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AS ESPIRITUALIDADES EM ALGUMAS TRADIÇÕES RELIGIOSAS

(Texto extraído da apostila: “Espiritualidades” ASSINTE/SME de Curitiba 2007)

Espiritualidades nas Tradições Indígenas


Nas Tradições Religiosas Indígenas de modo geral, as espiritualidades
são de cunho ritualístico nas quais os mitos são revividos pela comunidade, os
momentos importantes da vida são celebrados com intensa emotividade de
modo que os participantes realizam uma profunda experiência de unicidade com
a própria divindade suprema ou com os espíritos da natureza invocados.
Geralmente, as práticas religiosas indígenas são constituídas de ritos de
defumação, entoação de cantos acompanhados com instrumentos musicais,
incorporação de espíritos da natureza, transe e uso de bebidas (enteógenas)
preparadas com plantas consideradas sagradas.
As espiritualidades indígenas vinculam-se ao respeito e consideração que
eles têm para com a Mãe Terra, para com toda a Natureza. Trata-se de uma
relação de caráter transcendental e não apenas físico. Segundo Eliane Potiguara
essa relação “... vai muito mais além do que o sentido de "ter" e sim, de
"pertencer a um conjunto de princípios", de "relacionar-se", de "envolver-se", de
"comungar-se no diálogo" entre Ser Humano e o Diamante Interno”. (Site
www.elianepotiguara.org.br acesso em 21 de setembro de 2007). Lúcio Paiva Flores, índio
Terena, afirma que a “... religiosidade indígena é a experiência do mergulho no
sagrado sem estar sobrecarregado de culpas ou enfrentando o olhar ameaçador
de Deus”. (FLORES, p. 14, 2003).
Nas palavras do mesmo autor, para os indígenas o Grande Espírito está
sempre solícito “... para apoiar, desenvolver uma amizade, encorajar, torcer e
até aplaudir; ou ainda para sofrer, e, se necessário, chorar junto”. Essa
comunhão, fusão ou mergulho no sagrado da natureza aparece também nas
diversas lendas e mitos como a lenda da vitória-régia.
A vitória-régia é uma planta aquática que faz parte da paisagem
amazônica e está ligada a uma curiosa lenda indígena. “Era uma vez, um grupo
de jovens índias que eram tão fascinadas pela lua e pelas estrelas que decidiram
encontrar uma forma de tocá-las. Acreditavam que se conseguissem fazer isso,
poderiam se tornar uma delas. Assim, elas tentaram subir por um morro, mas
não deu certo. As jovens, persistentes, a cada noite procuravam sempre os
lugares mais altos, mas o céu continuava distante. Uma das índias, a mais
sonhadora delas, estava tão desiludida, que uma noite, ao ver a lua refletida no
lago, resolveu mergulhar ao seu encontro e desapareceu nas águas profundas.
A lua lá no céu, comovida com o gesto da jovem, decidiu transformá-la numa
grande e bela flor, que ficaria para sempre na superfície das águas, como a
refletir a imagem lunar: nascia a vitória-régia".

Uma prece da tradição indígena


“Ó Grande Espírito, transformador de todas as coisas: seres humanos, árvores,
ervas, frutos selvagens. Ajuda-nos. Sê cheio de bondade para conosco. Permita
que sejamos felizes na Terra. Permita que conduzamos nossos filhos pelos
caminhos retos até a idade venerável. A este povo, dá-lhe um espírito de amor,
para que nos amemos uns aos outros. Ó Grande Espírito, cumula-nos de tua
bondade. E então, nos reencontraremos de novo.
“Ó Grande Espírito, é isso que te pedimos.”
Prece dos índios Blackfoot, do Canadá. Texto publicado pela CONIC na celebração “Construir a
comunidade, um só corpo em Cristo.” EP/1989.

Espiritualidade no Candomblé:

As práticas religiosas do Candomblé são realizadas ao ritmo de


atabaques e cantos em idioma iorubá ou nagô, que variam de acordo com o
Orixá que está sendo cultuado. Essas cerimônias são realizadas nas casas ou
nos templos conhecidos como "terreiros". A origem da denominação “terreiros”
reporta-se ao passado quando os africanos escravizados abriam clareiras na
mata chamadas “terreiros” para poderem realizar seus cultos aos Orixás. As
práticas religiosas comunitárias são dirigidas por um sacerdote (que tem o nome
africano de babalorixá) ou uma sacerdotisa (ialorixá). As divindades (Orixás) se
manifestam por meio destes sacerdotes, também chamados pais e mães de
santo para expressar e doar a energia vital ou axé.
Também são feitas, pelos participantes do culto, consultas espirituais
através do jogo de búzios (um tipo de concha do mar que é usada como um
oráculo para orientar e fazer previsões). Atualmente, os terreiros de Candomblé
com maior proximidade com o Candomblé original, estão no Estado da Bahia.
Com o tempo, o Candomblé foi adquirindo características próprias em
diferentes contextos e regiões do Brasil, surgindo diferentes formas de culto.
Assim, surgiu o Candomblé de Caboclo, por exemplo, que é um ritual que integra
elementos da cultura caipira e dos indígenas brasileiros.

Espiritualidade na Umbanda:

No início do século XX, algumas décadas depois da abolição da


escravatura no Brasil, teve origem na cidade do Rio de Janeiro, o culto afro-
brasileiro denominado de Umbanda. A Umbanda incorpora práticas do
Candomblé, da Pajelança Indígena, do Catolicismo, do Espiritismo e do
Esoterismo. É uma religião tipicamente brasileira bastante popular. Os cantos ao
som dos atabaques são feitos no idioma português e não nas línguas ou dialetos
africanos. São recitadas fórmulas de preces, usa-se defumação com ervas e
incenso, são traçados pontos no chão do templo. Os pontos são desenhos
simbólicos que representam o tipo de energia que se está evocando para o pleno
êxito dos trabalhos espirituais.
Alguns centros de Umbanda dão grande ênfase aos trabalhos espirituais
de cura que são realizados pelos médiuns. Nos templos ou centros existe
geralmente um altar com imagens católicas e imagens de entidades como índios,
caboclos, baianos, entre outros. Esse altar é adornado com flores, ervas e velas
acesas.
Na crença da Umbanda, o universo está povoado de entidades espirituais
que podem se comunicar através de uma pessoa iniciada e que possui o dom
da mediunidade.
Essas entidades espirituais, também chamadas guias, se manifestam nos
médiuns como pomba-gira, caboclo, preto-velho, baiano, cigano, etc. O
caboclo é a representação do índio brasileiro e o preto-velho representa o negro
no cativeiro que, mesmo em meio aos horrores da escravidão, manteve um
espírito de bondade e sabedoria, atingindo assim, um elevado estado de
iluminação espiritual.
Espiritualidade nas Tradições Orientais:

Nas tradições religiosas de matriz oriental como o Hinduísmo, o Budismo


entre outras, bem como as tradições místico-filosóficas dão grande ênfase à
meditação no processo do autoconhecimento e iluminação interior.
A prática do Yoga, que significa união com o Absoluto, é de fundamental
importância em diversas vertentes do Hinduísmo. Yoga é a ciência da meditação
ou do autoconhecimento. Meditar significa aquietar e acalmar o corpo, a mente
e as emoções. “O Yoga (pronuncie Yôga, com ô fechado) é uma antiga filosofia
de vida que se originou na Índia há mais de 5000 anos. Não obstante, ele figura
ainda hoje em todo o mundo como o mais antigo e holístico sistema para colocar
em forma o corpo e a mente. Literalmente, Yoga significa união, pois ele une e
integra o corpo, a mente e nossas emoções para que sejamos capazes de agir
de acordo com nossos pensamentos e com o que sentimos. Juntamente com o
fortalecimento do corpo físico e o desenvolvimento da flexibilidade, o Yoga nos
induz a um profundo relaxamento, tranquilidade mental, concentração, clareza
de pensamento e percepção interior” (http://www.yogasite.com.br/yogasite/yoga.htm -
Acesso em 22 de setembro de 2007).
Muitas pessoas meditam para sintonizar-se com o seu Eu superior
buscando o equilíbrio, a harmonização e a serenidade. Outras meditam com o
propósito de estabelecer uma conexão com o sagrado presente no seu interior.
Assim, a prática da meditação pode ter ou não uma conotação de cunho
religioso.
Existem várias técnicas de meditação mas, basicamente, para meditar a
pessoa é orientada a sentar-se em uma postura confortável, coluna reta, olhos
fechados e a atenção concentrada no ato de inalar e expirar o ar. Poderá também
fixar sua atenção em algum objeto simbólico, uma flor, uma vela acesa, uma
imagem sagrada ou uma mandala.

Espiritualidade e Mantras:

“A palavra mantra deriva da raiz "man", que pode significar mente. A ela
se junta o sufixo tra, que quer dizer liberar. Assim, mantra pode ser definido como
instrumento para a liberação da mente. A consciência deixa de se alocar em
patamares da mente racionalista e lógica para adentrar em níveis mais
profundos, sutis e elevados e o mantra produz energia para esta elevação. De
outra maneira, pode ser dito que os mantras protegem nossas mentes de maus
pensamentos.
O mantra é também utilizado para promover a cura, solucionar problemas,
conseguir proteção, direção espiritual e manifestar desejos. As repetições
rítmicas e contínuas produzem vibrações que despertam energias específicas.
É utilizado, também, para desintegrar os condicionamentos. Eles proporcionam
estabilidade do pensamento e a expansão da consciência. Há diversos tipos de
mantras. O Kirtan é o mantra cantado, melódico. O japa é o mantra repetido em
tom de murmúrio. Para a prática do Japa, os yoguins utilizam o mala, que é um
cordão de contas - também chamado de cordão de energia. Ele contém 108
contas. Orar repetidamente tem a finalidade de magnetizar as energias ou
atributos de uma determinada divindade ou arquétipo. Existe também, o mantra
chamado Bija, que é o mantra semente. Cada Chakra tem o seu Bija Mantra e
pode ser estimulado pelo som deste mantra.
A idealização que acompanha a pronúncia do mantra - ou a idéia que ele
representa - é incorporada à mente do adepto. A cada estado de realização
corresponde um som determinado, que é a sua semente. Por exemplo, o mantra
Om induz à identificação com a Alma Universal. O mantra Om Namah Shivaya,
à aproximação com o arquétipo de Shiva. Dessa forma, através das diversas
vibrações sonoras do universo, assimilam-se diretamente conhecimentos e
experiências essenciais para atingir os estados supraconscientes. Os mantras
são representações sonoras das Divindades, assim como as imagens são suas
representações formais.
Segundo vários textos clássicos, o Universo é formado por 50 vibrações-
mães. Essas vibrações formam o caminho dos sons cósmicos. Cada um dos
mantras atua no Universo interno ou externo.
O mantra Om é o mais importante de todos os mantras, pois ele é
considerado a síntese de todos os sons que derivam dele”.
(http://www1.uol.com.br/bemzen/ultnot/autoconhecimento/ult486u109.htm - Acesso em 23 de
setembro de 2007).

Espiritualidade no Budismo:

As práticas espirituais budistas consistem em rituais de oferendas de


flores, velas, frutas e incenso, que são colocados em um altar em honra de Buda.
A meditação ocupa o centro da prática espiritual dos budistas, podendo
ser feita individualmente ou em grupo. Usam também cordão de contas (mala)
com 108 contas, um número considerado sagrado. O “rosário” serve para contar
os mantras, enquanto são entoados.
Os mantras ajudam na concentração e acredita-se que pronunciá-los ou
entoá-los traz harmonia e paz de espírito.
Om mani padme hum é um importante mantra entoado pelos budistas no
mundo todo. Acreditam que, por meio desta prática espiritual, é possível
estabelecer comunhão com milhões de seguidores budistas espalhados pelo
mundo que também entoam este mantra, contribuindo assim, para a expansão
da consciência da paz e da compaixão.
Om – representa as dimensões do corpo, da fala, do espírito e da essência
de toda forma de esclarecimento. A entoação deste monossílabo promove a
libertação dos estados negativos da mente.
Mani – seu significado relaciona-se ao estado de amor e compaixão que
todo budista deve almejar atingir.
Padme – é a flor de lótus, flor que nasce na água do lodo e não se macula.
Ao desabrochar no pântano revela sua essência: beleza e perfume. Assim, o
lótus representa a realidade espiritual de cada ser humano que deve ser a
expressão da compaixão por todos os seres. A flor de lótus é a flor do
conhecimento e da sabedoria.
Hum – representa o esclarecimento. Seu efeito é de estabilização e
purificação do espírito.

Uma oração budista


“Que todos os seres sejam felizes,
Estejam onde estiverem,
Sejam fracos ou fortes,
Altos, baixos ou medianos,
Pequenos ou grandes.
Que todos, sem exceção, sejam felizes.
Seres visíveis ou invisíveis,
Aqueles que moram perto ou longe.
Aqueles que nasceram
E aqueles que ainda estão por nascer.
Que todos os seres sejam felizes.”
(Prece extraída do texto sagrado Sutra, é recitado para despertar a compaixão por
todos os seres).

Mandalas e Espiritualidade:

A mandala é um desenho em forma de círculo, também usado em técnicas


de meditação contemplativa.
A pessoa permanece com o olhar fixo no centro da mandala por algum
tempo em postura meditativa.
O objetivo é desenvolver a concentração e promover a expansão da
consciência. Uma mandala, entre outros significados, representa expansão da
consciência, da criatividade, da compaixão e do amor por todos os seres do
universo. A mandala é tida como um círculo sagrado da unidade, cuja
contemplação pode favorecer um estado de elevação espiritual.
A palavra mandala significa também círculo mágico que pode revelar o
Eu Superior; é considerada uma ponte para dimensões superiores; serve para
inspirar a pessoa que a contempla a ir ao centro de sua própria Essência Divina.
É considerada também como um canalizador de energia de Luz e de Cura e uma
representação da totalidade, da integração e da harmonia.
A palavra MANDALA vem do sânscrito de origem hindu, e quer dizer
círculo mágico”, um círculo de energia. A Mandala é constituída por desenhos
geométricos - basicamente círculos, quadrados e triângulos - que se inscrevem
uns aos outros formando ou se entrelaçando a imagens simbólicas formando um
grande círculo contendo várias imagens significativas. A Mandala é a expressão
visual do retorno à Unidade pela delimitação de um espaço – o espaço dentro
do círculo - símbolo do "espaço sagrado". A circunferência que delimita a
Mandala tem como origem o próprio ponto central e limita esse espaço circular
separando-o do restante do Todo. Este espaço então é preenchido com várias
imagens representativas das mais variadas ligações simbólicas, resultando
numa representação gráfica da relação dinâmica entre o Homem e o Cosmo.
Desde os tempos mais remotos até os dias de hoje, as Mandalas são usadas
como focos de meditação, para atrair abundância material e sorte nos negócios,
para amenizar as dificuldades, para captar energia, harmonizar o ambiente e
transformar vibrações negativas em positivas.
A função da MANDALA pode ser direcionada para o autoconhecimento e
desenvolvimento espiritual (mandalas direcionadas ou específicas),
prosperidade pessoal, para atrair relacionamentos harmoniosos (Mandala
Pessoal), para harmonização entre elementos humanos como casais, sócios,
pais e filhos (Mandala do Relacionamento), bem como para obter êxito material
profissional e/ou empresarial (Mandala da Prosperidade)”
(http://annalu_frussa.sites.uol.com.br/oqueemandala.htm - Acesso em 22 de setembro d e2007).
Espiritualidade e Mentalização:

A mentalização de pensamentos positivos é uma técnica ou


espiritualidade utilizada por muitas pessoas em diversos grupos filosóficos e
religiosos.
“O homem é aquilo que ele pensa em seu coração” (Charles Lucien de
Liévre, p. 119, 2001). Sendo assim, é mediante o uso consciente do pensamento
que o ser humano pode criar ou recriar uma realidade de realização e felicidade
em sua vida.
Pensar positivamente, portanto, significa ater-se conscientemente ao uso
da força do pensamento para construir uma vida de felicidade, harmonia, paz e
prosperidade em todos os sentidos. Isto requer pensar e agir com consciência,
deixando-se guiar pela intuição e pela razão de um modo equilibrado.
Algumas filosofias de vida afirmam que a consciência em cada pessoa é
algo divino e é com o uso consciente do pensamento criador e positivo, que
qualquer ser humano pode transformar e engrandecer sua vida.
Para que a prática da mentalização seja eficiente, o praticante é
aconselhado a sentar-se numa posição confortável, coluna reta e, inicialmente,
realizar algumas respirações profundas e lentas pois isso contribui para a
eliminação de estados ansiosos e promove uma melhor clareza mental. Em
seguida, deve relaxar, aquietar o corpo e a mente por alguns instantes; então
pronunciar as afirmações e ao mesmo tempo imaginar que o que está sendo
pronunciado já é uma realidade em sua vida. Em qualquer momento do dia ou
da noite pode-se praticar a mentalização. Contudo, o período da manhã é o
momento mais favorável para esta prática porque o corpo e a mente estão
descansados.

Exemplos de afirmações para a mentalização

Sou imensamente agradecido à Vida e ao Universo por tudo o


que sou e o que tenho, pelo privilégio de servir à Luz e promover a minha
própria evolução espiritual. Sou parte da Grande Vida do Universo. Eu sei e
sinto que todas as forças do Universo conspiram ao meu favor. Eu sou um ser
magnífico, sábio, belo e plenamente feliz. Neste momento, mentalizo e crio em
minha vida uma realidade plena de saúde, paz, prosperidade, harmonia,
equilíbrio e perfeição. Recebo com alegria e gratidão todo o bem que flui para
minha vida das fontes infinitas do Céu e da Terra. Irradio luz, amor e paz para
todas as vidas do Universo.

Em algumas tradições religiosas e místico-filosóficas como a Seicho-No-


Ie, o Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento, entre outras, a prática da
mentalização diária de pensamentos positivos é bastante incentivada,
constituindo-se em uma forma de espiritualidade.
Seicho-No-Ie (Lar do Progredir Infinito) é uma tradição religiosa de origem
japonesa presente no Brasil. Divulga e incentiva as pessoas a serem
agradecidas e a terem uma atitude positiva frente à vida. Eis um exemplo de
técnica de mentalização da Seicho-No-Ie:
Em postura correta, mãos justapostas, a pessoa é orientada a imaginar
que uma Luz Divina a envolve expandindo-se por toda parte a partir dela e então
deve pronunciar a seguinte afirmação:
“Todo o meu ser é preenchido pela vida de Deus!
Eu sou a própria vida de Deus!
Não sou uma coisa vulnerável aos micróbios ou ao clima!
Sou eternamente um ser espiritual perfeito e harmonioso!
Eu sou saudável, exatamente como Deus me criou...
Uma vez que Deus me criou saudável, nada poderá tornar-me doentio.
Eu sou realmente saudável!” (Watashi wa Kooshite Inoru, p. 84).

Espiritualidade na Tradição Cristã Católica:

Rezar significa recitar ou ler com introspecção, fórmulas ou textos de


orações, mas há também orações espontâneas nas práticas devocionais dos
católicos.
O Sinal da Cruz, o Pai Nosso, o Credo, a Ave Maria, o Glória, a Salve
Rainha, o Santo Anjo, são algumas das principais orações recitadas pelos
católicos.
O ato de fazer a prece chama-se rezar, diferentemente dos evangélicos
que usam o termo orar.
Uma das formas de espiritualidade entre os católicos muito difundida é a
reza do rosário, por meio do qual são meditados os mistérios ou grandes
acontecimentos da vida de Jesus.
Uma das possíveis origens do rosário está relacionada a recitação dos
150 salmos da Bíblia pelos monges, substituídos pelas fórmulas de orações mais
conhecidas pelo povo.

Espiritualidade na Tradição Cristã Ortodoxa:

As tradições cristãs ortodoxas também conhecidas como igrejas do rito


bizantino, somam a maioria dos cristãos na Europa Oriental, mas também estão
presentes em diversos países por conta da imigração.
Nessas igrejas, as espiritualidades se caracterizam pela veneração aos
símbolos sagrados, participação da Divina Liturgia, de procissões, uso de
incenso e velas, prostrações, recitação diária de diversas fórmulas de oração,
cânticos litúrgicos sem acompanhamento instrumental e melodia em estilo
gregoriano.
Dentre todas essas expressões de religiosidade destaca-se a veneração
e uso de ícones nas práticas meditativas. Os ícones representam a realidade
transcendente dos fatos e acontecimentos da vida de Jesus e dos santos. São
como uma ponte ou janela para Deus ou um ponto de referência para a prática
da meditação contemplativa.
Os Ícones são imagens de Jesus, Maria e de santos ou cenas bíblicas
pintadas num estilo onde as cores, as formas e os gestos retratados estão
revestidos de significados espirituais.
O fiel ortodoxo acredita que Deus se revela de um modo especial por meio
dos ícones. Sendo assim, a veneração destas imagens sagradas constitui-se
uma das importantes expressões de espiritualidade dos cristãos ortodoxos.
“A Tradição da Igreja não é expressa apenas através de palavras, ações
e/ou gestos usados na adoração, mas também através da arte dos Ícones
Sagrados. Um ícone não é apenas uma imagem religiosa, é uma das formas que
faz com que Deus seja revelado ao homem. Através dos ícones, o cristão
ortodoxo recebe uma visão do mundo espiritual. Sendo o ícone parte da
Tradição, o pintor não tem a liberdade de inovação e adaptação, já que o trabalho
deve refletir o espírito da Santa Igreja. Não se exclui a inspiração artística, ela é
exercida dentro de regras determinadas. O pintor deve ser um bom artista, viver
a fé da igreja dentro de sua tradição, ter suas tintas benzidas pelo padre e fazer
um jejum de 3 dias”
(www.ortodoxiabrasil.com/img/saojoaoteologo.jpg - Acesso em 22 de setembro de 2007).

Espiritualidade nas Tradições Cristãs Evangélicas:

A oração espontânea, a leitura devocional do texto sagrado - a Bíblia, e a


entoação de hinos ou cânticos espirituais, entre outras, constituem as práticas
básicas nas tradições evangélicas.
A pessoa, durante a oração, deve permanecer de olhos fechados para
que a sua atenção se desligue das coisas exteriores e se volte inteiramente a
Deus.
Os evangélicos não usam fórmulas lidas ou decoradas para orar. Mas
alguns grupos evangélicos recitam a oração do Pai Nosso, conforme o texto que
se encontra no Evangelho.
Para os evangélicos, a oração é uma conversa de um filho ou filha com
seu Pai, um ato de fé para oferecer a Deus os pedidos, as necessidades,
agradecer e louvar pelas bênçãos recebidas.
A oração é feita diretamente a Deus, em nome de Jesus, porque
acreditam que Jesus é o único mediador entre Deus e os homens.

Espiritualidade na Tradição Judaica:

Na tradição judaica, as preces da manhã, tarde e noite devem ser ditas


em horários fixos, em qualquer lugar. São obrigatórias para homens ortodoxos a
partir dos 13 anos.
As mulheres devem, pela tradição, cuidar da casa e das crianças e não
se espera que parem tudo para rezar. Portanto, têm menos orações diárias.
Muitos judeus progressistas dizem estas rezas apenas quando estão na
sinagoga, no Shabat ou nas festas.
Na noite de sexta, pouco antes do pôr do sol, começa Shabat, o dia do
descanso, que dura até depois do escurecer, sábado à noite. Muitos
interrompem todas as suas atividades e preocupações da semana. Preparam
seus lares como para uma visita real e colocam suas melhores roupas.
Acendem velas e servem a melhor comida que podem oferecer em uma
mesa decorada. As pessoas são convidadas para compartilhar refeições,
músicas, histórias, orações e o estudo da Tanach. Uma ida à sinagoga, visitas
aos amigos, caminhadas e estudo completam o espírito do dia.

Espiritualidade na Tradição Islâmica:


No Islamismo, as práticas das espiritualidades estão vinculadas aos
pilares da fé islâmica. “A Oração (Salat) - a ser feita cinco vezes por dia: ao
amanhecer, ao meio-dia, entre as três e as cinco, antes do pôr-do- sol e à noite.
O rosto deve se orientar na direção da Caaba, em Meca.
A oração mais solene é a do meio-dia.
Não existe outra liturgia senão a da palavra; não existe um clero
propriamente dito, mas somente pregadores e encarregados de fazer a chamada
para a oração (almuadens) e de dirigi-la (imãs).
Às sextas-feiras celebra-se a oração na mesquita, precedida de um
sermão de caráter moral, social ou político”
(http://www.pime.org.br/missaojovem/mjregislafontes.htm - Acesso em 23 desetembro de 2007)

Uma oração muçulmana

“Louvado seja Alláh! Senhor de todas as criaturas; o mais clemente, o


soberano do dia do juízo. A Ti adoramos e a Ti imploramos ajuda. Guia-nos à
senda reta, à senda dos que agraciaste, não à senda daqueles contra os quais
Te encolerizaste, nem à dos que se desencaminharam”. (Extraído do livro Unicidade,
Objetiva. Jeffrey Moses, p.125).

REFERÊNCIAS
ASSINTEC. Proposta Pedagógica para o Ensino Religioso. Curitiba: 2007.
FINE, Dorren. O que sabemos sobre o judaísmo. São Paulo: Callis, 1998.
FONAPER – Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso. Parâmetros
Curriculares – Ensino Religioso. 5ª ed. São Paulo: Ave Maria, 2001.
GANERI, Anita. O que sabemos sobre o Budismo. São Paulo: Callis, 1999.
________ . O que sabemos sobre o Hinduísmo. São Paulo, Callis, 1998.
GHAI, O P. Unidade na diversidade. Col. herança espiritual. Petrópolis: Vozes,
1990.
LIÉVRE, Charles Lucien. Manual prático de desenvolvimento da memória.
São
Paulo: Madras, 2001.
MOSES, Jeffrey. Unicidade – Grandes princípios comuns a todas as
religiões.
Rio de Janeiro: Objetiva, 1989.
________. 100 dicas para prosperar. São Paulo: Editora Escala, s/d.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Espiritualidade
http://www.yogasite.com.br/yogasite/yoga.htm
http://www1.uol.com.br/bemzen/ultnot/autoconhecimento/ult486u109.htm
http://annalu_frussa.sites.uol.com.br/oqueemandala.htm
http://www.pime.org.br/missaojovem/mjregislafontes.htm
www.ortodoxiabrasil.com/img/saojoaoteologo.jpg
www.elianepotiguara.org.br

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