Para todo texto clássico, antes do século XIX, se faz a citação clássica, por exemplo: Timeu de Platão: Timeu, 28c; Conf, I, 1, 1 (Confissões, livro I). Pode se pôr o ano após. Quem é o demiurgo? (parágrafo 28c3) é aquele que produz o cosmos (28c e 29a): “Dissemos também que o que devém é inevitável, que devenha por alguma coisa, tudo o que vem ou se move, vem ou se move por alguma causa. E ao descobri-lo é impossível falar sobre ele para todas as gentes, pois nem todos tem a capacidade racional para entendê-lo”. História é movimento, logo é imperfeita. Em Platão, tudo o que se move é dotado do princípio de corrupção. O demiurgo plasmou [...]. Qual a causa de que as coisas são oriundas em Platão? O bem. Sem o demiurgo, as coisas ficam se ordem. Ele, da mesma forma que é plasmador, é organizador. O cosmos não se ordenou sozinho, ele precisou de um Ordenador. Os movimentos no cosmos não é [...]. As coisas são harmoniosas porque tem um ser que as plasmou e as organizou. Se esse ser existe, há também em nós, um princípio de ordenador que nos dá [...]. A alma é a parte divina no homem porque ela ordena e dá sentido da vida ao corpo. Então, sem o demiurgo, sem uma racionalidade externa, o mundo ficaria sem ordem, medida e proporção da ordem desordenada [...]. O demiurgo possui a ciência e a força de muitas coisas [...] (Timeu, 28e). possui a força capaz de estabelecer unidade. O bem é uno, mas o bem criou a diversidade. As coisas são diversas, então aqui se mantém a diversidade e a unidade das coisas [...]. Existe graus de perfeição. O bem é que fornece a unidade: a alma dá ao homem uma unidade [...]. portanto, o céu e a terra, nos deuses e nos homens, são mantidos pelo bem juntos a uma sabedoria e por uma retidão. A partir desse ponto, o diálogo de Platão apresenta três entidades fundamentais: 1ª entidade é o mundo superior, que é o componente da metafísica de Platão, é o lugar das ideias, eternas e divinas, subsistentes e imutáveis. Neste primeiro mundo, não existe movimento, só existe eternidade, não há tempo, justamente porque as ideias são eternas e divinas, e o tempo não é uma qualidade de Deus, porque o tempo é transitoriedade, e, se assim o é, possui movimento, e assim admitiremos que Deus envelhece, tem um início e um fim, e isso é incompatível com a natureza de Deus. O demiurgo é inferior às ideias, a ordem e proporção; 2ª entidade: no oposto, existe a matéria, ela é mutável, caótica, e nela estão contidos todos os elementos: o ar, a água, a terra, o fogo, e eles estão em total desordem. Existe o oposto do mundo das ideias e o caos, encontra-se um espaço vazio que separa os dois [...]; 3ª entidade: existe um espaço vazio que [...] (Timeu 30ab, 35b): “querendo que todas as coisas fossem boas quanto possível e nenhuma má, o demiurgo começou introduzindo ordem na desordem para fazer uma obra belíssima, como o número e a música.” Concepção completamente pitagórica. Uma ordem que se expressa pelo número (matemática) e pela música. A harmonia resulta da ordem e não da desordem. Por isso escolheu como modelo o mundo das ideias e o mundo dos números. O cosmos é belamente ordenado. Com especial atenção à ideia de Bem, porque ele é o princípio, é a causa. Aqui Platão se afasta dos pré- socráticos, para Platão, a unidade não é mantida por [...]. “O demiurgo constrói o mundo físico como um animal vivo e perfeito em que todas as coisas são imagens do mundo ideal”, tal qual ele expressou na Alegoria da Caverna. Não significa dizer que existe uma separação do mundo das ideias e do mundo material. Este mundo é permeado por ideias que a nossa racionalidade pode abstrair. [...] Ele uniu a alma com o mundo [...] perfeita. Existem três entidades: o mundo superior, da matéria e o espaço vazio entre os dois primeiros mundos. Qual é o lugar do homem neste mundo? O Timeu, apresenta a integração do homem no cosmos, feito dos mesmos elementos, seu destino será viver eternamente no cosmos, com os restos que sobraram da alma cósmica, o demiurgo criou a parte racional e imortal, que é a alma. O ser humano toma a princípio o corpo masculino, no nascimento sucessivos, esses homens cometeram injustiças na encarnação anterior, e na medida em que cometeram tais injustiças, esses homens nasceram com corpo feminino. A justiça em Platão pressupõe a ordem, e ela é a síntese de três virtudes filosóficas: a sabedoria, a fortaleza, a temperança e a justiça, a mais importante é a justiça, pois é uma síntese das três primeiras. Onde está o tempo em Platão? Na matéria. Ela é própria da condição humana [...]. [...] Réquiem de Mozart.