1º Parágrafo: MEDITAR É procurar fazer uma síntese. É fazer síntese da Revelação
Divina, tornando-A uma revelação que é minha. Quando leio as grandes páginas da escritura em que Deus se revela, eu faço uma síntese no sentido de Deus se Revelar a mim, sou eu que estou ali, me coloco no lugar daquele que a recebeu, porque ela não foi somente para os que receberam na época, mas também para nós. Meditar significa fazer síntese no sentido de fazer tornar uma revelação pessoal. Colocar-se no lugar e ter o sentimento de pertença. É uma revelação de Deus também para mim. Sou eu pelo fato de que a minha vida. Ao fazer síntese, isso me abre a aplicar a Palavra na vida: o livro da Palavra se abre a outro livro, que é o da Vida. É a atitude de pôr em prática aquilo que a revelação me mostrou. É necessário fazer isso a cada vez que meditamos a Palavra. 2º Parágrafo: a meditação é algo natural à vida do homem. Não é um exercício que seja à natureza humana, que necessita de muito esforço para desenvolvê-lo, porque é algo que já se encontra no homem. Consideremos que “o homem possui uma vida interior”: se dá em uma antropologia, porque o homem é o único ser que tem consciência de si e uma consciência histórica (Posição do Homem no Cosmos, Maccheller). Meditar é próprio do homem. O parar para recobrar a consciência do ego (eu), do contexto, das pessoas, e no que tudo isso implica em minha vida. Em meio ao turbilhão de acontecimentos que estão ao nosso redor, nós conseguimos refletir sobre tudo o que nos ocorre, é um exercício natural no homem. 3º Parágrafo: no sentido cristão, a meditação vai além do fenômeno imanente, naturalmente humano, que é o tomar consciência de si, não é uma mera transcendência do ego, não é uma autotranscedência, mas sim um fenômeno Transcendente no sentido de visar o encontro com Deus, daí que ela é uma síntese que torna a Revelação uma revelação que é nossa. A porta da meditação cristã é Jesus Cristo. Nós meditamos não só para aliviarmos das tensões do tempo presente, mas para encontrar a Cristo (Presença Ignorada de Deus, Victor Frankl). A nossa meditação não pode ser apenas para ter paz interior, esquecer os problemas etc., mas a sua finalidade é encontrar-se com Cristo, e a porta será a Palavra de Cristo: nós vamos ao encontro com o Outro. 4º e 5 º Parágrafo:: o método não passa de um guia, o importante é avança, o destino, a meta, é Cristo, e para tal, já que essa meditação não é apenas auto transcendente, mas Transcendente, para isso será necessário contar com o auxílio, o obsequio da Graça, ela é indispensável, por isso é importante contar com o Espírito Santo. Não é o ego que me conduz, mas é o Espírito de Cristo que conduz o meu eu. A cada passo, sempre: “Vinde Espírito Santo...”. É ter confiança e consciência filial no Pai: colocar-se sempre aberto à ação do Espírito. “Vossa sou, para Vós nasci, o que queres de mim?” (Santa Teresa D’Ávilla). Não se pode confundir a aridez com uma crise vocacional, nem ao contrário, é preciso meditar para chegar à nossa verdade e à Verdade de Deus para nós. 6 º Parágrafo: sequela Christi é o seguimento de Cristo. É o homem todo que reza, não é só uma parte dele. No homem tudo é uma unidade. “É uma unidade na multiplicidade” (Santo Tomás de Aquino). Na oração tem que se estar atento a qualquer movimento, em algum momento a razão será necessária trabalhar, em outro, a emoção e o sentimento para que não se fique só em uma meditação abstrata. Coração e razão. Sempre realizar perguntas a si mesmo: O que sentes meu coração?, o que estou sentindo? 7 º Parágrafo: não há página alguma do Evangelho que não haja lugar para nós. É colocar-se no lugar. Cada momento da vida de Jesus pode se tornar um momento nosso: Eu estou no Rio Jordão, nas Bodas de Caná etc.. Para encontrar a nós mesmos e a encontrar a Cristo. Na meditação tipicamente humana, é o encontro com o ego, com o eu, e a cristã, é a Transcendente, que busca a Cristo, busca a Deus.