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INSUFICIÊNCIA Quando tal mecanismo compensatório não

consegue mais manter a perfusão tecidual


adequada, as propriedades do volume sistólico
CARDÍACA CONGESTIVA devem ser ajustadas para manter o DC. Na ICC,
Slide: Sávia Nobre cujo principal problema é a lesão e a falência das
fibras musculares miocárdicas, o VS está
comprometido, e o DC normal não pode ser
1. DEFINIÇÕES mantido.

É a incapacidade cardíaca em bombear sangue O VS, ou seja, a quantidade de sangue bombeada


insuficiente para atender às necessidades a cada contração, depende de três fatores:
teciduais de oxigênio e nutrientes, ou só o faz à
PRÉ-CARGA CONTRATILIDADE PÓS-CARGA
custa de aumento de pressão de enchimento
(pressão diastólica final). A quantidade de Significa a alteração na Indica a
sangue que enche força de contração, que quantidade de
O termo ICC é usado, habitualmente, quando se o coração é ocorre em nível celular pressão que o
diretamente e está relacionada às ventrículo
refere à falência das câmaras cardíacas direita
proporcional à alterações no necessita produzir
e/ou esquerda. O mecanismo da ICC envolve o pressão criada pelo comprimento da fibra para bombear o
comprometimento das propriedades contráteis do comprimento das miocárdica e nos níveis sangue contra o
fibras miocárdicas de cálcio gradiente de
coração, o que leva a um débito cardíaco (DC) estiradas pressão criado
menor do que o normal. pela resistência
da arteríola
DC = FC x VS
Na ICC, qualquer um (ou mais) destes três fatores
Débito cardíaco (DC) é uma função da frequência pode ser alterado com o DC diminuído. A relativa
cardíaca (FC) vezes o volume sistólico (VS). facilidade na determinação de medidas
hemodinâmicas por meio de procedimentos
2. CURIOSIDADES
invasivos de monitorização tem facilitado o
diagnóstico de ICC e a implementação de uma
A Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) é uma
efetiva terapia farmacológica.
síndrome crônica e progressiva. É uma doença de
caráter sistêmico e está associada a readmissões
4. ETIOLOGIA
hospitalares, a baixa qualidade de vida, risco de
mortalidade precoce e que gera altos custos para o
DISTÚRBIOS DO MÚSCULO CARDÍACO
SUS.
A ICC ocorre mais comumente com distúrbios do
Afeta de 1,5 a 2% da população mundial e sua músculo cardíaco, que provocam redução nas
incidência vem aumentando nas últimas três propriedades contráteis do coração.
décadas e tem maior prevalência em:
As condições subjacentes que comumente causam
● Mulheres; anormalidades da função muscular são:
● 70% são hipertensos; aterosclerose coronária, HAS e doença muscular
● Idade média acima dos 60 anos; inflamatória ou degenerativa.
● Histórico de doença arterial coronária.
OUTRAS DOENÇAS CARDÍACAS
Apesar dos benefícios alcançados com a evolução A ICC pode ser consequência de doenças
no tratamento da IC, essa síndrome ainda é cardíacas que afetam o miocárdio apenas
responsável por altas taxas de mortalidade e pela secundariamente.
diminuição da capacidade funcional de seus
portadores. Os mecanismos envolvidos são: obstrução do fluxo
sanguíneo pelo coração (estenose de uma valva),
3. COMO ACONTECE incapacidade do coração de se encher de sangue
(tamponamento pericárdico, pericardite) ou
A frequência cardíaca é uma função do sistema esvaziamento anormal do coração (insuficiência
autônomo. Quando o DC diminui, o SNS acelera a das valvas).
frequência do coração, com o fim de manter um
DC adequado.
FATORES SISTÊMICOS ● Ocorre nas condições que exigem maior
O aumento da taxa metabólica (febre…), a hipóxia trabalho cardíaco para manter a taxa
e a anemia exigem maior DC para satisfazer às metabólica (tireotoxicose e anemia grave);
necessidades sistêmicas de oxigênio. ● Desvio de sangue do leito arterial para o
venoso através de fístulas arterio venosa
Hipóxia ou anemia também pode reduzir o beribéri, sepse, cirrose, doença de Paget
fornecimento de oxigênio ao miocárdio. A acidose óssea e hemangiomas ;
e os distúrbios eletrolíticos podem reduzir a
contratilidade miocárdica. As disritmias cardíacas Apesar do DC estar alto, ele está abaixo do
reduzem a eficiência global da função miocárdica. desejado em fase de alta requisição da função
cardíaca.
5. CLASSIFICAÇÃO
6. CAUSAS
QUANTO AO LADO DO CORAÇÃO AFETADO:
A) Insuficiência Cardíaca Esquerda: As causas comuns da insuficiência cardíaca
● Maioria dos casos; incluem:
● Insuficiência Ventricular Esquerda (IVE); ● Doença arterial coronariana;
● Congestão pulmonar: dispneia, ortopneia e ● Infarto do miocárdio - prévio;
dispneia paroxística noturna; ● Hipertensão - mal controlada;
● IAM, HAS, estenose mitral com PAE, sem ● Doença de válvula cardíaca;
alterações na pressão do VE. ● Doença cardíaca congênita;
B) Insuficiência Cardíaca Direita: ● Doença de Chagas;
● Insuficiência Ventricular Direita (IVD); ● Cardiomiopatia (coração aumentado);
● Congestão sistêmica: turgência jugular ● Endocardite;
patológica, hepatomegalia, ascite e edema ● Miocardite;
de membros inferiores; ● Diabetes.
● DPOC, obesidade mórbida, pneumopatias,
TEP, HAP primária, infarto do VD e 7. SINAIS E SINTOMAS
miocardiopatias.
C) Insuficiência Cardíaca Biventricular: ● Taquidispnéia;
● Congestão pulmonar e sistêmica; ● Falta de ar;
● IVE e IVD. ● Taquicardia;
● Hepatomegalia;
● Ascite;
● Fadiga;
● Edema de MMII;
● Estase de jugular;
● Estertores crepitantes;
● MV diminuído em base;
● Sopro;
● Terceira bulha.
A falta de ar geralmente agrava-se com o exercício
físico ou em posição deitada e é capaz de acordar a
pessoa durante a noite. Existe também uma capacidade
QUANTO AO DÉBITO CARDÍACO: limitada para a realização de exercício físico.
A) Insuficiência Cardíaca de Baixo Débito:
● Maioria dos casos;
● Disfunção sistólica do VE causa
hipoperfusão tecidual;
● Fase inicial: DC se mantém normal no
repouso, mas durante o exercício físico o
DC não aumenta;
● Fase avançada: DC diminuído mesmo no
repouso.
B) Insuficiência Cardíaca de Alto Débito:
- Ressonância magnética cardíaca (RMC);
8. CLASSIFICAÇÃO DA ICC BASEADA NOS - Tomografia computadorizada cardíaca.
SINTOMAS

Esta classificação além de possuir caráter


funcional, é também uma maneira de avaliar a
qualidade de vida do paciente frente a sua doença.

● Classe I: sem limitações às atividades


físicas;
● Classe II: leve limitação às atividades
físicas;
● Classe III: importante limitação física;
● Classe IV: sintomas em repouso, com
necessidades de intervenções
especializadas.
Estágio A: Inclui pacientes sob risco de
desenvolver insuficiência cardíaca, mas ainda sem
doença estrutural perceptível e sem sintomas
atribuíveis à insuficiência cardíaca. 10. TRATAMENTO
Estágio B: Pacientes que adquiriram lesão
estrutural cardíaca, mas ainda sem sintomas
atribuíveis à insuficiência cardíaca.
Estágio C: Pacientes com lesão estrutural
cardíaca, com sintomas atuais.
Estágio D: Pacientes com sintomas refratários ao
tratamento.

9. DIAGNÓSTICO

● História clínica e exame físico; ● Terapia farmacológica


● Avaliar habilidades para atividades diárias; - Digitálicos;
● Avaliar peso e volemia; - Beta bloqueador;
● Avaliar aderência ao tratamento; - Diuréticos;
- Vasodilatador.
● Orientação dietética:
- Ingestão limitada de sal e líquidos.

11. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

O papel do enfermeiro na ICC tem sido fortemente


focado em intervenções:

Assim, é importante:
● Promover repouso;
● Posicionar no leito;
● Aliviar a ansiedade;
● Evitar estresse;
● Realização de Exames: ● Orientar quanto a doença;
- Eletrocardiograma; ● Vacinação (Influenza e Pneumoccoccus –
- Raio-x de tórax; evitar infecções do trato respiratório);
- Avaliação laboratorial;
- Ecodopplercardiograma;

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