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Stephanie Marie

FMP - 53
MEDICINA LEGAL
obstetrícia forense
OBSTETRÍCIA fORENSE
tipo de resumo: anotações de aula
O ciclo gravídico-puerperal envolve a gravidez e o
puerpério. elementos do aborto
• gravidez: inicia na implantação e termina ao 1. ação capaz de provocar o aborto – meios
parto, cursando em média 40 semanas considerados idôneos para o fim desejado,
• puerpério: após o parto, se estendendo até a como a inserção de corpo estranho no útero
recuperação do organismo para que volte às gravídico, curetagem uterina, fármacos
qualidades do período pré-gravídico, durando abortivos (ex: misoprostol), microcesariana
em média 6 – 8 semanas. 2. interrupção da gravidez – pode se dar em
qualquer momento da gestação
3. morte do produto da concepção – a depender
do método abortivo levado em questão, pode o
Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio concepto ser expelido ainda com vida, vindo a
filho, durante o parto ou logo após. morrer posteriormente devido à absoluta
• é um dos 4 crimes contra a vida (Artigo 123- prematuridade
Código Penal) 4. dolo – elemento subjetivo do crime que escapa
a medicina legal

elementos do infanticídio corpos estranhos 6


1. morte infligida ao próprio filho A inserção de um corpo estranho no útero grávido visa
2. influência do estado puerperal – quadro desencadear contrações uterinas capazes de
reacional sui generis, de caráter agudo e ocasionar o descolamento do ovo.
transitório, não reconhecido como entidade • um dos objetos mais conhecidos para prática
psiquiátrica, que por influência de fatores abortiva por meio de inserção de corpo
fisiológicos, psicológicos e sociais, pode estranho é o cateter de Folley – o balão inflado
acometer a parturiente ou a puérpera, no interior do útero grávido desencadeia a
mentalmente sã, afetando seu ação abortiva desejada
comportamento (não confundir com psicose
puerperal ou com puerpério) curetagem 6
3. condição temporal – tempo compreendido
• convencional: método abortivo de natureza
durante o parto em sí ou logo após seu término
cirúrgica mais aplicado em alguns locais.
4. dolo – vontade livre e consciente da agente
Utiliza-se a cureta uterina para raspar as
para gerar o resultado criminoso
paredes do órgão, instrumento para dilatação
Para perpetrar o crime, se vale no comum dos meios
do colo e a pinça para fixação cervical
disponíveis do seu alcance no momento da parturição,
• a vácuo: é o método abortivo de eleição em
não havendo planejamento ou ação prévia.
localidades providas de maior recurso, não se
prestando para a prática em gestações mais
avançadas

É a interrupção da gravidez, com a morte do concepto.


• aborto espontâneo
microcesariana 6
• aborto provocado Método mais agressivo de aborto, indicado em casos
→ culposo de idade gestacional mais avançada ou quando
→ doloso – somente esse configura o impossível de ser aconselhada a via transvaginal
crime de aborto

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• resolução 1989 / 2012: dispõe sobre o
tipos penais de aborto diagnóstico de anencefalia para a
1. Artigo 124: aborto provocado pela gestante ou antecipação terapêutica do parto e de
seu consentimento para provocação, é um outras providências
crime próprio da gestante
2. Artigo 125: aborto provocado por terceiro sem
o consentimento da gestante
3. Artigo 126: aborto provocado por terceiro com
o consentimento da gestante – aborto
consensual
• a existência desse tipo criminal
pressupõe a coexistência do crime
consistido no artigo 124
• parágrafo único: aplica-se a pena do
artigo anterior, se a gestante não é
maior de 14 anos, ou é alienada ou se
débil mental, ou se o consentimento é
obtido mediante fraude, grave
ameaça ou violência
4. Artigo 127: as penas cominadas nos dois
artigos anteriores são aumentadas de um
terço se, em consequência do aborto ou dos
meios empregados para provoca-lo, a
gestante sofre lesão corporal de natureza
grave, e são duplicadas se, por qualquer
dessas causas, lhe sobrevém a morte
5. Artigo 128: não se deve punir um aborto
praticado por médico nas seguintes situações:
• aborto necessário / aborto
terapêutico: se não há outro meio de
salvar a vida da gestante – a conduta
não punível aqui é a que visa salvar a
vida, sendo necessário que a vida dela
esteja em perigo concreto em
decorrência de circunstâncias da
gravidez (na legitimação desse tipo de
aborto, o princípio ocorrido é o minoris
mali – mal menor)
• aborto no caso de gravidez resultante
de estupro / aborto sentimental,
compassivo, piedoso, moral, ético,
humanitário: se a gravidez resulta de
estupro e o aborto é precedido do
consentimento da gestante, ou
quando incapaz, de seu representante
legal
6. Aborto eugênico: aquele que, fundado na
eugenia, visa prevenir o nascimento de
indivíduos considerados “anormais” – não
possui respaldo legal no Brasil
• feto anencéfalo: STF (2012) julgou
inconstitucional o entendimento de
que a interrupção da gravidez de feto
anencéfalo é conduta tipificada nos
artigos 124, 126 e 128 do Código Penal

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