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Espaços Vetoriais Euclidianos
Espaços Vetoriais Euclidianos
no espaço euclidiano
Introdução à Teoria da Relatividade Geral
Primeiro semestre de 2023
Andrey Gomes Martins
Espaços euclidianos
𝑛 fatores
• O espaço euclidiano 𝑛 -dimensional ℝ𝑛 = ℝ × ℝ × ⋯ × ℝ é o
conjunto formado pelas 𝑛-uplas ordenadas de números reais, ou seja,
seus elementos são listas ordenadas da forma:
𝑥Ԧ = 𝑥1 , 𝑥2 , ⋯ , 𝑥𝑛 (1)
𝑢 = 𝑢1 , 𝑢2 , ⋯ , 𝑢𝑛 e 𝑣Ԧ = 𝑣1 , 𝑣2 , ⋯ , 𝑣𝑛
𝑢 ∙ 𝑣Ԧ ≡ 𝑢𝑖 𝑣𝑖 ≡ 𝑢1 𝑣1 + 𝑢2 𝑣2 + ⋯ + 𝑢𝑛 𝑣𝑛 (2)
Produto escalar
• O ℝ𝑛 é um espaço vetorial de dimensão 𝑛, ou seja, qualquer base
nesse espaço tem exatamente 𝑛 elementos. Vamos considerar uma
base ℬ = 𝑒1Ƹ , 𝑒Ƹ2 , ⋯ , 𝑒Ƹ𝑛 para ℝ𝑛 .
𝑢 ∙ 𝑣Ԧ ≡ 𝑢𝑖 𝛿𝑖𝑗 𝑣𝑗 (5)
Produto escalar
• À primeira vista parecerá que (5) é uma complicação desnecessária,
haja vista que a propriedade de “filtragem” da delta de Kronecker faz
com que (5) colapse imediatamente para (2).
OBS: a notação usual para o produto escalar na sua forma mais geral é:
𝑢 ∙ 𝑣Ԧ = 𝑔𝑖𝑗 𝑢𝑖 𝑣𝑗 (9)
Mudança de base ortogonal
• Às vezes é necessário mudar a base do espaço vetorial euclidiano.
Vamos considerar uma base ℬ′ = 𝑒′Ƹ 1 , 𝑒′Ƹ 2 , ⋯ , 𝑒′Ƹ 𝑛 , também
ortogonal, ou seja, satisfazendo a relação:
𝑣Ԧ = 𝑣 ′𝑗 𝑒Ƹ ′𝑗 = 𝑣𝑗 𝑒𝑗Ƹ (11)
𝑣 ′𝑗 𝑒Ƹ ′𝑗 ∙ 𝑒Ƹ ′ 𝑖 = 𝑣𝑗 𝑒𝑗Ƹ ∙ 𝑒Ƹ ′ 𝑖 (12)
• Aplicando a propriedade distributiva nos 2 membros de (12):
𝑣 ′𝑗 𝑒Ƹ ′𝑗 ∙ 𝑒Ƹ ′ 𝑖 = 𝑣𝑗 𝑒𝑗Ƹ ∙ 𝑒Ƹ ′ 𝑖 (13)
Mudança de base
• O produto escalar no lado esquerdo de (13) leva à delta de Kronecker:
𝑣 ′𝑗 𝑒Ƹ ′𝑗 ∙ 𝑒Ƹ ′ 𝑖 = 𝑣𝑗 𝑒𝑗Ƹ ∙ 𝑒Ƹ ′ 𝑖
𝑣 ′ 𝑖 = 𝑒𝑗Ƹ ∙ 𝑒Ƹ ′ 𝑖 𝑣𝑗 (15)
Mudança de base
• Agora vamos introduzir uma notação para o resultado do produto
escalar 𝑒𝑗Ƹ ∙ 𝑒Ƹ ′ 𝑖 .
𝑣 ′ 𝑖 = 𝛼𝑖𝑗 𝑣𝑗 (17)
Mudança de base
• Analogamente, se projetarmos os dois membros de (11) na direção
do vetor unitário 𝑒𝑗Ƹ , encontraremos a relação:
𝑣𝑖 = 𝛼𝑗𝑖 𝑣 ′𝑗 (18)
𝑣𝑖 = 𝛼 𝑇 𝑖𝑗 𝑣 ′𝑗 (19)
Mudança de base
• Existem algumas propriedades importantes da matriz da mudança de
base. De fato, substituindo a (17) na (18):
𝛼𝛼 𝑇 = 𝐼 (23B)
Exercício 2: Prove as equações (23A) e (23B).
𝛼𝛼 𝑇 = 𝛼 𝑇 𝛼 = 𝐼 (24)
Mudança de base
• A equação (24) caracteriza as matrizes de mudança de base no
espaço euclidiano como sendo Transformações Ortogonais.
𝛼 −1 = 𝛼 𝑇 (25)
det 𝛼 = ±1 (26)
Mudança de base
• O comportamento dos vetores do espaço euclidiano sob mudança de
base é tão importante para a Física que costumamos utilizar esse
comportamento como a própria definição de vetor.
𝑣 ′ 𝑖 = 𝛼𝑖𝑗 𝑣𝑗 (17)
Rotações
• Vamos aqui especificar a dimensão do espaço euclidiano como sendo
𝑛 = 2 e estudar com algum detalhe as transformações ortogonais no
plano euclidiano (ℝ2 ).
𝑣 ′2 𝛼11 𝛼12 𝑣2
(27)
′ = 𝛼 𝛼22 𝑣3
𝑣3 21
Rotações
• A matriz 𝛼 satisfaz às seguintes relações:
(𝛼11 )2 + (𝛼12 )2 = 1
(𝛼11 )2 = (𝛼22 )2
1 0 (29)
Π=
0 −1
+1 , se 𝑖, 𝑗 = (1,2)
𝜖𝑖𝑗 = ൞−1 , se 𝑖, 𝑗 = (2,1) (34)
0 , se 𝑖=𝑗
Produto vetorial
• Definição do símbolo de Levi-Civita em 3𝐷:
1 1
+ −
3 2 3 2
Produto vetorial
• Exercício 5: Use a definição dada na equação (35) para verificar a
equação (32).
𝜖123 = −𝜖132
𝜖123 = −(−𝜖312 )
𝜖123 = 𝜖312
Produto vetorial
• O mesmo ocorre na sequência abaixo:
𝑢′ × 𝑣′
Ԧ = det(𝛼)𝑢 × 𝑣Ԧ (48)
• Prova:
• Sejam 𝑢 = 𝑢𝑖 𝑒Ƹ𝑖 e 𝑣Ԧ = 𝑣𝑖 𝑒Ƹ𝑖 dois vetores em ℝ3 . Aplicando a fórmula
(33):
𝑢 × 𝑣Ԧ = 𝜖𝑖𝑗𝑘 𝑢𝑖 𝑣𝑗 𝑒Ƹ𝑘
Produto vetorial como pseudo-vetor
• Se realizarmos uma mudança de base 𝛼 em ℝ3 , o produto vetorial
na nova base será:
𝑢′ × 𝑣′
Ԧ = 𝜖′𝑖𝑗𝑘 𝑢′𝑖 𝑣′𝑗 𝑒′Ƹ 𝑘 (49)
𝑢′ × 𝑣′
Ԧ = 𝜖𝑖𝑗𝑘 𝑢′𝑖 𝑣′𝑗 𝑒′Ƹ 𝑘 (51)
Produto vetorial como pseudo-vetor
• Desenvolvendo:
𝑢′ × 𝑣′
Ԧ = 𝜖𝑖𝑗𝑘 𝑢′𝑖 𝑣′𝑗 𝑒′Ƹ 𝑘
𝑢′ × 𝑣′
Ԧ = 𝜖𝑖𝑗𝑘 𝛼𝑖𝑙 𝑢𝑙 𝛼𝑗𝑚 𝑣𝑚 𝛼𝑘𝑛 𝑒Ƹ𝑛
𝑢′ × 𝑣′
Ԧ = 𝜖𝑖𝑗𝑘 𝛼𝑖𝑙 𝛼𝑗𝑚 𝑢𝑙 𝑣𝑚 𝛼𝑘𝑛 𝑒Ƹ𝑛
𝑢′ × 𝑣′
Ԧ = 𝜖𝑖𝑗𝑝 𝛿𝑘𝑝 𝛼𝑖𝑙 𝛼𝑗𝑚 𝛼𝑘𝑛 𝑢𝑙 𝑣𝑚 𝑒Ƹ𝑛
𝑢′ × 𝑣′
Ԧ = 𝜖𝑖𝑗𝑝 𝛼𝑘𝑟 𝛼𝑝𝑟 𝛼𝑖𝑙 𝛼𝑗𝑚 𝑢𝑙 𝑣𝑚 𝛼𝑘𝑛 𝑒Ƹ𝑛
𝑢′ × 𝑣′
Ԧ = 𝜖𝑖𝑗𝑝 𝛼𝑖𝑙 𝛼𝑗𝑚 𝛼𝑝𝑟 𝑢𝑙 𝑣𝑚 𝛼𝑘𝑟 𝛼𝑘𝑛 𝑒Ƹ𝑛
Produto vetorial como pseudo-vetor
𝑢′ × 𝑣′
Ԧ = 𝜖𝑖𝑗𝑝 𝛼𝑖𝑙 𝛼𝑗𝑚 𝛼𝑝𝑟 𝑢𝑙 𝑣𝑚 𝛼𝑘𝑟 𝛼𝑘𝑛 𝑒Ƹ𝑛
𝑢′ × 𝑣′
Ԧ = 𝜖𝑖𝑗𝑝 𝛼𝑖𝑙 𝛼𝑗𝑚 𝛼𝑝𝑟 𝑢𝑙 𝑣𝑚 𝛿𝑟𝑛 𝑒Ƹ𝑛
𝑢′ × 𝑣′
Ԧ = 𝜖𝑖𝑗𝑝 𝛼𝑖𝑙 𝛼𝑗𝑚 𝛼𝑝𝑟 𝑢𝑙 𝑣𝑚 𝑒Ƹ𝑟
𝑢′ × 𝑣′
Ԧ = det(𝛼)𝜖𝑙𝑚𝑟 𝑢𝑙 𝑣𝑚 𝑒Ƹ𝑟
𝑢′ × 𝑣′
Ԧ = det(𝛼)𝑢 × 𝑣Ԧ (52)
Produto vetorial
• Teorema D:
𝜖𝑖𝑗 𝜖𝑗𝑘 = −𝛿𝑖𝑘 (53)
𝛿𝑖𝑘 𝛿𝑗𝑘
𝜖𝑖𝑗 𝜖𝑘𝑙 = det (59)
𝛿𝑖𝑙 𝛿𝑗𝑙
• Teorema F:
𝛿𝑖𝑙 𝛿𝑗𝑙 𝛿𝑘𝑙
𝜖𝑖𝑗𝑘 𝜖𝑙𝑚𝑛 = det 𝛿𝑖𝑚 𝛿𝑗𝑚 𝛿𝑘𝑚 (61)
𝛿𝑖𝑛 𝛿𝑗𝑛 𝛿𝑘𝑛
• Dicas:
1 0
𝑒1Ƹ = 𝑖Ƹ = e 𝑒Ƹ2 = 𝑗Ƹ =
0 1
Produto tensorial
• Usando essa base “canônica”, podemos representar dois vetores
quaisquer, que assumirão a forma:
1 0 𝑢1
𝑢 = 𝑢1 𝑒1Ƹ + 𝑢2 𝑒Ƹ2 = 𝑢1 + 𝑢2 = 𝑢
0 1 2
1 0 𝑣1
𝑣Ԧ = 𝑣1 𝑒1Ƹ + 𝑣2 𝑒Ƹ2 = 𝑣1 + 𝑣2 = 𝑣
0 1 2
𝑢1 𝑣1 𝑢1 𝑣2
𝑢 ⊗ 𝑣Ԧ = 𝑢 𝑣 𝑢2 𝑣2 (64)
2 1
Produto tensorial
• É interessante e útil verificar qual o resultado do produto tensorial
nos elementos da base, isto é,
1 1 1 0
𝑒1Ƹ ⊗ 𝑒1Ƹ = ⊗ =
0 0 0 0
1 0 0 1
𝑒Ƹ1 ⊗ 𝑒Ƹ2 = ⊗ =
0 1 0 0 (65)
0 1 0 0
𝑒Ƹ2 ⊗ 𝑒Ƹ1 = ⊗ =
1 0 1 0
0 0 0 0
𝑒Ƹ2 ⊗ 𝑒Ƹ2 = ⊗ =
1 1 0 1
Produto tensorial
• Primeiramente vamos escrever o produto tensorial em uma forma
equivalente:
1 0 0 1 0 0 0 0
𝑢 ⊗ 𝑣Ԧ = 𝑢1 𝑣1 + 𝑢1 𝑣2 + 𝑢2 𝑣1 + 𝑢2 𝑣2
0 0 0 0 1 0 0 1
(66)
𝑢′ ⊗ 𝑣′
Ԧ ≡ 𝑢′𝑖 𝑣′𝑗 𝑒′Ƹ 𝑖 ⊗ 𝑒′Ƹ 𝑗 (69)
Produto tensorial
• Comparando (68) e (69):
𝑢′𝑖 𝑣′𝑗 𝑒′Ƹ 𝑖 ⊗ 𝑒′Ƹ 𝑗 ∙ 𝑒′Ƹ 𝑘 ⊗ 𝑒′Ƹ 𝑙 = 𝑢𝑖 𝑣𝑗 𝑒Ƹ𝑖 ⊗ 𝑒𝑗Ƹ ∙ 𝑒′Ƹ 𝑘 ⊗ 𝑒′Ƹ 𝑙 (71)
𝑢′𝑖 𝑣′𝑗 𝑒′Ƹ 𝑖 ⊗ 𝑒′Ƹ 𝑗 ∙ 𝑒′Ƹ 𝑘 ⊗ 𝑒′Ƹ 𝑙 = 𝑢𝑖 𝑣𝑗 𝑒Ƹ𝑖 ⊗ 𝑒𝑗Ƹ ∙ 𝑒′Ƹ 𝑘 ⊗ 𝑒′Ƹ 𝑙 (72)
Produto tensorial
• Para seguir os cálculos precisamos definir o produto escalar no
espaço dos tensores. Definimos:
𝑠Ԧ ⊗ 𝑢 ∙ 𝑣Ԧ ⊗ 𝑤 = 𝑠Ԧ ∙ 𝑣Ԧ 𝑢 ∙ 𝑤 (73)
𝑒Ƹ𝑖 ⊗ 𝑒𝑗Ƹ ∙ 𝑒Ƹ𝑘 ⊗ 𝑒Ƹ𝑙 = 𝑒Ƹ𝑖 ∙ 𝑒Ƹ𝑘 𝑒𝑗Ƹ ∙ 𝑒Ƹ𝑙 = 𝛿𝑖𝑘 𝛿𝑗𝑙 (74)
Produto tensorial
• Repetindo a equação (72):
𝑢′𝑖 𝑣′𝑗 𝑒′Ƹ 𝑖 ⊗ 𝑒′Ƹ 𝑗 ∙ 𝑒′Ƹ 𝑘 ⊗ 𝑒′Ƹ 𝑙 = 𝑢𝑖 𝑣𝑗 𝑒Ƹ𝑖 ⊗ 𝑒𝑗Ƹ ∙ 𝑒′Ƹ 𝑘 ⊗ 𝑒′Ƹ 𝑙
(72)
• Usando a (74) na (72):
𝑒Ƹ𝑖 ∙ 𝑒′Ƹ 𝑘 = 𝑒′Ƹ 𝑘 ∙ 𝑒Ƹ𝑖 = 𝛼𝑘𝑖 e 𝑒𝑗Ƹ ∙ 𝑒′Ƹ 𝑙 = 𝑒′Ƹ 𝑙 ∙ 𝑒𝑗Ƹ = 𝛼𝑙𝑗 (76)
Tensores
• Usando a (76) na (75) e aplicando a propriedade de filtragem da
delta:
𝑖
//
𝑖𝑗
𝑗
Tensores
• OBS: a quantidade de linhas (colunas) do tensor será igual à dimensão
do espaço vetorial (o espaço euclidiano ℝ𝑛 , no caso).
• Uma representação análoga para um tensor de terceira ordem teria
que ser representada como um arranjo contendo linha, coluna e uma
terceira “dimensão”, perpendicular à linha e à coluna. Pictoricamente:
𝑖
𝑘
𝑖𝑗𝑘
𝑗
Tensores
• Como se pode perceber, quanto maior a ordem do tensor, mais
“dimensões” seriam necessárias para representá-lo como matriz.
𝑇𝑖𝑗 = 𝑢𝑖 𝑣𝑗
• Se contrairmos os dois índices de 𝑇𝑖𝑗 , obteremos um tensor de ordem
zero (um escalar):
𝑢′𝑖 𝑣′𝑖 = 𝑢𝑖 𝑣𝑖
• Por definição:
𝑇′𝑖𝑗𝑘𝑙 𝛿′𝑘𝑙 = 𝛼𝑖𝑚 𝛼𝑗𝑛 𝛼𝑘𝑝 𝛼𝑙𝑞 𝛼𝑘𝑟 𝛼𝑙𝑠 𝑇𝑚𝑛𝑝𝑞 𝛿𝑟𝑠