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Economia Comportamental E1674855300
Economia Comportamental E1674855300
E FINANÇAS
PÚBLICAS
Economia Comportamental
Livro Eletrônico
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Economia Comportamental. . .......................................................................................................................................4
1. Economia Comportamental.. ...................................................................................................................................4
2. Heurística e Vieses Cognitivos............................................................................................................................8
3. A Percepção de Justiça. . ..........................................................................................................................................11
Resumo.................................................................................................................................................................................13
Questões de Concurso.................................................................................................................................................15
Gabarito...............................................................................................................................................................................20
Gabarito Comentado.....................................................................................................................................................21
Referências........................................................................................................................................................................37
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Apresentação
Tudo bem? E os estudos? Estude a matéria de economia com paciência. Sempre tente
aplicar o conteúdo em algum caso prático do seu cotidiano isso vai facilitar a compreensão
do material e vai ajudar na memorização. Eu gosto muito, também, de mapas mentais. Vou
deixar alguns ao longo da aula, mas recomendo fortemente que você faça os próprios ma-
pas mentais.
Você precisa estar preparado para a sua prova, então dê o seu melhor! Não é possível ir
para as provas sem ler esse material. Então, aproveite!
Esta aula vai cobrir os pontos, a seguir, do edital RECEITA FEDERAL e será extremamente
relevante para a compreensão da disciplina Economia e Finanças Públicas.
• 12. Economia comportamental: aversão à perda, comportamento de manada.
As referências bibliográficas estarão sempre presentes ao final do livro digital caso queira
consultar. Então, teremos um conjunto de aulas para esgotar o seu edital de Economia, bus-
cando sua sonhada aprovação. Colocarei questões de bancas de concursos anteriores, bem
como criarei questões inéditas para que você fique preparado para surpresas do examinador.
Trouxemos questões da banca CESPE-CEBRASPE por falta de encontrar outros materiais.
Também terão questões de outras bancas para diversificar o seu estudo. Perceba que o fun-
damental é compreender o conteúdo e testar o seu conhecimento e fazer apontamentos ao
longo do seu estudo. Isso vai significar que o seu estudo está sendo ativo. Lembramos aquilo
que somos protagonistas e isso significa explicar o conteúdo para si mesmo, confecção de
mapas mentais bem como a resolução de exercícios (mesmo que você erre, acredite!!).
Espero que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor: material
obrigatório! Então, fica ligado no curso Gran. Estou esperando as dúvidas no Fórum do Aluno!
Vamos começar?
Daisy Assmann.
@profadaisyassmann
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ECONOMIA E FINANÇAS PÚBLICAS
Economia Comportamental
Daisy Assmann
ECONOMIA COMPORTAMENTAL
1. Economia Comportamental
A economia, que costumava ser considerada o estudo da forma como os seres humanos
utilizam os recursos escassos para atender às suas necessidades infinitas, é vista hoje tam-
bém como o estudo das decisões humanas.
Uma vez que os vieses cognitivos são significativos quando as pessoas tomam decisões, a
economia se beneficiou das descobertas da psicologia. Isso ocorre porque compreender como
as decisões são tomadas ajuda a prever os processos de tomada de decisão. O entendimento
do funcionamento dos comportamentos pode aperfeiçoar as previsões dos economistas.
A AED usa o modelo tradicional de compreensão da escolha humana, ou seja, a teoria
da escolha racional, em que as pessoas buscam maximizar sua utilidade. Dessa forma, são
elaboradas previsões quanto ao comportamento humano, de modo que a ação prevista para
um agente racional é aquela que maximiza sua utilidade. Contudo, esse não é o tipo de com-
portamento humano necessariamente visto na prática. Ao perceber a discrepância entre o
comportamento das pessoas e a idealização da Teoria de Escolha Racional, Herbert Simon
cunhou o termo Racionalidade Limitada (Bounded Rationality) para descrever a racionalidade
humana que pode ser empiricamente verificada.
O termo mostra a diferença entre a perfeita racionalidade humana na teoria econômica e o
que é observado no comportamento humano. O problema não é o fato de as pessoas serem,
às vezes, conscientes e deliberadamente irracionais, mas sim o de que o seu conhecimento e
habilidade de cálculo não as permitem atingir um nível adequado de adaptação de meios a fins.
O foco do conceito de Racionalidade Limitada não é negar a capacidade de raciocínio
humano, ou afirmar que nossas decisões não são resultado de uma análise crítica, mas sim
ter uma compreensão mais realista da capacidade humana de obter e processar dados, e,
com base neles, tomar decisões que maximizem sua utilidade.
Não só as pessoas sem instrução, os ignorantes, seriam vítimas da racionalidade limitada.
Ainda que as pessoas sejam extremamente inteligentes ou especialistas em determinado
campo, às vezes elas são enganadas pelas próprias limitações racionais.
Ao contrário de significar que os seres humanos carecem de racionalidade, a racionalidade
limitada indica que o nosso sistema de pensamento é muito menos exato do que supomos
ser teoricamente, logo, a teoria da escolha racional deixa de explicar uma parte considerável
e relevante dos processos de tomada de decisão.
Podemos usar o seguinte exemplo para demonstrar como, ao fugirmos da racionalidade
ideal, costumamos nos afastar da transitividade: seguindo a lógica da transitividade, se você
prefere A a B e B a C, então preferirá A a C. Agora, proponho substituirmos A, B e C por itens
mais concretos. Se considerarmos que A é café, B chá e C chocolate quente, não seria de
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espantar que alguém, ao escolher entre café e chá, optasse pelo café, mas, ao escolher entre
chá e chocolate quente, preferisse o chocolate.
No entanto, ao escolher entre café e chocolate quente, essa pessoa decidisse beber o
café. Isso seria uma violação à transitividade, mas, provavelmente, não chamaríamos de irra-
cional a pessoa que tomou essa decisão. Amos Tversky criou uma teoria para explicar por
que aquilo ocorria, chamando-a de ‘Características de Similaridade’.
O autor defendia que, quando as pessoas comparam dois elementos e avaliam suas
semelhanças, elas estão, essencialmente, criando uma lista de características. Essas pecu-
liaridades são apenas o que elas percebem nos objetos. Eles somam as características que
podem ser percebidas nos dois objetos: quanto mais tiverem em comum, mais semelhantes
serão. Se diferirem, é porque têm poucas características em comum.
Alguns objetos possuem mais características perceptíveis que outros. Quando as pessoas
demonstravam preferência por café em relação ao chá, depois chá em relação ao chocolate
quente e, posteriormente, chocolate quente em relação ao café, elas não estavam comparando
duas bebidas de maneira completa. Bebidas quentes não estavam pontuadas em um mapa
mental como algo a uma distância fixa de algum ideal.
Eram conjuntos de qualidades. Essas qualidades poderiam ser mais ou menos perceptíveis;
sua relevância na mente dependia do contexto em que eram percebidas. A escolha influen-
cia o contexto: quando comparado ao chá, o café ressalta a cafeína; quando comparado ao
chocolate quente, o café ressalta o açúcar.
O que era válido para as bebidas também poderia ser aplicado às pessoas, às ideias, às
emoções. O que se pode tirar de maior relevância do trecho é que o processo de tomada de
decisão é muito mais complexo do que o modelo apresentado pela teoria da escolha racional.
Isto acontece porque o nosso modo de pensar não é progressivo de forma tão direta como
a transitividade nos faz crer.
Como a escolha é estruturada, o contexto e a maneira de apresentar as opções acabam
influenciando as pessoas (embora a teoria diga que isso não tem importância). Isso demonstra
que nem todas as nossas opções serão totalmente transitivas o tempo todo, como a teoria
da escolha racional costuma sustentar.
Contudo, isso não significa que a fuga da transitividade deva ser considerada uma forma
de irracionalidade. Em suma, é apenas um desvio da idealização criada pela teoria econômi-
ca. O grande problema é que, para termos previsões mais exatas, devemos considerar esses
desvios sistemáticos da realidade.
Em outras palavras, considerando que a economia é a ciência que estuda as escolhas
humanas, é importante compreender como erramos de maneira sistemática para saber como
decidimos e, assim, tomar decisões melhores ou, pelo menos, evitar escolhas ruins a todo mo-
mento. A economia comportamental surge como um recurso capaz de identificar a diferença
entre a teoria da escolha racional e o comportamento decisório humano realmente observado.
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Vamos ver como esse conteúdo cai nas provas de concurso? Boraaa!!!
A resposta é a letra e, pois esse é o conceito de economia como acabamos de ver nas nossas
notas de aula. A essência da economia é estudar a escassez. Vamos ver por que as outras
alternativas estão incorretas. A alternativa a aponta que a organização política não afeta as
atividades econômicas. Isso não é verdade. As decisões políticas afetam diretamente o desen-
volvimento das atividades econômicas.
A letra b fala que o problema central da economia é estudar como os recursos escassos são
alocados para gerar o maior produto possível e isso inclui a forma como esses bens e serviços
são distribuídos na sociedade.
A letra c aponta que para atender as nossas necessidades ilimitadas, a economia deve usar a
máximo de recursos possíveis. Na realidade, queremos otimizar o uso dos recursos e não usar
o máximo possível. Funciona como diz o jargão: mais com o mínimo possível.
A letra d apresenta o conceito de escassez de maneira incorreta. O emprego dos recursos es-
cassos na economia é um dos problemas centrais na economia.
Letra e.
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Efeito Certeza
O valor esperado é a média dos resultados possíveis, ponderada pelas suas probabilidades.
A utilidade de uma aposta é a média das utilidades dos possíveis resultados, ponderada pelas
suas probabilidades. A Teoria da Utilidade Esperada afirma que a utilidade é proporcional à
probabilidade de um evento ocorrer.
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Ou seja, quanto maior a probabilidade, maior a utilidade. Considera, também, que o aumento
de utilidade é o mesmo para cada alteração de probabilidade de valor equivalente. Aumentar
a probabilidade de ganhar R$ 1 milhão em 5 pontos percentuais oferece a mesma utilidade,
independentemente da faixa de probabilidade (0% a 5%, 5% a 10%, 15% a 20%…, 95% a 100%).
A Teoria da Perspectiva questiona o princípio de que as pessoas atribuem mais peso
às possibilidades conforme aumentam suas respectivas probabilidades, ao afirmar que a
mudança de 0% para 5% cria uma possibilidade inexistente. O Efeito Certeza ocorre quando
acontecimentos certos são mais considerados que os possíveis, com 95 – 100% de hipótese.
A preferência por ganhar US$ 910 mil dólares com total segurança em vez de apostar para
ganhar US$ 1 milhão com 95% de probabilidade exemplifica uma situação em que o efeito se
aplica (KAHNEMAN, 2012).
Efeito Reflexão
A Teoria da Perspectiva diz que os ganhos (acima do ponto de referência) e as perdas
(abaixo do ponto de referência) têm pesos diferentes. A concavidade da curva dos ganhos
indica aversão ao risco, porém a convexidade no domínio das perdas reflete propensão ao
risco, o que significa que as pessoas são avessas ao risco quando ganham e propensas ao
risco quando perdem, por serem, na verdade, avessas a perda. Esse viés recebeu o nome de
Efeito Reflexão.
Agora, trataremos do Efeito Isolamento, porém, antes, assista ao próximo vídeo e observe
um exemplo de como Kahneman e Tversky demonstraram a existência do Efeito Reflexão.
Efeito Isolamento
Segundo o modelo racional, deve-se avaliar todas as situações juntas e calcular as possibi-
lidades e probabilidades combinadas, pois escolhas vantajosas individualmente podem levar
a um resultado pior quando combinadas. O Efeito Isolamento, a não linearidade da Função
Hipotética de Valor da Teoria da Perspectiva e a tomada de decisões baseadas num ponto
de referência geram o viés.
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3. A Percepção de Justiça
A AED é, portanto, a aplicação de uma perspectiva eficiente às normas jurídicas. A supo-
sição é que a jurisprudência deve usar um critério para determinar se as normas e os precei-
tos legais facilitam ou atrapalham o uso eficiente dos recursos, segundo o custo-benefício.
Quando consideramos as normas pelo seu nível de facilitação no uso de recursos escassos,
estamos analisando consequências que terão impacto sobre toda sociedade.
A AED, portanto, está inclusa no que é reconhecido como ética consequencialista. Há limi-
tações claras ao seu uso. O modelo do agente racional explica tendências do comportamento
humano médio, mas não desvios fora da média. Entretanto, em alguns casos, essas exceções
à regra geral podem ser relevantes, seja em termos práticos, seja na análise das normas.
A incapacidade de grupos sociais para estimar o risco afeta a regulação do mercado de
seguros ou as regras de responsabilidade civil. Por isso, nos últimos anos, a Economia Com-
portamental tem surgido para, também, avaliar até que ponto alguns erros cognitivos podem
ter relevância na análise positiva e normativa do direito. A avaliação de custos e benefícios
deve-se a um contexto específico de preferências, que se traduz em um nível de bem-estar
dos agentes, medido pela utilidade que retiram da sua decisão, bem como das escolhas que
poderiam ter feito e não efetuaram (os custos de oportunidade).
A utilidade é bastante abrangente, incluindo bens materiais e imateriais (não mercantis)
como a alegria, o amor, etc. Não há uma medida exata, mas sim um conjunto de valores que
estabelece uma ordem nas escolhas. O bem-estar social é determinado pela contribuição
para o bem-estar dos indivíduos. Não há um critério único de agregação, sendo o utilitarismo
(a soma simples e não ponderada da utilidade individual) apenas uma das opções – talvez a
mais habitual e não menos polêmica.
Outra medida de bem-estar social é a utilidade para os indivíduos, segundo John Rawls.
A medida de bem-estar social é escolhida pelos critérios da eficiência e hierarquização das
utilidades. Costuma ser impossível aumentar a eficiência sem aumentar a desigualdade dis-
tributiva. O critério utilitarista é favorável à eficiência em detrimento da igualdade distributiva
(na verdade, é neutro em relação à distribuição); a sociedade estaria melhor se, geralmente,
atingisse um nível mais elevado de utilidade.
O critério rawlsiano é favorável à igualdade distributiva. A economia vê o Direito como
uma área que deve aumentar a produtividade, assim ajudando a melhorar a qualidade de vida
social. No entanto, do ponto de vista financeiro, o Direito não deve ser usado para ajustar
questões de distribuição ou diferenças sociais.
No entanto, deve estar associado a outras áreas de conhecimento para poder promover
elementos de distribuição. Mecanismos, como a política fiscal ou orçamentária, podem, por
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exemplo, corrigir esses aspectos com um custo social menor. As noções de justiça estão
normalmente ausentes quando nos referimos à eficiência.
No entanto, são bastante importantes na análise de problemas jurídicos, uma vez que são
muitas vezes usadas para fundamentar as normas jurídicas. Para a AED, o problema mais
relevante envolvendo a ideia de justiça é sua imprecisão em comparação à eficiência. A va-
riedade de critérios usados para definir justiça indica que não há um consenso na sociedade
sobre esse conceito.
O bem-estar agregado é o foco da economia, mas a inclusão de justiça é difícil. No en-
tanto, é relevante salientar que a ideia de justiça é importante para os dois níveis no modelo
econômico. Em primeiro lugar, no nível social, porque os sentimentos de justiça influenciam
a satisfação da sociedade.
Em segundo lugar, porque o conceito de justiça interfere no comportamento individual, atra-
vés de regras sociais ou de princípios psicológicos que influenciam as escolhas das pessoas.
Justiça e moralidade promovem bem-estar social. O princípio moral de não mentir ou enganar
promove relações sociais cooperativas e diminui a necessidade de uma estrutura coercitiva.
Há, contudo, conceitos de justiça e moralidade que não funcionam. A perspectiva eco-
nômica vê o direito como uma instituição que promove a eficiência e, assim, melhora o bem-
-estar social. Com o tempo, podemos inclusive dizer que o direito deve ser eficiente. Apesar
disso, essa ideia é bastante controversa, devido à grande variedade de sistemas jurídicos que
existem no mundo.
Claro que não há só um jeito eficaz, ou seja, podem existir várias soluções boas para a
mesma questão, de forma que sistemas bem diferentes podem ser tão eficientes quanto.
Mas há muitas regras jurídicas e institucionais que a perspectiva econômica não explica bem.
Existem diversos pontos do sistema legal que são claramente ineficientes.
Até que ponto a história do Direito realmente evoluiu para melhorar a qualidade de vida
da sociedade? O Direito é responsável, ou tem como consequência, melhorias sociais? Essas
são questões sem resposta, mas o importante agora é a sua aprovação!
São esses os principais temas de economia comportamental. Aprofundaremos as discus-
sões ao longo das próximas aulas. Por ora, capte essas informações, leia e releia o material e
vamos juntos à vitória. Se você gostou do material ou tem críticas, dá um feedback, bem
como poste suas dúvidas lá no fórum. Estou esperando você lá no Fórum! Estudaaaaa!!!!
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RESUMO
Nessa aula, você deve fixar os seguintes pontos:
• A AED usa o modelo tradicional de compreensão da escolha humana, ou seja, a teoria da
escolha racional, em que as pessoas buscam maximizar sua utilidade. Dessa forma, são
elaboradas previsões quanto ao comportamento humano, de modo que a ação prevista
para um agente racional é aquela que maximiza sua utilidade.
• Herbert Simon cunhou o termo Racionalidade Limitada (Bounded Rationality) para des-
crever a racionalidade humana que pode ser empiricamente verificada.
• Amos Tversky criou uma teoria para explicar por que aquilo ocorria, chamando-a de ‘Ca-
racterísticas de Similaridade’.
• Simon (1955) concluiu que as pessoas decidem com base em limites de racionalidade.
• A economia tradicional é fundamentada na ideia de que as pessoas são racionais e que,
se acontecerem eventos absurdos, agentes racionais os corrigem através da arbitragem.
• Arbitragem é comprar e vender o mesmo produto em dois mercados diferentes para lucrar
com a diferença de preço.
• Heurísticas são maneiras simplificadas de se ter opiniões e tomar decisões em momen-
tos de dúvida. Também chamados atalhos mentais, normalmente são úteis, mas podem
levar a erros que enviesam o processo decisório: os vieses cognitivos.
• Classificaram as heurísticas em três tipos:
− representatividade;
− disponibilidade; e
− ajuste/ancoragem (e seus vieses cognitivos).
• A heurística da representatividade é o processo pelo qual as pessoas avaliam as probabili-
dades de um evento ser originado por um determinado processo, com base na semelhança
entre eles ou em estereótipos. Um exemplo é atribuir uma maior probabilidade de uma
pessoa exercer uma função específica apenas por uma descrição simples de seu perfil.
• A heurística da disponibilidade é quando as probabilidades ou frequências são baseadas
na facilidade de se lembrar das ocorrências. Julgar que a chance de um sinistro é maior
logo após se ter ciência de um acidente caracteriza essa forma de raciocínio de maneira
adequada. Erros são inevitáveis quando se decide simplificada, como superestimar a
probabilidade de eventos facilmente memorizados ou construídos pelo raciocínio, ou
estabelecer uma correlação imprecisa entre eventos associados.
• A heurística de ajuste e ancoragem é uma forma de se chegar a um julgamento baseado
em uma referência (âncora), que pode ou não ter relação com os eventos envolvidos na
decisão. O preço inicial de um leilão influencia as ofertas seguintes, exemplificando essa
forma de avaliação.
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CEBRASPE (CESPE)/APC/FUNPRESP-EXE/INVESTIMENTOS/2022) No que se refere
à economia comportamental, planejamento tributário e planejamento sucessório, julgue o
seguinte consecutivo.
O entendimento do efeito manada, que ocorre na bolsa de valores quando os investidores passam
a tomar decisões seguindo os outros e desprezando os critérios de racionalidade econômica,
é dos problemas que a economia comportamental procura explicar.
002. (CEBRASPE (CESPE)/APC/FUNPRESP-EXE/INVESTIMENTOS/2022) Em determinado
experimento, o indivíduo precisa tomar decisões sobre loterias, de acordo com as perspectivas
de ganho e perda apresentadas a seguir.
• Perspectiva de ganho:
− situação A: ganho certo de R$ 250
− situação B: ganho de R$ 1.000 com probabilidade de 25% e chance de 75% de não
receber nada
• Perspectiva de perda:
− situação C: perda certa de R$ 750
− situação D: chance de 75% de ter uma perda de R$ 1.000 e chance de 25% de não
perder nada
A partir dessas informações, julgue o item a seguir, com base na teoria e nas hipóteses da
economia comportamental.
Os indivíduos possuem tendência de evitar perdas em vez de obter ganhos.
003. (CEBRASPE (CESPE)/APC/FUNPRESP-EXE/INVESTIMENTOS/2022) Em determinado
experimento, o indivíduo precisa tomar decisões sobre loterias, de acordo com as perspectivas
de ganho e perda apresentadas a seguir.
• Perspectiva de ganho:
− situação A: ganho certo de R$ 250
− situação B: ganho de R$ 1.000 com probabilidade de 25% e chance de 75% de não
receber nada
• Perspectiva de perda:
− situação C: perda certa de R$ 750
− situação D: chance de 75% de ter uma perda de R$ 1.000 e chance de 25% de não
perder nada
A partir dessas informações, julgue o item a seguir, com base na teoria e nas hipóteses da
economia comportamental.
Os indivíduos possuem função utilidade neutra ao risco; portanto serão indiferentes conside-
rando-se loterias com o mesmo payoff (resultado esperado).
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− situação D: chance de 75% de ter uma perda de R$ 1.000 e chance de 25% de não
perder nada
A partir dessas informações, julgue o item a seguir, com base na teoria e nas hipóteses da
economia comportamental.
No experimento em tela, o indivíduo terá tendência de aceitar a situação D.
007. (CEBRASPE (CESPE)/APC/FUNPRESP-EXE/INVESTIMENTOS/2022) A partir da com-
paração da teoria da economia comportamental com a teoria microeconômica clássica,
baseada na utilidade esperada das preferências sob risco ou mesmo na curva de indiferença
hicksiana, julgue o item a seguir.
Em experimentos comportamentais, os indivíduos tendem a escolher opções de loterias com
maior prêmio e valorizam mais loterias com maior probabilidade de ganho.
008. (CEBRASPE (CESPE)/APC/FUNPRESP-EXE/INVESTIMENTOS/2022) A partir da com-
paração da teoria da economia comportamental com a teoria microeconômica clássica,
baseada na utilidade esperada das preferências sob risco ou mesmo na curva de indiferença
hicksiana, julgue o item a seguir.
A reversão das preferências é um exemplo de anomalia comportamental relacionada à escolha
dos indivíduos.
009. (CEBRASPE (CESPE)/APC/FUNPRESP-EXE/INVESTIMENTOS/2022) A partir da com-
paração da teoria da economia comportamental com a teoria microeconômica clássica,
baseada na utilidade esperada das preferências sob risco ou mesmo na curva de indiferença
hicksiana, julgue o item a seguir.
Os indivíduos parecem conferir maior valor a um bem que eles possuem comparativamente ao
que não possuem.
010. (CEBRASPE (CESPE)/APC/FUNPRESP-EXE/INVESTIMENTOS/2022) Dois bens distin-
tos, x e y, mas de valores monetários aparentemente similares, são oferecidos a três grupos
formados aleatoriamente. No primeiro grupo, os participantes recebem o bem x; no segundo,
os participantes recebem o bem y; e, no terceiro, os participantes podem escolher, entre x e y,
qual bem eles desejam. Na sequência, pergunta-se aos participantes do primeiro e do segundo
grupos se eles desejam trocar os seus bens.
Tendo como referência essa situação, julgue o item a seguir.
Na situação em tela, a escolha entre os bens x e y será identicamente distribuída em todos
os grupos.
011. (CEBRASPE (CESPE)/APC/FUNPRESP-EXE/INVESTIMENTOS/2022) Dois bens distin-
tos, x e y, mas de valores monetários aparentemente similares, são oferecidos a três grupos
formados aleatoriamente. No primeiro grupo, os participantes recebem o bem x; no segundo,
os participantes recebem o bem y; e, no terceiro, os participantes podem escolher, entre x e y,
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qual bem eles desejam. Na sequência, pergunta-se aos participantes do primeiro e do segundo
grupos se eles desejam trocar os seus bens.
Tendo como referência essa situação, julgue o item a seguir.
Na possibilidade de o indivíduo ganhar dois tipos de presentes, x ou y, de valor aparentemente
igual, a forma como o direito de escolha entre os dois bens é apresentada é irrelevante para a
decisão do ponto de vista da economia comportamental.
012. (CEBRASPE (CESPE)/APC/FUNPRESP-EXE/INVESTIMENTOS/2022) Dois bens distin-
tos, x e y, mas de valores monetários aparentemente similares, são oferecidos a três grupos
formados aleatoriamente. No primeiro grupo, os participantes recebem o bem x; no segundo,
os participantes recebem o bem y; e, no terceiro, os participantes podem escolher, entre x e y,
qual bem eles desejam. Na sequência, pergunta-se aos participantes do primeiro e do segundo
grupos se eles desejam trocar os seus bens.
Tendo como referência essa situação, julgue o item a seguir.
Os indivíduos possuem tendência a permanecer com o bem que lhes foi dado inicialmente.
013. (CEBRASPE (CESPE)/PROC/PGE RO/2022) No que se refere à economia comporta-
mental, assinale a opção correta.
a) A heurística ancoragem revela como as pessoas avaliam a probabilidade de ocorrência de
um evento, com base nos registros já disponíveis na memória, evitando-se um viés cognitivo.
b) A influência e a intervenção no processo de escolha ocorrem por meio da restrição das op-
ções disponíveis.
c) Nudge é uma arquitetura de escolhas que pode resultar em alterações no comportamento
do indivíduo, sem prescindir da autonomia da vontade individual.
d) Intervenções econômicas feitas pelo agente público para alterar o comportamento da popu-
lação demonstram uma face paternalista necessária para o bem-estar da população.
e) Heurísticas dificultam o processo de tomada de decisão, especialmente em situações com-
plexas e com consequências de longo prazo.
014. (FCC/PROF B/SEDU ES/ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO/FILOSOFIA/2022) As
ciências que investigam o ser humano nas suas mais diversas manifestações, denominadas
ciências humanas, deparam-se com dificuldades específicas pelo fato de elas terem, ao mes-
mo tempo, o sujeito e o objeto das pesquisas. Nas ciências da natureza elementos subjetivos
podem também interferir, seja no método, seja nos resultados a alcançar e tenta-se, talvez
com mais facilidade, superar este aspecto. Já nas ciências humanas, há mais dificuldades.
A afirmação que está de acordo com as dificuldades metodológicas das ciências humanas
apresentadas no livro Filosofando pelas autoras ARANHA & MARTINS (2009) é:
a) Complicações insuperáveis nos fenômenos humanos; proibição total de experimentações
com pessoas; características apenas qualitativas dos fenômenos.
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Economia Comportamental
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Economia Comportamental
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GABARITO
1. C
2. C
3. E
4. E
5. E
6. C
7. E
8. C
9. C
10. E
11. E
12. C
13. c
14. b
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Economia Comportamental
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GABARITO COMENTADO
001. (CEBRASPE (CESPE)/APC/FUNPRESP-EXE/INVESTIMENTOS/2022) No que se refere
à economia comportamental, planejamento tributário e planejamento sucessório, julgue o
seguinte consecutivo.
O entendimento do efeito manada, que ocorre na bolsa de valores quando os investidores passam
a tomar decisões seguindo os outros e desprezando os critérios de racionalidade econômica,
é dos problemas que a economia comportamental procura explicar.
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Economia Comportamental
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Perspectiva de ganho
Situação A: VE(A) = R$ 250,00
Situação B: VE(B) = 1000 × 0,25 + 0 x0,75 = R$ 250,00
Perspectiva de perda (sinalizemos com um sinal negativo de perda)
Situação C: VE(C) = — R$ 750,00
Situação D: VE(D) = 0,75 x (-1000) + 0,25 × 0 = — R$ 750,00
De acordo com a Microeconomia tradicional, as pessoas não deveriam ter preferência entre as
opções A e B ou C e D, uma vez que o resultado esperado é o mesmo. A economia comporta-
mental demonstrou que, dependendo da situação, as pessoas apresentam um comportamento
diferente do habitual, o que seria um comportamento racional.
Sobre o item da questão:
Uma das características identificadas no comportamento econômico é a aversão à perda. E é
isso que o examinador nos traz neste item. Essa característica é definida como: os indivíduos
possuem tendência de evitar prejuízos em vez de obter lucros.
Certo.
No modelo original da teoria do consumidor, as opções dos clientes são racionais. Já no es-
tudo da economia comportamental, analisa-se como as pessoas fazem as suas escolhas no
mundo real!
Dois contextos estão presentes neste experimento: um deles, positivo, apresentado sob a ótica
de ganho, e o outro, negativo, sob a perspectiva de perda.
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A partir dessas informações, julgue o item a seguir, com base na teoria e nas hipóteses da
economia comportamental.
As preferências dos indivíduos são completas e transitivas.
Enquanto no modelo básico da teoria do consumidor as escolhas dos consumidores são racio-
nais, no estudo da economia comportamental estuda-se como os indivíduos fazem escolhas
no mundo real!
Temos dois contextos nesse experimento, o contexto positivo apresentado sob a perspectiva
de ganho e o contexto negativo, apresentado sob a perspectiva de perda.
Analisemos o Valor Esperado de cada situação:
Perspectiva de ganho
Situação A: VE(A) = R$ 250,00
Situação B: VE(B) = 1000 × 0,25 + 0 x0,75 = R$ 250,00
Perspectiva de perda (sinalizemos com um sinal negativo de perda)
Situação C: VE(C) = – R$ 750,00
Situação D: VE(D) = 0,75 x (-1000) + 0,25 × 0 = – R$ 750,00
Diante da Microeconomia tradicional, os indivíduos deveriam ser indiferentes entre as escolhas A
e B e a C e D, visto que o resultado esperado é o mesmo. Contudo, a economia comportamental
demonstrou que a depender da situação os indivíduos apresentam comportamento destoante
do tradicional, seria um comportamento não racional.
Vamos ao item:
Como exposto no parágrafo anterior, era de se esperar que os indivíduos fossem indiferentes
entre as loterias por apresentarem o mesmo payoff. Contudo, no estudo da economia compor-
tamental o efeito de contexto, também denominado frame, nos diz que a depender da forma
apresentada uma opção ao indivíduo ele terá diferentes escolhas.
Vejamos nesse caso, no contexto positivo, a economia comportamental diz que os agentes
tendem a escolher a opção A ao invés da B; mas na comparação no contexto negativo, a maioria
escolhe D em vez de C, ainda que os resultados esperados sejam os mesmos.
Aparentemente um resultado certo positivo se torna mais atraente do que uma probabilidade
de ganho. E aparentemente no contexto negativo, o indivíduo já está perdendo, então ele tende
a escolher algo que lhe dê uma chance de um resultado diferente, embora vejamos que o valor
esperado SEJA O MESMO!!
Logo, os indivíduos não são indiferentes entre loterias com o mesmo payoff. Como não são
indiferentes entre opções ditas iguais, os experimentos comportamentais violam os axiomas
da preferência do consumidor.
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Uma das razões da violação se chama reversão de preferências e veremos com mais detalhe
adiante nessa mesma prova, os comportamentais comprovaram que indivíduos possam fazer
uma escolha e no momento seguinte fazerem uma escolha inversa.
As preferências comportamentais nos experimentos não podem ser consideradas completas
e transitivas.
Errado.
No modelo original da teoria do consumidor, as escolhas são racionais. Enquanto isso, no estu-
do da economia comportamental, estuda-se como as pessoas fazem escolhas no mundo real!
Há dois contextos nesse teste, o contexto positivo, apresentado sob a perspectiva de obter algo,
e o contexto negativo, apresentado sob a perspectiva de perder algo.
Analisemos o Valor Esperado de cada situação:
Perspectiva de ganho
Situação A: VE(A) = R$ 250,00
Situação B: VE(B) = 1000 × 0,25 + 0 x0,75 = R$ 250,00
Perspectiva de perda (sinalizemos com um sinal negativo de perda)
Situação C: VE(C) = – R$ 750,00
Situação D: VE(D) = 0,75 x (-1000) + 0,25 × 0 = – R$ 750,00
De acordo com a Microeconomia tradicional, as pessoas não deveriam ter preferência entre
as opções A e B ou C e D, uma vez que o resultado esperado é o mesmo. A economia compor-
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No modelo original da teoria do consumidor, as escolhas são racionais. Enquanto isso, no estu-
do da economia comportamental, estuda-se como as pessoas fazem escolhas no mundo real!
Há dois contextos nesse teste, o contexto positivo, apresentado sob a perspectiva de obter algo,
e o contexto negativo, apresentado sob a perspectiva de perder algo.
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No modelo original da teoria do consumidor, as escolhas são racionais. Enquanto isso, no estu-
do da economia comportamental, estuda-se como as pessoas fazem escolhas no mundo real!
Há dois contextos nesse teste, o contexto positivo, apresentado sob a perspectiva de obter algo,
e o contexto negativo, apresentado sob a perspectiva de perder algo.
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Os entrevistados que escolheram a loteria A, foram questionados qual seria o valor mais baixo
para vender a cartela. Em seguida, também questionaram os que escolheram a opção B. As
rupturas de paradigma surgiram ali! A maioria solicitou mais grana para abdicar da aposta B do
que da A, pois, para eles, a B tinha mais valor que a A.
Os sujeitos em experiências de comportamento mostram, dessa forma, que valorizam mais
loterias com maior recompensa!
Errado.
o modelo original da teoria do consumidor, as escolhas são racionais. Enquanto isso, no estudo
da economia comportamental, estuda-se como as pessoas fazem escolhas no mundo real!
Há dois contextos nesse teste, o contexto positivo, apresentado sob a perspectiva de obter algo,
e o contexto negativo, apresentado sob a perspectiva de perder algo.
Analisemos o Valor Esperado de cada situação:
Perspectiva de ganho
Situação A: VE(A) = R$ 250,00
Situação B: VE(B) = 1000 × 0,25 + 0 x0,75 = R$ 250,00
Perspectiva de perda (sinalizemos com um sinal negativo de perda)
Situação C: VE(C) = – R$ 750,00
Situação D: VE(D) = 0,75 x (-1000) + 0,25 × 0 = – R$ 750,00
De acordo com a Microeconomia tradicional, as pessoas não deveriam ter preferência entre
as opções A e B ou C e D, uma vez que o resultado esperado é o mesmo. A economia compor-
tamental mostrou que, dependendo da situação, as pessoas apresentam um comportamento
diferente do habitual, o que não seria racional.
Vamos ao item:
Como era de se esperar, os indivíduos não mostraram preferência entre as loterias, uma vez
que os prêmios oferecidos eram idênticos. O estudo da economia comportamental revela que
o contexto em que uma opção é apresentada a um indivíduo pode influenciar sua escolha.
Em termos de economia comportamental, os agentes tendem a escolher a opção A ao invés
da B em contextos positivos; mas, em contextos negativos, a maioria escolhe D em vez de C,
apesar de os resultados esperados serem os mesmos.
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Recentemente, um resultado certo positivo se torna mais atraente que uma probabilidade de
ganho. Aparentemente, no contexto negativo, o indivíduo já está perdendo, então ele costuma
escolher algo que lhe dê uma chance de um resultado diferente, embora vejamos que o valor
esperado seja o mesmo!
Vamos ao item!
É o oposto! Em testes de comportamento, as pessoas costumam escolher opções de loteria
com maiores chances de ganhar e dão mais valor para aquelas com o maior prêmio.
Vamos à explicação:
Nos anos 1970, Sarah Lichtestein e Paul Slove realizaram vários experimentos de comporta-
mento para explicar como as pessoas tomam decisões no mundo real, diferentemente do que
é preconizado pela teoria microeconômica tradicional das preferências dos consumidores.
Os pesquisadores apresentaram apostas diferentes para os indivíduos. A aposta A tinha ganhos
praticamente garantidos, enquanto a B era mais arriscada. Vamos montá-las:
A: 97% de ganhar $10 e 3% de ganhar nada. Valor Esperado: 0,97*10 + 0,03*0 = $9,70
B: 37% de chances de ganhar $30 e 63% de ganhar nada. Valor esperado: 0,37*30 + 0,63*0 = $11,10
A grande maioria dos participantes optava pela opção A, pois tinha uma chance praticamente
garantida de ganhar! Embora possamos observar que a opção B tem um valor esperado (payoff)
mais alto.
Em experimentos, as pessoas escolhiam opções de loteria com mais chances de ganhar.
Os participantes que escolheram a loteria A foram questionados qual seria o preço mais baixo
para vender essa loteria. Em seguida, também questionaram os que escolheram a opção B. As
rupturas de paradigma surgiram ali! A maioria solicitou mais grana para abrir mão da aposta B
do que da A, pois, para eles, a B tinha mais valor que a A.
Os sujeitos em experiências de comportamento mostram, dessa forma, que valorizam mais
loterias com maior recompensa!
Essa particularidade dos seres humanos de preferirem a opção A e, logo após, a opção B foi
denominada de reversão das preferências.
Certo.
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No modelo original da teoria do consumidor, as opções dos clientes são racionais. Já no es-
tudo da economia comportamental, analisa-se como as pessoas fazem as suas escolhas no
mundo real!
O estudo da economia comportamental identificou três grandes distorções: o efeito framed, o
efeito posse e a reversão das preferências.
O item descreve o efeito posse.
Esse experimento caracteriza-se da seguinte forma.
Divido os alunos em dois grupos. Ao primeiro, entrego uma caneca com o logo da universida-
de estampado. Já ao segundo, entrego uma camisa com a mesma imagem. Embora os dois
produtos sejam comercializados pelo mesmo valor, os alunos não foram informados sobre
isso. Então, pergunto a eles quanto estariam dispostos a pagar pelas canecas e pelas camisas,
respectivamente.
Aqueles que receberam a caneca atribuíram um preço maior a ela do que à camisa e vice-versa.
Essa característica das preferências dos indivíduos serem influenciadas pelas suas dotações
iniciais, ou seja, do objeto que eles receberam, é inicialmente denominada efeito posse e con-
trária à teoria padrão do consumidor.
Assim, os indivíduos parecem conferir maior valor a um bem que eles possuem comparativa-
mente ao que não possuem.
Certo.
No modelo original da teoria do consumidor, as opções dos clientes são racionais. Já no es-
tudo da economia comportamental, analisa-se como as pessoas fazem as suas escolhas no
mundo real!
O estudo da economia comportamental identificou três grandes distorções: o efeito framed, o
efeito posse e a reversão das preferências.
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Essa particularidade de as preferências dos consumidores serem afetadas pelos produtos que
recebem, ou seja, o objeto que eles adquiriram, é inicialmente chamada de efeito posse e con-
traria a teoria convencional do consumidor.
No entanto, como os bens são mostrados pode variar segundo o contexto apresentado. Pode
ser um contexto positivo, apresentado sob a perspectiva de ganho, ou um contexto negativo,
apresentado sob a perspectiva de perda.
Era de se esperar que os indivíduos fossem indiferentes entre as loterias por apresentarem o
mesmo payoff. O efeito de contexto, ou framed, é importante na economia comportamental:
como uma opção é apresentada ao indivíduo influencia sua escolha.
Portanto, se a pessoa puder receber dois tipos de presentes, x ou y, de valor aparentemente
equivalente, como ela tem a opção de escolher entre os dois bens é relevante para a decisão
do ponto de vista da economia comportamental.
Errado.
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Um exemplo para você não ter dúvidas, foi o teste que fizeram no aeroporto da Holanda, colo-
cando uma mosca desenhada no urinol. Isso incentivava os homens a acertarem a mosca com
a urina, reduzindo a quantidade de sujeira no chão! Fantástico, não é mesmo?
d) Errada. Intervenções econômicas feitas pelo agente público para alterar o comportamento
da população demonstram uma face paternalista necessária para o bem-estar da população.
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As intervenções, como os nudges, não são paternalistas. Eles têm objetivo de mercado. No
exemplo do urinol, a diminuição com produtos de higiene tem objetivo comercial.
e) Errada. Heurísticas dificultam o processo de tomada de decisão, especialmente em situações
complexas e com consequências de longo prazo.
A Heurística é oriunda do grego, que significa encontrar. As heurísticas são como atalhos
mentais que permitem que o cérebro tome decisões rapidamente, em uma situação de pouca
informação ou tempo.
Diante do exposto, o gabarito é a letra c.
Letra c.
A letra b é a resposta correta. Ao contrário das Ciências Naturais e das Exatas, há particularida-
des próprias ao estudo das Ciências Humanas. Estas especificidades foram bem apresentadas
na letra B da questão.
Analisando as demais alternativas:
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REFERÊNCIAS
FLATICON. Banco de ícones livres. Disponível em: https://www.flaticon.com/br/. Acesso em:
08 jan. 2022.
WHEELAN, Charles. Economia: O que é, para que serve, como funciona. Editora
Schwarcz-Companhia das Letras, 2018.
PORTO, Antônio M.; GAROUPA, Nuno. Curso de Análise Econômica do Direito. [Digite o Local
da Editora]: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9786559771394. Disponível em: https://integrada.
minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559771394/. Acesso em: 25 jan. 2023.
FUX, Luiz. Processo Civil e Análise Econômica. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2020.
E-book. ISBN 9788530991999. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/
books/9788530991999/. Acesso em: 25 jan. 2023.
Daisy Assmann
Economista pela UnB, mestre e doutora em Economia pela Universidade Católica de Brasília. Aprovada em
vários concursos, dentre eles, na Defensoria Pública da União em 2012, onde atua exercendo a função de
coordenadora de planejamento e acompanhamento financeiro.
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