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Aspen 2016 - PCT Critico
Aspen 2016 - PCT Critico
Guidelines for the Provision and Assessment of Nutrition Support Therapy in the Adult
Critically Ill Patient: Society of Critical Care Medicine (SCCM) and American Society for
Parenteral and Enteral Nutrition (A.S.P.E.N.)
Diretrzes para provisão e avaliação do Suporte Nutricional no Paciente Adulto Ciritico: SCCM
E SOCIEDADE AMERICANA DE NUTRIÇÃO ENTERAL E PARENTERAL
Limitações
São baseados em conclusões gerais de profissionais de saúde que ao desenvolverem
essas diretrizes equilibraram potenciais benefícios a riscos inerentes a terapia. Porém,
estas diretrizes práticas não pretendem ser requisitos absolutos.
O julgamento do profissional de saúde com base nas circunstâncias individuais do
paciente deve sempre ter precedência sobre as recomendações dessas diretrizes.
População alvo
Adultos (>18 anos), crítico, que espera-se um tempo de permanência de pelo menos 2
a 3 dias em UTI geral ou UTI cirurgica.
As orientações são gerais e devem ser adaptadas para cada paciente individualmente.
O uso pretendido destas orientações é para todos os profissionais de saúde envolvidos
na terapia nutricional principalmente, médicos, enfermeiros, nutricionistas e
farmacêuticos.
Conflito de interesse
Não houve financiamento da indústria e nem os seus representantes tiveram acesso as
reuniões da comissão.
Definições
Terapia nutricional refere-se especificamente à prestação de qualquer nutrição enteral
(EN) por dispositivo de acesso enteral e / ou nutrição parenteral (PN) por acesso
venoso central.
Questões:
a) AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
1) Question: Does the use of a nutrition risk indicator identify patients who will
most likely benefit from nutrition therapy? (O uso de um indicador de risco
nutricional é capaz de identificar pacientes que poderão se beneficiar na terapia?)
A triagem de risco nutricional (NRS 2001, NUTRIC score) deve ser feita em todos os
pacientes admitidos na UTI em que a ingestão esteja insuficiente. A identificação do
alto risco nutricional seleciona pacientes com maior probabilidade de se beneficiar com
a terapia nutricional enteral precoce.
Análise racional: A inflamação gerada pela doença critica tem sido associada a
deterioração do estado nutricional, havendo, devido a isso, dificuldade de definir a
desnutrição. Todos os pacientes hospitalizados são obrigados a passar por uma trigem
nutricional em até 48h da admissão, embora pacientes com maior risco necessite de
uma avaliação nutricional mais completa. Muitas ferramentas de rastreio e avaliação
são utilizadas como Mini Avaliação, avaliação subjetiva global entre outras. Porém,
somente o NRS, 2002 e o NUTRIC SCORE determinam tanto o estado nutricional
quanto a gravidade a doença.
3) What is the best method for determining energy needs in the critically ill
adult patient? (Qual é o melhor método para determinar as necessidades energéticas
no paciente critico?)
É sugerido o uso da calorimetria indireta para determinar requerimentos energéticos
quando disponível. Na ausência deste método, é sugerido utilizar a equação
simplificada (25-30kcal/kgP) para determinação.
b) INICIO TNE
1) Qual o benefício do inicio precorce da TNE em pacientes críticos comparado
com a omissão ou início tardio da mesma?
É sugerido o uso de TNE sobre NPT em pacientes críticos que necessite de TN.
4) What is the preferred level of infusion of EN within the GI tract for critically ill
patients? How does the level of infusion of EN affect patient outcomes? (Qual o
posicionamento preferencial para infusão de dieta enteral no trato gastrointestinal
em pacientes críticos? Como o posicionamento afeta os resultados dos pacientes?)
1) What population of patients in the ICU setting does not require nutrition
support therapy over the first week of hospitalization? (Quais pacientes na UTI não
requerem terapia nutricional durante a primeira semana de internação?)
3) What population of patients in the ICU requires full EN (as close as possible
to target nutrition goals) beginning in the first week of hospitalization? How soon
should target nutrition goals be reached in these patients? (Quais pacientes na UTI
beneficiam-se da oferta total da NE (o mais próximo possível para atingir metas
nutricionais durante a primeira semana de internação? Quanto tempo deve-se visar
para que as metas nutricionais sejam alcançadas nestes pacientes?)
É sugerido que em pacientes com alto risco nutricional (NRS 2002 ≥5 ou pontuação
NUTRIC ≥5, sem interleucina 6) ou severamente desnutridos deve-se avançar no
suprimento nutricional para alcance das necessidades tão rapidamente quanto
tolerada a TNE durante 24-48 horas com monitoramento da possibilidade da síndrome
de realimentação. Os esforços para proporcionar >80% da meta energética e proteica
dentro de 48-72 horas de internação deve ser realizado.
É sugerido que deve ser oferecida quantidade proteica (alta dose) de maneira
suficiente. Os requerimentos proteicos devem estar entre 1,2-2,0g/kgP atual, podendo
ser ainda maior em pacientes queimados o politraumatizados.
Análise racional: O uso de balanço de nitrogênio ou kcal não proteica: N (70: 1-100: 1)
é de valor limitado na UTI. Infelizmente, a determinação das necessidades proteicas no
ambiente de cuidados intensivos continua dificultada, estando a maioria dos
profissionais utilizando equações com base no peso de maneira simplista (1,2-2,0 g /
kg / d). Em estudo observacional, prospectivo, observou-se uma redução gradual da
mortalidade de 28 dias com o aumento da oferta de proteína. Dois pequenos ensaios
clínicos randomizados, no entanto, não mostrou diferença na mortalidade quando
fornecida uma dose de proteína mais elevada.
Análise crítica: A tolerância pode ser determinada por exame físico, a eliminação de
flatos e fezes, avaliações radiológicas e ausência de queixas do paciente, tais como dor
ou distensão abdominal. A intolerância GI é geralmente definida por vómitos,
distensão abdominal, queixas de desconforto, alto RG, diarreia, redução da eliminação
de flatos e fezes, ou radiografias abdominais anormais. Metheny et al relatou que mais
de 97% dos enfermeiros pesquisados consideravam intolerância a TNE apenas medição
do RG (os níveis mais citados de limite para interromper NE eram listados como 200
mL e 250 mL). Menos da metade dos pacientes nunca atingem o seu consumo
energético programado durante a sua permanência na UTI - o recebimento fica em
torno de 80% do programado. As pausas programadas após meia noite para
procedimentos e testes diagnósticos afetam 25% -33% dos pacientes internados em
UTI. As questões técnicas envolvendo a SNE tais como desobstrução ou
reposicionamento, podem representar até 25% do tempo de cessação.
Sugerimos que o RG não seja utilizado como parte da rotina para monitorar pacientes
de UTI que receberam NE. Sugerimos, para aqueles pacientes que ainda são
monitorizados pelo RG, evitar cessão NE com RG<500mg/dl na ausência de outros
sinais de intolerância
3) Should EN feeding protocols be used in the adult ICU setting? (Devem ser
usados protocolos de alimentação enteral em pacientes críticos? [Evidência: Moderada
a alta]
É sugerido que os pacientes que recebam NE devem ser avaliados para risco de
aspiração e pneumonia e, que medidas para reduzir este risco devem ser
proativamente empregadas.
Análise crítica: Os doentes com risco aumentado de aspiração podem ser identificados
por um número de fatores, incluindo a incapacidade de proteger as vias aéreas, a
presença de SNE, ventilação mecânica, idade> 70 anos, redução do nível de
consciência, cuidado oral pobre, a posição supina, déficits neurológicos, refluxo
gastroesofágico, o transporte para fora da UTI e uso de NE bolus intermitente.
Pneumonia e colonização bacteriana da árvore respiratória superior é mais
estreitamente associado com a aspiração de secreções contaminadas da faringe do
que regurgitação e aspiração.
4.3 Sugerimos que, em pacientes com alto risco de aspiração, agentes para
promotores de motilidade, tais como medicamentos pró-cinéticos (metoclopramida e
eritromicina), serão iniciados sempre que clinicamente viável. [Evidência: baixa]
Análise racional: Otimizar a saúde oral com clorexidina duas vezes por dia foi mostrado
em 2 estudos para reduzir a infecção respiratória e pneumonia nosocomial em
pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos. Outras medidas para diminuir o
risco de aspiração iria incluir a redução do nível de sedação / analgesia quando
possível e minimizar o transporte externo da UTI para testes de diagnóstico e
procedimentos.
6) How should diarrhea associated with EN be assessed in the adult critically ill
population? (Como a diarreia associada a TNE deve ser avaliada no doente crítico
adulto?)
Análise racional: Os seguintes fatores podem contribuir para a diarreia aguda: tipo e
quantidade de fibras na fórmula, osmolalidade de fórmula, modo de infusão,
contaminação, medicamentos (antibióticos, inibidores da bomba de prótons,
procinéticos, agentes de diminuição da glucose, medicamentos anti-inflamatórios não
esteróides, inibidores da recaptação da serotonina, laxantes, e etiologias-sorbitol
contendo preparações, em particular), e etiologias infecciosas, incluindo Clostridium
difficile. Avaliação de diarreia deve incluir um exame abdominal, quantificação de
fezes, cultura de fezes por Clostridium difficile (e / ou ensaio de toxina), o painel de
eletrólitos no soro (para avaliar as perdas de eletrólitos excessivos ou desidratação), e
revisão dos medicamentos. Uma tentativa deve ser feita para distinguir diarreia
infecciosa de diarreia osmótica
1) Which formula should be used when initiating EN in the critically ill patient?
(Qual a fórmula deve ser usada ao inicio da TNE no paciente criticamente doente?)
Análise crítica: Para a maioria dos doentes num ambiente UTI, uma dieta padrão
polimérica isotónica 1.5 kcal / ml é apropriado e será bem tolerada. Esta
recomendação é de exclusão para o uso rotineiro de fórmulas especiais incluindo
aquelas específicas da doença (diabetes), para órgãos (pulmonar , renal, hepática),
modulando semi elementar, elementar, ou imune em que nenhum benefício claro para
o desfecho do paciente foi mostrado na literatura. Uma exceção seria o uso de uma
fórmula imune moduladora imune no paciente no pós-operatório em um contexto de
UTI. A justificativa para fórmulas pulmonares (alto teor de gordura e carboidrato para
reduzir o quociente respiratório) tem sido demonstrada que são erradas (efeito
observado apenas com a superalimentação) e seu alto teor de ácido graxo ômega-6
pode conduzir a doença inflamatória especifica. Fórmulas de restrição hídrica grave
pode ser raramente utilizado em uma pequena porcentagem de pacientes em uma
base caso-a-caso devido mais a benefícios fisiológicos, tais como perfil de electrólito e
restrição de volume (renal).
3) Should EN formulas with fish oils (FOs), borage oil, and antioxidants be used
in patients with ALI or ARDS? (Fórmulas enterais com óleos de peixe, óleo de
borragem, e antioxidantes deve ser utilizado em doentes com ALI ou SARA?)
Não podemos fazer uma recomendação neste momento sobre o uso rotineiro de uma
formulação enteral caracterizada por um perfil anti-inflamatório de lípidos (por
exemplo, ômega-3, óleo de borragem e antioxidantes) em pacientes com SARA e ALI
grave, tendo em vista dados conflitantes. [Evidência: Baixa para muito baixa]
Análise racional: Agregando todos os ensaios pesquisados e com base nos resultados
relatados sugere que o uso de ácidos graxos ômega-3, óleo de borragem, e
antioxidantes via enteral não reduz significativamente a internação na UTI, tempo de
ventilação mecânica, falência de órgãos, ou mortalidade hospitalar em comparação
com o uso de uma formulação enteral padrão. Neste momento, à luz dos dados
conflitantes, a Comissão de Diretrizes não recomenda a utilização de uma fórmula com
um perfil lipídico anti-inflamatória em pacientes com SARA / LPA até que estejam
disponíveis mais dados.
4) In adult critically ill patients, what are the indications, if any, for enteral
formulations containing soluble fiber or small peptides? (Em adultos criticamente
doentes, quais são as indicações, se houver, para uso de formulações enterais
contendo fibra solúvel ou pequenos peptídeos?) [Evidência: Baixa]
Sugerimos que uma fórmula enteral contendo mix de fibras não deve ser usado
rotineiramente de maneira profilática a fim de promover a regularidade intestinal ou
prevenir diarreia. Com base no consenso de especialistas, sugerimos considerar o uso
de uma formulação contendo mix de fibra se houver evidência de diarreia persistente.
Nós sugerimos evitar tanto fibras solúveis e insolúveis em pacientes com alto risco de
isquemia intestinal ou dismotilidade grave. Sugerimos considerar o uso de formulações
compostas de pequenos peptideos no paciente com diarréia persistente, com má
absorção de suspeita ou falta de resposta à fibra.
Análise Crítica: Aqueles pacientes com diarréia persistente (nos quais foram excluídas
outras fontes de diarreia, tais como medicamentos e C difficile) podem se beneficiar
do uso de uma fórmula contendo mix de fibra, fórmula semi elementar, ou um
suplemento de fibra solúvel adicionado a uma fórmula padrão. A oferta de uma
formulação com mix de fibras num paciente não-crítico pode ser útil na promoção da
regularidade do intestino. Porém, em um ambiente de cuidados críticos há
preocupação com a utilização de fórmulas de fibra mista em pacientes com alto risco
de isquemia intestinal ou dismotilidade grave devido a relatos de obstrução intestinal
em pacientes cirúrgicos e otraumatizados que recebem tais formulações contendo
fibras insolúveis.
F. TERAPIA ADJUNTA
Análise crítica: Para o paciente criticamente doente que desenvolve diarréia, o uso de
um suplemento de fibra solúvel prebiótica parece mostrar um benefício mais
consistente para reduzir a diarreia do que as fórmulas comerciais com mix fibras. Em
uma revisão de Cochrane, nenhum dos probióticos estudados tiveram um efeito sobre
a mortalidade na UTI ou incidência de melhora na diarreia.
1) When should PN be initiated in the adult critically ill patient at low nutrition
risk?(Quando deve ser iniciado a NPT no adulto critico com baixo risco nutricional?)
Sugerimos que, no paciente de baixo risco nutricional (por exemplo, NRS 2002 ≤3 ou
pontuação NUTRIC ≤5), NPT exclusiva ser evitado durante os primeiros 7 dias após a
admissão na UTI, se o paciente não consegue manter a ingestão voluntária e se início
NE não é factível. [Evidência: Muito baixa]
Análise crítica: Em um paciente bem nutrido previamente, o uso de NPT fornece pouco
benefício ao longo da primeira semana de hospitalização nos pacientes críticos. O
Comitê de Diretrizes expressa preocupação em evitar NPT além de 7 dias, uma vez que
levaria à deterioração do estado nutricional e conseguinte efeito adverso sobre os
resultados clínicos.
2) When should PN begin in the critically ill patient at high nutrition risk?
Quando deve ser iniciado a NPT no adulto critico com alto risco nutricional?)
No paciente diagnosticado como alto risco nutricional (por exemplo, NRS 2002 ≥5 ou
pontuação NUTRIC ≥5) ou severamente desnutridos, quando NE não é viável,
sugerimos iniciar NPT exclusivA, logo que possível após a sua admissão na UTI .
3) What is the optimal timing for initiating supplemental PN when EN does not
meet energy or protein goals in the patient at low or high nutrition risk? (Qual é o
momento ideal para iniciar a NPT suplementar quando não há suprimento das metas
energéticas ou proteicas associado ao baixo ou alto risco nutricional?).
Recomendamos que, em pacientes com baixo ou alto risco nutricional, o uso de NPT
suplementar deve ser considerado se a ingestão por via enteral exclusiva for <60% das
necessidades energéticas e proteicas durante 7-10 dias. A NPT suplementar instalada
antes deste período não há melhora dos resultados e pode ser prejudicial para o
paciente. [Evidência: Moderada]
Análise crítica: Suplementar NPT é uma terapia cara com benefícios mínimos quando
fornecido no início da estadia na UTI. O tempo ideal para o inicio da suplementação em
um paciente que recebe NE hipocalórica não é clara. Em algum momento após a
primeira semana de hospitalização, se houver uma oferta de NE insuficiente para
atender às exigênciasa adição de PN suplementar deve ser considerada, com a decisão
tomada numa base caso-a-caso.
Análise crítica: Após um paciente ser candidato ao uso da NPT, cuidados devem ser
tomados para reduzir o risco inerente de hiperglicemia, desequilíbrio eletrolítico,
supressão imunológica e aumento do estresse oxidativo. Ter atenção a síndrome de
realimentação é especialmente importante para pacientes com fatores de risco
(alcoolismo, perda de peso, baixo índice de massa corporal [IMC], períodos
prolongados jejum). Embora a síndrome de realimentação possa ocorrer com NE, o
risco é maior com o início do NPT. Nesses pacientes, o avanço da alimentação deve ser
mais lento, tendo 3-4 dias para alcançar o objetivo. A utilização de protocolos e
equipes de suporte nutricional tem demonstrado diminuir as complicações.
2) In the appropriate candidate for PN (high risk or severely malnourished),
should the dose be adjusted over the first week of hospitalization in the ICU (No
paciente com indicação adequada para NPT (alto risco ou severamente desnutridos),
a dose deve ser ajustada durante a primeira semana de internação na UTI?)
Sugerimos uma oferta hipocalórica (≤20 kcal / kg / d ou 80% das necessidades de
energia estimada) com quantidade adequada de proteínas (≥1.2 g de proteína / kg / d)
seja considerada em pacientes apropriados (alto risco ou severamente desnutridas),
inicialmente durante a primeira semana de internação na UTI. [Evidência: Baixa]
Análise critica: Esta estratégia pode otimiza a eficácia de NP nas fases iniciais da
doença crítica por reduzir o potencial risco de hiperglicemia e resistência à insulina.
Uma vez que o paciente estabilize, o aporte energético pela NP pode ser aumentado
para suprir a 100% das necessidades.
3) Should soy-based IV fat emulsions (IVFEs) be provided in the first week of ICU
stay? Is there an advantage to using alternative IVFEs (ie, medium-chain triglycerides
[MCTs], olive oil [OO], FO, mixture of oils) over traditional soybean oil (SO)–based
lipid emulsions in critically ill adult patients? (Deve ser fornecido na primeira semana
de intenação da UTI emulsões lipídicas à base de soja? Existe alguma vantagem para
usar formas alternativas da emulsão lipídica a base de soja (ou seja, triglicerídeos de
cadeia média, azeite, mistura de óleos) sobre a emulsão lipídica de óleo de soja
tradicional em pacientes adultos em estado crítico?)
Sugerimos limitar o uso de emulsões lipídicas a base de soja durante a primeira
semana após o início da NP no paciente criticamente doente a um máximo de 100 g /
semana (frequentemente dividida em 2 doses / semana) se não houver preocupação
com a deficiência de ácidos graxos essenciais. [Evidência: Muito baixa]
Formas alternativas a emulsão lipídica a base de soja podem trazer desfechos
benéficos quando comparados com emulsões à base de soja. No entanto, não podemos
fazer uma recomendação neste momento devido à falta de disponibilidade destes
produtos nos Estados Unidos.
5) What is the desired target blood glucose range in adult ICU patients? (Qual a
faixa de glicemia desejada no paciente critico?)
É recomendado taxas glicêmicas alvo de 140 ou 150-180 mg/dL para a população em
geral em UTI; faixas específicas para pacientes (pós-cirurgia cardiovascular,
traumatismo craniano) podem ser diferentes e estar além do escopo deste guia. [
Evidência: Moderada]
Análise crítica: A maior preocupação para um potencial efeito adverso da glutamina foi
visto naqueles pacientes que receberam uma dose mais elevada (isto é, > 0,5 g / kg / d)
nas fases iniciais da doença crítica ou em choque que necessitam de suporte
vasopressor.
Análise critica: Por causa dos benefícios marcantes da NE, para o paciente
criticamente doente repetidos esforços devem ser feitos para a transição do paciente à
terapia enteral.
I. INSUFICIÊNCIA PULMONAR
1) What is the optimal carbohydrate/fat ratio for the adult ICU patient with
pulmonary failure? (Qual é a proporção ideal de carboidratos/gordura ideal para o
paciente crítico com insuficiência pulmonar?)
Sugerimos que formulações específicas com alto teor de gordura e baixo carboidrato
(projetadas para manipular o quociente respiratório e reduzir a produção de CO2) não
devem ser utilizadas em pacientes de UTI com insuficiência respiratória aguda.
[Evidência: Muito baixa]
Análise crítica: Acúmulo de líquido, edema pulmonar e insuficiência renal são comuns
em pacientes com insuficiência respiratória aguda e têm sido associados com os
resultados clínicos pobres. Sugere-se que uma formulação de nutrientes alta
densidade energética com restrição de líquidos (1,5-2 kcal / mL) deva ser considerada
para pacientes com insuficiência respiratória aguda que requeira uma restrição hídrica.
4) INSUFICIÊNCIA/FALÊNCIA RENAL
1) In adult critically ill patients with acute kidney injury (AKI), what are the
indications for use of specialty enteral formulations? What are appropriate energy
and protein recommendations to reduce morbidity in AKI? (Em adultos críticos com
lesão renal aguda (IRA), quais são as indicações para o uso de formulações enterais
específicas? Quais são as recomendações adequadas de energia e proteína para
reduzir a morbidade nesses pacientes?)
Análise crítica: A IRA raramente existe como uma falha do órgão isolado em pacientes
criticamente enfermos. Quando A NE é prescritA para o paciente da UTI, o processo da
doença subjacente, pré comorbidades existentes, e as complicações atuais devem ser
levados em consideração. Os especialistas concordam em usar o peso corporal normal
para pacientes com peso normal e peso corporal ideal para pacientes obesos e em
estado crítico. Necessidades energéticas podem ser determinada pela CI, equações de
predição ou por uma equação baseada no peso simplista (25-30 kcal / kg / d).
Formulações especiais com menor aporte de eletrólitos (por exemplo, fósforo e
potássio) podem ser benéfica nesse perfil de paciente.
2) In adult critically ill patients with AKI receiving hemodialysis or CRRT, what
are appropriate targets for protein intake to support increased nitrogen losses? (Em
adultos os pacientes críticos com que fazem hemodiálise quais são as metas
adequadas de ingestão proteica para suportar maiores perdas de nitrogênio?)
Recomendamos que os pacientes submetidos a hemodiálise deva receber uma maior
oferta proteica, até um máximo de 2,5 g / kg / d. A proteína não deve ser restringido
em doentes com insuficiência renal aguda como um meio para evitar ou retardar o
início da terapia de diálise. [Evidência: Muito baixa]
K. FALÊNCIA HEPÁTICA
I. PANREATITE AGUDA
1) Does disease severity in acute pancreatitis influence decisions to provide
specialized nutrition therapy? (Será que a gravidade da doença na pancreatite aguda
influencia as decisões para o fornecimento da terapia nutricional especializada?)
Sugere-se que na avaliação nutricional inicial de pacientes com pancreatite aguda a
avaliação da gravidade da doença deva ser considerada para direcionar a terapia
nutricional. Isso se deve uma vez que esta pode mudar rapidamente, sugerindo assim,
avaliação frequente da tolerância alimentar e rastreamento da necessidade de terapia
nutricional especializada.
Análise racional: Pacientes com pancreatite aguda leve têm uma taxa muito menor de
complicações (6%) do que os pacientes com doença mais grave, tendo uma chance de
81% de avançar para dieta via oral no prazo de 7 dias. Fornecer especializada nutrição
terapia para estes pacientes não parece alterar resultado.
Sugere-se que em pacientes com pancreatite aguda moderada a grave deva ser
passada SNE OU SOE e que a TNE seja iniciada após trofismo, objetivando a
ressuscitação volêmica completa com 24-48h da admissão. [Evidência: Muito baixa]
4) Which is the most appropriate formula to use when initiating early EN in the
patient with moderate to severe acute pancreatitis? (Qual é a fórmula enteral mais
adequada para usar quando for iniciar TN do paciente com pancreatite aguda
moderada a grave?)
Sugere-se o uso de uma fórmula polimérica padrão para iniciar NE no paciente com
pancreatite aguda grave. Embora promissora, os dados são atualmente insuficientes
para recomendar o uso, neste momento, de uma formulação com imunomoduladora
neste perfil de paciente.[ Evidência: muito baixa]
5) Should patients with severe acute pancreatitis receive EN or PN? (Pacientes
com pancreatite aguda grave deve receber TNE ou TNP?)
Sugere-se o uso de NE e NP em pacientes com pancreatite aguda grave que necessitam
de terapia nutricional. [Evidência: baixa]
6) Should patients with severe acute pancreatitis be fed into the stomach or
small bowel? (Pacientes com pancreatite aguda grave deve receber alimentação
enteral com posicionamento gástrico ou pós pilórico?)
Sugere-se que a TNE seja utilizada independente do posicionamento, uma vez que não
existe qualquer diferença na tolerância ou os resultados clínicos entre estes 2 níveis de
infusão. [Evidência: baixa]
M. SUBCONJUNTOS CIRÚRGICOS
A) TRAUMA
1) Does the nutrition therapy approach for the trauma patient differ from that for
other critically ill patients? (A abordagem da terapia nutricional para o paciente
tramatizado difere das utilizadas para pacientes críticos?)
É sugerido que, semelhante aos demais pacientes críticos, seja iniciada alimentação
enteral precoce com uma dieta hiperproteica, polimérica, no período pós-trauma
imediato (dentro de 24-48 horas de lesão) desde que o paciente esteja
hemodinamicamente estável. [Evidência: Muito baixa]
Análise racional: Metas de energia devem estar na faixa de 20-35 kcal /kg/d,
dependendo da fase de trauma. O fornecimento de energia inferior é sugerido no
início da fase de reanimação, com otimização do fornecimento quando o paciente
entrar na fase de reabilitação. Requisitos para a proteína são similares para outros
pacientes de UTI de 1,2-2 g /kg/d.
B) TRAUMATISMO CRANIANO
1) Does the approach for nutrition therapy for the TBI patient differ from that
of other critically ill patients or trauma patients without head injury? (A abordagem
dA terapia nutricional para o paciente com TCE difere da de outros pacientes
criticamente doentes ou de pacientes com traumas sem ferimento na cabeça?)
Recomendamos que, semelhante a outros pacientes criticamente doentes, a
alimentação enteral precoce seja iniciada no período pós-trauma imediato (dentro de
24-48 horas de lesão) desde que o paciente esteja hemodinamicamente estável.
[Evidência: Muito baixa]
Análise racional: Apenas 1 pequeno estudo em adultos (40 pacientes) comparou o uso
de formulações imunomoduladoras (contendo arginina, glutamina, fibra prebiótica, e
ômega-3 ácidos graxos), com formulações enterais padrão em pacientes com TCE e
demonstrou diminuição de infecções.
C. ABDOME ABERTO
Análise racional: Muitos profissionais hesitam em alimentar via entérica pacientes com
abdome aberto; No entanto, os dados retrospectivos sugerem que estes pacientes
podem ser alimentadas com segurança, na ausência de lesão do intestino.
D. QUEIMADOS
1) What mode of nutrition support should be used to feed burn patients? (Qual
o suporte nutricional que deve ser usado para alimentar pacientes queimados?)
A NE deve ser fornecida em pacientes queimados cujo TGI esteja funcionante e para os
quais a ingestão voluntária é insuficiente para atender às necessidades estimadas de
energia. NP deve ser reservada para aqueles pacientes que a NE não é viável ou não é
tolerada.
E. SEPSE
1) Are patients with severe sepsis candidates for early EN therapy? (Os pacientes
com sepse grave são candidatos a iniciar TNE precocemente?)
Sugere-se que os pacientes críticos recebam NE dentro de 24-48 horas após do
diagnóstico de choque séptico grave, logo que a reanimação esteja completa e o
paciente hemodinamicamente estável.
4) What are the protein and energy requirements for septic patients in the
acute phase of management? (Quais são os requerimentos energéticos e proteicos
em pacientes seticos em fase aguda?)
Sugere-se o fornecimento de alimentação trófica (definida como 10-20 kcal / h ou até
500 kcal/d) para a fase inicial da sepse, avançando conforme tolerado após 24-48
horas para >80% da meta energética durante a primeira semana. Sugere-se oferta de
1,2-2 g de proteína / kg / d.
1) Is the use of a nutrition risk indicator to identify patients who will most likely
benefit from postoperative nutrition therapy more useful than traditional
markers of nutrition assessment? (O uso de um indicador de risco nutricional
para identificar pacientes que provavelmente irão se beneficiar de terapia
nutricional no pós-operatório é mais útil do que os marcadores tradicionais de
avaliação nutricional?)
Sugere-se que a determinação de risco nutricional (através por exemplo, da NRS
2002 ou NUTRIC score) ser realizada em todos os pacientes no pós-operatório na
UTI e que os níveis de proteínas viscerais tradicionais (albumina do soro, pré-
albumina e concentrações de transferrina) não devem ser usado como marcadores
do estado de nutrição.
Análise racional: A maioria dos pacientes de UTI com uma dose vasopressora baixa,
estando estável pode ser alimentado no posicionamento gástrico atentando-se ao
acompanhamento para os sinais e sintomas de intolerância.
1) How should the chronically critically ill patient be managed with nutrition
therapy? (Como a terapia nutricional deve controlar o paciente crítico
crônico?)
Com base no consenso de especialistas, sugere-se que os doentes crônicos
graves (definidos como aqueles com disfunção orgânica persistente exigindo
Tempo de permanência na UTI > 21 dias) devam ser controlados com terapia
nutricional hiperproteica, devendo, quando possível, utilizar de uma
programação de exercícios de resistência.
Análise racional: O alto risco nutricional associado com um IMC baixo (<18,5) é
facilmente perceptível para o médico durante o exame físico. Mas foi
demonstrado que a desnutrição ocorre em ambas as extremidades do
espectro de IMC, e que é muito menos evidente quando o paciente é obeso.
57% dos pacientes hospitalizados com um IMC> 25 mostram evidências de
desnutrição. As razões para a taxa surpreendentemente elevada de
desnutrição podem derivar em parte da perda de peso não intencional inicial
desde após a admissão na UTI e por uma falta de atenção por parte dos
médicos que interpretam mal o IMC elevado pensando que este representa
reservas nutricionais adicionais às quais protegem o paciente de insultos
clínicos.
5) In adult obese ICU patients, what are the appropriate targets for energy and
protein intake to achieve nitrogen equilibrium and meet metabolic
requirements? (Em obesos críticos, quais são as metas adequadas para
alcançar o equilíbrio energético e proteico e atender às necessidades
metabólicas?)
Com base no consenso de especialistas, sugere-se que, para todas as classes de
obesidade, o alvo da oferta não deva exceder 65% -70% das necessidades
energéticas alvo medida pelo CI. Se CI não estiver disponível, sugerimos o uso
da equação de peso à base de peso corporal real ( 11-14 kcal / kg de peso) para
pacientes com IMC na faixa de 30-50 e 22-25 kcal / kg de peso corporal ideal
por dia para pacientes com IMC> 50. Sugerimos que a proteína deve ser
fornecida numa meta de 2,0 g / kg de peso corporal por dia ideal para doentes
com IMC de 30-40 até 2,5 g / kg de peso corporal por dia ideal para doentes
com IMC ≥40.
6) What indications, if any, exist for use of specialty enteral formulations for adult
obese ICU patients? Quais indicações, se existirem, para o uso de formulações
enterais especificas para pacientes críticos obesos?)
Sugere-se usar, se disponível, uma fórmula enteral hipocalórica com kcal não
proteicas/g de N2 reduzida. Enquanto existe um potencial efeito benéfico com
o uso de formas imunomoduladoras devido resposta imune exagerada neste
perfil de pacientes, a falta de resultados se opõe a uma recomendação neste
momento.
7) What are appropriate monitors to follow for the obese critically ill patient
receiving early EN? (Quais são parâmetros apropriados para seguir nos
pacientes obesos críticos que estejam recebendo NE precoce?)
Sugere-se a monitorização adicional para avaliar a piora da hiperglicemia,
hiperlipidemia, sobrecarga de fluidos e acumulação de gordura hepática em
obesos críticos recebendo NE.
8) Does the obese ICU patient with a history of bariatric surgery or other
malabsorptive condition require any additional supplementation of
micronutrients when starting nutrition therapy? (O paciente críticos obesos
com história de cirurgia bariátrica ou outras condições de má absorção
requerem suplementação adicional de micronutrientes ao iniciar terapia
nutricional?)
Sugere-se que o paciente crítico obeso com história de cirurgia bariátrica deve
tomar um suplemento de tiamina antes de iniciar fluidos endovenosos
contendo dextrose ou até mesmo terapia nutricional. Além disso, a avaliação e
tratamento de deficiências de micronutrientes, tais como cálcio, tiamina,
vitamina B12, vitaminas solúveis em gordura (A, D, E, K), e folato, juntamente
com o ferro minerais, selénio, zinco, e cobre, deve ser considerado.