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APRESENTAÇÃO

DE APOIO

HISTÓRIA DA POLÍTICA
E GOVERNOS
Professores
MARCOS NAPOLITANO LUCIANO ARONNE DE ABREU
Professor Convidado Professor PUCRS

Possui mestrado em História do Brasil pela Pontifícia


Doutor em História Social pela USP, onde atua como Professor
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS, 1995) e
Titular da área de História do Brasil Independente. Foi professor
doutorado em Estudos Históricos Latino Americanos pela
visitante na Universidade Paris 3 - Sorbonne-Nouvelle (2009),
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS, 2005). Atualmente
Universidade de Santiago do Chile (2019) e professor no Depto.
é professor titular do Programa de Pós-graduação em História da
História da Universidade Federal do Paraná (1994-2004). É bolsista
PUCRS e Editor-Chefe da Editora Universitária da PUCRS
PQ 1 do CNPq, autor dos livros "1964-História do Regime Militar
(EDIPUCRS). Tem experiência na área de História, com ênfase em
Brasileiro" (Editora Contexto, 2014), História Contemporânea 2
História do Brasil República, atuando principalmente nos seguintes
(Editora Contexto, 2020) e Coração Civil: A vida cultural brasileira
temas: Era Vargas, Autoritarismo Político, Pensamento Político-Social
sob o regime militar (Intermeios, 2017).
Brasileiro e Corporativismo. É coordenador dos Grupos de Pesquisa
CNPq Autoritarismo Político e Imprensa no Brasil Contemporâneo e
Autoritarismo e Corporativismo em Perspectiva Comparada, além de
participar também das seguintes redes internacionais de pesquisa:
Rede Internacional de Estudos do Corporativismo (NETCOR), Rede
Internacional de Estudos dos Fascismos, Autoritarismos,
Totalitarismos e Transições à Democracia (REFAT), Direitas: História e
Memória, e Conexões Lusófonas: ditaduras e democracias em
português. Publicou nos últimos anos diversos livros, capítulos de
livros e artigos em importantes periódicos nacionais e internacionais
sobre as temáticas acima referidas.
Ementa da disciplina
Relação entre Estado, instituições e democracia. Surgimento da política e dos
sistemas de governo. Teoria das formas de governo, regimes e sistemas ao longo da
história. Relações de poder. Rumos da política.
Aula 3
Democracia, Autoritarismo e Inclusão Social
no Brasil pós-1988
a) BALANÇO do processo de construção do Brasil contemporâneo, do moderno Estado Nacional Brasileiro
(pós-1930) e de sua reforma (pós-1988). Para tanto, vamos privilegiar as seguintes questões:

• Centralismo x Federalismo

• Conservadorismo/Autoritarismo x Liberalismo/Democracia

• Superação do atraso e ideal de modernização

• Autoritários de Crise (Décio Saes); autoritarismo instrumental (Wanderley Guilherme dos Santos)

a) REFLEXÕES sobre o processo de transição democrática, as propostas de construção de um novo Brasil após
o regime militar e após a Constituição de 1988. Pretende-se avançar tais reflexões também para o período
mais recente da nossa História, a ascensão das esquerdas (2002-2016) e a guinada à direita (2018-2020) – a
Nova Direita brasileira, suas continuidades e rupturas em relação à velha direita e à tradição conservadora
e autoritária brasileira.
A TRANSIÇÃO DEMOCRÁTICA
• Visões do golpe e do regime militar:
a) Militares atribuíam à 64 os seguintes objetivos: realizar a ‘autêntica ordem democrática’; lutar contra a
corrupção; combater a subversão e as ideologias contrárias à tradição do nosso povo
b) “Segurança e Desenvolvimento” associado ao capital internacional; despolitização da sociedade
c) Golpe de 64 x Regime ditatorial
d) Inevitabilidade x opção dos atores; crise sistêmica x conspiração; dinâmica interna x intervenção
imperialista; política errática x projeto estratégico (DSN)
• Visões da Transição Democrática:
a) Transição Pactuada (‘dentro da ordem’) preserva o papel dos militares como tutores do sistema político
no gov. Sarney e a impunidade às violações dos Direitos Humanos;
b) Disputas pela memória: reconstrução dos discursos e identidades políticas, tendo a anistia e a
recomposição do quadro político-partidário um papel central na ressignificação da resistência ao regime
c) Predominam ainda hoje as visões dicotômicas sobre o período: heróis x vítimas; sociedade x Estado;
militares x civis
d) Importância do processo constitucional de 88
O BRASIL DA CONSTITUIÇÃO DE 88
• A Constituinte de 1988:
a) Diretas Já (1984)
b) Frente Liberal (1984/85): PMDB + PFL – Tancredo/Sarney
c) Plano Cruzado (1986)
d) Pressão dos movimentos populares + dissidentes do PMDB + partidos de esquerda = natureza e perfil progressista e
socialmente avançado da Constituição
e) Constituinte: lugar especial na agenda de transição. Forças ligadas ao regime desejavam uma Constituição pelo alto (notáveis),
e não uma Constituição pela base (parlamentar). Menos de 40% dos parlamentares haviam pertencido à ARENA
f) Constituinte originária (livre e soberana) x Constituinte instituída
g) 4 pautas básicas: retorno do Estado de Direito; eleições diretas; anistia; nova Constituição
• Pós-Constituição de 88
a) Pauta das reformas: estabilidade econômica, privatizações, reforma administrativa, política, fiscal, tributária, sindical, etc.
b) Políticas de inclusão social
c) Pauta ambiental
d) Crescimento das esquerdas x Nova Direita
A DIREITA ENVERGONHADA
• Características Gerais (Pierucci, 1987):
• Ativistas da direita, sentem-se ameaçados (medo): legítima defesa contra a
violência, pornografia, crise moral
• Rejeição dos Direitos Humanos, preconceito (racismo, moralismo)
• Forte religiosidade, mas anticlerical
• Anticomunismo, quando há, é dos chefes, não das bases (direita despolitizada)
• “Solidez das crenças populares”: jogo entre discursos e práticas, entre os fatos e
suas narrativas, no qual um lado confirma o outro
• Mito regressivo e reacionário
• Defesa das diferenças, ironicamente, borra as diferenças entre a nova direita e a
nova esquerda
• Direita Envergonhada: um país sem direita?
A DIREITA DESAVERGONHADA

• Fatores de mudança e características (Madeira e Quadros, 2018):


• Mudança geracional e de perfil dos parlamentares: bancadas evangélica e da bala
• Antipetismo (4 vitórias seguidas)
• Reação conservadora a pautas progressistas e ‘subversivas’
• crise política e corrupção
• Bancada Evangélica (74 deputados de todos os partidos): “irmão vota em irmão”; agenda moral;
tese da ameaça (aborto e homossexuais)
• Bancada da Bala (21 deputados de todos os partidos): 287 deputados compõe a Frente
Parlamentar da Segurança Pública e 202 compõe a Frente Parlamentar pelo Direito da Legítima
Defesa; porte de arma; redução da maioridade penal; proteção dos agentes policiais
• Conclusões:
• Identidade da Direita continua envergonhada, se manifesta mais pela crítica à esquerda
• Mote principal são as questões morais, não o liberalismo; mais reativa que proativa
BIBLIOGRAFIA – TEXTOS PARA AULA
Aula 3: CODATO, Adriano. “Uma história política da transição brasileira: da
ditadura militar à democracia”. Revista de Sociologia Política, 25, Curitiba,
p.83-106, 2005.
Aula 3: ROCHA, Antonio Sergio. Redemocratização à brasileira? Transição
política pelo alto, processo constituinte pela base, 1974-1988 . Estudios del
ISHiR, 20, 2018, pp.107-126. ISSN 2250-4397 Investigaciones Socio
Históricas Regionales, Unidad Ejecutora en Red – CONICET -
http://revista.ishir-conicet.gov.ar/ojs/index.php/revistaISHIR
Bibliografia – Textos complementares
• ABRANCHES, Sérgio. Presidencialismo de Coalizão. O dilema institucional brasileiro. Dados- Revista de Ciências Sociais, Rio de
Janeiro. vol. 31, n. 1, 1988, pp. 5 a J4
• ABREU, Luciano. Estado Novo: o fim das políticas regionais? Estudos Ibero-Americanos. PUCRS, v. XXXIII, n. 1, p. 172-191, junho 2007
• CAMPANA, Priscila. “O mito da consolidação das leis trabalhistas como reprodução da carta del lavoro”. Revista Jurídica. CCJ/FURB,
ISSN 1982 -4858 , v. 12, nº 23, p. 44 - 62, jan./jun. 2008
• CARVALHO, José Murilo. A construção da ordem e Teatro das sombras. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2003 (12ª. Edição)
• CARVALHO, José Murilo de. “Mandonismo, Coronelismo, Clientelismo: Uma Discussão Conceitual”. Dados, 4,(2), 1997
https://doi.org/10.1590/S0011-52581997000200003
• FAUSTO, Boris. O pensamento nacionalista autoritário. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2001
• FERREIRA, J. et alli (orgs.). Populismo e sua história. Civilização Brasileira, 1998
• GOMES, Angela de Castro. A invenção do trabalhismo. IUPERJ/ Vértice, 1988
• CODATO, Adriano. “O golpe de 64 e o regime de 68”. História, Questões e Debates, 40, 11-36, Editora UFPR, 2004
• LESSA, Renato. A invenção republicana. Campos Sales, as bases e a decadência da Primeira República Brasileira. Rio de Janeiro,
Topbooks, 1999
• MARTINS FILHO, João R. O palácio e a caserna. São Paulo, Alameda, 2019 (2ª. edição)
• MOTTA, Rodrigo Patto Sá. Em guarda contra o perigo vermelho. O anticomunismo no Brasil (1917-1964). Perspectiva/FAPESP, 2002
• NAPOLITANO, Marcos. 1964: História do Regime Militar brasileiro. São Paulo, Contexto, 2014
• RIBEIRO, David. Da crise política ao golpe de Estado. Conflitos entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo durante o governo João
Goulart. São Paulo, Hucitec Editora/ FAPESP, 2015
• RIBEIRO, Flávio Thales. “Da segunda abolição ao fim da democracia racial: interpretações historiográficas sobre a presença do negro na
história republicana do Brasil”. Estudios del ISHIR, 20, 2018, p. 35-52 . http://revista.ishir-conicet.gov.ar/ojs/index.php/revistaISHIR

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