Você está na página 1de 4

DE PÉ E À ORDEM

Texto adaptado pelo Ir.’. Jupiaci Ramalho


ARLS Luz e Caridade 1398, Or. de Mantena-MG - set/2010

A Maçonaria é uma instituição admirável, pelos seus


princípios, pela sua história e pela sua razão de ser.

Dentre os princípios que lhe asseguram a existência,


destacam-se como fundamentais o culto permanente à virtude e o
combate sem trégua a toda sorte de vícios.

Do ponto de vista de sua história, pode-se afirmar que nenhuma


nação do planeta pode se jactar de não lhe dever a consolidação
de suas conquistas, sobretudo no que respeita à defesa de seus
direitos fundamentais, sobremaneira a liberdade.

A luta permanente em defesa da fraternidade universal e o


combate sem trégua a todas as ideologias e ações que atentem contra
a dignidade do homem e à ética nas relações de convivência, dentre
outras, justificam, cabalmente, sua razão de ser.

É dever fundamental de todos aqueles que por meio da Iniciação


penetram, ainda que superficialmente, nos mistérios da Maçonaria,
conhecer e interpretar seus símbolos e alegorias. Não se pode
entender que o Maçom não saiba o significado da ritualística que
pratica e da liturgia dos diversos atos maçônicos.

Se o Maçom não sabe o significado real de sua Iniciação e o


que significam os símbolos que ornamentam o interior de uma Loja
Maçônica, jamais poderá fazer progresso na Sublime Ordem e o que
é pior, inapelavelmente, por não saber o que está fazendo na
Maçonaria, seu desinteresse e sua inércia só concorrerão para a
fragilização da Instituição.

A obediência cega, sem curiosidade aos comandos daqueles que


dirigem as Lojas, é perniciosa e inglória. Não se trata aqui de
aplaudir o velho chavão sem lógica, mas usado com frequência, de
que FULANO ENTROU NA MAÇONARIA, MAS A MAÇONARIA NÃO ENTROU NELE.

1
Não é isso, quem entra para a Maçonaria tem que conhecê-la
para poder amá-la e contribuir para o fortalecimento de sua
existência. Quem entra para Maçonaria tem que honrar os sagrados
juramentos que faz e os compromissos a que se submete. Quem entra
para a Maçonaria tem que tomar posse de seus postulados, estes sim
devem penetrar no território de seus conhecimentos.

A Maçonaria, já se prega com frequência, não é mais aquela


sociedade secreta que, pelos segredos de suas ações despertou
intrigas, inveja, perseguição dos déspotas e até a condenação da
Igreja Católica Apostólica Romana.

O que ainda se consegue, de algum modo preservar, a despeito


das atitudes estúpidas dos boquirrotos que conseguiram ludibriar
nossa vigilância e iniciaram na sublime Instituição, é a forma de
comunicação entre os Maçons.

De igual modo, apesar da devassa da Internet, o ritual e o


desenrolar das sessões ainda estão, de algum modo, preservados.

A Maçonaria, segundo palavras do saudoso Irmão Octacílio


Schuller Sobrinho, é uma Escola de Conhecimento.

Os conhecimentos adquiridos conduzem o Maçom à senda da


Perfeição, da Justiça, da Moral e dos Bons Costumes; se praticados
dentro de um Templo interior, que denominamos de Cátedra Maçônica,
que em nossa interpretação é o Templo Sagrado onde o Irmão eleva-
se espiritualmente, em presença do Ser Onisciente e Onipotente, e
isso é o que difere de uma cátedra comum no mundo profano.

O que significa estar o Maçom DE PÉ E À ORDEM? Qual a definição


da expressão DE PÉ E À ORDEM?

Significa o Irmão de forma digna, séria, elegante, com o


corpo ereto, erguido verticalmente, estando de pé ou sentado no
interior de um Templo Maçônico;

Significa que, estando o Maçom em Loja “de pé e à ordem” ele


estará fazendo o sinal do grau em que a Oficina da Arte Real está
funcionando; de forma absolutamente correta.

2
Que o Irmão ao dizer-se “de pé e à ordem” para outro irmão,
seu Grão-Mestre, Grão-Mestre Adjunto, Venerável Mestre, Primeiro
Vigilante, Segundo Vigiante, etc. ele está dizendo que está pronto
para receber e cumprir ordens e, principalmente, que o Maçom diz-
se DE PÉ E À ORDEM por estar cônscio de suas obrigações para com
a Sublime Ordem, a Família, a Pátria e a Humanidade.

DE PÉ E À ORDEM o Maçom é elegante, ou seja, é aquele que


demonstra interesse por assuntos que desconhece; que cumpre o que
promete; que retribui carinho e, primordialmente, solidariedade;
é muito elegante não falar de dinheiro nos bate-papos informais.
Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância!

O primeiro ensinamento que nos passam na Iniciação diz


respeito ao sinal de ordem, cuja interpretação tem conexão com o
juramento que prestamos. Aprende-se também, no mesmo momento, que
o dito sinal não se faz quando se estiver sentado e nem quando nos
movimentamos em Loja. Ensina-se na mesma ocasião que o sinal de
ordem deve ser usado quando de pé, sempre de pé, quando se pede a
palavra ou se está entre colunas.

E quando aquele que preside a sessão (Grão Mestre, Venerável


Mestre, etc.), determina, às vezes tem o som do autoritarismo, até
porque alguns ao invés de pronunciarem DE PÉ E À ORDEM pronunciam,
erradamente, DE PÉ É A ORDEM.

Mas por que de pé? Porque sem dúvida alguma, em todos os


costumes conhecidos, o gesto de FICAR DE PÉ expressa RESPEITO,
REVERÊNCIA, CONSIDERAÇÃO e em alguns casos quer significar FORTE
HOMENAGEM. É o caso, por exemplo, quando se aplaude de pé alguém
que pronunciou um belo discurso, ou que adentra a um determinado
recinto.

DE PÉ E À ORDEM, sem embargo de melhor entendimento, para mim


significa que estamos aguardando ordem, à disposição, tanto
individual quanto coletivamente. Pronto para receber e procurar
cumprir as ordens emanadas de quem pode dar.

3
Pode, ainda, expressar um gesto de humildade, dado que a
humildade é uma das muitas virtudes cultuadas pelos Maçons e pela
Maçonaria.

Finalmente, toda organização se rege por normas, por regras


que se destinam a assegurar a hierarquia e a disciplina. DE PÉ E
À ORDEM é mais do que uma mera passagem ritualística; é um ato que
homenageia a LITURGIA MAÇÔNICA.

Faz lembrar que nas missas, em alguns momentos fica-se de pé,


em outros de joelho, tudo para obedecer à liturgia.

Faz lembrar também que, em algumas solenidades, fica-se de


pé, quando certa autoridade chega; fica-se de pé, quando se
executam ou se cantam os hinos oficiais. Nos nossos Templos
Maçônicos, quando neles adentram certas autoridades, fica-se de
pé, ainda que para isso seja necessária a ordem do dirigente.

Você também pode gostar