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INCLUSÃO DO JOVEM AUTISTA EM AMBIENTES VIRTUAIS DE

APRENDIZADO SEM A UTILIZAÇÃO DO MATERIAL ADPTADO.

Por: Ezequiel Zacarias

Eixo temático: Autoconhecimento e Autocuidado

INTRODUÇÃO:

Em tempos de isolamento social, nossas relações passaram a ser virtual


e menos vivencial, o toque reduziu e a troca de olhares também diminuiu. Se
não fossem os recursos digitais, seria muito mais complicado lidar e se
adaptar, no que condiz a estreitamentos familiares, aquisição de conhecimento
profissional, troca relacionais e ansiedade.
Uma pessoa com autismo não realiza muitas interações sociais e
algumas situações não chamam tanto a sua atenção. Ela apresenta alterações
sensoriais que afetam sua ida a festividades, contatos e a trocas sociais
intensas. Isso era “forçado” e sua reação era atípica, mas, com condutas
manejadas, a melhora comportamental aparecia e falando como um educador
leigo creio que tal fato (pelo menos com a experiência que tive) abre maiores
possibilidade de interação remota sem a interferência do presencial.
Autoconhecimento e Autocuidado, que se refere a: “Conhecer-se,
apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo- se na
diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com
autocrítica e capacidade para lidar com elas, foi numa destas situações e
utilizando dos ferramentais deste eixo temático que me deparei com um jovem
aprendiz portador do autismo em uma aula corriqueira de informática básica
com duração de cinco dias perfazendo 20 horas semanais.
Nesta situação real ao qual fui submetido como educador ao
autocuidado. Portanto, me proporcionou maior qualidade de vida, pois
fortaleceu minha autoestima, minha autoconfiança e a aprimorou a minha
capacidade de tomar decisões frente aos desafios da sala de aula, E há convir
que este desafio foi muito gratificante, ao qual me permitiu fazer uma serie de
pesquisas para fazer a inclusão deste jovem no ambiente virtual remoto de
aprendizado para o mesmo nao se sentir excluído frente aos colegas de classe
e, também para absolver com qualidade as aulas, para uma melhor construção
de conhecimento para o mesmo aplicar em seu ambiente profissional.
Saliento que toda esta adaptação e este autoconhecimento não foi pelo
fato de especialização ou capacitação profissional e sim argumentando e
questionando uma amiga que possuiu dois filhos na condição de autismo, e
esta situação que relato aqui, justamente para expor como eu fiz e o ótimo
resultado obtido. Pontuo nesta introdução que há vários níveis de autismo e
ante a ser uma experiência objetiva englobando o todo, foi sim uma experiência
subjetiva visando uma única pessoa.

A COMUNICAÇÃO/LINGUAGEM O JOVEM AUTISTA:

Encontrei dificuldade com o jovem, mesmo oralizado, em entender as

comunicações e se fazer entendido. Houve uma dificuldade específica em me

fazer entender a ele com metáforas, mensagens subliminares, piadas e

linguagem corporal. Ou seja, questões de abstração, inferência, coerência

central, flexibilidade e planejamento são devem ser alterados senão irao

atrapalhar nas trocas, diálogos e entendimento do ambiente.

Um exemplo clássico disto é que houve uma dificuldade do jovem autista

de entender que mesmo estando em casa direto às aulas remotos de

aprendizado era um extensão de seu trabalho, e que a figura do educador não

era sustentada em bate papos aleatórios, como ele fazia parecer. Com muita

calma deve o deixar falar sem interromper para depois pedir a palavra,

solicitando que o mesmo respeite o seu tempo e de seus colegas.

RESULTADOS OBSERVADOS:

A seguir vou apresentar metodologia que usei como forma de trabalhar


essa inclusão desse aluno. Sempre bom reiterar que não sou especialista
estou aqui apenas relatando uma experiência e que a meu ver fui muito feliz e
que deu resultado esperado, que era de transmitir conhecimento e o dele de
absolver o mesmo:
 Pensei em regulação de tempo, ou seja, quanto tempo esse aluno suporta
em frente à plataforma? Ele se concentra? Para isso, pude adequar a
participação já no início da aula.

 Ofereci diariamente o contato individual comigo como professor para melhor


auxiliar quanto às tarefas – a quantidade de tempo vai variar de acordo com
cada jovem, este em especial foi dentro das atividades propostas.

 Alinhei com a mãe do jovem uma tabela de estudo do material de apoio e de


atividades um pouco mais lúdicas;

 Preparei materiais estruturados e adaptados de acordo com a necessidade


do jovem, porem para que pudesse alcançar o conteúdo específico utilizei o
mesmo para os demais jovens.

 Criei redes de apoio entre os colegas para que o aluno com autismo
pudesse estar, de certa forma, inserido no grupo. Montei salas menores de
aula com mais cinco colegas, por exemplo.

 Uma ideia e muito boa: após a chamada inicial entrei em contato e alinhei as
dificuldades junto ao jovem, oferecendo suporte na realização das
atividades.

 A avaliação das atividades necessitou de adequação e tempo ampliado para


realizar na plataforma.

CONCLUSÃO:

Ensino em casa ainda não é uma realidade em nosso país, o máximo

que o educador pode executar é tentar ensinar remotamente e com paciência o

jovem portador do autismo, que em sua grande maioria, em normalidade

escolar e de inclusão ao mercado de trabalho, não levariam atividades para

casa, todos os exercícios seriam feitos em sala de aula ou em sala de recurso.

Portanto, nesse momento, é preciso ter apoio e dar apoio e a hipótese mais

coerente seria orientar à família, para que consigam auxiliar o seu filho.
Seguir o ritmo do jovem portador de autismo, tentar estabelecer o

horário, manter a rotina e iniciar as atividades, dando tempo para execução,


mesmo porque no ambiente de aprendizagem, este jovem não executara todas

as atividades propostas no mesmo dia, as vezes uma mesma atividade precisa

ser reforçada várias vezes durante a semana não chegando a mais de três ou

quatro atividades funcionais e de qualidade.

Se o jovem for agitado, dar um espaço de tempo é fundamental.

Observar, e ver se está sendo funcional e prazeroso a execução das atividades

como também o conteúdo ministrado, faça uma de cada vez se for o caso e vá

riscando as que ele (a) consegue executar de forma funcional e com qualidade

e só aí passe para a outra. Jovens autistas dependem do nível de

comprometimento que eles (as) possuem. Pois dentro do aprendizado

deveríamos avaliar este jovens de forma pontual e não por execução de


avaliação por nota . Isso também vale para o ensino remoto domiciliar.

E não se esqueça, mais do que ensinar o aluno autista o mais

importante nesse momento é incluí-lo nas atividades, sentir prazer na execução

delas e também reconhecer quando não estiver preparada (o), dar o tempo

para absorver e se preparar, e só então começar. Realizar todas atividades no

ritmo dele.

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