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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS SOCIAIS – DTCS


FACULDADE DO MÉDIO SÃO FRANCISCO – FAMESF

PROFESSOR - JORGE LUIZ BARAUNA DA COSTA

TOPOGRAFIA
PARA AGRICULTURA IRRIGADA
TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

TOPOGRAFIA:

Definição: a palavra "Topografia" deriva das palavras gregas "TOPOS" (LUGAR) e "GRAPHEN"
(DESCREVER), o que significa a descrição exata e minuciosa de um lugar.

Finalidade: topografia tem por finalidade determinar o contorno, dimensão e posição relativa de
uma porção limitada da superfície terrestre, do fundo dos mares ou do interior de minas,
desconsiderando a curvatura resultante da esfericidade da Terra. A topografia é a ciência que
estuda uma área de terra limitada, e pode constar de um Memorial Descritivo, onde conseguem
elementos que permitam formar idéias da área descrita, ou pode estar contida de modo
convencional em uma folha de papel chamada, então, Planta Topográfica. Compete ainda à
Topografia, a locação, no terreno, de projetos elaborados de Engenharia.

Generalidades: a topografia teve início no antigo Egito as margens do Rio Nilo, devido as cheias
destruírem os limites das terras e as necessidades de novas demarcações, levantamentos
cadastrais e avaliações de áreas rurais. A partir daí foram desenvolvidas técnicas que
possibilitaram a restituição das áreas inundadas, chegando hoje com equipamentos eletrônicos
modernos utilizando-se de automação para a segurança e rapidez dos levantamentos e estudos.
Assim podemos dizer que a topografia é uma ciência aplicada na geometria e na trigonometria,
de âmbito restrito, pois é um capitulo da geodésia, que tem por objetivo o estudo da forma e
dimensões da terra.
A topografia como ciências, fornece os meios necessários à completa descrição (caracterização)
de um terreno, possibilitando as seguintes determinações: forma de contorno do terreno,
dimensões, posicionamento relativo, tanto das linhas do contorno, como de todos os objetos
significativos que se encontram à superfície do terreno, cálculo e construção da planta do terreno
(porção limitada da superfície de nosso planeta).
Os meios a que nos referimos, constituem-se basicamente, no desenvolvimento de fundamentos
teóricos, de processos de medição no campo, de tecnologia para construção de instrumental
topográfico, além de um elenco de normas e procedimentos para confecção das plantas
topográficas.
É fácil entender que a topografia atua somente em áreas de dimensões restritas (pequenas
relativamente), cujo interesse maior é a definição dos limites (contorno) e o conhecimento da
grande maioria dos objetos situados no interior dessa área e também aqueles objetos localizados
exteriormente, porém nas proximidades do contorno.
Os objetos a que nos referimos constituem o que si designa por detalhe planimétrico.
Exemplificando: edificações, cercas, rios, áreas cultivadas e benfeitorias em geral, córregos,
vales, espigões, postes, pontes, viadutos, estrada de rodagem, ferrovias, açudes, linhas
telefônicas, linhas de transmissão de energia elétrica, linhas de adutoras de água, redes coletoras
de esgotos sanitários, galerias de águas pluviais, aeroportos etc. São detalhes planimétricos.

Importância da Topografia:

Como todas as obras de engenharia, agronomia e arquitetura, são executadas sobre parte da
superfície terrestre, a partir de estudos e projetos previamente elaborados, cabe a topografia dar a
base para que estes projetos sejam executados com maior precisão e locados corretamente na
área onde serão executados. A topografia auxilia projetos e obras:
a - Construção Civil, como prédios, pontes, rodovias, barragens, ferrovias, etc.
b - Urbanismo, como plano diretor, sistema viário, eletrificação, saneamento, loteamentos, rede
telefônica, etc.
c - Agricultura, como projetos de culturas, drenagens, irrigações, cadastro de culturas, etc.
d - Silvicultura, como reflorestamento, reservas florestais, etc.

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA
Ao se projetar qualquer obra de Engenharia é necessário o levantamento
topográfico do lugar onde a obra será implantada. Daí a importância da Topografia, que se
incumbe do levantamento ou medição, que deverá ser precisa e adaptada ao terreno. Apenas a
Topografia pode medir ou calcular distâncias horizontais e verticais, calcular ângulos horizontais e
verticais com alta ou altíssima precisão, como medir distâncias horizontais com erro provável de 1
para 100.000, calcular altitudes com precisão de um décimo de milímetro ou ainda medir ângulos
horizontais e verticais com precisão de um segundo sexagesimal.
A Topografia deve ser entendida como uma importante prática dentro da
Engenharia. Hoje, encontra-se em fase de transição quanto ao uso de equipamentos e técnicas
de operação. O advento do sistema GPS (Global Posiotioning System) vem proporcionando
verdadeiras revoluções nos métodos tradicionais. Porém, a modernização dos equipamentos de
medição é muito bem vinda pelo ganho incomparável em tempo e facilidade de operação. Apesar
dos avanços tecnológicos surpreenderem até as mais arrojadas expectativas, nem todas as
atividades podem se valer do sistema GPS. Existem situações em que as técnicas tradicionais de
operação da Topografia estão e serão ainda por muito tempo preservadas.

Divisão da Topografia:

a - Topometria: É o conjunto de métodos empregados para a coleta de dados, dados estes para o
cálculo e representação gráfica de parte da superfície terrestre. Divide-se em:
a.1 - Planimetria - É a representação em projeção horizontal dos detalhes naturais e artificiais,
(planta baixa ).

a.2 - Altimetria - É a determinação das distâncias verticais de um certo número de pontos sobre a
superfície a ser levantada, tendo como referência o nível médio dos mares ou o próprio plano
topográfico.

b - Topologia: Tem por objetivo o estudo das formas exteriores da superfície terrestre e das leis a
que rege o seu modelado. Sua aplicação principal é na representação da altimetria pelas curvas
de nível, que são as intersecções obtidas por planos eqüidistantes paralelos ao plano de
representação.

c - Taqueometria: Tem por finalidade a determinação das distâncias horizontais e verticais, de


maneira indireta, através da resolução de triângulos retângulos situados no plano vertical. Sua
principal utilização é em terrenos acidentados onde a determinação direta torna-se inviável.

d - Fotogrametria: São levantamentos fototopográficos, efetuados em áreas extensas, utilizando-


se de equipamentos chamados de fototeodolitos ou fotogrâmetros. Divide-se em:

d.1 - Aerofotogrametria.
d.2 - Fotogrametria terrestre.

e - Topografia Expedita: Tem por finalidade dar uma noção de situação da área a ser levantada.

f - Topografia Regular: Divide-se em:

f.1 - Topografia regular de alta precisão, onde podem ocorrer erros de: angular de 1/10’ n, onde n
é o número de estações da poligonal levantada; linear de 1: 10000.

f.2 - Topografia regular de média precisão, onde podem ocorrer erros de:

Tipo de terreno Erro Angular Erro Linear


Plano 1’ n 1 : 2000 *
Ondulado 2’ n 1 : 1000
Acidentado 3’ n 1 : 500
(* mais usual para qualquer tipo de terreno)
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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA
g - GPS (Global Positioning System) ou Sistema de Posicionamento Global. Consiste em uma
rede de 24 satélites em 6 planos de órbita sobre a terra com uma altitude aproximada de 20.200
km. Por meio de receptor GPS na superfície terrestre pode-se determinar uma posição geográfica
(latitude, longitude e altitude) exata sobre a mesma.

GONIOLOGIA:

É a parte da matemática que estuda os ângulos, divide-se em:

a - Goniometria: é a parte da topografia onde se estuda os instrumentos, métodos e processos


utilizados na avaliação numérica de ângulos. Todo instrumento para medir ângulo chama-se
goniômetro, com o exemplo de goniômetro temos: transferidor, grafômetro, pantômetro, azimutal,
transito, teodolito, taqueômetro, clinômetro etc.

b - Goniografia: estudas os métodos e aparelhos utilizados na representação gráfica dos ângulos.


Todo aparelho destinado medir ângulos chama-se goniômetro, e a parte para avaliação do ângulo
propriamente dita, chama-se limbo. O limbo consiste em um círculo geralmente graduado em
graus. Nos goniômetros pode-se ter dois tipos de limbos: os que medem ângulos horizontais e
os que medem ângulos verticais ou azimutais.

Sistemas de Unidades - Assim como a medida linear, temos várias unidades angulares. As
unidades angulares são de acordo com a divisão de um círculo.

Grau - Um círculo dividido, a partir de seu centro, em 360 partes. Cada parte desta, é chamada
de grau. Cada grau por sua vez, é dividido em 60 partes, chamada de minuto. Cada
minuto é divido em mais 60 partes, chamada de segundo, e cada segundo assume
as divisões decimais. Este sistema é chamado de Sexagesimal.

Grau (º) = é uma medida angular que subtende-se ângulo = 1/360


circunferência = 60’= 3.600”. O grau não tem múltiplos, só submúltiplo.
Minuto (’) = é uma medida angular (1/60)º = 60”
Segundo (”) = é uma medida angular = (1/60)’

Grado - Um círculo dividido, a partir de seu centro, em 400 partes. Cada parte desta é chamada
de grado. Cada grado segue a divisão decimal. Este sistema é chamado de Centesimal.
Grado - é uma medida angular que subtende-se a 1/400 circunferência 90º = 100gr

Exemplo:
360 ------- 400
1º ------- x x = 1 x 400 = 10 = 1º
360 9
Radiano - Um radiano é representado pelo ângulo formado quando o valor do comprimento do
arco da circunferência é igual ao seu raio. Uma circunferência total, possui 2 radianos.

Radiano - é a medida do ângulo central que corresponde a um arco de circunferência que,


retificado, é igual ao raio. Equivale no sistema sexagesimal a 57º17’44,8”

Conversão de Medidas
A relação é feita através de regra de três simples (proporção), segundo a tabela abaixo.

GRAUS GRADOS RADIANOS


0° 0g 0
90° 100g /2
180° 200g
270° 300g 3 /2
360° 400g 2
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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

MEDIDAS ANGULARES:

Conceitos e Definições

Ângulo - Tratando-se da forma, é uma figura formada por duas retas com um ponto em comum.
Tratando-se de medida, é o afastamento entre estas duas retas ao longo de uma
circunferência.

Ângulos Verticais - são ângulos formados sobre qualquer plano de referência vertical. Ou seja,
são aqueles formados pelo afastamento de planos horizontais; correspondem, ao
ângulo formado entre a linha de visada e uma linha de referência, que geralmente é a
linha do horizonte. A linha de visada pode estar acima ou abaixo da linha do horizonte
para o ponto onde está estacionado o goniômetro.

Ângulos Horizontais - São ângulos formados sobre qualquer plano de referência horizontal. Ou
seja, são aqueles que as direções dos alinhamentos formam entre si ou aqueles que os
alinhamentos fazem uma linha de referência. A linha de referência pode ser o Meridiano
Magnético, Meridiano Verdadeiro ou ainda uma linha de referência arbitrária, O
Meridiano Magnético corresponde à direção indicada pela agulha magnética, o
Meridiano Geográfico, Astronômico ou Verdadeiro, corresponde a direção indicada pela
linha que passa pelos pólos geográficos da Terra.

Os ângulos horizontais medidos em Topografia podem ser:

Sentido Anti-Horário ou à Esquerda - É um ângulo lido no contrário ao sentido do ponteiro do


relógio, da direita para a esquerda ( Ângulos Internos).

Ângulos Horizontais:

a - Ângulo Interno (Ai): É o ângulo contado a partir do alinhamento anterior para o posterior,
internamente a poligonal. Ou seja, o ângulo medido entre dois alinhamentos topográficos, do lado
interno a uma poligonal fechada. É obrigatório a existência de uma poligonal fechada. Variam de
0° a 360° e podem ser lidos tanto no sentido horário como no anti-horário.

Para a medida de um ângulo horizontal interno a dois alinhamentos consecutivos de uma


poligonal fechada, o aparelho deve ser estacionado, nivelado e centrado com perfeição, sobre um
dos pontos que a definem (o prolongamento do eixo principal do aparelho deve coincidir com a
tachinha sobre o piquete).
Assim, o método de leitura do referido ângulo, utilizando um teodolito convencional (mecânico),
teodolito eletrônico ou uma estação total, consiste em:

Executar a pontaria (fina) sobre o ponto a vante (primeiro alinhamento);


Zerar o círculo horizontal do aparelho nesta posição (procedimento padrão
Hz = 000 00'00");
Liberar e girar o aparelho (sentido horário ou anti-horário), executando a
pontaria (fina) sobre o ponto a ré (segundo alinhamento);
Anotar ou registrar o ângulo (Hz) marcado no visor LCD que corresponde ao
ângulo horizontal interno medido.

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA
A figura a abaixo ilustra os ângulos horizontais internos medidos em todos os pontos de uma
poligonal fechada.

A relação entre os ângulos horizontais internos de uma poligonal fechada é dada por:
Ai = (n-2).180
Onde n representa o número de vértices ou estações da poligonal.

b - Ângulo Externo (Ae): É o ângulo contado a partir do alinhamento anterior para o posterior,
externamente a poligonal. Ou seja, o ângulo medido entre dois alinhamentos topográficos, do lado
externo a uma poligonal fechada. É obrigatório a existência de uma poligonal fechada. Variam de
0° a 360° e podem ser lidos tanto no sentido horário como no anti-horário.
Para a medida de um ângulo horizontal externo a dois alinhamentos consecutivos de uma
poligonal fechada, o aparelho deve ser estacionado, nivelado e centrado com perfeição, sobre um
dos pontos que a definem (o prolongamento do eixo principal do aparelho deve coincidir com a
tachinha sobre o piquete).
Assim, o método de leitura do referido ângulo, utilizando um teodolito eletrônico ou uma estação
total, consiste em:
Executar a pontaria (fina) sobre o ponto a ré (primeiro alinhamento);
Zerar o círculo horizontal do aparelho nesta posição (procedimento padrão
Hz = 000 00'00");
Liberar e girar o aparelho (sentido horário ou anti-horário), executando a
pontaria (fina) sobre o ponto a vante (segundo alinhamento);
Anotar ou registrar o ângulo (Hz) marcado no visor LCD que corresponde ao
ângulo horizontal externo medido.

A figura a seguir ilustra os ângulos horizontais externos medidos em todos os pontos de uma
poligonal fechada.

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA
A relação entre os ângulos horizontais externos de uma poligonal fechada é dada por:
Ae = (n+2).180

Onde n representa o número de vértices ou estações da poligonal.


Os ângulos horizontais internos e externos variam de 0 a 360 .

c - Deflexão: São ângulos medidos a partir do prolongamento do alinhamento anterior até o


alinhamento posterior. Variam de 0° a 180° e podem ser lidos tanto no sentido horário como no
anti-horário. Se for lido no sentido horário é chamada de deflexão à direita (Dd). Se for no sentido
anti-horário é chamada de deflexão à esquerda (De).

Dd - De = 360

Poligonal no sentido horário: D ex 180


Poligonal no sentido anti-horário : D 180 ex
Efetuando-se os cálculos, o valor da deflexão poderá dar positivo ou negativo. Se a deflexão for positiva ela
é à direita (Dd). Se for negativa, despreza-se o sinal e ela será à esquerda (De).

d - Azimute (Az): Chama-se Azimute Magnético (ou simplesmente Azimute) de um alinhamento


ao ângulo que a direção deste alinhamento faz com a direção do Norte Magnético, ou seja, o
angulo que o alinhamento forma com a direção Norte-Sul a partir da ponta Norte como origem, e
os mesmos são cantados de 00° a 360° e são chamados azimutes à direita quando contados para
a direita do Norte (sentido horário) e azimute à esquerda quando contados para a esquerda do
Norte (sentido anti-horário).

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

e - Rumo (R): É o menor ângulo que o alinhamento faz com a direção Norte-Sul, sendo contado a
partir da ponta Norte ou da ponta Sul como origem, e não passa de 90°, recebendo as letras
correspondentes ao quadrante que pertence. Ou ainda podemos dize que o Rumo de um
alinhamento é ângulo que ele forma com a ponta da agulha que lhe fica mais próximo.
São contados à direita ou à esquerda conforme o alinhamento se encontre mais próximo do Este
(E) ou do Oeste (W).
Os Rumos podem ser:

Primeiro Quadrante NE Nordeste


Segundo Quadrante SE Sudeste
Terceiro Quadrante SO ou SW Sudoeste
Quarto Quadrante NO ou NW Noroeste

Os Rumos podem ser Magnéticos, Verdadeiros ou Assumidos.

Rumo Verdadeiro: é obtido em função do azimute verdadeiro através de relações


matemáticas simples.
Rumo Magnético: é o menor ângulo horizontal que um alinhamento forma com a
direção norte/sul definida pela agulha de uma bússola (meridiano magnético).

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

Os rumos (verdadeiros ou magnéticos) são contados a partir da direção norte (N) ou


sul (S) do meridiano, no sentido horário ou anti-horário, variando de 0 a 90 e sempre
acompanhados da direção ou quadrante em que se encontram (NE, SE, SO, NO).
A figura a seguir ilustra as orientações de quatro alinhamentos definidos sobre o terreno através
de Azimutes à Direita, ou seja, dos ângulos contados a partir da direção norte do meridiano no
sentido horário.

Angulo interno (Ai), Angulo Externo (Ae), Deflexão a direita (Dd), Deflexão a esquerda (De),
Azimute (Az), Rumo (R)

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

Calculo do Rumo em função do Azimute, e do Azimute em função do Rumo:

Quadrante Az p/ Rumo Rumo p/ Az


01 R = Az Az = R
02 R = 180° - Az Az = 180° - R
03 R = Az - 180° Az = R + 180°
04 R = 360° - Az Az = 360° - R

- Em cálculo de Rumo ou Azimute temos quatro casos a serem observados:


1º Quando o Az = 90°, o Rumo será R = 90° E ou R = 90° W → E
2º Quando o Az = 00°, o Rumo será R = 00° N ou R = 00° S → N
3º Quando o Az = 180°, o Rumo será R = 00° S ou R = 00° N → S
4º Quando o Az = 270°, o Rumo será R = 90° W ou R = 90° E → W

Declinação Magnética:

Meridiano Geográfico: O Meridiano Geográfico de um lugar corresponde ao plano que contém


este ponto e o eixo de rotação da terra.

Meridiano Magnético: O Meridiano Magnético de um lugar, corresponde ao plano que contém o


eixo longitudinal de uma agulha imantada em equilíbrio, sobre o ponto, e a vertical do lugar.
Em geral, o MM e o MG não coincidem, formando entre eles uma diferença angular chamada
de Declinação magnética. A diferença pode aumentar até um certo limite para Oeste, e
retroceder em seguida para Leste, também até certo limite. Com isto podemos dizer que
determinado Azimute de um alinhamento em determinada localidade e data, varia com o tempo.
Por isso quando temos um Azimute lido em uma época remota, e há a necessidade de
restabelecer o alinhamento definido por este Azimute, precisamos reconstituí-lo para os dias de
hoje. Esse trabalho chama-se Aviventação de Azimutes ou Rumos.

A Declinação Magnética não é igual para todos os pontos da superfície terrestre, nem mesmo
é constante em um mesmo lugar, sofrendo variações diárias, mensais, anuais e seculares.
As cartas que ligam os pontos de mesma Declinação Magnética são chamadas de Cartas
Isogônicas, e as que ligam os pontos de mesma variação anual de declinação são chamadas de
Cartas Isopóricas. Estas cartas são fornecidas pelos anuários dos observatórios astronômicos.

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

Para obter o valor da declinação e da variação anual, necessita-se conhecer as coordenados do


ponto em questão.
Existem outros meios de determinarmos a declinação de certa região da superfície terrestre,
tais como o do processo do estilete vertical e o processo das alturas correspondente com
observação ao sol através do teodolito.

Exemplo de aviventação de Rumos e Azimutes:


- O Rumo Magnético do alinhamento 1-2 era de 45° 15’ 00” SE em 01/07/87. Calcular o Rumo e
Azimute Verdadeiros. Por um anuário constataram-se os seguintes dados: = 1 40’ 00” E em
01/01/85 e = 8’ 00” E.

Entre 01/01/85 e 01/07/87 temos 2 anos e 6 meses, corresponde a 2,5 anos.


Neste período o Norte Magnético variou 20’ = 2,5 x 8’ para Leste.
Portanto a Declinação Magnética em 01/07/87 era de 2 = 1 40’ 00” + 20’ 00”
Assim, o Azimute Geográfico será de 136 45’ 00” = 134 45’ 00” + 2 00’ 00”.
O Rumo Geográfico será de 43 15’ 00” SE = 45 15’ 00” SE - 2 00’ 00”.

Exercícios:

1º) O Rumo Geográfico do alinhamento 2-3 é de 80 15’ 00” NO. Calcular o Rumo e Azimute
magnéticos deste alinhamento em 1995. Das cartas isogônicas e isopóricas de 1983, constatou-
se que a Declinação Magnética era 13 00’ 00” O e a variação anual de 11’ 00” O.

2º) O Azimute magnético do alinhamento 0=PP - 1 era de 123 12’ 00” em 18/11/92. Calcular o
Rumo e Azimute Geográficos deste alinhamento, sabendo-se que a Declinação Magnética em
18/05/90 era 7 12’ 00” E e a variação anual de 6’ 00” E.

3º) O azimute verdadeiro do alinhamento 6-7 de uma poligonal, é de 238 16’ 40”, Calcular o
Azimute magnético deste alinhamento em 22/06/95, sabendo-se que em 22/06/93 = 2 20’ 20” O
e = 4’ E.

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

MEDICÃO DIRETA E INDIRETA DAS DISTÂNCIAS

Para que se execute um desenho técnico, além de materiais e equipamentos de desenho,


é lógico a necessidade de dados numéricos, tais como: medidas de distâncias e medidas de
ângulo. A obtenção dessas medidas em campo, nos trabalhos práticos, que possibilitam a
execução da representação gráfica, é denominada de levantamentos topográficos.

A medida da distância entre dois pontos, em topografia, corresponde à medida da distância


horizontal entre esses dois pontos. Como já se deve saber, as distâncias inclinadas são reduzidas
às dimensões de uma projeção horizontal equivalente. As grandezas lineares podem ser medidas
direta ou indiretamente. A medição será direta quando o instrumento de medida é aplicado
diretamente sobre o terreno, e indireta ou estadimétrica quando se obtém o valor da distância com
auxilio de cálculos trigonométricos.

Percorrendo a linha: uso de diastímetro (trena de aço, pano, fibra,


plástico,corrente do agrimensor, fio de invar).
METODOS

DIRETO
Com aparelhos especiais: taqueometria, mira de base, telemetria,
métodos das rampas, equipamento eletrônico.

INDIRETO Emprego de Trigonometria

O método é tido como direto quando, para se conhecer uma distância entre dois pontos (A e B),
mede-se a própria distância AB.
O método é chamado indireto quando para se determinar uma distância AB, medem-se qualquer
outra reta e determinados ângulos que permite o cálculo por trigonometria.

Materiais utilizados na medição direta de distância

Alguns autores afirmam que o processo de medida de distâncias é direto, quando


esta distância é determinada em comparação a uma grandeza padrão previamente estabelecida;
outros autores, porém, afirmam que a medição é direta quando o instrumento de medida utilizado
é aplicado diretamente sobre o terreno.
Os principais dispositivos utilizados na medida direta de distâncias, também
conhecidos por DIASTÍMETROS, são os seguintes: (trena de aço, lona, fibra de vidro, plástico,
corrente do agrimensor, fio de invar e etc. ).

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA
Trenas: São instrumentos utilizados para medição direta de distâncias. São graduadas em
múltiplos e submúltiplos do metro, com comprimento variando de 20m a 50m. São fabricadas em
fiberglass (fibra de vidro) ou aço, com carretéis fechados ou abertos.

a) Fita e Trena de Aço


- são feitas de uma lâmina de aço inoxidável;
- a trena é graduada em metros, centímetros e milímetros só de um lado;
- a fita é graduada a cada metro; o meio metro ( 0,5 m ) é marcado com um furo
e somente o início e o final da fita são graduados em decímetros e centímetros;
- a largura destas fitas ou trenas varia de 10 a 12 mm;
- o comprimento das utilizadas em levantamentos topográficos é de 20, 30, 50,
100 e 150 metros;
- o comprimento das de bolso varia de 1 a 7,50 metros (as de 5 metros são as
mais utilizadas);
- normalmente apresentam-se enroladas em um tambor (figura a seguir) ou
cruzeta, com cabos distensores nas extremidades;
- por serem leves e praticamente indeformáveis, os levantamentos realizados
com este tipo de dispositivo nos fornecem uma maior precisão nas medidas,
ou seja, estas medidas são mais confiáveis;
- desvantagens: as de fabricação mais antiga, enferrujam com facilidade e,
quando esticadas com nós, se rompem facilmente. Além disso, em caso de
contato com a rede elétrica, podem causar choques;
- as mais modernas, no entanto, são revestidas de nylon ou epoxy e, portanto,
são resistentes à umidade, à produtos químicos, à produtos oleosos e à
temperaturas extremas. São duráveis e inquebráveis.

b) Trena de Lona

- é feita de pano oleado ao qual estão ligados fios de arame muito finos que lhe
dão alguma consistência e invariabilidade de comprimento;
- é graduada em metros, centímetros e milímetros em um ou ambos os lados e
com indicação dos decímetros;
- o comprimento varia de 20 a 50 metros;
não é um dispositivo preciso pois deforma com a temperatura, tensão e
umidade (encolhe e mofa);
- pouquíssimo utilizada atualmente.

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA
c) Trena de Fibra de Vidro

- é feita de material bastante resistente (produto inorgânico obtido do próprio


vidro por processos especiais);
- conforme figura a seguir, pode ser encontrada com ou sem envólucro e, este,
se presente, tem o formato de uma cruzeta; sempre apresentam distensores
(manoplas) nas suas extremidades;
- eu comprimento varia de 20 a 50 m (com envólucro) e de 20 a 100 m (sem
envólucro);
comparada à trena de lona, deforma menos com a temperatura e a tensão;
- não se deteriora facilmente;
- é resistente à umidade e à produtos químicos;
- é bastante prática e segura.

Apesar da qualidade e da grande variedade de diastímetros disponíveis no


mercado, toda medida direta de distância só poderá ser realizada se for feito uso de alguns
ACESSÓRIOS especiais. Os acessórios utilizados nas medições diretas são: piquetes, estacas,
balizas e fichas e outros. A finalidade dos acessórios é permitir a materialização do ponto
topográfico no terreno através da colocação dos piquetes ou estacas. Cujo os principais são:

a) Piquetes: São estacas de madeira com secção transversal quadrada de 4cm X 4cm,
ou circular com diâmetro variando de 3 a 5 cm, e, com seu comprimento variando entre
15 a 20cm (conforme o tipo do solo onde se esteja trabalhando), apontados em uma
das extremidades. Tem por finalidade a materializar em campo a estação ou ponto
topográfico, sendo cravado no solo uma boa parte, ficando apenas 1cm ou 2cm para
fora (aflorando o terreno natural), sem possíveis movimentos laterais.

- são necessários para marcar, convenientemente, os extremos do alinhamento a


ser medido;
- são feitos de madeira roliça ou de seção quadrada com a superfície no topo
plana;
- são assinalados (marcados) por tachinhas de cobre;

- sua principal função é a materialização de um ponto topográfico no terreno.

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

b) Estaca Testemunha: Como o nome esta dizendo, são pedaços de madeira e a


mesma pode ser de forma roliça, seu diâmetro varia de 3 a 5 cm ou seção quadrada de
4cm X 4cm e com 50cm de comprimento, e são apontadas em uma extremidade e
aparada de topo na outra, com um chanfro na parte superior, onde é colocado o nome
ou número do piquete a que esta estaca se refere. Tem por finalidade, possibilitar a
identificação e localização do piquete, ficando a mesma cravada a uma distância de
50cm do referido piquete, com o chanfro voltado para o mesmo.

- conforme figura abaixo,são utilizadas como testemunhas da posição do


piquete;
- são cravadas próximas ao piquete cerca de 30 a 50 cm;
- seu comprimento varia de 15 a 40 cm;
- são chanfradas na parte superior para permitir uma inscrição numérica ou
alfabética, que pertence ao piquete testemunhado.

Piquetes e Estaca Testemunha

15
TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

c) Fichas

- são utilizadas na marcação dos lances efetuados com o diastímetro quando a


distância a ser medida é superior ao comprimento deste;
- são hastes de ferro ou aço;
- seu comprimento é de 35 ou 55 cm;
- seu diâmetro é de 6 mm;
- conforme figura a seguir, uma das extremidades é pontiaguda e a outra é em
formato de argola, cujo diâmetro varia de 5 a 8 cm.

d) Balizas - são as peças de material variado (geralmente de ferro ou madeira),


medindo 2 metros de comprimento, de seção circular, pintada a cada 50 cm, em duas cores
contrastantes (vermelho e branco) e tendo na extremidade inferior uma ponta aguçada, para
facilitar sua fixação no terreno, servindo com isso para materializar a ordenada vertical, tomada
por um ponto do terreno.

- são utilizadas para manter o alinhamento, na medição entre pontos, quando


há necessidade de se executar vários lances com o diastímetro (Trena);
- conforme figura a seguir, são feitas de madeira ou ferro; arredondado,
sextavado ou oitavado;- são terminadas em ponta guarnecida de ferro;
- seu comprimento é de 2 metros;
- seu diâmetro varia de 16 a 20 mm;
- são pintadas em cores contrastantes (branco e vermelho ou branco e preto)
para permitir que sejam facilmente visualizadas à distância;
- devem ser mantidas na posição vertical, sobre a tachinha do piquete, com
auxílio de um nível de cantoneira.

16
TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

e) Nível de Cantoneira

Aparelho em forma de cantoneira e dotado de bolha circular que permite à


pessoa que segura a baliza posicioná-la corretamente (verticalmente) sobre o
piquete ou sobre o alinhamento a medir.

j) Cadernetas de Campo –

- são formulários próprios e apropriados onde são anotados todos os dados


coletados em campo (leituras distância, ângulo e informações, croquis dos
pontos, etc.), bem como todas as operações desenvolvidas;
- normalmente são padronizadas, porém, nada impede que a empresa
responsável pelo levantamento topográfico adote cadernetas que melhor
atendam suas necessidades.

17
TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

CADERNETA DE CAMPO

CONTRATANTE :
FL.
LEVANTAMENTO :
PROJETO
PLANIALTIMETRICO LOCAL :
DATA:
MUNICÍPIO/ESTADO :
PONTO ANGULO
ESTA. DIST. OBSERVAÇÕES
VISADO HORIZONTAL

CROQUIS:

Trecho: Topógrafo: Aparelho:

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

CADERNETA DE CAMPO (Taqueometria)

:
CONTRATANTE FL.
LEVANTAMENTO :
PROJETO
PLANIALTIMETRICO LOCAL :
DATA:
MUNICÍPIO/ESTADO :
ESTA. PONTO ANGULOS L E I T U R A S
DIST. OBSERVAÇÕES
AI VISADO HORIZONTAL VERTICAL FI FM FS

CROQUIS:

Trecho: Topógrafo: Aparelho:

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA
PRECISÃO E CUIDADOS NA MEDIDA DIRETA DE DISTÂNCIAS

A precisão com que as distâncias são obtidas depende, principalmente:


do dispositivo de medição utilizado;
dos acessórios;
dos cuidados tomados durante a operação.

Os cuidados que se deve tomar quando da realização de medidas de distâncias com


diastímetros são:
que os operadores se mantenham no alinhamento a medir;
que se assegurem da horizontalidade do diastímetro;
que mantenham tensão uniforme nas extremidades.

A tabela abaixo fornece a precisão que é conseguida quando se utilizam diastímetros


em um levantamento, levando-se em consideração os efeitos da tensão, da temperatura, da
horizontalidade e do alinhamento.

Diastímetro Precisão
Fita e trena de aço 1cm/100m
Trena plástica 5cm/100m
Trena de lona 25cm/100m

Medição com diastimetro: as medidas efetuadas com diastimetro não apresenta problema
desde que se opere obedecendo alguns critérios, ou seja: as balizas (vante e ré) deverão
manter-se sempre aprumada no vertical e o diastímetro na horizontal e esticada ao máximo para
que não forme uma catenária, sendo que em terreno acidentado procura-se subdividir o segmento
em medidas menores até que se complete a medida real.

- Lance Único - Pontos Visíveis

Analisando a figura a seguir, na medição da distância horizontal entre os pontos A e B,


procura-se, na realidade, medir a projeção de AB no plano topográfico horizontal H H'. Isto
resulta na medição de A' B', paralela a AB.

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

Para realizar esta medição recomenda-se uma equipe de trabalho com:


duas pessoas para tensionar o diastímetro (uma em cada
extremidade);
uma pessoa para fazer as anotações (dispensável).

Para medir a distância A'B' coloca-se uma extremidade do diastímetro em B" e leva-se
outra até o ponto A", mantendo-se na horizontal. Alinhamento entre os pontos A e B corresponde
à reta que contém A' e B' que é a interseção de um plano vertical, que contém AB, com o plano
topográfico.
Nas distâncias maiores o comprimento dos diastímetros, deve-se tomar cuidado para não
sair do alinhamento, o que se consegue através de balizamentos. No balizamento precisa-se de
três indivíduos (balizeiro de ré, balizeiro de vante e intermediário, cada um com uma baliza).
A distância DH (entre os pontos A' e B') é igual à fração indicada pelo diastímetro.

Na figura abaixo é possível identificar a medição de uma distância horizontal utilizando uma trena,
bem como a distância inclinada e o desnível entre os mesmos pontos.

Exemplo de medida direta de distância com trena.

- Vários Lance - Pontos Visíveis

Medida de distância em vários lances.

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

O balízeiro de ré situa-se com a baliza aprumada e o zero da trena no ponto inicial do alinhamento
(ponto A); o balizeiro intermediário fica com a outra extremidade da trena, com uma baliza e
fichas, enquanto que o batizeiro vante fica com a baliza aprumada no final do alinhamento (ponto
B). O balizeiro intermediário recebe orientação do balizeiro de ré, de maneira que, com a trena
esticada, sua localização esteja dentro do plano vertical formado pela baliza de ré com a baliza de
vante. Após receber um sinal convencional do balizeiro de ré, o balizeiro intermediário retira sua
baliza e crava nesse ponto uma ficha. Tanto o balizeiro de ré como o intermediário se
movimentam e prosseguem na medição até o final do alinhamento. Durante a medição, o balizeiro
de ré vai recolhendo as fichas e finalmente em função do número de fichas, comprimento do
diastímetro e da fração de metro obtida no trecho final, avalia-se a distância horizontal de
alinhamento.

É de máxima importância que, durante a medição, os balizeiros se mantenham sobre o


alinhamento AB.
Para realizar esta medição recomenda-se uma equipe de trabalho com:
duas pessoas para tensionar o diastímetro (uma em cada extremidade).
um balizeiro de ré (móvel).
um balizeiro intermediário (móvel).
um balizeiro de vante (fixo).
uma pessoa para fazer as anotações (dispensável).
A distância DH será dada pelo somatório das distâncias parciais (contagem do número de
fichas pelo comprimento do diastímetro) mais a fração do último lance.

Observações Importantes

1. Ao ponto inicial de um alinhamento, percorrido no sentido horário, dá-se o


nome de Ponto a Ré e, ao ponto final deste mesmo alinhamento, dá-se o nome de Ponto a Vante.
Balizeiro de Ré e Balizeiro de Vante são os nomes dados às pessoas que, de posse de uma
baliza, ocupam, respectivamente, os pontos a ré e a vante do alinhamento em questão.

2. Os balizeiros de ré e intermediário podem acumular a função de tensionar o


diastímetro.

3. Para terrenos inclinados, os cuidados na medição devem ser redobrados


no que se refere à horizontalidade do diastímetro.
Em terrenos muito acidentados costuma-se medir trechos de 5 ou 10 metros
por vez para maior facilidade em se manter o diastimetro na horizontal.

- Erros na medida direta de distâncias

Dentre os erros que podem ser cometidos na medida direta de distância, destaca-se:
-erro relativo ao comprimento nominal da trena;
-erro de catenária.
A falta de verticalidade da baliza (figura abaixo) quando posicionada sobre o ponto do
alinhamento a ser medido, o que provoca encurtamento ou alongamento deste alinhamento.
Este erro é evitado utilizando-se um nível de cantoneira.

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

Falta de verticalidade da baliza

- Prolongamento do um alinhamento

É efetuar o alinhamento usando-se como referência duas ou mais balizas alinhadas entre
si.
Para se prolongar um alinhamento AB já existente, um balizeiro situa-se no ponto inicial
(A) e de acordo com o plano de visada definido pelas duas primeiras balizas, irá orientar a direção
a ser seguida. Obedecendo a essa direção novas balizas serão colocadas de modo que fiquem
encobertas pelas duas primeiras. Para conseguir uma orientação mais correta, o balizeiro deve
afastar-se a mais de um passo da baliza que lhe serve de referência. No caso de grandes
distâncias, o balizeiro responsável pela orientação passa a ocupar a penúltima baliza colocada, e
continua a prolongar o alinhamento. A precisão do balizamento decresce com o aumento do
número do vezes de mudança que o balizeiro responsável pela orientação precisa efetuar, devido
ao seu pessoal.

- Traçado de perpendiculares

Pra se efetuar o traçado de perpendiculares é necessário:


a) À amarração de detalhes em qualquer levantamento topográfico, e
b) Na determinação de um alinhamento perpendicular em função de outro
já existente. Ex.: locação de uma obra.

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

a) Amarração ou Localização de Detalhes

A amarração de detalhes (feições naturais e artificiais do terreno) é


realizada utilizando-se somente diastímetros. Para tanto, é necessário a montagem, no campo,
de uma rede de linhas, distribuídas em triângulos principais e secundários, às quais os detalhes
serão amarrados.
A esta rede de linhas denomina-se triangulação.
A figura a seguir ilustra uma determinada superfície já triangulada.
Nesta triangulação, observa-se que os triângulos maiores englobam os
menores.
O objetivo da formação de triângulos principais (ABC e ACD) e
secundários (ABE, BEG, EGF, EFH, FCD, GCF, DFH, AEH e AHI) é atingir mais facilmente todos
os detalhes que se queira levantar.

A amarração dos detalhes pode ser feita:


Por perpendiculares tomadas a olho
É o caso da figura abaixo, onde se deve medir os alinhamentos Aa, ab, bc, cd, de,
eB e, também, os alinhamentos aa’, bb’, cc’, dd’ e ee’ para que o contorno da estrada fique
determinado.

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

Por triangulação
Devendo-se medir os alinhamentos a e b, além do alinhamento
principal DB, para que o canto superior esquerdo da piscina representada na figura a seguir fique
determinado.
A referida piscina só estará completamente amarrada se os outros
cantos também forem triangulados.

Obs.: Para que a amarração não resulte errada, a base do triângulo amarrado deve coincidir com
um dos lados do triângulo principal ou secundário, e, o vértice daquele triângulo será sempre
um dos pontos definidores do detalhe levantado.

b) Alinhamentos Perpendiculares

É possível levantar uma perpendicular a um alinhamento, utilizando-se um


diastímetro, através dos seguintes métodos:

b.1) Triângulo Retângulo

Este método consiste em passar por um ponto A, de um alinhamento AB


conhecido, uma perpendicular.
O traçado de perpendiculares no terreno se faz necessário para diferentes aplicações,
como a demarcação de um alinhamento perpendicular a um já existente ou como auxiliar na
amarração de detalhes de interesse, durante um levantamento. No caso de medição direta pode-
se utilizar o método de demarcação do triângulo retângulo ou do triângulo isósceles. Para
demarcar um ângulo reto, através do triângulo retângulo, utilizam 12.00m de trena, dispostas 3, 4
e 5 metros de lado.

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

Como indicado na figura acima o 0,00 e 12,00 metros estariam coincidentes em C,


situado a 3,00 metros do ponto A. O 7,00 metro (soma dos lados 3 e 4) e representado pelo
ponto D, se ajusta facilmente em função dos pontos A e C já marcados.
Obs.: para locar as paredes de uma casa, o mestre de obras normalmente se utiliza de uma linha
com nós. Esta linha representa um triângulo retângulo de lados 0,6m : 0,8m : 1,0m;
equivalente ao triângulo retângulo de 3,00m : 4,00m : 5,00m mencionado anteriormente.

b.2) Triângulo Eqüilátero

Diferentemente do anterior, este método consiste em passar uma perpendicular a


um alinhamento AB conhecido, por um ponto C qualquer deste alinhamento. Deste modo, marca-
se, no campo, um triângulo equilátero ao invés de um triângulo retângulo.
Assim, utilizando-se os doze (12) primeiros metros de uma trena, dispõe-se, para o
triângulo equilátero, de três lados de 4 metros cada.
Como indicado na figura abaixo, o 0,00 e 12,00 metros estariam coincidentes em
C. O 2,00 metro estaria sobre o alinhamento AB à esquerda de C, definindo o ponto D. O 10,00
metro estaria sobre o alinhamento AB à direita de C, definindo o ponto E. O ponto F, definido pelo
6,00 metro, se ajusta facilmente em função dos pontos D e E já marcados.

Obs.: para a marcação de triângulos no campo,


normalmente utilizam-se comprimentos
menores equivalentes aos citados ou
esquadros de madeira.

b.3) Triângulo Isósceles


Este método é igual ao anterior, porém usando-se medidas aleatórias para Cd e
Ce. O traçado de ângulo de 90° através do triângulo isósceles baseia-se no seguinte, por
exemplo: se no alinhamento AB, pelo ponto C, se deseja traçar uma perpendicular, medem-se
distâncias iguais nas direções CA e CB, definindo os pontos d e e.
Dois auxiliares um em cada um desses pontos segura o 0,00 m da trena e um
terceiro segura o meio da medida da trena. Ao se esticar a trena, a direção perpendicular será
definida pelo ponto C e o meio da trena.

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

- Transposição de obstáculos

a) Pontos extremos do alinhamento não intervisiveis.

Em trabalhos topográficos, as vezes se precisa medir a menor distância entre dois pontos
e eles não são íntervisíveis porque existe entre eles um obstáculo (casa, mata, lagoa, etc)
qualquer. Nesse caso um procedimento seria o de calcular a distância desejada através do
conhecimento dos lados de um triângulo semelhante.
Escolhe-se um ponto C do qual se avista os pontos A e B que compõem o alinhamento a
ser medido. Medem-se as distâncias CA e CB. Obedecendo a urna relação qualquer, 1/2 ou 1/3
dos alinhamentos medidos (CA e CB), marcando-se os pontos D e E. Mede-se a distancia DE

Para os triângulos formados tem-se:

CD = CE ou CD = DE onde AB = CA x DE
CA CB CA AB CD

- Outra forma de se calcular um desvio de obstáculo

Para se efetuar um desvio deve-se proceder da seguinte forma:

1º - Fixa-se o ponto próximo ao obstáculo;


2º - com qualquer ângulo e qualquer distância implanta-se o ponto 11A medindo-se o ângulo α
e distância 11-11A;
3º - com qualquer ângulo volta-se para a direção do alinhamento medindo o ângulo β.
4º - efetua-se o seguinte cálculo;

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

- Cálculo do ângulo γ

α’ = 180° - α
β’ = 360° - β
γ’ = 180° - (α’ + β’)
γ = 180° - γ

- Cálculo da distância 11A- 12

sen α’ = sen γ’
D 11A-12 D 11-11A

D 11A-12 = D 11-11A x sen α’


sen γ’

- Mede-se a distância 11A- 12 e implanta-se o ponto 12;

- Com o teodolito em 12, ré em 11A, volta-se para o alinhamento original com o ângulo γ ;

A distância 11-12 é calculada pela lei dos Senos.

sen β’ = sen γ’ onde D 11-12 = sen β’ D 11-11A


D 11-12 D 11-11A sen γ’

b) Pontos extremos do alinhamento visíveis:

A medida de um alinhamento que corte um brejo, um lago ou mesmo uma depressão exige que
se contorne o obstáculo através de perpendiculares e paralelas obtidas por ângulos retos.
Os ângulos retos podem ser demarcados com trena e balizas, utilizando-se os processos dos
triângulos retângulos ou isósceles.

- Ponto inacessível

a) De que forma pode-se calcular o comprimento de uma ponte sobre um rio sem
necessariamente medi-la de forma direta.

SA = CD SA = AB x CD
AB CB CB

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

b) Ou mesmo como calcular a largura de um lago.

AB = DE AB = BC x DE
BC CD CD

c) Calcular a altura do morro, considerando que o olho do observador, o topo da árvore e


o topo do morro estão alinhados?
BC = DE
AB AE

- Fontes de erros cometidos na medição direta de distâncias (Erros Lineares)

Durante uma medição linear, estaremos sujeitos a diversos tipos de erros, que deveremos
tomar o máximo de cuidado para eliminá-lo ou até minimizá-lo.
Os erros cometidos na medição direta de distâncias podem ser oriundos de diversas
maneiras tais como:

Ao comprimento do diastímetro: afetado pela tensão aplicada em suas extremidades e


também pela temperatura ambiente. A correção depende dos coeficientes de elasticidade
e de dilatação do material com que o mesmo é fabricado. Portanto, deve-se utilizar
dinamômetro e termômetro durante as medições para que estas correções possam ser
efetuadas ou, proceder a aferição do diastímetro de tempos em tempos. )
A temperatura influi ocasionando a dilatação dos diastimetros metálicos. É um erro
desprezível.
A distância horizontal correta (DHc) entre dois pontos será dada dividindo-se o comprimento
aferido do diastímetro (a) pelo seu comprimento nominal () e multiplicando-se pela distância
horizontal medida (DHm):

a
DH c = .DH m

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

 Ao desvio vertical ou falta de horizontalidade da trena: ocorre quando o terreno é


muito inclinado. É um erro cometido quando o diastimetro não é colocado em nível, e o mesmo é
acumulativo e positivo. Assim, mede-se uma série de linhas inclinadas em vez de medir as
projeções destas linhas sobre o plano horizontal, como na figura a seguir:

O erro devido ao desvio vertical (Cdv), para um único lance, pode ser encontrado através
da relação entre o desnível do terreno (DN) e o comprimento do diastímetro ():

DN 2
C dv =
2.
Este erro é cumulativo e sempre positivo. Assim, a distância horizontal correta (DHc) entre
dois pontos será encontrada subtraindo-se da distância horizontal medida (DHm), o desvio vertical
(Cdv) multiplicado pelo número de lances (N) dado com o diastímetro:

DH c = DH m (N  .Cdv )

 À catenária: curvatura ou barriga que se forma ao tensionar o diastímetro e que é função


do seu peso e do seu comprimento. Para evitá-la, é necessário utilizar diastímetros leves, não
muito longos e aplicar tensão apropriada (segundo normas do fabricante) às suas extremidades.
A figura a seguir indica a flecha (f) do arco formado pelo comprimento () do
diastímetro com tensão (T) aplicada nas extremidades.

O erro devido à catenária, para um único lance, pode ser encontrado através da relação:

8.f 2
Cc =
3.

30
TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

Este erro é cumulativo, provoca uma redução do diastímetro e, conseqüentemente,


resulta numa medida de distância maior que a real. Assim, a distância horizontal correta (DHc)
entre dois pontos será encontrada subtraindo-se da distância horizontal medida (DHm), o erro da
catenária (Cc) multiplicado pelo número de lances (N) dado com o diastímetro:

DH c = DH m (N  .Cc )
 À verticalidade das balizas: É o erro cometido quando mede-se uma distância entre dois
pontos e devido a tração na trena pelos dois balizadores, as balizas podem não ficar na
perfeita verticalidade. Como indicado na figura abaixo, é ocasionado por uma inclinação
da baliza quando esta se encontra posicionada sobre o alinhamento a medir. Provoca o
encurtamento ou alongamento deste alinhamento caso esteja incorretamente posicionada
para trás ou para frente respectivamente. Este tipo de erro só poderá ser evitado se for
feito uso do nível de cantoneira.

 Ao desvio lateral do alinhamento (desvio final): é o erro cometido quando o balizamento


não é observado com precisão. A extremidade do diastímetro fica fora do alinhamento. É
um erro acumulativo e positivo. Ou melhor dizendo, este erro é ocasionado por um
descuido no balizamento intermediário, mede-se uma linha cheia de quebras em vez de
uma linha reta. Para evitar este tipo de erro é necessário maior atenção por parte dos
balizeiros.
A figura a seguir, indica como o balizeiro intermediário (C) deve se posicionar em relação
aos balizeiros de ré (A) e vante (B) para que não haja desvio lateral do alinhamento.

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

 A Tensão - as tensões aplicadas nas extremidades dos diastímetros dificilmente se


mantêm uniformes, o que ocasiona variação na flecha da catenária.

 A graduação da trena - quando o diastímetro não possui a medida exata por motivo de
defeito de fabricação ou mesmo quando os auxiliares não seguaram na medida exata de
cada trenada (ex.: quando não se mede exatamente 20 metros).

Temperatura - a temperatura influi ocasionando a dilatação dos diastimetros metálicos. E


um erro desprezível.

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

- Medida Indireta de Distância

Diz-se que o processo de medida de distância é indireto quando estas distâncias são calculadas
em função da medida de outras grandezas, não havendo, portanto, necessidade de percorrê-las
para compará-las com a grandeza padrão. Ou melhor dizendo, uma distância é medida de
maneira indireta, quando no campo são observadas grandezas que se relacionam com esta,
através de modelos matemáticos previamente conhecidos. Ou seja, é necessário realizar alguns
cálculos sobre as medidas efetuadas em campo, para se obter indiretamente o valor da distância.

Os equipamentos utilizados na medida indireta de distâncias são principalmente:

Teodolito e/ou Nível: o teodolito é utilizado na leitura de ângulos horizontais e verticais e da régua
graduada (mira falante); o nível é utilizado somente para a leitura da régua.

Teodolito: São goniômetros apropriados para a determinação numérica dos ângulos verticais e
horizontais, bem como a determinação direta de distâncias (distanciometro eletrônico) e indireta
(taqueometria); estas horizontais e verticais (distâncias reduzidas e desníveis). Divide-se em:

1 - Teodolito de leitura direta de ângulos.


2 - Teodolito prismático.
3 - Teodolito auto-redutor.
4 - Teodolito eletrônico.
5 - Estação Total (teodolito com distaciômetro eletrônico integrado)

A figura a seguir ilustrar três gerações de teodolitos: o transito (mecânico e leitura externa); o
ótico (prismático e com leitura interna); e o eletrônico (leitura digital)

transito (mecânico e leitura ótico (prismático e com leitura eletrônico (leitura digital)
externa); interna)

Estação Total

Prismas
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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA
Constituição dos teodolitos:

1 - Partes Principais:
1.1 - Círculos graduados.
1.2 - Alidade.
1.3 - Luneta.
1.4 - Eixos.

2 - Acessórios:

2.1 - Parafusos calantes ou niveladores.


2.2 - Parafusos de fixação e aproximação do movimento geral.
2.3 - Parafusos de fixação e aproximação do movimento particular.
2.4 - Nônio ou Verniers.
2.5 - Parafusos de fixação e aproximação da luneta.
2.6 - Parafusos ou anéis de focalização da objetiva e ocular.
2.7 - Parafusos retificadores dos níveis de bolha, retículos, eixo transversal e círculo vertical.
2.8 - Níveis de bolha.
2.9 - Tripé, fio de prumo e prumo ótico.
2.10 - Bússola ou declinatória.
2.11 - Display de cristal líquido.
2.12 – Memória interna de gravação.

1 - Placa da base 13- Nível tubular de verticalização


2 - Parafusos calantes ou niveladores 14- Botão do micrômetro
3 - Nível esférico ou de bolha 15- Objetiva da luneta
4 - Base nivelamento 16- Visor ótico e ponto para infra
estacionamento
5 - Trava de fixação do aparelho a base 17- Fixação da alça de transporte
6 - Anel da alidade 18- Trava de segurança (detalhe)
7 - Aproximação do movimento particular 19- Alça de transporte do aparelho
(Aproximação horizontal)
8 - Fixação horizontal 20- Parafusos ou anéis de focalização da
objetiva e ocular (Parafuso de brocagem)
9 - Luneta do prumo ótico 21- Trava geral do movimento horizontal
(Parafusos de fixação)
10- Espelho para iluminação dos círculos 22- Chamada fina do movimento horizontal

11- Aproximação vertical da luneta 23- Rosca de ancoragem do aparelho a base


do tripé
12- Fixação vertical da luneta

34
TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

Teodolito

Tripé de Madeira Tripé de Alumínio

35
TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

MATERIAIS TOPOGRÁFICOS:

Estádias ou Mira Falante: São construídas em forma de paralelepípedos em alumínio ou madeira,


com 4m de comprimento, graduadas em metros e centímetros, nos tipos de encaixar e
telescópica. Servem para as leituras estadimétricas na determinação dos desníveis e distâncias
indiretas.

Diferentes modelos de miras

Obs: a mira da esquerda é chamada de mira em


E, em função do tipo de marcação
utilizada.

Durante a leitura em uma mira convencional devem ser lidos quatro algarismos, que
corresponderão aos valores do metro, decímetro, centímetro e milímetro, sendo que este último é
obtido por uma estimativa e os demais por leitura direta dos valores indicados na mira.
A seguir é apresentado um exemplo de leitura para um modelo de mira bastante empregado nos
trabalhos de Topografia. A mira apresentada na figura abaixo está graduada em centímetros
(traços claros e escuros).

A leitura do valor do metro é obtida através dos algarismos em romano (I, II, III) e/ou da
observação do símbolo acima dos números que indicam o decímetro. A convenção utilizada para
estes símbolos, no caso da mira em exemplo, é apresentada na figura abaixo.

36
TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA
Convenção para a indicação do metro para a mira utilizada

Se o número que indica o decímetro não apresentar um destes símbolos acima da indicação do
valor, significa que a leitura esta sendo efetuada abaixo de 1,00m.

- Visada em uma mira e os fios de retículo, com


as respectivas leituras efetuadas e distância
calculada
Fio Superior 1,488 m
Fio Inferior 1,438 m
Fio Médio 1,462 m
Distância (1,488 –1,438).100 =

A leitura do decímetro é realizada através dos algarismos arábicos (1, 2, 3, etc.). A leitura do
centímetro é obtida através da graduação existente na mira. Traços escuros correspondem a um
valor de centímetro impar, e claros a um valor par. Finalmente a leitura do milímetro é estimada
visualmente. Na figura acima são apresentados diversos exemplos de leitura na mira.

Bússolas: Dentro de uma grande variedade de tipos, são constituídas basicamente de uma agulha
magnética e um círculo graduado em limbo fixo ou móvel. Divide-se em tipo americano (Rumos), e
tipo francês (Azimutes). Tem por finalidade a orientação do alinhamento em relação ao Norte
Magnético.

37
TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

Níveis: São aparelhos óticos destinados a determinação de desníveis entre pontos os


topográficos, de amarrações, etc.
Dividem-se em:
1 - Níveis baseados na diferença de densidade entre dois líquidos, ou entre um líquido e um gás.
2 - Níveis automáticos, baseados no equilíbrio dos corpos suspensos.
3 - Níveis baseados na horizontalidade de uma superfície líquida em repouso.

Nível Digital Nível Ótico

Nomenclatura em Topografia:

1 - Ponto topográfico: Ponto escolhido no terreno e materializado pelo piquete e individualizado


pela tachinha, colocada na parte superior do piquete.

2 - Alinhamento topográfico: É a linha que une dois pontos topográficos materializados, medido no
plano horizontal de projeção, são os lados da poligonal.

3 - Ponto de partida: É o ponto onde tem início o levantamento, também chamado de estação zero
(0=PP).

4 - Estação: São os demais vértices da poligonal.

5 - Amarração de detalhes: É o relacionamento dos detalhes artificiais e naturais da região


levantada, com os lados e vértices da poligonal.

6 - Plano topográfico: É o plano horizontal de projeção, no qual todos os detalhes naturais e


artificiais, bem como os elementos da poligonal, são projetados, ortogonalmente a este.

7 - Planta topográfica: É a representação gráfica de parte da superfície terrestre a que se refere o


levantamento.

38
TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

- Principais métodos ou procedimentos de levantamento topográfico planimétrico

Para que se possa executar um bom levantamento topográfico é necessário alguns cuidados,
quais são eles:

Definir a que se destina o levantamento, para que então se possa determinar o grau de precisão
do mesmo, levando-se em consideração os equipamentos e materiais necessários a execução
dos serviços de campo;
Reconhecimento da área onde será efetuado o serviço, levando-se em consideração tamanho,
forma, condição topográfica, limites e confrontações;
Metodologia do trabalho (Não se esquecendo de elaborar um bom croqui da área em questão)
Equipe técnica de campo;

Principais métodos ou procedimentos

a) Método das irradiações ou coordenadas polares


b) Método de decomposição em triângulos
c) Método de intersecções ou das coordenadas bipolares
d) Método das coordenadas retangulares
e) Método do caminhamento perimétrico

Procuremos neste assunto detalhar cada processo desde o procedimento em campo instrumental
utilizado, condições de aplicação, até anotações em caderneta de campo.

Procedimentos necessários a um bom levantamento topográfico

Métodos de Levantamento Topográfico Planimétrico:

1 - Irradiação ou Coordenada Polar: Aplica-se a qualquer levantamento de áreas pequenas ou


amarrações de detalhes artificiais e naturais. Este método consiste basicamente em arbitrar um
único ponto no terreno do qual se tenha visão de todos os pontos de detalhe do terreno. Coloca-
se um teodolito ou uma bússola no ponto (estação), visam-se os pontos detalhe; obtendo-se
ângulos diretos e a distancia do ponto (estação) ao ponto visado.

1º Exemplo

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA
x1 = x0 + d1 . sen Az1
y1 = y0 + d1 . cos Az1
x2 = x0 + d2 . sen Az2
y2 = y0 + d2 . cos Az2
.
.
.
.

xN = x0 + dN . sen AzN

Quando da amarração de pontos a partir de pontos de uma poligonal, temos:

Az8-1 = Az7-8 + H1 - 180


x1 = x8 + d1 . sen Az8-1
y1 = y8 + d1 . cos Az8-1

Az8-2 = Az7-8 + H2 -180


x2 = x8 + d2 . sen Az8-2
y2 = y8 + d2 . cos Az8-2

Onde: Az7-8 = Azimute do vértice 07 para 08


Az8-1 = Azimute do vértice 08 para o ponto de amarração 01
x1 , y1 = coordenadas x e y do ponto 01 das amarrações...
O cálculo da área será dado pela seguinte fórmula: A= ((xn + xn-1) . (yn - yn-1))
2
A representação gráfica, tanto da área, quanto das amarrações, será feita em um par de eixos
cartesianos em escala apropriada. O eixo y será a direção Norte.

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

2º Exemplo

CADERNETA DE CAMPO
PONTO ÂNGULO DISTÂNCIA
ESTAÇÃO OBSERVAÇÃO
VISADO HORIZONTAL (m)
P-01 00° 00' 00" 77,90 Canto da cerca da Propriedade
E 00 P-02 14° 50' 10" 75,50 Bordo esquerdo da Pista
P-03 49° 30' 00" 54,10 Cancela
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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA
P-04 59° 25' 00" 55,20 Cancela
P-05 68° 15' 20" 68,30 Bordo esquerdo da Pista
P-06 80° 10' 10" 43,10 Canto da casa (sede)
P-07 86° 30' 10" 37,40 Canto da casa (sede)
P-08 100° 05' 00" 47,50 Canto da casa (sede)
P-09 103° 35' 10" 104,80 Canto da cerca da Propriedade
P-10 122° 25' 00" 47,10 Canto da cerca do curral
P-11 128° 29' 20" 70,60 Canto da cerca do curral
P-12 138° 30' 00" 44,50 Canto da cerca do curral
P-13 160° 10' 10" 91,10 Canto da cerca da Propriedade
P-14 238° 50' 00" 48,10 Margem direita do rio Grande
P-15 265° 05' 00" 42,00 Margem direita do rio Grande
P-16 283° 50' 00" 60,50 Canto da cerca da Propriedade
P-17 298° 32' 00" 40,50 Margem direita do rio Grande

2 - Decomposição em triângulos ou triangulação: Este método é quase semelhante ao


anterior, e o mesmo consiste em determinar os elementos necessários a resolução dos triângulos
(usando os princípios da trigonometria); assim pode-se medir o comprimento de todos os lados da
rede de triângulos em que se decompõe a superfície a levantar. A vantagem desse processo
reside em evitar a medida de ângulos com a ajuda de qualquer equipamento, porém a medida de
alinhamento, além de ser muito demorada esta sujeita a muitos erros. Esse método é empregado
somente para avaliação de pequenas superfícies e amarrações de detalhes naturais e artificiais, é
um método pouco preciso. Utiliza-se trena e balizas. Consiste em decompor com o auxílio de um
ou mais pontos instalados no interior da poligonal (piquetes), em triângulos a área a ser levantada,
medindo-se os lados de cada triângulo.

1º Exemplo

A área de cada triângulo será calculada pela seguinte fórmula: A = p(p - a)(p -b)(p - c) , onde p
=a+b+c
2
A área da poligonal será a soma das áreas dos triângulos. A representação gráfica se faz com o
auxílio do compasso e escalímetro, ficando a poligonal sem orientação.

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

2º Exemplo

CADERNETA DE CAMPO

PONTO ÂNGULO DISTÂNCIA


ESTAÇÃO OBSERVAÇÃO
VISADO HORIZONTAL (m)
43
TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA
P-01 00° 00' 00" 77,90 Canto da cerca da propriedade
P-02 --- 104,80 " " " " "
P-03 --- 91,10 " " " " "
E-00 P-04 ---- 60,50 " " " " "

3 - Interseções ou Coordenadas Bipolares: Este método é utilizado para medições de pontos


inacessíveis ou de difícil acesso. São utilizados teodolito, trena e balizas. Este método consiste
em definir dois pontos no terreno com visibilidade entre si e para o ponto a medir. Instala-se o
teodolito em um dos pontos, zerando-se no outro ponto, mede-se o ângulo horizontal ao ponto
inacessível. Repete-se a operação instalando-se o teodolito no outro ponto. Conhecendo-se os
dois ângulos e a distância entre os pontos onde se instalou o teodolito, determina-se os demais
elementos deste triângulo.

1º Exemplo

= 180 - -

D = d1 = d2 .
sen sen sen

A representação gráfica se faz com o auxílio de compasso e escalímetro.

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

2º Exemplo

CADERNETA DE CAMPO

PONTO ÂNGULO DISTÂNCIA


ESTAÇÃO OBSERVAÇÃO
VISADO HORIZONTAL (m)

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA
B 00° 00' 00" 30,00 Distancia medida de A para B
P-01 136° 25' 10" 61,20 Canto da cerca da propriedade
A P-02 26° 10' 00" 77,30 Canto da cerca da propriedade
P-03 326° 20' 10" 69,70 Canto da cerca da propriedade
P-04 209° 10' 20" 53,10 Canto da cerca da propriedade
A 00° 00' 00" 30,00 Distancia medida de B para A
P-01 30° 30' 10" 84,20 Canto da cerca da propriedade
B P-02 139° 45' 20" 52,30 Canto da cerca da propriedade
P-03 232° 15' 20" 48,50 Canto da cerca da propriedade
P-04 340° 45' 00" 79,40 Canto da cerca da propriedade

4 - Ordenadas ou Coordenadas Retangulares: Este método é pouco preciso por exigir um


grande número de medidas diretas no terreno, por este motivo costuma-se empregá-lo em
operações que não demandem grande exatidão. É um método muito utilizado para efetuar
amarrações de detalhes naturais e artificiais, como rios e caminhos sinuosos. São utilizados
teodolito, trena e balizas.

1º Exemplo - Consiste em determinar um alinhamento (abscissa) mais ou menos paralelo ao


detalhe a ser levantado, e com distâncias tomadas perpendiculares a este alinhamento
(ordenadas), amarramos os detalhes.

Como se pode verificar, entre as ordenadas, formam-se trapézios. Desta maneira podemos aplicar
a fórmula para o cálculo da área:

A = ( B + b ).h
2
Para os trapézios teremos:
A1 = ( y0 + y1 ). (x1 – x0)
2
E assim sucessivamente para os demais trapézios, e ao final somamos todas as áreas : At = A1 +
A2 + ...

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA
2º Exemplo - consiste em escolher-se uma direção na área, direção esta que recebe a
denominação de eixo, de modo que ao caminhar-se sobre ela haja boa visualização de todos os
detalhes importantes da área a ser levantada.
Esta direção ou alinhamento, em geral, é ao longo da dimensão maior da área. Percorre-se o eixo
identificando-se a existência ou não de detalhes a esquerda ou a direita; ao passo que mede-se
suas distancias ortogonais (perpendiculares) que caracterizam a posição de detalhe; uma
distancia e sobre o eixo e a outra é a perpendicular do eixo ao detalhe. O perpendicularismo em
geral é obtido a trena através da triangulação retangular: 0,0m – 3,0m – 4,0m (7,0) – 5,0m (12,0).

CADERNETA DE CAMPO

DISTÂNCIA
PONTO DISTÂNCIA POSIÇÃ
SOBRE O OBSERVAÇÃO
MARCADO AO EIXO O
EIXO
P-0 0,00 0,00 -------- Canto da cerca da propriedade
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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA
P-1 22,00 31,10 E Bordo esquerdo da Pista
P-2 26,00 29,80 D Cerca da propriedade
P-3 40,50 47,20 D Cerca da propriedade/Margem do Rio
P-4 47,50 34,90 E Canto da porteira
P-5 53,00 48,80 D Margem do Rio
P-6 54,00 39,50 E Canto da porteira
P-7 59,10 72,50 D Canto da cerca da propriedade
P-8 72,10 31,80 E Canto da casa (sede)
P-9 78,10 25,10 E Canto da casa (sede)
P-10 88,00 33,20 E Canto da casa (sede)

5 - Caminhamento: É o método de levantamento mais utilizado para qualquer tipo de área e


relevo devido ao seu grau de precisão. Utiliza-se teodolito, trena e balizas. Consiste nas seguintes
operações de campo e escritório:

5.1 - Campo:

5.1.1 - Reconhecimento da área a ser levantada: Partindo-se de um ponto tomado como origem
(0=PP), percorre-se a área, caminhando sobre as divisas ou o mais próximo possível delas,
materializando os vértices da poligonal com piquetes, os quais deverão se intervisíveis na ordem
que seguem, ou na necessidade procede-se abertura de picadas na mata, para a visibilidade
entre eles. Quando da não possibilidade de coincidir o alinhamento da poligonal com a divisa do
terreno, procedemos a partir dos vértices da poligonal a amarração desta divisas.

5.1.2 - Medição das distâncias horizontais: Podem ser diretas, indiretas ou eletrônicas. Na

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA
determinação direta das distâncias devemos ter o cuidado de manter sempre a trena na
horizontal, evitando-se tomar medidas inclinadas e evitando-se também a catenária.

A determinação indireta das distâncias é feita através de taqueometria e a eletrônica através de


distanciômetros eletrônicos e prismas.

5.1.3 - Amarração de detalhes naturais e artificiais: Poderá ser feita por qualquer processo de
levantamento planimétrico já descrito, sendo o mais utilizado a irradiação.

5.1.4 - Anotações de caderneta de campo: Na caderneta de campo deverão constar os seguintes


itens:

5.1.4.1 - Número da estação.


5.1.4.2 - Ângulo horizontal na estação.
5.1.4.3 - Azimute ou Rumo inicial.
5.1.4.4 - Distancias horizontais.
5.1.4.5 - Croqui.
5.1.4.6 - Ângulo e distância das amarrações.

Nas estações totais todos os dados são armazenados na memória interna (ângulos, distâncias
horizontais, desníveis, descrição dos pontos, altura do instrumento, altura do prisma e outros).

5.2 - Trabalho de escritório:

5.2.1 - Cálculo: Compreende o cálculo da planilha através do uso de computadores ou com o


auxílio de calculadoras científicas, bem como o cálculo das amarrações para a obtenção das
coordenadas de todos os pontos e posterior representação gráfica.

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

5.2.2 - Representação gráfica: Poderá ser realizada em computadores com programas de CAD,
ou manualmente em par de eixos cartesianos na escala adequada.

Planilha Topográfica:
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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

Est Ang. Ext. corr Ang. Ext. Azimute Dist. Sen. Cos Proj. X Proj. Y
(m)
0=P 45 01’20” 84,85 0,7074 0,7068 60,02 59,97
P
01 243 26’10 -1’ 243 25’1 108 26’3 63,25 0,9486 - 60,00 -20,01
” 0” 0” 0,3163
02 251 33’50 -1’ 251 32’5 179 59’2 40,10 0,0002 - 0,01 -40,10
” 0” 0” 0,9999
03 270 01’00 270 01’0 270 00’2 119,92 - 0,0001 -119,92 0,01
” 0” 0” 0,9999
0=P 315 01’00 315 01’0 45 01’20” = 0,11 = - 0,13
P ” 0”
[ ] = [ ] =
239,95 120,09
Kx = 0,11 / 239,95 = 0,00045842883934
Ky = 0,13 / 120,09 = 0,00108252144225

Corr. X Corr. Y Proj. X Proj. Y Coord. Coord. X Y X.Proj.Y Y.Proj.X


X Y
-0,03 0,07 59,99 60,04 0,00 0,00 59,99 60,04 3601,7996 3601,799
6
-0,03 0,02 59,97 -19,99 59,99 60,04 179,9 100,0 -3597,2005 6002,397
5 9 3
0,04 0,01 -40,06 119,96 40,05 239,9 40,04 -9611,5958 0,4004
3
-0,05 -119,97 0,01 119,97 -0,01 119.9 -0,01 1,1997 1,1997
7
0,00 0,00
= - = 0,13 = - =
0,11 9605,797 9605,797
ÁREA = 4802,8985 m2

A representação gráfica se faz em um par de eixos cartesianos, através das coordenadas (X,Y) da
planilha.

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

1º a - EXEMPLO

Para que se utilize este método é necessário que escolha-se e materialize-se no terreno,
pontos que consistiram nos vértices de uma poligonal base (V 1, V2, V3, V4, V5, V6, V7, V8).
Os procedimentos executados em um dos vértices serão repetidos nos demais vértices.
Centraliza-se o aparelho (teodolito) no vértice (estação); zera-se no vértice anterior (ré) e
gira-se o teodolito para visar os detalhes e o vértice posterior (vante); lê-se os ângulos
respectivos (que pode ser azimutal, por deflexão, interno ou externo) e a cada ponto
visado na estação, e também ao vértice posterior.

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA
ERRO FECHAMENTO ANGULAR

∑ ang= ( ∑ ang. lidos ± 2 ) 180°


= (6 + 2 ) 180° = 1440°

∑ = 1439° 58’ 30” -1440°


= 00° 01’ 30” Erro Angular

Onde podemos concluir que


00°01’30” : 9
= 00°00’15” Para cada estação

PONTO ANGULOS DIST


ESTAÇÃO OBSERVAÇÃO
VISADO LIDOS COMPEN (M)
A-0 NM 00° 00’ 00” -- Cerca/riacho
A-1 90° 52’ 48” 31,71 Cerca
A-1 A-2 256° 51’ 10” 256° 51’ 25” 17,99 Cerca
A-2 A-3 167° 05’ 00” 167° 05’ 15” 57,92 Cerca
A-3 A-4 251° 29’ 10” 251° 29’ 25” 91,19 Cerca
A-4 A-5 273° 00’ 10” 273° 00’ 25” 81,19 Cerca
A-5 A-0 259° 57’ 10” 259° 57’ 25” 93,32 Cerca
A-0 A-1 231° 35’ 50” 231° 36’ 05” 31,71 Ângulo de Fechamento
∑ = 1439° 58’ 30” ∑ = 1440°

1º b - EXEMPLO

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

Azimute inicial = 132° 15’ 20” Ângulo de fechamento= 58° 40’ 40”

ELEMENTOS ANGULARES

PONTO ANGULOS DIST


ESTAÇÃO OBSERVAÇÃO
VISADO LIDOS COMPEN (M)
E-00 NM
E-01 E-02 265° 10’ 40” 265° 10’ 20” 60,30 Canto da cerca da propriedade
E-02 E-03 73° 09’ 40” 73° 09’ 20” 80,20 Canto da cerca da propriedade
E-03 E-04 243° 07’ 30” 243° 07’ 10” 30,30 Canto da cerca da propriedade
E-04 E-05 65° 39’ 30” 65° 39’ 10” 91,10 Canto da cerca da propriedade
E-05 E-06 107° 12’ 00” 107° 11’ 40” 72,15 Canto da cerca da propriedade
E-06 E-07 225° 37’ 40” 225° 37’ 20” 24,10 Canto da cerca da propriedade
E-07 E-08 71° 03’ 40” 71° 03’ 20” 91,18 Canto da cerca da propriedade
E-08 E-00 150° 21’ 40” 150° 21’ 20” 68,50 Canto da cerca da propriedade
E-00 E-01 58° 40’ 40” 58° 40’ 20” 50,10 Canto da cerca da propriedade
∑ = 1260° 03’ 00” ∑ = 1260°

ERRO FECHAMENTO ANGULAR

∑ ang= ( ∑ ang. lidos ± 2 ) 180° = ( 9 - 2 ) 180° = 1260°


∑ = 1260° 03’ 00” - 1260° = 00° 03’ 00” Erro Angular

Onde podemos concluir que 00° 03’ 00” : 9 = 00° 00’ 20” Para cada estação

LEVANTAMENTO DE DETALHES
54
TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

O levantamento de detalhes liga-se ao polígono topográfico por diferentes


processos que entram nos métodos procedentes, seja por caminhamento perimétrico, irradiação,
intersecção, coordenadas etc. Dá-se quase sempre, preferência a este ultimo método,
principalmente quando se tem de levantar os limites de um terreno representado por linhas
curvas.
Na figura seguinte damos um exemplo de levantamento de um curso d’água pelo
processo de coordenadas.

É muito importante, tanto no levantamento da poligonal, como, principalmente, no


dos detalhes, no croqui detalhado da caderneta de campo, na qual são anotadas todas as
medidas com ordem de clareza. O operador que registra na caderneta os dados colhidos no
terreno por qualquer dos processos expostos, deve, sempre, ter em vista que as suas anotações
quase sempre passam às mãos dos auxiliares e desenhistas para efetuarem os respectivos
cálculos e por fim elaborarem a planta.

ALTIMETRIA:
55
TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA
Topologia: Para possibilitar o traçado da planta planialtimétrica, o levantamento de obter dados
que permitam marcar no desenho um número de pontos cotados capaz de caracterizar o relevo
da superfície topográfica através das curvas de nível que melhor o represente. Esses pontos
notáveis são os pontos onde o terreno apresenta uma mudança acentuada de declividade em
relação as suas proximidades.
A união de pontos notáveis de mesma categoria, da origem as linhas notáveis que se classificam
em:
1 - Linhas de cumeada, de espigão ou divisórias de águas, que são linhas formadas pela
sucessão de pontos notáveis mais altos. As águas das chuvas que caem sobre uma linha de
cumeada se dividem, caindo uma parte em cada uma das superfícies laterais, chamadas de
vertentes das águas.
2 - Linhas de talvegue, são formadas pela sucessão de pontos notáveis mais baixos, em relação
as suas proximidades. Ao longo das linhas de talvegue reúnem-se as águas das vertentes,
formando os cursos d’água.
3 - Linhas notáveis intermediárias, sem nome próprio, caracteriza a forma de sua superfície
topográfica.

A construção das curvas de nível é feita através de pontos cotados, criteriosamente levantados no
local, marcados e cotados no desenho. A Caderneta de campo, além das anotações
correspondentes ao levantamento dos pontos, deve descrever o aspecto geral do terreno, e
indicação de linhas notáveis. Na confecção da planta planialtimétrica, com curvas de nível, deve-
se marcar inicialmente os pontos cotados conhecidos, procurando visualizar, a seguir o relevo do
terreno, delineando as linhas notáveis, os vales e os espigões. Em seguida são determinadas as
cotas cheias entre cada par de pontos, em um processo gráfico. Finalmente, unem-se
criteriosamente os pontos de mesma cota cheia (inteira), dando a cada curva um aspecto
compatível com as formas naturais do terreno.

A experiência conseguida por constantes observações, permite que se chegue a algumas


conclusões a respeito das curvas de nível:

1 - As curvas de nível, nos terrenos naturais, tendem a um certo paralelismo e são isentas de
ângulos vivos e curvas bruscas .
2 - As curvas de nível não se cruzam.
3 - Uma curva de nível não tangência a si mesma.
4 - As curvas de nível cortam perpendicularmente as linhas de água.
5 - As curvas de nível formam linhas fechadas em torno das elevações e depressões.
6 - As curvas de nível tendem a ser paralelas as linhas de fundo de vale.
7 - As curvas de nível são contínuas e não se interrompem bruscamente.

56
TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

Métodos para a determinação do desnível entre dois pontos.

1 - Nivelamento Geométrico.
2 - Nivelamento Trigonométrico.
3 - Nivelamento Barométrico.
4 – GPS (Sistema de Posição Global)

GPS
O nivelamento geométrico é baseado na diferença de leituras feitas em miras graduadas. É de
grande precisão, sendo muito utilizado em levantamentos de 1a ordem com erros em milímetros.

O nivelamento trigonométrico é baseado na resolução de triângulos retângulos , com precisão


inferior ao nivelamento geométrico.

O nivelamento barométrico é baseado no decréscimo da precisão com a altitude, sendo de


apenas alguns metros, tendo como vantagem a independência das observações, não
necessitando de visibilidade entre os pontos.

Nivelamento Geométrico:

Como considerado anteriormente, o processo consiste na diferença de leituras feitas sobre as


miras graduadas, utilizando níveis de luneta. Conhecendo-se a altitude ou cota do primeiro ponto,
determina-se a altitude ou cota do segundo. Os pontos de altitudes conhecidas são encontrados
no I.B.G.E. (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e na D.S.G. (Diretoria de Serviço
57
TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA
Geográfico). Esses pontos são denominados de RN (Referência de Nível), baseados no datum
altimétrico de Imbituba - SC.
O nivelamento geométrico é classificado segundo o seu erro de fechamento, no nivelamento e
contra nivelamento:
1a Ordem - erro 4mm.
2a Ordem - erro 6mm.
Topográfico - erro 3cm

Dependendo do tipo de levantamento e do tipo de terreno, as operações de campo podem ser


feitas utilizando um dos métodos a seguir:
1 - Visadas iguais.
2 - Visadas extremas.
3 - Visadas recíprocas.
4 - Visadas eqüidistantes.

O método das visadas iguais é o mais utilizado, empregando-se o nível de luneta afastado
igualmente de ambas as miras sobre os pontos dos quais se deseja definir o desnível.

Assim: H=R-V

A maior vantagem do processo, sem considerar a sua extrema simplicidade, é de que os erros
provocados pela curvatura da terra, refração atmosférica e colimação vertical, ficam eliminados na
diferença de leituras.

Se dois pontos dos quais se deseja conhecer o desnível, estão muito afastados, haverá a
necessidade de mudar o nível várias vezes até obtermos o desnível.

Assim: H = (R -V)

Se tivermos a altitude ou cota de um dos pontos, ao somarmos o desnível entre os mesmos com
esta, teremos a cota ou altitude do outro ponto.
A igualdade das distâncias do nível de luneta para as miras, é obtida contando-se os passos da
mira a ré ao nível, e do nível a mira a vante, com uma tolerância de erro aproximadamente de 2
metros.
Os demais métodos de nivelamento geométrico citados anteriormente, não são usuais, portanto
não os descreveremos aqui.
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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA
Nivelamento Trigonométrico:

O nivelamento trigonométrico pode ser dividido em:


1 - Nivelamento trigonométrico de curto alcance.
2 - Nivelamento trigonométrico de longo alcance.
O nivelamento trigonométrico de curto alcance, é normalmente usado em levantamentos
topográficos por caminhamento, ficando o de longo alcance, para triangulações fundamentais ou
secundárias, e poligonais com distanciômetros eletrônicos. O segundo caso não será descrito
aqui.

O nivelamento trigonométrico baseia-se na resolução de triângulos retângulos, determinando


assim, não só o desnível entre os pontos, bem como a distância entre eles.

Assim: D = (S -I).K.cos2 (90 - z) ou D = (S - I).K.cos2

H = D.tg (90 - z) + hi - M ou H = D.tg + hi - M

onde: = ângulo vertical ao horizonte.


z = ângulo zenital.
hi = altura do teodolito.
D = distância entre os pontos.
H = desnível entre os pontos.
S = leitura estadimétrica no retículo superior.
M = leitura estadimétrica no retículo médio.
S = leitura estadimétrica no retículo inferior.
K = constante do aparelho igual a 100.

Exemplo: Determinar a distância e desnível entre os postos 1 e 2, para os seguintes dados


obtidos em um levantamento trigonométrico:
z = 92 16’20” S = 1,000 M = 0,801 I = 0,600 hi = 1,685 K = 100

D = (1,000 - 0,600).100.cos2 (90 - 92,272222 )


D = 40,00 . 0,998428
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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA
D = 39,937 m

H = 39,937 . tg (90 - 92,27222 ) + 1,685 - 0,801


H = 39,937 . tg (-2,27222 ) + 1,685 - 0,801
H = - 0,7006 m

Devemos tomar cuidado quando da utilização do ângulo vertical ao horizonte ( ), quanto ao sinal
positivo ou negativo, se o mesmo for medido acima ou abaixo do horizonte respectivamente.
Se tivermos a cota ou altitude do ponto onde está instalado o aparelho, e somarmos ao desnível,
obteremos a cota ou desnível onde está mira.

Terraplenagem Para Plataformas

Nesta parte abordaremos os trabalhos de terraplenagem para construção de plataformas


horizontais.
Para melhor planejarmos devemos ter conhecimento da altimetria, por pontos cotados em uma
malha, ou pelas curvas de nível, isto é obtido pelo levantamento planialtimétrico do local onde
realizar-se-á a terraplenagem.
Esta malha anteriormente citada será quadrada de 20 X 20 metros, podendo ser reduzida em
função da área, para 10 X 10 metros ou ainda 5 X 5 metros para lotes urbanos e pequenos.
A terraplenagem é feita para uma determinada finalidade ou objetivo como segue:

1a hipótese: o plano horizontal sem imposição de uma cota final determinada.

2a hipótese: o plano horizontal com imposição de uma cota final determinada.

Sabemos que o custo da terraplenagem compõe-se basicamente pelo custo do corte e transporte.
O aterro é uma conseqüência do corte e transporte, como tal não é pago. baseado nisso a
topografia poderá escolher uma altura do plano final que determine volumes iguais de corte e
aterro ou o mínimo de transporte possível, solução portanto mais econômica. Caso o projeto
obrigue a uma determinada altura do plano, restará a topografia a sua aplicação e cálculo dos
volumes de corte e aterro, os quais serão diferentes.

Para exemplificarmos as duas hipóteses usaremos o mesmo modelo de terreno, um quadrado de


30 X 30 metros como segue:

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA
1 - Calcular a cota final para um plano horizontal, de forma que os volumes de corte e aterro
sejam iguais.

2 - Calcular o volume de bota-fora para que a cota final do plano horizontal fique em 4,60 m.
Resolução:

1 - determinação da cota em função dos pesos:

peso 1 peso 2 peso 4 Número de pesos:


4,2 3,0 4,0 peso 1 = 4
4,4 2,8 3,5 peso 2 = 8
7,4 5,1 4,7 peso 4 = 4
7,0 6,3 5,0
6,0 total = 16
6,2
6,1
5,0
23,0 40,5 17,2
x 1 x 2 x 4 cota final = (23,0 + 81,0 + 68,8) / 16
23,0 81,0 68,8 cota final = 4,8 metros

2 - determinação do volume de bota fora para cota final de 4,6 m.

Diferença entre a cota 4,8 m (cota para corte = aterro) e cota final de 4,6 m, é de 0,20 m,
em uma área de 900 m2 (30m X 30m), teremos um volume de bota-fora iguala 180 m3.

1o perfil
Área de aterro = 43,00 m2
Área de corte = 00,00 m2

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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA

2o perfil
Área de aterro = 18,98 m2
Área de corte = 0,48 m2

3o perfil
Área de aterro = 0,20 m2
Área de corte = 15,20 m2

4o perfil
área de aterro = 0,00 m2
área de corte = 50,00 m2

Vc12 = 2,40 m3 Va12 = 309,90 m3

Vc23 = 78,40 m3 Va23 = 95,90 m3

Vc34 = 326,00 m3 Va34 = 1,00 m3


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TOPOGRAFIA – PLANIMETRIA E ALTIMETRIA
Volume de corte = Volume de aterro = 406,80 m3

Locação de Obras.

Locação de uma obra é a operação inversa de um levantamento, também chamado de medição,


onde o profissional vai ao campo obter dados para cálculo e desenho. Na locação também
chamada de marcação , os dados foram processados no escritório para posteriormente serem
implantados no campo através de um projeto. O sucesso de uma obra depende das duas
atividades bem executadas.
A locação poderá se efetuada de duas .maneiras diferentes:
1 - Através de um sistema coordenadas cartesianas.
2 - Através de um sistema coordenadas polares.
Dos dois sistemas o mais utilizado para determinação de alinhamentos é o cartesiano e na
determinação de pontos, o melhor é o de coordenadas polares.
Poderemos locar uma obra, através das estacas ou dos alinhamentos das paredes.

Locação de estacas:

Com o projeto do estaqueamento em mãos, escolhemos a origem do sistema cartesiano que pode
ser um ponto do alinhamento predial ou uma das estacas previstas no projeto. Definido o sistema,
instala-se o teodolito na origem deste, e define-se os alinhamentos e distâncias para as outras
estacas. Para se evitar a perda deste piqueteamento, procede-se a marcação dos alinhamentos
em tábuas ou sarrafos nivelados e colocados em torno de toda a obra a ser executada.
Os alinhamentos a qualquer momento poderão ser materializados através de linhas de nylon
esticadas a partir destes sarrafos, podendo assim recuperar os posicionamentos das estacas, os
quais estarão localizados no cruzamento das linhas e definidos no solo (ou sobre os piquetes)
através de um prumo de centro.

Locação de Paredes:
Esta locação é similar a feita para estacas, diferindo apenas que ao invés de marcarmos o centro
das estacas, marcamos os eixos da paredes ou uma das faces das mesmas, principalmente para
as paredes externas. Neste caso também faremos uma amarração em tábuas ou sarrafos
colocados ao redor de toda a obra a ser executada.

Referências Bibliográficas:
Topografia, volumes 1 e 2, de Alberto de Campos Borges.

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