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Mecanismos de evitação de Descrição Frase síntese

contato

Introjeções São o que “eu engoli, sem “Ele existe, eu não.


mastigar bem ou sem digerir”.
Algumas delas me são Abro mão da minha
necessidade”
necessárias para viver em
sociedade: aprendi que se
deve respeitar o bem de
outro, chegar na hora
marcada para uma reunião,
não gritar na rua... Mas
“introjetei” também que não
devo masturbar-me (sabe-se
hoje que esse é um meio
normal de despertar a
sexualidade), que devo calar-
me e conformar-me às ideias
de meus pais e mestres – ao
preço de frear toda evolução!
E por que não manifestar-me,
em minha especificidade e
com assertividade
(comportamento daquele que
se afirma através das
“asserções”, sem timidez nem
fanfarrice excessivas, com seu
justo valor e no momento
oportuno)? De fato, muitas
introjeções de minha infância
pesam inutilmente em vez de
facilitar-me a vida na
liberdade”.

Confluência É patológica se não existir “Nós existimos, eu não”.


mais a fronteira eu e o outro:
se minha mulher me
acompanha ao match de
rugby e eu vou sempre
caminhar com ela, a nossa
união se torna uma “fusão”,
onde ninguém mais sabe
quem quer o quê. Pelo
contrário, ela continua sã se
eu compartilho o entusiasmo
de minha equipe esportiva,
alegria familiar de um
aniversário, a luta comum de
meu partido político. Mas esta
confluência sã não se deve
ultrapassar o quadro
estabelecido: há
“derrapagem” se eu voto
como o capitão da minha
equipe de futebol, se meu
partido político me impõe um
uniforme cotidiano ou se
obedeço cegamente ao guru
de uma seita

Retroflexão Consiste em “abafar” ou “Ele existe em mim”


deixar de exprimir meus
sentimentos ou pulsões: por
exemplo, meu desejo ou
minha cólera. Sofro a
situação, “cerrando os
dentes” e acabo por
“somatizar” essas
contrariedades: vou “acabar
contraindo uma dor de
estômago, se não chegar a
uma úlcera ou até um câncer.
(....) Não obstante é evidente
que a retroflexão muitas
vezes é apropriada e
necessária: reter um
movimento de humor contra
meu patrão pode ser mais útil
do que nocivo, controlar meu
desejo de pegar alguma coisa
numa exposição ou de
assediar uma charmosa
passante são retroflexões
sadias, que reconhecem o
lugar do outro e favorecem a
vida social

Projeção Consiste em atribuir ao outro “Eu existo, o outro eu crio”.


o que me diz respeito (muitas
vezes para desembaraçar-me
de algo inconscientemente):
“Você está parecendo
nervoso esta noite” oculta
talvez minha própria
contrariedade, assim como
“Estou certo de que você
ainda vai dizer que ...”
Atribuímos assim
freqüentemente ao outro,
sem o saber, nossos próprios
estados de espíritos, nossos
desejos ou nossos temores.
Entretanto, a projeção sadia
nos permite compreender o
outro, prever seu
comportamento e, desta
forma, ela nutre toda relação:
“Vou oferecer-lhe isto e acho
que você vai gostar”

Deflexão é uma evitação, um desvio do “Nem ele nem eu existimos”.


meu desejo ou da minha
necessidade. “Retroflecti”
minha cólera contra meu
superior hierárquico e,
voltando para casa, eu a
“deflecti” entregando-me a
excessos de velocidade,
depois gritando com meus
filhos, sem razão suficiente. .
Alguém me fez uma pergunta
pessoal incômoda, eu
“deflecti” por uma piada para
escapar da resposta, ou talvez
por um discurso
generalizador. Porém, mais
uma vez a deflexão pode
muitas vezes ser útil quando
serve para evitar que se crie
um conflito: eu começo a falar
de outra coisa ou “me
lembro” de repente de um
telefonema urgente, para
escapar de um problema
delicado – que prefiro abordar
mais tarde, em melhores
condições .

Proflexão é um termo introduzido “Eu existo nele”.


recentemente. Como seu
nome indica provém da
mescla de dois mecanismos
anteriormente citados: a
retroflexão e a projeção. È um
mecanismo muito sutil. O
proflector tenta conseguir dos
outros, determinadas ações a
seu favor. Consiste em fazer
ou dizer ao outro o que
gostaria que este lhe fizesse
ou dissesse. È uma mensagem
indireta ao interlocutor,
provavelmente com a
intenção inconsciente de que
ele faça comigo o que eu faço
com ele (Martín 2008, p.123)

Isto quer dizer que


adulamos para sermos
adulados somos amáveis e
simpáticos com as pessoas
que não conhecemos para
sermos tratados da mesma
maneira por elas. Com este
mecanismo tratamos de frear
supostas agressões ou
desqualificações, ao mesmo
tempo em que propiciamos
que nos aceitem e sejam
amáveis conosco. É uma
forma de sedução mais ou
menos encoberta, que
procura evitar confrontos
negativos. O lado negativo
deste mecanismo é que ele
evita que o contato se realize
natural e espontânea, e faz
que se realize de maneira
sinuosa e indireta.
Dessensibilização Processo pelo qual me sinto “Não sei se existo”
entorpecido, frio diante de
um contato, com dificuldade
para me estimular. Sinto uma
diminuição sensorial no
corpo, não diferenciando
estímulos externos e
perdendo o interesse por
sensações novas e mais
intensas.

Fixação Processo pelo qual me apego “Parei de existir”


excessivamente a pessoas,
ideias ou coisas e, temendo
surpresas diante do novo e da
realidade, sinto-me incapaz
de explorar situações que
flutuam rapidamente,
permanecendo fixado em
coisas e emoções sem
verificar as vantagens de tal
situação. Tenho medo de
correr riscos.

Tabela 1. Quadro dos mecanismos de evitação de contato (GINGER, 1995; MARTÍN, 2008;
RIBEIRO

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