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ESTIMULOS aN re TUDO NA VIDA serve para motivar a criagdéo mental. O estimulo tem uma grande expressdo no ato de aprender. O maior estimulo que a humanidade recebeu veio de Jesus. O Mestre trouxe, na sua psicologia de trabalho, a forca do estimulo que, quando bem elaborado, da um movimento diferente ao pensamento, ativando-o, ligando esse 4 von- tade. E um gatilho que atua na vontade que aumenta, de forma natural, porém, ativa, um acrescimento de energia que passa a mover o pensamento. Todo estimulo deve atuar nos é6rgaos dos sentidos, por serem eles que levam todos os reflexos do ambiente para © pensamento. A reacao do movimento mental fica na de- pendéncia da duracdo do estimulo e de sua intensidade vibratéria. Ha a necessidade de que a duracao vibratéria ative o micleo mental, para que esse possa movimentar a forca criadora. A grandeza do estimulo esta na expressao vibratéria que vai acionar os nttcleos mentais encarregados da forma- co das imagens. E importante que a imagem seja formada pela expressdo viva e continua que o estimulo promove. Todo estimulo causa uma reaco no campo mental, e essa reacao torna-se positiva quando ha riqueza no que esta sendo estimulado. Jesus foi o grande estimulo para a implantacao do Cris- tianismo. Seu trabalho pedagogico foi assegurado pela metodologia do amor. Quais as estratégias usadas pelo Mestre? Trabalhar com alguns estimulos que iriam tocar 0 pensamento e a raz4o. Até entao a razao nao era trabalha- da, como nos dias atuais, devido as pouquissimas oportu- nidades de adquirir uma movimentaco mental que levas- se aqueles seres a questionar e saber 0 porqué, a fim de que pudessem reagir de forma saudavel e educativa. Seus pensamentos nao eram estimulados a criar novas ag6es que possibilitassem meios para lhes trazer a alegria e desenvolver, no outro, o comportamento mental. Os esti- mulos que recebiam eram do medo, da escravidao devido a forga do mando e da subjugacao que aturdia a todos. Leis frias e desumanas retiravam os irmaos com qual- quer forma de dificuldades fisicas ou espirituais do convi- vio social. Que estimulos esses seres recebiam, a nao ser 0 da revolta, do medo e das injustigas que lhe eram impos- tas? A palavra nao tinha a expressao do apreco e do acolhi- mento afetivo. Eram divididos entre ricos e pobres. Ricos que eram pobres de conhecimento e nao sabiam refletir sobre as Leis Divinas por Moisés ter-[hes dado o estimulo do medo e do refiigio absoluto de suas manifestagdes. A palavra, sob o jugo do medo e do sofrimento, a silenciava, mas o pensamento continuava com toda a forga de expres- sao, sem que esse recebesse ouvidos de ouvir. Refugiavam-se, muitas vezes, nos locais sombrios para 102 | Groro Esrfrrra Esrreanca & CaRIDADE quem sabe conversar com Deus, ainda nao mistico e, quan- do nao, essa referéncia passa para o campo da contempla- Gao e da adoracao. Tudo isso por falta de um estimulo que ampliasse sua capacidade de pensar, de sentir e de criar meios que lhe trouxessem um pouco de paz e alegria. Acostumados a sofrer, viviam sob o pensamento do medo que os refugiava de toda manifestacao intima. Ou- tros, que nao traziam consigo qualquer tipo de escripulo, cediam aos impulsos das mentes impostoras, também por se sentirem intimidados e com o medo do castigo e das punicées fisicas e morais de toda sorte. A Natureza era para eles 0 sinal da beleza, mas nao con- seguiam compreender toda sua grandeza por auséncia do conhecimento divino. Nessa paisagem sombria que cobria as regides do Hebron e das pequenas cidades da Galileia, chega Jesus com os mais ricos estimulos, quebrando os pa- radigmas antigos e anunciando a chegada do Reino Divino em seus coracdes. Quem era aquele homem que aquietava as dores e estimulava seus pensamentos, provocando no- vos interesses que jamais seria impossivel perceber, sentir e vivenciar? O estimulo divino vem a Terra para ensinar como acordar esses irmfios, levantando seus olhos e abrindo os mesmos para a natureza divina. Tudo era um movimento divino que jamais fora visto. O estimulo consagra o novo modelo de pensar e iniciava, assim, um novo interesse pela vida. Um novo interesse crescia no 4mago daquele povo que nao era apenas pobre, mas era pobre de conhecimen- to. No entanto, eram dotados de uma sensibilidade afetiva que Ihes permitiu aproximarem-se daquele Homem que falava de Deus de forma nunca vista e declinava 0 respeito por toda a natureza. A EpucacAo vo Espiriro NA Era Nova | 103 Seu olhar, quando voltava para as estrelas, dava a im- pressao de que falava com elas. Seu carinho e atengao por todos era notado, no havia diferenca entre Ele e aqueles que O procuravam. Aos poucos, as suas primeiras licdes foram surgindo, estimulando todos a pensar e a refletir. Como faz? Por que fez? De onde vieram os recursos? Qual o remédio? Suas palavras eram como um balsamo que erguia os caidos, en- sinava com amor e curava com suas maos divinas. Todas as ligdes eram dadas como convites importantes a todos que se sentiam atraidos. Seus estimulos eram constantes e sempre que efetiva- va uma cura, convidava aquele ser a se erguer e trabalhar para que ganhasse, com o seu trabalho, a dignidade de vi- ver. Nao tinha discriminac&o, suas palavras eram veiculos sonoros que atuavam diretamente nos pensamentos. Reconhecemos que nem todos conseguiam alcancar o que ele pedia ou orientava. Quantas vezes nos ensinou a pensar, de forma diferente, quando com sua simplicida- de grandiosa respondia: “Sua fé te curou”. Nao sabiam aqueles homens 0 que era a fé. Mas ao ouvir e a presenciar tantos estimulos que cada um recebia, passaram a cons- truir ea edificar em si préprios a confianca naquele homem ainda tao jovem, mas com tanta magnitude. Aos ricos e poderosos suas atitudes eram sempre as mesmas. Os estimulos que d’Ele partiam levavam a todos a pensar e foi por esse motivo que aquela multiddo passou a segui-Lo. O bem que suas palavras faziam, no intimo de cada um, promoviam novo desejo de ouvi-Lo para sentir toda grandeza de seus ensinamentos. Foi assim que Jesus, o Mestre, ensinou como educar. Nao teve pressa, levou todos a refletir nos seus atos e 104 | Gauro Espierra Esrreanca & CaRIDADE sempre os estimulava a vivenciar o que aprendiam. Essa foi a grande estratégia usada por Jesus. Nao basta apenas ouvir, € aprender fazendo. O fazer é uma manifestacio ati- va da inteligéncia e da vontade, que vai dando um novo ritmo as construcdes mentais. Vejamos: cada ideia demonstra um contetido que vai sendo organizado, formando o pensamento. Mas é no fazer que o ato de aprender acontece. Quando nos colo- camos prontos para fazer algo, temos que estruturar, no . campo mental, como vamos agir, usando todos os recursos que ja foram amealhados do mundo externo para o mun- do intimo. A unio desses dois planos da vida é que vai solidificar o processo da aprendizagem. O que aconteceu com os po- vos antigos, galileus, judeus que tinham os profetas como suas teferéncias, mas n&o foram estimulados a vivenciar os ensinamentos por nao terem recebido o estimulo visual que promove novas descobertas e vaio desencadeando no- vos mecanismos que se associam a formagao das ideias. Por isso o que ha de mais expressivo, no ato de aprender, s&o as forcas dos estimulos visuais, auditivos e sensoriais que vao criando elementos que integrarao a associacgéo das ideias. Quando Jesus aproximava-se de uma crianga, dava- Ihe atenciio e conversava, de tal forma, que elas desejavam estar em volta d’Ele. Ora, a passagem que os evangelistas citam sobre “Dei- xai vir a mim os pequeninos” mostra que o Mestre se re- fazia, no campo afetivo daqueles espiritos, que ainda nao tinham contaminado seus pensamentos pelos sentimentos enfermos. Sempre que lhe era possivel, dava-lhes ligdes e lhes alegrava e, da mesma forma, ofereciam a Ele os seus inais verdadeiros sentimentos que abastecia o seu coracao. A EDUCACAO DO Esrfizo Na Era Nova | 105 Vimos, na histéria da cristandade, o valor imensuravel de Joao, o Batista. Era o grande manancial de amor e ex- Ppressao no preparo do solo daqueles Espiritos que o pro- curavam. Joao sempre anunciava o trabalho do Messias, advertindo a todos do seu grandioso trabalho no campo do Espirito. Joao compreendera que Jesus viera para dar alinha- mento ao pensamento dos Espiritos que deveriam beber na fonte pura e sublime para serem eles os primeiros educa- dores de uma época que estava sendo implantada jé com 0 nome de Boa Nova. Boa Nova representa a boa noticia que Deus enviava a seus filhos para abrir os novos caminhos que ligavam o mundo dos homens, 0 mundo fisico com o mundo dos Espiritos. Licdes imortais que deveriam ser desdobradas por todos os séculos. Com a chegada de Jesus, chegaram os mais ricos esti- mulos que deveriam atuar na casa mental. Foi por isso que, por muitas vezes, Jesus perguntou a seus discipulos se eles j4 haviam implantado o Reino de Deus em seus coracées. Como implantar o Reino de Deus, na intimidade de cada um, sem observar como pensamos, agimos e sentimos? Foi a partir desses momentos mais sublimes de nossas vidas que o Mestre mostra quais seriam os passos para efetivar a verdadeira educacao. Era preciso sentir 0 ambiente externo, sentir para de- pois perceber sua grandeza, seu movimento, sua cor, suas variagOes e seus reinos que demonstravam as diversidades da vida, 0 que a sustenta e a mantém ativa cheia de vigor. Foi assim que a natureza passou a ser vista como o maior estimulo natural para que homem pudesse abrir os olhos para uma realidade, até ento, nao percebida. Esses estimulos sdo valiosos por desencadear, no pro- 106 | Gruro Espfrrra EsrERANGA E CARIDADE cesso mental, uma sequéncia natural e primorosa para aprender. Jesus podia ter feito as suas curas, na casa de Simao Pedro, mas no o fez tornando de piblico todas as suas a¢Ges que eram os mais vivos estimulos para desper- tar o como fazer. Esse é 0 indicador das primeiras reflexdes que a huma- nidade presencia. A partir da observacg4o, vém os estimu- los mais vivos que deveriam ativar a inteligéncia e a razao. Como exemplo, a cura dos cegos. Disse: “V4 e mostre que sua visdo foi restituida”. Para o paralitico diz: “Levante-se e ande”. Os olhos humanos nao tinham palavras que defini- riam essas acGes. Iniciam-se, assim, as primeiras motivacGes. O que usou aquele homem para levantar os paraliticos? Vejam a andlise: Senhor, se o quiser, cura-me. Eu quero! Levante-se e 0 paralitico fica de pé e anda. A EpucacAo po Espirito na Era Nova | 107

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