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Responsabilidade Civil do Gestor Público / Diretor de Escola

Responsabilidade civil – obrigação de reparar o dano causado a alguém.

Art. 37, §6º da CRFB – A responsabilidade civil é objetiva - independe da prova da


existência do dano, do nexo de causalidade entre a ação e o dano e da culpa ou dolo da
sua conduta. O dano pode ser material ou moral.

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de


serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos
de dolo ou culpa.

Numa ação, o réu seria o município e, somente em futura ação de regresso o município
poderia buscar a responsabilidade individual.

Se um aluno, por exemplo, lança uma pedra em alguém que passa pela rua.

Estudantes, durante o horário do expediente, estão sob a guarda do poder público na


pessoa do gestor escolar.
Dever de:
- Proteção efetiva
- Garantia de Bem-estar
- Integridade física
- Vigilância
Art. 53, II do ECA – As crianças e os adolescente possuem o direito de serem
respeitados por seus educadores.

Responsabilidade por:
-ação
-omissão.

Ex omissão: Não comunicar suspeita de abuso / Não chamar o socorro adequado em


caso de acidente / Ausencia de informação aos pais sobre aulas extras, necessidade
de reforço, etc.
Ex ação: bullying / agressão entre alunos / Alunos que pulam o muro

 A obrigação governamental de preservar a intangibilidade física dos alunos,


enquanto estes se encontrarem no recinto do estabelecimento escolar, constitui
encargo indissociável do dever que incumbe ao Estado de dispensar proteção efetiva
a todos os estudantes que se acharem sob a guarda imediata do Poder Público nos
estabelecimentos oficiais de ensino. Descumprida essa obrigação, e vulnerada a
integridade corporal do aluno, emerge a responsabilidade civil do Poder Público pelos
danos causados a quem, no momento do fato lesivo, se achava sob a guarda,
vigilância e proteção das autoridades e dos funcionários escolares ressalvadas as
situações que descaracterizam o nexo de causalidade; material entre o evento
danoso e a atividade estatal imputável aos agentes públicos” (STF -1. a T. – RE – Rel.
Celso de Mello – j. 28.05.1996 – RT J 163/1108 e RT733/130).

• Aluno menor impúbere ferido por colega de escola quando se encontrava no lado
de fora da escola, junto ao portão de entrada, em horário anterior ao início das aulas.
Pedido de indenização por dano material, moral e estético. Inexistência de nexo de
causalidade entre o evento e a atuação do Poder Público por falta ou falha do serviço.
Sentença mantida. Recurso não provido: “O aluno ficou sob a guarda e vigilância do
estabelecimento de ensino, público ou privado, com direito de ser resguardado em
sua incolumidade física, enquanto estiver nas dependências da escola, respondendo
os responsáveis pela empresa privada ou o Poder Público, nos casos de escola
pública, por qualquer lesão que o aluno venha a sofrer, seja qual for a sua natureza,
ainda que causada por terceiro. Fora das dependências da escola, em horário
incompatível, inexiste qualquer possibilidade de se manter essa obrigação de
resguardo.” (TJSP-3.aC. Dir. Público- Ap. 41.419-5/0, Rel. Rui Stoco -j. 05.10.1999-
Voto 1.123/99).20 Alvaro Chrispino e Raquel S. P. Chrispino Ensaio: aval. pol. públ.
Educ., Rio de Janeiro, v. 16, n. 58, p. 9-30, jan./mar. 2008

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