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A TRADIÇÃO DA RESSURREIÇÃO

Na tradição cristã, quando a pessoa morre passará por um julgamento que


decidirá se ela é digna ou não de entrar no céu. Não devemos especular sobre
quem tem direito ou não de ir para o céu, pois quem faz o bem não deve se
angustiar com a ideia da morte e para onde irá depois dela.
Hoje, sabemos que o céu não é um lugar – geograficamente falando -, mas
sim um estado de vida, uma condição de existir junto de Deus, em que poderemos
adorá-lo para sempre. Céu é viver a plena felicidade com Deus.
Deve-se entender que a ressurreição é o ápice no processo de salvação que
o cristão deve buscar. Dito de outra forma, para ressuscitar é necessário primeiro
ser salvo. Segundo a doutrina cristã, Jesus veio para salvar todos que nele têm fé e,
pelo seu poder, ele fará ressuscitar todos aqueles que morreram acreditando nas
suas palavras. Diante dessa crença, é fácil compreender a convicção dos antigos
cristãos, que, imbuídos do espírito de Deus e cheios de confiança inabalável em seu
amor, encaravam a morte eminente nas garras das feras do Coliseu romano, onde
eram oferecidos num espetáculo macabro ao povo romano. Mesmo diante desse
terrível destino, os cristãos entoavam hinos de louvor a Deus e sorriam ante a morte,
o que provocava grande espanto do povo e do imperador, que não entendiam
tamanho gesto de fé e confiança.
Pode-se dizer que ressuscitar é voltar da morte pelo poder de Deus sendo a
mesma pessoa que você era, porém agora num estado de perfeição humana não
mais conhecedor da dor e da morte, mas num estado de amizade e alegria junto de
Deus.
A ideia da ressurreição não é original do cristianismo. Já no antigo Egito, a
crença na ressurreição era aceita por muitos sacerdotes. Porém, somente com o
advento do cristianismo a crença na ressurreição tornou-se uma doutrina
amplamente aceita e defendida.
A grande novidade apresentada pela doutrina cristã é Jesus de Nazaré, filho
do Deus vivo, que vem até a humanidade para iluminar os caminhos e conduzir
aqueles que nele crêem para a verdadeira felicidade, que é amar a Deus de todo
coração.
Talvez um dos homens que mais buscaram conhecer Jesus e torna-lo
conhecido entre as pessoas de diferentes continentes tenha sido Paulo de Tarso. O
apóstolo e missionário, após encontrar-se com Jesus, quando teve uma visão em
sua viagem para Damasco, passou de perseguidor a divulgador da doutrina cristã e
da ressurreição.
Seu amor por Jesus era tão grande, que esse sentimento estava acima de
tudo e quando quis explicar isso a seus companheiros escreveu um dos poemas
mais lidos sobre o amor:
Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver
amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine.
Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios
e toda a ciência, ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de
transportar montes, se não tiver amor, nada serei.
E ainda que distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda
que eu entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não
tiver amor, nada disso me aproveitará.
O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se
ufana, não se ensoberbece.
Não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses,
não se exaspera, não se ressente do mal.
Não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade.
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor jamais acaba.
(1 Coríntios 13, 1-8)

Diante da beleza da doutrina da ressurreição, permanece a confiança para os


cristãos de que a morte não é o fim, mas o começo da verdadeira vida que um dia
chegará para todos.
Fontes: NAUROSKI, Everson Araujo. Redescobrindo o Universo Religioso: ensino
fundamental, v. 7. Petrópolis: Vozes, 2001
https://www.flickr.com/photos/luz_do_mundo/5854585889

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