação do arquêntero caracteriza a fase de mórula do desenvolvimento


embrionário.

d ) o blastóporo é uma abertura que permite a comunicação do arquêntero com


o ambiente externo.

22. (UFGD) A figura abaixo representa o corte de um embrião de vertebrado na


fase de neurulação. As estruturas I, II , III e IV representam, respectivamente:

CRÉDITO: Somma Studio

a ) o tubo neural, notocorda, celoma e arquêntero.

b ) a notocorda, endoderma, celoma e mesoderma.

c ) a endoderma, celoma, tubo neural e notocorda.

d ) a mesoderma, celoma, arquêntero e endoderma.

e ) o tubo neural, notocorda, celoma e mesoderma.

273
23. (Udesc) Complete o texto com as palavras propostas nas alternativas.

"A primeira fase do desenvolvimento embrionário dos mamíferos, ou seja, ovo


_____ , é a fase _____ de , onde no zigoto ocorrem consecutivas _____ em
que as células-filhas dividem entre si o vitelo da célula-mãe. O nome das
células que resultam das primeiras divisões no embrião são os blastômeros. O
zigoto é transformado em uma massa compacta de células chamada _____ ,
que passa a envolver uma cavidade interna cheia de líquido, passando a ser
denominada _____ .".

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de palavras que


completam o texto acima.

a ) oligolécito; segmentação; meioses; blástula; mórula.

b ) oligolécito; gastrulação; meioses; mórula; gástrula.

c ) megalécito; gastrulação; meioses; mórula; gástrula.

d ) megalécito; segmentação; mitoses; mórula; blástula.

e ) oligolécito; segmentação; mitoses; mórula; blástula.

24. (Ufla) Analise as proposições sobre o desenvolvimento embriológico em


mamíferos.

I ) A gástrula é caracterizada por apresentar dois blastômeros.

II ) O embrião torna-se uma blástula a partir da formação da blastocele.

III ) A mórula apresenta-se constituída por um aglomerado compacto de


dezenas de blastômeros.

IV ) A sequência correta do desenvolvimento embrionário é zigoto, gástrula,


mórula e blástula.

a ) Somente as proposições I e II são corretas.

b ) Somente as proposições II e III são corretas.

c ) Somente as proposições III e IV são corretas.

d ) Somente as proposições I e IV são corretas.

25. (UFMG) A ocorrência de gravidez na adolescência tem aumentado


consideravelmente. O conhecimento e o uso adequado de métodos
contraceptivos podem reverter esse problema. Em relação a esses métodos, é
CORRETO afirmar-se que:

a ) o diafragma impede a nidação da mórula.

b ) o dispositivo intrauterino, DIU, impede a chegada dos espermatozoides ao


útero.

c ) o método hormonal feminino, pílula, impede a ovulação.

d ) o método de tabela é eficiente se forem evitadas relações sexuais entre o


12º e o 14º dia do ciclo.

e ) o preservativo masculino, camisinha, tem ação espermicida.

Refletindo sobre o capítulo

A. Retome as respostas que você deu às questões da página 248 e as


complemente se necessário.

B. Observe novamente a fotografia do anfioxo, apresentada na página 253.


Esse animal é acelomado, pseudocelomado ou celomado? Explique.

C. Retome a resposta da questão 3 da página 257 e a complemente se


necessário.

D. Releia o conteúdo das páginas 264 e 265 e converse com seus colegas
sobre o parto natural e a cesárea.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

274

Trocando ideias

Gravidez na adolescência

A adolescência é uma fase da vida marcada por intensas mudanças. Ela se


inicia, aproximadamente, entre os dez e os doze anos de idade. Durante esse
período, várias transformações no corpo do jovem são aparentes,
principalmente em virtude das alterações hormonais.

A adolescência é uma etapa fundamental para o desenvolvimento humano,


pois é nela que ocorre a formação da identidade do indivíduo. Trata-se de uma
etapa de descobertas e desafios, de vivências e expectativas sociais diversas,
presentes e concretas. Durante esse período, há o despertar da sexualidade,
surgindo, assim, o interesse pelo namoro e o aumento do desejo sexual. Nesse
sentido, diante de todas essas mudanças, há uma questão importante: o risco
da gravidez não planejada.

Apesar de o corpo da menina se preparar para uma gravidez todos os meses,


engravidar precocemente pode trazer riscos à mãe e ao bebê, pois o corpo de
uma adolescente ainda não está completamente desenvolvido, inclusive seus
órgãos genitais. Entre os riscos de uma gravidez nessa fase da vida, podemos
citar: a pré-eclâmpsia, a anemia, a hemorragia e o parto prolongado. Em
alguns casos, esses problemas podem levar à morte materna.

Além das complicações físicas, a gravidez precoce ocorre em um momento no


qual a jovem está finalizando a construção da sua identidade e solidificando
suas relações com o mundo. Nesse sentido, a gravidez pode interferir em seu
dia a dia. A possibilidade de abandonar a escola é grande. Alguns estudos
mostram que mais de 30% das adolescentes abandonam a escola durante a
gestação, e a maioria não retorna, pois o bebê necessita de amamentação e
cuidado prolongado.

Diante dessa realidade, algumas adolescentes apresentam uma sensação de


vazio e, consequentemente, uma perda emocional. Inicialmente, a família pode
se assustar, levando a jovem a passar pela desconfiança das pessoas, já que
ela e seu parceiro não tomaram os cuidados necessários para evitar a
gravidez. Algumas jovens vivem a negação do pai da criança em relação à
paternidade, causando, muitas vezes, o fim do relacionamento.

Nesses momentos, apesar da redução de expectativas para seu futuro, é


importante que a jovem busque apoio das pessoas próximas.

LEGENDA: Adolescente grávida.

CRÉDITO: Andrey_Kuzmin/Shutterstock.com

Glossário:

Pré-eclâmpsia: hipertensão arterial desenvolvida durante a gestação.

Fim do glossário.
275

A decisão de iniciar a vida sexual na adolescência é única e deve ser


respeitada, cabendo à menina e ao menino a escolha do momento em que se
sintam preparados. Entretanto, essa escolha deve ser realizada com
consciência, pois o ato sexual sem o uso de um método contraceptivo pode
gerar uma nova vida, além do risco de contrair uma DST. Por isso, quando se
inicia a vida sexual, é importante a orientação de um médico e a realização de
exames clínicos.

LEGENDA: Jovem casal.

CRÉDITO: Syda Productions/Shutterstock.com

Se a gravidez ocorrer, é preciso que os jovens adaptem sua rotina à chegada


da criança, recebendo-a e acolhendo-a. É fundamental, ainda, que a mãe
tenha os mesmos cuidados pré-natais que as gestantes adultas e o
acompanhamento médico adequado.

a ) É fundamental que o jovem avalie sua vida antes de iniciar a prática sexual.
Além de conhecer os métodos contraceptivos, ele deve pensar até que ponto
modificaria sua vida por um filho. Sobre esse assunto, converse com seus
colegas sobre os itens a seguir.

- Até que ponto você modificaria sua vida por um filho?

- Em sua opinião, seus pais teriam a obrigação de ajudá-lo caso você tivesse
um filho?

- Como você sustentaria financeiramente uma criança?

- Qual é a sua prioridade, os estudos, seus amigos, o(a) namorado(a)?

- Como seus pais reagiriam se você tivesse um filho?

b ) Leia o trecho do texto a seguir.

Campanhas educativas previnem a gravidez precoce no país

[...] Segundo a Organização Mundial da Saúde, 22% dos adolescentes fazem


sexo pela primeira vez aos 15 anos de idade. É nesta fase importante de
autoconhecimento e incertezas que a falta de informação pode gerar uma
gravidez inesperada ou mesmo a contaminação por doenças sexualmente
transmissíveis.

[...] mais que educação sexual, as crianças precisam de uma educação para a
vida. "Antes da puberdade, elas precisam aprender que podem realizar seus
sonhos por meio dos estudos, do trabalho e da construção de um longo projeto
de vida", e o namoro, por melhor que seja aos 15 anos, não deve atrapalhar
esse projeto [...].

PORTAL BRASIL. Campanhas educativas previnem a gravidez precoce no


país. 24 abr. 2012. Saúde. Disponível em:
www.brasil.gov.br/saude/2012/04/campanhas-educativas-previnem-a-gravidez-
precoce-no-pais. Acesso em: 10 fev. 2016.

· Você já viu alguma das campanhas educativas citadas no título do texto?

· Em sua opinião, essas campanhas têm efeito? O que poderia ser modificado?

· Você concorda com o segundo parágrafo? Converse sobre isso com os


colegas.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

276

Explorando o tema

Planejamento familiar: mudanças na população brasileira

Observe as fotografias a seguir.

LEGENDA: Família retratada na década de 1940.

CRÉDITO: Alfred Eisenstaedt/Getty Images

LEGENDA: Família retratada na atualidade.

CRÉDITO: Volt Collection/Shutterstock.com

A população brasileira vem acompanhando as transformações


socioeconômicas do século XX. Nesse sentido, percebe-se que a sociedade
com predomínio rural e agrário tem dado espaço a uma sociedade urbana cuja
economia centraliza-se na indústria e no setor de serviços. Paralelamente a
essas transformações, ocorreu um aumento significativo na quantidade de
habitantes, em virtude de fatores como a diminuição da taxa de mortalidade da
população.

População brasileira em 1940, 1996 e 2015

FONTE: Gráfico elaborado com base em: IBGE. Tendências demográficas:


uma análise da população com base nos resultados dos censos demográficos
1940 e 2000. Disponível em:
www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/tendencia_
demografica/analise_populacao/1940_2000/. Acesso em: 10 fev. 2016.
CRÉDITO: Rafael Luís Gaion

Ao analisarmos o gráfico ao lado, podemos notar que, a partir de 1940, a


população brasileira era de 41 milhões de habitantes; em 1996, passou para
cerca de 156 milhões de pessoas; e, em 2015, ultrapassou 204 milhões de
habitantes. Assim, nota-se que houve um crescimento da população. Além da
diferença de quantidade de pessoas, a composição das famílias também
mudou. Por exemplo, em 1940, 80% da população residia nas áreas rurais ou
pequenas cidades e o número de filhos era de cerca de 6 a 9 crianças por
família. Já no ano de 2015, 84%* da população é urbana e as famílias
possuem, em média, 1,9 filho.

Diante das mudanças socioeconômicas, uma grande parcela da população


rural migrou para as áreas urbanas. Cidades como Rio de Janeiro e São Paulo
foram as que receberam maior quantidade de famílias em busca de emprego e
oportunidades de melhores condições de vida.

*Dados do IBGE. Uma pesquisa apoiada pelo Ministério do Desenvolvimento


Agrário calcula que 36% da população brasileira é rural.

277

No ano de 2000, o Censo mostrou as principais mudanças ocorridas na família


brasileira. As mulheres já eram responsáveis financeiramente por 26,5% dos
domicílios do país. A desaceleração do crescimento e a recomposição etária da
população brasileira são resultado da menor fecundidade das mulheres, que
geraram menos filhos, e no declínio da taxa de mortalidade. Veja um
comparativo dos principais fatores que, no decorrer dos últimos 70 anos,
contribuíram para a formação do novo perfil da família brasileira. Em seguida,
leia o trecho de uma notícia e responda às questões.

Em 1940...

· o homem mantinha o trabalho nas áreas rurais com o auxílio dos filhos, que
mantinham a renda familiar;

· quanto mais filhos o casal tivesse, mais mão de obra havia;

· a mulher era dona de casa e responsável pelos cuidados da casa e dos filhos;

· não havia métodos contraceptivos químicos;

· as crianças raramente estudavam, pois havia pouca oferta e o acesso era


difícil;

· as taxas de natalidade e mortalidade eram elevadas.

Nos dias atuais...

· a mulher passou a trabalhar fora de casa;

· o uso do anticoncepcional permitiu maior controle na quantidade de filhos, já


que havia necessidade de a mulher trabalhar e ajudar na renda familiar;

· o acesso à escola aumentou, diminuindo a participação dos jovens no


trabalho;

· o custo de vida elevado nas áreas urbanas levou os casais a repensarem a


quantidade de filhos;

· as taxas de natalidade e de mortalidade diminuíram.

Brasileiras têm um terço dos filhos da década de 1940

[...] A população brasileira está cada vez mais envelhecida por causa da
diminuição do número de nascimentos no país. Os casais brasileiros têm, em
média, 1,9 filho agora, enquanto essa marca superava os 6,1 filhos 70 anos
atrás, na década de 1940. Os dados estão em um estudo divulgado pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) [...].

BRASILEIRAS têm um terço do número dos filhos da década de 1940. R7, São
Paulo, 17 out. 2012. Notícias. Disponível em:
http://noticias.R7.com/brasil/noticias/brasileira-tem-um-terco-dos-filhosda-
decada-de-1940-20121017.html. Acesso em: 10 fev. 2016.

CRÉDITO: Markus Mainka/Shutterstock.com

a ) O que é possível concluir ao observar as fotografias da página anterior?

b ) Que consequências a diminuição na quantidade de pessoas por família


acarreta ao futuro socioeconômico do país?

c ) Realize uma entrevista com seus avós ou pessoas que tenham mais de 60
anos de idade. Elabore questões como: quantos irmãos(ãs) você teve?;
quantos filhos(a) imaginou que teria e quantos de fato teve?; considera que a
família reduziu com o passar do tempo?; todos tiveram a oportunidade de
estudar? Por fim, apresente o resultado da entrevista aos colegas e conversem
sobre as mudanças que ocorreram em suas famílias ao longo das gerações.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

278

Ampliando seus conhecimentos

Para ler

· Crick, Watson e o DNA em 90 minutos. Paul Strathern. Rio de Janeiro: Jorge


Zahar, 2001.

CRÉDITO: Editora Companhia das Letras

· Dicionário Mulheres do Brasil, de Schuma Schumaher e Érico Vital Brazil


(Org.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000.

Por meio de relatos minuciosos e contextualizados, esse livro retrata 500 anos
de luta e conquista dos direitos das mulheres, resgatando histórias de talento,
pioneirismo e reconhecimento público. Além disso, mostra que, em todas as
épocas, a despeito do preconceito e das imposições culturais, a mulher sempre
teve voz ativa, mostrando sua força e inteligência.

· Eu Não Sou Assim! Como Encarar as Mudanças do Corpo na Adolescência,


de Véronique Le Jeune e Philippe Eliakim. São Paulo: Ática, 2010.

CRÉDITO: Editora Zahar


· Eu sou Malala: a história da garota que defendeu o direito à educação e foi
baleada pelo Talibã, de Malala Yousafzai. São Paulo: Cia das Letras, 2013.

Esse livro mostra a história de uma família exilada pelo terrorismo islâmico do
Talibã que luta pelo direito à educação feminina e pela diminuição dos
obstáculos à valorização da mulher em uma sociedade em que os homens
detêm o poder. Malala, uma garota comum de 16 anos, influenciada pelo pai
revolucionário, recusou-se a permanecer em silêncio e, em 2012, foi baleada
na cabeça quando voltava da escola. A partir desse incidente, Malala passou a
contar sua história ao mundo, o que a levou a conquistar o Prêmio Nobel da
Paz.

· Iniciação à Astronomia, de Romildo Póvoa Faria. São Paulo: Ática, 2009.

· O ABCD da Astronomia e Astrofísica, de Jorge Ernesto Horvath. 2. ed. São


Paulo: Livraria da Física, 2008.

· O Corpo das Garotas, de Jairo Bouer. São Paulo: Panda Books, 2004.

· O Corpo dos Garotos, de Jairo Bouer. São Paulo: Panda Books, 2006.

· O que está acontecendo aí embaixo? Respostas às perguntas que os


meninos acham difícil fazer, de Karen Gravelle e Nick e Chava Castro. São
Paulo: Cia das Letras, 2005.

· Origem e história da vida, de Fernando Gewandsznajder e Ulisses Capozzoli.


São Paulo: Ática, 2005.

· Por que choramos quando cortamos uma cebola?, de Teresa Firmino e


Filomena Naves. 1. ed. Lisboa: A Esfera dos Livros, 2012.

· Primeira vez, de Jairo Bouer. São Paulo: Panda Books, 2006.

· Sexo, sexualidade e doenças sexualmente transmissíveis, de Ruth de


Gouvêa Duarte. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2005.

279

· Sexo: a hora é agora? O que você precisa saber para tomar essa decisão, de
Fernanda Wendel. São Paulo: Ática, 2007.

· Sexualidade - um guia de viagem para adolescentes, de Cristina


Vasconcellos. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
· Vamos falar de sexualidade? São Paulo: Ciranda Cultural, 2009.

Para assistir

CRÉDITO: Filme de Peter Horton. A cura. EUA. 1995

· A Cura. Direção de Peter Horton, 1995. Cinematográfica Gipsy Ltda., Estados


Unidos. (110 min.) O filme retrata a amizade entre dois garotos, sendo um
deles HIV positivo, vírus contraído por meio de uma transfusão de sangue.

Com o anúncio da descoberta de uma suposta cura, os meninos partem em


uma aventura em busca do médico responsável.

Essa história mostra como os amigos superaram os preconceitos, além de


discutir a importância do respeito e do conhecimento científico sobre essa
síndrome.

CRÉDITO: Filme de Ron Howard. Apollo 13: do desastre ao triunfo. EUA. 1995

· Apollo 13. Direção de Ron Howard, 1995. Universal Pictures Brasil, Estados
Unidos. (140 min.)

Nesse filme é possível acompanhar o que ocorreu durante a Missão Apollo 13,
no ano de 1970, quando um acidente causado por uma explosão no módulo de
serviço deixou todos em estado de alerta. Os astronautas que sobrevoavam o
espaço aéreo terrestre corriam o risco de ficar sem gás oxigênio, energia e
comunicação. Esse enredo permite conhecer parte da história da corrida
espacial e como o ser humano estuda o Universo.

CRÉDITO: Filme de Jonathan Demme. Filadélfia. EUA. 1993

· Filadélfia. Direção de Jonathan Demme, 1993. Columbia Tristar Home Vídeo


do Brasil Ltda., Estados Unidos. (126 min.)

Um promissor advogado, portador do vírus HIV e homossexual, é demitido de


um tradicional escritório por preconceito, após seus sócios descobrirem sua
condição. Em busca de justiça, ele contrata os serviços de um advogado negro,
homofóbico e preconceituoso, que sofre racismo e reluta em defendê-lo. Diante
das adversidades, ambos encaram seus medos e preconceitos buscando
justiça. Nesse filme são evidentes as situações de preconceito, discriminação e
desinformação quanto à AIDS.
CRÉDITO: Filme de Toni Myers. Hubble 3D. Canadá. 2009

· Hubble 3D. Direção de Toni Myers, 2009. Canadá. (43 min.)

Esse documentário apresenta a missão da tripulação do ônibus espacial


Atlantis, que reparou e melhorou o Telescópio Espacial Hubble, o primeiro
telescópio óptico do mundo a orbitar o planeta Terra. Além das imagens
provenientes das duas décadas de atividades do telescópio, são mostradas
fotografias que remetem a uma viagem na linha do tempo do Universo. Essas
imagens permitem imaginar como ele teria se originado, tal como prevê a teoria
do Big Bang.

280

CRÉDITO: Filme de Jason Reitman. Juno. EUA. 2007

· Juno. Direção de Jason Reitman, 2007. SM Distribuidora de Filmes Ltda.,


Estados Unidos. (145 min.)

Juno é uma menina de 16 anos que engravida após a primeira relação sexual.
Sentindo-se incapaz de cuidar de um filho, ela decide deixá-lo, após o
nascimento, com uma família que cuide dele. Por meio desse enredo, o filme
mostra a visão de uma adolescente diante da gravidez inesperada, além de
seus sentimentos e conflitos com relação à gestação.

CRÉDITO: Filme de Clint Eastwood. Menina de ouro. EUA. 2004

· Menina de ouro. Direção de Clint Eastwood, 2004. Cannes Produções S/A.,


Estados Unidos. (137 min.)

Uma garota que deseja se tornar uma lutadora de boxe pede a um professor
machista que a treine. Após convencê-lo, ela passa a lutar, superando seus
limites e vencendo. Com a convivência, os dois passam a ter uma relação de
pai e filha e encontram apoio um no outro.

O filme retrata a luta das mulheres pela igualdade de direitos também no


esporte.

CRÉDITO: Filme de Pedro Antônio Paes. Minha gravidez de 12 meses. Brasil.


2007
· Minha gravidez de 12 meses. Direção de Pedro Antônio Paes, 2007. Videolar
S/A./Paramount Home Entertainment, Brasil. (56 min.)

Esse documentário traz orientações médicas para todas as etapas, desde


antes da concepção do bebê até o seu nascimento, e depoimentos de
profissionais de várias áreas da saúde. Nesse filme, além de acompanhar as
etapas da gestação, é possível ver as mudanças que acontecem com o corpo
da mulher durante esse período.

CRÉDITO: Filme de Tony Bancroft e Barry Cook. Mulan. EUA. 1998

· Mulan. Direção de Tony Bancroft e Barry Cook, 1998. Buena Vista Home
Entertainment Inc. / Videolar S/A., Estados Unidos. (88 min.)

Essa animação traz a história de Mulan, uma jovem valente na China antiga.
Quando o Exército Imperial passa a recrutar soldados para a guerra, ela teme
que convoquem seu pai, um homem idoso. Para evitar isso, Mulan se disfarça
de homem e o substitui. Após ser descoberta, a jovem tem que se esforçar
para mostrar que uma mulher é capaz de lutar tão bravamente quanto qualquer
homem e, assim, honrar seu pai e sua nação.

281

CRÉDITO: Filme de George Miller. O óleo de Lorenzo. EUA. 1993

· O óleo de Lorenzo. Direção de George Miller, 1993. Universal Pictures Brasil,


Estados Unidos. (93 min.)

Nesse filme é mostrada a batalha de uma família para salvar o filho de seis
anos que enfrenta diversos problemas neurológicos diagnosticados como ALD
(adrenoleucodistrofia), uma doença genética degenerativa cerebral raríssima,
que leva à morte em poucos anos. Por conta própria, os pais resolvem
pesquisar e descobrem, após estudos bioquímicos, uma mistura de óleos
capaz de impedir a progressão da doença.

CRÉDITO: Filme de Ridley Scott. Perdido em Marte. EUA. 2015

· Perdido em Marte. Direção de Ridley Scott, 2015. Fox Film do Brasil Ltda.,
Estados Unidos. (143 min.)
Durante uma missão ao planeta Marte, um astronauta desaparece após uma
tempestade e é dado como morto por seus colegas, que partem de volta à
Terra. Após perceberem que ele está vivo, os colegas planejam resgatá-lo.
Para sobreviver, o protagonista utiliza os poucos equipamentos que tem e
muita engenhosidade.

CRÉDITO: Filme de Eduardo Chauvet. O renascimento do parto. Brasil. 2013

· Renascimento do parto. Direção de Eduardo Chauvet, 2013. Circuito Cinearte


Ltda. / Espaço Filmes, Brasil. (90 min.)

Esse documentário apresenta as diferenças entre o parto normal e a cesárea


pelo olhar de especialistas, que relatam os riscos, os prejuízos, os mitos dos
tipos de nascimento, a dor do parto e o funcionamento do sistema obstétrico de
saúde nacional, entre outros fatores.

CRÉDITO: Filme de Céline Sciamma. Tomboy. EUA. 2011

· Tomboy. Direção de Céline Sciamma, 2011. Cannes Produções S/A., Estados


Unidos. (82 min.)

O filme traz a história de Laure, uma menina de 10 anos, que usa cabelo curto
e roupas consideradas masculinas. Quando sua família se muda para uma
nova cidade, ela se apresenta aos colegas como um menino. Esse filme
permite discutir e refletir sobre a questão da identidade de gêneros.

282

Espaços não formais de ensino-aprendizagem

Região Norte

Pará

· Centro de Ciências e Planetário do Pará

Rod. Augusto Montenegro, km 3

Belém - PA

e-mail: planetario.uepa@gmail.com

site: http://paginas.uepa.br/planetario/

Região Nordeste
Alagoas

· Observatório Astronômico Genival Leite Lima - Centro de Estudos


Astronômicos de Alagoas

Av. Fernandes Lima s/n

Maceió - AL

e-mail: ceaal.al@gmail.com

site: www.ceaal.org.br/observatorio

· Usina Ciência da Universidade Federal de Alagoas

Av. Lourival Melo Mota s/n

Maceió - AL

e-mail: usinaciencia@gmail.com

site: www.ufal.edu.br/usinaciencia/nucleos/astronomia

Bahia

· Museu de Ciência & Tecnologia - Universidade do Estado da Bahia

R. Silveira Martins, 2 555

Salvador - BA

e-mail: museu@listas.uneb.br

site: www.uneb.br/mct/acervo/

· Observatório Astronômico Antares - Museu Antares de Ciência e Tecnologia

R. da Barra, 925

Feira de Santana - BA

e-mail: observatoriouefs@gmail.com/ museuantares@gmail.com

site: https://sites.google.com/site/antaresobs2/home

· Planetário Museu Parque do Saber

R. Tupinambás, 275

Feira de Santana - Bahia


e-mail: museuparquedosaber@pmfs.ba.gov.br/

site: www.museuparquedosaber.ba.gov.br/

Ceará

· Museu do Eclipse

Praça do Patrocínio s/n Sobral - CE

site:
www.sobral.ce.gov.br/comunicacao/novo2/index.php?pagina=cidade/museu-
eclipse.php

· Planetário Rubens de Azevedo

R. Dragão do Mar, 81

Fortaleza - CE

e-mail: planeta@dragaodomar.org.br

site: www.dragaodomar.org.br/planetario

Maranhão

· Observatório Astronômico da Universidade Estadual do Maranhão

Campus Universitário Paulo VI

São Luís - MA

e-mail: obafis.uema@gmail.com

Paraíba

· Museu da Ciência

R. João Cyrillo s/n

João Pessoa - PB

site: www.joaopessoa.pb.gov.br/estacaocabobranco/museudaciencia/

283

· Planetário da Fundação Espaço Cultural da Paraíba

Av. Abdias Gomes de Almeida, 800

João Pessoa - PB
e-mail: planetario@funesc.com.br

Pernambuco

· Espaço Ciência Complexo de Salgadinho - Parque Memorial Arcoverde,


Parque 2

Olinda - PE

e-mail: comunicacaoec@gmail.com

site: www.espacociencia.pe.gov.br/

Rio Grande do Norte

· Museu de Ciências Morfológicas

Av. Senador Salgado, 3.000

Natal - RN

e-mail: mcm@cb.ufrn.br

site: www.mcm.cb.ufrn.br

Região Centro-Oeste

Distrito Federal

· Museu de Anatomia Humana

Campus Universitário Darcy Ribeiro, Asa Norte

Brasília - DF

e-mail: mah@unb.br

· Planetário de Brasília

Setor de Difusão Cultural, Via N1

(Eixo Monumental)

Brasília - DF

site: www.sect.df.gov.br/planetariodebrasilia/sobreoplanetario.html

Região Sudeste

Espírito Santo
· Museu de Ciências da Vida

Av. Fernando Ferrari, 514

Vitória - ES

e-mail: ufes.mcv@gmail.com

site: www.mcv.ufes.br/acervo

· Planetário de Parnamirim

Av. Castor Vieira Régis s/n

Parnamirim - RN

e-mail: planetario@parnamirim.rn.

gov.com.br

site: http://planetario.parnamirim.rn.gov.br/

Sergipe

· Casa de Ciência e Tecnologia da Cidade de Aracaju - Galileu Galilei

Av. Oviêdo Teixeira, 51 Aracaju - SE

e-mail: ccteca.planetario@yahoo.com.br

site: www.cctecaplanetario.blogspot. com/

Goiás

· Planetário da Universidade Federal de Goiás

Av. Contorno, 900

Goiânia - GO

site: www.planetario.ufg.br

Mato Grosso do Sul

· Observatório Solar Indígena

Rod. Dourados Itahum, km 12

Dourados - MS

e-mail: psilva@uems.br
· Observatório Astronômico da Universidade Federal do Espírito Santo

Av. Fernando Ferrari, 514

Vitória - ES

site: www.cce.ufes.br/observatorio/atividades.html

284

Minas Gerais

· Centro de Ciências da Universidade Federal de Juiz de Fora

R. Visconde Mauá, 300

Juiz de Fora - MG

site: www.ufjf.br/centrodeciencias/

· Museu de Ciências Morfológicas da Universidade Federal de Minas Gerais

Av. Antônio Carlos, 6 627

Belo Horizonte - MG

site: www.ufmg.br/rededemuseus/mcm/site/index.php?
option=com_frontpage&Itemid=1

· Observatório Astronômico

Frei Rosário e Planetário de Belo Horizonte

Caeté - MG.

e-mail: astrovis@fisica.ufmg.br

site: www.observatorio.ufmg.br/publico.htm

· Observatório do Pico Dos Dias Itajubá - MG

site: www.lna.br/opd/opd.html

Rio de Janeiro

· Fundação Planetária da Cidade do Rio De Janeiro

R. Vice-Governador Rubens Berardo, 100

Rio de Janeiro - RJ
site: www.planetariodorio.com.br

· Observatório Jiri Vlcek

R. Coronel Walter Kramer, 357

Campos dos Goytacazes - RJ

e-mail: crisnfer@iff.edu.br

São Paulo

· Catavento Cultural e Educacional

Av. Mercúrio s/n

São Paulo - SP

site: www.cataventocultural.org.br/home

· Estação Biologia

R. do Matão, 277

São Paulo - SP

e-mail: estacaobiologia@ib.usp.br

site: www.ib.usp.br/estacaobiologia/atividades/

· Museu de Anatomia

Distrito de Rubião Jr s/n

Botucatu - SP

e-mail: anatomia@ibb.unesp.br

site: www.ibb.unesp.br/#!/museu-escola/visitas-didaticas

· Museu de Anatomia Humana

Av. Prof. Lineu Prestes, 2 415

São Paulo - SP

e-mail: musanato@icb.usp.br

site: www.icb.usp.br/museu/

· Observatório Abrahão de Moraes


R. do Observatório s/n

Valinhos - SP

e-mail: observatorio@iag.usp.br

site: www.observatorio.iag.usp.br/

· Observatório Astronômico Dietrich Schiel

Av. Dr. Carlos Botelho, 1 465

São Carlos - SP

e-mail: cda@cdcc.usp.br

site: www.cdcc.sc.usp.br/cda/index.html

· Observatório Astronômico do Instituto de Aeronáutica e Espaço

Praça Mal. Eduardo Gomes, 50

São José dos Campos - SP

e-mail: observatorio.astronomico@iae.cta.br

site: www.iae.cta.br/observatorio/

· Observatório do Centro Integrado de Ciência e Cultura

Av. João Batista Vetorazzo, 500

São José do Rio Preto - SP

site: www.riopreturelazer.com.br/ estabelecimentodetalhesc-cultural-6-


centro+integrado+de+ciencia+e+ cultura-650

285

· Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade de São Paulo

Av. Miguel Stéfano, 4.200

São Paulo - SP

e-mail: parquecientec@usp.br

site: www.parquecientec.usp.br/

Região Sul
Paraná

· Museu Professor Carlos da Costa Branco

Rod. Celso Garcia Cid, PR 445, km 380

Londrina - PR

e-mail: anatomia@uel.br

site: www.uel.br/ccb/anat/pages/museu-didatico-professor-carlos-c.-branco.php

· Observatório Astronômico Andrômeda

R. Otília Suzana Schiel s/n

União da Vitória - PR

· Observatório Astronômico da Universidade Estadual de Londrina

Rod. Celso Garcia Cid, PR 445, km 380

Londrina - PR

site: www.uel.br/cce/mct/observatorio/index.htm

· Observatório Astronômico e Planetário do Colégio Estadual do Paraná

Av. João Gualberto, 250

Curitiba - PR

e-mail: oacep@cep.pr.gov.br

site: ww.cep.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=90

Rio Grande do Sul

· Laboratório de Astronomia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande


do Sul

Av. Ipiranga, 6.681

Porto Alegre - RS

site: www3.pucrs.br/portal/page/portal/fafisuni/fafisuniCapa/fafisuniAstronomia

· Planetário Municipal Prof. Benedito Rela

R. Antonio Ferraz Costa s/n


Itatiba - SP

e-mail: ecienciasitatiba@gmail.com

site: www.itatiba.sp.gov.br/Programas-e-Projetos/planetario-municipal-qprof-
benedito-relaq.html

· Observatório Astronômico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Av. Osvaldo Aranha s/n

Porto Alegre - RS

e-mail: astro@ufrgs.br

site: www.if.ufrgs.br/observatorio/index.html

· Planetário da Universidade de Caxias do Sul

R. Francisco Getúlio Vargas, 1 130

Caxias do Sul - RS

site: www.ucsminhaescolha.com.br/noticias/931/planetario-da-ucs-aproxima-
aastronomia-dos-alunos-e-da-comunidade-em-geral

· Planetário da Universidade Federal de Santa Maria e Museu Interativo de


Astronomia

Praça Santos Dumont, prédio 45

Santa Maria - RS

site: www.ufsm.br/planetario

Santa Catarina

· Observatório Astronômico da Universidade Federal de Santa Catarina

R. Roberto Sampaio Gonzaga s/n

Florianópolis - SC

e-mail: planetar@cfh.ufsc.br

site: http://observatorio.ufsc.br/

· Observatório Municipal Astronômico Domingos Forlin

R. Brasil, 883
Videira - SC

e-mail: observatoriovideira@hotmail.com

site: www.videira.sc.gov.br/site/conteudo_
sec_turismo_cultura_atrativos_observatorio.php

286

Bibliografia

ALBERTS, Bruce et al. Biologia molecular da célula. 5. ed. Porto Alegre:


Artmed, 2010.

ATTENBOROUGH, David. A vida na Terra. São Paulo: Martins Fontes, 1990.

CAMPBELL, Neil A.; REECE, Jane B. Biology. 8. ed. San Francisco: Pearson
Benjamin Cummings, 2008.

CANIATO, Rodolpho. O que é Astronomia. São Paulo: Brasiliense, 1989.

CARLSON, Bruce M. Embriologia humana e Biologia do desenvolvimento. 5.


ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.

CARVALHO, Anna Maria Pessoa de (Org.) et al. Ensino de Ciências: unindo a


pesquisa e a prática. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.

DÂNGELO, José G.; FATTINI, Carlo Américo. Anatomia humana básica. São
Paulo: Atheneu, 2006.

DELERUE, Alberto. O Sistema Solar. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002.

DELIZOICOV, Demétrio et al. Metodologia do Ensino de Ciências. 3. ed. São


Paulo: Cortez, 2009.

DURAN, José Enrique Rodas. Biofísica: conceitos e aplicações. 2. ed. São


Paulo: Pearson, 2011.

FIGUEIRÓ, Mary Neide Damico. Homossexualidade e educação sexual:


construindo o respeito à diversidade. Londrina: Editora da Universidade
Estadual de Londrina, 2007.

FURLANI, Jimena. Educação sexual na sala de aula: relações de gênero,


orientação sexual e igualdade étnico-racial numa proposta de respeito às
diferenças. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.
GARCIA, Sonia Maria Lauer de; FERNANDÉZ, Casimiro García. Embriologia.
3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.

GARTNER, Leslie P.; HIATT, J. L. Tratado de Histologia. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 1999.

GRIFFITHS, Anthony J. F. et al. Introdução à Genética. 9. ed. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 2008.

GUYTON, Arthur C. Tratado de Fisiologia Médica. 8. ed. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 1992.

HERLIHY, Barbara; MAEBIUS, Nancy K. Anatomia e Fisiologia do corpo


humano saudável e enfermo. Barueri: Manole, 2002.

JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchôa; CARNEIRO, José. Biologia celular e


molecular. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

. Histologia básica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.

KRASILCHIK, Myriam. Prática do Ensino de Biologia. 4. ed. São Paulo: Editora


da Universidade de São Paulo, 2008.

MARZOCCO, Anita; TORRES, Bayardo Baptista. Bioquímica básica. 3. ed. Rio


de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

MAYR, Ernst. Isto é Biologia: a ciência do mundo vivo. São Paulo: Companhia
das Letras, 2008.

287

McALESTER, A. Lee. História geológica da vida. São Paulo: Edgard Blücher,


1999. MILLER Jr., G. Tyler. Ciência Ambiental. São Paulo: Cengage Learning,
2006.

MOORE, Keith L.; PERSAUD, T. V. N. Embriologia básica. 6. ed. Rio de


Janeiro: Elsevier, 2004.

MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas. Dicionário enciclopédico de Astronomia


e Astronáutica. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995.

NELSON, David L.; COX, Michael M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 5.


ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
PARKER, Steve. O livro do corpo humano. Londres/São Paulo: DK/Ciranda
Cultural, 2007.

PAULSEN, Friedrich; WASCHKE, Jens. Sobotta: atlas de Anatomia humana.


23. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. 3 v.

PINTO, Ênio Brito. Orientação sexual na escola: a importância da


Psicopedagogia nessa nova realidade. São Paulo: Gente, 1999.

PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman
Editora, 2006.

PURVES, William K. et al. Vida: a ciência da Biologia. Porto Alegre: Artmed,


2002.

RAVEN, Peter H. Biologia vegetal. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,


2001.

ROCHA, Julio César. Introdução à Química Ambiental. 2. ed. Porto Alegre:


Bookman Editora, 2009.

RONAN, Colin A. História ilustrada da Ciência. Rio de Janeiro: Zahar, 2002. 4


v.

SNUSTAD, D. Peter; SIMMONS, Michael J. Fundamentos de Genética. 2. ed.


Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

SUPLICY, Marta. Papai, mamãe e eu: o desenvolvimento sexual da criança de


zero a dez anos. São Paulo: FTD, 1999.

TORTORA, Gerard J. Corpo humano: fundamentos de Anatomia e Fisiologia.


4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

VINAY, Kumar. Robbins: Patologia básica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

WEISSMANN, Hilda (Org.) et al. Didática das Ciências Naturais: contribuições


e reflexões. Porto Alegre: Artmed, 1998.

288

Lista de siglas

Enem - Exame Nacional do Ensino Médio

Fatec - Faculdade de Tecnologia


Fuvest-SP - Fundação Universitária para o Vestibular

PUCPR - Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Udesc - Universidade do Estado de Santa Catarina

UEM-PR - Universidade Estadual de Maringá

Uerj - Universidade do Estado do Rio de Janeiro

UFG-GO - Universidade Federal de Goiás

UFGD-MS - Universidade Federal da Grande Dourados

Ufla-MG - Universidade Federal de Lavras

UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais

UFMT - Fundação Universidade Federal de Mato Grosso

UFPA - Universidade Federal do Pará

UFPB - Universidade Federal da Paraíba

UFPR - Universidade Federal do Paraná

UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte

UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina

UFSCar-SP - Fundação Universidade Federal de São Carlos

UFSM-RS - Universidade Federal de Santa Maria

UFV-MG - Fundação Universidade Federal de Viçosa

Unicamp-SP - Universidade Estadual de Campinas

Unifal-MG - Universidade Federal de Alfenas

289

Orientações para o professor

Nos dias atuais, os alunos são assolados por um turbilhão de informações. Isto
torna ainda mais fundamental a presença do professor em sala de aula, como
figura capaz de orientar os discentes a conectar e formar novos
conhecimentos, que serão utilizados no exercício de suas responsabilidades e
em sua preparação para as novas demandas de nossa sociedade.
Para ajudá-lo nesse aspecto, professor(a), elaboramos este material.
Acreditamos que com a sua instrução os discentes serão capazes de aplicar o
que aprenderam em suas responsabilidades, bem como em suas demandas
sociais. Acreditamos que um professor não só contribui com conhecimentos
específicos, mas também tem o papel de estimular os alunos a desenvolverem
habilidades para alcançar sua capacidade e, com base nisso, serem cientes e
comprometidos com o que lhes for direcionado. Assim, tornamos a educação
formal, recebida no espaço escolar, indispensável.

Com as orientações que disponibilizamos aqui, esperamos contribuir no


planejamento e na execução de suas aulas, além de instigar outras formas de
avaliação que levem em conta tanto o processo de ensino quanto o de
aprendizagem. Você também encontrará sugestões de leituras de textos e de
atividades que visam complementar as aulas, aprimorando dessa forma o
trabalho docente e servindo de ferramentas que diversificam sua abordagem e
contribuem eficazmente para o processo de ensino-aprendizagem.

Todos esses recursos ainda levam em consideração sua formação contínua,


de maneira que você possa exercer cada vez melhor seu papel na sociedade,
incluindo sua capacidade de formar novos cidadãos.

Os autores.

290

Sumário

Estrutura da coleção, p. 291

As seções, p. 291

Os conteúdos da coleção, p. 293

Orientações didáticas e metodológicas, p. 294

O novo Ensino Médio, p. 294

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), p. 294

Programas públicos de acesso ao Ensino Superior, p. 294

O ensino de Biologia, p. 295

Objetivos do ensino de Biologia, p. 295


O papel do professor, p. 296

Planejamento, p. 296

Problematização, p. 297

Experimentação, p. 297

Pesquisa escolar, p. 297

Trabalho em grupo, p. 298

Argumentação, p. 298

Espaços não formais de ensino-aprendizagem, p. 298

Atitudes, procedimentos e habilidades, p. 299

Leitura e escrita, p. 299

Recursos didáticos, p. 299

Interdisciplinaridade, p. 302

Transversalidade, p. 303

Cidadania, p. 304

Direitos da criança e do adolescente, p. 305

Valorização do idoso, p. 305

O papel da mulher, p. 305

Inclusão escolar, p. 305

Avaliação, p. 306

Mapa de conteúdos e recursos - Volume 1, p. 307

Objetivos, comentários e sugestões, p. 310

Unidade 1 - Estudo da vida, p. 310

Capítulo 1 - Uma ciência chamada Biologia, p. 310

Capítulo 2 - Origem da vida, p. 314

Unidade 2 - Citologia, p. 316

Capítulo 3 - Introdução ao estudo das células, p. 316


Capítulo 4 - Química das células, p. 317

Capítulo 5 - Estrutura da célula: membrana plasmática, p. 321

Capítulo 6 - Estrutura da célula: citoplasma, p. 323

Capítulo 7 - Estrutura da célula: núcleo, p. 325

Capítulo 8 - Processos energéticos das células, p. 327

Unidade 3 - Histologia animal, p. 331

Capítulo 9 - Tecido epitelial e tecido muscular, p. 331

Capítulo 10 - Tecido conjuntivo e tecido nervoso, p. 334

Unidade 4 Reprodução e Embriologia, p. 337

Capítulo 11 - Reprodução dos seres vivos, p. 337

Capítulo 12 - Reprodução humana, p. 338

Capítulo 13 - Métodos contraceptivos, p. 343

Capítulo 14 - Desenvolvimento embrionário, p. 345

Sugestões de leitura, p. 350

Bibliografia, p. 351

Respostas das atividades, p. 352

291

Estrutura da coleção

Esta coleção é destinada aos alunos do Ensino Médio e é composta de três


volumes: 1º, 2º e 3º ano.

Cada volume é dividido em quatro unidades, cada uma composta por capítulos,
cujos conteúdos são enriquecidos com diferentes tipos de recursos gráficos e
imagéticos, seções complementares, glossário e atividades diversificadas.

As seções

Abertura de unidade

Cada volume é dividido em unidades temáticas, as quais se iniciam com uma


fotografia acompanhada de um texto, cujo objetivo é apresentar uma
informação vinculada ao assunto que será abordado. Trata-se de uma seção
introdutória com um tema mais amplo, que visa deflagrar o conteúdo e
despertar a curiosidade dos alunos.

Abertura de capítulo

Cada unidade temática é dividida em capítulos. Cada um inicia com recursos


de imagem, como fotografias e iconografias, acompanhados ou não de
esquemas complementares e de um texto introdutório. Há também questões
que pretendem explorar tanto a interpretação desses recursos quanto os
conhecimentos prévios dos alunos sobre o assunto. Portanto, essa seção não
apenas contextualiza o conteúdo, como também busca aproximá-lo dos alunos.

Biologia e...

Essa seção estabelece conexões com Tecnologia, Sociedade, Ambiente,


Saúde e Cultura.

Entre elas, a Biologia tem uma estreita relação com a área tecnológica, por isso
faz uso dela para atingir seus objetivos de estudo em Biologia e Tecnologia.

Quanto aos outros aspectos, o social é muito relevante nos princípios da


Biologia porque ela se refere a uma área que busca promover benefícios à
sociedade, o que será visto em Biologia e Sociedade.

Também é pertinente a essa ciência propor ações de conservação do


ambiente, bem como dos recursos naturais e dos seres vivos. Para essa
abordagem, a seção Biologia e Ambiente levará os alunos a perceberem como
o ser humano interfere diretamente nesse equilíbrio e como é possível mantê-lo
para as próximas gerações, desenvolvendo para isso o pensamento crítico.

Em Biologia e Saúde, aborda-se o conceito mais amplo de saúde, como


sinônimo de bem-estar físico, social, ambiental e emocional, não se
restringindo somente à ausência de doença.

Já no aspecto cultural, a Biologia tanto influencia como também é diretamente


influenciada. Tratamos disso em Biologia e Cultura, ao desmistificar a ideia de
que os assuntos biológicos estão exclusivamente relacionados à natureza e à
saúde, mas que também estão presentes nas mais diversas representações
culturais.
Para essa seção, selecionamos recursos variados, como fotografias,
ilustrações, reportagens, tirinhas e cartazes.

Encontro com...

Seção que mostra a relação entre a Biologia e outras áreas do saber


(Matemática, História, Física, Paleontologia, entre outras). Ela é composta por
um texto acompanhado de recursos variados, como tabelas, gráficos,
infográficos e fotografias. A partir dessa seção, ficará evidente para os alunos o
quanto a Biologia está presente no cotidiano e como ela se articula com os
demais campos do conhecimento.

Oficina de Biologia

Seção que sugere uma atividade prática, como um experimento ou uma


construção. Inicia-se com um texto introdutório, contextualizando a atividade
com a teoria. É dividida nas seguintes subseções: Materiais, Mãos à obra e
Para pensar.

Em Materiais apresenta-se uma lista dos itens necessários para a prática, os


quais são acessíveis e de baixo custo, ou são os próprios materiais do
laboratório da escola.

O procedimento a ser seguido é explicado passo a passo em Mãos à obra. As


etapas podem estar acompanhadas de uma ou mais ilustrações.

Para finalizar a atividade, o professor pode explorar as questões em Para


refletir. A intenção é sintetizar as observações dos alunos à medida que eles
elaboram suas conclusões sobre o resultado do trabalho.

Atividades

Nesta seção são apresentadas atividades de organização dos conceitos,


compostas de questões diretas, que auxiliam na verificação conceitual,
atividades contextualizadas e testes de Enem e vestibulares. Há grande
quantidade de atividades contextualizadas, que possibilitam aos alunos
verificarem os conceitos estudados em diferentes contextos, a partir de
recursos variados, como fotografias, ilustrações, tirinhas, reportagens,
manchetes, pinturas, entre outros e, também de auxiliar o professor no
processo de avaliação da aprendizagem.
292

Refletindo sobre o capítulo

Seção composta de questões diretas que exigem do aluno a retomada de


conceitos, bem como a reflexão sobre eles. Ela visa mobilizar os
conhecimentos dos alunos e, com isso, as mudanças no processo de
aprendizagem ficam evidentes.

Trocando ideias

O objetivo dessa seção é o de abordar temas atuais de relevância científica,


social e histórica com a finalidade de desenvolver competências, habilidades e
valores. Alguns desses temas são polêmicos, com pontos de vista diferentes
sobre o mesmo o assunto, o que favorece o desenvolvimento da argumentação
e desperta a postura crítica dos alunos. Eles se veem diante de assuntos
variados, que podem ser expressos com diferentes recursos, como
reportagens, manchetes, fotografias, ilustrações, cartuns, entre outros. Além
desses objetivos, os questionamentos no final da seção exploram aspectos de
interpretação e argumentação dos alunos.

Explorando o tema

Seção que finaliza cada unidade com uma temática abrangente, apresentando
temas polêmicos, atuais e que merecem discussão. Os textos podem ser
acompanhados de fotografias, ilustrações, infográficos, gráficos, entre outros
recursos. Já as questões levam à interpretação do texto, além de levantar mais
discussões e incentivar trocas de ideias entre os alunos.

Ampliando seus conhecimentos

Seção apresentada no final de cada volume, dividida em Para ler e Para


assistir, em que são sugeridos livros e filmes que abordam temáticas
relacionadas aos assuntos até então estudados.

Algumas das sugestões de leitura são brevemente resumidas a fim de


despertar o interesse do aluno. Quanto às dicas de filmes, todos são
acompanhados de sinopse para relatar do que se trata cada enredo.

Com base nessas ferramentas, espera-se contribuir com a aprendizagem tanto


por meio da leitura, quanto por meio do cinema.
Espaços não formais de ensino-aprendizagem

Seção que sugere espaços fora do ambiente escolar, como museus,


zoológicos e jardins botânicos, com a finalidade de estimular a aprendizagem.

Bibliografia

Seção com a relação das principais obras consultadas na elaboração do


respectivo volume.

Lista de siglas

Seção que lista as siglas de universidades mencionadas na seção Atividades .

Boxes

Boxe complementar

Boxe com textos variados, relacionados à temática abordada. Pode estar


acompanhado de fotografias ou ilustrações cuja finalidade é despertar o
interesse dos alunos.

Glossário

Boxe que apresenta a definição de determinados termos.

Para navegar

Seção com sugestões de sites cujos conteúdos ampliam o assunto abordado.

Observação

Nesse boxe são apresentadas algumas definições e/ou observações relevantes


à temática abordada.

Medida

Boxe com as medidas dos seres vivos referentes à página em que estiver.
Também pode constar tanto o nome popular quanto o nome científico da
espécie.

Dica!

Boxe que apresenta alguma dica em relação às atividades, especialmente às


da Oficina de Biologia.

Cuidado!
Boxe que alerta sobre cuidados necessários em atividades práticas, como as
das etapas de Oficina de Biologia.

Ícones

Questões orais e Questões no caderno

Ao longo do texto encontram-se questionamentos para serem respondidos


oralmente ou no caderno. Pretende-se com isso verificar os conhecimentos
prévios dos alunos, levá-los a interpretar imagens e informações e fazê-los
refletir sobre os aspectos sociais, econômicos e culturais da situação em
questão. Além disso, em alguns momentos é solicitado aos alunos que
interajam entre si para conversarem a respeito do assunto abordado e tirarem
suas conclusões. O resultado dessa interação pode ser aproveitado pelo
professor no desenvolvimento do estudo.

Cor

Ícone que informa que as cores usadas na imagem em questão não


correspondem às reais.

Proporção

Ícone que informa que as imagens da página não estão proporcionais entre si.

293

Os conteúdos da coleção

Unidade 1 Estudo da vida

Capítulo 1

Uma ciência chamada Biologia

Unidade 2 Citologia

Capítulo 2

Origem da vida

Capítulo 3

Introdução ao estudo das células

Capítulo 4
Química das células

Capítulo 5

Estrutura da célula: membrana plasmática

Capítulo 6

Estrutura da célula: citoplasma

Capítulo 7

Estrutura da célula: núcleo

Capítulo 8

Processos energéticos das células

Unidade 3 Histologia animal

Capítulo 9

Tecido epitelial e tecido muscular

Capítulo 10

Tecido conjuntivo e tecido nervoso

Unidade 4

Reprodução e Embriologia

Capítulo 11

Reprodução dos seres vivos

Capítulo 12

Reprodução humana

Capítulo 13

Métodos contraceptivos

Capítulo 14

Desenvolvimento embrionário

Volume 2

Unidade 1
Classificação dos seres vivos e Microbiologia

Capítulo 1

Classificação e nomenclatura dos seres vivos

Capítulo 2

Vírus e bactérias

Capítulo 3

Protozoários, algas e fungos

Unidade 2

Plantas

Capítulo 4

Briófitas, pteridófitas e gimnospermas

Capítulo 5

Angiospermas

Unidade 3

Animais

Capítulo 6

Fisiologia vegetal

Capítulo 7

Poríferos e cnidários

Capítulo 8

Platelmintos, nematódeos e moluscos

Unidade 3

Animais

Capítulo 9

Anelídeos, artrópodes e equinodermos

Capítulo 10
Cordados: peixes e anfíbios

Capítulo 11

Cordados: répteis, aves e mamíferos

Unidade 4

Corpo humano

Capítulo 12

Corpo humano: digestão e respiração

Capítulo 13

Corpo humano: circulação, imunidade e excreção

Capítulo 14

Corpo humano: coordenação e sentidos

Capítulo 15

Corpo humano: revestimento e movimentação

Unidade 1

Genética

Capítulo 1

Introdução à Genética: primeira lei de Mendel

Capítulo 2

Variações no padrão de herança

Capítulo 3

Segunda lei de Mendel

Capítulo 4

Interações e ligações gênicas

Capítulo 5

Cromossomos sexuais e alterações cromossômicas

Capítulo 6
Código genético e biotecnologia

Unidade 2

Evolução

Capítulo 7

Introdução ao estudo da Evolução

Capítulo 8

Genética de populações e Síntese moderna da Evolução

Capítulo 9

Tempo geológico e Evolução humana

Unidade 3

Ecologia

Capítulo 10

Introdução à Ecologia e ciclos biogeoquímicos

Capítulo 11

Relações entre os seres vivos: cadeia alimentar

Capítulo 12

Outras relações entre os seres vivos

Capítulo 13

Ecologia de populações

Unidade 4

Recursos naturais e biodiversidade

Capítulo 14

Biomas

Capítulo 15

Problemas ambientais e biodiversidade

294
Orientações didáticas e metodológicas

O novo Ensino Médio

No Brasil, o Ensino Médio vem passando por um processo de reformulação


curricular, que teve como marco a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases para
a Educação Nacional (LDB), lei n. 9394 de 1996, confirmada e regulamentada
pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e pelas Diretrizes do Conselho
Nacional de Educação, em 1998.

A reforma do Ensino Médio visa adequar o currículo dessa etapa de ensino às


novas condições sociais, econômicas e culturais impostas pela sociedade
tecnológica, de modo a contornar a defasagem no nível do Ensino Básico
brasileiro, em comparação ao aplicado nos países desenvolvidos.

Para que a renovação do Ensino Médio seja possível, os profissionais ligados à


educação concordam com a necessidade de implementar mudanças radicais
na área. Como a modificação curricular do Ensino Médio deve estar
sintonizada com as novas demandas sociais e econômicas, levam-se em conta
os mesmos aspectos à luz da diversidade social, cultural e econômica do
público jovem ingressante nesse nível de ensino. Para isso, torna-se
necessária a ampliação da oferta de disciplinas e de modalidades de ensino.

O artigo 35 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que institui o


Ensino Médio como etapa final da Educação Básica, estabelece-o como a
conclusão de um período de escolarização de caráter geral. O Ensino Médio,
portanto, corresponde a uma etapa que tem por finalidade o desenvolvimento
do indivíduo, assegurando-lhe a formação comum indispensável para o
exercício da cidadania e fornecendo-lhe os meios para progredir no trabalho e
em estudos posteriores.

Assim sendo, a etapa final da Educação Básica, com duração mínima de três
anos, tem como finalidades:

I ) a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no


ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
II ) a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para
continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a
novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;

III ) o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação


ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;

IV ) a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos


produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.

BRASIL. Reestruturação e expansão do ensino médio no Brasil. Brasília, jul.


2008. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/2008/
interministerialresumo2.pdf. Acesso em: 1º maio 2016.

A organização curricular proposta pelo Ensino Médio Inovador e, assim como


as matrizes de referência do novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem),
estão agrupadas em quatro grandes áreas:

· Linguagem, Código e suas Tecnologias;

· Matemática e suas Tecnologias;

· Ciências da Natureza e suas Tecnologias;

· Ciências Humanas e suas Tecnologias.

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)

Desde 1998, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) constitui uma


ferramenta de avaliação do Ensino Médio. A partir de 2009, o Enem passou a
fazer parte da seleção dos estudantes das escolas públicas ao Ensino Superior
em universidades federais e estaduais.

Ao longo dos últimos anos, o modelo de avaliação do Enem foi continuamente


aprimorado. Atualmente o exame consiste em questões objetivas com cinco
alternativas, além da redação de um texto dissertativo. A prova também
mantém sua característica interdisciplinar, portanto espera-se que os alunos
sejam capazes de relacionar conteúdos de diferentes disciplinas. O teste ainda
valoriza a competência leitora, aspecto avaliado por meio de interpretação de
texto.

Os conteúdos foram divididos em quatro áreas:


· Linguagens, Códigos e suas Tecnologias - Língua Portuguesa e Literatura,
além de Língua Estrangeira Moderna (inglês ou espanhol);

· Ciências Humanas e suas Tecnologias - História, Geografia, Sociologia e


Filosofia;

· Ciências da Natureza e suas Tecnologias - Biologia, Química e Física;

· Matemática e suas Tecnologias.

Nesse exame, são avaliadas as competências e a autonomia dos alunos para


solucionar problemas com base em conhecimentos interdisciplinares. Nesse
sentido, entende-se como competência a capacidade de fazer esquemas
mentais, que se referem a ações e operações mentais de caráter cognitivo,
socioafetivo ou psicomotor que, mobilizadas e associadas a saberes teóricos
ou experienciais, geram habilidades; o saber fazer.

Programas públicos de acesso ao Ensino Superior

Nos últimos anos, os poderes públicos passaram a investir cada vez mais na
inclusão de jovens de baixa renda no Ensino Superior. Essas políticas são
caracterizadas como compensatórias e afirmativas, assim como o sistema de
cotas raciais e sociais, que beneficiam estudantes com o Fundo de
Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) e o Programa
Universidade para Todos (Prouni).

295

Esses projetos representam a parceria entre o poder público e as instituições


particulares de Ensino Superior.

O Fies foi criado em 1999 para substituir um antigo programa de crédito


educativo, e seu objetivo é financiar a graduação de estudantes sem recursos
financeiros para ingressar em instituições particulares, reconhecidas pelo
Ministério da Educação.

A maioria dos estudantes recebe auxílio de 50% do valor das mensalidades,


enquanto os alunos matriculados nos cursos de formação de médicos e
professores, profissionais considerados prioritários para o desenvolvimento do
país, podem receber financiamento de 100%. O aluno também pode optar por
pagar o financiamento em serviços após a conclusão do curso, atuando no
programa Saúde da Família, no caso dos médicos, ou dando aulas em escolas
públicas, no caso dos professores licenciados.

O Prouni, por sua vez, surgiu em 2004, mas foi institucionalizado por lei em
2005, voltado aos estudantes egressos do Ensino Médio em escolas públicas
ou que cursaram escolas particulares na condição de bolsistas. O Prouni
concede bolsas parciais e integrais, de acordo com a condição econômica do
aluno selecionado na prova do Enem. Para as bolsas parciais, os alunos
podem complementá-la pelo Fies, que está se integrando ao Prouni.

Outro programa público de inclusão universitária é o chamado Sistema de


Seleção Unificada (Sisu). Nele participam as universidades federais e demais
instituições públicas de ensino superior que adotaram a nota do Enem como
critério exclusivo de seleção para seus cursos de graduação. Portanto, essas
instituições, por meio da coordenação do Ministério da Educação, contemplam
os estudantes que fizeram o Enem.

Existem também outros programas públicos de acesso ao Ensino Superior,


entre eles o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), o
Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades
Federais (Reuni) e o Projeto Milton Santos de Acesso ao Ensino Superior
(Promisaes).

O ensino de Biologia

O ensino de Biologia na atualidade encontra grandes desafios. As novidades


dessa área aparecem diariamente na mídia, nas redes sociais e na internet, de
maneira que as informações chegam diretamente aos alunos por meio de
fontes variadas e, muitas vezes, com certa imprecisão. Dessa forma, o ensino
de Biologia deve capacitar os alunos a adquirirem condições para articular tais
informações com os conhecimentos científicos formais. Com base nisso, eles
têm a possibilidade de desenvolver uma postura crítica em relação às novas
tecnologias e suas interfaces.

Ainda nessa disciplina, os alunos também devem ser norteados nas temáticas
atuais a fim de serem auxiliados a: construir opiniões e desenvolver um
posicionamento baseado nos conhecimentos específicos; desenvolver o
raciocínio crítico; e ter uma postura crítica para desenvolver a argumentação.
Todas essas capacidades proporcionam a formação integral dos alunos como
cidadãos atuantes e participantes das questões atuais.

Para que esse ensino seja efetivo, é preciso considerar a realidade próxima
dos alunos, incluindo suas vivências e experiências. Isso é muito significativo
como ponto de partida para as aulas, principalmente se for agregado aos
conhecimentos prévios deles. Ao considerar sua realidade, o aluno pode sentir-
se estimulado, já que os conhecimentos não estão separados de seu dia a dia.

Os processos relacionados ao ensino e à aprendizagem são muito


diversificados, o que exige do professor uma pluralidade das perspectivas
teórico-práticas. Tanto o professor quanto o aluno não devem ver a Biologia,
nem outra ciência natural, como algo distante ou verdadeiramente absoluto, e
sim como um campo em constante transformação, capaz de influenciar toda a
sociedade.

Uma vertente do ensino que pode contribuir é a História e Filosofia da Ciência.


Sua introdução no ensino permite comparar as concepções dos alunos com a
evolução dos conceitos científicos ao longo do tempo. Assim, é possível
perceber a construção da Ciência, rompendo com a ideia de que ela é imutável
e está apenas ao alcance dos mais privilegiados.

Também é importante que o ensino contemple as relações CTSA (Ciência-


tecnologia-sociedade-ambiente) fazendo o aluno perceber que a ciência e a
tecnologia influenciam diretamente a sociedade e impactam o ambiente.

Objetivos do ensino de Biologia

Em razão dos desafios no ensino de Biologia, é preciso sistematizar o


conhecimento científico. Para isso, primeiro os alunos devem ser
cientificamente alfabetizados quanto ao vocabulário básico da área, à natureza
dos diferentes métodos científicos e à interferência do ser humano na natureza
e na própria sociedade.

Esse ensino deve levá-los a compreender os seres vivos como sistemas


organizados e integrados, que interagem com o ambiente físico e químico; a
reconhecer as relações entre os seres vivos, a importância da reprodução em
sua perpetuação; a reconhecerem-se como organismo, parte integrante da
natureza e capaz de agir sobre a diversidade biológica.
No Ensino Médio, essa área do conhecimento também deve ser capaz de
consolidar e aprofundar os conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental;
preparar os alunos para a cidadania e o mercado de trabalho; desenvolver sua
formação ética e o desenvolvimento da autonomia e do pensamento crítico;
compreender como a ciência e a tecnologia interferem em toda a sociedade.

A busca de uma formação continuada e de atualização no campo da Biologia e


da didática das Ciências é fundamental para a melhoria na qualidade do
ensino.

296

Para alcançar os objetivos citados é imprescindível que ocorra uma


aproximação entre a pesquisa e o ensino, por meio de diferentes vertentes do
ensino de Biologia: Ciência, tecnologia, sociedade e ambiente; ensino-
aprendizagem; recursos didáticos e instrumentação para o ensino; História e
Filosofia da Ciência e da Biologia; formação de conceitos; espaços formais e
não formais de ensino e aprendizagem, tais como museus, herbários, jardins
botânicos e zoológicos; formação de professores; Psicologia da Educação;
linguagem e discurso no ensino de Ciências; avaliação; entre outros.

Um ponto importante a ser trabalhado nos conteúdos escolares é a


alfabetização científica. É necessário ter em mente que não se trata somente
de expor conceitos e exigir dos alunos sua memorização, mas desenvolver a
capacidade de ligar os conhecimentos aprendidos às mudanças que vêm
ocorrendo na Ciência em relação à tecnologia, ao ambiente e à sociedade.

Essa construção auxilia o indivíduo a participar das discussões e decisões


sobre a ciência e a tecnologia, que podem impactar diretamente seu cotidiano.
O objetivo é formar pessoas que participem ativamente da sociedade como
cidadãos críticos e afastar a visão elitista, já ultrapassada, da ciência e dos
cientistas.

O papel do professor

Entre todos os aspectos já citados a respeito do docente, frisamos que o


professor de Biologia deve ser capaz de perceber as relações professor-aluno
e aluno-aluno, de modo a orientar suas aulas de acordo com isso. Uma das
formas de promover a interação em sala de aula é substituir algumas aulas
expositivas por outras que estimulem a participação dos alunos e a troca de
ideias entre eles. O que pode ser feito por meio da fala, da escrita, de imagens
ou de gestos.

Com essa abordagem, o docente atingirá o objetivo de levar os alunos a


desenvolverem a capacidade de acessar as informações biológicas, interpretá-
las e formar as próprias opiniões. À medida que são orientados nesse sentido,
ficará cada vez mais evidente para eles como ocorre a união da teoria com a
prática, bem como os impactos dessa ciência sobre o ambiente e os seres
vivos.

[...] Dessa forma, a figura do professor aparece como mediadora, seja para
formular questões que conduzam a discussão aos pontos considerados
importantes, ou ainda para encaminhar a discussão para aspectos do cotidiano
dos alunos, procurando assim falar com estudantes e não aos estudantes.
Muda-se, portanto, o referencial, tirando o conhecimento como algo que vem
do professor, que é assim detentor absoluto desse conhecimento (geralmente
uma Ciência absoluta, inquestionável), e coloca-se o conhecimento como algo
que pode ser construído pelos estudantes. [...]

NASCIMENTO, Viviane Briccia do. A natureza do conhecimento científico e o


Ensino de Ciências. In: CARVALHO, Anna Maria Pessoa de (Org.). Ensino de
Ciências: unindo a pesquisa e a prática. São Paulo: Pioneira Thomson
Learning, 2004. p. 54.

O professor de Biologia enfrenta várias dificuldades no exercício de sua


profissão porque além de buscar metodologias que adequem os conteúdos, ele
também precisa formar alunos para que se tornem cidadãos críticos. Portanto,
o profissional se depara com a necessidade de ir além do ensino de conteúdos
para encaminhar os jovens a desenvolverem habilidades, atitudes e
competências. Logo, é fundamental que o professor se mantenha em constante
formação.

[...] Entendendo que a democratização do ensino passa pelos professores, por


sua formação, por sua valorização profissional e por suas condições de
trabalho, pesquisadores têm defendido a importância do investimento no seu
desenvolvimento profissional. Esse processo de valorização envolve formação
inicial e continuada, articulada, identitária e profissional. Essa formação
identitária é epistemológica, ou seja, reconhece a docência como um campo de
conhecimentos específicos configurados em quatro grandes conjuntos, a saber:
1) conteúdos das diversas áreas do saber e do ensino, ou seja, das ciências
humanas e naturais, da cultura e das artes; 2) conteúdos didático-pedagógicos
mais amplos do campo teórico da prática educacional; 3) conteúdos ligados a
saberes pedagógicos mais amplos do campo teórico da prática educacional; 4)
conteúdos ligados à explicitação do sentido da existência humana individual,
com sensibilidade pessoal e social. E essa formação identitária é também
profissional, ou seja, a docência constitui um campo específico de intervenção
na prática social.

MARANDINO, Martha; SELLES, Sandra Escovedo; FERREIRA, Marcia Serra.


Ensino de Biologia: histórias e práticas em diferentes espaços educativos. São
Paulo: Cortez, 2009. p. 11.

Para autores como Schön (2000); Alarcão (2001) e Pimenta (2000), a formação
de professores deve priorizar pelo profissional reflexivo, além de ser contínua
para reelaborar os saberes, confrontando-os com a prática vivenciada em sala
de aula.

O professor de Biologia que atue como um profissional reflexivo deixará de


reproduzir ideias e práticas para passar a integrar ciência, técnica, arte e
sensibilidade. Para que ele atue sobre sua própria prática, são necessários, de
acordo com Alarcão (2007), conhecimentos científicos e pedagógicos;
conhecimento do conteúdo disciplinar e pedagógico em geral; conhecimento do
currículo, do aluno, dos contextos, dos fins educativos, de sua filiação
profissional e, por fim, de si mesmo.

Planejamento

O planejamento das aulas envolve uma etapa muito importante, na qual o


professor tem a oportunidade de refletir sobre como trabalhar as habilidades
dos alunos e que estratégias usar no ensino de diferentes conceitos,
procedimentos e atitudes.

Nessa fase do trabalho docente é possível orientar suas atividades práticas,


prevendo o tempo necessário ou disponível para cada uma delas.
297

O planejamento de atividades deve seguir algumas etapas: a apresentação do


tema; a delimitação dos problemas a serem investigados e o levantamento de
hipóteses; a investigação do problema; e a sistematização dos conceitos e da
avaliação.

O professor também deve planejar-se com base nos objetivos que pretende
alcançar, levar em consideração as estratégias necessárias para essa
finalidade e escolher os recursos necessários.

Contudo, ele deve preparar-se para possíveis desvios no roteiro inicial, já que
uma aula não é igual a outra, nem tampouco previsível. Também é necessário
conhecer a si mesmo (extrovertido, introvertido) e os alunos (nível cognitivo e
características psicossociais), bem como ter preestabelecida a metodologia
adequada àquele momento.

Além da ementa, dos objetivos e da metodologia, o professor deve estar


consciente dos conteúdos conceituais envolvidos e da respectiva linguagem,
para alcançar as habilidades e competências que pretende. Atualmente,
também têm sido relevantes os traços cultural e social do conteúdo, assim
como o tipo de avaliação que pretende aplicar.

Problematização

A problematização é uma forma de iniciar uma aula, por exemplo, atraindo a


atenção dos alunos. Ao lançar uma situação-problema contextualizada, pode
ser que ela instigue e desperte o interesse dos alunos sobre o tema a ser
estudado. Porém, não se trata apenas de apresentar uma sentença e pedir aos
alunos que a resolvam, é necessário acompanhar a resolução.

Nessa ocasião, o professor precisa verificar se a situação levantada é


interessante e se realmente cria um elo adequado entre ciência, tecnologia,
sociedade, saúde e ambiente. Trata-se de uma proposição qualitativa, em que
é preciso raciocinar sem pensar em fórmulas, pois consiste em uma maneira
de levar o aluno a argumentar à medida que reflete sobre as estratégias
necessárias para a resolução do problema. De maneira geral, essas situações
fazem que os alunos reflitam, levantem hipóteses, busquem explicações e
confrontem seus modelos com as informações coletadas, a fim de reformular
todas as questões e chegar às conclusões.

Para que eles sejam estimulados a participar das situações propostas e


resolvê-las, o professor deve ser um mediador, direcionando suas aulas, e não
apenas um transmissor de tarefas. Ele deve ainda considerar os
conhecimentos prévios dos alunos e suas respostas para o problema proposto.

Os alunos precisam saber que o conhecimento científico é provisório, aberto a


reformulações e que as descobertas ocorreram apesar de (e graças a)
dificuldades, dúvidas e equívocos. Esse aspecto científico é animador e pode
ajudar no desenvolvimento de habilidades e atitudes dos alunos, além de
desenvolver a reflexão, formando um indivíduo dotado de potencial de análise
reflexiva e analítica.

Experimentação

Nas atividades práticas os alunos vivenciam o conteúdo, de maneira que elas


acabam servindo como ponto de partida para a problematização. Portanto,
nesta coleção, procuramos sugerir situações cotidianas e atividades práticas
simples e acessíveis, que desenvolvam conteúdos procedimentais e atitudinais,
tão importantes na aprendizagem quanto os conteúdos teóricos.

Os experimentos laboratoriais ou demonstrações de atividades práticas podem


ser realizados no início ou durante o desenvolvimento das aulas para torná-las
dinâmicas e participativas. O que os alunos devem perceber é a importância da
observação, do levantamento de hipóteses e da elaboração de um plano de
trabalho, além da montagem do experimento (quando necessário) e da coleta e
análise de dados, para chegar a uma conclusão sobre as hipóteses
anteriormente levantadas.

Para garantir que a atividade seja significativa para o aluno, não se deve
sugerir apenas situações já estabelecidas e comuns, mas também propor
hipóteses e testá-las.

O professor precisa estar atento também aos erros cometidos pelos alunos nas
atividades experimentais, pois nessa ocasião eles precisam de motivação para
testar novamente e descobrir se a falha ocorreu durante a atividade, na
metodologia ou se é pertinente a uma limitação humana.
Uma etapa importante na experimentação é o registro escrito dos
acontecimentos. Para isso, os alunos precisam observar, analisar e refletir
sobre a atividade prática, habilidades que precisam ser estimuladas pelo
professor.

Pesquisa escolar

No processo de ensino-aprendizagem a pesquisa é uma estratégia bastante


utilizada nas salas de aula. Mas, para obter resultados satisfatórios, existem
algumas orientações que o professor pode fornecer aos alunos antes de sua
realização. Veja a seguir.

1 ) Definição do tema: ao definir claramente o tema da pesquisa, estabelece-se


um objeto de estudo que desperte o interesse dos alunos.

2) Planejamento: estabelecer um planejamento para a pesquisa, no qual


devem constar os objetivos, envolvendo a problemática inicial sobre o tema
escolhido; as fontes de pesquisa (livros, jornais, revistas, internet, dicionários,
enciclopédias, fotografias, documentários, filmes, CD-ROM, entre outras); a
distribuição de tarefas e a elaboração de um cronograma.

3) Coleta de dados: início dos trabalhos para a efetiva realização da pesquisa.


É fundamental que haja interação e troca de experiências entre os próprios
alunos nessa etapa para cada um verificar se seu trabalho está sendo
produtivo para o restante do grupo.

4) Análise e interpretação dos dados: as informações coletadas devem ser


analisadas e interpretadas, pois apenas farão sentido após serem relacionadas
com os conhecimentos prévios dos alunos, com sua realidade próxima, com os
conteúdos estudados nos capítulos e com as problemáticas propostas no início
da pesquisa.

298

5) Produção do texto: refere-se a uma reunião de pauta com todo o grupo para
definir a ordem em que os tópicos serão apresentados e produzir um rascunho
do texto com as informações pesquisadas.
6) Revisão: após essas etapas, cada membro do grupo deve novamente ler o
trabalho e apresentar suas considerações finais. A parte final, por sua vez, é
composta das referências bibliográficas.

7) Socialização: é fundamental que os grupos troquem informações sobre as


conclusões a que chegaram. Outra opção é escolher um meio de divulgação da
pesquisa para compartilhá-la com os outros alunos da escola, com os
funcionários ou com a comunidade.

Trabalho em grupo

Os trabalhos em grupo podem contribuir para a aprendizagem, pois incentivam


a interação de todos os envolvidos, o que cria uma oportunidade para
conversarem, trocarem ideias e debaterem determinados assuntos.

[...] Os trabalhos em grupo são "gatilhos" para a reflexão de cada aluno, para
desenvolvimento do conhecimento em sua perspectiva de compreensão.
Oportunidades de defender pontos de vista espontâneos, expressão do seu
"vivido". [...]

HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação mediadora: uma prática em


construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Mediação, 1993. p. 74.

A colocação de situações diversificadas, de assuntos polêmicos, além de


instigar a curiosidade dos alunos, também permite o desenvolvimento de um
debate rico e construtivo, em que eles se sentem encorajados a buscar
soluções e alternativas. Uma das características do trabalho em grupo é levar o
aluno a expor suas ideias e a argumentar sobre o que pensa, estabelecendo
uma relação entre a sua opinião e a dos colegas, além de se relacionar com o
outro e ouvi-lo.

Ao explorar esse tipo de trabalho, é importante que os elementos de avaliação


tenham o objetivo de acompanhar o desenvolvimento das ideias e os
argumentos dos alunos. O professor deve conduzir as ações desencadeando
questões desafiadoras, contudo evitando uma postura autoritária, o que
comprometeria a participação dos alunos e, consequentemente, impediria a
manifestação de seus sentimentos e dúvidas.

Argumentação
Nas aulas de Biologia, os alunos são apresentados a uma linguagem
específica, determinante na aprendizagem dos conceitos. Por isso o discurso
argumentativo deve se pautar nos conceitos científicos, associando-os aos
conceitos científicos escolares e aos conhecimentos cotidianos.

Em contrapartida, as opiniões são mutáveis e estão amparadas por crenças


pessoais e em valores baseados em pontos de vista próprios. Portanto, quando
se pretende convencer outra pessoa de algo é necessário argumentar, e não
emitir opiniões infundadas.

[...] A argumentação [...] é uma atividade social, intelectual e de comunicação


verbal e não verbal utilizada para justificar ou refutar uma opinião sobre um
assunto de ciências. Ela é constituída de um conjunto específico de um ou
mais posicionamentos dirigidos para obter a aprovação de um ponto de vista
particular por um ou mais interlocutores. Estes posicionamentos podem ser
expressos em um ou vários enunciados e comunicados e interpretados como
argumentos ou opiniões. Um enunciado isolado não pode constituir um
argumento ou uma opinião a priori. Somente quando inserido em um discurso,
e submetido a um determinado contexto é que este enunciado pode ser
analisado e interpretado como sendo um argumento ou uma opinião. [...]

VILLANI, Carlos Eduardo Porto; NASCIMENTO, Silvania Sousa do. A


argumentação e o ensino de ciências: uma atividade experimental no
laboratório didático de Física do Ensino Médio. Investigações em Ensino de
Ciências, v. 8, n. 3, 2003. p. 189. Disponível em:
www.if.ufrgs.br/ienci/artigos/Artigo_ID104/v8_n3_a2003.pdf. Acesso em: 1º
maio 2016.

Quando houver trocas de ideias entre os alunos, o professor deve mostrar a


importância de refletir a respeito, coletar e analisar as evidências e posicionar-
se para defender ou refutar o argumento. No caso dos alunos, ao avaliar as
diferentes opções, eles precisam escolher as que considerarem mais
confiáveis.

Nas atividades baseadas em argumentações, os alunos então se apropriam da


linguagem científica e passam a estruturar enunciados, desenvolvendo assim a
sua autonomia. Para alcançar essa finalidade, o professor deve proporcionar
momentos de interação, como conversas, bate-papos, mesas-redondas e
debates, atuando como mediador nesses processos. São situações para os
alunos elaborarem explicações coletivas ou individuais acerca das evidências
apresentadas e desenvolverem o respeito por opiniões diferentes das suas.

Com a argumentação, os alunos participam de questões sociais e desenvolvem


a capacidade de tomar decisões; o que os ajuda no exercício da cidadania.

Espaços não formais de ensino-aprendizagem

O ensino de Biologia pode ocorrer em diversos espaços e contextos além da


sala de aula. Alguns autores consideram três tipos de educação: formal,
informal e não formal.

A educação formal refere-se àquela que ocorre no espaço escolar ou


instituição educacional. A educação informal é a obtida no convívio com
familiares e pessoas próximas em diferentes espaços e contextos, e não é
intencional. Já a educação não formal refere-se a atividades direcionadas em
espaços não escolares, como centros de ciências, museus, jardins botânicos,
herbários, zoológicos, entre outros.

299

Os espaços não formais de ensino ainda têm o papel de divulgar e comunicar a


ciência.

[...] A educação não formal, por outro lado, com caráter sempre coletivo,
envolve práticas educativas fora do ambiente escolar, sem a obrigatoriedade
legislativa, nas quais o indivíduo experimenta a liberdade de escolher métodos
e conteúdos de aprendizagem. Alguns exemplos de locais que oferecem a
educação não formal são: museus, meios de comunicação, agências
formativas para grupos sociais específicos, organizações profissionais,
instituições não convencionais de educação que organizam eventos tais como
cursos livres, feiras e encontros. [...] os museus de astronomia, planetários,
observatórios astronômicos e clubes de astrônomos amadores que oferecem
tais atividades podem ser incluídos na categoria de estabelecimentos de
educação não formal em astronomia. [...]
LANGHI, Rodolfo; NARDI, Roberto. Ensino da Astronomia no Brasil: educação
formal, informal, não formal e divulgação científica. Revista Brasileira de Ensino
de Física, v. 31, n. 4, 2009. Disponível em:
www.scielo.br/pdf/rbef/v31n4/v31n4a14. pdf. Acesso em: 1º maio 2016.

Autores como Chassot (2003) defendem que alguns espaços onde se veiculam
conhecimentos populares também oportunizam a aprendizagem. O autor
exemplifica esses locais como lavanderias e tinturarias; locais de produção de
laticínios, bebidas; ambientes de fundição, funilaria e metalurgia; jardinagem e
floricultura, entre outros. Oliveira e Gastal (2009) acreditam que locais como
feiras alimentares, shopping centers, pedreiras e pesqueiros, por exemplo,
também podem se tornar extensões da prática da educação formal.

Portanto, torna-se indispensável promover vivências como essas aos alunos,


contemplando no planejamento das aulas visitas a esses espaços não formais
de ensino-aprendizagem.

Atitudes, procedimentos e habilidades

Os conteúdos desta coleção estão organizados e apresentados com o objetivo


de associar a educação escolar e a realidade dos alunos, tendo em vista suas
relações sociais. Isso possibilita ao professor trabalhar com os conteúdos
conceituais, atitudinais e procedimentais, permeados por oportunidades de
desenvolver com os alunos valores, habilidades e competências, a fim de
torná-los indivíduos atentos ao que ocorre à sua volta, autônomos na obtenção
e na análise de informações, e críticos ao perceberem o importante papel que
desempenham no mundo em que vivem.

As atividades propostas, como análises de imagens, pesquisas, debates,


produções de textos e questões orais que verificam os conhecimentos prévios
dos alunos, são fundamentais para o aprendizado por se tratar de um
movimento constante entre o pensar e o fazer conscientes. Pensando nisso, os
conteúdos desta coleção foram elaborados com a finalidade de desenvolver
noções e conceitos importantes, que consistem na base para a compreensão e
a organização dos fatos na realidade; por isso a importância de se considerar o
contexto de vida do aluno. Os conteúdos procedimentais envolvem propostas
que desenvolvem a autonomia do aluno fazendo-o compreender as
informações e consolidar o conhecimento. Ou seja, eles o instrumentalizam
intelectualmente dando condições de buscar novos conhecimentos. São
atividades de conteúdos procedimentais desta coleção: observação, leitura,
descrição, comparação, análise, reflexão, interpretação, inferência,
levantamento de hipóteses, registro, produção textual, entre outras.

Os conteúdos atitudinais estão relacionados ao conhecimento escolar em um


contexto socializador e de formação cidadã. Eles privilegiam a formação de
valores e atitudes que visam à convivência social, seja na escola ou em outras
comunidades de vivência do aluno, estimulando o diálogo, a expressão de
opiniões, o respeito mútuo, o repúdio ao preconceito, entre outros aspectos.

Leitura e escrita

A leitura, a escrita e a interpretação de textos estão relacionadas à


competência leitora. Por esse motivo, nesta coleção elaboramos estratégias de
leitura para que o aluno interprete signos e mensagens tanto em textos quanto
em imagens, gráficos ou tabelas, em diversos níveis de cognição, o que
viabiliza a interpretação e a compreensão da leitura crítica e autônoma.

Esses recursos são necessários, pois não é com base na capacidade de ler e
escrever do aluno que se afirma sua alfabetização. É preciso dispor meios para
consolidar essas competências a fim de que o aluno as desempenhe de
maneira efetiva para obter conhecimentos e se expressar.

Atualmente, a rapidez e a praticidade com que se tem acesso à informação de


certa forma condicionam os jovens a desenvolverem uma leitura rápida e
fragmentada. Portanto, a leitura contínua e atenta é fundamental para ser um
veículo de informação eficaz, o que consequentemente também é importante
para obter a construção de conhecimento.

Além das leituras estratégicas, ao longo deste material os alunos são


estimulados a registrar suas respostas e opiniões por escrito. Dessa forma,
garantimos que a escrita também seja efetiva nesse processo.

Recursos didáticos

Tecnologias de informação e comunicação


A tecnologia faz parte da evolução do ser humano e da história da
humanidade. Ela surgiu de necessidades básicas, como alimentação,
transporte e moradia. Assim, o ser humano foi capaz de desenvolver
ferramentas que o auxiliaram na alimentação e na sobrevivência. As
tecnologias também evoluíram e atualmente temos as tecnologias de
informação e comunicação (TICs), as quais modificam as noções de tempo e
espaço e influenciam diretamente as relações humanas. Elas permitem o
processamento de qualquer tipo de informação, e a comunicação ocorre em
tempo real mesmo entre pessoas distantes geograficamente.

300

Com as TICs ampliou-se os elementos disponíveis para enriquecer o trabalho


do professor. Em sala de aula elas potencializam o processo de aprendizagem,
favorecendo a interação entre professor, educando e conhecimento. É
importante ressaltar que o uso de TICs é um meio do processo ensino-
aprendizagem, e não o seu foco.

Hoje, muitas pessoas consideram que há um excesso de tecnologias no dia a


dia dos jovens. Um aspecto a ser considerado é a época em que eles
nasceram, pois não se trata de uma distância temporal, mas digital. Sobre isso,
leia o texto a seguir.

[...] Os discentes contemporâneos foram classificados por Prensky (2001)


como nativos digitais, os quais ainda estão sendo orientados por professores
imigrantes digitais.

Nativos digitais são aqueles que nasceram num mundo imerso em tecnologias
digitais e desde sua infância convivem com aparatos diversos e associam um
botão de mouse como porta para um grande mundo virtual. Enquanto seus
professores observam o mouse como recurso a ser transposto, com
habilidades a serem construídas, causando sérios problemas por não
assumirem a necessidade de se criar modelos pedagógicos inovadores que
incorporem essas possibilidades ofertadas pelo ciberespaço. [...]

CAMPOS, Márcia de Borba; GIRAFFA, Lúcia Maria Martins. Do pó de giz ao


byte: uma reflexão acerca do uso de tecnologias na sala de aula. In: Caderno
marista de tecnologia educacional. Brasília: Umbrasil, 2011. v. 1. p. 9.
Atualmente no mesmo espaço encontram-se a lousa, o giz, os televisores, os
CDs e DVDs, os computadores, os softwares, as lousas digitais e os projetores
multimídia. Esses instrumentos não reduzem o papel da escola ou do professor
na educação.

[...] A novidade também não está na introdução de um novo sistema simbólico


para manejar a informação.

Os recursos semióticos que encontramos nas telas dos computadores são


basicamente os mesmos que podemos encontrar em uma sala de aula
convencional: letras e textos escritos, imagens estáticas ou em movimento,
linguagem oral, sons, dados numéricos, gráficos, etc. A novidade, em resumo,
está realmente no fato de que as TIC digitais permitem criar ambientes que
integram os sistemas semióticos conhecidos e ampliam até limites
inimagináveis à capacidade humana de (re)apresentar, processar, transmitir e
compartilhar grandes quantidades de informação com cada vez menos
limitações de espaço e de tempo, de forma quase instantânea e com um custo
econômico cada vez menor (Coll e Martí, 2001). [...]

COLL, César; MAURI, Teresa; ONRUBIA, Javier. A incorporação das


tecnologias da informação e da comunicação na educação: do projeto técnico-
pedagógico às práticas de uso. In: COLL, César; MONEREO, Carles.
Psicologia da educação virtual: aprender e ensinar com as tecnologias da
informação e da comunicação. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 76.

Com o uso de TICs, há uma potencialização do trabalho docente, que começa


a participar mais diretamente das práticas pedagógicas, envolvendo-se com os
alunos nas atividades propostas. O professor passa de um centralizador do
conhecimento a um sujeito aberto também a aprender a cada experiência
digital, capaz de se adaptar àquilo que desperta o interesse dos alunos.

Por essas razões, o professor deve estar atento aos acontecimentos que
surgem diariamente na mídia, relativos às diversas áreas do conhecimento.
Com a facilidade do acesso à informação, hoje os alunos obtêm rapidamente
as novidades nessas áreas e cabe ao professor acompanhá-las e utilizá-las
para reforçar o processo de ensino-aprendizagem.
Outro desafio do professor que utiliza as TICs é lidar com diferentes alunos em
situações opostas: aqueles que têm acesso às inovações tecnológicas e as
dominam e os excluídos desse universo digital. O docente deve mobilizar-se
para mudar esse quadro e aproximar esses alunos, transformando a tecnologia
em uma aliada do processo de ensino-aprendizagem, aproximando pessoas
tão distintas e tornando-as cidadãos críticos e participativos.

Para ultrapassar esse desafio, o professor precisa atentar para a realidade


socioeconômica dos alunos e do local em que vivem, verificando os tipos de
tecnologias disponíveis em seu dia a dia, como fazem para acessar a internet
ou digitar trabalhos no computador; como utilizam a telefonia móvel; qual é o
modo que escolhem para assistir aos filmes (cinema, DVD, televisão aberta);
como ouvem músicas (CD, mp3, celular); como se comunicam com os amigos
(telefone, SMS, redes sociais). Baseando-se nessas informações, o professor
tem condições de estabelecer formas de utilizar as TICs em sala de aula e
orientar os discentes nas práticas pedagógicas, inserindo-os no universo digital
de forma construtiva.

Ao conhecer a vivência dos alunos, o professor tem condições de descobrir o


que pode despertar seu interesse e ajustar o ensino às necessidades deles.
Espera-se dessa forma desenvolver nos alunos a autonomia, a criatividade e o
desejo de buscar respostas.

Internet

A internet é considerada a rede das redes e permite a integração e a


articulação entre as pessoas no ciberespaço (espaço digital), isto é, garante a
interatividade. De diferentes lugares ela permite a conectividade entre
computadores, celulares e tablets.

Com a internet, o professor pode partilhar com o aluno a responsabilidade de


construir o conhecimento com base nas informações que estão sendo
adquiridas, bem como a maneira correta de usá-las. Além disso, a internet
transforma a escola em um espaço aberto, conectado com o mundo, capaz de
promover trocas de experiências entre professores e alunos de outras
localidades.
Com a quantidade de textos e recursos educacionais disponíveis, o professor
tem um papel importante na orientação do aluno, direcionando-o em suas
pesquisas, auxiliando-o na escolha das informações para garantir os melhores
resultados em sala de aula.

301

Para isso, é imprescindível o cuidado de conferir previamente as informações


dos sites, a fim de identificar os que apresentam conteúdos confiáveis.

Para iniciar uma pesquisa na internet, o usuário deve partir da palavra-chave


ou da combinação de palavras relacionadas ao assunto e conhecer o
mecanismo de busca que vai utilizar.

As pesquisas podem ser realizadas de duas formas. Uma delas é buscando o


assunto dentro de um domínio. Por exemplo, ao pesquisar tartarugas marinhas,
o recomendado seria acessar um site específico sobre o assunto, como o do
projeto brasileiro de conservação de tartarugas marinhas - http://tub.im/2ur3xk.

A outra forma de pesquisa refere-se a situações em que não se conhece sites


pertinentes ao assunto em questão. Assim, é necessário usar um mecanismo
de busca. Neste caso, deve-se observar os resultados da busca e fazer o
levantamento sobre os autores, as fontes bibliográficas e os temas associados
ao assunto, para selecionar as melhores opções. Feito isso, repete-se o
mesmo procedimento nos sites escolhidos a fim de filtrar ainda mais a
pesquisa.

Com essa facilidade na obtenção de informações é preciso instruir os alunos


sobre os respectivos aspectos éticos, como as regras de direitos autorais e as
consequências para quem comete plágio. Por essas razões, é fundamental
orientá-los a usarem suas próprias palavras e ideias na elaboração de textos,
ainda que sejam baseados em textos de terceiros. Isso não só é uma postura
ética como também auxilia na ampliação do vocabulário pessoal e no
desenvolvimento da competência leitora.

Recursos audiovisuais

Há diversos recursos audiovisuais que os professores podem utilizar em suas


aulas, como pinturas, esculturas, televisão e cinema.
A realidade da maioria dos alunos é composta de elementos da cultura popular
provenientes de diferentes meios, geralmente televisivos e fílmicos. Como a
comunicação em massa é uma realidade, ela pode ser aproveitada em sala de
aula para promover a aprendizagem.

A eficácia de comunicação dos meios eletrônicos, em particular da televisão,


deve-se também à capacidade de articulação, de superposição e de
combinação de linguagens totalmente diferentes - imagens, falas, música,
escrita - com uma narrativa fluida, uma lógica pouco delimitada, gêneros,
conteúdos e limites éticos pouco precisos, o que lhes permite alto grau de
entropia, de interferências por parte de concessionários, produtores e
consumidores. [...]

MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida.


Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2000. p. 34.

No cinema e na televisão há confluência de imagem, som e movimento. O


professor pode aproveitar esses recursos audiovisuais para mostrar fatos
históricos, a construção de conceitos científicos e os conceitos errôneos
presentes em muitas ideias de senso comum. Os filmes e a televisão têm em
comum o aspecto motivador e, dependendo da ação do professor, podem ser
contextualizados com os conceitos científicos a serem ensinados.

[...] assistir a um filme, seja para entreter-se com ele, seja para analisá-lo,
pressupõe aprendizagens específicas. Os filmes são produções em que a
imagem em movimento, aliada às múltiplas técnicas de filmagem e montagem
e ao próprio processo de produção e ao elenco selecionado, cria um sistema
de significações. São histórias que nos interpelam de um modo avassalador
porque não dispensam o prazer, o sonho e a imaginação. Elas mexem com
nosso inconsciente, embaralham as fronteiras do que entendemos por
realidade e ficção. Quando dizemos que o cinema cria um mundo ficcional,
precisamos entendê-lo como uma forma de a realidade apresentar-se. [...]

FABRIS, Elí Henn. Cinema e Educação: um caminho metodológico. Educação


e realidade, n. 33, v. 1, jan./jun. 2008. p. 118. Disponível em:
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/viewFile/6690/4003. Acesso em:
16 abr. 2015.
No entanto, para tais recursos audiovisuais serem veiculados em sala de aula,
o professor deve verificar alguns aspectos, como a linguagem utilizada na obra,
se o nível está de acordo com a faixa etária e cognitiva dos alunos, e se os
exemplos apresentados podem realmente ser significativos para os discentes
(ROSA, 2000).

O Ministério da Justiça indica a classificação dos filmes lançados legalmente no


mercado brasileiro, incluindo o ano de lançamento, o país de origem, a
distribuidora, a produtora e os responsáveis pela direção geral. Se o filme for
considerado inadequado para determinada faixa etária, há uma justificativa
acompanhando essas informações, a qual está disponível no site <http://tub.im/
pwkhqk>. Acesso em: 1 º maio 2016.

Também é preciso conferir se o equipamento disponibilizado para a


transmissão está em condições de ser usado e planejar a aula de acordo com
a duração do filme, por exemplo, incluindo a previsão de possíveis
questionamentos dos alunos.

Veja a seguir alguns canais de televisão indicados para assistir com os alunos.

· Multirio.

· TV Escola.

· TV Futura.

Nesta coleção, apresentamos também a reprodução de algumas obras de arte


consagradas para que os alunos conheçam e valorizem tanto as diferentes
culturas quanto a história da Arte.

[...] As imagens são parte do cotidiano e nossa relação com elas é


imprescindível.

Lemos os cartazes das lojas, o gesto do feirante enquanto mostra seu produto,
o caminhar de um transeunte. [...] Para lermos textos não verbais (não
constituídos por letras) necessitamos de outras maneiras de interação. Essas
outras leituras mobilizam a capacidade de compreender múltiplos significados,
em relação no tempo e no espaço. É necessário saber ler a obra para poder
atribuir sentidos a ela. [...]
PEREIRA, Kátia Helena. Como usar artes visuais na sala de aula. São Paulo:
Contexto, 2007. p. 10.

302

Para Kanashiro (2003), a computação e os meios de comunicação trazem uma


nova forma de arte, permitindo o desenvolvimento das artes gráficas. Esta
coleção contempla as artes gráficas por meio de ilustrações modernas e de
fotografias que receberam tratamento gráfico para facilitar a visualização de
elementos, aproximando os conceitos da realidade.

Gêneros textuais

Como já explicitado, o acesso à informação atualmente é rápido e fácil. A maior


parte dos alunos, muito mais interessada em ler temas de sua preferência,
apresenta dificuldades para interpretar os textos propostos em sala de aula, o
que se torna um obstáculo à aprendizagem dos diversos conteúdos. Dessa
maneira, o choque entre a leitura descompromissada, de entretenimento, e a
leitura acadêmica é detectado na escola.

Uma forma de minimizar esse problema é estimular a leitura associando-a ao


prazer. É possível atingir esse objetivo tanto pela leitura de textos literários
como de textos científicos e jornalísticos, considerando inclusive os recursos
imagéticos como as histórias em quadrinhos, as tirinhas e os cartuns. Além de
terem caráter humorístico, essas modalidades textuais assumem papel crítico
ou descritivo de alguma situação do cotidiano. Também são acessíveis,
adequadas à faixa etária dos estudantes e contribuem com o professor porque
servem como instrumento avaliativo de conhecimentos prévios. As histórias em
quadrinhos podem ser exploradas nas aulas de diversas maneiras: antes da
matéria a ser trabalhada; como exemplo do que foi ensinado; como base para
os alunos criarem seus próprios quadrinhos; para ler, discutir e comentar; para
criar atividades baseadas nelas ou criar os próprios diálogos, no caso das
tirinhas sem balão de fala dos personagens, ou, ainda, para que os alunos
retratem os conceitos científicos explícitos na história em questão; entre outras
possibilidades.

Quanto ao desenvolvimento da competência leitora propriamente dita,


apresentamos em diversos momentos da coleção manchetes e trechos de
reportagens a fim de chamar a atenção dos alunos pelas mais variadas formas
de leitura.

[...] As manchetes são os títulos considerados pela redação do jornal, como os


de maior importância entre as notícias contidas na edição. Visualmente elas
contribuem na estruturação das capas de jornal, tornando-as mais atraentes.
São estampadas, geralmente, na parte de cima ou no centro da capa e
destacadas por letras grandes. Também contribuem para que o leitor crítico
possa criar uma imagem da identidade do jornal ou de sua linha de informação
(Faria 2001). [...]

[...] São elas que possibilitam que o leitor faça previsões sobre como um
determinado tema será desenvolvido e então crie expectativas sobre o
conteúdo da notícia ou da reportagem. [...]

AGUIAR, Tarcísia Maria Travassos de. O contínuo genérico presente na capa


de jornal. Revista Investigações, v. 25, n. 2, jul. 2012. p. 138-141. Disponível
em: http.repositorios.ufpe.br/revistas/index.php/INV/article/view/343/288.
Acesso em: 1º maio 2016.

Interdisciplinaridade

Uma proposta de ensino interdisciplinar possibilita a formulação de um saber


crítico-reflexivo com base no diálogo entre os conteúdos de diferentes
disciplinas, permitindo uma nova postura de professores e alunos diante do
conhecimento, deixando de concebê-lo como algo estanque.

A interdisciplinaridade busca, assim, romper com os limites entre as disciplinas


escolares e as diferentes áreas de conhecimento, proporcionando aos alunos
uma compreensão mais abrangente da realidade e, consequentemente, dando-
lhe oportunidade de vivenciar uma aprendizagem mais efetiva. Dentro dessa
perspectiva, um trabalho como o descrito acima preocupa-se em relacionar os
conceitos de maneira articulada, levando em conta os objetivos gerais e
específicos de cada disciplina envolvida, com o cuidado de evitar a
fragmentação do conhecimento e instigar o interesse dos alunos para envolvê-
los diretamente no processo de aprendizagem.

Pode-se trabalhar a interdisciplinaridade por meio de projetos investigativos de


trabalho ou de pesquisa, por exemplo, que propõem a realização em etapas,
como planejamento, levantamento de hipóteses, coletas de dados, análises,
deduções e conclusões. Esse tipo de trabalho também proporciona uma
aprendizagem dinâmica, voltada à reflexão, ao questionamento e à
argumentação.

Uma postura interdisciplinar é uma atitude de busca pelo conhecimento,


trazendo contribuições para alunos, professores, escola e comunidade. Os
alunos aprendem a trabalhar coletivamente, privilegiando a interação com os
colegas e favorecendo o desenvolvimento da capacidade de argumentar e
organizar as informações. O envolvimento deles motiva o fortalecimento das
relações entre professores de diferentes disciplinas.

A articulação com a disciplina de Matemática ocorre em diversos momentos,


quando gráficos e tabelas são apresentados aos alunos para serem
interpretados ou quando há cálculos para sistematizar determinados
conteúdos. Com a disciplina de Português, a conexão se dá principalmente por
meio de gêneros textuais, e com a de Arte ocorre com elementos das artes
visuais, do cinema e da música, referências essenciais na formação cultural
dos alunos. Já com a disciplina de História ocorre quando fontes históricas e
linhas do tempo são utilizadas para situar os alunos nas épocas e nos lugares
em que houve algum acontecimento científico, por exemplo. A cartografia da
disciplina de Geografia também contribui em diversos momentos da coleção ao
estudar mapas e dados atuais relativos à população brasileira. Finalmente, com
a disciplina de Educação Física não poderia ser diferente, pois a sua conexão é
muito apropriada em situações que envolvem a saúde e o corpo humano.

Com todas essas ocasiões promovendo a articulação entre as disciplinas,


vários diálogos são possíveis a fim de potencializar o processo de ensino-
aprendizagem.

303

Transversalidade

A transversalidade surgiu da necessidade de integrar determinados temas


sociais ao currículo escolar. Referem-se ao que é vivido por toda a sociedade
e, por isso, devem ser debatidos amplamente. Eles abordam as questões sobre
Ética, Pluralidade cultural, Meio ambiente, Saúde, Orientação sexual e
Trabalho e consumo, e o processo de ensino e aprendizagem deve levar em
conta esses conteúdos.

Embora não sejam novas disciplinas, os Temas Transversais buscam


desenvolver a reflexão sobre a realidade da sociedade brasileira em questões
que, por sua importância, devem ser abertas ao debate nos ambientes
escolares, portanto podem ser incorporados aos conteúdos de cada disciplina.

A utilização dos Temas Transversais em sala de aula ainda contribui para a


aproximação entre os conteúdos e o cotidiano dos alunos. Por esse motivo,
entende-se que o ensino não pode ficar restrito aos conteúdos acadêmicos,
mas deve conduzir os alunos a uma formação que lhes permita viver de acordo
com as necessidades da sociedade em que estão inseridos. Para Moreno
(1997, p. 53), os Temas Transversais podem atuar como questões norteadoras
de algumas aulas, fazendo as disciplinas curriculares girarem em torno deles.
Isso pode conduzir a novos conhecimentos, à proposição de problemas e
possíveis respostas para eles. A formação de cidadãos conscientes depende
de um trabalho conjunto entre escola, professores, pais e alunos, com
consenso e participação de todas as partes para o benefício de todos, uma vez
que as disciplinas não atuam de maneira independente, mas de forma
organizada e interligada.

Para trabalhar o Tema Transversal Ética, é necessário previamente definir o


termo e diferenciá-lo do conceito de moral. Frequentemente, há uma confusão
e interposição entre esses termos. A moral refere-se ao conjunto de crenças,
regras e princípios que orientam o comportamento social dos seres humanos,
ao passo que a ética é uma reflexão crítica sobre a moral. Para viver em
sociedade, é necessário um conjunto de regras e valores, no entanto, em
determinadas situações ou conflitos há um limite, quando são necessárias
reflexões mais profundas, portanto uma reflexão ética. Nessa ocasião, a ética
analisa a coerência entre a prática humana e os princípios que a norteiam,
além de questionar e reformular valores e normas morais.

Sejam quais forem os temas abordados, eles devem sempre despertar a


curiosidade dos alunos para as questões sociais e culturais existentes. Dessa
forma, mais do que conhecer valores e regras, eles vão aprender a se
posicionar diante das diferentes situações.
Nesta coleção, os alunos são apresentados a diferentes valores culturais e
sociais e são estimulados a respeitá-los. Nesse caso, eles se defrontam com a
necessidade de haver justiça e igualdade entre as pessoas; com a reflexão
ética em diversos momentos, nos quais eles precisam avaliar e ponderar as
atitudes, incluindo as deles próprios, os valores da sociedade atual e os seus
impactos sobre o ambiente, sem realizar julgamento de valor.

O Tema Pluralidade cultural é muito relevante nas escolas brasileiras, já que se


refere às diferentes etnias e culturas que perfazem a nação e suas
peculiaridades. Esse é um aspecto imprescindível para os alunos
reconhecerem e valorizarem em nosso país.

A sociedade e a educação estão intrinsecamente relacionadas, portanto, por


meio desse tema, é possível superar a discriminação e a exclusão étnico-
cultural envolvidas nessa relação. Para uma sociedade multicultural como a
nossa, é fundamental valorizar e respeitar as diferenças.

Além disso, com o avanço tecnológico, as pessoas de diferentes culturas e


regiões do planeta podem se comunicar em tempo real. Consequentemente, a
atenção às múltiplas culturas é atual e necessária, sobretudo no âmbito
escolar. Por meio dessa abordagem, é possível resgatar valores culturais
quase esquecidos pela sociedade atual, evitando a extinção de culturas
regionais ou antigas. Procedendo dessa forma, alcançaremos a tolerância e o
respeito entre descendentes de diferentes etnias e culturas, combatendo o
preconceito e possíveis discriminações.

Nesta coleção, a pluralidade cultural é abordada em diversos momentos, como


na seção Biologia e cultura, cujo objetivo é a valorização pluriétnica e
multicultural, tanto do seu país quanto de outros, e o combate a preconceitos a
fim de desestimular qualquer ato discriminatório por parte dos alunos. Além das
imagens, algumas seções e atividades buscam mostrar a importância das
diferentes culturas e etnias e sua influência na formação e manutenção da
população brasileira.

O trabalho com o Tema Transversal Meio ambiente incita importantes reflexões


nos alunos. Como os problemas que envolvem o ambiente estão
constantemente nos meios de comunicação, esse Tema Transversal está mais
próximo da realidade dos alunos e, assim, permite organizar em sala de aula
significativas discussões e trocas de ideias. Esse estudo inclusive não se
restringe ao meio biótico e abiótico, mas ao conjunto de ações humanas que
permeiam o ambiente como um todo.

Hoje há uma busca para se manter a sociedade ambientalmente sustentável


porque a qualidade do ambiente reflete a realidade social e econômica de uma
nação. A prevenção de danos ao ambiente envolve a preocupação com os
seres vivos, o ambiente e o ser humano com tudo o que o cerca. Com essa
abordagem, esperamos contribuir para a conscientização dos alunos, tornando-
os cidadãos preparados para atuar na realidade socioambiental.

A temática ambiental aparece em todos os volumes desta coleção, pois é


inegável a relação entre ser humano e ambiente. Assim, os alunos são
estimulados a avaliar sua postura frente aos problemas ambientais, em vez de
somente apontá-los, e são convidados a propor soluções. Essa abordagem
ocorre, por exemplo, na seção Biologia e Ambiente e é importante porque, mais
do que reconhecer os problemas ambientais, os alunos devem perceber a si
mesmos como parte do ambiente e, assim, admitir sua responsabilidade sobre
ele.

304

O Tema Transversal Saúde é tratado sob a perspectiva de que a saúde de uma


pessoa depende de um conjunto de fatores, os quais resultam da interação
entre o meio físico, social e cultural. Sendo assim, questões como o
saneamento básico, a qualidade do ar, o estilo de vida, a distribuição de renda,
a segurança alimentar, entre outras, têm grande influência no bem-estar das
pessoas.

O Tema Transversal Saúde envolve a conscientização para uma mudança de


hábitos por parte dos alunos, o que promove a proteção da saúde e cria
estratégias para a conquista dos direitos de cidadania.

O cuidado com a saúde deve ser uma preocupação desde a infância e a escola
tem papel fundamental na estruturação dessa temática dentro e fora da sala de
aula. Ela deve estruturar e estimular os comportamentos e hábitos saudáveis,
fornecendo elementos que os capacitem para uma vida saudável, deixando-os
preparados para cuidar da saúde no âmbito pessoal e coletivo. Desse modo, a
escola deve incentivar o autocuidado, priorizar a prevenção e conceber a
saúde como direito e responsabilidade pessoal e social.

Nesta coleção, a saúde é entendida como um todo (física, mental e social), e


não somente como o oposto de doença. Esse tema é abordado em textos,
imagens, atividades e na seção Biologia e Saúde.

Ao trabalhar o Tema Transversal Orientação sexual, é importante considerar


primeiro o respeito. O comportamento, sobretudo dos jovens, vem se alterando
muito nas últimas décadas, fato que não pode ser ignorado no ambiente
escolar. Tratamos aqui da Educação sexual que envolve outros aspectos além
do ato sexual, os quais se referem à sexualidade e ao respeito à orientação
sexual de cada indivíduo. Essa educação inicia-se em casa, com a família, e
continua por toda a vida.

Não há como negar que a sexualidade esteja maciçamente exposta aos jovens
atualmente, seja nos meios de comunicação, na arte ou de outras maneiras.
Por isso, a escola e o professor devem estar atentos a essa realidade, de
maneira que a inserção do Tema Transversal Orientação sexual abra espaço
para a informação e para o debate sobre as questões que envolvem a
sexualidade humana. O "ficar", o namoro, a orientação sexual, o aborto, a
prostituição, o abuso e a violência sexual, a pedofilia e a pornografia são temas
a serem discutidos abertamente por toda a comunidade escolar, incluindo os
pais.

O espaço escolar para discussões abertas sobre o tema é crucial porque nem
sempre isso é possível nas famílias dos alunos. Como a sexualidade faz parte
da sociedade, ela não pode ser desvinculada da escola, a qual deve se inteirar
da cultura de cada aluno, considerando sua educação moral, seus princípios e
suas crenças religiosas, de maneira que cada um seja respeitado, bem como
suas concepções.

Priorizamos neste material a postura de respeito às diferenças de gênero e


orientação sexual e a importância do cuidado com o próprio corpo. Essas
questões foram contempladas ao discorrer sobre a valorização da mulher na
sociedade, o combate à homofobia, as doenças sexualmente transmissíveis e
a sexualidade, conteúdos que estão presentes em textos e imagens, com o
objetivo de incentivar o respeito ao próximo e o combate a qualquer tipo de
discriminação.

O Tema Transversal Trabalho e consumo envolve o ensino de noções de


trabalho não apenas como o exercício de uma atividade, que gera renda para o
indivíduo custear suas necessidades e consumir produtos. Esse conteúdo deve
proporcionar também a visão de que, na sociedade consumista em que
vivemos, o trabalho pode levar à alienação do trabalhador, desencadeando
uma constante busca pelo consumismo imposto pelo mercado.

Com essas abordagens, os alunos serão instruídos a serem consumidores


conscientes, cidadãos preparados para observar, argumentar e contribuir para
uma sociedade mais igualitária, aptos a exercer seus direitos e deveres.

O professor pode explorar esse tema em vários momentos. Ao falar sobre as


técnicas agrícolas e conservação do solo, ele pode, por exemplo, mostrar aos
alunos o trabalho gerado na zona rural, explicar como a matéria-prima é
tratada, quais maquinários foram utilizados, quantas pessoas participam desse
processo, e como esse produto chega à área urbana. Também é possível
aproveitar a ocasião e falar sobre a transformação da matéria-prima,
explicando que o emprego de mão de obra e a tecnologia agregam valor ao
produto final. Todas essas questões podem ser estudadas com os alunos,
sobretudo mantendo o objetivo de levá-los a compreender como um produto
obtém valor.

Nesta coleção, procuramos enfatizar os impactos ambientais que podem ter


sido ocasionados por essas intervenções humanas. Embora a disciplina de
Biologia possa abordar todos esses aspectos, ela precisa dar conta também de
discutir as desigualdades socioeconômicas presentes em nosso país. Nesse
sentido, o professor pode falar, por exemplo, sobre o fato de que alguns têm
acesso a alimentos e medicamentos enquanto outros não têm. Com esses
contrapontos, acreditamos que os alunos terão os conhecimentos básicos para
se tornarem consumidores conscientes, principalmente se reconhecerem que
seu consumo tem custos e perdas para a natureza e, consequentemente, para
eles mesmos.
Cidadania

O conceito de cidadania deve ser visto em sua historicidade, não existindo,


assim, um cidadão único, mas sim modelos históricos e, portanto, mutáveis.
Refletindo sobre a dimensão histórica do conceito de cidadania, é apontada a
necessidade de democratização dos direitos sociais, culturais e políticos.
Assim, o objetivo do ensino é a formação de cidadãos críticos e conscientes de
que possuem identidades próprias.

É muito importante entender bem o que é cidadania. Trata-se de uma palavra


usada todos os dias, com vários sentidos. Mas hoje significa, em essência, o
direito de viver decentemente.

305

Cidadania é o direito de ter uma ideia e poder expressá-la. É poder votar em


quem quiser sem constrangimento, processar um médico que tenha agido com
negligência. É devolver um produto estragado e receber o dinheiro de volta. É o
direito de ser negro, índio, homossexual, mulher, sem ser discriminado. De
praticar uma religião sem ser perseguido.

Há detalhes que parecem insignificantes, mas revelam estágios da cidadania:


respeitar o sinal vermelho no trânsito, não jogar papel na rua, não destruir
telefones públicos. Por trás desse comportamento está o respeito à coisa
pública.

O direito de ter direitos é uma conquista da humanidade. [...]

DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de papel: a infância, a adolescência e os


direitos humanos no Brasil. São Paulo: Ática, 2005. p. 12-13.

Os alunos encontrarão nesta coleção auxílio para compreender a cidadania


como a efetivação de seus direitos básicos, de modo a combater as diversas
formas de segregação ou preconceito, bem como serão estimulados a
combater estereótipos e atitudes discriminatórias. Acreditamos que, nesse
sentido, contribuiremos para a formação cidadã.

Direitos da criança e do adolescente


Os direitos da criança e do adolescente foram sistematizados e formalizados
por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), lei n. 8.069, de 1990.
Esse documento visa proteger a criança e o adolescente.

Essa nova concepção acerca das crianças e dos adolescentes passou a


compreendê-los como pessoas em estágio de desenvolvimento e que
requerem a atenção e proteção especiais. Um desses direitos é o de receber
educação. Nesse contexto, podem ser destacados alguns pontos fundamentais
que devem ser levados em consideração no âmbito educacional, contribuindo
para a valorização dos direitos da criança e do adolescente, como a prevenção
do trabalho e a exploração infantil, a promoção da convivência familiar
saudável e a prevenção da violência intrafamiliar.

Valorização do idoso

No momento em que ocorre o aumento da expectativa de vida dos brasileiros,


a criação do Estatuto do Idoso demonstra uma crescente preocupação com a
valorização do idoso no país. A educação escolar tem um papel relevante a
cumprir, atuando na conscientização dos alunos sobre a importância das
pessoas idosas em nossa sociedade.

Uma das principais maneiras de promover na sala de aula a valorização dos


idosos é socializar os alunos com pessoas dessa faixa etária. Ao compartilhar
seus conhecimentos e memórias, os idosos destacam o valor de suas
experiências, auxiliam os professores a humanizar os conteúdos trabalhados
em sala de aula e possibilitam aos alunos aprofundar o sentido daquilo que foi
estudado.

Assim, a participação de idosos na vida escolar é uma questão fundamental. O


primeiro passo para que ela ocorra é privilegiar uma gestão democrática da
escola, prevendo, no projeto pedagógico, além da presença da comunidade na
escola, um esforço para incluir a participação de pessoas idosas no processo
de ensino-aprendizagem.

O papel da mulher

Em todas as épocas históricas, houve mulheres que tiveram participação ativa


na sociedade e obtiveram reconhecimento social. Mas a organização massiva
das mulheres em defesa de seus direitos é um fenômeno recente. O
reconhecimento de que a mulher tem direito à plena cidadania vem se
construindo em um processo lento e difícil, acelerado principalmente com as
conquistas sociais e políticas da segunda metade do século XX.

Um exemplo característico das conquistas femininas desse período foi a


liberação da venda e divulgação de métodos contraceptivos e, em alguns
países, a descriminalização do aborto, apesar da grande resistência dos países
onde a moralidade religiosa exerce maior influência política. Com essas
conquistas, as mulheres adquiriram um domínio inédito sobre seu corpo,
puderam escolher o momento de ter filhos, ou mesmo não tê-los. Nos anos
1980, o movimento das mulheres investiu na luta contra as violências das quais
elas eram alvos principais, exigindo punições rigorosas para crimes como o
estupro e a violência doméstica.

Apesar desses avanços, atualmente as mulheres ainda são discriminadas,


principalmente nas relações de trabalho, nas quais costumam receber salários
mais baixos que os dos homens, mesmo exercendo funções idênticas. Hoje
sabe-se que essas diferenças na forma de a sociedade encarar homens e
mulheres são derivadas de valores sociais construídos historicamente. É nesse
sentido que vêm sendo desenvolvidos nos últimos anos os chamados estudos
de gênero, que compreendem as diferenças entre homens e mulheres com
base em uma perspectiva histórica, vinculada às construções sociais.

Portanto, consideramos que o mais importante para atingir a equidade de


direitos é a criação de um espaço comum entre homens e mulheres, em que a
diferença de identidades não seja motivo para a diferença de direitos, e a sala
de aula é um local privilegiado para isso.

Inclusão escolar

Os direitos das pessoas com deficiência foram estabelecidos na Convenção de


Guatemala, de 1998. O documento, ratificado pelo Brasil em 2001, estabelece
que as pessoas com deficiência tenham direitos iguais aos das demais. Assim,
é necessário que as escolas se adaptem às necessidades desses alunos, cujas
deficiências podem ser físicas, sensoriais ou mentais.

306
A adaptação passa pela adoção de práticas criativas na sala de aula e por
mudanças no projeto pedagógico, mas existem orientações específicas para
determinados casos de deficiência. As mudanças não são fáceis, e sua eficácia
depende de vontade e empenho por parte dos profissionais envolvidos. Além
da necessidade de algumas adaptações no ambiente escolar, principalmente
para melhorar a acessibilidade, os professores precisam buscar orientação
especializada, conversar com os respectivos pais e, principalmente, dar
atenção especial a esses alunos. Quando os resultados começam a aparecer,
não só o aprendizado deles progride, mas toda a comunidade escolar, no papel
de cidadã, também.

Avaliação

A avaliação é um instrumento que o professor possui para diagnosticar,


analisar, sistematizar e orientar suas ações pedagógicas. Entende-se a
avaliação como um diálogo contínuo entre professor e aluno, uma vez que,
quando elaborada em concordância com o conteúdo ensinado, serve como
resposta concreta à prática do professor e ao processo de ensino-
aprendizagem.

No contexto em que atua, deve estar claro para o professor que além de a
avaliação ser importante, cujo processo deve ser contínuo e não se restringir a
resultados, ela diagnostica os reais problemas na aprendizagem e colabora
para a evolução do aluno.

A avaliação deve ser compreendida como processo, instrumento de coleta de


informações em que os alunos sistematizam e interpretam as informações
obtidas, tomando uma decisão e, principalmente, a descentralização do poder
do professor.

Ela também é o espaço ideal para a mediação entre as alternativas de ensino


do professor e os percursos de aprendizagem dos alunos.

Para que a avaliação não se torne uma forma de seleção e exclusão, focada
apenas em princípios de eficiência e competitividade, é importante haver um
canal de comunicação entre alunos e professor. Desse modo, os critérios da
avaliação, seja formativa ou mesmo somativa, precisam ser apresentados e
discutidos antes de sua aplicação para que o aluno saiba como e sob quais
aspectos serão avaliados.

Portanto, cabe ao professor pensar na avaliação como um processo que vai


além de sua mera aplicação, que precisa ser cuidadosamente elaborado. O
resultado dessa avaliação, por sua vez, deve ser devolvido e revisado com os
alunos, para perceberem o ensino como um processo, o que implica rever os
motivos de seus erros a fim de avançar na aprendizagem. O planejamento do
processo de avaliação deve incluir conteúdos trabalhados em sala de aula de
maneira situada e reflexiva, levando em consideração o processo de
aprendizagem do aluno. Deve, ainda, na medida do possível, conter atividades
que valorizem diferentes tipos de conhecimento do aluno, como exercícios
objetivos, dissertativos, trabalhos em grupo, debates e assim por diante.

Em caso de testes ou provas escritas, após a sua aplicação, é importante que


o professor explique novamente aos alunos quais foram seus critérios
avaliativos, releia as questões, discuta as respostas e retome o que foi visto e
discutido em sala de aula, para, então, a avaliação fazer sentido.

Quando elaborada, aplicada e revisada corretamente, a avaliação perde seu


caráter punitivo e excludente e passa a avaliar o aluno de maneira formativa e
continuada, além de possibilitar que o professor reveja sua prática pedagógica.

A autoavaliação tem papel fundamental na democratização da avaliação. A


utilização dessa ferramenta possibilita tanto a alunos quanto a professores
avaliarem seu desempenho em sala de aula.

[...] Para o aluno autoavaliar-se é altamente favorável o desafio do professor,


provocando-o a refletir sobre o que está fazendo, retomar passo a passo seus
processos, tomar consciência das estratégias de pensamento utilizadas. Mas
não é tarefa simples. Para tal, ele precisará ajustar suas perguntas e desafios
às possibilidades de cada um, às etapas do processo em que se encontra,
priorizando uns e outros aspectos, decidindo sobre o quê, como e quando falar,
refletindo sobre o seu papel frente à possível vulnerabilidade do aprendiz.
Nesse sentido, o caráter intuitivo e ético do educador faz-se fortemente
presente, porque ele precisará promover tal reflexão a partir do papel que lhe
cumpre e da forma de relacionamento que deseja estabelecer com seus
alunos. [...]

HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover: as setas do caminho. Porto


Alegre: Mediação, 2001. p. 54.

A autoavaliação pode ser feita no final de cada produção escrita/oral, com o


objetivo de fazer o aluno analisar sua compreensão a respeito de todas as
características necessárias à produção do texto. Além da autoavaliação da
produção textual, outra ainda é proposta para avaliar o processo. Nesta, o
aluno pode verificar o que já aprendeu e também identificar o que precisa
aprender mais, apontando e corrigindo as inadequações. A seção Refletindo
sobre o capítulo também oportuniza momentos para a realização da
autoavaliação, quando o aluno deve retomar as questões respondidas durante
a condução dos conceitos e respondê-las novamente. Com isso, ele tem a
oportunidade de confrontar essas respostas e verificar as mudanças, tomando
consciência da aprendizagem.

307

Mapa de conteúdos e recursos - Volume 1

Apresentamos, a seguir, um mapa de conteúdos e recursos deste volume.


Cabe ao professor a decisão fundamental sobre como utilizar o apoio
pedagógico que é o livro didático: construir critérios de seleção dos temas das
unidades de que fará uso, levando-se em conta o projeto pedagógico da
escola, as condições da turma e as condições temporais da carga horária da
grade curricular. Além disso, da maneira como a coleção está estruturada, o
professor tem autonomia pedagógica para decidir sobre quais unidades
abordar ou deixar de abordar, no todo ou em partes; sobre seguir a ordem
apresentada ou reagrupar as unidades pelos critérios organizativos que
escolher, e fazer as pontes entre as unidades dentro desses critérios.

Mapa de conteúdos e recursos - Volume 1

Estudo da vida

Capítulos

1 - Uma ciência chamada Biologia


Principais temas

· O que a Biologia estuda

· Algumas áreas da Biologia

· Como estudar Biologia

· Características dos seres vivos

Principais conceitos e noções

· Estudo da vida

· Áreas de estudo da Biologia

· Métodos científicos

· O que caracteriza um ser vivo

Principais recursos

· Fotografias

· Ilustrações

· Esquemas

· Diagramas

· Micrografia

· Textos de fontes variadas

· Retratos

2 - Origem da vida

· A origem do Universo

· A origem da vida na Terra

· As primeiras células

· Como o Universo se origina e qual sua estrutura

· Teoria do Big Bang

· A origem da vida na Terra e suas teorias

· As primeiras células que surgiram na Terra


· Ilustrações

· Linhas do tempo

· Tabelas

· Gráfico

· Fotografias

· Esquemas

· Ilustração científica

· Retratos

· Textos de fontes variadas

3 - Introdução ao estudo das células

· O microscópio e o estudo das células

· Os microscópios e a observação das células

· Preparo das células para análise microscópica

· Tipos celulares

· Tipos de microscópio

· Tipos de células

· Teoria celular

· Técnicas de preparo celular para microscopia

· Fotografias

· Micrografias

· Ilustração científica

· Esquemas

· Reportagens

· Quadro

· Ilustrações

Citologia
4-

Química das células

· Substâncias inorgânicas e orgânicas

· Substâncias inorgânicas

· Substâncias orgânicas

· Textos de fontes variadas

· Ilustrações

· Fotografias

· Quadros

· Micrografia

· Esquema

· Gráficos

· Tabela

5 - Estrutura da célula: membrana plasmática

· Estrutura da membrana plasmática

· Propriedades da membrana plasmática

· Junções intercelulares

· Estruturas externas à membrana plasmática

· Modelo mosaico fluido

· Transporte ativo e transporte passivo

· Junções ocludentes, desmossomos e junções comunicantes

· Parede celular e glicocálice

· Texto de fonte variada

· Esquemas

· Ilustrações

· Fotografias
· Micrografias

· Reportagem

· Manchete

308

Citologia

Capítulos

6 - Estrutura da célula: citoplasma

Principais temas

· Estrutura do citoplasma

· Projeções do citoplasma

· Organelas

Principais conceitos e noções

· Estrutura do citoplasma

· Cílios e flagelos

· Organelas (ribossomo, retículo endoplasmático granular, retículo


endoplasmático agranular, complexo golgiense, lisossomo, mitocôndria,
peroxissomo, vacúolo e plasto)

Principais recursos

· Fotografia

· Micrografias

· Ilustrações

· Esquemas

· Texto de fonte variada

7 - Estrutura da célula: núcleo

· Núcleo

· Divisão celular

· Partes do núcleo
· DNA

· Estrutura do cromossomo

· Tipos de cromossomos

· Mitose e meiose

· Micrografia

· Esquemas

· Fotografia

· Ilustrações

· Tabelas

· Gráfico

· Diagramas

· Textos de fontes variadas

· Manchetes

8 - Processos energéticos das células

· Energia, metabolismo e vida

· Moléculas envolvidas nos processos energéticos

· Fotossíntese

· Quimiossíntese

· Respiração celular

· Fermentação

· Energia e metabolismo celular

· ATP, ADP, NAD, NADP e FAD

· Processos energéticos: quimiossíntese, respiração celular e fermentação

· Fotografias

· Texto de fonte variada

· Esquemas
· Quadro

· Ilustrações

· Gráficos

· Micrografia

· Tirinha

· Reportagem

9 - Tecido epitelial e tecido muscular

· Tecido epitelial

· Tecido muscular

· Tecidos epitelial de revestimento

· Tecido epitelial glandular

· Tecido muscular liso

· Tecido muscular estriado cardíaco

· Tecido muscular estriado esquelético

· Contração muscular

· Pintura

· Ilustrações

· Micrografias

· Esquemas

· Fotografias

· Reportagens

10 - Tecido conjuntivo e tecido nervoso

· Tecido conjuntivo

· Tecido nervoso

· Tecido conjuntivo frouxo

· Tecido conjuntivo denso modelado e tecido conjuntivo denso não modelado


· Tecido adiposo comum

· Tecido adiposo pardo

· Tecido conjuntivo cartilaginoso

· Tecido conjuntivo ósseo

· Sangue

· Tecido nervoso: tipos e estrutura

· Impulso nervoso

· Reportagens

· Micrografias

· Esquemas

· Ilustrações

· Fotografias

· Tabela

· Quadro

· Cartaz

309

Reprodução e Embriologia

Capítulos

11 - Reprodução dos seres vivos

Principais temas

· Reprodução assexuada

· Reprodução sexuada

· Fecundação e desenvolvimento

Principais conceitos e noções

· Tipos de reprodução

· Fecundação externa e fecundação interna


· Tipos de desenvolvimento em vertebrados e em alguns invertebrados

· Cuidado parental

Principais recursos

· Fotografias

· Esquemas

12 - Reprodução humana

· Sistemas genitais

· Hormônios sexuais

· Fecundação

· Sistema genital masculino

· Espermatogênese

· Sistema genital feminino

· Ovogênese

· Hormônios sexuais

· Ciclo menstrual

· Etapas da fecundação

· Pintura

· Esquemas

· Manchetes

· Textos de fontes variadas

· Ilustrações

· Tirinha

· Micrografia

· Gráfico

· Reportagens

· Quadros
· Escultura

· Fotografias

· Retratos

13 - Métodos contraceptivos

· Métodos contraceptivos naturais

· Métodos contraceptivos de barreira

· Métodos contraceptivos hormonais

· Dispositivo intrauterino

· Métodos contraceptivos definitivos

· Tabela

· Temperatura basal

· Coito interrompido

· Muco cervical

· Preservativo masculino

· Preservativo feminino

· Pílula anticoncepcional

· DIU

· Laqueadura

· Vasectomia

· Ilustrações

· Fotografias

· Gráficos

· Esquemas

· Micrografias

· Cartazes

· Quadro
· Reportagem

14 - Desenvolvimento embrionário

· Fases do desenvolvimento embrionário

· Anexos embrionários

· Desenvolvimento embrionário humano

· Gestação

· Tipos de ovos

· Tipos de segmentação

· Organogênese

· Gastrulação

· Anexos embrionários

· Etapas do desenvolvimento embrionário/fetal

· Fases da gestação

· Tipos de gêmeos

· Tipos de parto

· Esquemas

· Micrografias

· Fotografias

· Tabela

· Reportagens

· Textos de fontes variadas

· Ilustrações

· Cartazes

· Folheto

· História em quadrinhos

· Gráficos
· Manchete

310

Objetivos, comentários e sugestões

Nesta parte do caderno de Orientações para o professor, apresentamos os


principais objetivos a serem alcançados em cada uma das quatro unidades do
volume, além de comentários sobre os recursos das aberturas, comentários
específicos sobre os conteúdos apresentados e sugestões de atividades. Para
que o professor aprofunde seus conhecimentos, apresentamos também textos
extraídos de fontes diversas, que podem ser bastante úteis na preparação das
aulas e das avaliações.

Unidade 1 - Estudo da vida

Páginas 10 e 11

Nesta unidade são estudados os conceitos básicos da Biologia e a origem da


vida. Ao trabalhar as páginas de abertura questione os alunos sobre o
nascimento dos seres vivos, tal como é mostrado na fotografia. Tomando-se
por base essa imagem, é possível questionar sobre o desenvolvimento
embrionário dos seres vivos e a importância de conhecer a biologia das
espécies a fim de conservá-las.

LEGENDA: Jacaré-de-papo-amarelo eclodindo do ovo. O animal adulto pode


atingir cerca de 2,5 m de comprimento.

CRÉDITO: Fabio Colombini

Capítulo 1 Uma ciência chamada Biologia

Objetivos

· Identificar a abrangência dos estudos da Biologia.

· Conhecer algumas áreas da Biologia.

· Conhecer um breve histórico da Biologia.

· Reconhecer a importância do método científico nas pesquisas biológicas.

· Conhecer diferentes métodos científicos.

· Identificar algumas características que definem os seres vivos.


· Reconhecer o impacto e a importância de algumas pesquisas e de seus
pesquisadores para o conhecimento atual das diferentes áreas da Biologia.

Página 12

Abertura de capítulo

· O objetivo da imagem apresentada nesta página é o de instigar os alunos ao


iniciar o estudo do conhecimento biológico. O estudo dos fósseis,
especialmente dos dinossauros, tem potencial para despertar o interesse nos
estudos relacionados à morfologia, Geologia, Paleontologia e história biológica
da Terra.

· Espera-se que os alunos reconheçam a importância do estudo de evidências


fósseis para o conhecimento atual dos seres vivos e de sua origem.

· Ao trabalhar a questão f dessa página, liste as respostas dos alunos na lousa.


Provavelmente surgirão respostas envolvendo outros aspectos além dos
biológicos e é importante estimular os alunos a exporem suas ideias e
concepções, pois, pelos conhecimentos prévios deles, é possível estabelecer
as decisões didáticas a serem tomadas durante as aulas.

Página 13

· Ao trabalhar com o tópico O que a Biologia estuda, apresentado na página 13,


explique aos alunos que o biólogo pode trabalhar em diversas áreas
relacionadas tanto ao ambiente e à biodiversidade como a categorias
relacionadas à saúde e produção.

· Se considerar interessante, leia o trecho a seguir para os alunos.

A Biologia, da forma como existe hoje, é uma ciência extraordinariamente


diversificada. Parte disso se deve ao fato de ela lidar com organismos
tremendamente variados, que vão de vírus e bactérias a fungos, plantas e
animais. Ela também lida com muitos níveis hierárquicos, de macromoléculas
orgânicas e genes até células, tecidos, órgãos e organismos inteiros, e as
interações e a organização desses organismos em famílias, comunidades,
sociedades, populações, espécies e biota. Cada nível de atividade e
organização é uma área de especialização com seu próprio nome - citologia,
anatomia, genética, sistemática, etologia ou ecologia, para citar só algumas.
Além disso, a biologia tem uma ampla gama de aplicações práticas e deu
origem a, ou pelo menos está envolvida em, numerosos campos aplicados,
como a medicina, a saúde pública, a agricultura, a silvicultura, o melhoramento
animal e vegetal, o controle de pragas, a pesca, a oceanografia biológica e
assim por diante. [...]

MAYR, Ernst. Isto é Biologia: a ciência do mundo vivo. São Paulo: Companhia
das Letras, 2008. p. 151.

Para mais informações sobre as áreas de atuação da Biologia, acesse o site a


seguir.

· http://tub.im/yeuga8. Acesso em: 26 fev. 2016.

311

Páginas 15 e 16

· O método científico é fundamental para as pesquisas nas Ciências Naturais.


A ciência baseia-se em fatos e evidências, e não em ideias de senso comum,
tampouco busca explicações sobrenaturais para os fenômenos naturais. Assim,
é importante mostrar aos alunos que as bases da Biologia, como as das
demais ciências, estão alicerçadas em conhecimentos científicos.

· Alguns alunos podem questionar a validade da ciência, uma vez que muitos
fatos em seu cotidiano não precisam de explicações científicas, pois são
baseados no conhecimento popular. As concepções prévias dos alunos são
fundamentais para o desenvolvimento dos conteúdos. É essencial respeitar a
opinião deles, bem como salientar a importância de muitas ideias de senso
comum.

· Sobre a relação entre a ciência e o conhecimento proveniente do senso


comum, leia o trecho do texto a seguir.

Todos nós sabemos muitas coisas que nos ajudam em nosso dia a dia e que
funcionam bem na prática. Nas zonas rurais, diversas pessoas, sem nunca ter
frequentado cursos de agricultura, sabem a época certa de plantar e colher.
Esse conjunto de crenças e opiniões, essencialmente de caráter prático - uma
vez que procura resolver problemas cotidianos -, forma o que se costuma
chamar de conhecimento comum ou senso comum.
A relativa eficiência do senso comum deve-se ao fato de que ele, assim como o
conhecimento científico, também passou por um processo de aprendizagem
por tentativa e erro. [...]

O conhecimento cotidiano limita-se, na maioria das vezes, à tentativa de


resolver problemas de ordem prática. Por isso, enquanto determinado
conhecimento funcionar bem, considerando as finalidades para as quais foi
criando, ele será utilizado sem muito questionamento. Já o conhecimento
científico procura, sistematicamente, criticar uma hipótese, mesmo que ela
resolva satisfatoriamente os problemas para os quais foi concebida. Isso quer
dizer que, em ciência, procuramos aplicar uma hipótese a fim de resolver novos
problemas, ampliando seu campo de ação para além dos limites de objetivos
práticos e problemas cotidianos. [...] Para Ernest Nagel (1901-1985), criadores
de animais, por exemplo, conhecem muitas técnicas para selecionar, por meio
de cruzamentos, os animais com características mais vantajosas ao homem. Já
o cientista, com o estudo da genética, procura alcançar muito mais do que isso:
ele tenta explicar, lançando mão de leis gerais, os resultados de qualquer
cruzamento, independentemente de eles serem úteis ou não ao homem
(NAGEL, 1982). [...]

GEWANDSZNAJDER, Fernando. O método nas ciências naturais. São Paulo:


Ática, 2010. p. 123-124.

Página 17

Oficina de Biologia

Objetivos

· Verificar a aplicação de metodologia científica em uma atividade prática.

· Reconhecer a importância do levantamento de hipóteses.

· Reconhecer a importância dos métodos científicos em pesquisas científicas.

Comentários

A atividade sugerida nesta seção tem como objetivo testar a viabilidade de


duas hipóteses. Se considerar interessante, peça aos alunos que elaborem
suas próprias hipóteses antes de iniciar a atividade. Para isso, apresente-lhes a
situação e peça que digam o que acham que vai acontecer com as plantas. É
importante incentivá-los a comentar os seus conhecimentos prévios para que
sejam capazes de levantar hipóteses válidas. Somente na sequência leve-os
ao laboratório para que desenvolvam a atividade.

Apesar de ser de conhecimento dos alunos que a presença de luz solar é


fundamental ao desenvolvimento das plantas, pois já estudaram o conteúdo
relacionado à fotossíntese no Ensino Fundamental, trata-se de uma
oportunidade para verificarem esse conhecimento. É importante exercitar a
prática científica e a criticidade, sobretudo na execução de experimentos.
Mostre-lhes que o conhecimento está em constante construção e que a ciência
necessita de hipóteses, comprovações, refutações e novas ideias para
continuar se desenvolvendo. A ciência também é falível, como mostra a própria
história, mas ela sempre se renova com base em novos argumentos, novas
ideias, novos pensamentos e conhecimentos.

Respostas

1. A planta do vaso A teve melhor desenvolvimento e a planta do vaso C teve


menor desenvolvimento.

2. Diferente do que ocorreu no vaso C, no vaso A não houve barreiras que


impedissem seu contato com a luz solar. Assim, a planta do vaso C não teve
acesso aos componentes básicos para o seu desenvolvimento.

3. Pode-se concluir que os resultados estão de acordo com a hipótese 1 .


Ainda que a planta do vaso C sobreviva por 14 dias sem luz, ela pode morrer
em breve, se for mantida nessas condições.

4. Porque afirma que as plantas sobrevivem na ausência de luz solar, e o


experimento demonstrou que, ainda que sobrevivam, as plantas não se
desenvolvem, tendendo a morrer na ausência de luz solar.

5. Sim, pois o experimento não se baseou apenas na lógica de que as plantas


sobrevivem somente na presença de luz. De início, foram feitos
questionamentos e levantadas duas hipóteses sobre esse assunto. Por meio
da experimentação e análise dos resultados, uma das hipóteses foi aceita e a
outra foi rejeitada. Dessa maneira, a questão inicial foi respondida baseando-se
em resultados palpáveis, e não apenas na lógica dedutiva.
312

Páginas 18 e 19

· Existem várias características que definem um ser vivo. Leia o trecho do texto
da definição proposta por Ernst Mayr a seguir.

Podemos tabular alguns dos fenômenos que são específicos dos seres vivos:

Programas que evoluem. Os organismos são produto de 3,8 bilhões de anos


de evolução. Todas as suas características refletem essa história. O
desenvolvimento, o comportamento e todas as outras atividades dos
organismos vivos são em parte controlados por programas genéticos (e
somáticos), que por sua vez resultam da informação genética acumulada
através da história da vida. Historicamente, há uma continuidade desde a
origem da vida e os mais simples procariontes até as árvores gigantes, os
elefantes, as baleias e os seres humanos.

Propriedades químicas. Embora em última instância os organismos vivos se


constituam dos mesmos átomos que a matéria inanimada, os tipos de
moléculas responsáveis pelo seu desenvolvimento e por suas funções - ácidos
nucleicos, peptídeos, enzimas, hormônios e componentes das membranas -
são macromoléculas não encontradas na natureza inanimada. [...]

Mecanismos regulatórios. Os sistemas vivos são caracterizados por todo tipo


de controle e de mecanismos regulatórios, incluindo vários mecanismos de
retroalimentação, que mantêm o estado de equilíbrio do sistema. [...]

Organização. Os organismos vivos são sistemas ordenados e complexos. Isso


explica sua capacidade de regulação e de controle de interação do genótipo,
bem como seus limites evolutivos e de desenvolvimento.

Sistemas teleonômicos. Os organismos vivos são sistemas adaptados,


resultantes de inúmeras gerações prévias submetidas à seleção natural. Esses
sistemas são programados para atividades teleonômicas (orientadas para um
objetivo) desde o desenvolvimento embrionário até as atividades fisiológicas e
comportamentais dos adultos.
Ordem limitada de magnitude. O tamanho dos organismos vivos ocupa uma
extensão limitada do mundo médio, desde os menores vírus até as maiores
baleias e árvores. [...]

Ciclo de vida. Os organismos, ao menos aqueles que se reproduzem


sexualmente, passam por um ciclo definido, começando com um zigoto (óvulo
fertilizado) e passando por vários estágios embrionários ou larvais até atingir a
idade adulta. [...]

Sistemas abertos. Os organismos vivos obtêm continuamente energia e


material do ambiente externo, e nele eliminam os dejetos do metabolismo. [...]

Essas propriedades dos organismos vivos lhes conferem um grande número de


capacidades ausentes nos sistemas inanimados:

A capacidade de evoluir

A capacidade de se autorreplicar

A capacidade de crescer e se diferenciar por meio de um programa genético

A capacidade de ter metabolismo (de adquirir e liberar energia)

A capacidade de se autorregular, para manter o sistema complexo em um


estado de equilíbrio (homeostase, retroalimentação)

A capacidade (através da percepção e dos órgãos dos sentidos) de responder


a estímulos do ambiente

A capacidade de mudar em dois níveis, o do fenótipo e o do genótipo. [...]

MAYR, Ernst. Isto é Biologia: a ciência do mundo vivo. São Paulo: Companhia
das Letras, 2008. p. 44-46.

Refletindo sobre o capítulo

Página 21

Comentários

O objetivo da questão a é o de avaliar a aprendizagem dos alunos e como seus


conceitos se modificaram ao longo da aprendizagem desse conteúdo. Verifique
se eles compreenderam a importância de se estudar como os seres vivos e o
ambiente eram no passado, para entender como são hoje. Esse conhecimento
servirá de base para a aprendizagem de conceitos relacionados à evolução.

Respostas

a) Resposta pessoal.

b) Não. É necessário escolher um problema a ser investigado, levantar


hipóteses acerca dele, pesquisar o que já foi descoberto sobre esse assunto e
sob quais condições. Basear-se apenas na lógica pode gerar margem para o
erro ou, até mesmo, supressão de informações importantes que devem ser
consideradas ao se desenvolver uma pesquisa em Biologia, uma vez que o
estudo dos seres vivos não é algo exato e pode sofrer mudanças.

c ) Minerais não possuem algumas características básicas dos seres vivos, tais
como ciclo de vida, metabolismo, organização celular, resposta a estímulos,
hereditariedade, reprodução e evolução.

Trocando ideias

Páginas 22 e 23

Objetivos

· Refletir a respeito da influência da ciência sobre a sociedade e da sociedade


sobre a ciência.

· Conhecer alguns estudos que influenciaram o conhecimento biológico.

· Reconhecer a importância do cientista para a ciência e a sociedade.

Comentários

Rachel Carson é considerada uma pioneira nos estudos ambientais. Ao se


deparar com os problemas causados pelo DDT, ela resolveu investigar o que
ele causava, já que tal conhecimento ainda não existia na época.

313

Mostre aos alunos que o mesmo problema acontece atualmente com diversas
descobertas em nossa sociedade. Em um momento algo é benéfico e, tempos
depois, uma equipe de cientistas, em outro local do planeta, pode descobrir
que é capaz de trazer prejuízos a alguns seres vivos. Carson mudou a forma
como as questões ambientais eram tratadas, abrindo espaço para os estudos
nessa área, uma vez que provou a relação entre ciência, sociedade, saúde e
ambiente.

Ao trabalhar a questão b, espera-se que os alunos percebam que o fato de


Rachel Carson seguir os procedimentos científicos necessários em sua
pesquisa evitou a refutação de suas hipóteses. Isso mostra que são
necessários mais do que argumentos satisfatórios para contestar uma ideia,
descoberta ou teoria. Além disso, ela conseguiu comprovar suas ideias iniciais,
o que ficou evidente em sua pesquisa. Enfatize que a ciência não é composta
de conhecimentos finalizados, mas abertos a novas descobertas e
possibilidades.

Ao abordar a questão c, espera-se que os alunos sejam capazes de analisar


criticamente a relação entre o conhecimento evolutivo e os problemas atuais da
sociedade. Ao entender como ocorreu o desenvolvimento da sociedade, os
alunos podem lançar um olhar evolutivo sobre os problemas, avaliando as
causas, prevendo as consequências e estudando formas de minimizar seus
efeitos, tal como defendia Ernst Mayr.

Na questão d, espera-se que os alunos desenvolvam um pensamento crítico


sobre a maneira como a pesquisa científica é tratada atualmente no Brasil,
principalmente considerando sua aplicabilidade no cotidiano da população.
Peça a eles que citem diferentes objetos do cotidiano deles e que consideram
ter a aplicação de tecnologias científicas. Questione os tratamentos disponíveis
na rede pública de saúde para diversas doenças. Liste as respostas na lousa e
pergunte-lhes quais delas têm influência em toda a população brasileira por
exemplo. Verifique se os alunos consideram que isso pode ser resultado da
falta de estímulo à pesquisa científica. Questione ainda se eles acreditam que o
conhecimento científico chega a todas as pessoas, de diferentes etnias, idades,
crenças e gêneros. Trata-se de um momento de reflexão sobre a ciência no
Brasil. Se considerar interessante, peça aos alunos que elaborem um texto
dissertativo sobre o tema. Essa atividade pode ser trabalhada junto à disciplina
de Língua Portuguesa, que pode auxiliar na elaboração do texto.

Respostas
a) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos relacionem a ideia da Biologia
como uma ciência que exige o conhecimento interdisciplinar; que estuda não
somente a vida, mas também fatores externos que possam influenciá-la.

b) Resposta pessoal. Se Rachel Carson não tivesse tomado os cuidados


científicos necessários, ela poderia, sem nenhum embasamento científico,
deturpar a descoberta de Paul Müller sobre o DDT, que combatia mosquitos
transmissores de doenças.

c ) Resposta pessoal.

d) Resposta pessoal.

Atividade complementar

Método científico e evidências fósseis

Objetivos

· Desenvolver a competência leitora.

· Analisar informação tomando-se por base o conhecimento sobre o método


científico.

· Buscar explicações científicas para eventos naturais. Leia o trecho do texto a


seguir.

A extinção dos dinossauros - grupo que reuniu algumas das maiores criaturas a
vagar pelo planeta - é um assunto fascinante e que atrai a atenção de todos,
cientistas ou não. Decifrar os motivos de seu desaparecimento é um dos temas
mais polêmicos da paleontologia, despertando discussões apaixonadas entre
os pesquisadores. [...]

O número de hipóteses para explicar o desaparecimento dos dinossauros e


outros grupos no final do Cretáceo é grande e tem enfoques diversificados,
variando desde doenças e epidemias até fatores externos ao nosso planeta.
Sem entrar em cada uma delas, duas linhas de questionamento são as
principais levantadas pelos cientistas. [...]

O impacto de um corpo celeste - asteroide ou cometa - ao final do Cretáceo já


é tido como fato. Devido ao refinamento de técnicas no estabelecimento de
datação absoluta, pôde-se determinar que o impacto se deu há 66 043 000
anos, com margem de erro de mais ou menos 43 mil anos [...].

Localizou-se também o local do impacto: uma cratera de aproximadamente


180-200 km de largura, denominada de Chicxulub, na província de Yucatán,
México. O diâmetro do asteroide ou cometa responsável por essa cratera era
de aproximadamente 10 km, algo como o tamanho de Manhattan (EUA), e o
impacto teria liberado energia equivalente a alguns milhões de bombas
atômicas como as que atingiram Hiroshima e Nagasaki na Segunda Guerra.
[...]

KELLNER, Alexandre. O que aconteceu com os dinossauros? Ciência Hoje, 20


ago. 2014. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br/ colunas/cacadores-de-
fosseis/o-que-aconteceu-com-os-dinossauros. Acesso em: 29 fev. 2016.

Comentários

Providencie cópias do texto acima e distribua aos alunos. Aproveite para


trabalhar essa atividade junto à abertura do capítulo, na página 12. Esse texto
pode auxiliar no entendimento de que há evidências fósseis que corroboram
com as explicações acerca da extinção dos dinossauros. Peça aos alunos que
encontrem uma hipótese presente no texto (a de que um corpo celeste tenha
causado impacto na Terra suficiente para extinguir os dinossauros) e
questione-os sobre por que a colisão de um corpo celeste teria tanto impacto
sobre os seres viventes. Para ampliar essa discussão, peça que considerem as
espécies viventes atualmente e que se encontram ameaçadas de extinção.
Solicite a elaboração de hipóteses para esse cenário. Verifique se os alunos
levantam questões como a interferência humana sobre a sobrevivência dos
seres vivos - desmatamento, caça predatória, redução do hábitat, poluição,
mudanças climáticas, entre outras. Estimule os alunos a exporem suas ideias e
argumentarem sobre elas, contribuindo para a construção do conhecimento.

314

Capítulo 2 - Origem da vida

Objetivos

· Conhecer os estudos sobre as primeiras formas de vida na Terra.


· Conhecer uma das teorias da origem do Universo.

· Conhecer a estrutura do Universo.

· Reconhecer alguns experimentos e teorias que demonstram a origem da vida


na Terra.

· Conhecer alguns conceitos da Astrobiologia.

Página 24

Abertura de capítulo

· O assunto abordado nesta página visa despertar a curiosidade do aluno sobre


questões que remetem à idade de nosso planeta, e principalmente, sobre o
possível início da vida nele.

· Diga aos alunos que os estromatólitos modernos possuem as mesmas


estruturas que os estromatólitos fósseis, o que colabora com as pesquisas que
buscam identificar quando e de que maneira surgiu a vida em nosso planeta.

· Ao trabalhar a questão c dessa página, não se espera que os alunos


explicitem teorias científicas. Esta questão visa levantar os conhecimentos
prévios dos alunos sobre a temática. É possível que alguns alunos citem a
abiogênese ou a teoria dos coacervados, geralmente abordadas no Ensino
Fundamental II. Aproveite o momento para verificar o que os alunos lembram
de cada teoria e o que pensam dela.

Páginas 25 a 29

· Apesar de diversas comprovações científicas, a teoria do Big Bang ainda não


é totalmente aceita na sociedade atual. Mesmo no meio científico, ainda
existem controvérsias. Sobre isso, se considerar apropriado, leia o trecho do
texto a seguir para os alunos. Com base nele, peça que reflitam sobre essa
teoria.

[...] Será o Big Bang a criação? Ou haverá um pré-Big Bang? Modelos


cosmológicos onde existe um pré-Big Bang têm surgido em duas classes.
Numa primeira classe, à medida que caminhamos para o passado, o fator de
escala nunca chega a zero, isto é, o Universo nunca colapsa num ponto. A
determinada altura ele volta a expandir, num "ressalto cosmológico" ou bounce
cosmológico. A razão é que algum tipo de matéria-energia que origina
gravidade repulsiva começa a dominar a evolução do Universo, exatamente
como na época presente. Numa segunda classe de modelos, o fator de escala
torna-se zero, mas esta singularidade tem uma interpretação física. Existem
modelos baseados em teoria de cordas deste tipo. Relativamente aos modelos
em que o Big Bang é a criação do nosso Universo há grandes dificuldades;
existiram algumas tentativas, na década de 1980, inspiradas em física das
partículas e lideradas por Stephen Hawking que argumentavam a possibilidade
de "nucleação" do nosso Universo. Mas estas ideias requerem implicitamente a
existência de um hiperespaço onde o nosso Universo é criado e nesse sentido
não é a criação de tudo [...].

HERDEIRO, Carlos. Uma breve história do Universo: do Big Bang ao universo


acelerado. Gazeta de Física, v. 29, n. 3, abr. 2006. Disponível em:
http://nautilus.fis.uc.pt/gazeta/revistas/29_3/vol29_ 3_Art05.pdf. Acesso em: 6
mar. 2016.

· O tema combustível das estrelas, abordado na página 28, pode ser explorado
pela leitura do artigo a seguir. - Fusão termonuclear. Disponível em:
http://tub.im/kubujv. Acesso em: 6 mar. 2016.

· Parte da história do pesquisador que propôs a fusão termonuclear, o alemão


Hans Albrecht Bethe (1906- 2005), é abordada no artigo.

Páginas 30 e 31

· O experimento descrito nas páginas 30 e 31 , sobre a rejeição da teoria da


geração espontânea, pode ser repetido na sala de aula. Veja como proceder na
seção Atividade complementar, na página 315. Com essa atividade, é possível
verificar que eventos levaram Redi a rejeitá-la.

Página 35

· Outras características, além das abordadas no texto dessa página, auxiliam


na sustentação da teoria da endossimbiose. Veja a seguir.

- Os cloroplastos e as mitocôndrias se assemelham a bactérias em tamanho e


formato, também apresentam semelhanças bioquímicas e genéticas, o que
sugere a possibilidade de um ancestral procarionte. O DNA do cloroplasto e da
mitocôndria é bastante diferente do existente no núcleo das células. Tanto os
cloroplastos quanto as mitocôndrias apresentam a capacidade de
autoduplicação.

- A endossimbiose pode ser vista em outros seres vivos, como os protoctista


Vorticella e as algas verdes do gênero Chlorella, as quais fornecem produtos
resultantes da fotossíntese e recebem minerais do protoctista.

Páginas 37 e 38

· Ao trabalhar a seção Biologia e Cultura destas páginas questione se os


alunos conhecem outros mitos ou lendas relacionados à origem do Universo,
da Terra e dos seres vivos. É possível que eles conheçam histórias contadas
pelos povos antigos e antepassados. Neste caso, peça que relatem a história
para os colegas.

Refletindo sobre o capítulo

Página 41

Comentários

A questão a permite avaliar a aprendizagem dos alunos. Ao trabalhá-la,


espera-se eles relacionem o processo de formação da Terra às teorias de
origem da vida.

315

Na questão b, relembre os alunos do processo de formação do planeta Terra,


comentando a deposição dos minerais nas camadas da Terra e o aumento da
pressão e da temperatura em seu interior, seguidos pelos eventos do efeito
estufa e da formação dos oceanos, que propiciaram o surgimento dos primeiros
seres vivos.

Ao abordar a questão c, verifique se os alunos percebem que o nível de


complexidade das células aumentou ao longo do tempo. Houve a formação da
célula eucarionte (mais complexa), a qual se deu a partir de uma célula
procarionte (mais simples). Posteriormente, formou-se a célula eucarionte com
mitocôndrias e, em seguida, a célula eucarionte com mitocôndrias e
cloroplastos. As mitocôndrias tornaram a célula capaz de produzir energia por
meio da fermentação, e os cloroplastos possibilitaram que ela produzisse seu
próprio alimento, aumentando ainda mais seu nível de complexidade.

Respostas

a) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos relacionem o processo de


formação da Terra às teorias de origem da vida.

b) Porque não havia condições para a existência de vida na Terra logo após
sua formação. Diversos eventos ocorreram para que essas condições se
desenvolvessem no planeta.

c ) Ao comparar os dois esquemas, é possível concluir que o nível de


complexidade das células aumentou gradualmente. Houve inicialmente a
formação de uma célula procarionte, que originou uma célula eucarionte com
mitocôndrias e cloroplastos. A presença dessas organelas permitiu a produção
de energia e de seu próprio alimento, respectivamente. Dessa maneira, houve
aumento na complexidade das células.

Páginas 42 e 43

Explorando o tema

Objetivos

· Conhecer o conceito de Astrobiologia.

· Conhecer as características dos exoplanetas.

· Destacar a presença de água em outros corpos celestes do Sistema Solar.

Comentários

Segundo a ciência conhecida como Astrobiologia, também denominada


Exobiologia, as formas de vida compartilham os mesmos componentes
moleculares básicos, o que pressupõe uma população ancestral em comum a
todos os seres vivos. A hipótese exobiológica propõe que a vida possa ter
surgido em outro lugar de maneira independente da terrestre.

Nesse campo de estudo é necessário conhecer os ambientes terrestres, a fim


de estimar que condições são necessárias para que um organismo se
desenvolva fora da Terra. O fator fundamental é a presença de água, que
graças às suas propriedades químicas e físicas favorece a existência de vida.
Dessa maneira, a descoberta da presença dessa substância em outros corpos
celestes tem contribuído para o desenvolvimento de ideias sobre a
possibilidade de haver vida em outros planetas, ou até de que seres humanos
sejam capazes de sobreviver nesses astros.

Na questão a, espera-se que os alunos concluam que a presença de água e de


temperatura ideal são essenciais à vida, pois nenhum ser vivo é capaz de

sobreviver em condições de temperatura que mantenham a água em estado


sólido ou gasoso. A água no estado líquido é fundamental à sobrevivência.

Ao trabalhar a questão b, o objetivo é que os alunos reflitam a respeito das


condições favoráveis à formação da vida e conheçam como esse processo
pode ter ocorrido. Os cientistas propuseram que na Terra primitiva ocorriam
intensos processos vulcânicos, responsáveis pela emissão de uma elevada
quantidade de gases ou moléculas como o metano, a amônia, o gás hidrogênio
e a água. Suspensos na atmosfera por ação da força gravitacional, esses
gases e moléculas tiveram sua concentração aumentada proporcionalmente à
ocorrência das erupções. Acreditava-se também que não existia oxigênio
nesse ambiente e, se existisse, seria em baixas concentrações.

A questão c deve proporcionar um momento de reflexão aos alunos,


desenvolvendo o senso crítico e a argumentação.

Respostas

a) A temperatura no planeta deve propiciar que a água esteja no estado líquido,


pois esta é a condição considerada chave para abrigar a vida.

b) A teoria de Oparin e Haldane defende que as hostis condições vigentes na


atmosfera primitiva da Terra forneceram suporte para os mais diversos
rearranjos moleculares no oceano primitivo, formando os primeiros seres vivos.
Assim, embasa a ideia da presença de vida extraterrestre na formação da
Terra, uma vez que esta é associada a microrganismos resistentes a condições
adversas, o que pode ser o caso de outros planetas que abrigam vida.

c ) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos analisem o atual contexto dos


estudos sobre vida extraterrestre e qual seria o impacto de uma descoberta
desta magnitude na sociedade científica atual.
d) Ambientes que apresentam condições extremas, tais como as geleiras nos
polos e as fontes hidrotermais em regiões vulcânicas. Nessas regiões, vivem
microrganismos adaptados a essas realidades. Provavelmente, outros planetas
sejam capazes de abrigar vida em condições semelhantes.

Atividade complementar

O experimento de Redi

Objetivos

· Testar a hipótese da geração espontânea.

· Conhecer os motivos que levaram à rejeição da hipótese da geração


espontânea.

Materiais

· 2 pedaços de carne bovina ou de ave

· 2 recipientes de vidro

· gaze

· elástico

316

Procedimento

A Coloque um pedaço de carne em cada recipiente de vidro.

B O primeiro recipiente de vidro deverá permanecer aberto. O segundo


recipiente deverá ser tampado com a gaze, presa por um elástico. O vidro deve
ser completamente lacrado, evitando a entrada de insetos.

C Coloque os recipientes em um local com ventilação no qual não haja


passagem de pessoas e animais, pois a carne em decomposição ficará fétida.
Aguarde cerca de 10 dias e observe com os alunos o estado da carne.

Comentários

Com base na observação feita no décimo dia, peça aos alunos que discutam
os resultados.
O primeiro recipiente deverá apresentar moscas ou microrganismos, por causa
do contato com o ambiente.

No segundo recipiente, não haverá moscas, pois o recipiente encontra-se


fechado, impedindo que elas depositem seus ovos. A fêmea do inseto deposita
seus ovos em locais que servirão como fonte de alimento para suas larvas.

Unidade 2 - Citologia

Páginas 44 e 45

Nesta unidade são estudadas as células, suas características e os elementos


que as compõem. Ao trabalhar as páginas de abertura, questione os alunos se
conhecem as células apresentadas na fotografia. Tomando-se por base as
respostas deles, discuta os diferentes tipos de células existentes. Explique-lhes
que o macrófago é uma célula de defesa do organismo e as bactérias são
seres vivos que podem viver no corpo de outros animais ou no ambiente;
alguns podem ser prejudiciais à saúde humana e outros podem ser essenciais
ao seu funcionamento.

LEGENDA: Macrófago fagocitando a bactéria (laranja) Shigella sp. (aumento


aproximado de 46.600 vezes).

CRÉDITO: SPL/Latinstock

Capítulo 3 - Introdução ao estudo das células

Objetivos

· Diferenciar células procarióticas de eucarióticas.

· Conhecer as características gerais das células.

· Conhecer os tipos de microscópios.

· Conhecer as técnicas de preparo de lâminas.

· Verificar as diferenças entre as células animais e vegetais.

Página 46

Abertura de capítulo

· As fotografias apresentadas nesta página têm como objetivo retomar os


conhecimentos prévios dos alunos sobre os diferentes tipos de células e
despertar o interesse deles pelo conteúdo, mostrando a grande diferença de
tamanho entre os diversos tipos celulares. As questões a, b e c possibilitam
retomar os conteúdos estudados pelos alunos no Ensino Fundamental II. É
importante que eles relembrem os conhecimentos como a classificação celular
quanto à quantidade de células e à presença ou ausência de membrana
nuclear, entre outras características.

Página 55

Oficina de Biologia

Objetivos

· Acompanhar a preparação de lâminas para microscopia.

· Conhecer a importância dos corantes para a visualização das células.

· Identificar estruturas como o núcleo e a parede celular nas células vegetais.

· Manipular o microscópio óptico.

Comentários

A atividade sugerida permite aos alunos o contato com a preparação de


lâminas, além de comparar as células na presença e na ausência de corantes,
já que a maioria das células não pode ser visualizada. O uso do microscópio
óptico também é importante

para os alunos, pois a prática pode auxiliar no entendimento de alguns dos


conceitos estudados neste capítulo.

Respostas

1. Foi possível observar a parede celular e o núcleo das células em ambas as


lâminas.

2. As estruturas celulares não foram igualmente visíveis em ambas as lâminas,


e o núcleo e a parede celular ficaram mais evidentes na lâmina II, que foi
preparada com corante azul de metileno.

3. Por causa das suas características, o corante pode se ligar em determinadas


estruturas celulares, tornando-as mais evidentes e facilmente observáveis.

317
4. Resposta pessoal. Os alunos devem representar as células da cebola
observadas com e sem corante. A representação da lâmina I (sem corante)
deve apresentar as estruturas menos evidentes, ou seja, com parede celular
delgada e núcleo pouco aparente. Já a representação da lâmina II deve
mostrar as estruturas celulares mais evidentes, com parede celular mais
espessa e núcleo bastante aparente. É possível que a representação da lâmina
II seja diferenciada também pela cor, observada no microscópio óptico graças à
presença do corante na preparação da lâmina. Tanto na representação da
lâmina I quanto da lâmina II, os alunos devem identificar a parede celular e o
núcleo.

Refletindo sobre o capítulo

Página 57

Respostas

a) Resposta pessoal.

b) Eucarióticas. São células vegetais que possuem núcleo, citoplasma,


membrana plasmática e parede celular.

c ) Entre outras funções, os microscópios podem auxiliar no aumento do poder


de resolução. O microscópio óptico é utilizado para observar células inteiras. Já
o microscópio eletrônico é utilizado na observação de estruturas internas da
célula, que necessitam de maior poder de resolução para serem vistas.

d) Porque as células são transparentes. Assim, é necessário prepará-las com


processos de coloração para que sejam visualizadas. O corante e a técnica de
coloração variam de acordo com a estrutura que se deseja analisar.

Atividade complementar

Construção do modelo de uma célula eucariótica animal

Objetivos

· Construir um modelo de célula animal.

· Representar um modelo de célula utilizando materiais acessíveis.

Materiais

· 1 bola de isopor de 30 cm de diâmetro


· 1 bola de isopor de 15 cm de diâmetro

· tinta guache nas cores amarela, rosa, branca, roxa e verde

· papel crepom nas cores branca, rosa, marrom, amarela, alaranjada e


vermelha

· cartolina verde

· caneta preta

· pincel

· 1 canudo plástico

· cola

Procedimento

A. Corte a bola de isopor de 30 cm de diâmetro ao meio. Pinte a parte de fora


com a tinta guache amarela.

B. Com a caneta preta contorne a borda da bola, representando a membrana


plasmática da célula.

C. Pinte o centro com a tinta guache rosa, que representa o citoplasma.

D. Para construir o núcleo, corte a bola de isopor menor ao meio. Misture a


tinta guache roxa com a branca para obter a cor lilás e pinte essa parte da
célula.

E. Para representar o DNA no centro do núcleo, desenhe com a tinta guache


roxa um emaranhado de fios na parte cortada do isopor. Com a cola, fixe o
núcleo no centro do citoplasma.

F. Para preparar o complexo golgiense, recorte 5 tiras de papel vermelho com


aproximadamente 2 cm de largura. Arrume cada tira, formando uma estrutura
alongada e com o centro aberto. Cole essas tiras entre o núcleo e a região que
representa a membrana plasmática.

G. Para preparar o retículo endoplasmático, corte tiras do papel rosa com


aproximadamente 2 cm de largura. Em seguida, cole essas tiras em sequência,
indo e voltando. Certifique-se de posicioná-las em direção ao núcleo.
H. Para representar o ribossomo, corte pequenos pedaços de papel alaranjado,
amasse-os no formato de bolinhas e cole-os no retículo endoplasmático, para
formar o retículo endoplasmático rugoso.

I. Para representar os peroxissomos, amasse pequenos pedaços de papel


branco e cole-os no citoplasma.

J. Para representar os lisossomos, amasse pequenos pedaços de papel


marrom e cole-os no citoplasma.

K. Represente as mitocôndrias, cortando a cartolina no formato semelhante ao


da organela. A estrutura deve ter cerca de 8 cm de comprimento e 4 cm de
largura. Para representar as cristas mitocondriais, utilize caneta preta.

L. Para representar o centríolo, corte o canudo em pedaços de 5 cm de


comprimento e organize-os em um grupo. Cole um canudo ao lado do outro e
posicione-os nas extremidades do citoplasma.

Comentários

Peça aos alunos que exponham seus modelos de célula para os colegas da
escola. Oriente-os a explicar as partes da célula e a importância de cada uma
das estruturas apresentadas. É importante estimular a interação entre os
alunos e o desenvolvimento de habilidades manuais.

Capítulo 4 - Química das células

Objetivos

· Identificar as substâncias químicas que compõem as células.

· Conhecer noções de Bioquímica celular.

· Reconhecer que a composição bioquímica celular é semelhante entre os


seres vivos.

· Diferenciar macronutrientes de micronutrientes.

· Conhecer algumas propriedades químicas dos macronutrientes e dos


micronutrientes.

318

Página 58
Abertura de capítulo

· A imagem apresentada nessa página foi utilizada com o objetivo de mostrar


que os seres vivos compartilham uma bioquímica semelhante apesar das
diferenças morfológicas e fisiológicas. Mostre aos alunos que os seres vivos,
de maneira geral, apresentam composição química semelhante, tanto de
compostos orgânicos como inorgânicos.

Páginas 59 e 60

· Comente com os alunos que a água é conhecida como solvente universal e é


essencial ao funcionamento do corpo humano.

· Realize a atividade mostrada na página 59 sobre capilaridade. Providencie


um cravo branco, 1 copo transparente, uma tesoura com pontas arredondadas
e corante alimentício. Caso não encontre o cravo, utilize rosas brancas. Pingue
algumas gotas de corante na água e, de preferência, corte a haste da flor
dentro do copo com água, pois isso auxilia na coesão e tensão das moléculas,
favorecendo a capilaridade. Em dias quentes, o resultado é visualizado em um
tempo menor de que em dias frios.

Página 63

· Para complementar a atividade 3 dessa página apresente aos alunos o trecho


do texto a seguir.

Fibra alimentar é a porção de plantas ou carboidratos análogos que são


resistentes à digestão e absorção no intestino delgado de humanos, com
fermentação completa ou parcial no intestino grosso. O termo fibra alimentar
inclui polissacarídeos, lignina, oligossacarídeos e substâncias associadas de
plantas promovendo benefícios [...]. [...] Entre as propriedades fisiológicas
atribuídas às fibras estão: redução do colesterol sérico, modulação da glicemia
e propriedades laxativas (Brennan, 2005).

De acordo com a solubilidade em água a fibra alimentar é classificada em 2


grupos distintos: fibras solúveis e fibras insolúveis e sua atividade fisiológica é
determinada com base na solubilidade (Catalani et al., 2003; Brennan, 2005).
[...]
O principal local de digestão e absorção de nutrientes é o intestino delgado,
onde ocorre hidrólise de polímeros na primeira parte de duodeno (Johnson,
Southgate, 1994). Assim a manipulação dietética que provoca uma alteração
neste ambiente, afetará a digestibilidade dos alimentos consumidos, assim
como da composição das fezes. As fibras alimentares têm como características
comuns não serem digeridas no intestino delgado e serem fermentadas no
intestino grosso. As propriedades físico-químicas, enquanto passam pelo trato
digestório, são as que afetam o metabolismo de certos nutrientes e a regulação
de algumas doenças. Estas propriedades físico-químicas seriam a
conformação das cadeias polissacarídicas e a maneira como estas interagem
com outros componentes da dieta (Brennan, 2005). [...]

São vários os benefícios atribuídos ao consumo adequado de fibras


alimentares [...] por exemplo: diminuição do colesterol; prevenção da
constipação; aumento da saciedade; redução do risco de diabetes tipo 2 e
doenças cardiovasculares; prevenção e tratamento de diverticuloses e manejo
do diabetes tipo 1 (American Dietetic Association - ADA, 2002). [...]

MIRA, Giane Sprada; GRAF, Hans; CÂNDIDO, Lys Mary Bileski. Visão
retrospectiva em fibras alimentares com ênfase em beta-glucanas no
tratamento do diabetes. Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences, v. 45, n.
1, jan.-mar. 2009. p. 12. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/bjps/v45n1/03>.
Acesso em: 16 mar. 2016.

· Muitos alimentos presentes em nossa alimentação são fontes de fibras


alimentares, como o feijão, que faz parte da alimentação básica do brasileiro,
as verduras e os frutos. É importante que os alunos percebam que a
alimentação variada é rica em nutrientes e essencial para o funcionamento
adequado do organismo, atuando diretamente na prevenção de doenças.

Página 67

· Explique aos alunos que a anemia falciforme ocorre por causa da ausência da
hemoglobina A, e em seu lugar, ocorre a formação de hemoglobinas
diferenciadas, chamadas hemoglobinas S. Essa hemoglobina não atua no
transporte de gás oxigênio no organismo de maneira eficiente, por isso, as
pessoas com essa alteração não apresentam melhora nem com a alimentação
adequada, nem com a ingestão de ferro.

· Nesses casos, as hemácias apresentam formato de foice ou meia-lua, o que


causa dificuldade de a célula atravessar as paredes dos vasos sanguíneos e
chegar aos órgãos, causando seu entupimento e, em muitos casos, dores.

Páginas 72 e 73

· As vitaminas são essenciais para a saúde humana. Leia o trecho do texto a


seguir, que aborda a importância da vitamina D no organismo.

[...] A vitamina D é essencial para a absorção do cálcio e por isso influencia


diretamente no metabolismo e composição da matriz óssea. Ela é sintetizada
pela pele a partir dos raios ultravioletas e pode ser também adquirida com a
alimentação. Vários fatores influenciam a concentração de vitamina D no
plasma, dentre estes estão a incidência de radiação solar, que varia com a
latitude e com a estação do ano, a cor da pele, obesidade, os hábitos culturais
de cada população como a vestimenta e a alimentação, a gravidez e o
envelhecimento. Tais fatores são importantes para explicar as diferentes
prevalências mundiais de hipovitaminose D [...].

SANTOS JR., E. P. et al. Epidemiologia da deficiência de Vitamina D. Revista


Científica do ITPAC, Araguaína, v. 4, n. 3, jul. 2011. Disponível em:
www.itpac.br/arquivos/Revista/43/2.pdf. Acesso em: 14 mar. 2016.

319

Relembre os alunos de que a vitamina D é obtida por meio da exposição à luz


solar. Quando ela incide na pele, a pré-vitamina D é transformada em vitamina
D. Ela também pode ser obtida por meio de uma dieta rica em óleo de fígado
de bacalhau, peixes, gema de ovo e cogumelos. Enfatize aos alunos que não
devemos nos expor ao sol em horários inadequados e sem proteção solar, mas
que a produção natural de vitamina D depende da luz solar. Mostre-lhes que a
hipovitaminose dessa vitamina está relacionada a diversos problemas de
saúde, como raquitismo, osteoporose e também tem sido associada a doenças
cardiovasculares, entre outras.

Páginas 74 e 75
· Ao abordar o conteúdo dos ácidos nucleicos, leia o trecho do texto a seguir
com uma parte da história de sua descoberta. É importante enfatizar o caráter
histórico da ciência, mostrando que ela está em contínuo desenvolvimento.

[...] Em 1869, o bioquímico suíço Friedrich Miescher (1844-1895) isolou, de


núcleos de células, um ácido que continha fósforo e nitrogênio, que denominou
nucleína. Em 1889 seu discípulo, Richard Altmann mudou o nome para ácido
nucleico. Em 1910, o bioquímico russo-americano Phoebus Aaron Levene
descobriu no ácido nucleico a presença de um açúcar, a ribosa, uma pentosa
que tinha sido sintetizada por Emil Fischer. Posteriormente, em 1903, Levene
constatou que nem todos os ácidos nucleicos continham ribosa, alguns
continham um tipo de ribosa ao qual faltava um átomo de oxigênio, a
desoxirribosa. Havia, portanto, dois ácidos nucleicos, o ribonucleico (RNA) e o
desoxirribonucleico (DNA). Albrecht Kossel descobriu que os compostos
nitrogenados dos ácidos nucleicos eram bases aminadas cíclicas dos grupos
das purinas (com um anel) e das pirimidinas, com dois anéis. O DNA continha
duas purinas (adenina e guanina) e duas pirimidinas (citosina e timina). No
RNA, a timina era substituída por outra pirimidina, o uracilo. Durante os anos
vinte, a opinião generalizada, era de que o DNA era muito simples, formado de
pequenas moléculas. Por esse motivo, Levene defendeu que não podia
carregar o código genético, e sua opinião pesou muito [...].

GERARDO, Arias. Em 1953 foi descoberta a estrutura do DNA: etapas de um


grande avanço científico. Documentos On-line 44 Embrapa, dez. 2004.
Disponível em: www.cnpt.embrapa.br/biblio/do/p_do44.pdf. Acesso em: 15 mar.
2016.

Refletindo sobre o capítulo

Página 79

Comentários

Na adolescência é muito comum o consumo de refri-

gerantes carbonatados e bebidas artificiais, e a água, muitas vezes, é deixada


de lado. A questão b tem como objetivo levar os alunos a refletirem sobre seus
hábitos. É importante que eles sejam colocados diante de situações reais, em
que o conhecimento científico possa ser aplicado, sobretudo em seu dia a dia.
Estimule os alunos a desenvolverem o diário proposto na questão c. Trata-se
de uma oportunidade para que eles atentem mais para a própria alimentação.
Ao criarem o hábito de observar o que ingerem, eles terão mais condições de
escolher os alimentos necessários para que tenham qualidade de vida. Além
de sais minerais e vitaminas, esse diário permite a avaliação dos alunos em
relação à quantidade e à distribuição de nutrientes que ingerem diariamente.

Respostas

a) Resposta pessoal.

b) Resposta pessoal.

c ) Resposta pessoal.

Páginas 80 e 81

Trocando ideias

Objetivos

· Conhecer a pirâmide alimentar.

· Conscientizar-se da importância da alimentação adequada para a saúde.

· Avaliar criticamente os próprios hábitos alimentares.

Comentários

A adolescência é uma fase da vida em que o indivíduo ainda está em formação


e continua crescendo e se desenvolvendo, o que exige um determinado
suporte energético proveniente dos alimentos. Também é um período da vida
em que o indivíduo deve aprender a fazer escolhas, optando por alimentos
mais saudáveis. Nesta etapa, os jovens estão em uma faixa de risco, em que
os alimentos preferidos geralmente têm alto nível de gordura e energia e os
alimentos processados e ultraprocessados são ingeridos em maior quantidade.
Com isso, há aumento no consumo de determinados macronutrientes e
redução na quantidade de micronutrientes na alimentação, o que pode levar ao
aparecimento de diversas doenças, como diabetes e hipertensão arterial, além
de favorecer a obesidade.

Ao trabalhar a questão b explique aos alunos que existem quatro categorias de


alimentos: in natura, que são submetidos a alterações mínimas (farinhas,
raízes, leite pasteurizado, cortes de carne resfriados); produtos extraídos de
alimentos in natura ou diretamente da natureza, geralmente utilizados em
preparações culinárias (óleos, gorduras, açúcar e sal); produtos fabricados com
adição de sal ou açúcar (verduras em conserva, frutas em calda, queijos e
pães); produtos processados, com etapas e técnicas de processamento
(refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos e macarrão instantâneo).
Sobre os alimentos processados e ultraprocessados, leia o trecho do texto a
seguir.

320

Limite o uso de alimentos processados, consumindo-os, em pequenas


quantidades, como ingredientes de preparações culinárias ou como parte de
refeições baseadas em alimentos in natura ou minimamente processados [...].

A adição de sal ou açúcar, em geral em quantidades muito superiores às


usadas em preparações culinárias, transforma o alimento original em fonte de
nutrientes cujo consumo excessivo está associado a doenças do coração,
obesidade e outras doenças crônicas. [...]

Evite alimentos ultraprocessados [...].

Os ingredientes principais dos alimentos ultraprocessados fazem com que, com


frequência, eles sejam ricos em gorduras ou açúcares e, muitas vezes,
simultaneamente ricos em gorduras e açúcares. É comum que apresentem alto
teor de sódio [...].

Para que tenham longa duração e não se tornem rançosos precocemente, os


alimentos ultraprocessados são frequentemente fabricados com gorduras que
resistem à oxidação, mas que tendem a obstruir as artérias que conduzem o
sangue dentro do nosso corpo. São particularmente comuns em alimentos
ultraprocessados óleos vegetais naturalmente ricos em gorduras saturadas e
gorduras hidrogenadas, que, além de ricas em gorduras saturadas, contêm
também gorduras trans.

Alimentos ultraprocessados tendem a ser muito pobres em fibras, que são


essenciais para a prevenção de doenças do coração, diabetes e vários tipos de
câncer. [...] Essa mesma condição faz com que os alimentos ultraprocessados
sejam pobres também em vitaminas, minerais e outras substâncias com
atividade biológica que estão naturalmente presentes em alimentos in natura
ou minimamente processados. [...]

BRASIL. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasília: Ministério


da Saúde, 2014. p. 37-42. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_
populacao_brasileira_2ed.pdf. Acesso em: 5 abr. 2016.

Respostas

a) Resposta pessoal.

b) Resposta pessoal.

Para auxiliar no trabalho com essa seção, realize a atividade sugerida na seção
Atividade complementar a seguir.

Atividade complementar

Alimentação adequada

Objetivos

· Ler e interpretar texto.

· Elaborar um cardápio semanal.

· Constatar a importância da alimentação saudável.

· Estimular hábitos que promovam uma vida saudável.

Todos os compostos químicos estudados são essenciais à vida dos


organismos e em níveis adequados levam a uma vida saudável.

Sobre a importância da alimentação balanceada, leia o trecho do artigo a


seguir.

[...] Dez passos para uma alimentação adequada

[...] 1. Consuma alimentos variados em 4 refeições ao dia. Pular refeições não


emagrece e prejudica a saúde;

2. Mantenha um peso saudável e evite ganhar peso após os 20 anos. Evite


também o aumento da cintura;
3. Faça atividade física todos os dias. Inclua na sua rotina andar a pé, subir
escada, jogar bola, dançar, passear e outras atividades;

4. Coma arroz e feijão todos os dias acompanhados de legumes e vegetais


folhosos;

5. Coma 4 a 5 porções de frutas, todos os dias, na forma natural;

6. Reduza o açúcar. Evite tomar refrigerantes;

7. Para lanches coma frutas ao invés de biscoitos, bolos e salgadinhos;

8. Coma pouco sal. Evite alimentos enlatados e produtos como salame,


mortadela e presunto, que contêm muito sal. Evite adicionar sal à comida já
preparada. Aumente o uso de alho, salsinha e cebolinha. Alimentos ingeridos
na sua forma natural como feijão, arroz, frutas, grãos e verduras têm
pouquíssimo sal;

9. Use óleos e azeite no preparo de bolos, tortas e refeições;

10. Tome leite e coma produtos lácteos com baixo teor de gordura, pelo menos
3 vezes por dia [...].

SICHIERI, R.; COITINHO, D. C.; MONTEIRO, J. B.; COUTINHO, W. F.


Recomendações de alimentação e nutrição saudável para a população
brasileira. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia. São Paulo, v.
44, n. 3, jun. 2000. Disponível em: www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid= S000427302000000300007. Acesso em: 16 mar. 2016.

Comentários

Faça cópias do texto. Organize os alunos em duplas e distribua uma cópia para
cada uma. Após a leitura do texto, peça que organizem um cardápio semanal,
mostrando as possibilidades de uma alimentação saudável. Solicite ainda que
apresentem o cardápio aos colegas. Para isso, estimule-os a utilizar a
criatividade. Os alunos podem, por exemplo, utilizar cartolina, lápis de cor e
impressões de imagens de alimentos saudáveis, formando um cardápio similar
aos de restaurantes; também há a possibilidade de elaborar o cardápio em um
programa de texto e imagens e depois imprimir e encadernar, entre outras
alternativas, conforme os materiais disponíveis.
Verifique se os alunos conseguem organizar os alimentos, distribuindo-os
adequadamente em cada refeição do dia. Para finalizar a atividade, questione-
os quanto à relação da alimentação adequada à prevenção de problemas como
a obesidade e as doenças a ela associadas. Espera-se que eles comentem
que a ingestão de determinados grupos de substâncias como carboidratos e
lipídios causam alterações no organismo, levando a obesidade e a doenças
como as cardiovasculares, diabetes tipo 2 e osteoporose, entre outras.

Essa atividade permite o desenvolvimento de uma postura crítica a respeito


dos hábitos relacionados à saúde.

321

Capítulo 5 - Estrutura da célula: membrana plasmática

Objetivos

· Conhecer a constituição da membrana plasmática.

· Reconhecer a importância da membrana plasmática para as células.

· Conhecer o papel da membrana plasmática no transporte de substâncias nas


células.

· Diferenciar transporte passivo de substâncias pela membrana plasmática de


transporte ativo.

· Conhecer o papel da membrana plasmática na comunicação intercelular.

· Identificar as estruturas externas à membrana plasmática.

Página 82

Abertura de capítulo

· Verifique se os alunos identificam na fotografia apresentada a hemácia normal


e a hemácia que perdeu água. Questione-os sobre o que ocorre para que uma
célula perca água para o ambiente e o que isso causa.

· Explique aos alunos que a reportagem mostra uma aplicação desenvolvida


pela Nasa para viagens espaciais. Enfatize a toxicidade da urina, já que é
formada por excretas do corpo humano. Trata-se de um momento oportuno
para verificar o que os alunos percebem com relação ao transporte de água,
quando há uma membrana semipermeável.
Página 85

· Se possível, realize a atividade mostrada nessa página. Para isso, organize


antecipadamente os materiais que serão utilizados. Providencie: 1 frasco de
vidro de 300 mL de capacidade; 1 tubo de vidro, com abertura na base e no
ápice; 1 recipiente plástico com 150 mL de capacidade; 2 colheres (sopa) de
açúcar; 300 mL de água; 1 folha de papel celofane e fita adesiva. Corte um
quadrado de papel celofane com aproximadamente 8 cm de lado. Com ele,
embrulhe um dos lados do tubo de vidro e prenda com a fita adesiva. Reserve
o tubo vedado. Na sequência, misture 100 mL de água com o açúcar, utilizando
o recipiente plástico, formando a solução I . Adicione a água restante no
recipiente de vidro, formando a solução II. Despeje a solução I no tubo de vidro
vedado com papel celofane, coloque-o na solução II e segure por 10 minutos.
Peça aos alunos que observem o resultado.

· Inicialmente as moléculas de água tendem a entrar no tubo de vidro,


atravessando o papel celofane. Após alguns minutos será possível observar o
aumento do volume de água na solução I.

Página 87

Oficina de Biologia

Objetivos

· Verificar a permeabilidade da membrana plasmática das células vegetais.

· Reconhecer a atuação de um meio hipertônico para a célula.

· Verificar a ocorrência da osmose.

Comentários

Essa atividade possibilita observar o que acontece com os vegetais quando


colocados em meio hipertônico em relação ao interior de suas células. Explique
aos alunos que o chuchu presente no copo A atuará como um controle dessa
atividade.

Para obter fatias finas, passe o chuchu por um fatiador ou ralador de alimentos.
Não permita que os alunos manipulem esse instrumento a fim de evitar
acidentes.
Se considerar pertinente, realize a proposta indicada na questão 4. A água
destilada pode ser encontrada em farmácias. Espera-se que as rodelas de
chuchu reduzam seu volume devido à perda de água. Essa perda pode ser
discreta. Questione-os sobre os resultados observados.

Respostas

1. No copo B, pois a concentração de soluto dissolvido na água é maior que no


interior das células do chuchu.

2. Copo B.

3. As células que constituem os tecidos do chuchu no copo B estão hipotônicas


em relação à solução, que é hipertônica. Isso faz que a água saia das células,
direcionando-se para o meio externo, que está mais concentrado.

4. As células de chuchu iriam se tornar hipertônicas em relação ao meio, e a


água tenderia a entrar em suas células. Dessa maneira os pedaços de chuchu
inchariam (aumentariam de volume).

Refletindo sobre o capítulo

Página 95

Respostas

a) A célula poderia ter sido colocada em um meio hipertônico; dessa maneira, a


água tende a sair da célula e se direcionar para o meio, que é hipotônico em
relação à célula.

b ) A solução do recipiente de vidro seria isotônica em relação à solução do


tubo, ou seja, teria a mesma quantidade de moléculas nas duas soluções.
Assim, não ocorreria fluxo de água.

c ) A parede celular presente em células vegetais oferece proteção, impedindo


que elas estourem ou se deformem como ocorre nas células animais.

322

Páginas 96 e 97

Trocando ideias

Objetivos
· Apresentar uma tecnologia associada ao princípio da osmose.

· Conhecer o mecanismo de dessalinização por meio da osmose reversa.

· Identificar as questões de custos e processos associados à dessalinização da


água no Brasil.

Comentários

O Brasil tem uma extensa área litorânea, o que viabilizaria a produção de água
potável por dessalinização nessa área. No entanto, nosso país também tem
grande área territorial afastada do litoral, ou seja, é preciso que alternativas
sejam desenvolvidas em regiões cujo acesso a fontes de água salgada seja
difícil. Apesar dos possíveis custos elevados, a dessalinização pode ser uma
alternativa à crise hídrica da região Sudeste, e pode auxiliar na redução dos
riscos de escassez de água em outras regiões do Brasil. Isso porque, ao
abastecer as regiões litorâneas com água potável de dessalinização, reduz-se
a pressão sobre as fontes de água doce, as quais poderão abastecer apenas
as áreas que não tiverem acesso a fontes de água salgada. Assim, reduz-se a
pressão sobre os reservatórios de água doce, impedindo que os mesmos
entrem em colapso e resultem na escassez de água à população.

Respostas

a) A principal diferença entre a osmose e a osmose reversa é a direção de


movimento do solvente (água). Na osmose, a água se move da solução menos
concentrada para a mais concentrada, a favor do gradiente de concentração.
Já na osmose reversa, o solvente (água) se move da solução mais
concentrada para a menos concentrada, contra o gradiente de concentração.
Além disso, a osmose reversa difere da osmose celular por não ocorrer
naturalmente, necessitando de uma força (pressão) externa para que a água
passe pela membrana semipermeável.

b) · A técnica de reciclagem de águas residuais, a qual consiste na reutilização


da água utilizada nas casas e indústrias por meio de diversos processos, que
envolvem filtragens e adição de produtos específicos.

· A água doce é essencial à sobrevivência dos seres vivos e ao


desenvolvimento econômico de uma região, por possibilitar o desenvolvimento
de atividades industriais, criação de animais e agricultura. Assim, nessas
regiões, a osmose reversa pode ser vista como alternativa para a sobrevivência
dos seres vivos e para o desenvolvimento local. Na ausência de rios, lagos e
riachos e na proximidade de fontes de água salgada, essa técnica possibilita o
uso dos grandes volumes de água salgada para produção de água potável. Ou
seja, a osmose reversa pode transformar as fontes de água salgada em fontes
de água potável.

· Não. A dessalinização é uma alternativa eficiente de produção de água


potável por meio de fontes de água salgada, como mares e oceanos. No
entanto, assim como a água doce, as fontes de água salgada também podem
entrar em colapso, caso não sejam exploradas de modo sustentável. Quando
se trata de alternativas à escassez de água potável, é preciso considerar que a
população mundial está em constante crescimento e há um aumento no
consumo de água. Embora a dessalinização seja uma alternativa de acesso à
água potável, é preciso aliá-la à redução do consumo, evitar a poluição dos
corpos de água, usar conscientemente esse recurso e pensar em sua
reutilização. Além disso, é preciso considerar que muitas populações não têm
acesso nem mesmo a fontes de água salgada, o que dificultaria o uso da
dessalinização como única solução à escassez de água potável. Soma-se a
isso o fato de que um dos maiores problemas de acesso à água potável está
relacionado à má distribuição deste recurso. Os mares e oceanos podem ser
fontes de água potável, mas não são inesgotáveis e nem solução para o
problema.

· Resposta pessoal. No Sudeste, a falta de chuvas, aliada ao consumo


excessivo de água e a má administração dos reservatórios de água foram os
responsáveis pela crise hídrica na região. No caso de implantação da
dessalinização como alternativa à crise hídrica paulista, os gastos envolvidos
no transporte da água potável do seu local de produção até o seu destino
devem ser considerados. Assim, na região Sudeste, a solução à falta de água
não se restringe apenas à implantação da dessalinização, mas também a
medidas de redução de consumo, reutilização e busca por fontes alternativas
de água, para reduzir a pressão sobre os reservatórios que abastecem o
estado.
Atividade complementar

Construção da membrana plasmática

Objetivos

· Construir um modelo de célula.

· Representar o modelo de mosaico fluido da membrana plasmática.

Materiais

· 2 caixas de massa de modelar com 8 cores

· 1 placa de isopor de 2 cm de espessura

· 1 tubo de cola branca

Procedimento

A. Com a cor vermelha da massa, faça aproximadamente 100 bolinhas


pequenas, para representar as cabeças polares do fosfolipídios.

B. Utilize a massa de cor amarela e faça 200 estruturas finas e alongadas, para
representar a cauda hidrofóbica do fosfolipídio.

C. Utilize as massas de modelar nas cores azul e branca para representar as


proteínas transmembrana. No caso das proteínas periféricas, faça pequenas
bolinhas e grude-as entre si. Cinco ou seis bolinhas são suficientes para
representá-las.

D. Cole as cabeças nas caudas e, a seguir, cole 50 fosfolipídios na placa do


isopor. A cabeça polar deve estar em contato com o isopor. Inicie a colagem na
região central da placa de isopor.

E. Intercale algumas proteínas transmembrana entre os fosfolipídios.

323

Algumas proteínas devem ocupar toda a altura do modelo de membrana,


outras menores devem aparecer apenas em uma das camadas de fosfolipídios.

F As outras estruturas devem ser colocadas formando uma camada por cima
da camada anterior. Lembre-se de que uma cauda deve ficar em contato com a
outra.
G Para finalizar, cole as unidades que representam as proteínas periféricas em
pontos aleatórios do modelo.

Comentários

Organize uma exposição na escola com os modelos construídos pelos alunos,


a fim de apresentar suas produções para os alunos de outras salas.

Capítulo 6 - Estrutura da célula: citoplasma

Objetivos

· Conhecer a organização da célula e sua compartimentalização.

· Identificar e conhecer as funções de algumas organelas citoplasmáticas.

· Reconhecer que as organelas apresentam funções específicas e atuam em


integração umas às outras.

Página 98

Abertura de capítulo

· A situação apresentada faz uma comparação entre as atividades


desenvolvidas em setores de uma fábrica de utensílios de cerâmica e a divisão
de atividades desenvolvidas pelas organelas nas células. Questione os alunos
a fim de verificar se perceberam essa relação.

· Na questão b os setores da empresa de cerâmica podem ser comparados


com as estruturas celulares a seguir. A diretoria: núcleo celular, controla e
coordena todos os setores da cerâmica, assim como o núcleo o faz com a
maioria das atividades desenvolvidas no interior da célula; cerca ao redor da
cerâmica: membrana plasmática, pois, assim como a cerca delimita a cerâmica
e permite a passagem apenas de matéria-prima e utensílios de cerâmica, a
membrana plasmática delimita a célula, selecionando o que entra e sai da
célula; caminhões: proteínas de transporte, pois, assim como os caminhões da
cerâmica levam produtos para dentro e para fora da cerâmica, as proteínas
presentes na membrana plasmática transportam substâncias entre o meio
intracelular e o extracelular; utensílios cerâmicos prontos: substâncias
produzidas pela célula, pois, assim como os utensílios cerâmicos são o produto
final de uma série de modificações da matéria-prima, as substâncias
produzidas pela célula passam por diversas modificações antes de serem
distribuídas.

Páginas 99 a 101

· A compartimentalização da célula eucariótica é importante fisiológica e


evolutivamente. Quando analisamos uma árvore filogenética dos reinos de
seres vivos, podemos perceber que cada ramificação representa um
determinado grupo de seres vivos que apresenta características diferentes
específicas. Basicamente, é possível afirmar que neste tipo de representação
os organismos estruturalmente mais simples, como os procariontes, ficam na
base da árvore filogenética. Cada ramificação representa um determinado
grupo de seres vivos, que apresenta características específicas. À medida que
deslocamos para o ápice, encontramos organismos mais complexos. Essa
complexidade é resultado de uma série de alterações que ocorreram ao longo
dos milhares de anos da vida na Terra. No entanto, o ponto crucial para o
desenvolvimento de organismos mais complexos está relacionado à
compartimentalização da célula eucariótica, ou seja, a criação de diversos
compartimentos no interior da célula. Isso porque, diferentemente das células
procarióticas, em que todas as reações químicas ocorrem em um único
compartimento, nas células eucarióticas as muitas reações químicas ocorrem
em locais específicos da célula, o que possibilitou mais rapidez e eficiência.
Essa compartimentalização permitiu muito mais que o aumento da área da
membrana da célula, e também a execução de diferentes funções celulares em
uma única célula e a ocorrência de várias reações químicas de forma rápida e
eficiente.

· No citoesqueleto (páginas 99 e 100) são encontrados outros dois tipos de


filamentos, além dos apresentados nestas páginas, entre eles os filamentos
intermediários, presentes em células eucariontes. Esses filamentos possuem
um diâmetro com tamanho intermediário aos filamentos de actina (finos) e
miosina (grossos). Eles são mais estáveis que os microtúbulos e filamentos de
actina, constituindo a estrutura celular e sem participar diretamente da
contração muscular, nem dos movimentos das organelas. Esses filamentos são
abundantes em células que sofrem atrito, como a epiderme, em
especializações como os desmossomos, que unem uma célula a outra. São
frequentes nos axônios e em todos os tipos de células musculares.

· Os microfilamentos (filamentos de actina) representam outro tipo de filamento


presente neste grupo de células, apesar de ter constituição diferenciada
apresenta-se como uma estrutura importante para a constituição da célula.
Veja a definição a seguir.

Os filamentos de actina também são conhecidos por microfilamentos por


apresentarem o menor diâmetro [...] entre os componentes do citoesqueleto.
Os microfilamentos são formados pela polimerização da proteína globular
actina G. A associação dos monômeros de actina G formam dois
protofilamentos polarizados dispostos de maneira paralela em uma dupla hélice
e unidos por interações laterais não covalentes [...]. O filamento formado pela
união de dois protofilamentos também é conhecido como actina F. A adição
das subunidades monoméricas de actina G ocorre na extremidade mais (+), e a
despolimerização, na extremidade menos (-).

324

A polimerização da actina G nos filamentos depende de sua ligação com a


molécula de ATP, ao passo que o desligamento das subunidades de actina G
depende da hidrólise do ATP, formando ADP e fosfato inorgânico [...].

SANTOS, Luis Fernando Marques. Biologia e Fisiologia celular. Laboratório de


Biologia celular e do desenvolvimento. Disponível em:
www.dbm.ufpb.br/~marques/Artigos/Biologia_e_Fisiologia_Celular_-
_Unidade_9_-_Citoesqueleto.pdf. Acesso em: 20 mar. 2016.

· Os cílios e flagelos estão presentes nas bactérias (página 101) com funções
diferenciadas à de locomoção. Algumas bactérias podem apresentar estruturas
denominadas pili. Estas estruturas são mais curtas e numerosas que os
flagelos, mas não desempenham a função de locomoção da célula, podendo
ser encontradas tanto em células móveis quanto imóveis. Os pili podem estar
relacionados a diversas funções bacterianas, como condutores de material
genético durante a conjugação bacteriana, receptores de bacteriófago e como
estruturas de aderência. Nestes organismos, os flagelos não são cobertos pela
membrana celular e são ancorados na parede celular. O flagelo geralmente é
maior que a célula e é composto unicamente de flagelina. Essa estrutura
executa movimentos giratórios e é extracelular.

· Existem algumas células que não apresentam todas as organelas


características das células e, geralmente, elas apresentam funções
diferenciadas ou alterações no metabolismo para serem capazes de
permanecerem vivas.

· Um exemplo de célula com modificações são as hemácias maduras, que


consistem em uma membrana, citosol e pigmento (hemoglobina), não
apresentam núcleo, tampouco organelas. Assim, essas células não são
capazes de sofrer divisão celular, nem executar atividades metabólicas.

· Outro exemplo conhecido são os espermatozoides maduros que são


constituídos apenas por cabeça, peça intermediária e cauda. Na cabeça está o
material nuclear e um grânulo denso chamado acrossomo, que contém
enzimas que auxiliam o espermatozoide a penetrar no ovócito secundário. As
mitocôndrias, na peça intermediária do espermatozoide, sustentam o
metabolismo que fornece energia para a locomoção. A cauda é um flagelo
típico que propele o espermatozoide.

Página 102

· Ao trabalhar os ribossomos, comente com os alunos que a administração de


antibióticos produzidos a partir de fungos pode causar, como efeito, a
diminuição da síntese proteica das bactérias, interferindo diretamente na
função do ribossomo no interior da célula. Assim, a atuação dos antibióticos
pode causar a morte bacteriana.

· Sobre os antibióticos, leia o trecho do texto a seguir. [...] Os antibióticos e os


quimioterápicos interferem nas atividades da célula bacteriana, causando sua
morte ou inibindo seu crescimento [...]. [...] Os antibióticos são substâncias
produzidas por microrganismos [...] os produzidos por fungos, são na maioria
do gênero Penicillium e Cephalosporium. A classificação dos antimicrobianos,
mais comumente utilizada, é feita com base em seu mecanismo de ação:

[...] Agentes que causam inibição reversível da síntese proteica, alterando a


função das subunidades ribossômicas (30S ou 50S).
Agentes que se ligam à subunidade 30S e alteram a síntese proteica,
resultando em morte celular [...].

ANTIBACTERIANOS. Instituto de Ciências Biológicas UFMG. Disponível em:


http://icb.ufmg.info/mic/diaadia/wp-content/uploads/2012/10/ Antibacterianos-
T.pdf. Acesso em: 19 mar. 2016.

Página 105

· Ao trabalhar os lisossomos, explique aos alunos que a destruição e a


renovação de organelas pela autofagia, mediada por lisossomos, é um
processo fisiológico que permite à célula manter seus componentes em bom
estado funcional e em quantidade adequada às suas necessidades. Além da
importância na nutrição celular, os lisossomos são importantes na defesa do
organismo, por permitirem a destruição de microrganismos invasores pelas
células de defesa, como os macrófagos. Além disso, essas organelas estão
envolvidas em uma série de outros eventos, como na degeneração da cauda
do girino durante a metamorfose, na regressão do útero após o parto, na
separação dos dedos do embrião durante o desenvolvimento uterino, entre
outras importâncias.

Página 106

· Como abordado no texto desse capítulo, os pigmentos armazenados nos


plastos são diferentes dos pigmentos armazenados nos vacúolos, pois os
plastos são capazes de armazenar clorofilas ou carotenoides, que são
pigmentos lipossolúveis e representados pelas cores amarela, alaranjada e
vermelha.

· Nos vacúolos são armazenados pigmentos do grupo das antocianinas, que


são hidrossolúveis representados pelas cores azul, violeta e púrpura.

· Ao trabalhar os plastos, explique aos alunos que, durante a reprodução


sexual, geralmente o gameta feminino é o que transmite plastos diferenciados
ou proplastos à geração seguinte. Em certas algas os cloroplastos do gameta
masculino se degeneram após a fecundação. Na maioria dos vegetais
superiores, os gametas masculinos (grãos de pólen) não possuem plastos,
cloroplastos ou proplastos. Portanto as características genéticas contidas no
genoma plastidial são transmitidas apenas pelo gameta feminino.
· Os cloroplastos também possuem DNA próprio, cerca de cinco vezes maior
que o das mitocôndrias. Tais evidências corroboram a teoria endossimbiótica,
estudada no capítulo 2 desse volume. Explique aos alunos que, na espécie
humana, as células reprodutoras possuem 23 cromossomos e as demais
células do corpo possuem 46. No entanto, o DNA mitocondrial não segue esse
padrão.

325

A quantidade de DNA mitocondrial é proporcional à quantidade de mitocôndrias


presentes em uma célula, ela sendo ou não uma célula reprodutora.

Página 108

Veja a seguir as respostas das questões dessa página.

Respostas

13. O ribossomo é a organela relacionada à síntese proteica no interior das


células. As proteínas produzidas por essa organela são enviadas ao complexo
golgiense, onde são modificadas e empacotadas, originando o lisossomo rico
em enzimas digestivas. Os lisossomos, graças ao seu conteúdo enzimático,
promovem a digestão das macromoléculas adquiridas pela célula por meio da
fagocitose.

14. No núcleo, ocorre a formação das moléculas de RNAm, as quais orientam a


síntese proteica pelos ribossomos. Nele, ainda, ocorre a formação das
unidades ribossomais que se unem sobre o RNAm no citoplasma. Os
ribossomos, geralmente sob a forma de polirribossomos, aderem à membrana
do retículo endoplasmático, dando origem ao retículo endoplasmático rugoso e
permitindo que este execute sua função de síntese proteica.

15. Não. As substâncias produzidas e liberadas pelo complexo golgiense


podem permanecer nessa organela, ser distribuídas dentro da célula,
direcionadas à membrana celular para liberação no meio extracelular ou
armazenadas no citoplasma para posterior liberação, quando a célula for
sinalizada para tal.
16. As mitocôndrias estão relacionadas à produção de energia na célula, que é
essencial para o transporte de vesículas presentes em seu meio, pois essa
atividade possui gasto energético, ou seja, necessita de ATP para que ocorra.

17. Os ribossomos aderidos à membrana do retículo endoplasmático são


responsáveis pela síntese de proteínas nessa organela. Essas proteínas, após
modificações no complexo golgiense, vão compor as enzimas dos lisossomos.

Refletindo sobre o capítulo

Página 111

Respostas

a) Resposta pessoal.

b) Resposta pessoal.

c ) Espera-se que os alunos respondam que o desenvolvimento das organelas


foi essencial para que haja uma divisão de funções no interior das células
eucarióticas, com estruturas específicas para determinadas atividades. Assim,
a célula é capaz de desempenhar diferentes funções ao mesmo tempo de
maneira eficiente e rápida.

d) Resposta pessoal.

Atividade complementar

Divergência entre células procariontes e eucariontes

Objetivos

· Ler e interpretar o texto.

· Conhecer a divergência das células procariontes e eucariontes. Leia o trecho


do texto a seguir para complementar esse estudo.

A divergência entre procariontes e eucariontes deve ter ocorrido após serem


estabelecidos os mecanismos de replicação e transcrição do ácido
desoxirribonucleico (DNA), a tradução, o sistema de códons e os metabolismos
energéticos e biossintéticos. O principal critério de distinção entre estes grupos
é a sua organização celular. Evolução de seres procariontes a eucariontes: As
células eucarióticas (do latim eu-verdadeiro e cario-núcleo) constituem o tipo
celular da constituição dos fungos, protozoários, animais e plantas.
Estruturalmente, só células mais complexas, ricas em membranas que formam
compartimentos, ou seja, uma divisão de funções metabólicas entre as
organelas citoplasmáticas e o núcleo, circundado pelo envoltório nuclear, onde
está contido todo seu material genético. Para os eucariontes, a
compartimentalização de atividades celulares em organelas circundadas por
membranas fosfolipídicas foi decisiva para a homeostase celular.

MOLINARO, E. M.; CAPUTO, L. F. G.; AMENDOEIRA, M. R. R. Conceitos e


métodos para formação de profissionais em laboratório de saúde. Instituto
Osvaldo Cruz. v. 2. Rio de Janeiro, 2010.

Comentários

Faça cópias do texto, organize os alunos em grupos e distribua uma cópia para
cada um. Após a leitura do texto, peça que elaborem um resumo e entreguem-
no.

Solicite aos alunos que expliquem o que compreenderam da leitura do texto.


Essa atividade permite o desenvolvimento da leitura e da interpretação de
texto. Nesse momento, estimule-os a expor suas ideias e interagir com os
colegas.

Capítulo 7

Estrutura da célula: núcleo

Objetivos

· Conhecer a organização e importância do núcleo na célula.

· Reconhecer a estrutura do cromossomo.

· Diferenciar cromossomo de cromatina e DNA.

· Reconhecer as etapas e a importância da divisão celular.

· Conhecer os eventos da mitose.

· Conhecer os eventos da meiose I e da meiose II.

· Conhecer a estrutura e a importância da molécula de DNA.

· Conhecer a estrutura e a importância da molécula de RNA.

Página 112
Abertura de capítulo

· A imagem de abertura ilustra a fecundação, momento em que os núcleos do


ovócito secundário e do espermatozoide se fundem, levando à união dos
materiais genéticos provenientes dos pais, originando um novo ser vivo.
Verifique se os alunos percebem a importância do núcleo nesse processo, pois
nele se encontram os materiais genéticos dos progenitores.

326

· Confira se os alunos percebem que, durante o desenvolvimento embrionário,


o ser vivo passa por diversas divisões celulares, responsáveis pelo seu
crescimento e desenvolvimento.

Página 116

Oficina de Biologia

Objetivos

· Manipular materiais.

· Demonstrar a extração do DNA de células vegetais. · Constatar que todas as


células são formadas por DNA.

Comentários

Nessa atividade, foi demonstrada a extração do DNA de células vegetais. A


realização desta prática permite demonstrar que as células vegetais
apresentam DNA, assim como as células animais estudadas nesta unidade. A
extração do DNA de células eucariontes conta fundamentalmente com três
etapas:

I. Ruptura das células para liberação dos núcleos.

II. Desmembramento da cromatina em seus componentes básicos, DNA e


proteínas.

III. Separação do DNA dos demais componentes celulares.

A cebola deve ser cortada em pedaços pequenos para facilitar a extração do


DNA. Ao misturar a água, o sal de cozinha e o detergente, cuidado para não
formar espuma. É possível utilizar outros alimentos no desenvolvimento dessa
atividade, como banana, morango fresco ou polpa congelada ou meio tomate
maduro. Neste caso, será necessário providenciar um saco plástico e macerar
o alimento em vez de picá-lo. Caso opte por um desses alimentos, siga os
mesmos passos da atividade.

O bastão de vidro pode ser substituído por um palito de madeira ou plástico, e


a peneira, por um coador de café ou chá. O álcool deve ser líquido e estar na
concentração de 98%.

Respostas

1. Ocorre durante o período de descanso de 30 minutos em que os pedaços de


célula estão misturados à solução de água, sal de cozinha e detergente.

2. O álcool favorece a separação do DNA dos demais componentes presentes


na célula.

3. O DNA é visualizado na forma de um muco esbranquiçados. Diga aos alunos


que, basicamente, o detergente desestrutura as moléculas de lipídio das
membranas; o sal se dissocia na água e seus íons neutralizam a carga
negativa do DNA, inibindo sua repulsão e fazendo com que se aglomere; o
álcool desidrata o DNA, e este, por ser mais leve que as organelas, sobe, e por
ser imiscível com o álcool, permanece aglomerado.

Páginas 117 a 119

· O ciclo celular representa o ciclo da vida de uma célula somática, que se


duplica para originar células idênticas a ela (células-filhas), as quais após um
determinado tempo também se dividirão e originarão células-filhas, reiniciando
o ciclo celular.

· Questione os alunos sobre a importância da mitose, como o crescimento, o


reparo de tecidos vivos (cicatrização e regeneração), além da reposição das
células mortas nos seres pluricelulares.

Página 120

· Ao abordar a seção Biologia e Tecnologia discuta com os alunos as


vantagens do cultivo celular, pois essa técnica permite a avaliação científica de
inúmeras condições. Um exemplo é que ela possibilita a identificação de
doenças em bovinos, como a febre aftosa, que leva à formação de lesões
ulcerativas na boca dos ruminantes.
· O cultivo celular possibilita também avanços nas pesquisas de doenças que
atingem os humanos. Sobre isso, leia o trecho do texto a seguir.

[...] Muitas outras linhagens foram estabelecidas pelos pesquisadores.


Atualmente, a cultura de células não se limita ao estudo do comportamento de
determinado tecido ou célula in vitro. Seu uso se estende à medicina, pois
células em cultivo têm importante papel no tratamento de doenças
degenerativas. Para a terapia celular, as pesquisas com células-tronco são um
marco nessa área que, de ferramenta para outros estudos, tornou-se a
protagonista do desenvolvimento tecnológico mundial [...].

ALVES, E. A.; GUIMARÃES, A. C. R. Conceitos e métodos para a formação de


profissionais em laboratórios de saúde: cultivo celular. Fundação Oswaldo
Cruz. Disponível em: <www.epsjv.fiocruz.br/ upload/d/capitulo_5_vol2.pdf>.
Acesso em: 21 mar. 2016.

Refletindo sobre o capítulo

Página 129

Respostas

a) Resposta pessoal.

b) A membrana externa do envoltório nuclear é uma continuidade do retículo


endoplasmático rugoso. O envoltório apresenta duas membranas, uma voltada
para o interior do núcleo e outra voltada para o citoplasma. A membrana
externa contém ribossomos e é uma continuidade do retículo endoplasmático
rugoso.

c ) Existem 39 pares de cromossomos.

Existem 39 cromossomos em cada gameta.

Existem 76 cromossomos.

Trocando ideias

Páginas 130 e 131

Objetivos

· Conhecer o conceito de câncer.


· Conhecer as alterações celulares que levam à formação de tumores.

· Diferenciar tumores benignos de malignos.

Comentários

O câncer é uma das doenças que mais causam a morte nos seres humanos,
pois geralmente, não é possível controlá-lo ou eliminá-lo com sucesso. As
pesquisas avançam a cada dia na busca de tratamento dos tumores, mas os
estudos ainda não encontraram a cura para essa doença.

327

Enfatize aos alunos a importância de hábitos de prevenção da doença, tais


como não ingerir bebidas alcoólicas, não fumar, praticar exercícios físicos
regularmente, não se expor ao sol em horários inadequados e sem proteção
solar, entre outros.

Respostas

a) Tanto os tumores malignos quanto os tumores benignos se caracterizam


pela multiplicação celular descontrolada. Eles podem ser diferenciados pelas
seguintes características: o tumor benigno é bem demarcado, de crescimento
lento e possui células diferenciadas e semelhantes ao tecido saudável; o tumor
maligno (câncer), por sua vez, é mal demarcado, tem crescimento rápido, pode
apresentar necrose e hemorragias, possui células diferenciadas ou não e
possui a capacidade de invadir os tecidos ao redor e sofrer metástase.

b) Resposta pessoal. Ambos os trechos de reportagem tratam de casos de


pessoas com câncer que tiveram que se tratar com os próprios recursos e em
outros países, uma vez que os tratamentos não estavam disponíveis no Brasil.
Além disso, em ambos os casos, os pacientes buscaram levantar a quantia
necessária para os tratamentos por meio de campanhas solidárias. A
solidariedade é essencial na obtenção dos recursos financeiros necessários ao
tratamento da doença e, quem sabe, da sua cura.

c ) Resposta pessoal. O acesso à saúde não se restringe ao acesso a uma


unidade de saúde ou ao atendimento médico, mas estende-se ao tratamento
adequado e completo, independentemente do tipo de patologia. Assim, quando
uma pessoa apresenta câncer raro e não tem acesso às condições necessárias
de tratamento, é preciso buscar pelos próprios meios o que é necessário, pois
o Estado deixa de garantir a este cidadão o direito à saúde.

d) Resposta pessoal. A condição ideal seria que o Estado agisse tanto


investindo no desenvolvimento de novas tecnologias de tratamento e
capacitação de profissionais quanto no custeio de tratamentos no exterior. Isso
porque, em ambos os casos, é dever do Estado prover acesso à saúde aos
seus cidadãos. Os avanços científicos e a formação de profissionais
especializados requerem grandes investimentos e tempo. Assim, se apenas
este ponto for considerado, durante a fase de instauração dessa política
pública, muitas pessoas podem morrer à espera de tratamentos adequados.
Por outro lado, custear os tratamentos em outros países não elimina o
problema, apenas o resolve momentaneamente, uma vez que milhões de
novos casos surgem a cada ano. Assim, é preciso criar uma estrutura
adequada para lidar com este tipo de doença no Brasil. Além disso, é
necessário garantir que os pacientes tenham acesso ao tratamento adequado
no Brasil ou no exterior.

Atividade complementar

Variabilidade genética Objetivos

· Ler e interpretar texto.

· Reconhecer o papel da divisão celular no envelhecimento.

Leia o trecho do texto a seguir.

Variação genética pode acelerar envelhecimento biológico

[...]. A idade biológica [...] é relacionada ao comprimento dos telômeros -


extensões de DNA ao final dos cromossomos que protegem esses preciosos
pacotes de genes do desgaste diário. Os cientistas acham que, quando
nascemos, nossos telômeros têm um certo comprimento que vai diminuindo
conforme nossas células se dividem e, como resultado, nós envelhecemos.

[...] Os pesquisadores descobriram que indivíduos que carregavam uma


determinada variação tinham telômeros mais curtos - o que significa menos
proteção para esses frágeis genes. [...]
Os telômeros das pessoas que carregam uma cópia da variação pareceram,
em média, de três a quatro anos mais velhos, de acordo com seus
comprimentos, do que aqueles de alguém da mesma idade cronológica sem a
variação. [...]

MOISSE, K. Variação genética pode acelerar envelhecimento biológico.


Scientific American Brasil. Disponível em:
www2.uol.com.br/sciam/noticias/variacao_genetica_pode_acelerar_
envelhecimento_biologico.html. Acesso em: 21 mar. 2016.

Comentários

Faça cópias do texto e entregue aos alunos. Peça que leiam o texto e se
organizem para uma discussão e análise do texto. Faça questionamentos como
os apresentados a seguir.

- Vocês já haviam relacionado o envelhecimento com a divisão celular?

- Outras fases da divisão celular podem estar envolvidas nesse processo?

- Com base no texto, o que ocorre para que haja envelhecimento?

Capítulo 8 - Processos energéticos das células

Objetivos

· Conhecer os processos energéticos celulares.

· Conhecer as moléculas envolvidas nos processos energéticos celulares.

· Reconhecer a relação presente entre os processos energéticos metabólicos.

· Reconhecer a importância da fotossíntese.

· Conhecer as estruturas celulares relacionadas à fotossíntese e suas etapas.

· Reconhecer a importância da respiração celular.

· Conhecer as etapas da respiração celular e as estruturas celulares envolvidas


nesse processo.

· Reconhecer a importância da fermentação. · Diferenciar fermentação lática de


alcoólica.

Página 132
Abertura de capítulo

· O texto apresentado na abertura mostra um exemplo de interação entre seres


vivos e cita processos que disponibilizam energia a eles, como os excrementos
ricos em açúcares e outras moléculas inorgânicas, provenientes dos pulgões.

328

· Aproveite para retomar o conteúdo de relações ecológicas já estudadas no


Ensino Fundamental. Verifique se os alunos percebem que, quando a formiga
se alimenta dos excrementos do pulgão e este se alimenta de seiva vegetal, há
transformação de energia. Isto é, as plantas convertem energia luminosa em
energia química; os pulgões, ao se alimentarem da seiva, ingerem açúcares,
que são moléculas capazes de gerar energia; e a formiga alimenta-se dos
pulgões.

Páginas 136 e 137

· As plantas são capazes de utilizar energia luminosa na fotossíntese porque as


membranas dos tilacoides apresentam várias moléculas capazes de absorver
fótons na região visível do espectro eletromagnético - os pigmentos clorofila e
carotenoides. A energia solar coletada por esses pigmentos é transmitida aos
centros de reação fotossintética, onde se inicia a transferência primária de
elétrons. O arranjo geométrico formado entre os pigmentos favorece a
transferência de energia e de elétrons nos centros de reação.

· A clorofila, pigmento encontrado em todos os vegetais, possui picos de


absorção nas regiões de 430 nm e 670 nm. Ela capta luz do sol ou dos
componentes dos centros de reação fotossintética. Na transferência de
elétrons, pode atuar como aceitadora na região do magnésio central, ou
doadora na região dos grupos carbonil.

· No caso das clorofilas b, que são encontradas em vegetais superiores e


algas, os picos de absorção ocorrem em 480 nm e 640 nm. Os carotenoides
atuam como captadores de energia na região espectral em que as clorofilas
absorvem pouco. Os picos de absorção ocorrem entre 400 nm e 500 nm,
podendo transferir a energia absorvida para as clorofilas, e destas para os
centros de reação fotossintética. O sistema coletor de luz maximiza a eficiência
da captação evitando danos ao organismo vegetal.
· A medição da fixação de gás carbônico nas folhas dos vegetais mantidos em
um fluxo crescente de fótons favorece a construção de curvas de respostas à
luz, a fim de avaliar as propriedades fotossintéticas das folhas. No escuro, o
gás carbônico é liberado pela planta em razão da respiração e, por convenção,
a assimilação deste gás é negativa na curva.

· O fluxo de fótons pode aumentar a fixação de gás carbônico pela


fotossíntese, inicialmente, até o ponto em que ocorre o equilíbrio com base na
liberação de gás carbônico mitocondrial. A intensidade de luz na qual a fixação
de CO2 é exatamente igual à liberação pela respiração é conhecida como ponto
de compensação de luz, o qual depende da espécie e das condições de
crescimento.

Páginas 138 e 139

· O Ciclo de Calvin-Benson pertence à etapa química do processo de


fotossíntese. Este ciclo gera GAP (gliceraldeído-3-fostato ou G3P) a partir de
CO2 em um processo de dois estágios: no primeiro, denominado fase de
produção, três moléculas de RuBP (ribulose monofosfato) reagem com três
moléculas de CO2 formando seis moléculas de gliceraldeído-3-fostato com o
custo de nove moléculas de ATP e seis de NADPH; no segundo estágio,
chamado fase de recuperação, os átomos de carbono restantes dos cinco GAP
são processados em uma sucessiva cadeia de reações químicas, para formar
novamente as três moléculas de Ru5P, as quais iniciarão o ciclo novamente.

Página 140

Oficina de Biologia

Objetivos

· Manipular materiais.

· Verificar a ocorrência da fotossíntese em discos de folhas.

· Constatar a presença de gás oxigênio como produto da fotossíntese.

Comentários

Nessa atividade a fotossíntese foi testada em discos de folhas. Normalmente,


esses discos flutuam na água, pois o mesófilo foliar é aerado e, quando ele é
preenchido com a solução de bicarbonato de sódio, os discos tendem a
afundar. Quando os discos são expostos à luz, os íons de bicarbonato tornam-
se fonte de CO2 para a fotossíntese e o gás oxigênio é liberado no interior do
mesófilo foliar, alterando a flutuabilidade da folha, fazendo que os discos
subam.

Ao cortar as folhas em discos com o auxílio do canudo plástico, oriente os


alunos a procederem com cuidado para não danificarem as bordas do disco.
Peça que optem pelas folhas jovens de espinafre ou rúcula e evitem regiões
próximas ao caule. Os discos podem ser retirados do canudo com o auxílio de
uma pinça, com cuidado.

Se não houver copos plásticos transparentes, opte por copos de vidro. Nesse
caso, os alunos devem manipulá-los com cuidado para evitar acidentes. A água
em pequena quantidade nos copos dificulta a flutuabilidade dos discos de folha,
interferindo no resultado da atividade.

A solução ideal deve ter uma concentração de 0,2% de bicarbonato de sódio. O


detergente líquido deve ser adicionado à solução para umedecer a superfície
hidrofóbica da folha e permitir que a solução de bicarbonato entre no mesófilo
foliar.

A observação do copo que não recebeu iluminação deve ser rápida, pois a
luminosidade pode iniciar o processo de fotossíntese, alterando o resultado da
atividade.

Caso um ou dois discos de folhas no copo escuro subam, altere a quantidade


de luz que incide no copo.

Se for possível, organize uma tabela na lousa para que os alunos preencham
com os resultados observados. Veja um exemplo.

329

Quantidade de discos
flutuando

Tempo Quantida Quantida


(minuto de de de de
discos
discos
flutuando
flutuando
s) no copo
no copo
não
iluminado
iluminado

12

15

Com base nos dados dessa tabela é possível comparar a diferença nos
resultados e enfatizar os elementos essenciais à fotossíntese. Além disso, com
essas informações, oriente os alunos a construírem um gráfico de linhas,
comparando os resultados dos dois copos.

Espera-se que a fotossíntese ocorra em pelo menos 90% dos discos de folhas,
o que pode ser verificado pela flutuação das folhas e presença de bolhas.

Respostas

1. Resposta esperada: no copo que permaneceu no escuro não houve


fotossíntese, pois a luz estava ausente. Assim as células do vegetal não
formaram gás oxigênio, que ficaria aprisionado na folha, fazendo com que ela
flutuasse. Já os discos de folhas que ficaram sob a luminária receberam luz
(realizaram fotossíntese) e as células produziram o gás oxigênio, que fez com
que as folhas flutuassem.

2. A retirada do ar do interior das folhas permite que elas afundem. Assim, é


possível deduzir que o retorno de sua flutuabilidade se deva à produção de gás
oxigênio durante a fotossíntese, o que não ocorre quando os discos
permanecem no escuro.
3. Seria o gás carbônico presente no atmosfera.

Página 142

· A emissão de luz nos vaga-lumes é uma reação química que ocorre na


presença de uma enzima chamada luciferase.

· Além dos vaga-lumes, outros insetos, algas, peixes, bactérias, fungos,


celenterados, anelídeos e artrópodes são capazes de emitir luz. Os vaga-lumes
são os mais conhecidos e atualmente tem-se descrito cerca de 500 espécies
desse grupo no Brasil, com a estimativa de 2 000 espécies presentes nas
matas, mas que ainda não foram descobertas.

Página 145

· O balanço de ATP gerado na cadeia respiratória e apresentado nessa página


segue fins didáticos. Na realidade, a transferência de elétrons do NADH para o
oxigênio gera 2,5 moléculas de ATP em vez de 3; e a oxidação de 1 FAD gera
1,5 molécula de ATP, em vez de 2.

2 ATP 2 ATP
Glicólise
2 NAD 3 ATP

Ciclo de Krebs 2 NADH 5 ATP

2 GTP 2 ATP

Cadeia respiratória 6 NAH 15 ATP

2 FADH 3 ATP

Total 30 ATP

Página 146

· Auxilie os alunos na interpretação do gráfico apresentado na seção Encontro


com... Matemática. Trata-se de um gráfico que mostra a resposta fotossintética
de uma planta à variação de luminosidade. Explique aos alunos que o ponto de
compensação fótico é alcançado quando a taxa de gás carbônico da respiração
e da fotossíntese se igualam. Quando a luz aumenta além desse ponto de
compensação, a taxa de fotossíntese também aumenta proporcionalmente. A
fotossíntese é limitada pela quantidade de luz. Assim, essa parte do gráfico
(seta superior à esquerda) mostra que a fotossíntese é limitada pela luz. A luz é
um recurso que pode limitar tanto o crescimento quanto o desenvolvimento das
plantas. Quando o fluxo de luz é alto, a resposta fotossintética da planta
estabiliza, tornando-se saturada. Ao alcançar o ponto de saturação, o aumento
da luz não altera mais a fotossíntese. A partir deste ponto, outros fatores
passam a influenciar as taxas de fotossíntese, como o transporte de elétrons, a
atividade da enzima rubisco e o metabolismo das trioses fosfatos.

· Ainda no gráfico, após o ponto de saturação (3), a fotossíntese passa a ser


limitada pela quantidade de gás carbônico disponível. Isso ocorre porque as
enzimas do ciclo de Calvin são incapazes de acompanhar a energia luminosa
que é absorvida. Assim, a continuação do gráfico, representada pela curva
segmentada, refere-se ao aumento da quantidade de gás carbônico, que limita
a taxa fotossintética.

Refletindo sobre o capítulo

Página 149

Respostas

a) Resposta pessoal.

b) As etapas do ciclo de Krebs e da respiração celular não estão presentes na


fermentação, pois as fases dos dois primeiros processos ocorrem na presença
de gás oxigênio e a fermentação é realizada pelos seres vivos anaeróbicos.

330

c ) São necessárias 18 moléculas de glicose na fermentação para equivaler a


uma molécula de glicose na respiração celular, pois na fermentação a molécula
de glicose não sofre oxidação total, resultando em um saldo energético inferior.

Páginas 150 e 151

Explorando o tema

Objetivos

· Conhecer o conceito de clonagem.


· Diferenciar a clonagem reprodutiva da terapêutica.

Comentários

Essa seção deve ser trabalhada tendo em mente todos os conceitos abordados
nesta unidade. A clonagem é uma forma de reprodução assexuada, encontrada
naturalmente em vegetais e organismos unicelulares. Um exemplo desse
processo nos animais são os gêmeos univitelinos. Neste caso, os indivíduos
gerados são constituídos pelo mesmo patrimônio genético.

A geração de um novo animal a partir de outro preexistente pode ser feita


artificialmente em laboratório. Os indivíduos resultantes desse processo terão
as mesmas características genéticas do doador.

Respostas

a) A clonagem reprodutiva tem como finalidade a formação de indivíduos


geneticamente idênticos ao doador do núcleo somático. Já a clonagem
terapêutica tem o objetivo de formar células geneticamente idênticas às do
núcleo somático do doador. Estas células podem ser utilizadas na produção de
novas células, tecidos e órgãos específicos, bem como de células-tronco.

b) Não, pois a clonagem reprodutiva iria apenas criar cópias dos animais, sem
protegê-los da pressão que a destruição do ambiente exerce sobre eles. Além
disso, criar cópias não evitaria a extinção de outras espécies. Também não há
a garantia de que esse clone se estabeleça adequadamente no ambiente e
produza descendentes, eliminando seu risco de extinção. Logo, a clonagem
reprodutiva não eliminaria a causa da extinção, apenas aumentaria a
quantidade de organismos de determinada espécie no ambiente.

c ) · A tirinha retrata a clonagem reprodutiva.

· A tirinha trata da clonagem do mamute. Esse assunto pode ser relacionado


com uma das ambições da comunidade científica, que é utilizar a clonagem
reprodutiva para recuperar alguns animais extintos, como o mamute.

d) Resposta pessoal. O fato de gêmeos univitelinos não serem exatamente


iguais, mesmo sendo geneticamente idênticos, evidencia que determinadas
características não são determinadas exclusivamente pelo seu material
genético, mas estão relacionadas às experiências de vida, ao tipo de
educação, ao ambiente e à convivência com outras pessoas. Esses fatores
podem influenciar a formação da identidade e da personalidade de uma
pessoa. É por isso que cada ser humano é único. Assim, clonar um
determinado ser humano garantirá apenas que ele tenha a mesma identidade
genética que seu doador somático, mas não necessariamente todas as suas
características.

Atividade complementar

Respiração e fotossíntese nas plantas

Objetivos

· Comparar a disponibilidade de luz e a ocorrência da fotossíntese.

· Trabalhar o levantamento de hipóteses e a argumentação.

Materiais

· 9 vasos com mudas de plantas conhecidas como maria-beijoqueira ou maria-


sem-vergonha (também podem ser mudas de feijão)

· adubo

· água

Procedimento

A. Identifique os vasos com os números de 1 a 9.

B. Coloque os vasos de 1 a 3 dentro de um armário escuro da escola.

C. Escolha um local na sala de aula ou na escola em que haja incidência de sol


direta e coloque os vasos de 4 a 6.

D. Escolha um local no colégio em que ocorra pouca incidência de luz e ali


coloque os vasos de 7 a 9.

E. Após os 15 dias, retire os vasos dos locais escolhidos e junte-os para que os
alunos observem e analisem as mudanças ocorridas.

Comentários

Questione os alunos quanto aos processos que ocorreram nos vasos e qual a
influência da luz solar sobre eles. Peça que identifiquem quais processos
ocorreram em cada vaso e como chegaram a essa conclusão. Se possível,
conduza uma discussão com o levantamento de hipóteses.

Verifique se os alunos percebem a importância do processo energético da


fotossíntese para os seres vivos; nesse caso, a fotossíntese para as plantas.
Se achar interessante, discuta os processos fisiológicos das plantas.

Aproveite para questionar os alunos se nos três locais nos quais os vegetais
foram colocados a taxa de respiração e de fotossíntese foi similar. Se possível,
ao final dessa atividade, retome o gráfico da página 146 do livro-texto e
converse com os alunos sobre quais as possíveis alterações que existiriam
nele, se fosse possível medir as taxas de assimilação fotossintética e a luz
absorvida para cada local onde foram colocados os vegetais. Diga que, a
utilização de três vasos para cada local se deu para facilitar as comparações.

331

Unidade 3 - Histologia animal

O texto e a fotografia das páginas de abertura dessa unidade visam mostrar


uma aplicação tecnológica dos estudos teciduais e celulares a fim de produzir
alimentos. Este estudo indica possibilidades de aumentar a oferta de alimentos
para a população mundial, além de demonstrar a importância do cultivo celular
e tecidual para a ciência e a sociedade.

LEGENDA: Pesquisadora de alimentos provando o primeiro hambúrguer


produzido em laboratório, durante o evento de lançamento do produto em
Londres, em 5 de agosto de 2013.

CRÉDITO: Toby Melville/REUTERS/Latinstock

Capítulo 9 - Tecido epitelial e tecido muscular

Objetivos

· Conhecer dois dos tipos básicos de tecido animal: o epitelial e o muscular.

· Reconhecer as características dos tecidos epiteliais de revestimento e


glandular.

· Conhecer os tipos de tecido muscular, suas características, importância e


distribuição.
· Conhecer como ocorre a contração muscular.

Página 154

Abertura de capítulo

· Giuseppe Arcimboldo nasceu em Milão, Itália, no ano de 1527, e faleceu em


1593 também em Milão. Suas obras estão distribuídas em diferentes museus
do mundo.

· As obras de Arcimboldo são famosas pelo uso de partes de plantas (raízes,


caules, folhas, flores e frutos), animais (aves e peixes) e objetos (livros) para
formar bustos humanos. Antes das artes renascentista e impressionista, o
artista italiano já produzia obras que lembravam figuras humanas grotescas,
causando surpresa e estranhamento a quem as olhassem pela primeira vez. As
cores utilizadas pelo artista conferem um caráter realista aos retratos.

· Verifique se os alunos compreendem como as partes da cabeça humana são


retratadas por Arcimboldo. Para que fosse possível desconstruir o que é real e
transpor para uma visão artística, o pintor precisava ter alguns conhecimentos
sobre o corpo humano, seu formato, o que o mantém e como ele é revestido.
Pergunte aos alunos se conseguem distinguir as formas do rosto, por exemplo.
Peça a eles que comparem a pele humana com a superfície dos vegetais
ilustrados pelo pintor. Questione-os sobre a textura, o tamanho e o formato
dessas plantas.

Páginas 155 a 158

· A divisão entre epitélio de revestimento e epitélio glandular (página 155) não é


uma regra. Há epitélios de revestimento nos quais todas as células são
secretoras, como o epitélio do estômago, e há epitélios em que existem
algumas células glandulares espalhadas entre as células de revestimento,
como observado no intestino delgado ou traqueia.

· O epitélio de revestimento (páginas 156 e 157), além de revestir e proteger


superfícies internas ou externas de órgãos, está associado à proteção,
absorção de íons e moléculas em órgãos como rins e intestino, na percepção
de estímulos, como o neuroepitélio gustativo e olfatório, fundamental aos
sentidos.
· Explique aos alunos que, embora a secreção de substâncias possa ser feita
por células glandulares isoladas (glândulas unicelulares), como as células
caliciformes do intestino delgado ou da traqueia, o termo glândula (página 157)
é mais utilizado para fazer referência a estruturas multicelulares complexas,
como as glândulas sebáceas, sudoríferas e mamárias, por exemplo.

· Veja os quadros desta e da página seguinte mostrando os tipos mais comuns


de epitélios de revestimento.

Tipo de tecido Onde é encontrado Importância

Revestimento de: Facilita movimento do


vasos sanguíneos, mesotélio, transporte
Simples
cavidade pericárdica, ativo por pinocitose,
pavimentoso
cavidade pleural, secreção de moléculas
cavidade peritoneal. biologicamente ativas.

Revestimento externo
de ovários, ductos de Revestimento e
Simples cúbico
glândulas e folículos secreção.
da tireoide.

Revestimento dos
Proteção, lubrificação,
Simples prismático intestinos e da
absorção e secreção.
vesícula biliar.

Revestimento da Proteção, secreção,


traqueia, dos transporte mediado por
Pseudoestratificado
brônquios e da cílios no trato
cavidade nasal. respiratório.

Estratificado Proteção, prevenção


Epiderme.
pavimentoso contra perda de água.

332

Tipo de tecido Onde é encontrado Importância


Estratificado Proteção, secreção,
Boca, esôfago, vagina e
pavimentoso não prevenção contra
ânus.
queratinizado perda de água.

Glândulas sudoríferas e
Cúbico folículos ovarianos em Proteção e secreção.
crescimento.

Estratificado de Bexiga urinária, ureter e


Proteção e distensão.
transição cálice renal.

Estratificado
Conjuntivo. Proteção.
prismático ou colunar

CRÉDITO: JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 10. ed. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. p. 75.

LEGENDA: Tecido epitelial simples cúbico, encontrado nos ductos glandulares.

LEGENDA: Tecido epitelial simples prismático ciliado.

CRÉDITO: Ilustrações: Studio Caparroz

Páginas 158 a 160

· O tecido muscular é composto de fibras musculares, de origem mesodérmica.

· As células musculares lisas são revestidas por uma lâmina basal e são
mantidas unidas pela presença de uma rede de fibras reticulares. A presença
destas fibras interligadas faz que a contração seja simultânea, iniciada em uma
única célula, mas rapidamente transmitida a todo o músculo.

· As fibras cardíacas são revestidas por uma fina camada de tecido conjuntivo,
com grande quantidade de vasos sanguíneos. Outra característica importante
desse tecido é a presença de mitocôndrias, as quais ocupam cerca de 40% do
citoplasma de uma fibra cardíaca. A grande quantidade dessas organelas é o
que permite o intenso metabolismo aeróbio deste tecido. Ele também
armazena ácidos graxos na forma de triglicerídeos, encontrados como
gotículas de gordura no citoplasma das células.

Páginas 161 e 162

· Ao trabalhar a questão 10 (página 161) com os alunos, comente que


músculos são órgãos, pois são organizados em diferentes tecidos, que
desenvolvem uma determinada função.

· Músculos como o deltoide e o bíceps são organizados em grupos de feixes


musculares, os quais são formados pelas fibras musculares. O conjunto de
feixes musculares é revestido por uma fina camada de tecido conjuntivo
denominado epimísio, a partir do qual partem septos finos de tecido conjuntivo,
que revestem cada feixe muscular - chamado perimísio. Cada fibra muscular é
envolvida por uma fina camada de tecido conjuntivo - o endomísio, constituído
pela lâmina basal da fibra muscular e por fibras reticulares.

· Os revestimentos de tecido conjuntivo favorecem a propagação da força de


contração gerada pelas fibras musculares individualmente, atuando no músculo
inteiro. Nos septos de tecido conjuntivo estão distribuídos os vasos sanguíneos
e os nervos.

Refletindo sobre o capítulo

Página 167

Respostas

a ) Resposta pessoal.

b ) O tecido conjuntivo.

c)

Tecido
Liso Cardíaco Esquelético
muscular

Formato das Longas e Longas e Muito longas e


células fusiformes ramificadas cilíndricas
Quantidade de
1 1 ou 2 Vários
núcleos

Posição do
Central Central Periférica
núcleo

Sarcômeros Ausentes Presentes Presentes

Forte, rápida,
Tipo de Lenta e Forte, rápida e
involuntária e
contração involuntária voluntária
contínua

d ) A contração do tecido muscular envolve, principalmente, as mitocôndrias e


o retículo sarcoplasmático. Isso porque as mitocôndrias fornecem a energia
necessária e o retículo sarcoplasmático armazena o cálcio, necessário para a
contração muscular.

333

Páginas 168 e 169

Trocando ideias

Objetivos

· Conhecer os efeitos das substâncias anabolizantes no corpo humano.

· Alertar para as consequências negativas do uso de substâncias anabolizantes


à saúde humana.

· Desenvolver a crítica com relação à busca desmedida por padrões de beleza.

Comentários

O uso de anabolizantes entre os adolescentes vem aumentando


gradativamente nos últimos anos apesar de sua proibição para essa faixa
etária. Os riscos e as mortes decorrentes do uso dessas substâncias são
demonstrados por diversos exemplos na mídia, tanto entre jovens, como entre
adultos, de ambos os sexos. Apesar disso, essas substâncias são muito
utilizadas a fim de acelerar os resultados do trabalho muscular. Se considerar
interessante, organize os alunos em grupos e peça a eles que pesquisem
outros exemplos que alertam para o uso indiscriminado dessas substâncias.
Essa atividade pode ajudar a mostrar aos alunos as consequências do uso
inadequado desses produtos, além de aprimorar a pesquisa escolar. Peça que
avaliem os benefícios e os riscos do uso de sua utilização.

A testosterona é um hormônio natural masculino, mas que pode ser produzido


sinteticamente, com ação semelhante ao natural. Os hormônios sintéticos são
conhecidos como esteroides anabólicos androgênicos (EAA). Na produção
dessas substâncias são realizadas modificações em sua estrutura molecular
para alterar sua bioatividade, atrasar sua absorção na circulação, minimizar
suas ações androgênicas e maximizar as ações anabólicas. A testosterona foi
caracterizada e sintetizada por volta de 1935. Nesse período, seu uso
terapêutico era restrito ao tratamento de pacientes queimados, deprimidos ou
em recuperação de grandes cirurgias. Atualmente, é utilizada no tratamento de
doenças musculares, durante a andropausa, em pacientes portadores de HIV,
para tratar a obesidade, entre outros tratamentos, mas todos com
acompanhamento médico. Em 1950, ocorreu o primeiro relato de maior
desempenho físico em atletas que faziam uso da testosterona. Os atletas
apresentavam aumento de reserva energética, redução no tempo de
recuperação; após intenso treinamento, alcançavam benefícios como redução
da gordura corporal, aumento da massa muscular, ambos resultados de sua
ação anabólica. Apesar dos bons resultados, é proibido o uso de qualquer
substância por atletas, pois, segundo o Comitê Olímpico Internacional, o uso de
qualquer substância endógena ou exógena em quantidades ou vias anormais
com intenção de aumentar o desempenho do atleta em competição é
considerado doping. A utilização de anabolizantes é mais frequente em atletas
que praticam atividade física como forma de lazer, ou com o objetivo de
melhorar a aparência física. Por meio do texto dessa seção, é possível abordar
outros temas com os alunos, como a importância do exercício físico, de uma
alimentação saudável e o período de sono recomendado diariamente, ambos
hábitos necessários para uma vida saudável.

Se possível, faça um levantamento dessas informações entre os alunos e


organize as respostas em uma tabela na lousa. Pergunte quantos deles
praticam atividade física diariamente, três vezes por semana ou se não
realizam nenhuma atividade. Proponha um desafio: o de aumentar a
quantidade de alunos praticantes de atividade física regular, sob
monitoramento de um profissional, visando uma vida saudável e sem riscos. O
objetivo é levar os alunos a perceberem que uma vida saudável contribui para
a saúde, sem causar danos ou riscos. É importante enfatizar que existem
diversas atividades físicas e que é importante encontrar uma de sua
preferência, pois isso os estimulará a continuar. Cite atividades como:
caminhada, corrida, futebol, voleibol, basquetebol, tênis, dança (balé, dança de
salão, danças típicas), entre outras. Além do aumento do desempenho físico,
os alunos perceberão melhora no humor, no sono e na qualidade de vida.

Ao realizar a atividade sugerida na questão c, é possível trabalhar com a


disciplina de Arte. Este pode ser um bom momento para explorar como a Arte
retrata a ciência e os padrões de beleza e como eles se modificaram ao longo
da história da humanidade.

Respostas

a) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos concluam que, além de ilícito, o


uso de substâncias anabolizantes traz graves riscos à saúde.

b) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos concluam que a divulgação dos


riscos e danos causados pelos anabolizantes pode favorecer a diminuição do
uso da substância.

c ) Resposta pessoal.

Atividade complementar

Construção de modelo de tecido epitelial e muscular

Objetivos

· Construir modelos de tecido animal.

· Manipular materiais.

Materiais

· papel picado

· 1 L de água

· bacia
· balde

· escorredor

· liquidificador

· 200 g de cola branca

· 21/2 colheres (sopa) de gesso de secagem lenta

· 1 colher (sopa) de gesso comum

· 4 colheres (sopa) de farinha de trigo

· 1 tampa de vinagre

· tintas guache nas cores: vermelha, rosa, roxa e branca

· pincéis

334

Procedimento

A. Corte o papel em pequenos pedaços em uma quantidade suficiente para


encher meio balde. Complete com água e aguarde 24 horas.

B. Escorra o excesso de água no escorredor antes de colocar no liquidificador.

C. No liquidificador, coloque uma parte de papel para três partes de água. Bata
por 10 segundos e aguarde um minuto. Bata novamente por mais dez
segundos.

D. Despeje a massa formada no escorredor e esprema, retirando o excesso de


água.

E. Esfarele a massa e espalhe-a na bacia. Misture com a cola branca, o


vinagre, o gesso de secagem lenta e o gesso comum, até formar uma massa
homogênea. Junte 2 colheres de farinha de trigo à massa, pois isso evitará que
ela fique partindo.

F. Prepare a cola de farinha: coloque 2 colheres de sopa de farinha de trigo na


panela e cubra com água. Deixe cozinhar até alcançar a consistência de
mingau.
G. Com o papel pronto, organize os alunos em quatro grupos e sorteie um
tema para cada um, como: tecido epitelial (escolher um, por exemplo, simples
cúbico), tecido muscular liso, estriado cardíaco e estriado esquelético.

H. Cada grupo deverá moldar 6 células do tipo sorteado ao grupo. Oriente os


alunos a moldarem as células epiteliais e musculares lisas com
aproximadamente 8 cm. As células musculares cardíacas com 10 cm e, se
possível, as estriadas esqueléticas com 30 cm de comprimento.

I. Os núcleos devem ser moldados proporcionalmente ao tamanho das células,


acompanhando seu formato. Peça aos alunos que utilizem tinta guache roxa.

J. Pinte as células com a tinta guache. Na sequência, oriente-os a utilizar a cola


de farinha para colar uma célula na outra, compondo o tecido sorteado. Peça
que colem os núcleos no final.

K. Para finalizar, solicite-lhes que deixem o material secar.

Comentários

Após a secagem do material, peça a cada grupo que apresente o modelo aos
colegas, explicando suas principais características. Essa atividade pode
contribuir para o trabalho em grupo e para o aprimoramento de habilidades
manuais, o que colabora para o desenvolvimento integral do aluno.

Capítulo 10 - Tecido conjuntivo e tecido nervoso

Objetivos

· Conhecer a constituição do tecido conjuntivo.

· Conhecer os tipos de tecido conjuntivo.

· Conhecer os tipos de tecido adiposo, suas características e sua importância.

· Reconhecer a importância do tecido cartilaginoso e suas principais


características.

· Identificar a constituição do tecido ósseo.

· Conhecer como ocorre a formação do osso.

· Identificar as células do sangue.


· Conhecer a constituição do tecido nervoso, suas características e sua
importância.

Página 170

Abertura de capítulo

· O texto inicial retrata uma situação de superação de um jovem que perdeu


partes dos membros de sustentação e locomoção do corpo humano. Os
principais responsáveis por essa sustentação são o tecido ósseo e o tecido
muscular constituídos de ossos e músculos, respectivamente.

· A prótese substitui parte da movimentação promovida por esses órgãos e


tecidos, recuperando a função do membro que sofreu lesão. Apresente aos
alunos a importância de exemplos de superação como o de Cody, para mostrar
que, apesar da ausência ou perda de função dos órgãos ou tecidos do corpo
humano, é possível retomar hábitos anteriores à amputação. Atualmente,
existem próteses ortopédicas específicas para atletas e cada uma delas é feita
sob medida, pois cada pessoa tem estrutura física e necessidades diferentes.

Página 171

· O colágeno é a proteína mais abundante do corpo humano, representando


30% do seu peso seco. Nos vertebrados, o colágeno constitui uma família de
proteínas produzidas por diferentes tipos de células, que se distinguem pela
composição química, características morfológicas, distribuição, funções e
patologias. Atualmente, a família dos colágenos é formada por mais de vinte
tipos diferentes.

· A proteína colágena tem cadeias peptídicas de aminoácidos, como glicina,


prolina, lisina, hidroxilisina, hidroxiprolina e alanina. A sequência de
aminoácidos no colágeno é, em geral, uma unidade tripeptídica, glicina X-
prolina ou glicina X-hidroxiprolina, onde X pode ser qualquer um dos 20
aminoácidos padrão. Cada molécula de colágeno pode ter até três cadeias
diferentes, que se unem na formação do procolágeno.

· As moléculas de colágeno são secretadas pelos fibroblastos na forma de


procolágeno solúvel, que é ladeado por duas estruturas globulares de
peptídeos contendo nitrogênio e carbono terminais. O procolágeno é secretado
dentro das vesículas e é formado no complexo golgiense. Em seguida, ele é
secretado para a matriz extracelular, sendo um dos constituintes do tecido
conjuntivo.

· As diferentes combinações de aminoácidos na formação do colágeno formam


os tipos I, II, III, compondo até o XV, e cada tipo pode estar em maior
concentração em um tipo de tecido, como o colágeno tipo I na pele humana,
por exemplo.

335

Página 172

· A substância fundamental que compõe a matriz extracelular do tecido


conjuntivo é composta de macromoléculas como as glicosaminoglicanas,
glicoproteínas, proteoglicanas e proteínas multiadesivas. Essas
macromoléculas se prendem às células por meio de receptores, aumentando a
resistência da matriz extracelular.

· Os diferentes tipos de tecidos conjuntivos básicos que serão estudados são


resultado da combinação dos elementos do tecido, fibroblastos, fibras e
substância fundamental.

Página 175

· Estudos recentes sobre a existência da gordura marrom indicam que ela está
presente nos adultos, e não somente nos filhotes ou em grupos específicos de
animais, como os que hibernam. A maior concentração desse tecido é em
filhotes, e tem relação com a produção de calor e proteção do recém-nascido
contra o frio.

Páginas 178 e 179

· O esqueleto armazena aproximadamente 99% do cálcio do organismo e atua


como reserva desse íon, cuja concentração no sangue deve ser mantida
constante para que o organismo funcione adequadamente.

· O cálcio absorvido da alimentação é armazenado no tecido ósseo


rapidamente, impedindo que ocorra um aumento na concentração desse íon no
sangue. Quando sua concentração diminui, o tecido ósseo libera o cálcio, para
que ocorra um equilíbrio no sangue. Dessa forma, há um intercâmbio de íons
de cálcio do sangue para o tecido ósseo e vice-versa, visando o equilíbrio na
concentração de cálcio tanto no sangue quanto no tecido ósseo.

Página 186

· Ao abordar o tema Impulso nervoso, explique aos alunos que o potencial de


repouso da membrana apresenta um limiar, mas pode ter variações entre -100
mV e -30 mV, dependendo do tipo celular e da movimentação iônica por meio
da membrana celular.

Refletindo sobre o capítulo

Página 189

Respostas

a) Resposta pessoal.

b) No corpo dos animais os tecidos aparecem associados uns aos outros. Isso
é notado em várias situações, como no fato de tipos específicos de tecido
conjuntivo auxiliarem na nutrição de tecidos desprovidos de vascularização e
inervação. Exemplos disso são as cartilagens e o tecido epitelial de
revestimento; os músculos e os nervos serem envoltos por tecido conjuntivo, o
tecido adiposo ser vascularizado e inervado, entre outras situações.

c ) O fato de a membrana celular possuir permeabilidade seletiva permite que,


juntamente com proteínas da membrana celular, se mantenha diferentes
concentrações iônicas entre o meio intracelular e extracelular. Essa diferença
iônica resulta em diferença de cargas elétricas entre as faces da membrana
celular do neurônio, que é essencial para a produção e a propagação do
impulso nervoso. O movimento controlado de íons pela membrana celular do
neurônio altera as cargas elétricas das faces da membrana celular, garantindo
sua despolarização e repolarização na presença de um estímulo.

Trocando ideias

Páginas 190 e 191

Objetivos

· Reconhecer a anorexia como transtorno alimentar.

· Conhecer as consequências da anorexia no corpo humano.


· Desenvolver o senso crítico sobre a importância da alimentação e sua
necessidade para a manutenção da saúde e de uma vida saudável.

Comentários

A alimentação saudável e equilibrada é a base do desenvolvimento físico de


crianças e adolescentes. A manutenção de um padrão alimentar adequado
favorece a saúde mental e física dos jovens, assim como a participação da
família na rotina das crianças e adolescentes contribui para seu fortalecimento
emocional e psicológico.

Explique aos alunos que o tecido adiposo desempenha funções importantes no


corpo. Por exemplo, a leptina é um hormônio produzido pelas células adiposas.
Descoberto recentemente, em 1994, o hormônio é oriundo da clonagem do
gene ob e da codificação de sua proteína. A leptina atua no corpo humano,
regulando vários sistemas, como o genital, o esquelético e o respiratório, além
de afetar as defesas do corpo humano, as células do sangue e modificar o
balanço energético que ocorre pela parte central do sistema nervoso.

Acredita-se que a leptina seja estimulante da atividade de neurônios produtores


de substâncias como a serotonina, que apresenta efeitos anorexígenos. Em
outras palavras, os adipócitos são capazes de controlar a vontade de
alimentar-se, exercendo o aumento na quantidade de células do corpo
humano, além de desempenhar papel de regulador dos sistemas do corpo
humano.

Enfatize aos alunos que existem diferenças entre o tamanho do corpo das
pessoas, pois há fatores genéticos e metabólicos que interferem na forma e no
tamanho do corpo. Para demonstrar essas diferenças, é possível calcular o
índice de massa corporal de cada aluno. O Índice de Massa Corpórea (IMC) é
adotado pela Organização Mundial de Saúde para o cálculo do peso ideal de
cada indivíduo. Ensine aos alunos esse cálculo e, em seguida, promova uma
discussão com a turma sobre os resultados obtidos.

Se possível, organize uma atividade para o cálculo do índice de massa


corpórea com os alunos. Providencie para a atividade uma balança e uma fita
métrica.

336
Para calcular o IMC, coloque a seguinte fórmula na lousa:

Após o cálculo do IMC, retome os conceitos dos transtornos alimentares,


enfatizando que quando um adolescente ou um adulto não se alimenta de
forma correta por se considerar, de maneira equivocada e exagerada, acima da
massa corporal esperada, é necessário acompanhamento prolongado de
médico, para retomar uma vida saudável e sem riscos.

Ao trabalhar a questão a, é importante que os alunos analisem criticamente os


padrões estéticos presentes na sociedade atual. É necessário que eles
percebam que esses padrões são alterados conforme o período e a cultura de
uma determinada sociedade. Além disso, é fundamental que eles constatem a
importância da manutenção da saúde e de hábitos que contribuam para tal, em
vez de buscar comparações com pessoas famosas ou com um biótipo
diferente.

Respostas

a) Resposta pessoal.

b) Resposta pessoal.

Páginas 192 e 193

Explorando o tema

Objetivos

· Ampliar os conhecimentos sobre a importância da doação de sangue.

· Conscientizar sobre a necessidade de doação de sangue.

· Interpretar dados.

Comentários

Embora a doação de sangue seja fundamental para salvar vidas, várias


pessoas ainda não têm o hábito de doar, exceto nos casos em que parentes ou
conhecidos necessitem. Por causa disso, o Ministério da Saúde vem propondo
campanhas para conscientizar a população brasileira sobre a importância
dessa atitude.

Se possível, faça um levantamento com os alunos, perguntando quantas


pessoas moram na casa em que vivem e quantos são doadores de sangue.
Organize um gráfico de colunas com a quantidade total de participantes e o
número de doadores de sangue. Peça aos alunos que interpretem e calculem a
porcentagem de doadores de sangue da amostra.

Respostas

a) Resposta pessoal. A quantidade de doadores é insuficiente em alguns


períodos do ano, como feriados, quando a quantidade de acidentes aumenta,
elevando a necessidade de transfusão sanguínea.

b) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos citem atitudes do governo que


envolvam campanhas de conscientização da necessidade de sangue nos
hospitais.

c ) Resposta pessoal.

d) Resposta pessoal. É importante que os alunos percebam que é fundamental


conhecer o tipo sanguíneo, seja para doação no futuro, ou em caso de
acidentes.

Atividade complementar

Resistência do osso

Objetivos

· Comparar ossos de diferentes animais quanto à forma e constituição.

· Diferenciar a resistência do tecido cartilaginoso e do tecido ósseo.

Materiais

· osso de frango cozido, sem carne nem pele e lavado

· copo de vidro de 200 mL de capacidade

· vinagre

· vela

· prendedor de roupas

Procedimento

A. Tente quebrar o osso pressionando suas extremidades na mesma direção.


B. Coloque vinagre até quase encher o copo e mergulhe o osso nessa solução.
Na sequência, tampe com filme de PVC e deixe reservado por quatro dias.

C. Retire o osso do copo e repita o procedimento A.

D. Acenda a vela e, com o prendedor, segure o osso pela extremidade.


Aproxime-o da chama e aguarde cerca de três minutos.

E. Espere esfriar e repita o procedimento A .

Comentários

Oriente os alunos a lavar o osso, para retirar resíduos de carne, e, em seguida,


guardá-lo em um saco plástico. Peça ainda que o coloquem o osso na
geladeira antes de levá-lo para a escola, pois isso vai conservá-lo e evitará o
mau cheiro.

Questione os alunos sobre o que ocorre em cada etapa do procedimento. Liste


na lousa as hipóteses levantadas por eles para explicar os resultados
observados.

Explique-lhes que o cálcio é responsável pela manutenção da dureza dos


ossos e que o colágeno mantém sua resistência. Quando o osso foi colocado
no vinagre, que é uma substância ácida, o ácido acético reagiu com o cálcio,
diminuindo sua dureza. A parte orgânica do osso se manteve, porém, a parte
mineral, foi perdida.

Quando o osso entrou em contato com a chama da vela, o calor propagado por
ela atuou na proteína (colágeno), fazendo o osso perder sua resistência.

337

Unidade 4 - Reprodução

Reprodução e Embriologia

Nessa unidade os alunos são apresentados às diferentes formas de


reprodução assexuada, à reprodução sexuada em animais e plantas e ao
desenvolvimento embrionário.

LEGENDA: Urso-polar fêmea cuidando dos filhotes. O animal adulto pode


atingir cerca de 3,4 m de comprimento.

CRÉDITO: Bedell, Daniel A./Animals Animals/Earth Scenes/Keystone


Capítulo 11 - Reprodução dos seres vivos

Objetivos

· Diferenciar reprodução assexuada de sexuada.

· Conhecer os tipos de reprodução assexuada e os exemplos de seres vivos


que a realizam.

· Conhecer a reprodução das plantas.

· Reconhecer os tipos de desenvolvimento nos animais.

· Reconhecer a importância do cuidado parental.

Página 196

Abertura de capítulo

· O filme A marcha dos pinguins recebeu várias indicações de prêmios e


ganhou o Oscar de melhor documentário em 2006.

· Os pinguins-imperadores estão entre as aves que não fazem ninhos na época


da reprodução. Logo após a postura do ovo, o macho coloca-o sobre os pés,
cobrindo-o com uma prega de pele de seu abdome, coberto de penas. Assim, o
ovo fica abrigado dos ventos gelados, da neve e do gelo que cobre o solo.
Trata-se de um dos mais impressionantes exemplos de cuidado parental. Caso
os alunos questionem como os pinguins sobrevivem nas condições do inverno
antártico, leia o trecho do texto a seguir.

As penas proporcionam às aves o isolamento térmico de que necessitam para


manter uma temperatura de corpo elevada. Para nenhuma outra ave esse fato
é mais importante que para os pinguins. Tendo abandonado o voo em favor do
deslocamento por nado, as suas penas ficam assim reduzidas à função única
de isolador térmico, cobrindo uniformemente o corpo em vez de crescerem em
zonas bem delimitadas, como na maioria das outras aves. São, além disso,
finas e curtas, formando, juntas, uma cobertura densa totalmente impermeável
à água, muito semelhante à pelagem dos mamíferos. [...]

ATTENBOROUGH, David. A vida na Terra: uma história natural. São Paulo:


Martins Fontes, 1980. p. 209.
· Explique aos alunos que as penas dos pinguins são filamentosas e densas e,
por isso, retêm uma camada contínua de ar ao redor do corpo. Além disso,
possuem uma espessa camada de gordura, permitindo a resistência a
fenômenos, como as nevascas em que a temperatura alcança -40 ºC, durante
semanas. Isso tudo sem que se alimentem durante o período de incubação do
ovo.

Páginas 197 e 198

Os fungos são organismos presentes nos mais diversos ambientes, o que se


deve, em parte, à sua reprodução assexuada, pela qual se dissipam com
facilidade. Sobre esse assunto, leia o texto a seguir.

Os fungos são organismos encontrados em diversos ambientes e nestes,


podem atuar como contaminantes. Aspectos indesejáveis como mudança no
odor ambiental, alteração de textura e colorações em paredes, tetos, cerâmicas
e azulejos podem ser decorrentes da ação maléfica de fungos filamentosos,
assim como leveduras. A presença desses pode acarretar desde processos
alérgicos ao desenvolvimento de micoses de leves a severas em seres
humanos e animais tornando-se necessário medidas preventivas ou corretivas.
Fatores como adequada luminosidade, ventilação e higienização constituem
algumas dessas medidas. Estes seres apresentam frequentemente reprodução
assexual com produção de conídeos que dispersos pelo ar ou pela água irão
se fixar em novo substrato podendo germinar e produzir novas colônias [...].

PEDI, N. et al. Fungos isolados em azulejos do convento de Santo Antônio,


Recife, Pernambuco. IX Jornada de ensino, pesquisa e extensão, Recife, 19-23
out. 2009. Disponível em:
www.eventosufrpe.com.br/jepex2009/cd/resumos/r0550-1.pdf. Acesso em: 27
mar. 2016.

Página 199

· A reprodução sexuada está relaciona à variabilidade genética das espécies.


Por meio dela, ocorre a produção de indivíduos com características diferentes
uns dos outros e de seus pais. Estudaremos os fatores que contribuem para a
variabilidade genética no volume de 3º ano desta coleção.
· Se considerar necessário, explique aos alunos que a variabilidade genética
entre as espécies advém:

- da formação dos gametas na meiose, na qual são formadas quatro células


geneticamente diferentes da célula que lhes originou. Essa diferença está
relacionada à recombinação gênica, resultante da permutação entre segmentos
correspondentes dos cromossomos homólogos durante o emparelhamento
destes na meiose;

338

- da fecundação, processo em que há junção dos materiais genéticos dos


progenitores, formando um indivíduo com nova sequência gênica.

· Ao trabalhar a autofecundação, cite outro exemplo de ser vivo que a realiza,


como as minhocas, invertebrados hermafroditas. Elas são consideradas
monoicas, ou seja, apresentam órgãos reprodutores masculinos e femininos no
mesmo indivíduo.

Página 200

· Ao trabalhar a fecundação externa, leia o texto a seguir sobre o


comportamento reprodutivo dos anfíbios.

[...] Os sapos e rãs coaxam na beira das lagoas, no chão ou na água, às vezes
escondidos no meio da vegetação. Eles, normalmente, coaxam e se
reproduzem no local onde nasceram. A fêmea escolhe o macho que coaxa
mais intensamente ou aquele mais insistente. O coaxar nupcial e o
acasalamento, geralmente, são realizados à noite, mas, em algumas espécies,
podem ocorrer durante o dia. A competição por uma fêmea é tão grande em
algumas espécies que os machos defendem, com vigor, o território ao seu
redor, em um raio de um ou dois metros. Se outro macho invadir esse território
e começar a coaxar, o dono do território emite um coaxar de advertência. Se o
intruso insistir em permanecer, poderá haver luta corporal pela disputa do
território. No caso do sapo-comum (Bufo ictericus), se uma fêmea passar por
perto para caçar suas presas, por exemplo, sem estar no ponto de desova, o
macho não desperdiça a oportunidade de abraçá-la (posição de amplexo) e
não a solta mais, até que fique pronta para desovar, o que pode demorar mais
de duas semanas. O período que um macho pode coaxar depende de seu
estado de nutrição, pois gasta energia. Se o macho estiver bem alimentado e
com sorte de achar comida (invertebrados, que são suas presas) perto dos
locais de reprodução (lagoas, riachos e banhados), pode ficar coaxando
durante muitas noites numa temporada. Cada espécie tem um determinado
período para procriação. A maioria se reproduz na primavera e no verão; outras
no outono e inverno e algumas se reproduzem durante o ano todo [...].

[...] A forma de reprodução mais comum dessas espécies é a de depositar os


ovos na água, por isso é determinada como fecundação externa [...].

WOEHL JR., G.; WOEHL, E. N. Anfíbios da Mata Atlântica. Instituto Rã-bugio.


Disponível em: www.ra-bugio.org.br/downloads/ cartilha_anfibios.pdf. Acesso
em: 27 mar. 2016.

Refletindo sobre o capítulo

Página 209

Respostas

a) Resposta pessoal.

b) A reprodução assexuada proporciona uma prole maior que na reprodução


sexuada; não é necessário outro ser vivo para se reproduzir.

c ) O filhote recebe os cuidados necessários da mãe até que esteja apto a se


virar sozinho. Além disso, a mãe o orienta a procurar alimento, o que aumenta
suas chances de sobrevivência durante seu desenvolvimento.

Atividade complementar

Procurando Nemo

Objetivos

· Reconhecer a importância do cuidado parental no desenvolvimento dos


filhotes.

· Perceber que outras espécies podem auxiliar nos cuidados com os indivíduos
de uma prole.

Comentários
Assista com os alunos ao filme do gênero animação Procurando Nemo, de
2003.

Esse filme mostra a história de Nemo, um jovem peixe-palhaço que morava


com seu pai em uma anêmona-do-mar. Quando Nemo se perde no mar, seu
pai sai para encontrá-lo, iniciando uma grande aventura. Durante esse
percurso, é possível observar o cuidado parental, além de outras relações entre
os seres vivos marinhos.

Capítulo 12 - Reprodução humana

Objetivos

· Conhecer o sistema genital masculino e as estruturas que o compõem.

· Conhecer o processo de espermatogênese.

· Conhecer o sistema genital feminino e as estruturas que o compõem.

· Conhecer o processo de ovogênese ou ovulogênese.

· Identificar os hormônios sexuais e sua importância no corpo humano.

· Reconhecer o papel dos hormônios no ciclo menstrual.

· Verificar como ocorre a fecundação.

· Reconhecer a sexualidade como parte da reprodução humana.

Página 210

Abertura de capítulo

· Ao trabalhar essa página, relembre os alunos da abertura do capítulo 11,


sobre a reprodução e o cuidado parental dos pinguins. Explique-lhes que,
assim como essas aves, os mamíferos também apresentam diferentes
estratégias de cuidado com a prole.

· Pode ser um momento interessante para abordar a importância do pai no


cuidado com os filhos.

339

Apesar de grande parte das famílias brasileiras não ter a presença constante
do pai, questione os alunos a respeito do papel paterno no cuidado com os
filhos e como ele pode contribuir na educação e na formação de valores das
crianças. É importante ressaltar a responsabilidade que os pais têm na vida e
no futuro da criança em desenvolvimento.

· Atualmente, crianças são consideradas seres humanos imaturos e em


desenvolvimento. A noção que temos no mundo ocidental de infância nem
sempre foi assim. Isso porque o conceito de infância é uma construção
histórica, social e cultural. Sobre isso, leia os trechos dos textos a seguir.

Até por volta do século XII, a arte medieval desconhecia a infância ou não
tentava representá-la. [...] É mais provável que essa ausência se devesse à
incompetência ou falta de habilidade. É mais provável que não houvesse lugar
para a infância nesse mundo. Uma miniatura otoniana do século XI nos dá uma
ideia impressionante da deformação que o artista impunha então aos corpos
das crianças, num sentido que nos parece muito distante de nosso sentimento
e de nossa visão. [...] oito verdadeiros homens, sem nenhuma das
características da infância: eles foram simplesmente reproduzidos numa escala
menor. Apenas seu tamanho os distingue dos adultos. [...]

[...] Na sociedade medieval, que tomamos como ponto de partida, o sentimento


de infância não existia - o que não quer dizer que as crianças fossem
negligenciadas, abandonadas ou desprezadas. O sentimento da infância não
significa o mesmo que afeição pelas crianças: corresponde à consciência da
particularidade infantil, essa particularidade que distingue essencialmente a
criança do adulto, mesmo jovem. Essa consciência não existia. Por essa razão,
assim que a criança tinha condições de viver sem a solicitude constante de sua
mãe ou de sua ama, ela ingressava na sociedade dos adultos e não se
distinguia mais destes. Essa sociedade de adultos hoje em dia muitas vezes
nos parece pueril: sem dúvida, por uma questão de idade mental, mas também
por sua questão de idade física, pois ela era em grande parte composta de
crianças e de jovens de pouca idade. [...]

ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. 2. ed. Rio de Janeiro:


LTC, 1981. p. 50-51, 156.

[...]. Só ultrapassava esta fase da vida quem saísse da dependência, ou pelo


menos dos graus mais baixos de dependência, e a palavra infância passou a
designar a primeira idade de vida: a idade da necessidade de proteção, que
perdura até os dias de hoje. Pode-se perceber, portanto, que até o século XVII,
a ciência desconhecia a infância [...].

[...] Apenas com a institucionalização da escola é que o conceito de infância


começa lentamente a ser alterado, através da escolarização das crianças.
Podemos então, a partir do desenvolvimento de uma pedagogia para as
crianças, falar em uma construção social da infância [...].

[...] A construção social da infância se concretiza pelo estabelecimento de


valores morais e expectativas de conduta para ela. Podemos falar de uma
invenção social da infância a partir do século XVIII, em que há uma fundação
de um estatuto para essa faixa etária, assim como a invenção da adolescência
no fim do século XIX [...]. NASCIMENTO, C. T.; BRANCHER, V. R.; OLIVEIRA,
V. F. A construção social do conceito de infância: algumas interlocuções
históricas e sociológicas. Revista Olhar do professor. Disponível em:
http://coral.ufsm.br/gepeis/wp-content/uploads/2011/08/infancias.pdf. Acesso
em: 28 mar. 2016.

Página 212

· Ao trabalhar a seção Biologia e Cultura dessa página, enfatize para os alunos


que a circuncisão tem origem ainda indeterminada, mas que é historicamente
transmitida de uma geração à outra em diversos povos em todo o mundo.
Assim, tem influência cultural e há também relatos de pessoas que realizam
essa prática por considerá-la um ponto positivo para a higiene íntima
masculina. Sobre a circuncisão, leia o trecho do texto a seguir para os alunos.

Quando nos referimos aos rituais humanos, não é possível precisar ao certo a
data e o local de sua origem. Esse é o caso da circuncisão, intervenção
cirúrgica que consiste na remoção do prepúcio [...]. Essa remoção, chamada
também exérese do prepúcio ou peritomia (do grego peri, "em torno", e tomia,
"corte"), é realizada atualmente em clínicas com condições de higiene e
assepsia.

A circuncisão existe há mais de 5 mil anos. Ela é praticada numa vasta zona
que vai da África subsaariana até o Oriente Próximo, incluindo a Pérsia,
passando pelo Magreb, a Líbia e o Egito, a Palestina, a Síria, a Arábia e o
Iêmen. Os turcos são circuncidados, assim como os muçulmanos da Ásia
Menor. Judeus e muçulmanos do mundo inteiro são circuncidados,
independentemente de suas convicções religiosas. Hoje em dia, o fator de
integração e conformidade com a aparência física supera as crenças religiosas.
Contabilizamos mais de 900 milhões de circuncidados no mundo, número que
pode passar de um bilhão, se considerarmos a evolução do islamismo nas
regiões subafricanas e no Ocidente. Atualmente, as zonas de extensão da
circuncisão são a Europa e os Estados Unidos. Por razões de higiene, a
circuncisão ganha terreno, sobretudo, em meio laico.

340

Embora os historiadores tenham se limitado a conjeturas, sabemos que essa


prática - como outras intervenções e marcas corporais - antecede todas as
invenções da humanidade e até mesmo o monoteísmo. [...]

CHEBEL, Malek. Circuncisão: a tradição do corte. História viva. Disponível em:


www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/
circuncisao_a_tradicao_do_corte.html. Acesso em: 4 abr. 2016.

Página 215

· Ao trabalhar a seção Biologia e Cultura desta página, explique aos alunos que
é essencial o respeito à cultura dos povos, mas que práticas como a mutilação
genital feminina podem levar à morte. Por esse motivo, ela é combatida por
diversas organizações internacionais. Segundo a ONU, essas práticas deverão
ser extintas até o ano de 2030, conforme um acordo realizado pelos países que
praticam esse tipo de mutilação, já que ela viola os direitos humanos. Sobre
essa prática, leia o trecho do texto a seguir para os alunos. Se considerar
conveniente, abra um momento de discussão dessa prática e da privação de
direitos da mulher nas diferentes sociedades.

A mutilação genital feminina consiste de um conjunto de práticas realizadas por


alguns povos do mundo e apresenta graus distintos de agressividade: o mais
leve é a remoção da parte externa do clitóris, passando pela remoção conjunta
de clitóris e pequenos lábios, tendo por grau extremo a infibulação, na qual a
arquitetura da genitália externa é totalmente refeita, deixando-se apenas um
pequeno orifício para a saída de urina e sangue menstrual. Adicionalmente,
existem outras práticas menos comuns, como a perfuração clitoridiana ou de
lábios com a colocação de adereços, aplicação de ervas adstringentes ou
substâncias corrosivas, bem como outras intervenções que modificam a
estrutura anatômica ou fisiológica da vagina.

Os rituais de mutilação genital feminina são realizados na menina ou na


adolescente, e menos frequentemente na mulher adulta que porventura não
tenha sido submetida. Esses procedimentos são antigos na história da
humanidade, datando de mais de seis mil anos. Apresentam características de
arquétipo, ao terem aparecido em épocas distintas e em povos distintos. [...]
Atualmente, a prática persiste de modo sistemático em tribos rurais
caracterizadas pelos bolsões de pobreza, analfabetismo e baixo status social
da mulher. Além da África e do Oriente Médio, práticas similares foram também
descritas em povos indígenas da América do Sul e da Oceania.

As sequelas das práticas de mutilação genital para a saúde da mulher são


diversas, geralmente decorrentes de problemas na cicatrização ou infecções e
suas complicações: lesão extensa do órgão feminino, morte por sepse,
hemorragias graves e morte por hemorragia. [...] são feitos em zonas rurais
principalmente por pessoas de baixa escolaridade, sem anestesia, sem
assepsia e com instrumentos afiados que podem, inclusive, estar
contaminados.

[...] a infibulação, forma mais drástica de mutilação genital feminina, é


associada a complicações à saúde por toda a vida, como infecções urinárias de
repetição, dor ao coito, dificuldades no parto vaginal.

[...]

Conforme Steiner et al, a mutilação genital feminina é uma prática emblemática


de discriminação social e subalternização da mulher, dentre várias outras
criadas socialmente, e cuja essência, permeada por distintos interesses, é a
opressão. [...] A presença de uma estrutura social injusta no que tange à
condição de gênero encontra-se correlacionada às práticas de mutilação
genital feminina, mas a desigualdade, por si, não justifica nem valida esses
procedimentos.

PALHARES Dario; SQUINCA, Flávia. Os desafios éticos da mutilação genital


feminina e da circuncisão masculina. Revista de Bioética, v. 21, n. 3, 2013. p.
433. Disponível em: www.scielo.br/pdf/bioet/v21n3/a07v21n3.pdf. Acesso em: 4
abr. 2016.

Páginas 216 e 217

· Ao trabalhar a seção Biologia e Sociedade dessas páginas, pergunte aos


alunos o que eles pensam sobre as diferenças entre os homens e as mulheres,
tanto nas questões biológicas, quanto nas comportamentais. Em seguida,
questione-os sobre os direitos de cada indivíduo, independentemente do sexo
biológico. É possível que os alunos tragam consigo diversos preconceitos, aos
quais foram e são expostos diariamente e que, muitas vezes, nem percebem
que têm. Aproveite para trabalhar esse tema junto com a seção Biologia e
Cultura da página 215. É importante enfatizar como a figura da mulher é vista e
considerada nas diferentes culturas. Como se trata de algo arraigado nas
sociedades, ainda é um tabu em diversos meios. Na maioria dos casos, a
condição em que a figura da mulher é colocada nas diferentes culturas ocorre
pelo fato de ela ser considerada um ser inferior ao homem e que deve temê-lo
e obedecê-lo, além de depender dele financeira, afetiva e moralmente para ser
considerada plena.

· A subjugação da mulher nas mais diferentes sociedades é um fato histórico e


a tem colocado como vítima dos mais diversos tipos de violência. Em muitas
culturas, desde que a infância finaliza ou um pouco antes, as meninas já
devem se preparar para o casamento com um homem adulto.

341

Em locais que são zonas de guerras, as mulheres são violentadas


sexualmente, pois desta forma, os soldados mostram sua superioridade e
assim, as humilham, retirando o conceito de honra de sua família. Mesmo
quando não há violência física, mulheres são vítimas de assédio moral dos
parentes próximos, como cônjuges, irmãos e filhos, sendo reprimidas e
rebaixadas em sua própria residência. Nas ruas, na música e na mídia,
imagens de mulheres são utilizadas com apelo sexual para estimular a venda
de produtos considerados masculinos. E, no mercado de trabalho, mulheres
assumem postos de comando ou funções equivalentes, mas com salários
inferiores. Para complementar esse assunto, leia o texto sugerido na seção
Atividade complementar da página 342 .

Refletindo sobre o capítulo

Páginas 227

Respostas

a) Resposta pessoal.

b) Na gametogênese, células precursoras de gametas são diploides e precisam


passar por meiose para que sejam produzidas células haploides. A fecundação
gera um zigoto com 46 cromossomos, restaurando o número diploide da
espécie.

c ) Sim, pois os espermatozoides permanecem viáveis por cerca de 48 horas


no sistema genital feminino, o que coincide com a data de sua ovulação.

d) Porque elas fazem parte do processo reprodutivo. Além de sofrerem


transformações morfológicas, os seios passam a secretar leite, o que é
fundamental ao desenvolvimento do bebê.

e) Próximo ao dia da ovulação o hormônio que está em maior concentração é o


LH (hormônio luteinizante).

Trocando ideias

Páginas 228 a 231

Objetivos

· Valorizar a Educação sexual como parte da formação da identidade de um ser


humano.

· Discutir alguns pontos relacionados à sexualidade humana: sexo,


sexualidade, orientação sexual, diversidade sexual, preconceito e
discriminação.

· Diferenciar sexo de sexualidade.

· Conhecer o conceito de diversidade sexual.

· Abordar criticamente o preconceito e a discriminação, que são relacionados,


especialmente, à intolerância quanto à diversidade sexual.
Comentários

Nessa seção são tratados pontos bastante delicados da formação humana, já


que se relacionam à sexualidade humana, considerada um assunto proibido,
um tabu por diversas pessoas. A sexualidade faz parte do ser humano, não só
como busca do prazer, mas do autoconhecimento.

A Educação sexual visa abrir um espaço para discussão sobre os temas


acerca da sexualidade e não forçar a simples imposição de temas tão
delicados. O seu trabalho gera dúvidas nas famílias, nos professores e nos
alunos. Mas, por sua relevância social, é preciso trabalhá-la e discuti-la. Leia o
trecho da reportagem a seguir e reflita sobre essa temática.

Um debate vem sendo travado na Grã-Bretanha depois de o governo anunciar


um novo projeto de lei que determina que crianças a partir de 11 anos
comecem a ter aulas de educação sexual [...].

O objetivo expresso é fazer com que os alunos tenham "uma melhor


compreensão sobre a sociedade em que vivem, para que assim possam tomar
decisões de uma maneira mais bem informada e ficarem mais seguros." [...]

Segundo os parlamentares, a importância de ensinar esses temas aos jovens


foi evidenciada recentemente, quando veio à tona um caso de estupro
sistemático de adolescentes por um grupo de homens adultos [...].

O governo britânico acredita que os alunos devem começar a aprender sobre


consentimento sexual antes de serem sexualmente ativos [...].

MCMANUS, John. Educação sexual para jovens: O que as escolas devem


ensinar? BBC Brasil, 18 jun. 2015. Disponível em:
www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/03/150318_ educacao_sexual_mdb.
Acesso em: 7 abr. 2016.

Ao abordar a diversidade sexual, espera-se que os alunos sejam capazes de


reconhecer a existência de diferentes tipos de sexualidade e, assim,
desenvolver o respeito às diferenças. É inegável que o padrão considerado
adequado de família vem mudando nas últimas décadas em todo o mundo.
Assim, há famílias formadas somente por uma mãe ou por um pai
heterossexual; há avós que cuidam de seus netos; e também há famílias
formadas por casais homossexuais, em que ambos são responsáveis pelos
cuidados e pela educação da criança. Todos esses casos são reconhecidos
pela legislação brasileira e todas essas pessoas têm os mesmos direitos
perante a lei.

Há segmentos da sociedade contrários à Educação sexual na sala de aula,


pois relacionam seu ensino à inversão de valores familiares, e que acreditam
que poderia induzir os jovens à prática sexual precoce. Essa visão é
embasada, sobretudo, em crenças pessoais, históricas, culturais e religiosas.
Mas é importante ressaltar que a Educação sexual, assim como as demais
áreas da educação, tem como um de seus objetivos desenvolver a importância
do respeito e da tolerância entre as pessoas. Espera-se que, apesar de suas
diferenças, sejam elas relacionadas ao gênero, à orientação sexual, à cor, à
religião ou classe social, todas as pessoas tenham seus direitos respeitados.
Mostre aos alunos que existem diversos tipos de pessoas, com suas
peculiaridades e que, mesmo sendo diferentes em algum ponto das demais,
elas merecem ser respeitadas e integradas à sociedade, afastando qualquer
tipo de exclusão, ato discriminatório ou agressivo.

342

A escola também é responsável por conscientizar sobre a prevenção de:


violência sexual, toda e qualquer forma de abuso sexual, discriminação,
prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada. Não
se trata de estimular a sexualidade, mas de informar os alunos para que sejam
capazes de lidar com a própria sexualidade e com a dos outros. O objetivo é
que eles desenvolvam a capacidade de cuidar de si mesmos com
responsabilidade e de se precaver dos riscos que existem. Avaliando
consequências e conhecendo a si e aos outros, o jovem pode ter condições de
se proteger e também de respeitar a si mesmo e aos demais. Dessa maneira,
quando se trata de sexualidade, um fator fundamental é o respeito, que junto
com a tolerância podem estabelecer uma situação de paz entre diferentes
setores de nossa sociedade. A instituição escolar, assim como diversos
segmentos da sociedade, também está preocupada com a formação plena dos
alunos, pois é nesse espaço que se une o desejo da sociedade e os objetivos
da educação. Por isso, os profissionais dessa área devem estar preparados e
abertos para o diálogo, estimulando o respeito entre todos os cidadãos.

Respostas

a) Porque a homossexualidade não é uma doença, nem é considerada como


tal pela Medicina. Trata-se da orientação afetivo-sexual que uma pessoa tem
por pessoas do mesmo sexo, o que independe de sua vontade.

b) Resposta pessoal.

c ) Resposta pessoal.

Atividade complementar

Direitos das mulheres

Objetivos

· Ler e interpretar texto.

· Conhecer um pouco do histórico de direitos das mulheres no Brasil.

· Analisar criticamente o papel da mulher na sociedade atual.

· Constatar que muitas mulheres ainda são privadas de seus direitos, apesar
de manterem os mesmos deveres vigentes até o século XX.

Leia o trecho do texto a seguir.

Direitos das mulheres no Brasil

Desde o fim da ditadura militar e da elaboração da Constituição brasileira, que,


em 1988, garantiu a igualdade de direitos entre os sexos, foram aprovadas
mais de 60 leis que abordam a participação da mulher na sociedade. O acesso
à saúde e aos métodos de planejamento familiar foram incluídos nas políticas
públicas, partidos foram obrigados a reservar vagas para candidatos do sexo
feminino, a licença-maternidade foi ampliada e sanções foram previstas para
quem discriminasse a mulher no ambiente de trabalho.

Todas essas mudanças na lei acompanharam um movimento de redefinição da


figura feminina nas sociedades ocidentais, que, ao longo do século XX, foi
abandonado o papel submisso, substituindo-o por maior autonomia financeira e
liberdade para exercer seus direitos, inclusive sua sexualidade. Nesse
contexto, as mulheres brasileiras passaram a estudar mais e a ocupar cargos
públicos e privados. Aumentou o número de mulheres que sustentam e chefiam
suas famílias. Delegadas, juízas, médicas e cientistas assumiram funções
importantes e respeitadas. [...]

No entanto, o avanço ainda não significou a igualdade que a Constituição


prevê, e a mulher, que representa mais da metade da população brasileira,
continua esbarrando em preconceitos e sofrendo discriminações. De acordo
com os dados do [...] (IBGE), nos últimos 15 anos as mulheres aumentaram
sua participação no mercado de trabalho, permaneceram mais anos na escola
e mesmo assim recebem salários cerca de 30% mais baixos do que os
homens.

Para se ter uma ideia, uma mulher que estudou 11 anos ganha, em média,
58% menos do que um homem com o mesmo tempo de escolaridade. E há
mais mulheres com diploma de ensino superior do que homens. Além disso,
elas continuam responsáveis pelas tarefas domésticas: quando voltam para
casa, gastam cerca de três horas lavando, passando, cozinhando e limpando;
entre os homens, o tempo destinado a esse tipo de atividade cai para menos
da metade. [...]

BINET, Laurence. Nakusha, a indesejável: mulheres oprimidas da Ásia. São


Paulo: Edições SM, 2006. p. 76-77.

Comentários

Organize a turma em forma de uma mesa-redonda a fim de promover um


debate sobre a igualdade de direitos das mulheres no Brasil. Oriente-os sem
interferir nas discussões, de maneira que todos possam falar abertamente o
que sentem a respeito da realidade apresentada. Além de estimular o debate
de ideias, essa atividade possibilita a reflexão sobre o tema e o posicionamento
dos alunos de forma crítica sobre o assunto. Essa atividade pode ser realizada
junto à disciplina de História, pois ela trabalha com o caráter histórico do papel
da mulher e como ela foi e é vista em diferentes culturas e sociedades. Assim,
é possível discutir as origens do machismo, da desigualdade entre homens e
mulheres e da violência contra a mulher, que deve ser combatida por toda a
sociedade.
343

Capítulo 13 - Métodos contraceptivos

Objetivos

· Conhecer os métodos contraceptivos naturais.

· Conhecer os métodos de contracepção definitivos.

· Conhecer os métodos contraceptivos hormonais.

· Reconhecer a importância da prevenção das doenças sexualmente


transmissíveis (DSTs).

Página 232

Abertura de capítulo

· Questione os alunos se eles acreditam que, em todas as partes do mundo, as


mulheres têm acesso aos métodos anticoncepcionais. Pergunte-lhes o que
pensam sobre o método apresentado e seu uso em populações que vivem em
condições abaixo da linha da pobreza.

· Também questione caso esse contraceptivo realmente possa ser vendido


pelo preço sugerido, se os governos e sistemas de saúde se interessarão em
distribuí-lo à população. Pergunte se acreditam que isso é uma solução para
essas populações ou se há o risco de substituírem a prevenção. Este é um
momento interessante para avaliar criticamente as políticas públicas de saúde
e como elas atuam na prevenção da gravidez.

Página 233

· O ciclo menstrual normalmente varia entre 24 e 35 dias. A cada ciclo, ocorre a


ovulação, geralmente, entre o 12º e 16º dia antes da menstruação.

· Segundo a Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), a ovulação


ocorre entre o 12º e 16º dia antes da menstruação e o espermatozoide pode
permanecer no trato genital feminino, com capacidade de fertilizar, por até 48
horas. O ovócito permanece no trato genital feminino em condições de ser
fertilizado por até 24 horas (1 dia).

· Sobre a temperatura basal, leia o trecho do texto a seguir.


[...] A temperatura basal é aquela medida após, no mínimo, 6 horas de sono.
Medida diária proporciona a elaboração de uma curva pelas suas variações.
Quando a mulher ovula, após a extrusão do óvulo do folículo, forma-se o corpo
amarelo que secreta, além do estrógeno, a progesterona. Esta tem, entre
outras propriedades, a de elevar a temperatura corporal, em alguns décimos de
grau. Chama-se efeito termogênico da progesterona, que pode ser usado para
identificar o dia da ovulação. Este será o imediatamente anterior à decalgem,
para cima, observada na curva de temperatura basal. A utilização da
temperatura basal corporal para fins contraceptivos pressupõe uma disciplina
rigorosa na tomada da temperatura, diariamente, nas condições basais, anotá-
las em um gráfico, e evitar relações sexuais até confirmada a elevação
persistente da temperatura. A crítica a esse método baseia-se em: - Exige
muita disciplina; - Exige o conhecimento de como medir corretamente a
temperatura basal; - Qualquer processo gripal pode alterar a temperatura; - As
relações somente são possíveis após 3 a 4 dias de elevação permanente da
temperatura [...].

POLI, M. E. H. Anticoncepção. Manual de Ginecologia. Disponível em:


www.sbrh.org.br/sbrh_novo/guidelines/guideline_
pdf/guildeline_contracepcao.pdf. Acesso em: 3 abr. 2016.

Página 235

· Se considerar interessante, apresente a história do termo "camisa de vênus",


que é usado para nomear o preservativo masculino.

· Os soldados romanos utilizavam preservativos produzidos a partir do intestino


de cordeiros e bexiga urinária de cabras para não se contaminar pelas doenças
causadas pela deusa do amor, Vênus. É por isso que até hoje elas são
chamadas de doenças venéreas. O anatomista e cirurgião Gabriel Fallopius
(1523-1562) descreveu em um artigo sua invenção: "Uma bainha de tecido
leve, sob medida, para proteção das doenças venéreas." Era um saco de linho
embebido em ervas. O escritor inglês Willian Shakespeare a apelidou de "luva
de Vênus". E assim, o nome ganhou popularidade.

Página 238
· O uso de pílulas anticoncepcionais deve ser acompanhado de avaliação
médica, pois a mulher deve estar ciente dos efeitos colaterais possíveis pelo
uso prolongado desse tipo de medicação. Um dos problemas que podem
ocorrer é a trombose, por isso o uso de pílulas anticoncepcionais deve ser
evitado por mulheres que já tiveram trombose ou que têm predisposição
genética a desenvolvê-la. Leia o texto a seguir, que relata a ocorrência de
trombose em adolescentes usuárias de pílulas anticoncepcionais.

[...] Trombose venosa cerebral, ou seja, a trombose de veias e seios venosos


cerebrais é uma condição rara, constituindo menos de 1% dos Acidentes
Vasculares Cerebrais (AVC). Um estudo epidemiológico de acidentes
vasculares cerebrais em 164 pacientes jovens (15 a 49 anos), no Brasil,
identificou a trombose vascular cerebral em apenas sete casos [...]. O
acometimento de mulheres jovens é importante, fato que pode ser atribuído ao
uso de anticoncepcionais orais, principal fator de risco associado. O uso de
anticoncepcional oral é um fator de risco significativo para o desenvolvimento
dessa patologia.

344

O diagnóstico pode ser tardio ou negligenciado devido ao grande espectro


clínico de sintomas, diversos modos de apresentação inicial e aos sinais
inespecíficos da neuroimagem [...].

CHRISTO, P. P.; CARVALHO, G. M.; NETO, A. P. G. Trombose de seios


venosos cerebrais: estudo de 15 casos e revisão de literatura. Revista da
Associação Médica Brasileira, v. 56, n. 3, 2010. Disponível em:
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0104-42302010000300011.
Acesso em: 27 mar. 2016.

· As pílulas anticoncepcionais também são contraindicadas para mulheres que


têm hipertensão arterial e/ ou são fumantes. Assim, somente o médico
ginecologista é capaz de avaliar se uma mulher pode utilizar esse método e
qual dosagem, já que seus riscos podem superar os benefícios.

Refletindo sobre o capítulo

Páginas 245
Respostas

a) Resposta pessoal.

b) A escolha do método contraceptivo deve ser feita conforme as


características do método e do paciente. Para isso é essencial que a pessoa
tenha acesso a informações sobre: eficácia, efeitos secundários, aceitabilidade,
disponibilidade, facilidade de uso, reversibilidade e proteção contra as DSTs
em relação a cada método. Informações indispensáveis para a escolha entre
um ou outro método contraceptivo.

c ) Não. As mulheres têm a sua disposição uma maior variedade de métodos


contraceptivos em relação aos homens. De todos os métodos contraceptivos
estudados neste capítulo, apenas a vasectomia e o preservativo masculino são
destinados à contracepção dos homens. Já as mulheres têm acesso ao
preservativo feminino, diafragma, espermicidas, DIU, pílulas anticoncepcionais,
minipílulas, anticoncepcionais injetáveis, laqueadura, adesivos contraceptivos,
pílula de emergência, entre outros métodos.

Trocando ideias

Páginas 246 e 247

Objetivos

· Verificar a relação entre a transmissão vertical e o nascimento de crianças


portadoras de HIV.

· Conhecer alguns aspectos da realidade de crianças e adolescentes que


nasceram com o vírus HIV.

· Respeitar as pessoas HIV positivas.

Comentários

Essa seção visa informar aos alunos que existem pessoas que foram
contaminadas com o vírus HIV pela transmissão vertical. Também busca
valorizar o respeito às pessoas portadoras do HIV. Durante muito tempo houve
grande preconceito com relação às pessoas HIV positivas, relacionando o vírus
à promiscuidade, à homossexualidade e ao descuido. Atualmente, o quadro é
um pouco mais ameno, mas pessoas portadoras do vírus ainda sofrem com o
estigma da AIDS. Além de combater o preconceito, é necessário mostrar aos
alunos a importância do respeito e da convivência com todas as pessoas sejam
elas portadoras do HIV ou não.

Mas por que discutir o HIV e a AIDS em sala de aula? Sobre isso, leia o trecho
do texto a seguir.

As estatísticas da AIDS apontam cada vez mais claramente para um aumento


de casos em faixas etárias mais jovens. [...]

[...] Para que possamos fazer inferências a respeito do momento em que se


deu a infecção, precisamos levar em conta que o período médio entre a
ocorrência da infecção e o estágio clínico final, caracterizado pelo
aparecimento da Aids, pode ocorrer entre aproximadamente oito a dez anos,
com possibilidades de ampliação desse prazo desde o advento da terapia do
coquetel. Isso remete a um momento de infecção no final da adolescência. [...]

A adolescência aparece então como um momento importante de


vulnerabilidade ao HIV, embora as consequências só venham a se manifestar
em faixa etária mais adiantada. [...]

[...] Repetindo um processo já vivenciado no enfrentamento da sífilis, no início


do século XX, o primeiro movimento foi a nomeação e a constituição de
"grupos de risco". Nessa estratégia de relação, a doença é sempre um
problema dos outros. No caso, os outros eram os homossexuais masculinos,
as prostitutas e os usuários de drogas injetáveis. De forma genérica, aqueles
que fazem sexo promíscuo. Nesse modelo de relação, os adolescentes
estavam ausentes. A doença nada tinha a ver com eles.

O avanço do número de casos notificados, a luta das organizações não


governamentais, o crescimento das pesquisas e outros fatores apontaram para
uma nova constatação: todos podiam se infectar pelo HIV, bastava que
tivessem comportamentos de risco. Ou seja, não utilizando preservativo numa
relação sexual, qualquer indivíduo pode adquirir o HIV independente de sua
orientação sexual, gênero, cor, situação econômica e cultural, pertencimento
ou não a um determinado grupo, etc. [...]
SEFFNER, Fernando. Aids & escola. In: MEYER, Dagmar Elisabeth Estermann
(Org.) et al. Saúde, sexualidade e gênero na educação de jovens. Porto Alegre:
Mediação, 2012. p. 168-169.

Este é um importante momento para reforçar a importância do uso de


preservativos nas relações sexuais. Diga aos alunos que, segundo o Ministério
da Saúde, entre os anos 1980 e 2011, foram quase 13 mil casos novos de
adolescentes de 13 a 19 anos de idade que adquiriram o vírus HIV. Por isso, o
governo federal desenvolveu políticas públicas de prevenção específicas para
conscientização e estabilização da quantidade de jovens contaminados por
esse vírus. Além de permitir o acesso ao tratamento gratuito, políticas
governamentais foram responsáveis pela ampliação do acesso a
medicamentos e ao tratamento, o que refletiu na melhoria da qualidade de vida
dessa parte da população.

345

Conduza uma discussão com os alunos abordando as consequências da


contaminação pelo vírus HIV, além dos riscos ao se ter um filho com o vírus, ou
mesmo pelo uso de medicamentos da mãe durante a gestação. Destaque a
importância do uso de preservativos, que previne contra o HIV e doenças
sexualmente transmissíveis, além de evitar a gravidez não planejada. Enfatize
que os preservativos masculinos são distribuídos gratuitamente no Sistema
Único de Saúde (SUS), assim como estão disponíveis os exames para
confirmar se uma pessoa tem ou não o vírus HIV no sangue. É importante
estimular o diálogo e o respeito entre os alunos. Pergunte-lhes se já
vivenciaram qualquer situação envolvendo o preconceito e como se sentiram.
Peça que se coloquem na posição das pessoas que nasceram com HIV e
digam como reagiriam. É importante repudiar qualquer forma de preconceito
contra qualquer grupo. Também é papel da escola combater o preconceito e a
discriminação entre as pessoas.

Lembre os alunos de que atitudes como beijar e abraçar pessoas com HIV não
causam a transmissão do vírus. Já atitudes como não utilizar preservativos nas
relações sexuais, compartilhar agulhas e seringas no uso de drogas e passar
por transfusão de sangue contaminado podem transmitir HIV.
Respostas

a) Resposta pessoal.

b) Resposta pessoal.

c ) Resposta pessoal.

Atividade complementar

Visitando uma Unidade Básica de Saúde

Objetivos

· Visitar uma Unidade Básica de Saúde.

· Conversar com um profissional sobre os métodos que previnem DSTs.

· Divulgar informações sobre a importância do uso de preservativos nas


relações sexuais.

Comentários

Procure uma Unidade Básica de Saúde do município e agende uma visita com
os alunos e uma entrevista com um dos profissionais. Caso não seja possível ir
até a unidade de saúde, convide o profissional a ir até a escola para conversar
com os alunos sobre DSTs.

Oriente os alunos para que elaborem um roteiro de entrevista com perguntas


relacionadas ao uso de preservativos. Sugira questionamentos sobre a
quantidade de pessoas que procura a unidade buscando preservativos, para
ter uma ideia de se as pessoas se previnem adequadamente. Recomende que
perguntem também sobre as campanhas de prevenção e como elas têm
ajudado. E se as pessoas que são diagnosticadas com qualquer DST recebem
o tratamento gratuito.

Peça ao profissional, se possível, que demonstre a forma correta de utilizar os


preservativos. Sugira que enfatize que os preservativos não só impedem a
transmissão de DSTs como também previnem a gravidez.

Com base no levantamento dos alunos, solicite que se organizem em grupos e


elaborem fôlderes a fim de divulgar a importância do uso de preservativos nas
relações sexuais. Monte uma palestra com esses mate-
riais para apresentá-los aos demais alunos do Ensino Médio, o que pode
contribuir para difundir a importância do conhecimento e da prevenção das
DSTs.

Capítulo 14 - Desenvolvimento embrionário

Objetivos

· Conhecer as fases do desenvolvimento embrionário.

· Conhecer os tipos de segmentação dos embriões.

· Conhecer a importância das células-tronco.

· Reconhecer a importância da gastrulação e da organogênese.

· Conhecer os anexos embrionários.

· Identificar as fases da gestação humana.

· Conhecer os tipos de parto.

· Reconhecer os benefícios da amamentação para a saúde do bebê.

Página 248

Abertura de capítulo

· Os ovos apresentados nessa página são de insetos da ordem Neuroptera e


da família Chrysopidae.

· A larva de Chrysoperla externa, com o fim do desenvolvimento larval, procura


abrigo, tecendo o casulo de onde emerge o inseto adulto. Um traço evolutivo
incomum e impressionante é a presença de ovos pedicelados, como os
mostrados na fotografia, os quais acredita-se que os protegem do canibalismo.
Esses insetos migram em busca de alimento quando este se encontra escasso
no ambiente. E essa espécie especificamente é utilizada no controle biológico
pela grande diversidade alimentar, que inclui ovos de lepidópteros, ácaros,
pulgões, entre outros. Assim, sua capacidade adaptativa, sua alimentação
variada e sua resistência a inseticidas o tornam um grande aliado no combate a
pragas agrícolas por meio do controle biológico.

Página 249
· Explique aos alunos que a Embriologia é o ramo da Biologia que estuda o
desenvolvimento do ser vivo desde o estágio de ovo até que atinja uma
estrutura complexa, cuja sobrevivência independe dos pais. Caso os alunos
questionem o que é esse desenvolvimento, leia o trecho do texto a seguir.

· O desenvolvimento embrionário é dividido em várias etapas, como


apresentado no capítulo. Porém, é possível refletir a respeito das possíveis
correlações existentes entre a filogênese e a ontogênese. Para complementar
o assunto leia o texto a seguir.

346

[...] O que é desenvolvimento? "É todo o processo contínuo e organizado que


se inicia no momento em que um óvulo é fecundado por um espermatozoide e
termina na morte." Podemos ir mais longe: para que um óvulo (em alguns
casos, ou uma célula gamética feminina em maturação, em outros) seja
fecundado por um espermatozoide, é necessário que ambas as células,
masculina e feminina, estejam aptas para isso, o que é conseguido pelo
processo de gametogênese. [...]

O desenvolvimento pode também iniciar-se sem a contribuição de uma célula


masculina, como no caso da reprodução assexuada de algumas plantas, ou no
caso do desenvolvimento partenogenético. [...].

[...] A Embriologia, sob esse enfoque, caracteriza-se mais por uma biologia do
desenvolvimento, pois procura descobrir quais os processos envolvidos na
efetivação desses eventos, como são relatados e como são controlados. [...]

GARCIA, Sonia Maria Lauer; FERNÁNDEZ, Casimiro García. Embriologia. 2.


ed. Porto Alegre: Artmed, 2001. p. 13.

Páginas 250 a 254

· Existem quatros tipos de segmentação ou clivagem: radial, espiral, bilateral e


rotacional.

· Optamos por mostrar apenas dois exemplos de segmentação radial (página


250), no qual os planos de segmentação se alternam entre meridionais e
latitudinais. Assim, os blastômeros do polo animal se sobrepõem aos do polo
vegetal e as células geralmente têm tamanhos iguais. Uma exceção é o ouriço-
do-mar, em que na quarta clivagem, no polo animal, a segmentação é
meridional, com oito células de mesmo tamanho e no mesmo plano; já no polo
vegetal, a segmentação é latitudinal e desigual, o que resulta em quatro células
grandes e quatro células pequenas.

· Como nos anfíbios o vitelo se concentra no polo vegetal, o sulco de


segmentação atravessa o polo animal e, quando se aproxima do polo vegetal,
encontra resistência por causa do vitelo. Assim, na terceira segmentação, o
ovo é dividido na direção horizontal; o sulco de clivagem ocorre onde há menos
resistência, que é no polo animal, resultando em divisões celulares mais
rápidas no polo animal, com blastômeros menores e em grande quantidade.
Como no polo vegetal essas divisões são mais lentas, são formados
blastômeros maiores e em menor quantidade.

· A segmentação espiral ocorre em anelídeos e moluscos, exceto os


cefalópodes. A segmentação bilateral ocorre em tunicados e nematódeos. E a
segmentação rotacional está presente nos ovos de mamíferos.

· Explique aos alunos que a segmentação meroblástica discoidal (página 251)


ocorre em peixes, aves e répteis, cujos ovos apresentam grande quantidade de
vitelo. A segmentação se inicia no plano meridional, com todos os blastômeros
no mesmo plano. Os sulcos de segmentação separam os blastômeros uns dos
outros, mas não o vitelo. Com essa separação, os blastômeros centrais
permanecem contínuos com o vitelo em sua base e os outros blastômeros
permanecem contínuos com o citoplasma que não foi segmentado. Assim,
apenas o citoplasma superficial sofre divisão celular.

· A segmentação meroblástica superficial ocorre em muitos artrópodes, como


os insetos. O vitelo se concentra no centro e o citoplasma é periférico. Assim, o
núcleo se divide, mas o citoplasma ao seu redor não. À medida que sofrem
divisão celular, os núcleos migram do centro para a periferia e a blastocele fica
preenchida de vitelo.

· Explique aos alunos que o tipo de segmentação depende da quantidade de


vitelo no ovo e que a posição da blastocele está relacionada à clivagem.

· Durante a gastrulação (página 252), as células se movimentam ou se


rearranjam, originando uma larva ou o plano corporal de um organismo adulto.
A blastoderme origina as três camadas germinativas, também conhecidas
como folhetos germinativos: ectoderme, endoderme e mesoderme (página
254). A ectoderme origina a epiderme e o sistema nervoso; a endoderme
origina o tubo digestivo e glândulas anexas, o sistema respiratório; a
mesoderme forma os músculos, ossos e tecido conjuntivo; a endoderme junto
com a mesoderme se desloca para o interior do ovo, onde desenvolvem os
órgãos.

Páginas 255 e 256

· Ao trabalhar a seção Biologia e Tecnologia dessas páginas, comente com os


alunos que as células-tronco se caracterizam pela capacidade de
autorrenovação por longos períodos de tempo, originando cópias idênticas de
si mesmas. Ao receber estímulos de substâncias específicas, essas células
podem originar células especializadas de determinados órgãos e tecidos.

· Veja a seguir resposta da questão 2 .

A utilização desse grupo de células para fins terapêuticos vem sendo alvo de
diversas pesquisas em andamento e já mostram inúmeras possibilidades. As
células-tronco embrionárias possuem a capacidade de se transformar em
qualquer tipo de célula adulta. Elas são encontradas no embrião, apenas
quando este se encontra no estágio de blastocisto, pois após o 5º dia de
fecundação, o embrião apresenta estruturas mais complexas como o sistema
nervoso em desenvolvimento e o coração, o que demonstra que as células já
estão se especializando. Entre as células-tronco adultas, destacam-se as
hematopoiéticas e as mesenquimais, ambas encontradas na medula óssea. As
células-tronco mesenquimais diferenciam-se in vitro e in vivo nos quatro tipos
celulares principais que formam a microarquitetura da medula: adipócitos,
condrócitos, osteócitos e células estromais.

347

A interação das células-tronco hematopoiéticas com as mesenquimais favorece


a constante renovação do tecido sanguíneo, viabilizando a hematopoese.

· Para reforçar o trabalho com essa temática, desenvolva com os alunos a


atividade sugerida na seção Atividade complementar da página 349.
· Após a leitura do texto, questione os alunos se o uso de células-tronco
poderia melhorar a qualidade de vida de pessoas que sofreram acidentes ou
estão em tratamento médico. Peça que, individualmente, elaborem um texto
posicionando-se a favor ou contra o uso de células-tronco embrionárias em
pesquisas, apresentando argumentos para validar suas ideias.

Página 259

· A placenta é um anexo embrionário importante para os animais. Ela é


formada por tecidos fetais e maternos, que atuam no transporte de nutrientes e
gás oxigênio da mãe para o feto e de resíduos do metabolismo e de gás
carbônico do bebê para a mãe.

· Se considerar interessante, explique aos alunos que a placenta confere


algumas vantagens, como: garantir a respiração, nutrição e excreção do ser
vivo em desenvolvimento; o crescimento e desenvolvimento no interior do
corpo materno; o desenvolvimento de poucos indivíduos; a sobrevivência à
ação de predadores; o gasto energético da mãe é direcionado à placenta,
enquanto nos outros seres vivos, há muito gasto na produção de ovos ricos em
vitelo; esse conjunto de tecidos permite as trocas gasosas, graças ao fluxo
sanguíneo; é eficiente na remoção de excretas. Explique-lhes que nos
mamíferos a placenta substitui o saco vitelino de répteis e aves, cujo papel é o
de nutrir o embrião durante o seu desenvolvimento.

Páginas 264 e 265

· Para discutir mais a respeito da opção das mulheres entre o parto normal e a
cesariana, leia o texto abaixo e apresente-o aos alunos.

[...] Em países ocidentais, desde a década de setenta, há registros de aumento


das taxas de cesariana que tem preocupado muitos pesquisadores de
diferentes áreas da saúde médica, psicológica e social. [...] A taxa de cesariana
nos hospitais privados brasileiros está acima de 70% e, algumas vezes, excede
90% dos partos, embora a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomende
que apenas 15% dos partos ocorram por meio de partos cirúrgicos, isto é, que
a cesariana seja uma indicação apenas quando há necessidade de garantir a
saúde da mãe e do feto. [...] Muitos autores compartilham preocupações pelos
altos índices de parto cesariano no país por diversos motivos: a) exposição
desnecessária aos riscos de submissão a procedimento cirúrgico b) aumento
dos gastos com serviços de saúde, do ponto de vista hospitalar e/ou do médico
c) aumento da mortalidade materna e fetal; d) maior probabilidade de
nascimento de bebês prematuros, de baixo peso e com transtornos
respiratórios e/ou neurológicos [...].

MELCHIORI, L. E. et al. Preferência de gestantes pelo parto normal ou


cesariano. Interação em Psicologia, v. 13, n. 1, jan./jun. 2009. p. 13-14.
Disponível em: http://ojs.c3sl.ufpr.br/
ojs/index.php/psicologia/article/download/9858/10482.%20%20 Acesso%20em
%20ago.%202011.. Acesso em: 4 abr. 2016.

Refletindo sobre o capítulo

Página 273

Respostas

a) Resposta pessoal.

b) O anfioxo é celomado, pois apresenta a cobertura do corpo derivada da


ectoderme; as camadas musculares que sustentam os órgãos internos,
derivadas da mesoderme; e o trato digestório derivado da endoderme.

c ) Resposta pessoal.

d) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos concluam que o parto normal é


mais seguro que a cesárea e ainda apresenta mais vantagens, tanto para o
bebê quanto para a mãe.

Trocando ideias

Páginas 274 e 275

Objetivos

· Reconhecer a importância da responsabilidade individual e do casal com


relação a uma possível gravidez.

· Alertar para a importância de prevenir uma gravidez indesejada na


adolescência.

· Avaliar criticamente as consequências da gravidez na adolescência.


Comentários

A ocorrência da gravidez na adolescência é considerada um importante


assunto de saúde pública no Brasil, pois traz sérias implicações biológicas,
familiares, psicológicas e econômicas, além das jurídico-sociais, que atingem o
adolescente e a sociedade como um todo. A gestação pode ser um fator
limitante para as possibilidades de desenvolvimento do engajamento dessas
jovens na sociedade.

A gravidez precoce é um fenômeno que vem se tornando objeto de várias


políticas, visto que ela abrange diversos setores da sociedade. O governo
propôs a vários estados que, por meio de políticas públicas, ocorram
campanhas de educação sexual a fim de conscientizar os jovens sobre as
consequências da gravidez precoce e a importância de atitudes para preveni-
la, uma vez que constitui um problema social.

348

As políticas públicas relacionadas à saúde no Brasil devem integrar a ação


social do Estado, que tem a responsabilidade de orientar a população e os
profissionais da saúde, a fim de melhorar as condições de saúde da população
e dos ambientes natural, social e do trabalho.

Respostas

a) · Resposta pessoal.

· Resposta pessoal.

· Resposta pessoal.

· Resposta pessoal.

· Resposta pessoal.

b) · Resposta pessoal.

· Resposta pessoal.

· Resposta pessoal.

Explorando o tema

Páginas 276 e 277


Objetivos

· Conhecer as mudanças no perfil das famílias brasileiras e os fatores que


acarretaram essas alterações.

· Constatar que a sociedade é influenciada por fatores econômicos e sociais.

Comentários

O Censo Demográfico de 1940 foi o primeiro realizado pelo Instituto Brasileiro


de Geografia e Estatística

(IBGE), e é considerado um referencial pelo seu caráter inovador na


investigação de temas relevantes no contexto nacional e também pela adoção
de princípios técnicos e critérios metodológicos atualizados. É visível que as
mudanças ocorridas durante o final do século XIX e ao longo da primeira
metade do século XX tiveram implicações diretas na composição das famílias
brasileiras da segunda metade do século XX, principalmente por fatores como:

· saída da mulher para o mercado de trabalho;

· participação da mulher na educação dos filhos;

· impessoalidade nas relações sociais;

· possibilidade de controle da natalidade;

· enfraquecimento dos laços de parentesco.

De forma resumida, é possível relacionar as alterações e conquistas


alcançadas pelas mulheres junto às transformações que o país sofreu na área
da industrialização e na composição da população rural. Graças a essa
realidade, tem crescido a autonomia da mulher, que pode escolher se deseja
ter filhos ou não. Veja um trecho da reportagem que mostra a diminuição da
quantidade de filhos na família brasileira.

Redução no número de filhos por família é maior entre os 20% mais pobres do
país.

[...] As pesquisas mostram que nos últimos dez anos, o número de filhos por
família no Brasil caiu 10,7%. Entre os 20% mais pobres, a queda registrada no
mesmo período foi 15,7%. A maior redução foi identificada entre os 20% mais
pobres que vivem na Região Nordeste: 26,4%. Os números foram divulgados
pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e têm como
base as edições de 2003 a 2013 da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (Pnad), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). O levantamento mostra que, em 2003, a média de filhos por família no
Brasil era 1,78. Em 2013, o número passou para 1,59. Entre os 20% mais
pobres, as médias registradas foram 2,55 e 2,15, respectivamente. Entre os
20% mais pobres do Nordeste, os números passaram de 2,73 para 2,01 [...].

LABOISSIÈRE, Paula. Redução no número de filhos por família é maior entre


os 20% mais pobres do país. Agência Brasil. 27 abr. 2015. Disponível em:
http://agenciabrasil.ebc.com.br/ geral/noticia/2015-03/reducao-no-numero-de-
filhos-por-familia-emaior-entre-os-20-mais-pobres. Acesso em: 7 abr. 2016.

É importante esclarecer para os alunos a relação entre a diminuição no


tamanho das famílias com as modificações sociais e econômicas. No espaço
rural, por exemplo, houve a saída de diversas famílias,

que passaram a ocupar o espaço urbano, aumentando as populações de


grandes centros industriais e comerciais. A redução na taxa de mortalidade foi
outro fator importante, que causou o aumento da população brasileira.

Selecione o estado em que reside e veja gráficos que mostram projeções do


IBGE para a população brasileira entre 2000 a 2030 no site:

· http://tub.im/ag86z4. Acesso em: 7 abr. 2016.

Essas projeções permitem estimar o crescimento ou declínio da população.


Note que há a previsão de crescimento total da população e, em seguida, a
redução nas faixas etárias mais jovens, modificando a pirâmide etária
brasileira. A diminuição na quantidade de jovens, com elevação de adultos e de
idosos, tende a afetar a oferta de mão de obra no mercado de trabalho.

Se possível, elabore uma atividade tomando por base a atividade proposta no


item d. Com os dados coletados pelos alunos, peça a eles que elaborem um
gráfico no caderno. Oriente-os a organizá-lo de acordo com a quantidade de
filhos e de famílias. O objetivo dessa atividade é promover a elaboração e
interpretação de gráficos, além de traçar um perfil com base em uma
amostragem próxima de sua realidade.
349

Respostas

a) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos notem que a quantidade de


pessoas nos núcleos familiares diminuiu.

b) Espera-se que os alunos constatem que a diminuição progressiva na


quantidade de filhos por casal pode causar um declínio na população jovem do
país, gerando redução de mão de obra no futuro, o que poderá se refletir no
futuro econômico e social do país.

c ) Resposta pessoal.

Atividade complementar

Células-tronco

Objetivos

· Ler e interpretar texto.

· Verificar algumas possibilidades de aplicação das células-tronco.

· Desenvolver o senso crítico a respeito das pesquisas e do uso de células-


tronco.

· Desenvolver a argumentação.

· Respeitar a opinião dos colegas. Leia o trecho do texto a seguir.

Células-tronco embrionárias: por que tanta polêmica?

Notícias sobre a utilização das células-tronco embrionárias reapareceram com


destaque nos jornais e revistas. [...]

Esta Ação considera inconstitucional o artigo 5º da Lei da Biossegurança, que


permite o uso, para fins de pesquisa e terapia, das células-tronco embrionárias
obtidas de embriões humanos que foram produzidos por fertilização in vitro,
que são inviáveis ou que estão congelados há três anos ou mais nas clínicas
de reprodução assistida, e cujos pais tenham dado o consentimento. [...] O
principal problema ético apontado pelos que condenam as pesquisas com as
células-tronco embrionárias é de que as técnicas empregadas para obtê-las
implicam na destruição do embrião humano. A Ação movida pela Procuradoria
considera que o "embrião humano é vida humana" e se ampara no artigo 5º da
Constituição brasileira que garante o direito inviolável à vida, o que significa
que a permissão para uso dos embriões congelados seria, por isso,
inconstitucional [...].

CHIKUCHI, H. A. Células-tronco embrionárias: por que tanta polêmica? Revista


eletrônica de Ciências. n. 38, jun. 2007. Disponível em:
www.cdcc.sc.usp.br/ciencia/artigos/art_38/ aprendendo_2.html. Acesso em: 7
abr. 2016.

Comentários

Faça cópias do texto para os alunos e peça que o leiam atentamente, anotando
as palavras que desconhecerem.

Em seguida, divida-os em dois grupos, um deverá representar as pessoas que


defendem o uso de células-tronco em pesquisas científicas no Brasil e o outro
representará as pessoas que se opõem a esse tipo de estudo.

Escolha os alunos aleatoriamente. Eles deverão defender a ideia escolhida,


independentemente de sua opinião. Peça que um integrante de cada grupo
defenda um argumento que reflita o posicionamento do grupo. Na sequência,
uma pessoa do outro grupo deverá utilizar um contra-argumento para mostrar o
pensamento contrário. Para isso, os alunos precisam mobilizar seus
conhecimentos, manterem-se neutros em relação às próprias opiniões para
desenvolver uma boa argumentação. Enfatize que eles devem pensar e se
posicionar como um grupo.

Esse momento é uma oportunidade para trabalhar em grupo e aprender a


respeitar opiniões divergentes. Essa atividade pode contribuir para a avaliação
da aprendizagem, pois é possível verificar como os alunos se portam diante de
opiniões divergentes e que tipos de argumentos lançam para defender seu
ponto de vista, sem o uso de textos de apoio, necessitando buscar elementos
já discorridos durante as aulas.

350

Sugestões de leitura
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Paulo: Cortez, 2010.

BUSQUETS, Maria Dolors; CAINZOS, Manuel; FERNÁNDEZ, Teresa. Temas


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352

Respostas das atividades

Unidade 1 - Estudo da vida

Capítulo 1 - Uma ciência chamada Biologia

1. A Biologia é a ciência que estuda os seres vivos, as unidades que os


compõem, as relações entre eles e sua história evolutiva.

2. Para estudar Biologia é necessário, entre outras características, ter o


conhecimento de diversas áreas, como Paleontologia, Geologia, Astronomia,
Química, Filosofia, História, Geografia, entre outras.

3. Possíveis respostas: a identificação de substâncias que podem beneficiar ou


prejudicar a saúde a partir da leitura de rótulos de alimento; a importância do
saneamento básico para evitar doenças; os cuidados para evitar o desperdício;
a aquisição de noções de sustentabilidade; a poluição e a contaminação da
água; o descarte de resíduos; a variação na produção de alimentos; a
descoberta de novas terapias no tratamento de doenças.

4. Os estudos biológicos desenvolvidos na Grécia antiga eram divididos em


duas partes: a médica e a história natural. Hipócrates destacou-se nos estudos
médicos, já Aristóteles estudava os animais, sua classificação e ainda se
questionava sobre como teriam evoluído.

5. Antes do desenvolvimento da ciência, os seres humanos buscavam


explicações baseadas em crenças sobrenaturais para explicar os fenômenos
ao seu redor, como a existência e a diversidade de vida na Terra.
6. Porque a Biologia é uma ciência que busca respostas aos questionamentos
em vez de certezas e verdades absolutas. Algumas dessas respostas podem
ser verificadas por meio de diferentes métodos. O resultado encontrado por um
método científico pode ser diferente ou igual ao encontrado por outros
métodos.

7. Possíveis respostas: A composição química, o ciclo de vida, o metabolismo,


a organização celular, a capacidade de responder a estímulos, a
hereditariedade e a capacidade de se reproduzir.

8. a ) A hipótese levantada por Semmelweis é que a morte de seu amigo por


febre puerperal pode ter sido causada por algo (microrganismo) que os
médicos levavam nas mãos.

b ) Semmelweis testou sua hipótese pedindo aos médicos e enfermeiras que


lavassem as mãos e confirmou sua ideia inicial, já que a quantidade de mortes
diminuiu.

c ) Por meio de outro experimento, Pasteur obteve respostas aos seus


questionamentos provando que os microrganismos causavam decomposição.
Tal fato contribuiu para ajudar a responder o problema inicial levantado por
Semmelweis, confirmando a hipótese levantada por ele de que as mãos
contaminadas podiam transmitir microrganismos que causavam doenças.

9. a ) As características que permitem classificar a dormideira como ser vivo


são: ciclo de vida, composição química, metabolismo, organização celular,
capacidade de responder a estímulos, hereditariedade e capacidade de se
reproduzir.

b ) A capacidade de responder a estímulo. O toque de uma pessoa na folha da


dormideira é um estímulo externo, e a planta responde a isso fechando suas
folhas.

10. a ) Porque o personagem Sherlock Holmes utilizava o método científico


para desvendar crimes. Ele buscava comprovar suas ideias por meio da
observação de fatos, da coleta das evidências e da formulação de hipóteses.

b ) Dedutivo, porque Sherlock Holmes observava a cena do crime, coletava


evidências sobre o fato e deduzia o que teria ocorrido.
11. Alternativa b.

Capítulo 2 - A origem da vida

1. A teoria do Big Bang explica como se deu o processo de surgimento e


formação do Universo, por volta de 15 bilhões de anos atrás. No princípio, toda
matéria e energia existentes encontravam-se concentradas em um único ponto.
Até que, por causa de uma violenta explosão, toda matéria e energia
acumuladas neste ponto se expandiram e se dispersaram no espaço, e
conforme o tempo passou, originaram o que conhecemos hoje como Universo
e todos os seus componentes, tais como as galáxias, as estrelas e os planetas.
Atualmente, essa teoria é amplamente aceita e defendida pela maioria dos
astrônomos, e afirma que o Universo continua em um processo de expansão.

2. Para ser considerado um planeta, o astro deve possuir uma órbita definida
ao redor do Sol, ter massa suficiente para ter um formato esférico, e ser capaz
de manter sua órbita livre de outros corpos celestes pela ação da gravidade.

3. Um planeta-anão é um corpo celeste que possui algumas características de


planeta, porém não atende a todos os requisitos estabelecidos pela União
Astronômica Internacional para ser classificado como tal. Dois exemplos de
planetas-anões são Ceres e Plutão, este último incluído recentemente nessa
categoria.

4. O processo de formação do planeta Terra ocorreu há aproximadamente 4,6


bilhões de anos. No início, formou-se um aglomerado de pequenas partículas
de rochas, denominado protoplaneta, que com o tempo tornou-se líquido por
causa do aumento da temperatura e da pressão em seu interior. Ao longo de
milhões de anos, os elementos químicos mais densos se depositaram no
interior do planeta, formando o núcleo. Outros elementos menos densos
depositaram-se sobre estes, formando o manto, e outros de baixa densidade,
depositaram-se na camada mais externa, formando as rochas da superfície da
Terra. Simultaneamente, a atmosfera da Terra primitiva sofreu modificações,
de modo que em certo momento, sua constituição passou a ter dióxido de
carbono, vapor de água e gás nitrogênio. Tal composição favoreceu a
ocorrência do efeito estufa, o que possibilitou a retenção do calor proveniente
da superfície e do interior da Terra, reduzindo sua dissipação para o espaço.
353

Acredita-se que os núcleos congelados de cometas, ao colidirem com a


superfície da Terra, contribuíram para a formação dos oceanos, juntamente
com a precipitação do vapor de água da atmosfera. Tais eventos ocorreram
nos primeiros 300 milhões de anos da formação do planeta Terra.

5. A teoria da abiogênese, também chamada de teoria da geração espontânea,


defendia que novos seres vivos são capazes de se originar a partir de matéria
inanimada. Em contrapartida, a teoria da biogênese defendia que um novo ser
vivo só podia ser gerado a partir de outro ser vivo preexistente.

6. Como a teoria da abiogênese defendia que novos seres vivos surgiam a


partir de matéria inanimada, a fim de provar o contrário, Francesco Redi
desenvolveu um experimento em que dispôs pedaços de carne (um exemplo
de matéria inanimada geradora de novos seres vivos) dentro de recipientes de
vidro, alguns cobertos com gaze e outros descobertos. Após algum tempo, à
medida que a carne entrou em processo de decomposição, ele verificou a
presença de larvas de moscas nos recipientes descobertos, enquanto nos
recipientes cobertos com a gaze, não existiam larvas. Estes resultados
levaram-no a concluir que, nos recipientes abertos, as moscas depositaram
seus ovos ao entrarem em contato com a carne em decomposição, e que após
alguns dias, esses ovos se desenvolveram e as larvas eclodiram. Como as
moscas não tiveram acesso à carne em decomposição nos recipientes
cobertos pela gaze, não houve a deposição de ovos, nem a eclosão de larvas.
Tais observações mostraram que é impossível gerar um novo organismo a
partir de matéria inanimada.

7. No século XIX, apesar das descobertas científicas e das experimentações


que provaram que os seres vivos não surgiam a partir de matéria inanimada,
ainda havia dúvidas sobre os microrganismos. O experimento desenvolvido por
Louis Pasteur baseava-se em ferver líquidos nutritivos de origem animal em
frascos, até que fossem esterilizados e se tornassem livres de microrganismos.
O formato desses frascos permitia o contato com o ar, mas impedia a entrada
de microrganismos. Alguns dias após a esterilização dos líquidos, ele observou
que não houve o desenvolvimento de microrganismos no interior dos frascos.
Então, modificou a estrutura de um dos frascos, deixando a passagem dos
microrganismos para o líquido livre. Após alguns dias, percebeu que o líquido
se contaminou por microrganismos, que foram trazidos pelo ar e se
multiplicaram. Estes resultados mostraram que, em um ambiente sem seres
vivos, não há o desenvolvimento de nenhum novo organismo, confirmando o
que já havia sido exposto pela teoria da biogênese.

8. Os coacervados foram propostos primeiro como organismos precursores das


moléculas orgânicas por Oparin e Haldane, que, ao tentarem descobrir como
começou a vida na Terra, propuseram que ela teria surgido com a evolução
gradual dos sistemas químicos. Assim, a partir da composição química da
atmosfera primitiva da Terra, bombardeada pela ação de raios UV e de
constantes descargas elétricas, movimentadas por um agitado oceano
primitivo, diversas combinações moleculares eram favorecidas. Mais tarde,
Miller recriou em um experimento as condições da atmosfera primitiva e
observou a formação de várias moléculas orgânicas. Por meio da agitação de
soluções contendo essas moléculas, ocorreu a formação dos coacervados, que
seriam agrupamentos de moléculas que mantinham um ambiente químico
interno diferente do externo, embora não fossem capazes de se reproduzir.

9. De acordo com o experimento de Miller e Urey, que recriou as condições da


atmosfera primitiva, as primeiras moléculas obtidas, os aminoácidos alanina e
glicina, são, provavelmente, os que existiam na Terra. Esses aminoácidos
constituem o material genético das células.

10. A teoria heterotrófica, proposta por Oparin, ao descrever que os


coacervados apresentavam metabolismo simples, defende que eles não eram
capazes de produzir seus próprios nutrientes, tendo de absorvê-los do meio no
qual se encontravam. Enquanto que a teoria autotrófica defende que os
organismos autótrofos foram os primeiros a surgir e seriam capazes de
produzir seu próprio alimento por meio da quimiossíntese, ou seja, utilizando
moléculas inorgânicas como fontes de energia.

11. Endossimbiose é uma teoria desenvolvida pela bióloga Lynn Margulis, que
explica como as organelas citoplasmáticas, mitocôndria e cloroplasto, se
originaram no interior da célula eucariótica. De acordo com essa teoria, a
formação da mitocôndria ocorreu quando uma célula procarionte, que
metabolizava oxigênio, foi capturada por outra célula procarionte, porém a
célula capturada não foi digerida pelo metabolismo da digestão celular, e
diferenciou-se em uma mitocôndria. Um processo semelhante deu origem ao
cloroplasto, no qual uma célula procarionte fotossintetizante, provavelmente
uma cianobactéria, foi englobada por outra célula procarionte, que já possuía
uma mitocôndria. Essa cianobactéria se diferenciou e originou o cloroplasto.
Existem evidências que suportam essa teoria como verdadeira. Além disso,
sabe-se que essas organelas possuem seu próprio material genético e
ribossomos, que são características de células procariontes individuais, e
apresentam grande semelhança com o material genético e ribossomos de
algumas bactérias. As mitocôndrias e os cloroplastos ainda possuem duas ou
mais membranas, e a mais interna é similar à dos procariontes.

12. a ) Espera-se que o aluno responda que uma possibilidade é a origem de


organismos celulares - como as cianobactérias - por meio de processos
químicos (tais como a produção de aminoácidos), com as condições existentes
na atmosfera primitiva da Terra. A outra possibilidade defende que a origem da
vida na Terra é extraterrestre, e é justificada pelo fato de certos compostos
moleculares encontrados em cometas e meteoritos possuírem o substrato
necessário para o desenvolvimento de moléculas mais complexas, que hoje
constituem duas moléculas fundamentais à vida: o RNA e o DNA.

b ) O experimento foi desenvolvido por Stanley Miller e Harold Urey. Nele


recriaram as condições da Terra primitiva, com o objetivo de provar a teoria
proposta por Oparin no século anterior. Este defendia que para surgir a vida
unicelular, seria necessário que certas moléculas se organizassem de tal
maneira que os compostos resultantes fossem capazes de compor moléculas
mais complexas, essenciais no desenvolvimento de novos seres vivos.

c ) Teoria da Panspermia. Segundo o texto, foi observada a presença de certas


moléculas orgânicas em corpos celestes. Sugere-se, então, que essas
moléculas foram trazidas à Terra por meio de um bombardeio de cometas e
meteoritos há 3,8 milhões de anos, e mediante condições adequadas,
originaram os compostos mais complexos e que formam os seres vivos
atualmente.

354
13. a ) A teoria da geração espontânea (ou abiogênese) defende que novos
seres vivos podem originar-se a partir de matéria inanimada. Com isso, ao
observar a larva vivendo dentro da goiaba, pode-se questionar se ela nasceu e
se desenvolveu a partir da própria goiaba.

b ) A teoria da biogênese afirma que novos seres vivos originam-se somente a


partir de outros seres vivos. Assim, a larva encontrada dentro da goiaba é
proveniente de uma mosca que pousou seus ovos na fruta, e que ao eclodirem,
originaram as larvas que se alimentaram de sua polpa.

c ) É possível reproduzir o experimento desenvolvido por Redi conforme as


indicações a seguir. Primeiro, deve-se colocar um pedaço de goiaba em um
pote destampado, e outro pedaço em um pote coberto com gaze, e aguardar
alguns dias. Ambos os potes atrairão as moscas, porém somente o pote
destampado permitirá que elas depositem seus ovos na goiaba. Dentro de
alguns dias, será possível observar larvas do inseto se movimentando através
da polpa da fruta, ao passo que, no pote tampado, não haverá larvas.

14. a ) A: procarionte fotossintetizante; B: material genético; C: mitocôndrias.

· Na situação acima, uma célula procarionte fotossintetizante foi englobada por


uma célula maior, sem ser digerida.

· A mitocôndria e o cloroplasto são organelas que apresentam material


genético em seu interior.

· Evidências sugerem que as mitocôndrias são descendentes de procariotos


que realizavam respiração e que foram englobados por células maiores.

b ) O esquema evidencia o processo de englobamento de uma célula


procarionte fotossintetizante, provavelmente uma cianobactéria, por outra
célula procarionte maior. A célula englobada não foi digerida pelos mecanismos
de digestão celular, e por fim diferenciou-se, dando origem a um cloroplasto no
interior da célula maior. Essa teoria ficou conhecida como endossimbiose.

15. Alternativa d.

16. Soma: 01 + 08 + 64 = 73.

17. Alternativas e; d; b.
18. a ) A atmosfera primitiva seria composta de vapor de água (H 2O), metano
(CH4), amônia (NH3) e gás hidrogênio (H2).

b ) Com o surgimento de organismos fotossintetizantes, o gás oxigênio (O 2)


resultante do processo de fotossíntese foi liberado na atmosfera, alterando sua
constituição e permitindo o aparecimento de seres aeróbios.

19. Soma: 01 + 08 = 09.

Unidade 2 - Citologia

Capítulo 3 - Introdução ao estudo das células

1. A célula eucariótica apresenta algumas características únicas, ausentes em


células procarióticas, como a presença de uma membrana nuclear e grande
variedade de organelas limitadas por membranas.

2. A célula vegetal se diferencia da célula animal por apresentar parede celular,


cloroplastos e vacúolos.

3. A presença de membrana plasmática, DNA, ribossomos, o metabolismo e a


capacidade de multiplicação.

4. a ) O uso do microscópio foi essencial para que os pesquisadores


conseguissem observar o que não era visível a olho nu e conhecer a
composição dos seres vivos, uma vez que as células são visíveis apenas com
o uso destes equipamentos.

b ) O conhecimento científico está em constante alteração, pois pode ser


modificado e redefinido conforme novas observações são feitas. Isso porque,
muitas vezes, novas tecnologias e testes podem levar a observações e
conclusões diferentes. Como o conhecimento científico é formulado com base
em fatos e observações, a cada nova descoberta, teorias até então
consolidadas no meio científico podem ser modificadas.

c ) A teoria celular não foi prontamente aceita pela sociedade e pela


comunidade científica. É possível que os alunos respondam que a falta de
resultados consistentes e de tecnologias mais avançadas que possibilitassem a
visualização das minúsculas estruturas, fizesse as pessoas da época terem
receio de acreditar naquilo que não viam e que não apresentava dados muito
consistentes. Além disso, podiam se negar a aceitar que seres vivos tão
complexos fossem na verdade um conjunto de minúsculas estruturas, atuando
em conjunto para o funcionamento do organismo.

d ) Schawnn propôs a teoria celular, a qual afirmava que todos os seres vivos
são constituídos de células, as unidades básicas da vida.

5. a ) Sim. Com o passar dos anos, os instrumentos utilizados pela ciência se


tornaram mais potentes e desenvolvidos, permitindo o desenvolvimento de
estudos cada vez mais detalhados. Também é possível concluir que o ser
humano está sempre em busca de novas tecnologias, que permitam novos
conhecimentos e o aprimoramento de técnicas já utilizadas.

b ) Em 1595, o fabricante de lentes holandês Zacharias Janssen descobriu o


aumento das imagens de objetos pequenos com a utilização de lentes. Com
base nisso, em 1665 o físico inglês Robert Hooke construiu um microscópio
com partes móveis, com o qual observou pedaços de cortiça e chamou os
pequenos espaços em seu interior de células. Alguns anos depois, outros
pesquisadores desenvolveram novos tipos de microscópios, como o holandês
Anton van Leeuwenhoek que descreveu células animais utilizando um
microscópio de uma só lente em 1673. Somente quase 200 anos depois os
microscópios foram usados para a identificação de células, permitindo aos
cientistas alemães Matthias Schleiden e Theodor Schwann proporem a Teoria
Celular. O primeiro microscópio eletrônico foi desenvolvido na década de 1930,
pelo físico alemão Ernst Ruska.

6. As células apresentadas em A e B são exemplos de células eucariontes,


pois ambas apresentam membrana nuclear e algumas organelas, como
mitocôndrias em A e lisossomos em B. Já a célula apresentada em C é
procarionte, pois o material genético do organismo está disperso no citoplasma,
ou seja, não apresenta uma membrana nuclear, e a célula possui uma parede
celular. Quanto à classificação em célula animal ou vegetal, a célula A é
vegetal e a célula B é animal.

355

Essa diferenciação tem como base a presença de parede celular e cloroplastos


em A, que caracterizam uma célula vegetal e não são encontradas em célula
animal.
7. Alternativa a.

8. Alternativa b.

Capítulo 4 - Química das células

1. A água é um dos requisitos básicos para a existência de vida em outros


locais do espaço porque esta substância é essencial para a formação de
ácidos e bases, interferindo no pH de soluções, atua como solvente de muitas
substâncias, é o meio onde ocorrem diversas reações químicas e está
relacionada com a formação das membranas celulares.

2. As moléculas ditas hidrofílicas são aquelas que possuem afinidade com a


água, ou seja, se dissolvem facilmente em água, como o sal e a glicose. Já as
ditas moléculas hidrofóbicas são aquelas que têm aversão à água, ou seja, que
não se dissolvem na água, como o óleo vegetal e a gordura animal.

3. A desnaturação proteica é basicamente a perda de sua estrutura


tridimensional e que tem como efeito a perda de sua funcionalidade. Neste
processo, agentes físicos e químicos atuam promovendo o rompimento das
ligações químicas.

4. São aqueles que não são produzidos pelo organismo, mas que são muito
importantes na produção de proteínas, devendo ser adquiridos por meio da
alimentação.

5. Sim, pois catalisador é o nome dado a uma substância que diminui a energia
de ativação e aumenta as velocidades das reações químicas.

6. As enzimas têm como principal função reduzir a energia de ativação das


reações químicas, ou seja, a quantidade de energia necessária para que esta
reação comece a ocorrer no organismo.

7. Não, o organismo é capaz de produzir apenas duas vitaminas, a D e a K. Os


demais tipos vitamínicos devem ser adquiridos por meio de uma alimentação
saudável e variada, rica em legumes, frutas e verduras.

8. Vitaminas lipossolúveis: vitaminas A, D, E e K; vitaminas hidrossolúveis:


vitamina C ou ácido ascórbico e vitaminas do complexo B.

Vitaminas lipossolúveis Vitaminas hidrossolúveis


A C

D vitaminas do complexo B

9. a ) I, encontrada no DNA e RNA.

b ) II, encontrada no DNA e RNA.

c ) I, encontrada no RNA.

d ) I, encontrada no DNA.

e ) II, encontrada no DNA e RNA.

10. A principal diferença entre DNA e RNA está no tipo de açúcar que compõe
o nucleotídeo, o tipo de base pirimídica e a capacidade de autoduplicação. O
DNA apresenta em sua constituição o açúcar desoxirribose, as bases
pirimídicas timina e citosina e sua duplicação depende da formação de uma
molécula intermediária de RNA. Já o RNA apresenta a ribose em sua
constituição, tem como bases pirimídicas a citosina e a uracila e é capaz de
fazer autoduplicação, sem a formação de moléculas de DNA.

11. A existência de enzimas no organismo permitiu que muitas reações


químicas que naturalmente não ocorreriam à temperatura corporal, passassem
a ocorrer espontaneamente, garantindo o funcionamento adequado do
organismo.

12. a ) A energia de ativação é menor no sentido Y → X. Isso significa que a


reação ocorre mais facilmente no sentido de formar X que de formar Y.

b) No sentido X → Y, pois neste sentido a energia de ativação necessária para


que se inicie a reação é muito maior que no sentido Y → X.
c ) A enzima atua no trecho do gráfico delimitado pelas letras a e b, o qual
corresponde à energia de ativação necessária para que se inicie a reação
química.

d ) Resposta pessoal. Os alunos devem representar um gráfico semelhante ao


apresentado na atividade, mas que apresente como principal diferença uma
coluna a-b menor que a do gráfico na ausência de enzima. Isso para
representar a menor energia de ativação que é necessária na presença da
enzima.

13. O trecho representado em A corresponde ao material genético tipo DNA,


pois este se apresenta em dupla fita e possui a base nitrogenada timina, que é
encontrada apenas no DNA. Já o trecho representado em B representa o
material genético do tipo RNA, pois se apresenta sob a forma de fita simples e
possui a base nitrogenada uracila, que é característica de RNA.

14. a ) Na situação acima ocorreu o processo da desnaturação proteica entre


as etapas A e B.

b ) O processo é irreversível, pois é impossível que ele fique cru novamente, ou


seja, adquira a cor, a textura, o gosto e o odor observados antes do cozimento
desse alimento.

c ) A desnaturação proteica promove uma alteração na conformação da


proteína, o que pode alterar a função enzimática.

d ) Pode fornecer proteínas, sais minerais e vitaminas ao organismo.

e ) O calor foi o agente físico causador da desnaturação proteica.

f ) A desnaturação proteica, provocada pelo cozimento, alterou características


do alimento como cor, sabor, odor e textura.

15. a ) Antes do cozimento, a flor de brócolis é rica em proteínas, fibras e


vitamina C. Após o cozimento, os valores desses nutrientes se reduzem.

b ) A cocção pode tornar o alimento mais agradável ao paladar, melhorando


sua textura, cheiro e gosto, bem como degradar possíveis substâncias tóxicas
presentes nele. No entanto, o ato de cozinhar o alimento também pode alterar
seu valor nutricional.
c ) O método que manteve o teor mais elevado de proteínas, quando
comparado com o alimento cru, foi o cozimento com o uso de micro-ondas.

356

d ) Provavelmente a atividade enzimática deste vegetal é maior antes da


cocção, pois as enzimas apresentam uma temperatura ótima de
funcionamento. Acima desta temperatura, como durante a cocção, as enzimas
têm seu funcionamento comprometido. Além disso, por serem um tipo de
proteína, podem sofrer o processo de desnaturação por calor.

e ) As unidades formadoras das proteínas são os aminoácidos, que participam


da formação e manutenção dos órgãos e tecidos e estão envolvidas na
formação de hormônios, enzimas, anticorpos, entre outras funções.

16. Alternativa a.

17. a ) O principal componente que pode sofrer alteração em sua concentração


é a água, uma vez que sob as condições da prova o organismo perde essa
substância em grande quantidade, principalmente na forma de suor. Com a
transpiração, também são eliminadas grandes quantidades de sais minerais.

b ) Porque o consumo diário de água sob condições adversas, como as


impostas durante a maratona, deve ser superior a dois litros, pois o organismo
perde essa substância em grande quantidade por meio do suor e do ofego.
Assim, para manter um equilíbrio entre a quantidade de água perdida pelo
organismo e a absorvida por ele, deve ser ingerida uma maior quantidade de
água.

c ) Como a principal adversidade de um deserto são as elevadas temperaturas


e a perda excessiva de água para regulação da temperatura corporal, os
atletas deste tipo de maratona estão muito propensos a desenvolver um quadro
de desidratação. Neste estado, o organismo não funciona adequadamente,
comprometendo uma série de funções vitais, que pode resultar na morte do
indivíduo. Uma pessoa desidratada pode apresentar sintomas variados,
dependendo da gravidade do quadro, como sede excessiva; boca, faringe e
pele secas; taquicardia; queda na pressão arterial; irritabilidade; olhos fundos;
queda na produção de urina, suor e lágrimas; tonturas; dor de cabeça;
sonolência; cansaço; perda da consciência; convulsões; falência de órgãos e
até mesmo a morte.

d ) Como a água é utilizada para controlar a temperatura corporal, é esperado


que uma pessoa sob estas condições tenha um agravamento da desidratação
e uma elevação da temperatura corporal, a qual será ineficientemente
controlada.

18. a ) Pode-se concluir que a temperatura corpórea do camelo sofre maior


variação quando este se encontra em estado de desidratação, se comparado
às temperaturas observadas em um animal hidratado.

b ) Para o animal desidratado a maior amplitude diária de temperatura corpórea


foi de aproximadamente 6,5°C (máxima 40,5 °C; mínima 34 °C). Já no caso do
animal hidratado a maior variação de temperatura corpórea durante um dia foi
de aproximadamente 3°C.

c ) A quantidade de água no organismo e a variação da temperatura corpórea


são grandezas inversamente proporcionais, pois quanto maior a quantidade de
água no organismo, menor será a variação de temperatura do corpo. Assim
como quanto menor a quantidade de água disponível no organismo, maior será
a variação da quantidade de calor no corpo do animal.

d ) A hidratação do animal interfere na sua temperatura corpórea, porque a


água é um dos meios pelos quais o organismo elimina o excesso de calor.
Assim, quando

o animal se encontra desidratado, ou seja, com baixa quantidade de água no


organismo, a eliminação do excesso de calor pelo suor ou ofego é
comprometida, possibilitando um aumento da temperatura corpórea.

19. Alternativa d.

Capítulo 5 - Estrutura da célula: membrana plasmática

1. A membrana plasmática delimita o conteúdo celular e controla as


substâncias que entram e saem da célula. Isso mantém o meio interno em
condições adequadas às necessidades da célula e em concentrações
diferentes das do meio externo. Tal característica é essencial para que a célula
seja capaz de se manter em um ambiente quimicamente diferente do seu meio
interno.

2. A membrana plasmática é formada basicamente por moléculas de lipídios e


proteínas. Os lipídios, dispostos em uma dupla camada, apresentam uma
"cabeça" polar e hidrofílica, formada por fosfato (por essa razão são chamados
fosfolipídios), e duas caudas de cadeias carbônicas, apolares e hidrofóbicas.
Essa bicamada permite que as células tenham contato com a água dos meios
extracelular e intracelular, por interações com o fosfato presente na
extremidade polar dos fosfolipídios. Além dos fosfolipídios, também estão
presentes moléculas de colesterol, imersas na membrana plasmática. As
proteínas, por sua vez, encontram-se distribuídas em meio à bicamada lipídica,
integral ou parcialmente. Elas exercem um papel fundamental no metabolismo
e no controle de entrada e saída de substância nas células. Além destas
macromoléculas, a membrana plasmática também apresenta quantidade
considerável de carboidratos. Estes se encontram conjugados a outras
moléculas, formando as glicoproteínas e os glicolipídios, moléculas com papel
fundamental no reconhecimento celular.

3. O modelo do mosaico fluido foi proposto por Singer e Nicholson, em 1972.


Eles sugeriram que a composição química da célula, já conhecida naquela
época, favorecia a mobilidade e o rearranjo de seus componentes, ou seja,
permitia que os fosfolipídios e proteínas se movessem livremente pela
membrana. Tal característica confere propriedades como elasticidade,
flexibilidade e regeneração às células. A origem do termo "mosaico fluido"
relaciona-se às moléculas de proteínas e lipídios, respectivamente. Enquanto
as proteínas distribuem-se na bicamada, lembrando um mosaico, os lipídios
mudam de posição constantemente, fluindo por toda a membrana plasmática.

4. Para que a integridade do meio celular interno seja mantida, a membrana


celular apresenta permeabilidade seletiva, ou seja, ela seleciona quais
moléculas poderão ou não entrar no interior da célula. Por permitir a entrada de
substâncias, ela se caracteriza como permeável, e por selecionar quais
substâncias podem difundir-se livremente por meio da membrana e quais
necessitam de um transportador, ela se caracteriza como seletiva.
5. No transporte passivo, desde que exista diferença de concentração entre os
meios extra e intracelular, não é necessária energia para transportar
substâncias por meio da membrana, pois elas seguem o fluxo a favor do
gradiente de concentração. Um exemplo de transporte passivo é a difusão do
gás oxigênio pela membrana plasmática.

357

Após a inspiração, a concentração deste gás aumenta no meio extracelular,


fazendo que as moléculas se difundam pela membrana plasmática para o meio
intracelular, que é menos concentrado. O transporte ativo baseia-se no fluxo de
substâncias contra o gradiente de concentração. Logo, para que ele ocorra, a
célula deve dispor de energia para vencer esta barreira. Um exemplo do
transporte ativo é a bomba de sódio e potássio, uma proteína transmembrana
responsável por regular as concentrações destes íons dentro e fora da célula.
A concentração do sódio é maior no meio extracelular, porém existem vários
mecanismos de transporte de sódio para o interior da célula. Para evitar o
acúmulo desse íon no meio intracelular, a célula consome energia para
transportá-lo ao meio extracelular, ao mesmo tempo em que incorpora o
potássio e faz o caminho inverso.

6. Porque a osmose envolve movimentação de moléculas de água por uma


membrana semipermeável a favor do gradiente de concentração. Assim, as
células que estiverem hipotônicas em relação ao meio perdem água se tornam
flácidas, enquanto as que estiverem hipertônicas em relação ao meio recebem
água e ficam túrgidas. Como a difusão não envolve transporte de moléculas de
água, somente de gases, não há alteração significativa no volume da célula.

7. Graças à característica da permeabilidade seletiva, somente algumas


moléculas mais simples conseguem atravessar livremente a membrana
plasmática. Moléculas como a glicose necessitam de um transportador para
chegarem ao meio intracelular, o que ocorre pela difusão facilitada. Esse
transporte é passivo e se dá por meio de proteínas específicas da membrana
(também chamadas carregadoras), que funcionam como canais para
determinadas moléculas. Essas moléculas são transportadas pelas proteínas
para o meio intracelular, a favor do gradiente de concentração.
8. A endocitose ocorre quando a membrana engloba materiais externos à
célula, formando vesículas membranosas ao redor deles. Estas vesículas são
interiorizadas e então digeridas no interior da célula. Na exocitose, são
formadas vesículas no interior da célula, que serão exteriorizadas para o meio
extracelular, eliminando seu conteúdo. Os lisossomos, organelas
citoplasmáticas responsáveis pela digestão celular, formam as vesículas que
deverão ser excretadas da célula, e eliminam seu conteúdo por meio da
exocitose.

9. A parede celular possui papel fundamental na proteção da membrana


plasmática e na troca de substâncias entre a célula e o meio extracelular.
Apesar de rígidas e resistentes, são permeáveis à água, a algumas moléculas
e alguns nutrientes. Além disso, protegem a célula do rompimento em razão da
absorção excessiva de água. Nas bactérias (seres unicelulares), delimitam o
formato do organismo e conferem resistência ao meio. Nas plantas (seres
multicelulares), criam um ambiente de adesão e comunicação com as células
vizinhas, e sua rigidez é responsável pela sustentação das plantas.

10. O glicocálice é uma estrutura externa, localizada na membrana plasmática


das células. É formado por carboidratos, que frequentemente apresentam-se
ligados a moléculas de lipídios (glicolipídios) e proteínas (glicoproteínas). Ele
atua no reconhecimento celular, identificando outras células. Além disso,
também confere proteção mecânica.

11. Não. O erro da aluna foi responder que a membrana plasmática está
presente somente na célula animal, e a célula vegetal possui somente parede
celular. A resposta correta seria que ambos os tipos celulares possuem
membrana plasmática, porém somente a célula vegetal apresenta parede
celular, que é externa à membrana plasmática.

12. a ) A casca do ovo contém carbonato de cálcio, que reage em meio ácido,
formando sal e água e liberando gás carbônico. A casca amolece e pode ser
retirada com água. Para observar a osmose, é necessário remover a casca do
ovo sem quebrá-la, o que foi possível por causa da imersão do ovo em vinagre.

b ) O ovo imerso em água é hipertônico em relação ao meio, ou seja, é mais


concentrado que o meio. Nesse caso, o ovo aumentou de tamanho porque a
água se difundiu para dentro dele, até que as concentrações estivessem iguais.
Já o ovo imerso em água com açúcar é hipotônico em relação ao meio, isto é,
apresenta menor concentração que a solução na qual está imerso. Dessa
maneira, o ovo perdeu água para o meio, reduzindo seu volume.

13. Espera-se que os alunos representem as etapas do funcionamento da


bomba de sódio e potássio, evidenciando o papel do ATP nos eventos que
desencadeiam a troca dos íons. No texto, espera-se que os alunos expliquem
que a bomba de sódio e potássio regula as concentrações desses íons. No
meio extracelular deve haver maior concentração de íons sódio que de íons
potássio; já no meio intracelular deve haver maior concentração de íons
potássio que de íons sódio. A sigla representando a molécula de ATP deve
indicar que esse processo tem gasto energético, caracterizando o transporte
ativo.

14. a ) Resposta pessoal. Espera-se que o aluno reconheça que essa


descoberta poderá abrir novos caminhos para o desenvolvimento de novos
tratamentos contra o diabetes.

b ) As moléculas de glicose são polares, por isso necessitam de um


transportador para entrarem na célula, por meio do processo de difusão
facilitada. A insulina serve como um sinalizador celular, que indica às células
que é necessário absorver a glicose presente no sangue.

c ) Em receptores de insulina, localizados na membrana plasmática das


células.

15. Os peptidioglicanos são os polímeros formadores da parede celular


bacteriana. Logo, o bloqueio da síntese destas moléculas impede a formação
da parede celular, tornando as bactérias suscetíveis a fatores externos. Sem a
proteção fornecida pela parede celular, a membrana plasmática das bactérias
fica exposta à ação osmótica, podendo sofrer lise celular devido à entrada ou
saída de água.

16. a ) A: bicamada fosfolipídica; B: proteína transmembrana; C: proteína


periférica; D: colesterol; E: glicoproteína.

b ) Bicamada fosfolipídica: constitui a maior parte da membrana plasmática.


Sua disposição proporciona flexibilidade e fluidez à célula, por meio de uma
porção hidrofílica, que se comunica com os meios extracelular e intracelular, e
uma porção hidrofóbica, que mantém as moléculas de fosfolipídios coesas
entre si. Participa dos processos de transporte por meio da membrana, na
endocitose e na exocitose.

Proteína transmembrana: atravessa a bicamada lipídica, comunicando-se com


os meios intracelular e extracelular. Geralmente é um canal transportador,
envolvido no transporte passivo por difusão facilitada e transporte ativo.

358

Proteína periférica: não atravessa a bicamada lipídica, logo se comunica


somente com o meio interno ou externo. Está mais relacionada ao
reconhecimento de certas moléculas do meio, induzindo respostas celulares.

Colesterol: molécula pequena e rígida, disposta entre as caudas dos


fosfolipídios, reforça a bicamada, tornando-a mais rígida e menos permeável.

Glicoproteína: faz parte do glicocálice e confere resistência mecânica à célula.

17. a ) A osmose reversa fornece água pura para o preparo do líquido que será
utilizado no processo de hemodiálise.

b ) Sim. Nas células, a membrana plasmática age como uma membrana


semipermeável permitindo a passagem de algumas substâncias e impedindo
outras com ou sem gasto de energia. No dialisador, a membrana permite a
passagem da água e de impurezas do sangue, mas impede a passagem de
outros ele-

mentos que o constituem, como as células.

18. Alternativa b.

19. Alternativa c.

20. Alternativa a.

21. Alternativa a.

22. Alternativa b.

Capítulo 6 - Estrutura da célula: citoplasma


1. O citoplasma é formado, basicamente, pelo citosol e pelas organelas nele
imersas.

2. Organelas são estruturas e compartimentos celulares metabolicamente


ativos que desempenham funções específicas na célula, podendo ser envoltas
por membrana plasmática ou não.

3. a ) O retículo endoplasmático rugoso ou granular possui ribossomos


aderidos à face citoplasmática de suas membranas. Já o retículo
endoplasmático liso não possui ribossomos em suas membranas.

b ) O retículo endoplasmático rugoso está relacionado à síntese e modificação


de proteínas. O retículo endoplasmático liso ou agranular está relacionado às
funções de síntese e modificação de lipídios, destoxificação de substâncias
tóxicas e armazenamento de cálcio.

4. A mitocôndria apresenta duas membranas, uma externa lisa e com grande


quantidade de proteínas de transporte, e uma membrana interna, com
invaginações (cristas mitocondriais) e alta seletividade. Essas duas membranas
limitam dois espaços nesta organela, o espaço intermembranoso e a matriz. O
espaço intermembranoso, localizado entre as membranas interna e externa,
possui composição semelhante ao citosol celular; enquanto a matriz, limitada
pela membrana interna, possui composição química específica às reações de
oxidação. A mitocôndria é a organela relacionada à respiração celular, ou seja,
ao mecanismo que permite à célula gerar energia na forma de ATP, por meio
de moléculas orgânicas e gás oxigênio.

5. Os vacúolos são importantes para as células, pois auxiliam no controle da


quantidade de água dentro da célula, no acúmulo de nutrientes e metabólitos,
no depósito de toxinas e pigmentos, e na digestão.

6. Os microtúbulos são os filamentos mais intimamente relacionados ao


deslocamento dos cromossomos (formação do fuso mitótico a partir dos
centríolos), ao estabelecimento da forma da célula e ao movimento intracelular
de partículas. Além disso, os microtúbulos também estão relacionados à
formação de cílios e flagelos em algumas células.

7. Os cílios e flagelos são envoltos por uma membrana plasmática e possuem


um arranjo "[9(2) +2]" de microtúbulos, ou seja, nove pares de microtúbulos
organizados em anel ao redor de um par de microtúbulos central. Nos seres
humanos o flagelo é observado apenas nos espermatozoides, enquanto os
cílios são observados, por exemplo, nas células epiteliais do trato respiratório e
nos ovidutos que conduzem o óvulo até o útero.

8. Peroxissomo.

9. Por conta da endossimbiose, as mitocôndrias apresentam duas membranas,


seu próprio material genético, ribossomos e capacidade de multiplicação por
divisão binária, independentemente do núcleo celular.

10. As proteínas sintetizadas no retículo endoplasmático rugoso são


transportadas para o complexo golgiense, por meio de vesículas de transporte.
Nesta organela, as proteínas são modificadas, selecionadas e empacotadas,
formando vesículas que são direcionadas à membrana plasmática. Então,
ocorre a fusão da membrana da vesícula com a membrana plasmática,
resultando na liberação do conteúdo no meio extracelular.

11. a ) Os cílios presentes nas células epiteliais do trato respiratório são


especializados em movimentar o muco e outras substâncias, como partículas
de poeira e microrganismos até a faringe, onde podem ser deglutidos ou
expectorados.

b ) A perda da mobilidade ciliar leva ao acúmulo de muco e outras partículas no


trato respiratório. Em razão disso, o fumante pode desenvolver infecções, caso
haja microrganismo junto à secreção mucosa, além do reflexo da tosse na
tentativa de expelir essa secreção.

12. Espera-se que os alunos elaborem um esquema da fagocitose, no qual


sejam representadas da etapa de formação do fagossomo à eliminação dos
corpos residuais. Deverá ser ilustrada uma célula de defesa realizando a
fagocitose de um ou mais estafilococos. Nesse processo, a membrana
plasmática deverá projetar-se em direção à bactéria, iniciando o procedimento.
Em seguida, o fagossomo formado no interior da célula deve se fusionar com o
lisossomo, para dar início à digestão intracelular. Na sequência, parte do
material presente no lisossomo deve ser liberado no citoplasma, sem o
rompimento da membrana da organela, e parte deve ser eliminada da célula
por exocitose, com fusão da membrana do lisossomo com a membrana
plasmática.

13. 1 -D; 2-E; 3-A; 4-B; 5-C.

14. a ) A: lisossomo; G: peroxissomo. O lisossomo é responsável pela digestão


intracelular e autofagia. Já o peroxissomo está relacionado à degradação de
ácidos graxos, formação e neutralização de peróxido de hidrogênio,
destoxificação de substâncias tóxicas em células animais e vegetais e
transformação de gorduras em açúcares.

b ) A organela representada em C é o centríolo. Ela está presente nas células


animais e ausente em células vegetais.

c ) B: mitocôndria; I: cloroplasto. A mitocôndria está relacionada à produção de


energia na célula (respiração celular), enquanto o cloroplasto está relacionado
à fotossíntese.

359

d ) D: complexo golgiense; E: retículo endoplasmático granular; F: retículo


endoplasmático agranular. O complexo golgiense está relacionado à
modificação de proteínas e lipídios, bem como ao armazenamento,
empacotamento e distribuição de substâncias na célula. O retículo
endoplasmático rugoso (granular) é responsável pela síntese e modificação de
proteínas. Já o retículo endoplasmático liso (agranular) atua na síntese e
modificação de lipídios, na destoxificação de substâncias tóxicas e no
armazenamento de cálcio. Em H é indicado o vacúolo. Em células vegetais
está relacionado ao acúmulo de nutrientes e metabólitos, depósito de toxinas,
pigmentos e digestão. Já nos animais os vacúolos estão relacionados à
digestão intracelular, transporte de substâncias e, em alguns casos, controle da
quantidade de água dentro da célula.

15. a ) O trabalho tem como objetivo estudar a disfunção das mitocôndrias em


camundongos com elevadas concentrações de colesterol e triglicerídeos
causados por fatores genéticos.

b ) O estresse oxidativo obrigou as células estudadas a sintetizarem colesterol,


já que não eram capazes de retirá-lo do sangue.
c ) A energia produzida nas mitocôndrias fica armazenada nas moléculas de
ATP.

16. Alternativa d.

17. Alternativa a.

18. Alternativa a.

19. Alternativa c.

Capítulo 7 - Estrutura da célula: núcleo

1. O núcleo é a região da célula que abriga todas as informações genéticas de


um eucarionte. Ele controla o que ocorre na célula, já que contém o material
genético.

2. O nucléolo é uma região do núcleo associada à formação de ribossomos.

3. A cromatina é a molécula de DNA associada a proteínas.

4. a ) A: poro; B: envoltório nuclear; C: nucleoplasma; D: nucléolo; E:


cromatina.

b ) Poros: são canais presentes na membrana nuclear, que fazem a


comunicação entre o nucleoplasma e o citoplasma, permitindo a passagem de
substâncias produzidas no núcleo que devem atuar no citoplasma, e vice-
versa.

Envoltório nuclear: é a membrana que delimita o núcleo, separando-o do


citoplasma.

Nucleoplasma: é uma solução aquosa que fornece um ambiente favorável à


ocorrência de diversas reações químicas.

Nucléolo: região do núcleo que atua na síntese de ribossomos, constituída de


RNA, proteínas e DNA. Cromatina: representa o material genético presente no
núcleo, associado a proteínas.

c ) Células eucariontes.

5. Cromátide-irmã é o nome dado a cada cromátide de um cromossomo


homólogo. Na prófase, as cromátides começam a se condensar, até que na
metáfase, apresentam-se totalmente condensadas, formando os cromossomos,
que se dispõem no equador da célula. Na anáfase, as cromátides são
separadas de seus pares, e cada uma migra para polos opostos da célula. Na
telófase, começam a se descondensar, até o momento em que ocorre a
citocinese e cada cromátide vai para uma célula-filha diferente.

6. Cromossomos homólogos são aqueles que possuem a mesma forma,


tamanho e disposição dos genes, em uma célula diploide.

7. A cromatina é o conjunto de filamentos de DNA presentes no núcleo celular,


associado a proteínas. O cromossomo é cada um dos filamentos, formados por
uma longa cadeia de DNA. As cromátides são os braços do cromossomo.

8. A intérfase é o período em que a célula se prepara para a divisão celular, ou


seja, duplica seu DNA (que será transmitido às células-filhas), aumenta de
tamanho e sintetiza as substâncias necessárias ao processo de divisão celular.

9. A mitose ocorre nas células somáticas de um organismo, e origina duas


células-filhas, com material genético diploide, idêntico ao da célula-mãe. Entre
os exemplos, espera-se que os alunos citem as células não gaméticas do
corpo humano, como as da pele. A meiose ocorre nas células sexuais, e
origina quatro células-filhas, com material genético haploide, diferente do da
mãe. Espera-se que os alunos citem os espermatozoides e ovócitos como
células resultantes da meiose.

10. Porque na meiose ocorre uma única duplicação cromossômica seguida de


duas divisões celulares consecutivas. Na primeira divisão ocorre a separação
dos cromossomos homólogos, enquanto na segunda há a separação das
cromátides-irmãs, diminuindo a quantidade de cromossomos.

11. O crossing-over (ou permuta) ocorre no paquíteno, subfase da prófase I, na


primeira divisão da meiose. Este processo aumenta a variabilidade genética
das células formadas, pois reúne genes provenientes dos dois parentais no
mesmo cromossomo.

12. É o centríolo que participa da formação do fuso mitótico, conjunto de


microtúbulos (fibras do fuso) que se orientam de um polo a outro da célula. No
início da divisão celular, os centríolos dirigem-se para os polos da célula,
iniciando a formação do fuso, que é o caminho pelo qual os cromossomos se
alinham ao plano equatorial da célula.
13. a ) A duplicação dos cromossomos ocorre durante a intérfase, mais
precisamente na fase S. É necessário que o DNA seja duplicado para que se
divida igualmente entre as células-filhas, que serão geradas pela divisão
celular.

b ) São os centrômeros. É por meio dessa região que os cromossomos


duplicados se prendem aos microtúbulos do fuso, os quais irão separar as
cromátides durante as divisões celulares.

14. Os cromossomos são visíveis ao microscópio somente quando estão


condensados. Apesar de duplicados durante a intérfase, a condensação dos
cromossomos ocorre somente na prófase, quando a célula já está no processo
de divisão celular. Guilherme não enxergou os cromossomos porque as células
observadas estavam em intérfase, ou seja, seus cromossomos estavam
descondensados.

360

15. a-II; b-V; c-I; d-IV; e-III.

16. a ) A: envoltório nuclear; B: poros; C: nucleoplasma.

As células eucariontes possuem envoltório nuclear, uma membrana que


delimita o conteúdo nuclear. Essa membrana possui inúmeros poros, que
permitem a comunicação entre o nucleoplasma e o citoplasma.

b ) D: autossômicos; E: sexuais.

Os cromossomos autossômicos determinam as características do organismo,


enquanto os cromossomos sexuais determinam o sexo.

c ) F: mitose; G: diploides; H: meiose; I: haploides.

A mitose é um tipo de divisão celular que ocorre nas células somáticas,


mantendo a quantidade de cromossomos e gerando células-filhas diploides. Já
a meiose é um tipo de divisão celular que ocorre nas células sexuais e reduz a
quantidade de cromossomos à metade, gerando células haploides.

17. a ) A quantidade de cromossomos nos gametas é 11.

b ) Quanto às células somáticas, na intérfase, antes da duplicação dos


cromossomos, há 22 cromátides. Após a duplicação, haverá 44 cromátides
ainda descondensadas. Durante a mitose, haverá 44 cromátides condensadas.
Após a mitose, as células-filhas apresentarão 22 cromátides, até que reiniciem
o ciclo.

18. a ) Cariótipo é o conjunto dos cromossomos de uma espécie.

b ) Por meio da análise do cariótipo do indivíduo. Este será formado por 22


pares de cromossomos autossomos e um par de cromossomos sexuais. Se o
par sexual corresponder a dois cromossomos X, trata-se biologicamente de
uma mulher. Se o par de cromossomos sexuais for XY, esse indivíduo será
considerado homem.

19. a ) O principal evento que caracteriza a mitose é a duplicação do DNA


seguida pela separação das cromátides-irmãs. Esse processo garante que as
células-filhas recebam a mesma quantidade de cromossomos que a célula-
mãe.

b ) A mitose é chamada equacional porque a quantidade de cromossomos se


mantém igual durante a divisão celular.

c ) A fase A é a prófase, em que as cromátides se condensam e o núcleo se


desorganiza, por causa da migração dos centrossomos para os polos da célula,
formando o fuso mitótico. A fase B é a metáfase, quando os cromossomos
apresentam maior grau de condensação; o fuso mitótico está formado e os
cromossomos se alinham na placa equatorial da célula. A fase C é a anáfase,
na qual ocorre a separação das cromátides-irmãs, que migram para polos
opostos da célula. A fase D é a telófase, quando os cromossomos se
descondensam, o núcleo se reorganiza e o conteúdo celular se divide,
formando duas células-filhas.

20. Afirmativas incorretas a, b, c, d, f e g.

a ) As células eucariontes apresentam núcleo delimitado por uma membrana


denominada envoltório nuclear.

b ) A heterocromatina é a região mais condensada do DNA, enquanto a


eucromatina apresenta menor grau de condensação.

c ) As cromátides-irmãs são unidas por uma região não duplicada, denominada


centrômero.
d ) Na intérfase, a duplicação do DNA ocorre durante a fase S.

f ) Na meiose I ocorre separação dos cromossomos homólogos e, na meiose II,


ocorre separação das cromátides-irmãs.

g ) Durante o ciclo celular, a fase que mais apresenta conteúdo de DNA na


célula inicia-se em S e segue até o final da prófase.

21. Soma: 01 + 02 + 16 = 19.

22. Alternativa b.

23. Alternativa c.

24. Alternativa a.

25. Alternativa d.

26. Os termos cromossomo e cromatina referem-se ao material genético.


Ambos são filamentos de DNA associados a proteínas, encontrados no núcleo
celular. O cromossomo é o filamento duplicado e condensado que pode ser
observado durante o processo de divisão celular. A cromatina é observada
durante a intérfase, como um conjunto de filamentos de DNA e proteínas
descondensados no núcleo celular.

Capítulo 8 - Processos energéticos das células

1. ATP (adenosina trifosfato) é uma molécula rica em energia, sintetizada a


partir da molécula de ADP (adenosina difosfato) e fosfato inorgânico. A energia
dessa molécula torna-se disponível para os processos biológicos quando essa
molécula é quebrada. NAD, NADP e FAD são coenzimas transportadoras de
elétrons e átomos de hidrogênio ricos em energia, importantes para os
processos catabólicos, como a fermentação e a respiração, e anabólicos, como
a fotossíntese e a quimiossíntese.

2. a ) A fotossíntese é dividida em duas etapas: etapa fotoquímica ou fase


clara, na qual as reações químicas dependem da luz; e etapa química ou fase
escura, na qual as reações ocorrem independentemente da presença de luz
solar.

b ) Os produtos finais da fotossíntese são moléculas de glicose (C 6H12O6) e de


gás oxigênio (O2).
c ) Por meio da fotossíntese, a planta obtém energia para seu desenvolvimento
e metabolismo.

d) CO2 + H20 → O2 + CH2O

e ) A clorofila é um pigmento fotossintetizante que absorve a luz solar


necessária para a etapa fotoquímica da fotossíntese.

3. a ) A respiração celular é dividida em três etapas: a glicólise, que ocorre no


citosol da célula; o ciclo de Krebs, que ocorre na matriz mitocondrial; e a cadeia
respiratória, que ocorre nas cristas mitocondriais.

b ) Os produtos finais da respiração celular são moléculas de energia (ATP), de


água (H2O) e de gás carbônico (CO2).

c ) Geração de energia química na forma de ATP, fundamental para o


funcionamento da célula e o desenvolvimento dos seres vivos.

361

d) C6H12O6 + O2 → 6CO2 + 6H20 + energia

4. Porque a fermentação é um processo que ocorre na ausência de gás


oxigênio, assim como a etapa da glicólise na respiração celular.

5. A respiração celular possui um rendimento de 36 moléculas de ATP,


enquanto a fermentação possui um rendimento de apenas duas moléculas de
ATP. Essa diferença se dá porque no processo de fermentação a molécula de
glicose não sofre oxidação total, pois ocorre em condições anaeróbias,
diferente da respiração celular.

6. A quimiossíntese é um processo pelo qual organismos quimioautotróficos


utilizam moléculas inorgânicas como fonte de energia, realizado principalmente
por bactérias. Possíveis exemplos: sulfobactérias, ferrobactérias, nitrobactérias.

7. a ) Em condições em que há gás oxigênio suficiente, a célula realiza o


processo de respiração celular para obter ATP. Quando o organismo é
submetido a uma atividade física intensa e o suprimento desse gás é reduzido,
a célula realiza a fermentação lática para produzir ATP sem a participação de
gás oxigênio.
b ) Esse processo resulta na produção de ácido lático, água e ATP. O ácido
lático produzido é transportado do músculo esquelético para o fígado onde é
convertido, novamente, em glicose ou glicogênio. No entanto, uma parte do
ácido lático pode acumular-se na musculatura e gerar sintomas, como dor
momentânea. Os sintomas cessam após o término da atividade física, quando
aumenta a disponibilidade de gás oxigênio e o ácido lático é metabolizado.

8. Durante a noite, o vegetal consome mais gás oxigênio do que produz. Isso é
observado pela redução na taxa de assimilação de gás carbônico pela
fotossíntese. O pensamento descrito vem de acordo este processo, mas não é
correto da maneira apresentada, pois o consumo de gás oxigênio pelo vegetal
é extremamente menor (cerca de 20 vezes) do que a quantidade consumida
pelo ser humano.

9. a ) Quando o herbicida é lançado sobre o solo, ele age nas células das ervas
daninhas bloqueando a fosforilação oxidativa. Esse processo ocorre na etapa
fotoquímica da fotossíntese, responsável pela produção de ATP e NADPH. As
moléculas de ATP e NADPH são utilizadas na redução do gás carbônico a
glicose, processo que ocorre no ciclo de Calvin-Benson. Ao ser bloqueada pela
ação dos herbicidas, a fosforilação oxidativa cessa a produção de ATP e
NADPH e, consequentemente, o Ciclo de Calvin-Benson não acontece. Assim,
não há produção de glicose e de cofatores da cadeia respiratória, essencial
para a manutenção da atividade celular e, com isso, a erva daninha morre.

b ) Sim, porque, assim como nas células vegetais, a fosforilação oxidativa é


importante para a produção de ATP para as células animais. É por meio dessa
etapa da respiração celular que a célula animal produz grande parte das
moléculas ATP e os cofatores necessários à cadeia respiratória.

10. a ) Na estrutura A, que representa a membrana do tilacoide.

b ) A letra C indica uma pilha de tilacoides chamada grana.

c ) No estroma, indicado pela letra B, ocorre a etapa química da fotossíntese,


também conhecida como Ciclo de Calvin-Benson.

11. a ) A fermentação é um processo que ocorre sem a participação do gás


oxigênio (O2). Na fermentação alcoólica, um microrganismo, no caso a
levedura, realiza a fermentação da glicose, produzindo duas moléculas de
piruvato, que é descarboxilado, originando acetaldeído, o qual recebe elétrons
do NADH, reduzindo-se a álcool etílico (etanol). O processo de fermentação
alcoólica resulta na liberação de gás carbônico (CO2), na formação de duas
moléculas de ATP, de água e de etanol.

b ) Possíveis respostas: pão, iogurte, queijos, vinhos, entre outros.

12. a ) Os organismos capazes de obter energia por meio da oxidação de


compostos inorgânicos encontrados no ambiente são chamados
quimioautotróficos.

b ) O ciclo de Calvin ocorre no estroma do cloroplasto e é responsável pela


fixação do gás carbônico (CO2).

c ) Na fermentação lática, o piruvato (C3H4O3) é convertido a lactato (C3H6O3).

d ) Os organismos capazes de obter energia por meio da luz solar são


chamados fotoautotróficos.

e ) O ciclo de Krebs ocorre na matriz mitocondrial e é responsável pela


oxidação de acetil-CoA a gás carbônico (CO2).

f ) O conjunto de reações químicas que ocorre no citosol da célula e consiste


na conversão da glicose (C6H12O6) a piruvato (C3H4O3) recebe o nome de
glicólise.

13. Alternativa c.

14. Alternativa d.

15. Alternativa b.

Unidade 3 - Histologia animal

Capítulo 9 - Tecido epitelial e tecido muscular

1. Tecidos são agrupamentos de células semelhantes encontrados nos


organismos multicelulares, que desempenham funções específicas no
organismo. Nos animais existem basicamente os tecidos epitelial, muscular,
conjuntivo e nervoso.

2. O tecido epitelial reveste cavidades e superfícies corporais, fornecendo


proteção e auxiliando no processo de absorção de substâncias. Em associação
com o sistema nervoso, auxilia na percepção de sensações. Além disso, forma
as glândulas, que são unidades responsáveis pela produção, armazenamento
e secreção de diferentes substâncias.

3. As células do tecido epitelial são poliédricas e justapostas, firmemente


unidas e com pouco material extracelular.

362

Possuem uma superfície livre, que fica em contato com o meio externo ou com
o interior da cavidade a qual revestem e outra superfície apoiada na lâmina
basal.

4. O tecido epitelial é classificado, de acordo com sua estrutura e função, em


epitélio de revestimento e epitélio glandular. Os epitélios de revestimento, como
o próprio nome diz, são aqueles que revestem a superfície externa do corpo ou
as suas cavidades. São classificados de acordo com o número de camadas de
células e de acordo com a morfologia celular. Com relação ao número de
camadas, dividem-se em epitélio simples, quando é formado somente por uma
camada de células; epitélio estratificado, quando possui duas ou mais
camadas; e epitélio pseudoestratificado, que é formado por somente uma
camada na qual todas as células apoiam-se na lâmina basal, porém nem todas
chegam à outra superfície, dando a falsa impressão de estratificação. Com
relação à morfologia das células, os tecidos epiteliais podem ser pavimentosos,
que apresentam células achatadas, em formato de escamas; cúbicos, com
células em forma de cubo ou hexagonais; prismático, com células altas e
cilíndricas, lembrando a forma de uma coluna; e de transição, em que as
células podem variar de formato de acordo com o estado do órgão que
revestem, apresentando-se achatadas ou cúbicas. O epitélio glandular é
classificado de acordo com a estrutura e o local de secreção das substâncias.
As glândulas exócrinas secretam substâncias na superfície do corpo ou de
cavidades através de ductos. As glândulas endócrinas não possuem ductos e
secretam suas substâncias diretamente no sangue, de onde serão distribuídas
para todo o corpo. As glândulas mistas apresentam estes dois tipos de
secreção.

5. Epitélio de revestimento é aquele que recobre a superfície externa do corpo


ou que reveste suas cavidades. Já o epitélio glandular está relacionado à
formação das glândulas que são células especializadas na secreção de
substâncias.

6. O tecido muscular, graças à capacidade de contração de suas células, é


importante na movimentação do corpo e de suas partes, na manutenção da
postura, no movimento de substâncias e na manutenção da temperatura
corporal por meio da produção de calor.

7. Também chamadas de fibras musculares, as células do tecido muscular são


alongadas e especializadas em realizar contração, apresentando grande
quantidade de miofilamentos no citoplasma. Podem apresentar um ou mais
núcleos centrais ou periféricos, dependendo do tipo de tecido muscular, bem
como possuir estriações ou não. Por causa do seu alto grau de especialização,
alguns de seus componentes recebem nomes específicos, como sarcolema
(membrana plasmática), sarcoplasma (citoplasma) e retículo sarcoplasmático
(retículo endoplasmático).

8. A denominação liso e estriado está relacionada ao padrão de organização


dos miofilamentos nas células musculares, portanto é o que diferencia o
músculo liso do músculo estriado. Na musculatura lisa, os miofilamentos não
estão dispostos de maneira organizada, ou seja, não formam sarcômeros, que
são os responsáveis pela estriações nos músculos. Na musculatura estriada,
os miofilamentos estão dispostos de maneira organizada, formando os
sarcômeros, que por apresentarem bandas claras e escuras garantem o
aspecto estriado aos músculos.

9. A contração muscular é um processo resultante do deslizamento dos


miofilamentos que compõem as fibras musculares. Durante a contração, os
miofilamentos de actina deslizam sobre os de miosina, em direção à banda H,
no centro do sarcômero. Ao mesmo tempo em que ocorre o aumento da
sobreposição destes miofilamentos, as linhas Z também se aproximam,
causando um encurtamento do sarcômero e, consequentemente, a contração
das fibras musculares. Durante o deslizamento dos miofilamentos ocorre uma
interação entre actina e miosina, em um mecanismo dependente de energia e
cálcio.
10. Contração muscular voluntária é um movimento que depende da
consciência e vontade do animal para que ocorra. Ações como caminhar e até
mesmo sorrir são exemplos de ações que envolvem a contração voluntária. Já
a involuntária é independente da consciência e da vontade do animal, ou seja,
acontece sem o seu controle. Este tipo de contração é observado, por exemplo,
nas paredes dos vasos sanguíneos e dos órgãos internos, como o intestino.

11. O tecido muscular se divide primariamente entre estriado e liso. O músculo


estriado subdivide-se em cardíaco e esquelético. O músculo estriado cardíaco
possui células longas e ramificadas, com um ou dois núcleos centralizados. É
encontrado no coração e contrai-se involuntariamente, mantendo os batimentos
cardíacos constantes. O músculo estriado esquelético possui células ainda
mais longas, cilíndricas e dotadas de muitos núcleos, localizados na periferia
da célula. Esses músculos são ligados aos ossos, onde realizam a
movimentação voluntária de partes do esqueleto. Diferentemente do músculo
estriado, o músculo liso não apresenta estrias. É composto por células longas e
fusiformes, com um núcleo na região central. É encontrado na parede de
órgãos e vasos sanguíneos, onde se contrai involuntariamente, atuando em
processos importantes no organismo, como a movimentação do sangue e dos
alimentos.

12. a ) A: epitélio simples; B: epitélio estratificado; C: epitélio


pseudoestratificado.

b ) O epitélio simples dos vasos sanguíneos está relacionado a intensa


movimentação de moléculas através dele, facilitando a troca de substâncias
entre as células e o sangue. O epitélio estratificado da epiderme é importante
para que a pele ofereça proteção às camadas de tecidos subjacentes. O
epitélio pseudoestratificado, relacionado à secreção de muco na traqueia,
auxilia na eliminação de partículas de poeira e microrganismos do trato
respiratório.

13. a ) A: lâmina basal; B: proteínas; C: tecido conjuntivo.

As células do tecido epitelial apoiam-se sobre a lâmina basal, uma camada


formada por diferentes proteínas, que se interpõem entre o tecido epitelial e o
tecido conjuntivo.
b ) D: revestimento; E: órgãos sensoriais; F: vascularização. Os epitélios de
revestimento revestem a superfície do corpo e de suas cavidades, além de
constituir parte dos órgãos sensoriais, por apresentarem nervos conectados às
suas células. No entanto, não apresentam vascularização, de maneira que as
trocas com o sangue acontecem por meio do tecido conjuntivo.

c ) G: glândulas; H: secreção.

As glândulas são formadas a partir do tecido epitelial de revestimento e


possuem importância fundamental na secreção de substâncias.

363

d ) I: glândulas exócrinas; J: ductos; K: glândulas endócrinas; L: corrente


sanguínea; M: glândulas mistas. As glândulas exócrinas secretam substâncias
na superfície do corpo ou da cavidade onde serão liberadas, por meio de
ductos. As glândulas endócrinas não possuem essas estruturas e secretam
suas substâncias diretamente na corrente sanguínea. Já as glândulas mistas
secretam seus produtos tanto dentro de cavidades quanto na corrente
sanguínea.

e ) N: esqueléticos; O: feixes; P: tendões.

Os músculos esqueléticos possuem camadas de tecido conjuntivo em algumas


partes. Cada fibra muscular organiza-se em feixes. As miofibrilas formam a
fibra muscular e os músculos fixam-se ao osso por meio de tendões.

14. a ) A-IV; B-I; C-II; D-III.

b ) A (epiderme): tecido epitelial pavimentoso; B (glândula sudorífera): tecido


epitelial cúbico; C (intestino): tecido epitelial prismático; D (bexiga urinária):
tecido epitelial de transição.

c ) Quando a bexiga urinária está cheia de urina, suas paredes encontram-se


distendidas, ou seja, esticadas. Nesta condição, as células assumem um
formato achatado. Quando a bexiga urinária está vazia, suas paredes
encontram-se relaxadas, em que as células adquirem formato circular.

15. a ) A imagem B mostra o intestino de uma pessoa com doença celíaca,


porque evidencia a atrofia e, consequentemente, a perda das microvilosidades
intestinais. Na imagem A, as microvilosidades estão saudáveis.
b ) A estrutura e a função das células permitem classificar este tecido como
epitelial de revestimento simples prismático. Epitelial, pois apresenta células
justapostas e com pouca matriz extracelular; de revestimento, pois reveste a
cavidade intestinal; simples, pois apresenta somente uma camada de células; e
prismático, pois é composto de células altas e cilíndricas, que contêm as
microvilosidades em uma de suas extremidades.

c ) Porque nas microvilosidades intestinais ocorre intensa absorção de água e


nutrientes, produtos da digestão dos alimentos que são extremamente
importantes ao metabolismo celular, principalmente no que diz respeito à
obtenção de energia.

16. a ) Porque essas regiões apresentam maior quantidade de glândulas


sudoríferas.

b ) As glândulas sudoríferas são exemplos de glândulas exócrinas, presentes


no tecido epitelial glandular. Elas se diferenciam das glândulas endócrinas por
apresentarem ductos que transportam as secreções para a superfície do corpo
ou da cavidade. As glândulas endócrinas não possuem ductos, liberando suas
secreções diretamente na corrente sanguínea.

17. a ) A: miofibrila; B: sarcômero; C: linhas Z; D: banda I; E: banda A; F: banda


H.

b ) A (miofibrila): unidade que forma as fibras musculares, que abrigam as


proteínas necessárias à contração muscular em seu citoplasma. B (sarcômero):
são as unidades nas quais as miofibrilas estriadas se organizam e também o
local onde ocorre a interação entre os miofilamentos, que gera a contração
celular. C (linhas Z): são discos transversais que delimitam a região do
sarcômero nas miofibrilas. D (banda I): são os miofilamentos mais finos e
claros, compostos por actina, proteína necessária à contração muscular. E
(banda A): são os miofilamentos mais grossos e escuros, compostos por
miosina, outra proteína necessária à contração. Nessa região, há sobreposição
dos filamentos finos e grossos. F (banda H): região estreita localizada no centro
da banda A, onde estão presentes somente os filamentos de miosina.

c ) A presença de sarcômeros gera as chamadas estriações, que caracterizam


os músculos estriados, tanto cardíaco quanto esquelético. As estriações são
formadas pelas linhas Z, que delimitam o espaço de cada sarcômero na
miofibrilas.

18. O bombeamento de sangue para todas as células do corpo exige que o


coração mantenha um ritmo adequado de batimentos. Para isso, o músculo
cardíaco se contrai rápida e constantemente, garantindo que o sangue seja
distribuído por todo o corpo. Essa dinâmica de funcionamento requer um
suprimento constante de gás oxigênio e, consequentemente, mais mitocôndrias
para utilizá-lo na produção de energia, necessária à contração do músculo. Em
contrapartida, o bíceps é um músculo especializado em determinados
movimentos, que não ocorrem na mesma frequência dos batimentos cardíacos.
Desse modo, não há necessidade de tantas mitocôndrias nele como no
músculo cardíaco. Além disso, o estímulo que atua sobre o tecido cardíaco é
involuntário e constante e provém de fibras cardíacas especializadas. Já nos
músculos esqueléticos, a estimulação é voluntária e parte de impulsos
nervosos.

19. a ) Tecido muscular estriado esquelético.

b ) O que causa a lesão é a sobrecarga exercida sobre o músculo durante a


atividade física. A contração excessiva de determinados músculos induz um
movimento de resistência em outros. Quando essas forças não se anulam,
ocorre o rompimento dos músculos que oferecem resistência, ocasionando a
lesão.

c ) As fibras musculares se rompem pelo excesso de carga exercida sobre


elas.

d ) O repouso permite que o tecido lesionado recupere-se adequadamente da


lesão, reconstituindo as porções afetadas das fibras musculares. O
acompanhamento médico é importante para orientar o tratamento, que poderá
incluir medicações e sessões de fisioterapia.

20. a ) As fibras musculares lentas apresentam menor velocidade de contração,


mas fornecem resistência ao músculo, possibilitando atividades físicas de longa
duração. As fibras musculares rápidas contraem-se e fornecem energia de
maneira instantânea, que se esgota rapidamente, mas fornece maior força.
Dessa maneira, as fibras musculares lentas são predominantes em atividades
como a caminhada e a corrida, que exigem mais resistência muscular. As fibras
musculares rápidas são predominantes em atividades que envolvem mais força
e são mais curtas, como a musculação e o halterofilismo.

b ) Não. O velocista necessita de muita energia e força para correr rapidamente


em uma distância curta; assim, suas fibras musculares são, em sua maioria,
rápidas. O maratonista necessita de energia por muito mais tempo, para que
seus músculos resistam a corridas de longa distância; logo, suas fibras
musculares são, em sua maioria, lentas.

c ) As fibras musculares lentas possuem maior quantidade de mitocôndrias,


porque obtêm energia a partir do metabolismo aeróbico.

364

As fibras musculares rápidas utilizam vias metabólicas que ocorrem no


citoplasma da célula, não necessitando de muitas mitocôndrias como as das
fibras musculares lentas.

d ) O sedentarismo não estimula o desenvolvimento das fibras musculares. No


entanto, as fibras musculares rápidas estão presentes quando há atividade
física de alta intensidade, o que não ocorre no caso de uma pessoa sedentária.
Logo, essa pessoa possuirá mais fibras musculares lentas, que estão
presentes nos músculos que dão sustentação ao corpo.

e ) Sim. As fibras musculares lentas, que são mais abundantes, passarão a ser
estimuladas pela atividade física. O treinamento demandará bastante força e
energia para realização dos exercícios. Dessa maneira, a sua continuidade
estimulará a maior parte das fibras lentas a desenvolverem-se em fibras
rápidas, que fornecerão energia de maneira mais adequada para esse tipo de
atividade física.

21. Alternativa c.

22. Alternativa a.

Capítulo 10 - Tecido conjuntivo e tecido nervoso

1. O tecido conjuntivo é composto de células e matriz extracelular, a qual é


composta de substância fundamental e fibras. Além disso, diferentemente dos
outros tecidos, há predominância de matriz extracelular.
2. O tecido conjuntivo abrange tipos diversos de tecido. Assim, os tecidos
conjuntivos são importantes na sustentação do corpo e de tecidos moles, no
transporte de substâncias no corpo, no preenchimento de espaços entre outros
tecidos, na proteção de órgãos vitais, na produção energética, no isolamento
térmico, na proteção do organismo contra microrganismos invasores, entre
outras funções.

3. As principais fibras do tecido conjuntivo são as fibras colágenas, as fibras


elásticas e as fibras reticulares.

4. Os fibroblastos são as células mais comuns do tecido conjuntivo,


responsáveis por sintetizar as proteínas elastina e colágeno, por exemplo, que
compõem as fibras da matriz extracelular.

5. Possíveis respostas:

Cartilagem hialina: tipo mais abundante de cartilagem no corpo humano, a


cartilagem hialina atua, por exemplo, como molde para vários tipos de ossos
durante o desenvolvimento embrionário. Além disso, compõe as superfícies de
articulações móveis, os anéis da traqueia e dos brônquios, a laringe e o nariz.

Cartilagem elástica: trata-se de um tecido flexível que atua, por exemplo, na


manutenção da forma de certos órgãos, sendo encontrada na epiglote, no
pavilhão auditivo, entre outros locais.

Cartilagem fibrosa: responsável pela grande resistência à tração, força e rigidez


de estruturas formadas por cartilagem, como os discos intervertebrais.

6. O tecido conjuntivo frouxo é composto por grande número de células,


principalmente fibroblastos e macrófagos, fibras frouxamente entrelaçadas
(colágenas, reticulares e elásticas) e substância fundamental.

7. Os osteócitos são encontrados nas lacunas da matriz e são o principal tipo


celular do tecido ósseo. Encontrados na superfície dos ossos, os osteoblastos
originam os osteócitos e produzem a porção orgânica da matriz óssea. Os
osteoclastos são células gigantes, móveis e muito ramificadas, localizadas em
cavidades da superfície dos ossos, onde atuam na reabsorção e na
remodelação do tecido ósseo.
8. As células que compõem o tecido sanguíneo são os eritrócitos (hemácias),
os leucócitos granulócitos (basófilos, neutrófilos e eosinófilos) e agranulócitos
(linfócitos e monócitos), e os trombócitos (plaquetas), que são fragmentos
celulares.

9. Por ser o principal constituinte do sistema nervoso, esse tecido relaciona-se


à percepção, análise e integração dos estímulos internos e externos, bem
como à geração de respostas a esses estímulos.

10. O tecido nervoso é composto basicamente por neurônios e gliócitos.

11. Os neurônios são células especializadas em captar estímulos (internos e


externos), convertê-los em impulso nervoso e conduzi-los a outras células.

12. a ) Os condrócitos são as células que compõem o tecido cartilaginoso.

b ) Os eritrócitos, conhecidos também como glóbulos vermelhos, são células


que compõem o tecido sanguíneo.

c ) Os osteoclastos são responsáveis pela reabsorção e remodelação óssea.

d ) Os feixes de fibras colágenas organizados paralelamente uns aos outros


formam o tecido conjuntivo denso modelado.

e ) Os neutrófilos são granulócitos responsáveis pela fagocitose de


microrganismos invasores.

13. A redução da massa óssea pode ser feita pela reabsorção do tecido ósseo
pelos osteoclastos.

14. A hipótese levantada pelo médico não se confirmou. Ao comparar os


valores obtidos do hematócrito com os valores de referência, verifica-se que a
porcentagem do hematócrito no sangue de Joana está normal.

15. a ) A lipoaspiração faz a retirada de tecido adiposo comum (amarelo ou


unilocular), pois ele se localiza, por exemplo, nas camadas subcutâneas do
corpo.

b ) O tecido adiposo unilocular é uma importante fonte energética do


organismo, atua, também, no isolamento térmico do corpo, auxilia a
sustentação e proteção de diversos órgãos, participa da secreção de diversas
moléculas e, quando localizado logo abaixo da pele, absorve choques
mecânicos.

16. a ) A porção orgânica do osso é composta, basicamente, por colágeno tipo


II, e a porção orgânica engloba grande quantidade de sais minerais,
principalmente íons cálcio e fosfato.

b ) Após exposição à chama, o osso quebra-se facilmente porque, quando


exposto ao calor, o colágeno sofre desnaturação, deixando o osso mais fraco.

17. a ) As células de defesa presentes no tecido sanguíneo são os glóbulos


brancos (leucócitos) do tipo granulócitos, que incluem os eosinófilos, basófilos
e neutrófilos, e do tipo agranulócitos, que inclui os linfócitos e os monócitos.

365

b ) Os glóbulos vermelhos (eritrócitos ou hemácias) são importantes no


transporte do gás oxigênio (O2) pelo corpo.

c ) As plaquetas são fragmentos de células responsáveis por conter a perda de


sangue em vasos sanguíneos lesionados, por meio da formação do tampão
plaquetário e da coagulação sanguínea.

d ) O transplante de medula óssea é importante porque, ao receber uma


medula óssea saudável, o paciente passa a produzir células sanguíneas
normalmente, ou seja, todas as funções realizadas por essas células passam a
ser executadas normalmente.

18. a ) Tecido nervoso.

b ) A: dendrito; B: corpo celular; C: extrato mielínico; D: axônio.

c ) Os dendritos (A) são prolongamentos curtos e altamente ramificados, que


atuam na recepção de estímulos e sua condução ao corpo celular do neurônio.
O corpo celular (B) abriga o núcleo do neurônio e a maioria de suas organelas.
O extrato mielínico (C) auxilia na condução do impulso nervoso. O axônio (D) é
um prolongamento que conduz o impulso nervoso ao longo do neurônio até as
células. Além disso, sua porção final é o local de armazenamento dos
neurotransmissores.

19. Alternativa c.
20. Soma: 02.

21. Alternativa d.

Unidade 4 - Reprodução e Embriologia

Capítulo 11 - Reprodução dos seres vivos

1. Reprodução é o processo biológico pelo qual os seres vivos produzem


descendentes da mesma espécie e é fundamental para sua perpetuação.

2. A reprodução assexuada não envolve o encontro de gametas para formar


um novo organismo; por meio da reprodução assexuada, os seres vivos
originam cópias idênticas de si mesmos. Já a reprodução sexuada envolve a
união dos gametas masculino e feminino.

3. A mitose está envolvida na reprodução assexuada, o que possibilita o


aumento dos tecidos somáticos, que originam outros seres vivos sem o
envolvimento de gametas. A meiose está presente na reprodução sexuada,
gerando os gametas masculino e feminino, que, ao se unirem, originam um
novo ser vivo.

4. Partenogênese é a forma de reprodução em que os seres vivos se


desenvolvem a partir de um gameta, sem fecundação. Esses seres vivos são
haploides. Exemplo: abelhas.

5. Vantagens: não necessita da presença de um gameta do sexo oposto para


que ocorra o desenvolvimento de novos seres vivos; partes de um indivíduo
podem ser regeneradas pela reprodução assexuada, como nos processos de
brotamento e fragmentação. Desvantagens: são geradas somente células
idênticas às do progenitor pela mitose, impossibilitando a variabilidade
genética.

6. Porque na fecundação externa os gametas são liberados no ambiente, onde


se encontram, originando novos seres vivos. No caso dos organismos
aquáticos, a liberação dos gametas na água facilita o encontro entre eles, de
modo que os progenitores não precisam procurar um parceiro para copular. Os
animais aquáticos normalmente liberam muitos gametas na água, o que
aumenta as chances de fecundação.
7. Animais ovíparos são aqueles que realizam postura de ovos, dentro dos
quais os filhotes se desenvolvem; exemplo: galinha. Animais vivíparos são
aqueles que se desenvolvem dentro da mãe, onde completam o seu
desenvolvimento; exemplos: seres humanos e a maioria dos mamíferos. Os
animais ovovivíparos produzem ovos que ficam retidos no interior do corpo da
mãe e só são postos no meio externo próximo ao momento da eclosão;
exemplo: tubarões.

8. a ) I: regeneração.

Na regeneração, um novo organismo é gerado a partir de partes de outro.

b ) II: esporulação.

Por meio da esporulação, são produzidas células especiais que, em condições


favoráveis no ambiente, originam um novo ser vivo.

c ) III: divisão binária.

Na divisão binária, uma célula se divide e origina duas novas células iguais.

d ) IV: partenogênese.

Na partenogênese, o gameta feminino se desenvolve sem haver fecundação.

e ) V: brotamento.

No brotamento, formam-se prolongamentos na superfície do corpo do


organismo, que em certo momento desprendem-se e originam um novo
organismo.

9. a (divisão binária) - VI (bactéria e protozoário); b (esporulação) - IV (fungo); c


(brotamento) - VIII (esponja); d (fragmentação) - II (estrela-do-mar); e
(partenogênese) - V (abelha); f (fecundação interna) - III (ser humano); g
(fecundação externa) - I (ouriço-do-mar); h (hermafrodita) - VII (tênia).

10. a ) O macho possui uma plumagem vistosa que atrai as fêmeas para o
acasalamento. As fêmeas não precisam atrair nenhum macho e sua plumagem
é mais discreta.

b ) Resposta pessoal. Espera-se que o aluno se baseie nas fotografias para


explicar que o dimorfismo sexual compreende as diferenças morfológicas
externas, encontradas entre indivíduos de sexos diferentes da mesma espécie.
c ) Fecundação interna.

d ) A cauda volumosa do macho auxilia na atração e conquista de fêmeas para


a cópula durante a época reprodutiva. Como seu papel está relacionado a
escolher um macho saudável para acasalar e gerar filhotes aptos a sobreviver,
a fêmea não precisa de plumagem chamativa.

11. Esse é um tipo de reprodução assexuada, porque não há o envolvimento


de gametas na regeneração do braço lesado, que se forma a partir do próprio
corpo da estrela-do-mar.

366

12. a ) · Os três animais apresentam fecundação interna. O polvo-gigante


utiliza um de seus tentáculos para introduzir os espermatozoides na fêmea; o
tubarão-branco utiliza o clásper; o boto-cor-de-rosa utiliza o pênis.

· O polvo-gigante é ovíparo, pois os ovos se desenvolvem na superfície de


rochas, fora do corpo da mãe. O tubarão-branco é ovovivíparo, pois os ovos se
desenvolvem no interior do corpo da mãe. O boto-cor-de-rosa é vivíparo, pois o
embrião formado irá se desenvolver no útero da mãe.

· O polvo-gigante libera milhares de ovos no ambiente, o que é característico


de animais aquáticos ovíparos. O tubarão-branco forma um número moderado
de ovos, pois o desenvolvimento destes ocorre dentro do corpo da mãe. O
boto-cor-de-rosa forma apenas um filhote por vez.

· O polvo-gigante exibe extremo cuidado parental com seus filhotes, ainda que
eles não sejam gerados no interior do corpo da fêmea. Apesar de abrigar os
ovos no ventre da fêmea, o tubarão-branco não

exibe nenhum cuidado parental, de modo que os filhotes nascem e já se


distanciam da mãe. O boto-cor-de-rosa, por ser um mamífero, permanece com
o filhote até que ele não necessite mais do leite materno e esteja apto a
sobreviver sozinho.

b ) Os três animais citados são aquáticos, porém todos apresentam fecundação


interna. O método de fecundação não depende somente do meio em que o
animal vive, mas também da presença de uma estrutura corporal inoculadora
de gametas. Neste caso, os três animais possuem estas estruturas, o que
classifica sua fecundação como interna. Mas, de fato, vários animais aquáticos,
principalmente invertebrados e muitos peixes, apresentam fecundação externa.

13. a ) Os ovos que são fertilizados e geram as abelhas fêmeas passam pela
reprodução sexuada. Os ovos que não são fecundados, mas ainda assim
desenvolvem-se em zangões, passam pela partenogênese.

b ) Os machos são partenogênicos, ou seja, originaram-se de um óvulo não


fecundado. Logo, possuem somente material genético materno, o que os
caracteriza como indivíduos haploides. As fêmeas passam pela reprodução
sexuada e recebem material genético tanto materno quanto paterno, por isso
são diploides.

c ) A partenogênese evita que os óvulos não fecundados sejam degenerados,


pois estes se desenvolvem em novos indivíduos em vez de serem perdidos.

d ) A presença dos zangões permite que sejam produzidos gametas


masculinos, que fecundam os óvulos da rainha e dão origem às abelhas
fêmeas. Se não houvesse a partenogênese, não haveria gametas masculinos
e, consequentemente, não seriam formadas novas abelhas operárias ou
rainhas.

14. Alternativa d.

15. Alternativa b.

16. Alternativa b.

Capítulo 12 - Reprodução humana

1. A menarca é o nome dado à primeira menstruação de uma mulher e marca o


início da puberdade, ou seja, a partir da menarca a mulher passa a ter ciclos
menstruais regularmente.

2. A formação dos gametas masculinos recebe o nome de espermatogênese e


a dos gametas femininos recebe o nome de ovogênese ou ovulogênese.

3. Espera-se que os alunos ilustrem um esquema mostrando a fase menstrual,


indicando o desprendimento do endométrio; a fase pré-ovulatória, com o
desenvolvimento dos folículos e o aumento da espessura e da vascularização
do endométrio; e a fase pós-ovulatória, mantendo a estrutura do endométrio.
Espera-se também que os alunos indiquem as variações hormonais ao longo
do ciclo.

4. A fecundação ocorre nas tubas uterinas.

5. Os espermatozoides conseguem entrar no ovócito por meio do


desprendimento da cobertura que protege o acrossomo, quando o
espermatozoide entra em contato com a corona radiada, uma das camadas de
células que envolvem o ovócito. Esse contato libera enzimas nessa camada,
permitindo a passagem do espermatozoide, que chega à zona pelúcida do
ovócito. A passagem do espermatozoide pela zona pelúcida é facilitada por
enzimas liberadas por vários espermatozoides.

6. Quando o espermatozoide penetra o ovócito secundário, a zona pelúcida


sofre mudanças e bloqueia a entrada de outros espermatozoides.

7. a-III; b-V; c-II; d-I; e-IV.

8. a ) Hormônio luteinizante; testosterona.

O hormônio luteinizante estimula as células dos testículos a produzir


testosterona, hormônio responsável pelas características sexuais secundárias
masculinas.

b ) Hipófise.

A secreção do hormônio folículo estimulante (FSH) e do hormônio luteinizante


(LH) é controlada pela hipófise.

c ) Fase pós-ovulatória; progesterona.

Na fase pós-ovulatória do ciclo menstrual, o ovócito secundário já foi liberado e


o tecido folicular restante aumenta a secreção de progesterona.

d ) Estrógeno.

O estrógeno é o hormônio responsável pelas características sexuais


secundárias femininas.

e ) Fase pré-ovulatória.

Na fase pré-ovulatória do ciclo menstrual ocorre a formação dos folículos


maduros.
9. a ) O aumento nos níveis do hormônio luteinizante (LH), próximo ao 14º dia
do ciclo menstrual, induz a ovulação.

b ) Porque após a ovulação tem início a fase pós-ovulatória, na qual a secreção


de progesterona é muito maior que a de estrógeno. Os altos níveis de
progesterona contribuem para a formação e a manutenção do en-

dométrio, preparando o útero para a gravidez.

c ) Porque, quando não há fecundação, a liberação de GnRG, FSH e LH é


estimulada, induzindo o crescimento folicular e o início de um novo ciclo
menstrual. O endométrio então se desprende da parede do útero, que entra na
fase menstrual.

10. a ) O endométrio é a camada mais interna do útero, onde ocorre a


menstruação e onde o embrião/feto se instala. Ele também protege o ser
humano em desenvolvimento durante a gestação.

367

b ) O endométrio é o local onde o novo ser humano será gerado durante a


gravidez. O acúmulo de endométrio, pela inflamação característica da
endometriose em outras regiões do útero, pode impedir a formação adequada
do embrião/feto. Como as tubas uterinas ligam o ovário ao útero, se o
endométrio acumular-se nessa região, o ovócito liberado pelo ovário não
conseguirá passar e chegar até os espermatozoides.

11. a ) A: próstata; B: epidídimo; C: glândula seminal; D: pênis; E: ovário; F:


tuba uterina; G: útero; H: vagina.

b ) No epidídimo (B), os espermatozoides amadurecem e adquirem mobilidade.

c ) A próstata (A) libera uma secreção importante para os espermatozoides, o


pênis (D) transporta o sêmen até o interior do sistema genital feminino, o ovário
(E) produz os ovócitos, que são os gametas femininos.

d ) A tuba uterina (F) liga o ovário ao útero e é o local onde ocorre a


fecundação. O útero (G) é o órgão responsável por abrigar o embrião/feto
durante a gestação. A vagina (H) é responsável por receber o pênis durante o
ato sexual e atuar como um canal para o parto.
12. a ) Não. O resultado do espermograma indica que a quantidade de
espermatozoides no sêmen, a motilidade e a morfologia deles estão de acordo
com os valores de referência. Essas condições são favoráveis para que ocorra
a gravidez, uma vez que espermatozoides em grande quantidade no esperma
e com boa motilidade conseguem chegar de maneira eficiente até as tubas
uterinas e fecundar o ovócito.

b ) A diminuição na quantidade de espermatozoides pode ocorrer em razão de


algum problema em sua produção, nos túbulos seminíferos, ou por obstrução
nos canais, como epidídimo, canal deferente e uretra, que levam os
espermatozoides até o sêmen.

13. a ) A menopausa é a última menstruação da mulher, parte de um processo


de envelhecimento do ovário que leva à redução dos níveis de progesterona e
estrógeno em mulheres entre 45 e 55 anos de idade. Essa redução hormonal
leva ao fim definitivo do ciclo menstrual.

b ) Não, porque as mulheres que entram na menopausa já não são mais


capazes de ovular. Desde o nascimento o ovário tem uma quantidade
determinada de folículos que, ao se esgotarem, dão início à menopausa. A
reposição hormonal de estrógeno e da progesterona se dá apenas para reduzir
os sintomas em consequência da falta desses hormônios.

14. Alternativa e.

15. Alternativa b.

16. Alternativa e.

17. Alternativa d.

Capítulo 13 - Métodos contraceptivos

1. Os métodos contraceptivos definitivos são irreversíveis, ou seja, causam a


perda definitiva da fertilidade (esterilização) do homem e da mulher. Exemplos:
vasectomia e laqueadura.

2. Os métodos contraceptivos hormonais são compostos de hormônios


sintéticos, semelhantes aos hormônios sexuais femininos (estrógeno e
progesterona). Esses hormônios agem impedindo a ovulação, alterando
características do muco cervical e interrompendo o desenvolvimento do
endométrio.

3. Não. A maioria dos métodos contraceptivos é eficaz somente para evitar a


gravidez indesejada. O único método que impede a transmissão de doenças
sexualmente transmissíveis é o preservativo, porque atua como uma barreira
física entre os órgãos genitais durante a relação sexual, de modo que não
existe contato entre os órgãos genitais e secreções corporais.

4. a ) Na fase pré-ovulatória, os principais hormônios são o estrógeno e o LH.


O hormônio estrógeno atua na maturação de um ovócito, que será ovulado,
geralmente, por volta do 14º dia do ciclo menstrual. Esse processo, no entanto,
ocorre por causa de altas concentrações do hormônio luteinizante (LH), que
tem seu pico pouco antes da ovulação.

b ) Na fase pós-ovulatória, o principal hormônio é a progesterona, que prepara


o útero (endométrio) para receber o óvulo fecundado.

c ) A pílula anticoncepcional contém hormônios sintéticos com atividade similar


às do estrógeno e da progesterona. Seu uso correto mantém a concentração
desses hormônios no sangue elevada, o que inibe a liberação dos hormônios
GnRH, FSH e LH e, consequentemente, impedem o desenvolvimento folicular
e a ovulação.

5. O período fértil vai do 7º ao 23º dia do ciclo menstrual.

O ciclo mais longo tem 34 dias e o mais curto, 25. Subtraindo-se, temos:

34 - 25 = 9

Para calcular o período fértil:

· Subtrai-se 18 do dia mais curto do ciclo menstrual:

25 - 18 = 7

· Subtrai-se 11 do dia mais longo do ciclo menstrual:

34 - 11 = 23

Então, o período fértil inicia-se no 7º dia do ciclo menstrual e termina no 23o


dia.

6. a ) Resposta pessoal.
b ) Resposta pessoal.

7. Alternativa d.

8. Alternativa a.

9. Alternativa d.

Capítulo 14 - Desenvolvimento embrionário

1. A quantidade e a distribuição do vitelo no interior do ovo.

2. A blastulação consiste na formação da blástula, estágio de desenvolvimento


posterior à mórula, no qual o embrião apresenta a blastocele em seu interior,
região que é ocupada por líquido.

368

A gastrulação ocorre após a blastulação e é responsável pela formação dos


folhetos embrionários ectoderma, mesoderma e endoderma nos animais
triblásticos, e ectoderma e endoderma nos animais diblásticos.

3. O blastóporo é formado durante a gastrulação com a formação do


arquêntero. Nos mamíferos o blastóporo dá origem ao ânus.

4. O arquêntero, chamado intestino primitivo, é formado a partir das células do


polo vegetativo, que sofrem alterações e se invaginam para dentro da
blastocele, até alcançar a parte superior da ectoderme. O arquêntero dá origem
ao tubo digestório.

5. O período pré-embrionário se inicia com a fertilização e termina na terceira


semana do desenvolvimento. Nesse período, ocorrem todos os estágios do
desenvolvimento embrionário até a formação das pregas cefálica e caudal. O
período embrionário inicia-se na quarta semana e termina na oitava semana.
Nesse período, inicia-se a formação dos membros e dos órgãos. O período
fetal inicia-se na nona semana e vai até o nascimento. Nesse período, é
possível saber o sexo biológico do feto e acompanhar o desenvolvimento dos
órgãos e dos membros.

6. O parto natural compreende três etapas. A primeira etapa é o estágio de


dilatação, em que ocorrem as contrações e a dilatação do canal cervical. A
segunda etapa é o estágio de expulsão, em que o bebê passa pela vagina. A
terceira etapa é o estágio placentário, em que ocorre a expulsão total da
placenta e das membranas fetais com o auxílio das contrações uterinas.

7. O embrião propriamente dito é originado a partir do embrioblasto.

8. Sim. Nos seres humanos, o cório e a parede do útero formam a placenta,


que nutrirá o embrião. O saco vitelino perde sua função, se tornando menor e
vestigial conforme a placenta se desenvolve. As trocas gasosas e o
armazenamento de excretas não são realizados pelo alantoide, mas pela
placenta.

9. A nidação é o momento em que o embrião se implanta na parede uterina


(endométrio).

10. As vilosidades coriônicas se originam do trofoblasto.

11. A placenta se origina a partir do cório.

12. I-b-1; l-d-4; II-a-3; II-c-2.

13. a ) Acredita-se que a formação dos gêmeos siameses se dá por meio da


divisão incompleta de um embrião em dois, ou da posterior junção desses dois
embriões.

b ) Os gêmeos fraternos, ou dizigóticos, são formados pela fertilização de dois


ovócitos diferentes. Por isso, esses gêmeos não são idênticos e podem ser de
sexos diferentes. Os gêmeos idênticos, ou monozigóticos, são formados pela
divisão de um único embrião em dois, por isso os dois indivíduos gerados são
muito parecidos fisicamente.

14. a ) A mesoderme origina os vasos sanguíneos.

b ) A formação dos vasos sanguíneos ocorre durante a

organogênese.

15. a-III; b-I; c-II.

16. a ) No terceiro dia do desenvolvimento embrionário, ocorrem as primeiras


clivagens do zigoto, formando os blastômeros no estágio de mórula. Já no
quinto dia, ocorre a formação do blastocisto pelo processo de blastulação.

b ) Resposta pessoal. É possível que os alunos discutam alguns pontos, como:


a manipulação de embriões para a retirada do blastômero, que pode levar à
morte embrionária; a eliminação de embriões que podem apresentar algumas
modificações e a interferência no processo natural da vida; a utilização dos
embriões como meio para salvar outras vidas.

17. a ) Maluquinho sugere as etapas de fertilização e parto.

b ) O médico poderá fazê-lo por meio do parto normal ou da cesárea. No parto


normal, o bebê passa pela vagina e na cesárea é necessário um corte no
abdome e no útero para retirar o bebê.

18. a ) A: cordão umbilical; B: âmnio; C: placenta.

b ) O cordão umbilical (A) é formado por vasos sanguíneos, que conectam o


embrião/feto à placenta. O âmnio (B) protege o embrião/feto contra o
ressecamento e choques mecânicos. A placenta (C) transfere nutrientes para o
embrião/feto, é responsável pela eliminação de excretas e atua nas trocas
gasosas.

19. a ) A: fertilização; B: zigoto.

O encontro do ovócito com o espermatozoide pode ocasionar a fertilização,


formando a primeira célula do novo ser vivo, chamada zigoto.

b ) C: blastômeros.

Depois de algumas horas, ela sofre a primeira clivagem, formando duas células
denominadas blastômeros.

c ) D: mórula.

As clivagens continuam e, quando um aglomerado de células chega ao útero,


recebe o nome de mórula.

d ) E: nidação; F: blastocisto.

Alguns dias após as primeiras clivagens ocorre a implantação no útero, um


fenômeno chamado nidação, quando o embrião já se encontra no estágio de
blastocisto.

20. a ) A quantidade de partos do tipo cesárea tem aumentado nos últimos


anos no Brasil.
b ) Nos serviços particulares de saúde, a quantidade de cesáreas é muito maior
do que a de partos normais. Comparando os dois gráficos, percebe-se que na
rede particular as cesáreas superam a média nacional.

c ) Resposta pessoal. Nos serviços particulares, tanto gestantes quanto


médicos optam pela cesárea, por causa da comodidade de se marcar uma data
e um horário adequado para ambos e porque muitas mulheres preferem esse
tipo de parto, já que, em geral, é mais rápido.

d ) Porque é um procedimento mais seguro para a mãe e o bebê; a


recuperação da mulher é mais rápida; há menos riscos de hemorragia e
infecções após o parto; nascem menos crianças prematuras; o aleitamento
materno ocorre antes; há menos índice de crianças que nascem com
alterações respiratórias, entre outros fatores.

21. Alternativa d.

22. Alternativa a.

23. Alternativa e.

24. Alternativa b.

25. Alternativa c.

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