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CAPITULO OT 7 MEYER, Dy EL-HANI, C. N. Evolugdo: 0 sentido da bio- logia. Sao Paulo: Editora Unesp, 2005. O livro aborda de for- ma instigante e préxima @ realidade do leitor 0 surgimento da biologia evolutiva como campo deestudo, apresenta seus principais conceitos, os contextos sociais e cul- turais nos quais ela se desenvoiveu, os limites atuais ea busca pelo en- tendimento da evolucdo eda diversidade da vida, CunsoMmenerrvaEsclzeKoRAmCULAR Litogravura, publicada em 1871, {que roniza Charles Darwin por propora teoria da evolucso reratando-o com o corpo de Evolugao humana pela metodologia Sala de Aula Invertida > Por que ensinar Evolugao humana? + O que vocé conhece dos temas “Evolusdo”e“Evolucao humana’? + Para vocé, qual 6a importancia de abordar esses temas nas aulas? Ateoria evolutiva - proposta por Charles Darwin e Alfred Russel Wallacee posterior- mente combinada com as ideias de Mendel e com os novos conhecimentos genéticos, compondo a Teoria sintética da evolugao ou Neodarwinismo - éatualmente amplamen- te aceita pela comunidade cientifica. Essa teoria é embasada em diversas evidéncias, comoa existéncia dos fosseis, dos 6rgaos vestigials @dos dros homdlogos, a selecao de bactérias resistentes aos antibisticos, entre outras, De acotdo com o geneticista bidlogo evolucionista Theodosius Dobzhansky (1973, p. 1):*Nada faz sentido em bio- logia, exceto a luz da evolucéo” Apesardoamplo reconhecimento da Comunidade cientifica, teoria evolutiva ainda émotivo de debates e desconfianga em uma parcela da sociedade. Uma das causas esta relacionada a linguagem ¢ deve-se ao uso do termo “teoria’, cujo significado pode ser interpretado popularmente como “especulacao’, “suposicéo" ou “crenca”. No entanto, fica embasada por multiplas evidéncias, coletadas por diferentes pesquisadores e a0 longo de muitos anos. Ainda assim, é importante enfatizar que o conhecimento cientifico é conjectural endo pretende ser considerado verdade absoluta, estando assim sujeito a mudancas. uma teoria cient Outra fonte de equivocos, que também envolve a linguagem, relaciona-seao termo “evolugSor; que pode ser popularmente aplicado a individuos, sociedades e até mes- mo em jogos, com o sentido de avanco ou progresso, Contudo, quando utilizado na Ciéncia numa tentativa de expressar 0 conceito biolégico, esse termo tem um signifi- ado distinto. De modo geral, em Biologia, define-se evolucéo como “a mudanca nas propriedades das populag6es dos organismos que transcendem o periodo de vida de (FUTUYMA, 2002, p. 7). Aaplicacéo da teoria evolutiva aos seres humanos fez com que a teoria e muitos evolucionistas, como 0 proprio Darwin, fossem duramente criticados. Ainda hoje esse tema gera polémicas e mal-entendidos na sociedade. Isso porque 0 estudo da evolucio biolégica promove reflexdes a respeito da existéncia humana e a tentativa de entendimento da espécie humana como parte do mundo natural. Nese contexto, surge questées como: "Os seres humanos vieram dos macacos?", De acordo com a um Unico individu teoria da evolucao de Darwin e Wallace, seres humanos e macacos compartilham um ancestral comum, que existiu ha milhares de anos, cujas populac6es, a0 longo das geracdes, sofreram mudancas que resultaram nas linhagens que deram origem aos eres humanos eaos macacos atuais. Portanto, os seres humanos néo descendem dos ‘macacos atuais. Porém, a idela de que compartilhamos umancestral comos macacos provocou intimeras contestacées, pois colocava os seres humanos como mais uma peca da diversidade da vida. 175 176 Atualmente 6 consenso na Ciéncia que o ser humano, assim como todos os demais seres vivos, 6 resultado de um processo natural de evolucao e, apesar de varios detalhes ainda no terem sido esclarecidos, jé podemos contar ao menos parte da historia, Por exemplo, 0 sequenciamento do DNA de hominideos (chimpanzés, gorilas, orangotangos, gibées e seres humanos) demonstra que esse grupo é composto dos organismos vivos mais aparentados dos seres humanos, e que hé uma similaridade genética em tomo de 95% a 98% entre os chimpanzés e os Homo sapiens (WATERSON; LANDER: WILSON, 2005). separagéo, a partir do ancestral comum, das linhagens quederam origem 208 seres humanos e aos chimpanzés ocorreu ha cerca de sete milhdes de anos, tempo no qual elas foram submetidas a diferentes processos evolutivos que levaram a uma diferenca genética de 2% a 5% entre as duas espécies atuais (NEVES; PILO, 2008). Hoje também é possivel explicar, com base em andlise dos fosseis e de outros estudos, a evo- luco dos hominineos (grupo que inclui o Homo sapiens ¢ outras espécies da linhagem humana) a partir do ancestral comum com os demais grupos de hominideos. De forma geral, podemos dizer que a evolucao dos hominineos ocorreu na Africae seguiu os seguintes passos: fixacao da bipedia, fabricagao de ferramentas de pedra, aumento do consumo de proteina animal, desen- volvimento de um cérebro relativamente grande, revolucdo criativa e tecnolégica, dispersioe ocupacao do planeta (NEVES, 2006). Nesse processo, o Homo sapiens surgiu ha cerca de 200 mil anos ¢, diferentemente do senso comum, conviveu com outras espécies do g&nero Homo, como 6 mostrado na figura a seguir. Homoerectes gy § Fone Fi g. Noresenss i Hombergaster i Ga Homo sapiens Homo udalensh — i Feria heldebergensie Homo (hobiis 2 oa Fustolopihecus africans neanderthalenss Onrorin Rastolopithecus a tugenenss ‘anamensis—AUstralopithecus gar —== ‘strtopithecus bolvelghazal ‘acpitecus 7 a ‘amisushadaboo - Rrrraippnhecus afarensis Schelanthropis Parenbiopis tehadensis oa Paranttropus bose Paranthropesrobusts Kenyanthropus pattyops > 7 6 5 4 2 2 1 Hoe ‘Tempo (milhies deanos) Fonte: NEVES, WA. En pinclpo.ora.0macac! Estudos Avancados, v.21, 2006. isponWel em chia Iwwscielbr/pdteaN2OnSH021 pe. Aceseaeme 5 den. 2020 Distribuicao das principals espécies de hominineos ao longo do tempo, Pius NEVES, W. A saga da humanidade. Canal USP, 2017. Disponivel em: . Acesso em: 15 dez. 2020. Em 12 aulas, o biélogo e antropélogo Walter Neves conta a histéria da evolucdo do Homo sapiens ede outros hominineos que habitaram o planeta. Outro aspecto relevante relacionado & Evolucao humana diz respeito a ideia da existéncia de ragas humanas e ao preconceito racial. No final do século XIX e comeco do século XX, as idetas do darwinismo foram distorcidas e aplicadas ao contexto social, originando o Darwinismo Social. Esse conceito esté fundamentado na crenca da existéncia de racas humanas e nas idelas de que algumas delas eram mais evoluidas que outras. Essa concep¢ae foi utilizada para fundamentar a visdo de aperfeicoamento da espéciehumana,a eugenia, para justificaro colonialismo europeu, aescravidéo, ‘onazismo e promoveras mais diversas desigualdades entre as etnias. Ainda hoje ela encontra-se na estrutura dos comportamentos que demonstram preconceito racial Diversos estudos comprovam, no entanto, que o conceito de racas ndo pode ser aplicado aos seres humanos. Isso porqueo termo"raca"é usado como sindnimo de "subespécie’, que é definida como uma populacéo geograficamente circunscrita e geneticamente diferenciada. As diferencas existentes entre os membros da espécie Homo sapiens ndo atingem 0s limites minimos para que se possa diferencié-1a em subespécies. O contato genético entre as populacdes humanas a0 longo da historia foi suficiente para tornar toda a humanidade uma Unica linhagem (TEMPLETON, 1998), Acor da pele é um dos principais aspectos considerados quando ha uma tentativa de delimitar: as supostas racas humanas. Estudos que relacionam a cor da pele aos indices de radiagao, UV & a produgao de vitamina D demostram que essa caracteristica humana é muito influenciada por condigdes ambientais ¢ nao tém valor filogenético, ou seja, nao ha base genética que cofrobore| a existéncia de ragas humanas (JABLONSKI; CHAPLIN, 2000). Nesse contexto, a compreensao do conceito de evolucao biolégica e de sua aplicacao na espécie humana ajuda a reconhecer as, origens desses equivocos, a desmistificar preconceitos e invalidar qualquer tentativa de justifi- cé-los, A esse respeito: .1 Serve de exemplo desse carter integrador do tema evohigdo com outros temas 0 uso do conceito de “raca pura” ou “raga superior”, uma construgio social e ideolsgica que, por muitos anos, serviu apenas como subterftigio para justificara dominagao ea exploracao de alguns povos sobre outros e, ainda hoje, fundamenta o preconeeito e 9 racismo. Esta pode ser uma discussdo com desdobramentos na biologia, na arte,na flosofia, na histéria, na sociologia ena geografia. A ideia de formar uma “raga humaria pura” reyela-se ldo absurda quanto indesejavel do ponto de vista evolutivo, afinal, a variabilidacie genética de uma espécie é fundamental para asua sobrevivéncia e qualquer tentativa’de “limpeza racial” e homogeneizacdo ameagaria esta sobrevivéncia. Este é o ponto de vista da biologia. mas esta discussao pode se ramificar e envol- ver outras esferas do conhecimento, levando o aluno a compreender que a teoria da evolucao unifiea fenémenos e conhecimentos da cultura humana que, aparentemente, nao tém relacio entre si, [J (ROLDE: SALIM; PIRES, 2018, p. 340). Oprocesso de compreensio da Evolucdo humana de forma integral envolve questdes relacio- nadas morfologia, 8 anatomia e & fisiologia; a0 comportamento doser humano, aoentendimento @ ao processamento de biomoléculas - como acidos nucleicos ¢ proteinas; @ compreensio da interacdo das radiagées com 0 corpo, a datacao dos fosseis, da estimativa do tempo de existencia da Terra e de sua historia geol6gica, entre outras. Fica evidente, assim, aimportancia da integracdo entre os componentes curriculares da érea das Ciencias da Natureza e suas Tecnologias para uma abordagem ampla do tema. A compreenséo do proceso de desenvolvimento cientifico, a apropriagio ea distorgio de con- ceitos cientificos, 0 contexto social e cultural no qual a Ciéncia se desenvolve também so exemplos, de temas discutidos quando se aborda Evolugéo humana e que estabelecem pontes com a area de Gi8ncias Humanas e Sociais, Além disso, o trabalho com esse contetido pode mobilizar competéncias socioemocionais, como a empatia, 0 didlogo e o respeito as diferentes culturas e etnias, pois tem como objeto de conhecimento o respeito a diversidade. W7 Lima * Voce acha que seria im- portante para uma apren- dizagem significativa que © tema “Evolucéo huma- na’ fosse abordado em conjunto com professores de outros componentes curriculares? Considerando a realidade da{s) escola(s) em que leciona, quais impactos na comunidade escolar & no entorno voce acha que a abardagem do tema po- deria promover? iis + Quando voce planeja uma aula ou sequéncia de ensi= no, costumallevar em con- sideragioas caracteristicas especificasdaturma, daes- cola e da comunidade em ue elas estdo inseridas? + Com que frequéncia voce faz 0 planejamento de uma aula? Para vocé, essa frequénciaé suficiente? = Qual é 0 seu principal in- tuito ao planejar uma aula? + Depois de aplicar seu pla- ejamento em uma aula, voc avalia os pontos po- sitivos e aqueles que pre- cisam ser reelaborados como forma de pensar no préximo planejamento? 178 Os impactos do tema na vida dos estudantes e da comunidade escolar Oestudo da evolucio biolégica, sobretudo humana, versa sobre aspectos filosé: ficos de nossa existéncia ¢ permite compreender a histéria da vida na Terra, as rela- ‘Ges de parentesco entre as formas de vida existentes e extintas. Seu enorme poder explicativo permite elucidar a adaptac3o dos organismos ao meio em que iver. ¢, ainda, esclarecer a nossa origem, como espécie animal que efetivamente somos. A luz da evolucao biolégica podemos reconstituir 0 nosso passado, integrando-o nna historia natural da vida (GOULD, 2002). Para que os estudantes tenham recursos para se posicionar e tomar atitudes de forma critica e consciente, s8o necessarias aces pedagégicas que Ihes permitam reconhecer a relacdo entre os processos evoluttivos e os temas atuais ¢ préximos da realidade deles, como: 4) a compreenséo dos motivos que podem levar ao surgimento de doencas infecciosas, comoa covid-19, que emergem quando parasitas se adaptam a novos hospedeiros ou quando condicdes ambientais selecionam micror- ganismos de alta viruléncia; b)a importancia de utilizar antibidticos somente com prescricao médica, pois 0 uso indiscriminado desses medicamentos pode levar a selecéo de bactérias resistentes, tomnando a cura mais dificil, ©) o entendimento da gravidade da perda da biodiversidade que ver ocor- rendo em um ritmo muito acelerado nos ultimos anos, reconhecendo que isso impacta e dificulta cada vez mais a viabilidade da vida no planeta. Considerando a sociedade atual, em que as narrativas anticientficas ou preconce- ‘tuosas podem ser espalhadas com rapidez, fomentando desigualdades e preconceitos, imperative quese reconheca a capacidade de mudanca social que pode ser provocada pelo correto entendimento do tema “Evolucdo humana’ Assim, os estudantes estarso aptosa extrapolarseu conhecimento e dfundi-lo como parte dacultura humana;a ter um olharcrtico e discemir entre faldciasdisfarcadasce conhecimentocientifico e informagées ‘embasadas na Cigna, evitanido a circulagdo de informacées falsas e preconceituosas e contribuindo paraa estruturac3o de uma sociedade mais igualitaria,justae live de pre~ conceitosna qual seapoiam o respeitoa diversidade e a educacéo emdireitos humanos. > Como ensino? Ensinar 0 tema "Evolugo humana’ sempre trouxe diversos desafios. Entre eles esto os aspectos relacionados a formacao inicial do professor, na qual a evolu- :40 raramente € abordada como um eixo articulador dos diferentes campos do conhecimento, Com 0 advento do Novo Ensino Médio, cuja proposta é que o en- sino seja feito por area do conhecimento e os estudantes sejam os protagonistas do proprio aprendizado, os professores enfrentam novas demandas, assumindo © papel de mediadores do processo de ensino-aprendizagem e refletindo sobre a sua pratica pedagégica para incorporar a ela as atuais necessidades da sociedade contem- porénea e do novo contexto da educacéo. Uma etapaimportante da prética pedagégica, seja para 0 tema”Evolugao humana’ seja para qualquer outro tema, & o planejamento das aulas. Vamos, entao, comegar a pensar em como vocé pode conduzir esse processo. seguir, vamos desenvolver uma tividade na qual voce ter oportunidade de utilizar ‘sua criatividade e aprimorar sua comunicacao usando diferentes tipos de linguagem para refletir sobre como ensina, jd ensinou ou gostaria de ensinar 0 tema“Evolugso humana’. | EMCONSTRUGAO CSO) 1. Como ensino o tema “Evolugao humana”? + Refletir sobre a pratica pedagégica considerando 0 tema “Evolucéo humana’ + Analisar as atividades desenvolvidas durante o planejamento e em sala de aula, + Refletir sobre os crtérios de escolha dos temas abordados nas aulas, dos objetivos de apren- dizagem, da metodologia e do tipo de avalicao. Material + Papel pardo ou cartolina + Lapis de cor ou canetas hidrogréficas + Recortes de jomais,revistas ou imagens da internet ‘Com um lapis de cor ou uma caneta hidrogrifica, divida o papel em trés partes, cada uma delas corresponderé a uma das etapas a seguir. Em cada parte voce deve fazer as colagen ilus- {racdes e anotagées conforme indicado nas etapas. Ao final do processo, tera um material qué sintetiza as etapas da sua pratica pedagéi Duragao estimada Aatividade, que esta dividida em trés etapas, tem duracéo total estimada de 2 horas. BEtay jetivos de aprendiz hora) Use sua imagina¢ao para ilustrar e/ou criar uma colagem coitos elementos que vocé utiliza para abordar o tema “Evolugio humana’ As questées a seguirajudardo voc8arefletire a se orienta. a) Quais s4o 0s conceitos e os contetidos que vocé gostaria de ensinar quando trata de “Evolu¢éo humana"? bb) Quais s80 05 conceitos e os contedidos que voce ensina, de fato, sobre o tema “Evolugéo humana’? €) Os conceitos eos contetidos que voce ensina sobre“Evolucao humana’ variam conforme a turma ou a escola em que vocé leciona? 4) Quais sao seus objetivos de aprendizagem quando ensina o tema? Vocé costuma apre- senté-los a0s estudantes? Reflita arespeito de cada uma das quest6es anteriores e busque imagens que possam repre- sentar suas respostas. Cole as imagens e/ou faca ilustracdes na primeira parte do papel pardo. Sejulgar relevante, complemente com anotagdes sintéticas. Escreva um texto que explique como a imagem representa sua pritica pedagdgica. Se quiser, pode criar um asso a passo das acbes desenvolvidas no ensino do tema. Voce pode se guiar plas questdes anteriores para néo se esquecer de mencionar nenhum dos t6picos. feconhecendo o tema e a escolha d 2 Etapa: Escolhendo a metodologia de ensino (30 minutos) Asmetodologias de ensino so aces e ferramentas facilitadoras, selecionadas e coordenadas pelo professor durante asaulas que permitem aos estudantesatingiros objetivos de aprendizagem previamente determinados. Assim, as a¢Oes propostas precisam estar vinculadas aos objetivos de aprendizagem quese quer akancar. Além disso, deve-se atentar para o temaa ser ensinado, tipo de aprendizagem que se almeja, as condicdes fisicas da escola e 0 tempo disponivel. Responda as quest6es a seguir e preencha o segundo espaco do papel pardo, com imagens e anotagbes, relacionando as praticas de ensino aos objetivos de aprendizagem. Continua 179 180 ontinuagio 2) Quais s80 0s tipos de aula (expositiva, trabalho em grupo, semindtios, estudo de caso, estudo dirigido etc) que vocé costuma selecionar para ensinar o tema“Evolugéo humana’? ') Por que vocé seleciona essas praticas de ensino para esse tema? Quais s30 0s critérios que utiliza? ©) Como voc® interage com os estudantes durante as aulas sobre “Evolugdo humana’? Voce costuma estabelecer didlogo com a turma durante as aulas, considerando os diferentes Pontos de vista no desenvolvimento do tema? 3 Etapa: ‘Agora vamos analisar os instrumentos de avaliago que vocé costuma utilizar com os estu- dantes. Assim como nas outras etapas, responda as questdes a seguir e registre suas respostas por meio de imagens e anotacbes sintéticas na terceira parte do papel pardo. 2) iste as formas de avaliagéo que vocé utiliza para verificar se os estudantes atingiram os objetivos de aprendizagem do tema “Evolugéo humana’: 'b) Voce costuma variar as formas de avaliago? Quais so os critérios ql utiliza para sele- cionar cada uma delas? 0 os instrumentos de avaliagao que uso? (30 minutos) ©) Finalize refletindo acerca de suas expectativas sobre o que & como VGcé ensina € se os métodos de avaliagdo utilizados consequem capturar a esséncia desse aprendizado. Etime -—s_—s>.“.. “ + Vocé considera que precisa mudar alum aspecto da sua praticadocente em relagao ao tema? (© que mudaria? ‘+ De formageral,osestudantes se mostram engajadose participativos quando vocé aplicaas aulas sobre”Evoluao humana’ no formato descrito? Acha que eles aprendem de forma significativa? ‘+ Emsuaopiniao,como 6 possivel estabelecer Uma relagio entre o tema"Evolucaohumana’e os ‘outros componentes curriculares da drea de Ciéncias da Naturezae suas Tecnologias? EXIT. ‘AZEVEDO, C; SEVERO, T.E. A; MARTINS, J.T. O,; SILVA, LS; SILVA, K. J.P. Modelos didaticos na construgao do conhecimento sobre evolucao das espécies. Revista Extensdo & Sociedade, ¥. 11,n.1, 2020. artigo analisa ouso demodelos didaticosna construcdo do conhecimento sobre aevolucdo das espécies eoutros temas relacionados. NOBRE,5.B, Oensino de Biologia evolutivasob a luz do pensamentocomplexo: interfaces entre ‘a formacao académica, os saberes mobilizados e a pratica docente. 2018. 178 { Tese (Douto- rado em Ensino de Ciéncias e Matematica). Universidade Luterana do Brasil, Canoas, 2018. Apresenta os resultados da investigacao das relagdes entrea formacdo cientifica, os saberes ‘mobilizados e a prdtica docente em Biologia Evolutiva, tendo em vista as transposigoes ‘mediages desses conhecimentos na educacdo formal, inferindo sobre as possiveis contri- bbuicées do pensamento complexo no Ensino de Ciéncias. SALLA, F, Registros que fazem o professor refletir sabre a pratica. Nova Escola, 12 ago. 2014. Disponivelem: . Acesso em: 15 dez. 2020. Esseartigotraz dicas para coletarinformacéesem sala de aulaque podem ajudd-loaanalisar e entender sua pratica pedagégica e, assim, adequé-la quando necesséirio, >» O quea BNCC diz sobre o tema? Desde 0 surgimento da proposta da BNCC para 0 Novo Ensino Médio, muitas iniciativas indivi- dueis e coletivas surgiram para discutir e entender o contetido do documento fim de torné-1o mais acessivel e de uso mais pratico para educadores e gestores. Na atividade @ seguir, voce vai investigar de que maneiras o tema “Evolucao humana” pode ser explorado no seu trabalho, com base em um material produzido por uma dessas iniciativas que apresenta uma andlise das competéncias e das habilidades propostas para as diferentes dreas de co- nhecimento. Aatividade foi prevista para ser feita individualmente, mas. interessante que, a0 longo dela, vocé troque informagées com os professores que compaem a sua érea de conhecimento, para que possam compartilhar reflexdes e praticas. LY ES CSOT) 2. Como a BNCC aborda otema “Evolugao humana"? Objetives + Identificar como sua pratica de ensino se relaciona com a BNCC. + Compreender a estrutura e as potencialidades do uso da BNCC no planejamento das ls. «+ Refletir sobre as possibilidades e os desafios do ensino por drea de conhecimento. Material positivo eletrénico com acesso & internet + Caderno para registro de ideias, opinides e comentarios gerais Duragao estimada Aatividade, que esta dividida em trés etapas,tem duracaototal estimada de 2 horas ¢30 minutos. ensinar sobre 0 1a? (30 minutos) Antes de analisar o tema proposto’ luda BNCC)retome suas anotagéesfeitas noitem Como ensino? sobre o que voc® gostaria de ensinara tespeito do tema, Analise sua resposta novamente, veja se complementaria ou mudatialguma coisa hela e tente detalhar mais o que gostaria de ensinar em cada assunto identificade, Pense por que os contetidos escolhidos sao relevantes paraaformagio dos estudantes, considerando o que oi visto anteriormenteno capitulo. Depois, refita sobre as questdes a seguir. a) Vocé conseguiria identificar a quais componentes curriculares da area de Ciéncias da "Natureza e suas Tecnologias os assuntos listados estéo relacionados? b) Se eles estiverem relacionados somente a Biologia, pense em como o tema poderia ser ‘exploradoa fim de incluir assuntos dos componentes de Fisica ou Quimica, Escreva alguns exemplos. + Que dificuldadesvocésentiu ae responder oitem b? Voce se sentiu satisfeito com sua resposta? ‘Senao, 0 que poderia ajuda-lo? + Voce jd elaborou ou fez parte de algum projeto ou alguma atividade interdisciplinar na(s) esco- la(s} em que leciona? Se sim, como se deu a exploracio dos contetidos? Que estratégias voces utilizaram para que os assuntos dos diferentes componentes fossem contemplados? Continua 181 182 ontinuagio Uma ferramenta interessante para mapear as oportunidades de abordagem de deter- minado tema, considerando os miltiplos enfoques possiveis da interdisciplinaridade, a construgio de diagramas. Essas representacées ajudam a visualizar as conexées entre as diferentes dreas e organiza as oportunidades, dando uma visdo geral Veja a seguir um exemplo, —= 2) i | | Font: Esqusma elaborado pelos edtorespare estaba, Esquema mostrando algumas possbilidades da abordagem interdisciplinar promovida pelo trabalho coma temétia “Evolugdo hurmanat 2: Etapa: Investigando a BNGG na minha prética (1 hora ‘Agoraescolha uma sequéncia de ensino que vocé ja tenha desenvolvido ou desenvolve com os estudantes eque este relacionada ao tema proposto, Relembre como foram feltas sua elaboracdo e suaestruturacao, Retome as anotacdes do planejamento para que possa identificar se ecomoas orlentagies daBNCC estéo presentes e, se nao estiverem, refletir como poderiam ser incorporadas. a) Voce usou habilidades e competéncias da BNCC para desenvolver seu planejamento? Em quais etapas? Registre essa informacao por escrito. 'b) Seas habilidades eas competénciasda BNC estavam ausentes, o que vocé utiizou para definir“aonde o estudante deveria chegar” ou“o que o estudante deveria desenvolver” 20 final da sequéncia de ensino? Vocé ficou satisfeito com o resultado? ©) Ainda considerando que nao tenha usado a BNC, como vocé acha que as habilidades as competéncias poderiam contribuir para o seu planejamento? Em que momento? 4) Otrabalho interdisciplinar pode ser facilitado e amparado pelas Competéncias Especificas € pelas habilidades de outras éreas do conhecimento presentesna BNC. Vocé j4 usouou. costuma consultar essas habilidades e competéncias para planejar suas aulas? Registre quais séo as dreas que costumam ser contempladas nos seus planejamentos. continua continuagio ‘3 Etapa: Investigando oportunidades de trabalho com 0 tema na BNCC (1 hora) ‘Agora vamos investigar como o tema "Evolugao humana” aparece na BNCC, por meio do material do Instituto Retina, "BNC comentada para o Ensino Médio’, disponivel em: (acesso em: 15 dez. 2020) Consulte inicialmente a tabela especifica de Ciéncias da Natureza e suas Tecnologias (é neces- sario fazer cadastro para 0 acesso) e identifique as competencias ¢ as habilidades que podem ser trabalhadas com o tema proposto. Vocé pode usar uma tabela para o registro, incluindo as justificativas pela escolha das habilidades, das competéncias e o que considerar importante. a) O material explora oportunidades de interdisciplinaridade entre os componentes da rea de Ciéncias da Natureza e suas Tecnologias. Vocé identificou quais s60 as possibilidades propostas que podem ser relacionadas ao tema “Evolugao humana’? bb) Consulte agora o que & proposto nas tabelas das outras areas de conhecimento. Vocé consegue estabelecer alguma possibilidade de abordagem interdisciplinar? Qualis)? ©) Voce acha que as possibilidades de aplicagao ou adaptacao da abordagem do tema sao vidveis 8 sua prética? Por qué? 4) Que outras informacdes presentes no material poderiam ajudé-lo a estruturar seu plane- Jamento de aula? Integrar 0 estudo daevolugdo.comos componentes curriculares de Quimica e Fisica pode fe recer ao estudante uma visé0 mais holistica da Ciéncia e mostrar que fendmenosfisicos, quimicos ebiolégicos nao estdo dissociados. Ecada vez maior o numero de pesq uisadorés queafirmam que fendmenos da vida e da evolucdo podem ser analisados luzdas leis da Fisieae, porisso,também . incorporados positivamente. tiram, mediados pelo professor asinformacdes pesquisadas acerca das concep es de evolucio defendidas por Lamarck por Darwin. Em seguida, na quarta aula, visando com: preenderas visbes dos povoshebreue afticano arespeito da, ‘ofigem do ser humano, contrapondo-as a0 conhecimento cientifico, os estudantes realizaram a leitura de trechos da Biblia e do livro Mitologia dos orixds, de Reginaldo Prand. Para abordar outros pontos de vista sobre a criacdo do planetaTerra ea dosser humano, durantea quinta aula, 0 pro- fessor apresentou videos sobre Aguemon (um mito iorubs) € 05 mitos de Oxali e Odudud e props a leitura do conto “Oprincipio do mundo" presente no livra O Tambor africana outros contos dos paises africans de lingua portuguesa, de Suzana Ventura. Na aula seguinte~a sextaaula-, osestudan- tes deveriam analisar a Ciéncia por trés doscontos, dosmitos €e das lendas dos livros Mitologia dos orixds e Contos elendas, aro-brasileiros: a criagéo do mundo, ambos de Reginaldo Prandi, para, entéo, guiados pelo professor, estabelecer a relacao entrealguns conhecimentos explicados pela Ciéncia @ pela tradicdo passada pelos orixés. VERRANGIA, D. A formacao de professores de ciéncias e biologia e os conhecimentos tradicionais de matiz africana © afro-brasileira. Magis, Revista Internacional de Investigacién en Educacién, v. 6, n. 12, edicién especial. Enseiianza de las ciencias y diversidad cultural, p. 105-117, 2013. Disponivel em: . Acesso em: 15 dez. 2020, VERRANGIA D; SILVA, P.B.G.Cidadania, relacdes étnico-raciais eeducacao-desafios e potencialidades do.ensino deCiéncias. Educagao ePesquisa,S80Paulo,v.36,n.3,p.705-718, 2010,Disponivelem: . A publicagéo articula cidadania, educacdo das relacdes étnico-raciaiseo ensinode Ciéncias, extraindo consideragées temdticas e questées relativas ds formas pelas quais 0 ensino de Ciéncias pode promover a educacao das relacoes étnico-racials. Acessos em: 15 dez. 2020. 187 188 > Como posso transformar minha pratica? A transformagao da pratica de ensino voltada para o protagonismo do estudante requer uma mudanca na forma como tradicionalmente as sequéncias de ensino estéo estruturadas. Essa trans- formacio deve ser vista como um proceso em que, gradualmente, professores, estudantes e demais membros da comunidade escolar vio compreendendo e se adaptando aos novos paradigmas e as diretrizes da educacao baseadas nas necessidades da sociedade moderna, De acordo com essa viséo, as metodologias ativas somadas & abordagem interdisciplinar conver- gem para a estruturacéo dessa nova pratica de ensino. Elas tém sido importantes na ressignificagao dos papéis dos estudantes e dos professores no processo de ensino-aprendizagem. Neste capitulo, vamos caracterizar a metodologia Sala de Aula Invertida e propor uma atividade interdisciplinar na qual vocé poderd aplicé-ta, O que é Sala de Aula Invertida? Sala de Aula Invertida ¢ um método de aprendizagem ativa que propée uma nova forma de Uso e um novo papel para a sala de aula. Nas aulas tradicionais, geralmente) reserva-se bastante ‘tempo para a exposicéo de contetido, a leitura e a resolucdo de atividades, e polico tempo para 0 esclarecimento de davidas, atividades interativas ou um acompanhamiento mais personalizado dos estudantes. Na Sala de Aula Invertida prioriza-se a aprendizagem dinamica e interativa em sala de aula, a0 propor 0 uso do tempo para sanar duvidas, resolver atividades praticas, promover interacées € atendimento individual. Para que isso possa acontecer, a metodologia sugere; como 0 proprio nome diz, a inversio da forma comoa sala de aula ¢ tradicionalmente utilizada, ou seja,atividades e resolucaode problemas, que geralmente sao desenvolvidas como tarefa extraclasse, passama ser feitas na escola; enquanto palestras,leituras e estudos tedricos so realizados no periodo extraclasse. Essa metodologia foi proposta na década de 1990 nos Estados Unidos e, a partir de 2010, popu- larizou-se por meio de publicagdes ¢ estudos em escolas do Ensino Basico e do Ensino Superior de todo o pais. Hoje existem organizagées, como a Flipped Learning Network (FLN) e Flipped Leaming Global Initiative (FLGI, formadas por diversos educadores e pesquisadores que utilizam, estudam e desenvolvem ferramentas paraia metodologia, além de promover discuss6es e trocas de informa- bes para que outros professores possam implanté-la. No Brasil, algumas escolas e universidades jé adotam 0 método. A necessidade de criar organizacées relacionadas ao estudo da metodologia indica que ela néo -consiste na simples inversio ou mudanca no papel da sala de aula. € provavel que, na sua pratica ‘voce mesmo jé tenha solicitado aos estudantes a realizacSo de tarefas prévias, como leitura detexto, resolugao de atividades ou pesquisa no perfodo extraclasse. Noentanto, para quea metodologia seja, efetivamente aplicada, é necessério que outros aspectos fundamentais sejam incorporados. Vocé ja conhecia a metodologia Sala de Aula Invertida? J teve oportunidade de aplicé-le em sua pratica? Se sim, qual(quais) foiforam) o(5) maior(es} desafio(s)? Caracteristicas gerais da Salade Aula Invertida ‘Segundo Moran (2014), a metodologia Sala de Aulalnvertida € um dos modelos mais interessan- tes da atualidade, que mescla tecnologia com metodologia de ensino. Como vimos, a solicitacéo de atividades prévias aos estudantes ¢ algo que muitos professores ja fazern na sua pratica. A diferenca, neste caso, é que atualmente, com as mailtiplas possibilidades trazidas pelos recursos digitais, é possivel concentrar no virtual a abtengao de informagées e dados e reservar para a sala de aulaa aplicagao de atividades criativas que solicitem do estudante habilidades mais complexas. Adotar as ferramentas tecnolégicas e o ensino assincrénico, que caracterizam a Sala de Aula in- vertida, com uma abordagem voltada aos estudantes, para decidir o que lecionar, tende a criar um ambiente estimulante para a curiosidade. Assim, o tempo de sala de aula nao seré reservado apenas paraa reapresentagao de conceitos j conhecidos e/ou que induzem a memorizacao nem apenas para a transmissdo de novos contetidos (BERGMANN; SAMS, 2018). Ensino tradicional Tempo Atvidades Primeira aula Aprofundamento extraclasse expositva sobre dotema por meio relacionadas 8 eterminado tera de atividades aula anterior. extraclasse Salade aula Salade aula invertida Tempo Primeiro contato, ‘Aprofundamento AAlguma atvidade como tema por do tema por meio extraclassee ‘meio de leturas, de atividades, preparagéo paraa videos, ativdades, proxim aula, Salade aula Fonte: fippalClesseom eld Gute, Disponivelen cht: ve edufet2016/02/Flpped-sreoe-Fieks- Gide pas Acesso en 15 dez 2020. CComparagio do uso da sala de aula no ensino tradicional ena Sala de Aula Invert Um importante aspecto dessa metodolagia refere-se a0 gerenciamento do tempo. Para 0 es- tudante, a possibilidade de, dentro de determinado petiodo, poder gerir seu ritmo de estudo dos contetidos (mais lento ou mais répido, revendo quantas vezes for necessério) possibilta a ele que se prepare melhor para atividades de aprendizagem significativas em sala de aula. Para vocé, cria-se tum tempo para se dedicar 8 preparacdo e ao planejamento de métodos de aprendizagem mais ativos, baseados em projetos, esolucao de problemas etc. Quando se dedica muito tempo as aulas expositivas (passando informacdes que hoje podem ser facilmente obtidas pelos estudantes), sobra ouco tempo para outras atividades. Portanto, essa metodologia permite que vocé use 0 tempo para elaborar outras praticas de ensino. Nao existe um modelo Unico de inverséo de aula; em sala, o professor pode preparar atividades 1s que sejam feitas coletivamente pelos estudantes ou, entao, tarefas diferentes que sejam feitas pr simultaneamente de forma individual, No entanto, segundo o relatério Flipped Classroom Field Guide (2014), alguns aspectos fundamentals da implementacao dessa metodologia podem ser destacados: 1. o material que o estudante acessa on-line deve estar diretamente rela nado aos abjetivos da atividade, evitando sobrecarregé-lo de leituras e atividades que pouco contribuam parao estudo do tema, Diversificar o tipo de material (texto, video, audio etc) é desejavel; 2. asatividades em sala de aula devem ser estruturadas, bem planejadas e, de preferéncia, envolver, questionamentos, resolucdo de problemas e outras atividades de aprendizagem ativa, estimu- lando o estudante a recuperar, aplicar e ampliar o que foi visto no material on-line; 3. oestudante deve receber feedbacks das atividades on-line © apés a realizagao das atividades pre- senciais, e tanto.as atividades on-line como as presenciais precisam ser computadas na avaliagao formal do estudante. 189 Giriices BERGMANN,J;SAMS,A.Sala de Aula Invertida: uma me- todologia ativa de aprendi zagem. Rio de Janeiro: LTC, 2018. O livro apresenta exem- plos reais de sala de aula e aborda técnicas funda- mentais desenvolvidas pelos autores para man- terosestudantes motiva- doseaptos aaprenderde maneira efetiva 190 Uma ideia que pode surgir a0 adotar essa metodologia é que o seu trabalho no ppreparo das aulas expositivas seja substituido pelo uso de recursos digitais, que apre- sentardo 0 tema por voc8. O preparo e a selegdo dos contetidos pré-aula presencial, bem como de atividades de alta cognicéo em sala e de atividades de sedimentagao € avaliagao pés-aula presencia, vao exigir dedicagao e tempo, além de flexibilidade € criatividade para identificar erros ou lacunas de conhecimento e sané-las de forma individual ou coletiva, Noentanto,talvez um dos maiores desafios daimplementacéo da metodologia seja rever 0 seu papel, bem como 0 uso do tempo em sala de aula. Uma das convencées mais comuns e profundamente arraigadas da aula tradicional é considerar que o tempo em sala de aula gira em torno do professor. Em ambientes de aprendizagem invertidos, ‘0 tempo de aula gira em torno dos estudantes, Além disso, nessa proposta, vocé deve assumir um novo papel em sala de aula, 0 de um “tutor; encorajando os estudantes ‘a ndo esperar de vocé as respostas e, ao mesmo tempo, comunicando a eles que esta facilitando a atividade e, portanto, seu aprendizado, Etapas da Sala de Aula Invertida © que diferencia as propostas de aula que adotam a metodologia Sala de Aula Invertida so 0 tipo de materiale os recursos usados nas atividades on-ine e o que é desenvolvido em sala de aula (VALENTE, 2014). No entanto;pelo menos tres etapas importantes estruturam a metodologia. + 1 Etapa: antes da aula presencial os estudantes tém acesso a materiais pre~ viamente selecionados para que possam explor-los em periodo extraclasse & assimilar 0 assunto que sefd desenvolvido em sala de aula. O ideal é que eles recebam 0 material de dois até sete dias antes da aula presencial. Um ou dois, dias antes da aula, voce deve disponibilizar aos estudantes questoes sobre o contetido fornecido para que possa avaliar se o contetido foi ou nao assimilado so as atividades que podem ser implementadas para complementar + 2:Etapa: ocorre aaula presencial, em que o tempoem sala de aula fica disponivel para Sanar as dividas, propor atividades colaborativas que promovama discussio ea integracao entre os estudantes. Nesse momento, também é possivel utilizar utra metodologia ativa que permita explorar o contetido estudado, como Apren- dizagem Baseada em Problemas, Aprendizagem Baseada em Projetos, discusses em pares, entre outras. + 3° Etapa: apés a aula presencial, os estudantes revisam 0 contetido e resolve atividades complementares, e vocé avalia se hd necessidade de realizar mais uma atividade, para aprofundar ou sedimentar 0 contevido, ou se outro tépico pode ser explorado. Ao longo das trésetapas, ¢importante que ocorram momentos de feedback eavalia- ‘Gao para que tanto voce quanto os estudantes possam ajustare realinhar o processo de ‘ensino-aprendizagem. Assim, por exemplo, é possivel perguntar aos estudantes depois dedeterminada atividade on-line-"O que vocésacharam interessanteno contetido que analisaram? O que no ficou claro?" Antes da aula presencial, pode-se estruturar uma aula e usar as respostas para guiaro planejamento da atividade. No inicio da aula, por ‘exemplo, é possivel levantar as duvidas dos estudantes, discuti-las em grupo e, 20 final, Promover conversas sobre o que acharam interessante. Veja a seguir um esquema que mostra as etapas da metodologia Sala de Aula Invertida. g — pob i > i a 3 b mi Professor prepara —_Comparttha com svola e decide ocontedo osestudentes, por nove tnieo | g Esclarece wu davidas, = c im fe J a > = Estudantos scossom ois eaizam favs @ seimentarn o contoado atividodes protices © conteido Poe DEPOIS DA AULA Fonte: SCHMITZ, EX. dS 2016. Salade ul nvertis: uma abordagem para combinar metodolosiag tase engae alunos ‘no pocestoensino-aprendizager.Dissertao, Universidade Fedral de Santa Mara (UFSM-S) 2016, Dsportvel a “htps/fepostono usmbu/basteonhande/1/1208/08 PPGTER 2016, SCHMITZ ELESERpdPsequence=l&\sAlowed=y>, ‘eesio em 15 dex 2020. Esquema simplfcado das etapas da metodologia Sala de Aula Invertida, Ete + Pensando na sua realidade de sala de aula, quais dificuldades vocé poder enfrentar ao adotar a ‘metodologia Sala de Aula Invertida? Quais so as etapas da metodologia que the parecem mais de- safiadoras? Por qué? + Que mudangas na forma como voce conduz a sua prética teriam de ser revistas na implementacio dessa metodologia? A Sala da Aula Invertida ea BHCC (uso da metodologia Sale de Aula Invertida mobiliza no estudante o desenvolvimento de diferentes competéncias. Por tornar-se 0 principal responsavel pela propria aprendizagem e ter liberdade para gerir o tempo e buscar outras informagbes que julgar relevantes, a Competéncia Geral 10 ¢ especial mente desenvolvida, uma vez que promove no estudante o senso de autonomia ea responsabilidade na tomada de decisées, Além disso, utilizar tecnologias digitais para acessar e comunicar informacdes produzir contetido também favorece o desenvolvimento da Competéncia Geral 5. ‘As Competéncias Gerais 7 ¢ 9 também sio mobilizadas nas aulas presenciais em que os estu- dantes frequentemente so motivados a trabalhar em grupo e, dessa maneira, formular, negociar @ defender ideias, pontos de vista e decisoes em comum, ao mesmo tempo que devem manter 0 respeito, a empatia ¢ 0 didlogo. Enna. (CANAL FUTURA, Conheca a sala de aula invertida. YouTube, 10 ago. 2017 (26 min 35 s). Disponivel ‘em: , Acesso em: 15 dez, 2020. ‘No programa, os professores Andrea Ramal e Gabriel Eimér, com experiéncia na metodologia Sala de Aula invertida, explicam as principais caracteristicas e priticas dessa metodologia, 191 Giriices FREZZA. TF; THOME, |. M.A evolucaobiologica nasaulas, de Biologia: concepcdes de estudantes da 3* série do ensino médiode uma escola publica estadual de Avaré (SP). Revista de ensino de Biologia da SBEnBio, v.13, n. 1,22-41, 2020. 0 trabalho visou avaliar as concepcdes sobre evo- lucdo biolégica de estu- dantes do Ensino Médioe promoveradituséodo.co- nhecimentocrtico-cienti- fico sobre esse tema, SOUSA, E. 5. et al, Andlise de imagens sobre evolucao humana por estudantes de Ensino Médio. Braziian Journal of Development, v.6. 1.9, p.71.324-71.343, 2020. 0 artigo relata os resul- tados de uma pesquisa que buscou investigar as concepcdes de estu- dantes de Ensino Médio sobre a teoria da evolu- do humana por meio de andlise de imagens. Etapa Deserigso Preparacio das atiidades on ne planejamentoda avaliagb, Entrega do 2. | material on tine aos cestudantes, DiscussSo do material onfinee pproblematizagso do tema (aula presencia) 4 Produgdo de ensaio. 192 Vamos colocar em pratica? Compreender-se como parte da diversidade humana e da vida na Terra tem reflexos ‘em diversas areasda existéncia do serhumano. Contudo, essa compreensao s6 consegue serfundamentada naCiéncia quando esto claras as bases que produzem esse conheci- mento. Nesse contexto, para entender as relagdes entre as diferentes espécies aolongo do processo evolutivo e, em particular, entre as diferentes linhagens de hominineos e a nossa espécie, é preciso também identificar quando esses eventos ocorreram. Para isso, as técnicas de datacao de fosseis representam uma forma confiavel de medigao e tem suas bases no estudo da composi¢ao quimica dos vestigios. Essa interacao entre Quimica e Biologia contribui para um entendimento mais amplo sobre a Evolugo hu- ‘mana — que apresenta conceitos tao equivocados no imaginério popular - ao mesmo ‘tempo que exemplifica como diferentes areas das ciéncias contribuem para aconstrucao do conhecimento cientifico. AAlém disso, discutiros conceitos evolutivos que tendem a ser errGneamiénte com- preendidos e divulgados, bem como desmistiicé-los, toma-se uma tarefaimportarite para promocio de uma sociedade mais igualitaria © menos preconceituoss. A seguir apresentamos uma sequéncia de ensino com/o'temaEvolucao humana’ usando a metodologia Sala de Aula Invertida, Entendendo alguns aspectos da Evolugo humana Nesta atividade, o estudante utilizard os conhecimentos sobre Evolucao humana para problematizare discutir uma ideia bastante difuridida no senso comum: a de que (5 seres humanos evoluiram dos macacds. A sequéncia de ensino foi planejada para ser desenvolvida em quatro etapas, que estéo descritas a seguir. Também estao sugeridos objetivos de aprendizagem, bem como competéncias gerais e habilidades da BNCC para cada etapa. No desefirolar da atividade, vocé poders identificar outros objetivos, competéncias e habilidades que poderso ser incorporados a sequéncia, aaa ea, compat on WA wi oine + Preparar o mateial eas atividades que serao entreques Thowwe gs estudantes. 30 minutos + Planejarcomo sera feito o processo de avaiagao da sequéncla de ensino. + Compreender os aspectos geras da origam e da ‘evolucio da espécie humana (Homo sapiens, valorizando (8 conhecimertos historicamente construdos. ca1,5 + Reconhecera relacho de parentesco entre a espécie EMI3CNT201 sascies humana eosgrandes primates. EMI3CNT202 + Conhecer como funciona, aimportinciae os limites EMI3CNT207_ dda datacio de fésseis por meio do carbono- 4, EMIBCNT208 + Usar tecnologias digitas de informacao para acessar EMI3LP31 ‘materials de divulgacdo cientfica oraise escritos ecompreendé-tosciticamente + Esclarecer dividas e equivocos conceltuals sobre os ca7.9 ‘matetaisestudados, EMi3cNT201 so minutos * Problematizare dscuticonceltos e compreensées EMI3CNT202. ‘equivocadas relacionadas evolucio da espécie humana, EMI3CNT207_ argumentando cam base em fortes confavels EMI3CNT208 eexerctando o didlogo ea cooperacio, EMi3U66303 + Produzirum texto opinativo por meio da argumentaco c6:1,4,10 2dias ‘com base no que fo estudado e discutido ao longo EMI3CNT302 daatividade. EMISLP34 1 Etapa: Preparagio das atividades on-finee planejamento dda avaliagdo (1 horae 30 minutos) Para esta atividade, os estudantes vdo consultar mate- rials on-line, que ser3o trabalhados por meio do WebQuest, ferramenta digital que permite a elaboracSo de atividades de pesquisa direcionadas que fornecem orientacées sobre ‘o material que deve ser estudade, Para usar 0 WebQuest, acesse o material “Tutorial WebQuestfacil:criando WebQuests’,elaborado pela Secre- tia-geral de Educacao a Distancia da Universidade Federal de S30 Carlos Disponivel em: . Acesso em: 15 dez.2020. Esse videocontaa histéria da evolugao humana, desde oorigem dos mamiferos, sua diversiicagao eas relacées dos seres humanos com os primatas. + MEDIAVILLA,D. Devernos continuarusandoo conceito de raca? El pais. Disponivel em: , Acesso em: 15 dez. 2020. esse artigo € apresentada uma discussdo sobre a utilzagdo do conceito de raca tanto no émbito cient fico quanto no social e como esse conceito impacta as pesquisas sobre a diversidade humana, + NEVES, W. Asaga da humanidade — aula 1 (chimpan- 265 e humanos), Canal USP (11 min 55 5). Disponivel, em: . Acesso em: 15 dez.2020. Nessa aula, que faz parte de uma série de 12 epis6dios. sobre o tema, 0 paleoantropélogo Walter Neves, do Instituto de Biociéncias da Universidade de Sao Paulo, apresemta as principais semelhancase diferencasentre (os seres humanos eos chimpanzés. + ZABINI, C. O problema ndo é 0 13, 6 0 14! 0 mito do Carbono 14 na Paleontologia. Blog Paleomundo. Disponivel em: . Acesso em: 15 dez. 2020. esse texto sdo apresemntados os desafios da utilizagao da técnica de datacio de carbono-14, bem como as premissas eos limites aela relacionados O estudo desse contetido mobilizaa Competéncia Ge- ral 120 estimular os estudantes a valorizarconhecimentos historicamente construidos ndo sé sobreo mundo fisico mas também social, tendoa oportunidade de conhecer aspectos queestdo relacionados construgéo de uma sociedade mais, justa e democratica.€ também mobilizada a Competéncia Geral 5, pois os estudantes vao utilizar tecnologias digitals, 194 de forma critica e reflexiva para acessar informacSes construir seu repertério para posterior debate e reflexdo. ‘3 Etapa: Esclarecimonto de dividas.e discussao sobre a origem da espécie humana (em sala de aula, 50 minutos) Utilize os 20 minutos iniciais da aula para esclarecer as principais duvidas e sanar os equivocos conceituais que vocéidentificounas respostas is atividades. De acordo com alista de desempenho, forme duplas ou grupos pequenos deestudantes econvide-osatrocaridelas eesclarecer as di- vidas uns dos outros. Se achar adequado, forneca também algumasquestées para direcionar a conversa. Essa estratégia de aprendizagem mostra-se bastante enriquecedora tanto para quem explica quanto para quem recebe a explicacao. Ao finalizara sesso de dividas, organize grupos de trés a quatrointegrantes. A seguir informe aos estudantes que eles vvao debater a ideia popularmente difundida de que osseres humanosevoluiram dos macacos, a luzdo que discutiram em sala deaula. Deixe que conversem por cercade 20 minutos en- ‘quanto circula entre os grupos. Seacharnecessario,intervenha com questdes que os facam retomar eaplicar as conceitoseos: entendimentos que foram vistos previamente sobre o tema Ao final da aula, promova uma discuss4o com a turma para que todos os grupos apresentem suas ideias. Esta etapa daatividade incentiva os estudantes a exerci- tara argumentacao com base em informacoes confiaveis & adefender suas delas eseus pontosde vista, mobiizando a Competéncia Geral 7, além de exercitar 0 didlogo, a cooperacao €.0 respeito mutuo, o que favorece o trabalho coma Competéncia Geral 9. 4 Etapa: Produzindo um ensaio sobre o tema (2 dias para o estudante) Peca aos estudantes, como tarefa extraclasse, que ‘escrevam um texto que comente a sentenca:"Nos viemos do macaco’. No texto, devem abordar o conhecimento cientifico que fundamenta a argumentacdo deles com base no que foi visto nas etapas anteriores. € importante que no texto o estudante considere a espécie humana pertencente & ordem dos primatas, que representa o que vwulgarmente definimos como “macacos' Desa maneira, apesar de apresentarmos diferencas em rela¢do aos pri matas, por exemplo, pelo fato de sermos os Unicos a nos locomover em posigéo vertical sustentada, nossa espécie pode seridentificada como uma espécie de macaco’ uma ‘vez que compartiha caracteristicas comuns’ ordem, como pentadactilia, polegar oponivel, visdo tridimensional e colorida, entre outras. Mais uma informagdo interessante que pode ser apontada éa relacio entre os seres humanos 0s chimpanzés, que frequentemente séo considerados 0 {grupo que nos deu origem ou'de onde viemos”.No entanto, 1s @ 0s chimpanzés viemos de um mesmo ancestral que viveuha cercade 7 milhdes de anos, muito provavelmente na Aftica, ou seja, nao descendemos dos chimpanzés, mas compartilhamos com eles um ancestral comum. Nesta etapa, mais um vez os estudantes vao mobilizar conhecimentos historicamente construidos (Competénci Geral 1) ¢ utilizar linguagem escrita para disseminar infor- mages ¢ ideias, o que mobiliza a Competéncia Geral 4. A atuagéo coletivae auténomados estudantes para realizar esta, «etapa da atividade mobiliza ainda a Competéncia Geral 10. Pires BRANDAO, M. C. T.; NEVES, W. Como nos tornamos humanos? Curitiba: Editora CRY, 2016. Com linguagem acessivel, esse livode divulgacdo cien- tifica trata da histéria da evolucdo da espécie humana de forma transversale interdisciplinar com outras dreas da Cléncia, como Historia e Geografia, Como avaliar? Como vimos na descricéo da metodologia, a avaliacio uma ferramenta que deve ser usada em diferentes mo- mentos efinalidades aolongo das etapas.Por meiodela, possivel ir ajustando as formas e as propostas de atividades conforme o feedback dos préprios estudantes, ao mesmo tempo que se vai coletando materiais para compor a ava~ liago formal final do estudante. A seguir descrevemos sugestdes de formas de avaiacdo que podem ser adotadas ao longo das diferentes etapas da metodologia, 2 Etapa: Estudo do material om-fine por meio do WebQuest Nesta etapa, vocé pode avalar as respostas as atividades solicitadas para duas finalidades: 1) compora notaida ava~ liagao formal do estudante;¢ 2) obterinformacées sobre as principais dificuldades eos erros conceituais daturma para preparar a atividade da aula presencial, Outra pratica inte- ressante a ser adotada nesse momento em que oestudo corre a distancia ~€acompanhar como osestudantes esto realizando suas pesquisas eas dividas sobte as atividades propostas por meio de perguntas como:O enunciado das atividades ficou claro?” "Quats sdo as dificuldades que voces estdo enfrentando para realizar as atividades?”, "0 queacharam do material sugerido?""Vocés consultaram, ‘outros materials, além dos que foram sugeridos?": Manter um canal de comunicacao entre vocé e os estudantes a0 longo desta etapa ¢ fundamental para acompanhé-los de perto, incentivando-os e colocando-se & disposicéo para uaisquer esclarecimentos. Essa troca pode ser feita por meio do préprioWebQuest ou de aplicativos de mensagens. ‘3 Etapa: Esclarecimento de diividas ¢ discussdo sobre aorigem da espécie humana Nesta etapa, voce e os estudantes vo se reunir para a aula presencial. Como sugerido pela metadologia, agora cdevem ser priorizadas atividades de interacao, de trocas de ideias ¢ resolucao de problemas. Por isso, sugerimos que aavaliagdo se concentre principalmenteno desenvolvimento das habilidades socioemocionais,o que favorece a mobilza- «fo das Competincias Gerais 1 ¢ 9. Da mesma forma que ra etapa anterior, esclareca para os estudantes,no inicio da aula, 0 que sera feito na atividade e o que seré avaliado. Para iss0, vocé pode lancar mao das rubricas de avaliago, cujos titérios podem ser elaborados de forma colaborativa com osestudantes. Assim, por exemplo, podem-se car critérios, referentes as habilidades de ouvir com empatia, falar clara e objetivamente, cooperarcom os demais, bemicomoatwiliaro outro, Lembrando que os critérios devem ser objetivos esimn- ples ¢ estardescritos em uma escala gradativa de qualidade. 4 Etapa: Produzindo um ensaio sobre o tema Nestaetapa,esclarega o quevoce espera doensaio, ousela, © que seré avaliado no texto, por exemplo,se ele apresenta @ justfica aspectosa favor ou contra determinada afirmacao, aplicando conceitos cientificos €outras informacées que fo- ram vistos ao longo da atividade Vocé pode usar novamente as rubricas de avaliagdo em ufh primeiro momento, depois, do seu feedback a respeito do que € como pode ser melho- rado, sugerir uma avaliagao por pares, em queum estudante analisa 0 ensaio de outro, com base no que foi apontado na avaliac3o pot rubricas, e dé um feedback ao colega sobre 0 desempenho dele. Essa abordagem favorece a mobilizacao, das Competéncias Gerais 6 e 9 pela reflexio continua dos, estudantes sobre seu préprio desenvolvimento e sobre seus, ‘objetivos)considerandoas devolutivas dos pares, eo diélogo ‘com respeito e acolhimento, respectivamente. ‘Assim, a composi¢o da avaliacao final deve contemplar as respostas das atividades do WebQuest, o desempenho do estudante na aula presencial e o ensaio produzido ‘apés a avaliacdo por pares. Também é interessante que o estudante faca uma autoavaliacao para apreciar o proprio, trabalho, analisar seu percurso e suaaprendizagem erefletir sobre o que pode ser alterado © como isso pode ser feito. >» Como aplicar na minha realidade? Até aqui, vocé refletiu sobre sua pratica pedagégica atual, a0 abordar otemaEvolucéohumana"; as novas pers: ppectivas trazidas pela BNCC em relacéo 8 abordagem por, areado conhecimento e o ensino interdisciplinar; conheceu. e refletiu sobre uma sequéncia de ensino que utilizao mé- todo Sala de Aula Invertida. Nesta nova etapa, propomos lum percurso em que vamos retomar algumas das etapas vvivenciadas nesse processo ~ como a relagéo coma BNC, aescolha dos objetivosde aprendizagem, a reflexao sobre as formas de avaliacao ~ a fim de instrumentalizar voc® para elaborar novas sequéncias de ensino utilizando a metodologia Sala de Aula Invertida em qualquer assunto. De acordo com Schneiders (2018), 0 planejamento de uma sequéncia de ensino por meio da metodologia Sala de Aula Invertida consiste em pensar as ages que vio ocorrer antes, durante e depois da aula. Segundo o autor, 195 196 apés a definicao do tema e a determinacao dos objetivos de aprendizagem, o planejamento deve considerar as categorias de dominio cognitivo da Taxonomia de Bloom, comecando pelashabilidades de pensamento mais elevadas e sequindo para as de ordem inferior. Habilidades de pensamento de ordem superior | = : Fluxos de aber Habilidades de pensamento de ordem inferior Fonte: SCHNEDERS,L. A. Ométododasafad ala invert fipped classroom) Lead: Eltora Unates 2018, Dispontel ere -hrtpsi/wn antes brea unvates"media/pubkcacces/256/pa_ 236 p>, Aces em 15 ez 2020. Planejamento de sequéncia de ensino por melo da metodologia Sala de Aula Invetia, combase nas categorias de habilidades de persamentos da Taxonomia de Bioom. 0 planejamento deve seguir ofluxo contraio das ages em aula Propomosa seguir as etapas que sao fundamentalsna elaboracio da sequéncia de ensino utili- zando a metodologia Sala de Aula Invertida e sugerimos uma atividade para que vocé coloque em pratica esse planejamento. SU) 3, Como planejar uma sequéneia de ensino usando a Sala de Aula Invertida? Nesta atividade, vocé vai aplicar alguns dos conhecimentos construidos até aqui para pro- duzir uma sequéncia de isino usando ametodologia Sala de Aula Invertida que seja relevante no contexto da escola em que atua. £ importante ter em mente que os estudantes devem ser protagonistas do proprio aprendizado e estar engajados no processo. Para isso, o tema deve ser relevante para 0 contexto em que eles estao inseridos, e seu papel precisa ser centrado na curadoria dos materiais disponibilizados, selecionando materiais de qualidade, instigantes @ acessivels, propondo atividades e formas de avaliac3o conectadas aos objetivos de apren- dizagem e orientando os estudantes no caminho a ser percorrido. Deve-se ter em mente a Taxonomia de Bloom e também os diferentes niveis de habilidades que as atividades de cada etapa devem requerer. Gincks TREVISAN, A.L; AMARAL R..G. ATaxionomia revisada de Bloom aplicada aavaliacao: um estudo de provas escritas de Matemética.Ciéncia& Educacdo, v.22, n.2, 2016. Disponivel em: eessoem 15 de. 2020. oseadoem ronlemos Expeimentacdo Problematizacto. ava — ==Q@~-- ae Instrigto odeoste ———Simulgto plas coleges| Possibilidades de interagio entre 0s pos de material fornecidos aos estudantes como fonte de informacio (em rosa) e as metodologias {e ensino-aprendizagem (em azul) quepodem ser adotadas durante aaula.A sigla AVEA significa Amblentes Vituals de Ensino e Aprendizagem. Continua 197 198 coninuagio 2: Etapa: Defina as atividades de sala de aula (1 hora 30 minutos) ‘Agora vamos elaborar as atividade que serao feitas em sala de aula. Tenha em mente que vocé deve reservar um tempo pata sanar as diividas e fazer esclarecimentos quanto ao material @ datividade extraclasse. A elaboracdo dessas atividades devem levar em consideracéo os ob- jetivos de aprendizagem, desenvolver formas elevadas de trabalho cognitivo, de acotdo coma Taxonomia de Bloom, além de poderem se embasar em outras metodologias ativas. a) Qual serda pergunta que guiaré aatividade ea(s) metodologia\s) usada(s) em sala de aula? 1b) Qual serd o material de que os estudantes deverdo dispor para realizar a atividade? ©) Quais serao os objetivos de aprendizagem a serem alcancados com a atividade em sala de aula? 3+ Etapa: Defina as atividades que sordo ‘Aposa aula, 60 momento em que os estudantes devem revisar os conteudos erealizar ativi- dades complementares que os auniliem a se aprofundar no tema ou a sedimentar 6 conteddo. Entre as atividades sugeridas esto a elaboracao de textos, videos e podcasts, que podem sef compartilhados com os colegas e com a comunidade escolar. Considere a Taxonomia de Bloom para elaborar essas atividades, a) Qual é a funcéo pedagégica que vocé quer atribuir a atividade final? 'b) Essa atividade permite que os estudantes revisem ou ampliem|o temalestudado? ssenvolvidas apds a aula (30 minutos) 4 Etapa: as fontes de estudo usadas pelos ostudantes antes da (ho Nesta etapa, voce deve selecionar os materiais que vai disponibilizar para os estudantes consultarem em casa e que servirdo de embasamento teérico para as atividades que eles de- verao desenvolver.£ importante que, na medida do possivel, eles sejam variados, como videos, podcasts, artigos, reportagens, entre outros, Além disso, ¢ essencial que sejam de fontes con- fiavels.€ relevante também elaborar uma atividade para que os estudantes possam utilizar 0 conhecimento acessado por meiodos materia, Essa atividade pode ser a elaboracdo de uma sintese sobre o assunto ou responder a um questionério on-line, por exemplo. As atividades podem servir tanto para compor a avaliac3o dos estudantes quanto para nortear a conduco da etapa em sala de aula, ajudando a definir, por exemplo, quanto tempo vocé deve dedicar a0 esclarecimento de dividas, a) Liste 05 materiais que serao repassados aos estudantes. As fontes selecionadas sao diver- sificadas? 1b) Os estudantes tém recursos para acessaro material? No caso de vocé ter estudantes com algum tipo de deficiencia, pense nas estratégias e adaptagdes necessirias para que ele possa acessar o conteido e realizar as atividades a distancia, €) Descreva a atividade que os estudantes realizaréo com base nas fontes de pesquisa. 5 Etapa: Defina as formas Nesta etapa, considerando os objetivos de aprendizagem, defina as formas e os critérios de avaliacao que vai utilizar. Vocé pode propor formas de avaliacao diferentes para cada uma das etapas que os estudantes deverdo percorrer (1. antes da aula; 2. durante a aula; 3. apés a aula). E importante explicitar desde o inicio os critérios de avaliagdo para que fique claro para os es~ tudantes como serao avaliados. a) Liste 0s critérios de avaliacdo para cada uma das etapas. 'b) Como vocé vai compartithar os riterios para que os estudantes saibam o que seréavaliado? €) Que instrumentos de avaliagéo sero utilizados em cada etapa? ) Voce utilizou métodos variados de avaliagao? continua ontinuagio 62 Etapa: Prepare o caminho (30 minutos) Agora, trataremos diretamente dos preparativos necessarios para atender as necessidades de todo 0 processo. Vamos refletir sobre a organizacao de recursos para que a metodologia de ensino seja colocada em pratica. a) Quantas aulas serdo necessarias paraaplicara sequénciade ensino? Defina um cronograma detalhando os dias em que cada etapa ocorre eos tempos de duracio estimados, 1b) Quais espacos (sala de aula, laboratério, sala de informatica, biblioteca) serio ocupados durante a execucéo do trabalho? ©) Quais s80 os professores que podem colaborar com ideias para melhorar a sequéncia de ensino ou ser parceiros na implementacao? Quando aplicar seu planejamento, busque perceber os pontos negativos e positives para vocé e paraos estudantes ¢ esteja aberto aincorporar as adequacoes que se facam necessérias. Para fechar a elaboragio do planejamentoque criamos, propomos a seguir algumas reflexdes sobbre como ocorteu esse processo. * Quais s30 as semelhaneas e as diferencas entre o planejamento de uma sequéncia de ensino | usando a Sala de Aula Invertida e os planejamentos que vocé usualmente faz? + Vocé sentiualguma dificuldade no proceso? Quali quais)? Quais foram as etapas desenvolvidas com maior faclidade? + De forma geral, como vocé avalia 0 planejamento que elaborou? Voce acha que poderia ser cefetuada alguma melhoria ou modificacio? Qual? (eye Reflita individualmente ou com seus pares sobre o seu processo de aprendizagem e as po- tencialidades da implementacao da Sala de Aula'Invertide na'sua formacao e na sua atuacao como professor. » Oque vocé aprendeu com este capitulo? » Vocé se sente mais familiarizado com as competéncias e as habilidades da BNCC? » Quais foram as principais diffculdades que voce encontrou ao longo do percurso? D& alguns exemplos. » Algum processo ao longo do percurso surpreendeu vocé positivamente? Dé alguns ‘exemplos. » Voc# se sente confortavel para aplicar a metodologia Sala de Aula Invertidaem seusplaneja- ‘mentos? Por qué? Vocé tem inteno de adotar essa metodologiafrequentementenas aulas? > Referéncias bibliograficas BEJAN, A. Life and Evolution as Physics. Communicative & Integrative Biology, v.9,n. 3, 2016, Disponivel em: . Acesso em: 15 dez. 2020. esse artigo, o autor apresenta diferentes argumentos ara provar que 0 estudo da vida e da evolugao se rela- cionam ao componente curricular da Fisica BERGMANN, J; SAMS, A. Sala de Aula Invertida: uma meto- dologia ativa de aprendizagem. Rio de Janeiro: LTC, 2018. ‘Nesse livro, 05 autores discutem como as metodologias ativas de ensino podem mudar e estabelecer um novo relacionamento entre estudantes e professores, além de ‘apresentar exemplos reais de aulas invertidas. DOBZHANSKY,T. Nothing in biology makes senseexceptin, the light of evolution. The American Biology Teacher, v.35, 1.3,p. 125-129, mar, 1973. Disponivel em: . Acesso em: 15 dez. 2020. Esseartigo trazno titulo uma frase que se tornou cldssica para explicara importéncia da teoria daevolucdo para Biologia e trata de algumas evidéncias da evolucao. 199 FLIPPED CLASSROOM FIELD GUIDE, 2014. Disponivel em: -, Acesso em: 15 dez. 2020. Esse quia éuma compilacao de praticas recomendadas e recursos utilizados em Sala de Aula lnvertida descritos por professores universitdrios de diferentes universidades estadunidenses. FUTUYMA, D. J Biologia evolutiva. 3. ed. Ribeiréo Preto: FUNPEC, 2002. Olivo trata da origem e do impacto do pensamento evolutivo, de hereditariedade, variabiidade, deriva gené= tica, efeitos da selecdo natural sobre as frequéncias génicas, especiacdo e adaptacio ede outros pracessos relacionados devolucdo biologica. GOULD S.J. Plares do tempo: ciénda e religiao na plenitude da vida. Rio de Janeito: Rocco, 2002. NNesse lio, 0 autor argumenta sobre a necessidade de sseparagao entre Ciénciae religiao. JABLONSKI, N.G.; CHAPLIN, G. The Evolution of Human Skin Coloration. Journal of Human Evolution, n. 39,p.57-106, 2000. Disponivel em: . Acesso em: 15 dez. 2020. Nese artigo, é abordada a relacdo entre a evolugdo da coloragdo da pele humana e as radiagoes UV em dife- rentes regides da Terra, concluindo que se trata de uma caracteristica fortemente influenciada pelo ambiente € muito varidvel e, por isso, ndo tem valor flogenético para estabelecerrelagdes entre grupos humanos modemos. MORAN, J. M. Nova personalidade: pesquisador da USP reconhece mudancas no papel do professor na sala de aula, mas ndo cré na extingéo. Correio Braziliense, 25 out. 2014, Disponivel em: . Acesso em: 15 dez, 2020. ‘Nessa entrevista, opesquisador José ManuelMorar, professor posentado da Escola de ComunicagéeseArtesda USP falada importandiadastecnologias na educagée porpossibilitarem aoprofessor a elaboracio ea proposicao de atividades mais complexas, que ucem os estudantes em seuspercursos. NEVES, W. no principio...era o macaco. Estudos Avancados, v.20, n. $8, 2006, Disponivel em: . Acesso em: 15 dez. 2020, Nese artigo, 0 autor trata da origem e da evolucdo dos hhominineos edo fatode os seres humanos serem,comoos outros seres vivos, produto do processo evolutiva. NEVES,W.A,PILO, LB, OpovodeLuzia:em buscadosprimeiros americanos. S40 Paulo: Globo, 2008, esse livro, os autores tratam do povoamento pré-his- t6rico das Américas, como e quando os primeiros seres ‘humanos chegaram aqui, sua ascendéncia, seus costu- mes, suas crengas e suas relagdes com 0 ambiente que os circundava. ROLDI,M.M.C;SALIM,C.R; PIRES,C.R.C.Ensino de evolugao humana na educago basica: uma intervencao participativa araaproximar aspectos biolégicose aspectos socioculturals. 200 Experiéncias em Ensino de Ciéncias, v. 13, n. 4, p. 339- 348, 2018, Disponivel em: . Acesso em: 15 dez. 2020. estudo discute uma sequéncia de ensino para o tema "Evolugdo humana" usando os principios da intervengiio pedagégicaparticipativae visando destacarcomoo.con- Ceito de raga nao tem validade para a espécie humana. RUIZ-MIRAZO, K.; BRIONES, C.; DE LA ESCOSURA, A. Chemical roots of biological evolution:the origins of life asa process of development of autonomous functional systems Open Biology, v. 7, n. 4, abr.2017. Disponivel em: . Acesso em: 15 dez. 2020, \Nesse artigo, os autores discutem a origem da vida no contexto pré-bidtico, uma proposta sobre o conjunto de ‘mecanismos de controle molecular que deveriam ocorrer para formar sistemas funcionais auténomos, na interface emtrea Quimica ea Biologia. SCHNEIDERS, L.A. Ométododasala de aula ifvertia (flioped classroom). Lajeado: Editora Univates, 2018. Disponivel em: . Acessoem: 15 dez. 2020. 'Nesse material, é apresentada.a metodologia da Sala de Aula Invertida como proposta de adaptar os métodos de ensino-aprendizagem as necessidades da sociedade contempordnea, TEMPLETON, R. A. Human Races: A Genetic and Evolutio~ nary Perspective, American Antropologis, p. 632-650, 1998. Disponivel em: . Acesso em: 15 dez.2020. esse artigo, € abordado o uso inadequado do termo “aga para os seres humanos em uma perspectiva gené- tica e evolutiva. VALENTE,J.A. Blended learning e as mudangasno ensino su- periora proposta da sala de aulainvertida. Edrcarem Revista, ed, especal n.4.p.79-97, 2014, Disponivel em: Acesso em: 15 de, 2020. ‘esse artigo, o autordiscute as diferentes modalidades do blended learning e da metodologia Sala de Aula Invertida, como as TDIC sao usadas em diferentes mo- delos de implantacao dessa abordagem pedagdgica, como a Sala de Aula Invertida pode ser implantada e seus pontos positives e negativos apresentados por diferentes autores. \WATERSON, R, LANDER, E; WILSON, R. ritial sequence ofthe chimpanzeegenomeand comparison with thehuman genome. Nature, v. 437, p. 6987, 2005. Disponivel em: . Acesso em: 15 dez. 2020. \Nesseartigo, sao comparadosos genomas dos chimpan- 2265 Pan troglodytes) com o genoma humane. Por meio dessa comparaséo, os autores geraram um catélogo amplamente completo das diferencas genéticas que se acumularam desde que as espécies humana e de chim- ppanzé divergiram de nosso ancestral comum.

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