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ENTENDENDO 0 LICENCIAMENTO AMBIENTAL PASSO A PASSO Capitulos: LEI ESTADUAL N°” 3858/80: . 100% Visualizade 2 LEIESTADUAL N° 3858/80: Posteriormente, ja na década de 80, foi promulgada a Lei n? 3.858/80, instituindo Sistema Estadual de Administragao dos Recursos Ambientais (SEARA), criando mecanismos para a implementacao da Politica Ambiental do Estado. O SEARA, com a finalidade de promover [..1 @ conservagao, defesa e melhoria do ambiente, em beneficio da qualidade de vida [..J acolheu ‘como érgdo superior o entao Conselho Estadual de Protegao Ambiental (CEPRAM). Como érgao executor do SEARA, por meio da Lei Delegada n° 31 foi criado em 1983 0 Centro de Recursos Ambientais - CRA, tendo 0 seu primelro Regimento aprovado pelo Decreto Estadual n? 29.685, 0 SEARA, tendo como érgio superior (CEPRAM), érgdo executor (CRA) © os érgaes setorials (demais érgdes do poder pliblico estadual), assim como os instrumentos de controle ctiados para a gestéo © protegdo do meio ambiente tiveram um importante papel no desenvolvimento e fortalecimento ambiental do Estado, tendo sido, inclusive, pioneiro na implantagdo de alguns instrumentos de autocontrole ambiental, a exemplo da Comissao Técnica de Garantia Ambiental (CTGA) ¢ da Auto-avaliagao para 0 Licenciamento Ambiental (ALA). Em 1989 a Constituigéo Estadual dispés sobre a instituigo de um sistema de administragéo de qualidade ambiental, protecdo, controle @ desenvolvimento do meio ambiente © uso adequado dos recursos naturais para organizar, coordenar © integrar as ages da administragao piblica e da iniciativa privada, assegurada a participagao da coletividade. Como érgao superior, a Constituigéo baiana acolheu o ja existente CEPRAM passando a denomind-lo de Conselho Estadual de Meio Ambiente, (e nao mais Conselho Estadual de Protego Ambiental) e fixou a representagao tripartite e partéria do poder publico, das entidades ambientalistas e demais representagdes da sociedade civil ‘© novo CEPRAM composto de 15 (quinze) membros Conselheiros foi disciplinado por meio da Lei n° 6.29/93 como um {6rg0 colegiado, normativo e deliberativo. A representagao ampliada dos movimentos ambientalistas © de outros segmentos da sociedade civil fol, certamente, um grande avango no sentido de propiciar uma maior legitimidade as decisoes e de ampliar o debate das questées ambientais do Estado, trazendo-as para um foro institucional com poder de deciséo, (© SEARA contou também com um conjunto de érgaos setorials, entendidos como os érgaos centralizados ¢ entidades descentraizadas da administragao estadual, cujas atividades estejam, total ou parcialmente, associadas as de conservacao, defesa © melhoria do ambiente. Objetivando realizar a articulagao com os érgaos superior © executor do SEARA, foram ctiados nos érgaos setoriais das diversas Secretarias de Estado, os Nucleos Ambiental, articulados permanentemente a0 CRA com a finalidade de acompanhar a execugao do programa ambiental na parte relatva sua respectiva area de ‘competéncia, Estes niicleos ambientais foram consolidados através das Comissées Técnicas de Garantia Ambiental ~ CTGA, existentes nas diversas estruturas de governo, que tem por objetive coordenar, executar, acompanhar, avaliar @ pronunciar-se sobre os planos, programas @ projetos desenvolvidos no ambito de sua competéncia. A Lei n® 3.858 tratou de disciplinar a politica estadual de meio ambiente, representou um marco no panorama nacional, uma vez que foi editada antes da politica nacional de meio ambiente, que s6 surgiu um ano depois. A referida let inovou ao disciptinar 0 Estudo de Impacto Ambiental {EWWRIMA), entre outros mecanismos de controle, tendo vigorado por muitos anos. LEI ESTADUAL N° 7,799/2001: Em 2001 a Lei n® 3.858/80 foi revogada, apés 20 anos da sua edigio, tendo sido revista e atualizada, buscando maior cficdcia © agilidade, com uma abordagem mais préxima de conceitos modemos de gestdo dos recursos ambientais. Resultou na promulgago da 2*, lei ambiental do Estado, Lei n° 7.799 em 07 fevereiro de 2001, tendo sido regulamentada através do Decreto Estadual n® 7,967, em junho desse mesmo ano, A.Lei n* 7.799 disciplinou o Sistema Estadual de Administragao dos Recursos Ambientais (SEARA), que foi reorganizado com © propésito de redefinir claramente as competéncias das varios érgdios que © compéem, incorporar os novos atores, a ‘exemplo dos municipios e dos érgéos colaboradores (organizagées nao governamentais) e dar mais eficiéncia e articulago entre os érgdios setoriais @ locals, Sobre seu contalido deve ser dito, ja de inicio, que essa lei trouxe disposigées inovadoras, fruto da experiéncia adquirida ao longo de 20 anos de atuago, decorridos desde a promulgagao da Lei n” 3.868, que fora revogada, ¢ das mudangas, tanto da legislagso ambiental federal, como das disposi¢ées constitucionals relativas & distribuigo de competéncias entre a Unido, os Estados e os Municipios. No Sistema Estadual, foi redefinido 0 papel dos diversos érgaos, objetivando sua melhor articulagao na execugdo da Politica Estadual de Administragéo de Recursos ‘Ambientais, conferindo-thes tratamento e atribuigdes diferenciados e definindo-os como: Orgaos Executores Centrais: érgdos dotados de poder de policia administrativas e responsdveis pela aplicagao e fiscalizagéo da legisiagao ambiental do Estado. Enquadrava-se nessa categoria, 0 Centro de Recursos Ambientais - CRA, a Diretoria de Desenvolvimento Florestal - ODF e a Superintendéncia de Recursos Hidricos - SRH. Dentre estes, o CRA teve um papel especial, exercendo ainda as atribuigées previstas na Constituigéo do Estado, de Orgéo Coordenador do Sistema e de Secretaria Executiva do CEPRAM. Orgaos Executores Setoriais: referiase aos érgaos centralizados e entidades descentralizadas da administragao estadul, responsével pelo planejamento, aprovacéo, execugéo, coordenagao ou implementagdo de politicas, planos, programas © projotos total ou parcialmente associados ao uso dos recursos naturals. Nessa época foram expressamenteincluidos no SEARA, os Orgaos Executores Locals, que so os érgios do Poder Publico Municipal responséveis pelo controle ¢ fiscalizagéo das atividades efetiva ou potencialmente causadoras de impacto ambiental, dentro de seu ambito de competénciae jurisdigdo. O papel das Prefeituras Municipais, no que se refere a defesa, conservagao © malhoria do meio ambiante, mudou sensivelmente, em decorréncia das atrbuigées a clas conferidas na Constituigao Federal88 © na Constituigdo Estadual89, sendo percebido que as municipalidades vém, a cada dia, se estruturando para 0 exercicio dessa atividade © ocupando um espaco antes preenchido quase que exclisivamente polo Estado Aesfera municipal, através dos érgdos da administragao direta e indireta que constituem esse nivel de poder, quer seja de forma isolada ou em conjunto, cumpre importante papel junto ao SEARA, em especial em face da competéncia suplementar dos municipios de legislar sobre o uso do solo, conservacao de floresta, fauna ¢ flora, proteger o meio ambiente e combater poluigao, conferida pela Constituigao Federall88. Reforcada no ambito estadual através da Lei n® 7.799/01 ¢ de seu Regulamento, aprovado pelo Decreto n® 7.967/01, a partcipagdo dos municipios na descentralzagao das agdes de fiscalizagao e licenciamento ambiental para os ompreendimentos © atividades causadores de impacto local, passou a Configurar na lei ambiental do Estado, assegurada a participagtio desde que atendidas as seguintes condigées basicas: | = existéncia de politica municipal de meio ambiente prevista em lei orgénica ou legislagéo especifica, devidamente regulamentada; II Conselho Municipal de Meio Ambiente, devidamente empossado e regimentado; IIl- 6rg4o ou instancia técnico-administrativa na estrutura do Poder Executive Municipal, com atribuigées especificas na area dde melo ambiente, dotado de corpo técnico multdisciplinar, com experiéncia na érea ambiental Finalmente, foram incluidas no SEARA, na qualidade de Orgaos Colaboradores, as Organizagées da Sociedade Civil de Interesse Pablico (OSIP), definidas em legislagao especifica, bem como as demais organizagies da sociedade civil que desenvolvam ou possam desenvolver agdes na area ambiental. O papel do CEPRAM, Orgao Superior do Sistema, também foi reorientado, centrando sua competéncia na formulagao, acompanhamento e revisdo da politica ambiental do Estado e de ‘sous instrumentos @ no estabelecimento de diretrizes, normas, critérios © padrées relativos ao controle @ & manutencao da qualidade do meio ambiente, com vistas ao uso racional dos recursos ambientais. Esta atribuigdo, bastante ampla, confere ao colegiado competéncia para disciplinar o licenclamento ambiental e os estudos ambientais necessérios a informar e instruir esse licenciamento, nestes incluldo o Estudo de Impacto Ambiental. Também ai se inclui sua competéncia para estabelecer normas e padres de qualidade ambiental, padrées de emissio e outras normas necessérias ao controle ¢ a manutengéo da qualidade ambiental, Cabe-the ainda disciplinar 0 autocontrole ambiental e os ‘espagos ternitoriais especialmente protegidos. Com esta nova orientagao, reforga-se a atuagao do CEPRAM, valorizada pelas novas aribuigSes relativas a discussao de temas relevantes para o desenvolvimento sustentavel do Estado, liberando-o da prética de atos técnico-administrativos rolineiros, que passaram para o Centro de Recursos Ambientais - CRA, como 6 0 caso das licengas de implantagao, de operagao e de alteraeao, anteriormente sob sua responsabilidade. Ressalta-se ainda que compete ao CEPRAM expedir as licengas de localizagéo, bem como expedir as licengas de implantagao ou de operagao, quando se tratar da primeira licenga solicitada por fonte degradante irregularmente instalada ou 1ndo sujeita ao licenciamento ambiental pela legislagao. Pretendeu-se, com isto, além de livrar 0 CEPRAM dos atos rotineiros de licenciamento, dar mais agilidade e rapidez aos processos, mantendo, contudo, 0 controle do Conselho, no exercicio de ‘sua competéncia para avocar os respectivos processos, quando entender necessério. ‘lei facultou, também, ao CRA, encaminhar processos de sua competéncia para deliberagao do CEPRAM, sempre que as caracteristicas do caso assim 0 recomendarem. Couberthe ainda impor as penalidades as inftagbes mais graves, como interdigdo e embargo defintivos, demoligao @ destruigéo ou inutilzagao de produtos, enquanto a interdigdo eo embargo temporarios e apreenséo de equipamentos, penalidades que normalmente requerem urgéncia em sua imposigéo, bem como 4s penalidades de multa, simples ou didria, sao atribuidas ao CRA. Mantém, 0 CEPRAM, sua competéncia recursal no que se refere tanto ao icenciamento como as penalidades impostas pelo CRA. Sem sombra de divida, a edigéo da Lei n’ 7.799 e o seu regulamento, no inicio do novo século, foram responsaveis na Bahia pelo grande movimento e despertar dos municipios para a gestéo ambiental local, tendo sido pauta de discussées, reunides, seminarios, entre tantos outros eventos produzidos pelos érgdos responsaveis. K ‘ > Primeiro Anterior Prximo 2023 © WR Edueacions Todos os Direitos Reservados. Norms Instuconsis (normanstiucionais) | Polica de Priaciade (polia-de-pvacitade) | Termos de Servos (lermo-de-terco)

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