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QUE DAREI AO SENHOR?

Que darei ao SENHOR por todos os seus bene cios para comigo? Tomarei o cálice da
salvação e invocarei o nome do SENHOR. Salmo 116.12-13

Ao considerar a misericórdia e a graça de Deus em sua vida, o salmista pergunta a si: o que
posso dar por tudo o que tenho recebido de Deus? Que retribuição dar por Suas bençãos?
O que posso devolver a Deus por tudo o que me tem feito?

A resposta bíblica é: o homem nada pode dar a Deus, sem que antes dEle tenha recebido.
O ser humano não tem em si a capacidade de adorar, servir ou prestar culto a Deus, sem
que Deus se dê a conhecer e o capacite a responder-lhe Disse Davi: Mas quem sou eu, e
quem é meu povo, para que pudéssemos te dar alguma coisa? Tudo que temos vem de ,
e demos apenas o que primeiro de recebemos! 1 Crônicas 29.14 (NVI).

A história da humanidade começa no Jardim do Éden, mas Deus É antes de todo o universo
ser criado. Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de
eternidade a eternidade, tu és Deus. Salmo 90.2 (Isaías 43.10, 45.18; Cl 1.15-18).

Antes de começar a nossa história, a Trindade (Gn 1.1; Dt 6.4) se alegrava na perfeição
mútua e de nada precisava. Mesmo assim, em Seu soberano desígnio, Deus resolveu criar
o homem e revelar a Sua glória a ele. Deus é um! “Ora fala de si mesmo no plural - façamos
o homem à nossa imagem (Gn 1.26), ora no singular - criou Deus o homem à sua imagem
(Gn 1.27)”. (Christopher Walker - A Dança da Trindade).

O homem e a mulher foram criados para serem verdadeiros adoradores. Eles foram criados
a imagem de Deus e no jardim do Éden, alegravam-se na perfeição de Sua criação. Até
antes da queda “nenhuma provisão redentora havia sido disponibilizada, pois nenhuma se
fazia necessária. Não havia necessidade de exortar os seres humanos à adoração; a
existência inteira deles girava em torno do Deus que os havia criado”. (D.A. Carson.
Worship by the Book).

Com a entrada do pecado, o ser humano rejeitou a adoração a Deus e escolheu adorar a si
mesmo. Confusos, com medo e envergonhados, Adão e Eva tentaram esconder-se de Deus,
mas Ele foi à busca da Sua criação. Sobre os dois pesava uma sentença: mas da árvore do
conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres,
certamente morrerás. Gênesis 2.17.

Mas, ao mesmo tempo em que a morte foi determinada por causa do pecado, Deus
apresentou a vida por meio de um sacri cio; uma expressão que já havia sido realizada
antes da fundação do mundo (Ap 13.8). O sangue foi derramado para cobrir a vergonha,
apontando a Salvação. (Gn 3.15 e 21).

Não muito depois de Adão e Eva serem expulsos do Jardim do Éden, vemos seus filhos num
contexto de adoração, no qual Caim e Abel fazem suas ofertas a Deus. No entanto,
somente um e sua oferta foram aceitos. Abel confiou em Deus, oferecendo o sacri cio de
um animal com seu sangue derramado (Gn 4.4). Deliberadamente, Caim rejeitou a
verdadeira adoração e assassinou o seu irmão (Gn 4.7). A oferta de Abel aponta para Cristo
e Sua graça. A oferta de Caim aponta para a capacidade do homem e suas obras.

A história segue e chegamos a Abraão e seu filho Isaque em outro contexto de adoração.
Deus havia pedido que Abraão sacrificasse seu próprio filho. Quando Isaque interrogou seu
pai quanto à oferta para Deus, respondeu Abraão: Deus proverá para si, meu filho, o
cordeiro para o holocausto; e seguiam ambos juntos. Gênesis 22:8. Holocausto significa
oferta.

Deus formou para si um povo (Gn 12.1) e o fez crescer e mul plicar no Egito (Ex 1.9), de
onde, após quatrocentos anos de escravidão, o libertou. No monte Sinai, ins tuiu as leis e
sacri cios a serem oferecidos, estabelecendo o modo correto de como o povo deveria se
chegar a Ele e adorá-lo.

No entanto, ao longo da história, vemos o ser humano rejeitando a Deus e a Sua Palavra,
prostrando e confiando em ídolos. O úl mo livro do An go Testamento termina com um
doloroso reconhecimento de que todos os nossos esforços em glorificar a Deus são um
fracasso em si mesmos (Ml 1.1).

Como aproximar-me do Deus Santo sendo eu um pecador, não o conhecendo e sem saber
como, nem tendo em mim mesmo a condição de ser aceito por Ele? A Bíblia afirma que:
Do céu olha o SENHOR para os filhos dos homens, para ver se há quem entenda, se há
quem busque a Deus. Todos se extraviaram e juntamente se corromperam; não há quem
faça o bem, não há nem um sequer. Salmo 14.2-3. É inú l todo esforço do homem para
alcançar o favor de Deus, assim como para adorá-lo do modo próprio.

Passados quatrocentos anos desde a úl ma declaração de Deus ao seu povo (Ml 4.5), o Pai
cumpre sua promessa e envia o Seu Filho Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus (Gl 4:4-5). Jesus
Cristo foi feito a propiciação pelos nossos pecados, tornando-nos agradáveis a Deus,
quando derramou o seu sangue na Cruz (1 Jo 4.10).

Veja o texto de 1 Pedro 1.18-21: Sabendo que não foi mediante coisas corrup veis, como
prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fú l procedimento que vossos pais vos
legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o
sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém
manifestado no fim dos tempos, por amor de vós. 1 Pedro 1:18-20.

O apóstolo Paulo em Romanos 3.23 diz: pois todos pecaram e estão des tuídos da glória
de Deus. Romanos 3.23 (NVI). Ser des tuído da glória de Deus é a condição de total
separação dEle. O salário do pecado é a morte (Rm 6.23), e não há alterna va para resolver
o problema da nossa separação de Deus, a não ser pela morte daquilo que nos separa
dEle: a nossa natureza de pecado.

Jesus Cristo é a própria oferta de adoração que restaura a comunhão com o Pai. Deus
cumpriu sua própria exigência, dando-nos a ousadia de nos achegarmos a Ele, quando
Jesus Cristo derramou o Seu sangue na cruz (Hb 10.19-22). Ao sermos iden ficados com
Cristo em Sua morte e ressurreição, não somente os nossos pecados foram perdoados pela
oferta de Si mesmo (Gl 1.4-5), mas também mudou nosso status de mortos para vivificados
nEle, fazendo-nos verdadeiros adoradores.

O primeiro ponto importante é este: O Cordeiro de Deus foi imolado e seu sangue
derramado como oferta de adoração a Deus antes da fundação do mundo e nos fazendo
aceitáveis a Ele. Foi o próprio Deus que fez a provisão do acesso a Sua presença e tornou
verdadeiros adoradores a todos quantos creem em Seu Nome. A inicia va sempre foi dEle!

O segundo ponto a considerarmos é que Deus Pai nos fez propícios a Ele por meio do
sacri cio de Seu Filho, e agora o Filho é quem revela o Pai. Não há possibilidade de
conhecermos a Deus sem que o próprio Filho o faça por meio do Espirito Santo (Rm 5.5; 1
Ts 1.5). Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e
ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. Mateus
11.27. Não é possível adorarmos a Deus à parte de Jesus Cristo, pois sem Ele não temos
nada! Veja também Gálatas 1.15-16.

Qualquer expressão de adoração que não for fundamentada no Evangelho de nosso


Senhor Jesus Cristo não é verdadeira e não passa de uma tenta va de simular algo
espiritual, além de pretender agradar aqueles que par cipam. Sem a centralidade e
suficiência do sacri cio de Jesus Cristo na vida do adorador, este não está adorando ao
Deus verdadeiro, mas a demônios. Antes, digo que as coisas que eles sacrificam, é a
demônios que as sacrificam e não a Deus; e eu não quero que vos torneis associados aos
demônios. Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser
par cipantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. 1 Corín os 10:20-21.

A Ceia do Senhor é uma festa em uma mesa, não um sacri cio em um altar. “Nosso único
altar é a Cruz, nosso único sacri cio é o de Cristo uma vez por todas” (Jamieson Fausset
Brown – Comentário Crí co e Explica vo sobre toda a Bíblia (1871). Aquele que par cipa
da comunhão na Ceia do Senhor tem nEle a verdadeira comunhão no corpo de Cristo, que
foi sacrificado, e agora está exaltado como o Cabeça de um povo redimido.

Tomarei o cálice da salvação e invocarei o nome do SENHOR. Salmo 116.13. Enquanto o


cálice dos demônios sempre está ligado ao sacri cio idólatra e centrado no homem (Ml
1.7), O cálice da salvação se refere a dádiva graciosa de Deus, quando alguém, em
verdadeiro arrependimento, clama ao Senhor. Somente mediante a revelação do
Evangelho de Cristo, uma pessoa pode invocar o nome do Senhor em autên ca adoração.
Veja Hebreus 10.19-23.

Que darei ao SENHOR por todos os seus bene cios para comigo? “A adoração não é obra
nossa; nós reagimos ao que recebemos de Jesus Cristo: A VIDA ETERNA. E essa dádiva
con nua sendo a base sobre a qual nos unimos para adorar a Deus” (Bob Kauflin). Deus se
revela, e nós o respondemos em adoração, com todo o nosso ser, nossa vida por inteiro,
por causa da Verdade de quem Deus é, e do que Ele fez em Cristo.

O apóstolo Paulo assim nos convoca: Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus,
que apresenteis o vosso corpo por sacri cio vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso
culto racional. Romanos 12.1. Glória ao Deus Trino!

Eric G. do Carmo

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