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11/03/2021

Processo Penal
Prof. Carlos Eduardo Imaizumi –
carlos.imaizumi@docente.unip.
br

Matérias
• Prisão e suas espécies

• Teoria Geral da Prova

• Meios de Prova

• Citação, intimações e notificações

• Procedimentos Comum e Especial

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Constituição Federal
Da Prisão e da Art. 5º, caput: Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
Prisão brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
Provisória inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade...”.
(Arts.282 a 350
XV – é livre a locomoção no território em tempo de
do CPP) - paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei,
conceitos nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens:
essenciais LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus
bens sem o devido processo legal;
LVII – ninguém será considerado culpado até o
trânsito em julgado de sentença penal condenatória;

Da Prisão e da Prisão Provisória


(Arts.282 a 350 do CPP) - conceitos essenciais

LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir
a liberdade provisória, com ou sem fiança;
LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção,
por ilegalidade ou abuso de poder;

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• Regra Geral: Liberdade. Prisão – Exceção.

• Conceito: é a privação da liberdade de


locomoção, determinada por ordem escrita
da autoridade competente ou em caso de
flagrante delito

Prisão • A prisão deve ser sempre precedida de


mandado judicial, salvo em caso de flagrante
delito (art. 5º, LXI), transgressão militar ou
crime propriamente militar (art.5º, LXI),
durante o estado de sítio (art. 139, II), sendo
permitida, ainda, a recaptura sem mandado
(art.684).

• Prisão-pena ou prisão penal: é a que ocorre


após o trânsito em julgado da sentença
condenatória em que se impôs a pena
privativa de liberdade.

• Prisão sem pena (prisão provisória) ou


Espécies de prisão processual: são as que antecedem o
trânsito em julgado de decisão condenatória
Prisão criminal.
• Natureza de medida cautelar - a) a prisão
em flagrante (arts. 301 a 310), b) prisão
preventiva (arts. 311 a 316) e c) a prisão
temporária (Lei nº 7960/89).

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• Prisão civil: decretada pelo Poder


Judiciário em casos de devedor de
alimentos (art. 5º LXVII).

Espécies de • Prisão disciplinar: permitida pela


Prisão própria Constituição para as
transgressões militares e crimes
militares (art.5º, LXI).

• O Código Eleitoral prevê que 5 dias antes e


48h depois do dia da eleição não podem ser
cumpridos mandados judiciais de prisão
processual. Podem ser efetuadas as prisões
em flagrante e as decorrentes de sentença
penal condenatória com trânsito em julgado.
Particularidades
da prisão • A prisão para averiguação é ilegal (não
confundir com requisitos da Temporária).

• Art. 5º - a prisão necessita de ordem escrita e


fundamentada da autoridade competente,
salvo prisão em flagrante, recaptura de réu
foragido, prisão durante o Estado de Sítio e
prisão durante o Estado de Defesa.

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• Conceito: instrumento que materializa a ordem


escrita e fundamentada de prisão expedida por
autoridade judiciária.

• Requisitos do mandado de prisão: Art. 285 - A


autoridade que ordenar a prisão fará expedir o
respectivo mandado. Parágrafo único - O
Mandado de mandado de prisão: a) será lavrado pelo
prisão escrivão e assinado pela autoridade; b)
designará a pessoa, que tiver de ser presa, por
seu nome, alcunha ou sinais característicos; c)
mencionará a infração penal que motivar a
prisão; d) declarará o valor da fiança arbitrada,
quando afiançável a infração; e) será dirigido a
quem tiver qualidade para dar-lhe execução.

• Pode ser em qualquer dia e hora, respeitando-


se a inviolabilidade do domicílio.
• O executor entregará ao preso cópia do mandado
(art. 286). O preso passa recibo no outro
exemplar. Caso não saiba ou não puder escrever, o
fato será mencionado na declaração assinada por
Mandado de duas testemunhas.
• O preso será informado de seus direitos.
prisão - • A prisão, em caráter excepcional, poderá ser
Cumprimento efetuada sem a apresentação do mandado, desde
que o preso seja imediatamente apresentado ao
juiz que determinou sua expedição e se trate de
infração inafiançável (art. 287).
• Decisão do STF para realização da audiência de
custódia.

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• Uso da força: a regra geral é proibida. Exceções


previstas no art. 284: a) no caso de resistência e b)
no caso de tentativa de fuga do preso. Preservar a
integridade do preso. Algemas – Súm. 11 do STF e
art.292, par.único, do CPP -mulher grávida/puerpério

• Recolhimento à Prisão - o mandado deve ser exibido


Mandado de ao carcereiro (estabelecimento – cadeia pública,
separado do preso definitivo).
prisão -
• Não havendo assinatura da autoridade no
Cumprimento mandado, identificação do executor e menção da
infração penal, haverá nulidade do mandado
(art.564, IV).
• Ausência de outras formalidades: mera
irregularidade, que não impedirão o cumprimento
da ordem.

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Conceito: é medida restritiva de


liberdade, de natureza pré-cautelar,
consistente na prisão, independente de
ordem escrita do juiz competente, de
Prisão em quem é surpreendido cometendo, ou logo
após ter cometido, um crime.
flagrante
Arts. 301 a 309 do Características: é prisão pré-cautelar, não
CPP requer ordem escrita e só deve ser
mantida quando necessária. Tem previsão
constitucional.

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Flagrante facultativo: qualquer pessoa,


inclusive o ofendido, tem a faculdade de
prender em flagrante delito quem seja
encontrado nesta situação .
Prisão em
flagrante – Flagrante compulsório, obrigatório ou
necessário: tocante aos agentes policiais, a
legitimidade – efetivação da prisão em flagrante constitui
Art. 301 dever que por lei lhes é imposto (dever
legal), de sorte que a omissão voluntária
no cumprimento desse dever, além de
sujeitar a autoridade omissa às sanções
administrativas que couberem, poderá
ainda implicar responsabilidade penal pelo
delito de prevaricação (art. 319, CP).

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• Flagrante próprio: o agente é surpreendido ao


praticar os atos de execução do crime - quando a
comete (inc. I), ou acaba de cometê-la (inc. II).
Também está em flagrante delito próprio quem é
surpreendido durante o protraimento do momento
consumativo nos crimes permanentes (cf. art. 303,
CPP). Agente no locus delicti.

Prisão em • Flagrante impróprio: ocorre quando o agente é


flagrante - perseguido, logo após cometer o ilícito, em situação
que faça presumir ser o autor da infração penal (inc.
III). Agente fora do locus delicti.
Espécies – Art.
302 e incisos • Flagrante ficto ou presumido: ocorre quando o
indivíduo é encontrado, logo depois, com

Tipicidade instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam


presumir ser ele o autor da infração. A doutrina tem
entendido que “logo depois” comporta um lapso
temporal maior que “logo após” (inc. IV). Agente fora
do locus delicti.

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Diferenças - Escala progressiva de tempo

Flagrante
Flagrante próprio - presumido –
tempo mínimo tempo dilatado

Flagrante
impróprio - tempo
intermediário

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Flagrante Provocado ou Preparado: o agente é


induzido a praticar o fato. Não é válido. A
autoridade policial ou seus agentes instigam a
Outras prática de um crime e impedem a
consumação ou, então, se preparam para
Classificações imediatamente, após sua prática, prender em
flagrante o autor. Crime impossível (art. 17 do CP).
Não há crime quando a preparação do flagrante
pela polícia torna impossível a sua consumação
(súmula 145 do STF).

Flagrante Esperado: se dá quando se sabe


previamente do crime e espera-se a conduta para
o flagrante. Este é válido. Não há estímulo a
prática criminosa.

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• Flagrante Forjado (maquiado, urdido ou


fabricado): é o flagrante inventado pelo
Outras sujeito ativo, que forja uma situação
Classificações inexistente.

• Flagrante Prorrogado, retardado ou


diferido: o Art. 8º da Lei n.º 12.850/13
(ação controlada) e art. 53, II, da Lei n.º
11.343/06 prevê que a autoridade policial
pode adiar o flagrante para o momento
mais oportuno.

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i. Crime organizado: a postergação do


flagrante exige ofício ao juiz e prévia
oitiva do Ministério Público.
Flagrante Art. 8º, L. 12850/13. Consiste a ação
Prorrogado controlada em retardar a intervenção
policial ou administrativa relativa à
ação praticada por organização
criminosa ou a ela vinculada, desde
que mantida sob observação e
acompanhamento para que a medida
legal se concretize no momento mais
eficaz à formação de provas e
obtenção de informações.

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Tráfico de drogas: é necessário


representação do juiz e prévia oitiva do
Ministério Público.
Flagrante
Prorrogado Art. 53, II: a não-atuação policial sobre os
portadores de drogas, seus precursores
químicos ou outros produtos utilizados
em sua produção, que se encontrem no
território brasileiro, com a finalidade de
identificar e responsabilizar maior
número de integrantes de operações de
tráfico e distribuição, sem prejuízo da
ação penal cabível.

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O auto de prisão em flagrante deve ser


lavrado pela autoridade policial da respectiva
circunscrição em que tenha ocorrido a
captura (art.290). Se não for competente
(art.304), remete após o IP.

Auto de prisão em Fase de deliberação: apresentado o preso, a


Autoridade deverá verificar ter ocorrido ou
flagrante – não infração penal e se se trata de hipóteses
de flagrante delito.
Etapas
A prisão não obriga necessariamente a
lavratura do autor, podendo a Autoridade
restar não convencida da existência da
infração penal ou de sua autoria, bem como
por entender que não houve flagrância.

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• Fase de Comunicação: decidido pelo


flagrante, a Autoridade comunica o preso
de seus direitos constitucionais. A falta de
menção desta diligência invalida
formalmente o auto.

Auto de prisão • A assistência por advogado no momento


em flagrante – da lavratura do auto supre a falta da
comunicação à família do preso. Haverá
Etapas relaxamento se houver omissão, por
ocasião do interrogatório do detido no
flagrante, da informação de ter o direito
de permanecer calado (CF, art. 5º, LXIII).

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Fase de instrução: ouve-se o condutor (art. 304,


CPP). Colhe-se sua assinatura e entrega uma
cópia de seu termo de declaração, bem como
recibo de entrega do preso, sendo ele dispensado.
Passa-se à oitiva de pelo menos duas
testemunhas, podendo o condutor ser
Auto de prisão considerado como testemunha. Posteriormente,
será ouvida a vítima, se houver.
em flagrante – Não havendo testemunhas, assinarão o auto duas
Etapas pessoas que assistiram a apresentação do preso à
Autoridade.

Interrogatório do flagrado (direito ao silêncio).


Somente não será realizado por situação
insuperável, alheia à vontade da autoridade. Se
houver recusa a assinatura, não souber ou não
puder fazê-lo, o auto será assinado por duas
testemunhas, que tenham ouvido a leitura na
presença do acusado, do condutor e das
testemunhas (art.304, § 3º).

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Da lavratura do auto de prisão em flagrante


deverá constar a informação sobre a
existência de filhos, respectivas idades e se
possuem alguma deficiência e o nome e o
contato de eventual responsável pelos
Auto de prisão cuidados dos filhos, indicado pela pessoa
em flagrante – presa.
Etapas
Encerrado o flagrante deverá, ainda,
dentro de 24 horas depois da lavratura, ser
dada nota de culpa ao preso, com a menção
dos dados previstos no artigo 306.

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Art. 307 - Outras autoridades podem presidir a lavratura do


auto, pressupondo que o crime seja praticado contra elas ou
na presença delas, durante o desempenho da função. Crítica
– Pacote Anticrime- Sistema Acusatório – Juiz não pode mais
lavrar flagrante.

O preso é apresentado ao delegado do local da captura.


Inexistindo delegado na localidade, o preso será
apresentado ao delegado da cidade mais próxima (art. 308).
Particularidades Fiança: Nos crimes de pena máxima de até 04 anos, o
delegado é legitimado a arbitrar a fiança e o pagamento ilide
o recolhimento à prisão (art. 322).

Nas infrações de menor potencial ofensivo, teremos captura


e condução coercitiva. Porém, não há lavratura do auto, mas
sim de TCO (termo circunstanciado de ocorrência) e o sujeito
é liberado independente de fiança, desde que seja
imediatamente encaminhado ao juizado ou assuma esse
compromisso.

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• Comunicação: a prisão e o local será comunicada


ao juiz para que delibere a respeito da legalidade
da prisão, através da audiência de custódia a ser
Auto de prisão realizada no prazo máximo de até 24 horas.

em flagrante – • O MP também é comunicado e caso o autuado


Etapas não informe o nome de seu advogado, a
Defensoria Pública será comunicada (art. 306, §
Fase de Controle 1º). A pedido do preso, serão os seus familiares ou
pessoa por ele indicada informados também.
Judicial.
• Audiência de custódia: ato solene em que o preso
será ouvido pelo juiz na presença obrigatória do
Ministério Púbico e do advogado, para que o juiz
tenha melhores condições de deliberar sobre a
situação prisional. Resolução 213 CNJ e Art.310 do
CPP.

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• Relaxar a prisão se ilegal.

• Conceder liberdade provisória se o agente agiu com


causa excludente de ilicitude ou se não estiver presentes
motivos para a prisão preventiva.

Decisões do • Converter a prisão em flagrante em preventiva.

Juiz na • Conceder fiança ou medidas cautelares diversas da


prisão.
Audiência de • Agente reincidente ou integrante de organização
Custódia criminosa armada ou milícia, ou que porta arma de fogo
de uso restrito, denegar a liberdade provisória, com ou
sem medidas cautelares.??? (art.310, §2º).
(Art. 310) • Se verificar que o flagrado foi vítima de crime pode
determinar providências em relação aos agentes que
procederam eventual violação dos direitos.

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A audiência é obrigatória, pois a autoridade


que der causa, sem motivação idônea, à sua
não realização no prazo de 24 horas,
responderá administrativa, civil e penalmente
pela omissão.
Audiência de
Embora suspenso por decisão liminar
custódia - transcorridas 24 horas após o decurso do
necessidade prazo, a não realização de audiência de
custódia sem motivação idônea ensejará
também a ilegalidade da prisão, a ser
relaxada pela autoridade competente, sem
prejuízo da possibilidade de imediata
decretação de prisão preventiva.

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Caso contra o preso nada se apurar, será


ele restituído à liberdade, pela própria
deliberação da autoridade policial
Hipóteses em processante.
que o flagrante
não acarreta Caso se trate de infração afiançável, tendo
ele prestado fiança;
prisão
Caso se trate de infração em que o réu se
livra solto, o que se dá quando somente
seja cominada multa, ou quando o caso é
JECrim

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Quando se verifique ser de ação privada a


infração, ou mesmo de ação pública
condicionada à representação do ofendido, e
este não se manifesta;
Hipóteses em
que o flagrante Quando não estiverem presentes os motivos
ensejadores da prisão preventiva.
não acarreta
prisão
Quando sua conduta se enquadre numa das
justificativas penais (legítima defesa, estado
de necessidade, exercício regular de direito,
estrito cumprimento de dever legal).

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• Prazo: 24 horas após a prisão, deverá ser


realizada audiência de custódia. Assim, o
prazo para a conclusão do auto é de 24
Prazo e horas.
Relaxamento
• Relaxamento da prisão: é ato pelo qual o
Juiz, ou mesmo excepcionalmente a
autoridade policial, proclama a
inviabilidade da prisão em flagrante, por
desatender aos pressupostos fáticos de
sua admissibilidade ou por possuir o auto
vício formal que o torne nulo.

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• Conceito: é a prisão cautelar de natureza


processual destinada a possibilitar as
investigações a respeito de crimes graves,
durante o inquérito policial, prevista na Lei n.º
7.960/89. É modalidade específica para o
inquérito policial, não existindo prisão temporária
Da prisão no curso de ação penal.

temporária • Finalidade: é permitir que a autoridade policial,


(Lei n.º diante da prática de um crime grave, não
possuindo, ainda, elementos de prova que
7.960/89) permitiriam a prisão preventiva, e na ausência de
flagrante, permaneça com o investigado à sua
disposição, através de uma decisão judicial,
visando, desse modo, proceder à coleta de
elementos referentes à autoria e materialidade.

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Imprescindibilidade da medida para as


investigações do inquérito policial: não se
pode decretar a prisão sem qualquer razão,
Da prisão devendo ser levada a efeito somente quanto
for absolutamente necessária às
temporária investigações (inc.I).
Requisitos
Indiciado não ter residência fixa ou deixar
Art.1º e de fornecer dados necessários ao
incisos esclarecimento de sua identidade: tem por
fim esclarecer a real identidade da pessoa
objeto das investigações, ou, então, impedir
sua fuga (inc.II).

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Cabível nos seguintes crimes (inc.III):


 homicídio doloso;

Da prisão  sequestro ou cárcere privado


 roubo, extorsão e extorsão mediante sequestro ;
temporária  estupro

Requisitos  epidemia com resultado de morte e envenenamento


de água potável ou substância alimentícia ou
Art.1º e medicinal qualificado pela morte
 Associação criminosa; Genocídio e tráfico de
incisos drogas
 crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de
16 de junho de 1986), crimes previstos na Lei de
Terrorismo.

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• Somente os crimes previstos no III cabe


prisão temporária. Porém, todos os crimes
hediondos e assemelhados comportam
prisão temporária, mesmo que não listados
na lei de prisão temporária (Art. 2º, §4º,da
Lei 8.072/90)
Observações
• Posição majoritária: para a decretação da
prisão, é necessário conjugar o inciso III com
o inciso I e/ou inciso II.

Inciso Inciso
Prisão
I ou II III

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Prazo: pode ser decretada pelo prazo de


até 05 dias, prorrogável por até igual
Da prisão período (art. 2.º, caput). Tratando-se de
temporária crimes hediondos ou equiparados o prazo
(Lei n.º 7.960/89) será de até 30 dias, prorrogáveis por mais
até 30, em caso de comprovada e extrema
necessidade (art. 2.º, § 4.º).

Vencido o prazo deve ser imediatamente


colocado em liberdade, sob pena de abuso
de autoridade.

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Postulantes: representação da autoridade policial


ou de requerimento do MP. Não pode ser decretada
de ofício. Se foi pelo Delegado, ouve o MP.

Decisão: o juiz tem o prazo de 24 horas para decidir a


partir do recebimento da representação ou
requerimento. Ao decretar a prisão, o juiz poderá
Da prisão determinar que o preso lhe seja apresentado,
solicitando informações da autoridade policial ou
temporária submetê-lo a exame do corpo de delito. Juiz das
Garantias.
Processamento
Cumprimento: o mandado de prisão é expedido em
duas vias, uma das quais deve ser entregue ao
indiciado, servindo-se de nota de culpa. Efetuada a
prisão, a autoridade policial lhe comunica de seus
direitos e ele deve ficar separado dos demais
detentos.

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• Prazo: o prazo de até 05 ou até 30 dias pode ser


prorrogado uma vez em caso de comprovada e
extrema necessidade. Conta-se o dia do início e o
mandado aponta o último dia (Art. 2º, § 8 e § 4-A)
Da prisão
temporária • Vencimento: decorrido o prazo contido no
Processamento mandado de prisão, a autoridade responsável pela
custódia deverá, independentemente de nova
ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o
preso em liberdade, salvo se já tiver sido
comunicada da prorrogação da prisão temporária
ou da decretação da prisão preventiva (Art.2º, §7º)

• Plantão judiciário: todas as comarcas e seções


judiciárias terão um plantão permanente de 24
horas, do Ministério Público e do Poder Judiciário,
para a análise dos pedidos de prisão temporária.

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Conceito: prisão cautelar decretada pelo juiz a


requerimento de qualquer das partes (MP, querelante ou
assistente) ou por representação do delegado de polícia,
em qualquer momento da persecução penal, para
Prisão garantia da ordem pública ou econômica, por
conveniência da instrução criminal, para assegurar a

Preventiva aplicação da lei penal ou o cumprimento de medidas


cautelares impostas em favor da mulher vítima de
violência doméstica.
(Arts 311
ao 316 do Pressupostos: Fumus commissi delicti (fumaça da
prática do delito) prova da existência do crime e indício

CPP) suficiente de autoria + Periculum libertatis: perigo gerado


pelo estado de liberdade do imputado.

Somente será determinada quando não for outra medida


cautelar. Não se decreta de ofício (posição majoritária).

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• Garantia da Ordem Pública ou econômica – evitar


a reiteração criminosa, crimes com repercussão

• Conveniência da Instrução Criminal – preservar a


livre produção de provas
Prisão Preventiva
Fundamentos – • Garantia da Aplicação da Lei Penal – evitar a fuga
Periculum libertatis –
Arts.312 e §§ - • Garantia da execução das medidas protetivas de
urgência
Contemporaneidade
• Em caso de descumprimento de qualquer das
obrigações impostas por força de outras medidas
cautelares.

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• Crimes dolosos (nunca culposos)


• Punidos com reclusão,
• Punidos com detenção, se o indiciado for vadio
ou de identidade duvidosa, ou, então, no caso
Prisão de violência doméstica e familiar contra a
mulher, nos termos da lei específica (Maria da
Preventiva – Penha), para garantir a execução das medidas
protetivas de urgência
Condições de • Se o réu tiver sido condenado por outro crime
doloso, em sentença transitada em julgado,
Admissibilidade ressalvado o disposto no artigo 64, inciso I, do
CP.
– Art. 313 • Quando houver dúvida sobre a identidade civil
da pessoa ou quando esta não fornecer
elementos suficientes para esclarecê-la.

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Pode ser decretada em qualquer fase do IP ou


da ação penal (Art.311)

Decretação e Somente mediante pedido do


processamento MP/Querelante/Assistente ou representação
da AP. Nunca de ofício – Discussão –
da prisão Audiência de custódia e Lei Maria da Penha
preventiva
Se no curso do IP, este deve estar concluído
em 10 dias, prorrogáveis por mais 15, caso se
mostre necessário (Ãrts.10 e 3º,§ 2º)

Se ilegal, cabe HC

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Motivação: a decisão que decretar, substituir


ou denegar a prisão preventiva será sempre
motivada e fundamentada (art. 315).

Não se considera fundamentada, a decisão


que (art. 315, §2º):
Fundamentação Limitar-se à indicação, à reprodução ou à
paráfrase de ato normativo, sem explicar sua
relação com a causa ou a questão decidida;

Empregar conceitos jurídicos


indeterminados, sem explicar o motivo
concreto de sua incidência no caso;

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• Invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer


outra decisão;

• Não enfrentar todos os argumentos deduzidos no


Fundamentação processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão
adotada pelo julgador;

• Limitar-se a invocar precedente ou enunciado de


súmula, sem identificar seus fundamentos
determinantes nem demonstrar que o caso sob
julgamento se ajusta àqueles fundamentos;

• Deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência


ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a
existência de distinção no caso em julgamento ou a
superação do entendimento.

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De ofício ou a pedido das partes, o juiz


pode revogar a prisão preventiva, se
verificar a falta de motivo para tanto,
bem como decretá-la, a pedido das
Revogação e partes, se novos motivos surgirem.
reanálise
obrigatória Revisão Obrigatória da Necessidade a
cada 90 dias.
(Art. 316 e par.
único). A prisão preventiva é a última alternativa
após falharem as demais medidas
cautelares.

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Se o juiz indeferir a prisão preventiva, cabe


Recurso em Sentido Estrito (Art.581, V);

Se o juiz deferir a prisão preventiva, cabe


Recurso/Ação Habeas Corpus;

Constitucional Se o juiz revoga a prisão preventiva, cabe


Recurso em Sentido Estrito (Art.581, V);

Se o juiz não revogar a prisão preventiva,


cabe Habeas Corpus.

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Artigo 387, § 1º, do CPP: O juiz decidirá,


fundamentadamente, sobre a manutenção
ou, se for o caso, a imposição de prisão
preventiva ou de outra medida cautelar, sem
PRISÃO POR prejuízo do conhecimento de apelação que
SENTENÇA vier a ser interposta.
CONDENATÓRIA
RECORRÍVEL
A prisão a ser mantida ou decretada é a
preventiva.

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• § 3º O juiz decidirá, motivadamente, no


caso de manutenção, revogação ou
substituição da prisão ou medida
Prisão restritiva de liberdade anteriormente
decorrente de decretada e, tratando-se de acusado
pronúncia solto, sobre a necessidade da decretação
(Art. 413, § 3º, da prisão ou imposição de quaisquer das
do CPP) medidas previstas no Título IX do Livro I
deste Código.

• A prisão a ser mantida ou decretada é a


preventiva.

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Conceito: consiste no recolhimento do indiciado ou


acusado em sua residência, só podendo dela
ausentar-se com autorização judicial. Substitui a
prisão preventiva.

PRISÃO - Beneficiários:
CAUTELAR –  Maior de 80 anos
 Extremamente debilitado por motivo de doença
DOMICILIAR  Imprescindível aos cuidados especiais de pessoa
Arts 317, e menor de 6 anos ou deficiente
 Gestante
318 e 318-A  Mulher com filho de até 12 anos de idade
incompletos;
 Homem único responsável pelos cuidados de
filho de até 12 anos de idade.

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Mulher gestante ou que for mãe ou responsável por


crianças ou pessoas com deficiência desde que:
a) não tenha cometido crime com violência ou
grave ameaça a pessoa
PRISÃO -
CAUTELAR – b) ) não tenha cometido o crime contra seu filho ou
DOMICILIAR dependente
Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos
Arts 317, e requisitos.
318 e 318-A A substituição por prisão domiciliar pode estar
cumulada com outras medidas cautelares pessoais,
a exemplo da tornozeleira eletrônica.

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Conceito: o instituto por meio do qual se possibilita ao


agente que aguarde o trâmite do ip/processo em
liberdade, mediante ou não o cumprimento de
determinadas condições.

Liberdade Art. 5º, LXVI , CF ninguém será levado à prisão ou nela


Provisória mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com
ou sem fiança;

(Arts 321 a
350 do Liberdade Provisória com fiança

CPP) Espécies

Liberdade Provisória sem fiança

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• Artigo 310, III – quando não for o caso de se


decretar prisão preventiva ou medidas
cautelares diversas da prisão.

• Art. 310, § 1º, CPP - quando for possível ao juiz


verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o
Liberdade agente praticou o fato sob o manto de causa
excludente de ilicitude.
provisória sem
fiança • Art. 350, CPP - se dará a liberdade provisória, nos
casos em que couber fiança, e o juiz verificar a
Cabimento •
impossibilidade do réu em prestá-la.
A liberdade é vinculada, porque o réu é
liberado sob condições, ou seja, fica vinculado ao
processo, porquanto deve comparecer a todos os
atos processuais.

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• Se o juiz defere a liberdade provisória é


cabível o Recurso em Sentido Estrito;
Liberdade
provisória sem • Se o juiz indefere a liberdade provisória é
cabível o Recurso em Sentido Estrito e
fiança Habeas Corpus;
Impugnações
cabíveis • Se o juiz relaxar o flagrante, é cabível o
Art. 581, V Recurso em Sentido Estrito;

• Se o juiz não relaxar o flagrante, é cabível


o Habeas Corpus.

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Fiança é uma garantia real (porque tem por objeto


coisas) de cumprimento das obrigações processuais
do réu, consistente na entrega de bens ao Estado,
com o escopo de garantir a liberdade do réu ou
indiciado, durante o trâmite da persecução penal.
Liberdade
provisória com Finalidade: assegurar a liberdade e assegurar o
pagamento de custas, multa e indenização, no caso
fiança de condenação.
Arts. 322 a 350
Legitimidade para prestá-la: poderão prestar fiança
o indiciado ou o réu, bem como qualquer pessoa em
seu benefício.

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• Objeto da fiança: fiança consistirá em depósito


de dinheiro, pedras, objetos ou metais
preciosos, títulos da dívida pública, federal,
estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita
Liberdade em primeiro lugar (Art. 330).
provisória com
fiança • Caso a fiança recaia em imóvel ou pedras,
Arts. 322 a 350 objetos ou metais preciosos, a Autoridade
deverá providenciar avaliação.

• Não existe no processo penal fiança


fidejussória.

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• Novidade do pacote anticrime (de


duvidosa constitucionalidade: o art. 310,
§2º, CPP promoveu a vedação integral à
liberdade provisória (com ou sem fiança)
nas seguintes hipóteses:

Infrações • Reincidente
inafiançáveis
• Integrante de organização criminosa
armada ou milícia

• Portador de arma de fogo de uso restrito

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• Hipóteses constitucionais (Art. 5º, XLII , XLIII e XLIV): Racismo


(STJ-injúria qualificada pelo racismo), Tortura, Tráfico,
Terrorismo, Crimes hediondos e Ação de grupo armado contra
o Estado Democrático.
Infrações
inafiançáveis • Hipóteses legais: Art. 323 do Código Penal repete as hipóteses
constitucionais.

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• réu que quebrou fiança antes;


Infrações • prisão civil ou militar;
inafiançáveis • quando presentes os
requisitos da prisão preventiva.
Art. 324

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Competência: a autoridade policial, nos


crimes em que a pena máxima não exceda 4
anos (exceto – Art. 24-A, §2º da LMP), e o
juiz, em qualquer espécie de crime
Liberdade afiançável.
Provisória -
Momento: em qualquer fase do inquérito
Fiança policial ou do processo, até o trânsito em
julgado da decisão (art. 334).

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Obrigações do réu (Arts. 327 e 328 do CPP):

 Comparecimento a todos os atos processuais.


 Obrigação de comunicar ao juízo qualquer
mudança de endereço.
Liberdade  Proibição de se ausentar da comarca por mais de
Provisória - 8 dias sem autorização
 Não praticar outra infração penal (art. 341).
Fiança
Tais obrigações são informadas ao afiançado
que assina um termo lavrado pelo escrivão e
assinado também pela Autoridade que concedeu a
mercê (art. 329).

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Quando o réu descumprir suas obrigações


processuais, sem motivo justificado (artigos 327 e
328).
Quando o réu praticar nova infração penal

Consequências do quebramento da fiança:


 Perda da metade do valor da fiança.
Fiança -  Obrigação de recolher-se à prisão.
Quebra  Impossibilidade de concessão de nova fiança no
mesmo processo.
 Enquanto não for preso o processo corre a sua
revelia.
Se não recolher-se à prisão, perderá todo o
valor (art. 344).

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• Inquérito arquivado, a punibilidade


extinta ou se for absolvido, a fiança
perderá seu objeto e será restituída,
deduzido eventual montante declarado
perdido (Art. 337).

• Se o réu for condenado, o valor da fiança


Fiança – será destinado ao pagamento das custas
Destino processuais, pagamento de multa criminal
e pode ser revertido ainda no pagamento
de indenização civil ex delicto (art. 336).
Caso ainda sobre algum valor, ele será
restituído ao réu.

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Conceito: medidas que, quando necessárias,


substituem a decretação da prisão preventiva ou a
prisão em flagrante.
Observações:
Medidas a) Aplicação restrita a infrações punidas com pena
privativa de liberdade;
Cautelares
b) caráter autônomo, ou em substituição à prisão
Diversas Da preventiva, ou como obrigação decorrente da
Prisão (Arts. liberdade provisória;
282 e 319) c) Podem ser aplicadas a qualquer tempo;
d) Podem ser aplicadas juntamente com a Liberdade
Provisória, com ou sem fiança;
e) Podem ser cumuladas.

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• I - comparecimento periódico em juízo, para


informar e justificar atividades;

• II - proibição de acesso ou frequência a


determinados lugares

Medidas • III - proibição de manter contato com pessoa


cautelares – determinada

Espécies • IV - proibição de ausentar-se da comarca

• V - recolhimento domiciliar no período noturno e


nos dias de folga

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VI - suspensão do exercício de função pública ou


de atividade quando houver receio de sua
utilização para a prática de infrações penais;

Medidas VII - internação provisória do acusado de crimes


com violência ou grave ameaça, quando os
peritos concluírem ser inimputável ou semi e e
cautelares – houver risco de reiteração;

Espécies VIII - fiança,

IX - monitoração eletrônica.

Eventual proibição de ausentar-se do País


será comunicada pelo juiz às autoridades
encarregadas intimando-se o indiciado ou
acusado para entregar o passaporte, no prazo de
24 horas.

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