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ISSN 0104-7647

FOTO

COMUNICADO
TÉCNICO
Aspectos técnicos e
científicos para a produção
253 de bovinos compostos,
tropicalmente adaptados,
Teresina, PI com o uso de recursos
genéticos brasileiros
Outubro, 2019

Geraldo Magela Côrtes Carvalho


2

Aspectos técnicos e científicos para


a produção de bovinos compostos,
tropicalmente adaptados, com o uso
de recursos genéticos brasileiros1
Geraldo Magela Côrtes Carvalho, zootecnista, doutor em Ciência Animal, pesquisador da
1

Embrapa Meio-Norte, Teresina, PI

Introdução brecendo a diversidade genética da


espécie no País (Egito et al., 2007).
As raças bovinas brasileiras lo-
Muitas raças, outrora economi-
cais, também denominadas de na-
camente importantes, são atual-
tivas, naturalizadas ou crioulas, ori-
mente raras e, na maioria dos ca-
ginaram-se de um longo processo
sos, encontram-se em perigo de ex-
de seleção natural a partir dos pri-
tinção. A manutenção de tais raças,
meiros bovinos ibéricos aportados
além de garantir a conservação de
no País. Tais raças caracterizam-se
um patrimônio genético valioso,
pela rusticidade, adaptabilidade e
pode atender a demandas de mer-
resistência, aspectos fundamentais
cados especializados.
para sobreviverem nos ambientes
com as particularidades edafocli-
máticas em que se estabeleceram.
Em razão disso, constituem um im-
portante recurso genético para sis-
Raças brasileiras
temas de produção sustentáveis de localmente
carne bovina nas diversas regiões
do Brasil. Nas últimas décadas, for-
adaptadas
ças de ordem econômica e social
A diversidade ambiental exis-
provocaram progressiva e impor-
tente no Brasil, com o decorrer de
tante redução do número e da área
séculos, forjou animais e rebanhos
de distribuição geográfica de bovi-
que foram naturalmente seleciona-
nos naturalizados, ameaçando sua
dos em cada bioma.
existência e preservação e empo-
3

Caracu: A raça Caracu é a única tura (MAPA) no ano de 1983. É con-


que hoje não corre perigo de extin- siderada de dupla aptidão, ou seja,
ção, com mais de 70 mil indivíduos produz carne e leite (Lima et al.,
no País. Desde 1976, o Instituto de 1990). Em regime exclusivo de pas-
Zootecnia (IZ) do estado de São to, o peso médio das vacas varia de
Paulo, localizado em Sertãozinho, 550 kg a 650 kg. Os touros pesam
tem um programa de conservação e ao redor de 1.000 kg, podendo che-
melhoramento genético que buscou gar a 1.200 kg. A produção de leite,
exemplares no Paraná e em Minas em rebanhos de seleção leiteira,
Gerais para aumentar o efetivo po- está em torno de 2.100 kg por lacta-
pulacional e evitar o desapareci- ção (inclui novilhas de primeira cria)
mento da raça. O Mocho Nacional em regime de pasto com pequena
foi incorporado ao Caracu, o que suplementação (Lima et al., 1990). A
aumentou a variabilidade genéti- ß-caseina do tipo A1 está relaciona-
ca e a opção de animais mochos e da a processos alérgicos e intolerân-
aspados disponíveis para o agrone- cia alimentar, doenças coronarianas,
gócio (Mariante; Cavalcante, 2006). entre outras, além de, não ser ade-
A Embrapa Gado de Corte possui quada ao processo de fabricação de
um rebanho de conservação e me- queijos nobres. Lima e Lara (2015),
lhoramento, com diversos animais apresentaram frequências genotí-
inseridos e avaliados pelo Programa picas estimadas para o Caracu das
Embrapa de Melhoramento de Gado variantes ß-caseina A1A1, A1A2 e
de Corte - GENEPLUS (Sumário..., A2A2 de 0,08, 0,58 e 0,34, respec-
2017). Há sêmen e embriões dispo- tivamente, indicando a elevada fre-
níveis em todas as grandes centrais quência do gene A2 na raça Caracu.
de biotecnologias do País.
Crioula Lageana: A raça Crioula
Bem-adaptados às regiões do Lageana foi formada nos planaltos
Cerrado, vêm sendo utilizados em e campos sulinos. A raça também
cruzamentos terminais ou industriais é reconhecida pelo MAPA, de du-
em diversos sistemas de produção. pla aptidão (leite e corte). Apresenta
Essa foi a primeira raça nacional re- variedades aspada e mocha, com
conhecida pelo Ministério da Agricul- animais de pelos longos ou tam-
4

bém curtos, produzindo animais com zebuínos e taurinos (Carvalho


mais adaptados ao frio ou ao calor, et al., 2017). É adaptado a ambien-
respectivamente. Já com diversos tes tórridos e hostis, com aguadas
trabalhos de avaliações fenotípicas distantes e pastagens grosseiras,
e moleculares, apresenta-se como arbustivas e cactáceas (Carvalho
opção para cruzamentos com tauri- 2015). As fêmeas são boas produ-
nos e zebuínos em diversos ambien- toras de leite e, embora os animais
tes do Brasil. A Crioula Lageana, não sejam muito grandes, são utili-
quando comparada à raça comercial zados com vantagem para corte e
Nelore, apresentou características trabalho, prestando no sertão inesti-
de carcaça, proporções de cortes, máveis serviços (Athanassof, 1957).
composição química e textura, que Pela sua prolificidade e adaptabilida-
a indicam como uma candidata a de, talvez tenha melhor relação cus-
oferecer um produto diferenciado, to/benefício para a região Nordeste
permitindo a consolidação da cadeia do que outras raças comerciais. Cru-
produtiva da carne dessa raça e, por zamentos envolvendo vacas Nelore
consequência, promovendo a con- e touros Curraleiro Pé-Duro mos-
servação desse importante recurso traram elevados níveis de heterose
genético (Daltoé, 2010). no produto, com melhoria do peso
ao abate, rendimento de carcaça e
Curraleiro Pé-Duro: O Curralei-
qualidade da carne (Carvalho et al.,
ro Pé-Duro se formou pelo interior
2012, 2017). Trabalho realizado no
nordestino e por todo o Vale do Rio
Maranhão em pastagens artificiais
São Francisco até sua nascente em
de capim-mombaça a pleno sol e em
Minas Gerais, de onde se expandiu
sistema integrado com babaçu mos-
para o restante do Sudeste e Cen-
trou boa performance; e o mestiço
tro-Oeste do Brasil. Possui aptidões
F1, por atingir terminação e ponto
para corte, leite e trabalho, com bom
de abate antes das raças parentais,
rendimento de carcaça e carne ma-
produziu menos gases de efeito es-
cia (Carvalho et al., 2012a). Apresen-
tufa proporcionalmente (Frota et al.,
ta bons resultados em cruzamentos
2017).
5

Indicação de reira, 2018). O mapeamento de QTL


foi fundamental para a identificação
dupla aptidão das de genes responsáveis por carac-
raças locais terísticas de interesse em animais
domésticos, entre eles o diacilgli-
Por quase 500 anos de seleção cerol O-acetiltransferase (DGAT1),
natural, as raças brasileiras fornece- que controla a composição e a pro-
ram carne, leite e trabalho para as dução de leite em bovinos (Silva et
famílias que colonizaram o Brasil, al., 2011). As raças locais brasileiras
até a introdução e absorção pelas ra- têm aptidão leiteira, sobressaindo
ças zebuínas. Os genes que esses a raça Caracu, provavelmente por
animais carregam, expressam dupla ter programas de melhoramento há
aptidão. Diversos trabalhos foram mais tempo (Figura 1). Todavia os
realizados quanto ao potencial da animais produtos de cruzamentos
produção leiteira e da qualidade da para leite entre Caracu + Jérsei e
carne das raças locais brasileiras Curraleiro Pé-Duro + Jérsei ainda
(Anon, 1989; Daltoé, 2010; Carvalho estão em andamento na Fase 1.
et al., 2012, 2017; Silva, 2012; Pe-

Figura 1. Fre-
quência alélica do
gene DGAT1 em
raças bovinas no
Brasil.
Fonte: Adaptado de
Egito (2007).
6

Distância genética criadores ou associações de cria-


dores, como sêmen ou sangue. Ao
entre raças para receber amostras do sêmen ou do
formação do sangue, estes foram congelados até
realização das genotipagens.
Boi Tropical
Ao se quantificar a diversidade
Carvalho et al. (2013) e Carvalho genética dentro e entre populações
(2015) avaliaram 19 raças bovinas, nas 19 raças bovinas investigadas,
locais e exóticas, criadas no Bra- usando-se dados de frequências
sil e nos Estados Unidos. As raças alélicas obtidas da análise de mar-
foram escolhidas por sua raridade cadores moleculares microssatéli-
ou por sua importância econômica. tes, constatou-se que 25% da va-
Das raças brasileiras analisadas, riação total foi entre raças e 75%
duas são locais de origem portugue- dentro de raça.
sa, Curraleiro Pé-Duro e Caracu; e
Todos os 34 loci investigados se
duas são zebuínas, Nelore e Gir. As
mostraram polimórficos, com um
amostras brasileiras foram coleta-
total de 438 alelos distintos nas 19
das em cartões FTA e enviadas para
raças investigadas. O número de
genotipagem nos Estados Unidos
alelos por locus variou de 5 a 29,
(ARS/USDA). Já entre as raças nor-
com média de 13, utilizando-se um
te-americanas, foram analisadas as
painel de microssatélites recomen-
de origem espanhola, como Texas
dados pela FAO/ISAG para estudos
Longhorn, Crioulo do Novo México,
de biodiversidade em bovinos (Hof-
Flórida Cracker e Piney Woods; as
fmann, 2009). A raça Caracu apre-
de origem francesa, Saler, Limousin,
sentou a menor diversidade [hete-
Charolês, Simental e Tarantase; as
rozigosidade esperada (He) = 0,54],
britânicas, Hereford, Angus Preto,
fato também observado por Egito et
Angus Vermelho, Shorthorn, Esco-
al. (2007), enquanto a raça Gir e o
cês de Montanha; e a da Ilha Chi-
Crioulo do Novo México apresenta-
rikof no Alaska, os bovinos Chirikof.
ram a maior diversidade (He = 0,68).
Amostras das raças norte-america-
Já a distância entre as raças locais
nas foram obtidas diretamente de
criadas no Brasil e as criadas nos
7

Estados Unidos se mostrou mode- tanto o Caracu se posicionou de ma-


rada, variando de 0,70 entre o Cur- neira intermediária entre o Curraleiro
raleiro Pé-Duro e o Caracu até 0,96 Pé-Duro mais próximo aos zebuínos.
entre o Curraleiro Pé-Duro e o Texas Segundo Primo (1992), as raças lo-
Longhorn. cais do Brasil apresentam genes
zebuínos desde os seus primórdios,
Como esperado, os zebuínos se
podendo-se afirmar também que as
mostraram próximos entre si (Fst =
raças locais serviram de base para
0,56) e distantes das demais. De
a formação das raças zebuínas no
outro lado, as raças locais brasilei-
País. A evolução das raças, quando
ras se colocaram distintamente das
se assume que o número de clusters
outras raças taurinas norte-america-
(K) é igual a 2, 3, 4, 5 e 6, é mostra-
nas. Os índices de consanguinidade
da na Figura 2.
(Fis) dos rebanhos brasileiros foram
de 0,061, 0,065, 0,144 e 0,095, res- Os seis grupos ficaram assim
pectivamente, com o Curraleiro Pé- definidos: os zebuínos Gir e Nelo-
Duro, o Caracu, o Gir e o Nelore, re- re formaram o primeiro grupo; em
sultados semelhantes aos de Egito seguida, as raças locais Curraleiro
et al. (2007) com as mesmas raças, Pé-Duro e Caracu; as britânicas An-
em rebanhos distintos. Os grupos gus (Preto e Vermelho), Shorthorn,
Angus Preto e Vermelho, Texas Hereford e Escocês de Montanha; a
Longhorn e Crioulo do Novo México do Alasca, o Chirikof; as de origem
apresentaram as menores distân- francesa Saler, Simental, Tarantase,
cias (Fst), de 0,33 e 0,37. Limousin e Charolês; e as locais de
origem espanhola Texas Longhorn,
Analisando a estrutura das po-
Crioulo do Novo México, Piney
pulações pelo método bayesia-
Woods e Flórida Cracker. Os grupos
no STRUCTURE (Pritchard et al.,
formados nos rebanhos norte-ame-
2000), pode-se assumir que o núme-
ricanos conferem com os resulta-
ro verdadeiro de populações (K) em
dos de MacNeil et al. (2007), que
19 populações analisadas é igual a
analisaram a relação entre o gado
6. Assumindo o K=2, agrupam-se de
Chirikof e outras raças nos Estados
um lado os bovinos norte-america-
Unidos.
nos e do outro os brasileiros, entre-
8

Em que: 1 = Chirikof; 2 = Simental; 3 = Escocês de Montanha; 4 = Saler; 5 = Hereford;


6 = Limousin; 7 = Angus Preto; 8 = Charolês; 9 = Angus Vermelho; 10 = Tarantase; 11 =
Shorthorn; 12 = Texas Longhorn; 13 = Piney Woods; 14 = Flórida Cracker; 15 = Crioulo
do Novo México; 16= Curraleiro Pé-Duro; 17 = Caracu; 18 = Gir; 19 = Nelore.

Figura 2. Estrutura racial quando o número de populações assumido (K) foi igual a 2, 3,
4, 5 e 6. O tamanho de cada segmento é definido pelo tamanho da amostra.
Fonte: Carvalho (2015).

No presente trabalho, a análise Grupo 5: locais norte-americanas


das estruturas moleculares das 19 Texas Longhorn, Crioulo do Novo
populações mostrou a existência de México, Flórida Cracker e Piney
apenas seis grupos genéticos assim Woods;
constituídos: Grupo 6: francesas: Saler, Limou-
Grupo 1: zebuínos Nelore e Gir; sin, Charolês, Simental e Tarantase.

Grupo 2: locais brasileiras Curralei- A análise dos componentes prin-


ro Pé-Duro e Caracu; cipais foi construída, incluindo-se
Grupo 3: Alasca Chirikof; todos os animais de todos os grupa-
mentos e suas frequências alélicas,
Grupo 4: britânicas Shorthorn, An- para resumir o relacionamento entre
gus Preto e Vermelho, Escocês de as 19 raças analisadas (Figura 3).
Montanha e Hereford;
9

Figura 3. Análise correspondente da frequência alélica por meio de 34 marcadores


microssatélites em 19 raças bovinas criadas no Brasil e nos Estados Unidos.
Fonte: Carvalho (2015).

No eixo 1, formaram-se qua- e Curraleiro Pé-Duro) se isolaram


tro grupos: o Chirikof, as raças de em relação às demais raças nor-
origem britânica (Escocês de Mon- te-americanas. As raças bovinas,
tanha, Hereford, Angus Vermelho, locais e exóticas, criadas no Brasil
Angus Preto e Shorthorn), as de e nos Estados Unidos, agruparam-
origem ibérica (Texas Longhorn, se segundo sua origem histórica e
Crioulo do Novo México, Flórida geográfica.
Cracker e Piney Woods) e as de
O gráfico de parentesco de dis-
origem francesa (Charolês, Saler,
tância genética (Nei, 1973) descre-
Limousin, Tarantase e Simental).
ve a interpolação dos relaciona-
No eixo 2, os zebuínos (Gir e Ne-
mentos (Figura 4).
lore) e as locais brasileiras (Caracu
10

Figura 4. Árvore de parentesco, construída com base na distância genética de Nei, en-
tre raças bovinas brasileiras e norte-americanas. Número entre parênteses representa
a porcentagem de repetições em mil análises.
Fonte: Carvalho (2015).

O Fst é um índice que indica o re- AnV=Angus Vermelho; Tar=Taran-


lacionamento entre as raças; quanto tase Sho=Shorthorn TXL=Texas
menor, maior a proximidade (Nei, Longhorn; PW=Piney Woods; FLC=-
1973). A Figura 5 apresenta os valo- Flórida Cracker; NM=Novo México;
res de Fst entre Curraleiro Pé-Duro Car=Caracu; Gir=Gir; Nel=Nelore.
e 18 raças comparadas aos pares. Quanto maior a distância genética
Em que: CPD=Curraleiro Pé- entre os grupamentos, teoricamente
duro; Chi=Chirikof; Sim=Simental; há de esperar maiores índices de
Esc=Escocês de Montanha; Sal=- heterose em cruzamentos. Carvalho
Saler; Her=Hereford; Lim=Limousin; et al. (2017) apresentaram elevados
AnP=Angus Preto; Cha=Charolês; índices de heterose em cruzamentos
11

entre Nelore e Curraleiro Pé-Duro e Angus (Preto ou Vermelho). Os re-


no desenvolvimento ponderal e no sultados mostram também distância
rendimento de carcaça. Baseado na moderada entre Curraleiro Pé-Duro
distância entre as populações, há de e Saler, Limousin, Texas Longhorn
esperar bons resultados nos cruza- e Flórida Cracker; e maior proximi-
mentos de Curraleiro Pé-Duro com dade com Caracu, Crioulo do Novo
Nelore, Escocês de Montanha, Chi- México, Charolês e Piney Woods,
rikof, Simental, Shorthorn, Hereford respectivamente. respectivamente.

Figura 5. Distância genética entre o Curraleiro Pé-Duro e raças brasileiras e norte


-americanas.
Fonte: Carvalho (2015).

Como era de esperar, o Curralei- seguidas pelas raças de origem fran-


ro Pé-Duro se encontra mais próxi- cesa. De outro lado, mostra-se mais
mo do Caracu (raça local brasileira) distante dos zebuínos (Nelore e Gir),
e das raças locais norte-americanas, dos bovinos da Ilha Chirikof e, por
12

último, das raças de origem britâni-


Indicação de
ca. Três forças naturais atuam para
ampliar a variabilidade genética ob- cruzamentos
servada: a mutação, a deriva gené- entre raças para
tica e a migração. Como as muta-
ções afetam as populações apenas
cada fim industrial
após um longo período de tempo, (corte e leite), bem
pode-se assumir que a deriva gené-
como as possíveis
tica contribui para a diversidade e a
migração é uma força contrária para variações regionais
homogeneizar as raças. O isola- entre raças
mento de populações é consequên-
cia do uso local e do manejo da raça A inovação na presente solução
e reduz o tamanho efetivo do reba- tecnológica consiste em usar a dis-
nho. O grau de diferenciação entre tância genética entre raças zebuí-
as raças estudadas indica baixo nas, taurinas comerciais e taurinas
fluxo de genes entre as populações tropicalmente adaptadas. O com-
analisadas, o que indica isolamen- ponente pecuário sempre foi uma
to reprodutivo. Também são óbvias lacuna nos sistemas de integração
a grande variação entre indivíduos lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e
(75%) e a pequena variação entre em pastagens nativas de todo o Bra-
raças (25%), principalmente entre sil. Em geral, são utilizados bovinos
as norte-americanas. Assim concluí- da região, sem raça definida, ou pro-
mos que as raças taurinas brasilei- dutos de explorações leiteiras. Para
ras localmente adaptadas formaram solucionar esse gargalo, a Embrapa
um grupo tão distante de zebuínos Meio-Norte vem desenvolvendo cru-
quanto dos taurinos comerciais e zamentos com o uso de raças tauri-
essa distância seria um indicativo nas brasileiras (Figura 6), raças tau-
de que quanto maior, maiores os ní- rinas e zebuínas comerciais, a fim
veis de heterose no produto dos cru- de produzir carne e leite de maneira
zamentos, o que tem-se confirmado sustentável nos diversos ecossiste-
na prática. mas do País.
13

A B C
Figura 6. Raças brasileiras são opções para produzir carne e leite de maneira
sustentável. Caracu (A); Crioulo Lageano (B); Curraleiro Pé-Duro (C). Sêmen disponível
nas melhores centrais de biotecnologia do Brasil.

A inovação tecnológica consiste Tabela 1 apresenta um esquema e


em usar a grande distância genéti- opções de cruzamentos para a pro-
ca entre os zebuínos (Nelore, Gir, dução do Boi Tropical, para a pro-
Sindi, etc.) e os taurinos brasileiros dução de carne ou leite.
tropicalmente adaptados (Caracu,
Na Fase I, cruzam-se vacas
Curraleiro Pé-Duro e Crioulo La-
zebu, geralmente da raça Nelo-
geano) para produzir uma matriz
re, com touros de raças taurinas
F1 adaptada para cruzar com tauri-
brasileiras. Os produtos obtidos
nos comerciais na produção de um
na Fase I são avaliados quanto ao
bovino 5/8 taurino. No cruzamento
crescimento, resiliência a parasitas,
terminal, podem-se usar os taurinos
adaptabilidade a temperaturas ele-
comerciais com maior distância ge-
vadas e docilidade. Os machos são
nética para se tirar maior proveito da
encaminhados ao abate e avaliados
heterose.
quanto ao rendimento de carcaça
Animal adaptado aos trópicos e e qualidade da carne; as melhores
a pastagens nativas, com bom de- fêmeas, acima da média, devem
sempenho ponderal, elevado ren- ser selecionadas e encaminhadas à
dimento de carcaça e carne macia, reprodução na Fase II. Nessa eta-
com produção razoável de leite. A pa do processo (Fase II), deve ser
escolha de qual raça empregar em utilizado sêmen de Senepol, taurino
cada fase do processo depende comercial, também adaptado aos
das peculiaridades de cada proprie- trópicos, para produzir a segunda
dade e da escolha do pecuarista. A geração (F2 = fêmea F1 + ½ Sene-
14

pol), para aproveitar a alta hetero- tem como resultado o Boi Tropical
se obtida devido à grande distância Curraleiro (Figura 7).
genética entre as raças envolvidas.
Na Fase IV, quando se cruzam os
Na terceira etapa do processo (Fase
produtos dos cruzamentos entre si
III), as fêmeas F2 (¼ Zebu + ¼ tau-
para formação da raça Taurina Tro-
rino brasileiro adaptado + ½ taurino
pical, serão selecionados os animais
comercial adaptado, Senepol) são
com desempenho acima da média,
inseminadas com Angus Vermelho
comprovadamente portadores do
para produzir o F3, ou seja, o com-
slick gene pelo uso de marcadores
posto final para corte é constituído
genéticos já disponíveis no mer-
por 50% de Angus Vermelho + 25%
cado, de adaptabilidade ao calor,
de Senepol + 12,5% de Nelore +
oriundos dos taurinos brasileiros e
12,5% de Curraleiro Pé-Duro. Esse
do Senepol.
cruzamento de animais compostos

Tabela 1. Fases e opções para a produção do Boi Tropical.

Vaca Touro

Taurino Adaptado
Fase I Zebu (Z)
Brasileiro (TB)

Taurino Comercial Adaptado


Fase II F (½ Z + ½ TB)
1 (Senepol, Sen)

Taurino Comercial Especializa-


Fase III F (¼ Z + ¼ TB + ½ Sen)
2 do (Angus, Ang)
F (1/8 Z + 1/8 TB + F (1/8 Z + 1/8 TB + ¼ Sen
Fase IV 3 3
¼ Sen + ½ Angus) + ½ Angus)

Tropical Tropical Tropical

Em que: Zebu (Z) = Nelore, Sindi, Gir, etc.; Taurino Adaptado Brasileiro (TB) = Caracu,
Crioulo Lageano, Curraleiro Pé-Duro; Taurino Comercial Adaptado aos trópicos =
Senepol, Sen; Taurino Comercial Especializado = Angus Vermelho de pelo curto; e
Tropical = 7/8 taurino.
15

fêmeas do grupamento zebu por ser


a maioria do rebanho nacional. Para
corte, usam-se vacas Nelore, que
constituem cerca de 80% do rebanho
brasileiro. Para regiões com maiores
restrições ambientais, poderiam ser
usadas vacas Sindi, bem-adaptadas
e de dupla aptidão para carne e leite.
Figura 7. Bezerro Tropical, ao desmame Também se pode optar pelo Gir ou
com 210 dias de vida, 210 kg de peso
Guzerá. Pode-se usar apenas tauri-
vivo, criado em pastagem nativa no
Piauí (campo experimental da Embrapa nos para leite como a Jérsei, Holan-
Meio-Norte em Campo Maior, PI). desa ou composto Girolanda.

Como touro/sêmen no primeiro


cruzamento, usa-se uma das raças
locais brasileiras (Curraleiro Pé-Du-
Qual raça escolher ro, Caracu ou Crioulo Lageano), que
contribuem para o Boi Tropical com
na construção a sua docilidade, resiliência a para-
do Boi Tropical sitas, adaptação ao clima tropical,
longevidade, melhor capacidade de
Primeiro se define o objetivo da utilizar pastagens nativas e de se
exploração: é para leite, carne ou deslocar para aguadas distantes,
dupla aptidão? Depois a ambiência além de produzir carne macia, sucu-
local ou ainda o gado disponível lenta e saborosa. Escolher sempre
na propriedade, mesmo sendo sem animais com pelo curto e que tam-
raça definida ou mestiças produzi- bém tenham o slick gene em sua
das por cruzamento industrial. Os constituição genética.
zebuínos podem contribuir com boa
Na terceira cruza, sempre se usa
habilidade materna e também com
o Senepol, em que são almejados os
adaptabilidade a ambientes hostis.
genes de adaptação ao calor (slick)
Na maioria dos casos, escolhem-se
e a boa carcaça. O slick gene é pro-
16

veniente do N’Dama africano e con- zamentos, conforme especificado


fere, aos produtos do cruzamento, anteriormente.
adaptabilidade ao calor e o redpool
Os produtos resultantes dos cru-
heterose pela distância genética.
zamentos estão sendo avaliados
No cruzamento terminal, usa-se um
desde 2008, já tendo sido abatidos
taurino comercial, que pode ser o
e avaliados mais de mil animais
Angus, de preferência vermelho e
quanto ao desempenho ponderal,
de pelos curtos, que contribui com
rendimento de carcaça, qualidade
precocidade, bom rendimento de
da carne, qualidade do couro, resis-
carcaça, marmoreio e qualidade
tência e resiliência a parasitas e am-
da carne. Assim cada propriedade
biência, sempre em comparação ao
pode escolher a raça que preferir,
Nelore e ao Curraleiro Pé-Duro. A
mais adaptada à sua região e em
Tabela 2 mostra resultados de abate
conformidade com o objetivo da ati-
de lotes distintos [F1, F2, e Nelore
vidade pecuária, desde que se res-
(Revista SBZ - no prelo)].
peite a distância genética nos cru-

Tabela 2. Rendimento de carcaças (Kg) de distintos grupos genéticos abatidos


aos 28 meses de idade, criados em pastagens nativas do Cerrado maranhense
com adição de sal mineralizado e proteinado.

Peso
Grupo Genótipo N
(kg)
F1 ½ Nel + ½CPD 7 238

F2 Tricross 1 ¼ CPD + ¼ Nel + ½ Angus 7 323

F2 Tricross 2 ¼ CPD + ¼ Nel + ½ Senepol 7 331

Curraleiro Pé-Duro CPD 7 186

Nelore Nel 7 238


17

Estratégias de que com o decorrer das avaliações


se torna-se-á uma raça adaptada
rastreabilidade e aos diversos ambientes do Brasil

certificação dos com vistas à sustentabilidade da


atividade. A consanguinidade será
cruzamentos e evitada com a troca de reprodutores
entre os criadores.
do Boi Tropical
O pêlo liso (SLICK) em bovinos
Afinal, como determinar o Boi é uma característica predominan-
Tropical? temente hereditária, tipicamente
associada a bovinos tropicamente
Inicialmente serão cruzamentos
adaptados que são descendentes
industriais, em que todos os ma-
de bovinos Crioulos introduzidos no
chos e as fêmeas abaixo da média
Novo Mundo pelos colnizadores ibé-
no desempenho ponderal serão en-
ricos. A característica é de interesse
caminhados ao abate. As fêmeas
em regiões tropicais e em relação às
remanescentes serão, por sua vez,
mudanças climáticas, devido à sua
encaminhadas à reprodução na
associação com a melhor tolerância
fase seguinte e inseminadas com
térmica e subsequente aumento da
Senepol.
produtividade. Estudos anteriores lo-
Na segunda geração ou F2, pro- calizaram o lócus SLICK em uma re-
cede-se da mesma maneira que na gião de 4 cM no cromossomo (BTA)
fase anterior (machos para o abate 20 e identificaram assinaturas de se-
e fêmeas abaixo da média também). leção nessa região derivadas de bo-
As fêmeas selecionadas acima da vinos Senepol (Huson et al., 2014).
média são encaminhadas à fase final
Exames moleculares (marcador
ou F3, quando serão inseminadas
genético) já disponíveis e de baixo
com um taurino comercial britânico.
custo serão aplicados individual-
Procede-se novamente à seleção,
mente e apenas quem possui slick
excluindo-se animais com desempe-
gene será considerado TROPICAL
nho abaixo da média e visivelmente
para fins de registros e comercializa-
“peludos”. Os melhores tourinhos
ção com a utilização da marca “tropi-
(F3 ou tricross) serão então usados
cal Embrapa”. O gene slick pode ter
nas melhores fêmeas (F3 tricross),
uma pequena alteração que determi-
produzindo-se finalmente o Tropical,
18

na maior capacidade de tolerar altas Há sêmen disponível de Caracu,


temperaturas  ambientais sem re- Crioulo Lageano e Curraleiro Pé-Du-
dução da produtividade. Portanto é ro provenientes de touros certifica-
imprescindível que o Boi Tropical te- dos pelo MAPA.
nha em seu DNA as duas cópias do
gene slick que contém essa peque-
na alteração, de  tal forma que seja
muito resistente ao calor e transmita Considerações
essa característica a 100% dos seus
descendentes.
finais
No plano de negócios, serão re- Em cruzamentos industriais, as
passados, via contratos, detalhes de diferenças na eficiência entre as
quem poderá usar a marca e a pos- raças envolvidas irão influenciar
sibilidade de rastreabilidade e certi- a proporção de raças comerciais
ficação da carne. Também será re- e zebuínas versus ou adicionadas
passados, tal atividade para frigorí- às raças locais. Enquanto algumas
ficos, laticínios e certificadoras, que características das raças tropicais
comercializarão produtos considera- talvez se tornem interessantes, as
dos “premium”, pagando os devidos mudanças climáticas poderão ter-
royalties à Embrapa, detentora da minar em uma reavaliação do va-
marca “TROPICOW” (Figura 8). lor das raças taurinas locais, não
apenas se as mudanças climáticas
ultrapassarem a capacidade pro-
dutiva das raças comerciais que
estão em uso hoje, mas também
o requerimento de uso em regiões
tropicais para produção de carne a
partir de recursos genéticos mais
bem-adaptados para melhorar os
sistemas locais de produção.

Cruzamentos estratégicos com


Figura 8. Marca registrada no raças mais bem-adaptadas pode-
Instituto Nacional de Propriedade rão ocorrer. Todavia a produção
Intelectual (INPI), que será usada em diferentes modelos ou situa-
pelos parceiros conveniados.
19

ções implica a disponibilidade de CARVALHO, G. M. C.; SILVA, L. R. F. da; AL-


MEIDA, M. J. O.; LIMA NETO, A. F.; BEFFA,
espécies ou raças diferentes. Em
L. M. Avaliações fenotípicas da raça bovina
qualquer situação, espera-se que curraleiro pé-duro do semiárido do Brasil. Ar-
apenas as raças bem-caracteriza- chivos de Zootecnia, v. 62, n. 237, p. 9-20,
das serão usadas em cruzamentos 2013.

específicos ou inserção de genes DALTOÉ, M. L. M. Caracterização da car-


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21

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Supervisão editorial
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Revisão de texto
Francisco de Assis David da Silva
Normalização bibliográfica
CGPE 15520

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Diagramação
Jorimá Marques Ferreira
Fotos
Geraldo Magela Cortês Carvalho

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