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Vijnanabhairava Tantra P
Vijnanabhairava Tantra P
TANTRA
A TEIA DA VIVÊNCIA DA
SABEDORIA DO TERRÍVEL
Roberto de A. Martins
APRESENTAÇÃO
Flávia Bianchini
VERSÃO INTEGRAL
Serra da Mantiqueira, MG
www.shri-yoga-devi.org
info.shriyogadevi@gmail.com
Shri Yoga Devi
Serra da Mantiqueira, MG
www.shri-yoga-devi.org
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própria vida de qualquer outro meio de
conhecimento como a percepção direta – uma fonte
de revelação e iluminação”.
• Bhairava, na tradição śaiva é o nome da Realidade
Absoluta, desvinculada de uma conotação mitológica
e popular.
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foi utilizado aqui em um sentido diferente daquele que aparece
nos yogasūtras de Patañjali, onde significa apenas a prática de
concentração. No Vijñāna Bhairava, essas são instruções
espirituais que conduzem a mente para um estado sem
distrações, de yukti, que tem uma dupla implicação – do yoga
como método espiritual e como união com o divino.
Em sua maioria, os dhāraṇās são apresentados de uma
maneira elíptica, descrevendo primeiro a prática ou a
experiência que é o ponto de partida ou a causa da realização
da realidade divina e, no final do verso, às vezes em apenas
uma palavra, é indicado o resultado da prática ou a vivência.
Eis alguns exemplos desses efeitos: assim, uma pessoa se torna
una com Śiva; fundindo-se nele; um grande despertar; a
realização do mais elevado; estado transcendente; atingindo o
vazio absoluto; fusão em Brahman; tornando-se cheio de
suprema felicidade; revelação da realidade; manifestação de si
mesmo; apenas se fundindo a “isso”; alcançando um estado de
paz; visão da verdadeira realidade. Todas essas expressões
refletem a riqueza das vivências espirituais que são alcançadas
com as diversas técnicas.
Existem variações muito sutis entre algumas das práticas e
podemos agrupá-las em blocos temáticos, por assim dizer.
Algumas estão relacionadas com a respiração e o prāṇa, outras
com o espaço, a ascensão da kuṇḍalinī śakti, śūnya (vazio).
Muitas das práticas visam esvaziar a mente dos pensamentos
conceituais (vikalpa) tornando-a sem suporte (nirādhāra),
obtendo assim acesso a um estado de consciência pura.
Meditando sobre o conhecimento de duas coisas ou estados,
a pessoa deve se fixar no meio. Ao abandonar ambos
simultaneamente, a realidade brilha no centro. “Quando esse
centro for estabelecido, você deve descartar impressões de
ambos os objetos e se firmar no centro; então o centro
universal será revelado”.
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Existem várias outras maneiras de entrar no vazio,
relacionadas ao corpo, aos sentidos e ao universo. Mesmo
experiências comuns podem levar a um estado transcendental,
se acontecerem em um estado de consciência adequado. No
início e no final de espirros, em um estado de medo ou tristeza,
parado em cima de um abismo ou ao fugir de um campo de
batalha, no momento de intensa curiosidade, no início e no fim
da fome: tal estado se aproxima da experiência de Brahman.
Em experiências extremas tão comuns, a mente é
automaticamente esvaziada do seu conteúdo egocêntrico e se
encontra no vácuo. Há muitas outras formas de meditação
sobre o vazio (śunyabhāva), tais como:
“Perceba o vazio que brota de seu corpo em todas as
direções. Libertando-se da dualidade, você se tornará a
totalidade.” (43)
“Aquilo que não pode ser conhecido, aquilo que não pode
ser captado, o vazio e aquilo que nunca será atingido – imagine
tudo isso como Bhairava e, no final, a iluminação se
produzirá.” (127)
Da experiência diária mais comum até a mais sublime
contemplação, tudo pode ser usado para alcançar a consciência
suprema. Mesmo a prática de um único dos dhāraṇās pode
revelar as conexões ocultas e levar a uma perfeita harmonia
entre o interior e o exterior, o si mesmo e o outro, o corpo, o
universo e o divino.
Este texto está associado à escola Trikabheda (Trika), ou
escola triádica, que implica em três categorias principais Śiva
(senhor), Śakti (sua energia) e Nara (os seres criados, ou o
homem). Ele também se refere às três energias de Śiva: o
supremo (parā, transcendente), supremo-não-supremo ou
transcendente-imanente (parāparā) e o imanente ou não
supremo (aparā).
Śakti é a causa da multiplicidade do universo e as múltiplas
diferenciações do som e da linguagem, assim como é a causa
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do retorno à fonte, da unificação e união com Śiva. Uma das
frases mais citadas do Vijñāna Bhairava é a definição de Śakti
como “o rosto, (boca, porta, abertura) de Śiva”. É somente
entrando no estado de Śakti através de uma contemplação livre
de toda diferenciação que uma pessoa se torna um com Śiva
(20). Assim como a luz de uma lâmpada ou os raios do Sol
iluminam o espaço, da mesma forma Śiva é conhecido por
meio de Śakti (21). Todos os caminhos e meios (upāya) para
alcançar Śiva se dão através de Śakti.
Na escola Trika há uma classificação dos caminhos para se
alcançar Śiva: o meio individual ou inferior (āṇava,
correspondente a anu e aparā); os meios de energia
(śāmbhava, correspondente a Śakti e parāparā), e o caminho
divino (śāmbhava, correspondente a Śiva e parā). Essas
distinções podem ser aplicadas aos diferentes métodos
descritos no Vijñāna Bhairava.
Nesta obra, o processo de iluminação passa
indubitavelmente pelo reconhecimento da própria natureza, que
em última instância é o reconhecimento da inseparabilidade da
consciência suprema, que é Śiva.
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VIJÑNA BHAIRAVA TANTRA
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4. Como ele é feito de NDA-BINDU? O que são a meia-lua e
aquela que obstrui? Como ele é aquela consonante sem vogal
que reside na roda [CAKRA]? Como ela pode ter a essência do
próprio poder [AKTISVARPA]?
nādabindumayaṁ vāpi kiṁ candrārdhanirodhikāḥ |
cakrārūḍhamanackaṁ vā kiṁ vā śaktisvarūpakam || 4 ||
BHAIRAVA respondeu:
bhairava uvāca |
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8. Esse assunto é extremamente secreto [GHA], ó Feliz
[BHADRA]. No entanto, eu o explicarei a você. Tudo o que se
diz ter uma forma composta [SKALA-RPA] de
BHAIRAVA ...
gūhanīyatamambhadre tathāpi kathayāmi te |
yatkiṁcitsakalaṁ rūpaṁ bhairavasya prakīrtitam || 8 ||
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13. Essas concepções não passam de enganos que atraem as
crianças e os homens cujo pensamento não despertou
[APRABUDDHAMATN]. Eles são como doces de uma mãe
[MT]. Sua descrição serve apenas para fazê-los progredir.
aprabuddhamatīnāṁ hi etā balavibhīṣikāḥ |
mātṛmodakavatsarvaṁ pravṛttyarthaṁ udāhṛtam || 13 ||
15. Sua realidade não pode ser sugerida e só pode ser atingida
pela experiência. Essa é a expressão da plenitude, a
BHAIRAV da consciência do Eu [BHAIRAVTMAN].
antaḥsvānubhavānandā vikalponmuktagocarā |
yāvasthā bharitākārā bhairavī bhairavātmanaḥ || 15 ||
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substância e atributo, assim o poder supremo [PARAKTI] é
o Eu supremo [PARTMAN].
śaktiśaktimatoryadvadabhedaḥ sarvadā sthitaḥ |
atastaddharmadharmitvātparā śaktiḥ parātmanaḥ || 18 ||
20. Se aquele que atinge a AKTI percebe que ele e ela não são
distintos, seu poder divinizado [AIV] assume a forma de
IVA e ela é então chamada de abertura.
śaktyavasthāpraviṣṭasya nirvibhāgena bhāvanā |
tadāsau śivarūpī syātśaivī mukhamihocyate || 20 ||
A DEV disse:
śrī devyuvāca |
23. ... por que meios podemos perceber o estado que tem a
forma de plenitude própria de BHAIRAVA, que escapa ao
tempo e ao espaço e que escapa a toda descrição? Em que
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sentido se diz que a suprema DEV é a abertura para ele?
Instrua-me, ó BHAIRAVA, para que meu conhecimento se
torne perfeito.
yāvasthā bharitākārā bhairavasyopalabhyate |
kairupāyairmukhaṁ tasya parā devi kathambhavet |
yathā samyagahaṁ vedmi tathā me brūhi bhairava || 23 ||
BHAIRAVA disse:
bhairava uvāca |
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tadante śāntanāmāsau śaktyā śāntaḥ prakāśate || 27 ||
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33. Vazio, parede, receptáculo supremo, qualquer que seja o
objeto sobre o qual você se concentre, a Benfeitora excelente
se esvaziará nela própria.
īdṛśena krameṇaiva yatra kutrāpi cintanā |
śūnye kuḍye pare pātre svayaṁ līnā varapradā || 33 ||
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anāhate pātrakarṇebhagnaśabde sariddrute |
śabdabrahmaṇi niṣṇātaḥ parambrahmādhigacchati || 38 ||
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44. Deve-se evocar ao mesmo tempo o vazio no topo e o vazio
na base. Como o poder é independente do corpo, o pensamento
se tornará vazio.
pṛṣṭaśūnyaṁ mūlaśūnyaṁ yugapadbhāvayecca yaḥ |
śarīranirapekṣiṇyā śaktyā śūnyamanā bhavet || 44 ||
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hṛdyākāśe nilīnākṣaḥ padmasampuṭamadhyagaḥ |
ananyacetāḥ subhage paraṁ saubhāgyamāpnuyāt || 49 ||
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svadehe jagato vāpi sūkṣmasūkṣmatarāṇi ca |
tattvāni yāni nilayaṁ dhyātvānte vyajyate parā || 54 ||
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60. Fixe o olhar em uma região sem árvores, montanhas, muros
ou outros objetos. Quando a mente se dissolve nesse vazio,
ocorre a eliminação dos pensamentos.
nirvṛkṣagiribhittyādideśe dṛṣṭiṁ vinikṣipet |
vilīne mānase bhāve vṛttikṣiṇaḥ prajāyate || 60 ||
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sarvaṁ jagatsvadehaṁ vā svānandabharitaṁ smaret |
yugapatsvāmṛtenaiva parānandamayo bhavet || 65 ||
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71. Ou então ao encontrar uma pessoa amada que não vê há
muito tempo, medite sobre essa felicidade que surge, e deixe-se
dissolver nela.
ānande mahati prāpte dṛṣṭe vā bāndhave cirāt |
ānandamudgataṁ dhyātvā tallayastanmanā bhavet || 71 ||
21
tejasā sūryadīpāderākāśe śabalīkṛte |
dṛṣṭirniveśyā tatraiva svātmarūpamprakāśate || 76 ||
22
sustentação; no pensamento que se desfaz, nesse mesmo
instante, os seus resíduos do passado se desfazem.
āsane śayane sthitvā nirādhāraṁ vibhāvayan|
svadehaṁ manasi kṣiṇe kṣaṇātkṣīṇāśayo bhavet || 82 ||
23
87. Da mesma forma, durante uma noite negra, no início da
quinzena escura, tendo evocado continuamente a forma
tenebrosa, se atingirá a forma de BHAIRAVA.
evameva durniśāyāṁ kṛṣṇapakṣāgame ciram |
taimirambhāvayanrūpambhairavaṁ rūpameṣyati || 87 ||
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suporte, então você contemplará a verdadeira essência da
AKTI.
vyomākāraṁ svamātmānaṁ dhyāyeddigbhiranāvṛtam |
nirāśrayā citiḥ śaktiḥ svarūpaṁ darśayettadā || 92 ||
25
yadā mamecchā notpannā jñānaṁ vā kastadāsmi vai |
tattvato ahaṁ tathābhūtastallīnastanmanā bhavet || 97 ||
26
bhramadvā dhyāyataḥ sarvampaśyataśca sukhodgamaḥ || 102 ||
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108. Tendo libertado o espírito de todo suporte, deve-se parar
de pensar de acordo com um pensamento dualista. Então, ó
mulher de olhos de gazela, o estado de BHAIRAVA surgirá
porque o eu se torna o Eu absoluto.
nirādhāraṁ manaḥ kṛtvā vikalpānna vikalpayet |
tadātmaparamātmatve bhairavo mṛgalocane || 108 ||
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113. Ó DEV, escute esse ensinamento secreto que vou lhe
contar. Basta que os olhos se fixem sem piscar para que se
produza a libertação [KAIVALYA].
sampradāyamimamdevi śṛṇu samyagvadāmyaham |
kaivalyaṁ jāyate sadyo netrayoḥ stabdhamātrayoḥ || 113 ||
116. Seja para onde seu pensamento vá, para dentro ou para
fora, ó Amada, lá se encontra o estado de IVA. Como ele é
onipresente, como seria possível escapar dele?
yatra yatra mano yāti bāhye vābhyantarepi vā |
tatra tatra śivāvāsthā vyāpakatvātkva yāsyati || 116 ||
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combate, ao sentir fome ou terror, no início ou no fim se revela
a forma da essência de BRAHMAN.
kṣutādyante bhaye śoke gahvare vā raṇāddrute |
kutūhalekṣudhādyante brahmasattāmayī daśā || 118 ||
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123. A pureza ensinada pelos que sabem pouco é uma
impureza para os que têm o conhecimento de AMBHU.
Liberte-se do pensamento discriminante e não reconheça nada
como puro ou impuro, e atingirá a felicidade.
kiṁcijjñairyā smṛtā śuddhiḥ sā śuddhiḥ śambhudarśane |
na śucirhyaśucistasmānnirvikalpaḥ sukhī bhavet || 123 ||
127. Aquilo que não pode ser conhecido, aquilo que não pode
ser captado, o vazio e aquilo que nunca será atingido – imagine
tudo isso como BHAIRAVA e, no final, a iluminação se
produzirá.
yadavedyaṁ yadagrāhyaṁ yacchūnyaṁ yadabhāvagam |
tatsarvambhairavambhāvyaṁ tadante bodhasambhavaḥ || 127 ||
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128. Tendo fixado o pensamento sobre o espaço externo que é
eterno, sem suporte, vazio, que penetra tudo e que é desprovido
de atividade, que ele se funda então no não-espaço.
nitye nirāśraye śūnye vyāpake kalanojjhite |
bāhyākāśe manaḥ kṛtvā nirākāśaṁ samāviśet || 128 ||
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133. Todo esse universo está privado de realidade, como um
espetáculo mágico. Qual é a realidade de um espetáculo como
esse? Ficando-se firmemente convencido, atinge-se a paz.
atattvamindrajālābhamidaṁ sarvamavasthitam |
kiṁ tattvamindrajālasya iti dārḍhyācchamaṁ vrajet || 133 ||
135. Para mim não existem mais amarras, para mim não existe
mais libertação. Eles são apenas espantalhos utilizados por uma
pessoa aterrorizada. Isso aparece como um reflexo no intelecto,
como a imagem do Sol nas águas.
na me bandho na mokṣo me bhītasyaitā vibhīṣikāḥ |
pratibimbamidambuddherjaleṣviva vivasvataḥ || 135 ||
136. Todas as coisas como o prazer, a dor, etc., vêm por meio
dos órgãos sensoriais. Desligando-se desses órgãos, toma-se
assento em si mesmo, permanecendo no seu próprio Eu.
indriyadvārakaṁ sarvaṁ sukhaduḥkhādisaṁgamam |
itīndriyāṇi saṁtyajya svasthaḥ svātmani vartate || 136 ||
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Bem-Amada, então fica a forma maravilhosa desse
BHAIRAVA.
mānasaṁ cetanā śaktirātmā ceti catuṣṭayam |
yadā priye parikṣīṇaṁ tadā tadbhairavaṁ vapuḥ || 138 ||
141. Ó DEV, ele não envelhece mais, ele não morre. Ele
adquire os poderes como o de adquirir um tamanho pequeno.
Cercado pelas YOGIN, ele preside todas as reuniões.
ajarāmaratāmeti soṇimādiguṇānvitaḥ |
yoginīnāmpriyo devi sarvamelāpakādhipaḥ || 141 ||
A DEV disse:
śrī devī uvāca |
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143. ... ó DEVA, quem recita e qual é a recitação? Quem
medita, ó grande mestre? Quem adora e quem se satisfaz?
evamuktavyavasthāyāṁ japyate ko japaśca kaḥ |
dhyāyate ko mahānātha pūjyate kaśca tṛpyati || 143 ||
BHAIRAVA respondeu:
śrī bhairava uvāca |
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dualista. Na verdade, essa adoração é a absorção, proveniente
do ardor místico [TAPAS].
pūjā nāma na puṣpādyairyā matiḥ kriyate dṛḍhā |
nirvikalpe mahāvyomni sā pūjā hyādarāl layaḥ || 147 ||
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152. Na verdade, no âmago do Eu estão a vontade livre, a
felicidade e a consciência. Mergulhando integralmente o seu
próprio eu nessa essência, faz-se aquilo que se chama de banho
ritual.
svatantrānandacinmātrasāraḥ svātmā hi sarvataḥ |
āveśanaṁ tatsvarūpe svātmanaḥ snānamīritam || 152 ||
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157. Ó DEV, eu acabo de lhe expor essa doutrina suprema da
imortalidade, mas que não deve ser revelada a quem seja
discípulo de outros, que seja malvado, ...
ityetatkathitaṁ devi paramāmṛtamuttamam |
etacca naiva kasyāpi prakāśyaṁ tu kadācana || 157 ||
158. ... cruel, ou não tenha devoção para com seu mestre. Pode
ser transmitida às inteligências intuitivas libertas da dúvida, aos
heróis, aos grandiosos, ...
paraśiṣye khale krūre abhakte gurupādayoḥ |
nirvikalpamatīnāṁ tu vīrāṇāmunnatātmanām || 158 ||
A DEV disse:
śrī devī uvāca |
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devadeva māhadeva paritṛptāsmi śaṅkara |
rudrayāmalatantrasya sāramadyāvadhāritam || 161 ||
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BIBLIOGRAFIA
A presente versão, feita por Roberto de A. Martins, utilizou
principalmente a tradução francesa de Lilian Silburn:
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Há um resumo desse TANTRA, em inglês, no “site” de Mike
Magee, que pode ser consultado nestes dois endereços da
Internet:
http://www.shivashakti.com/tantric
http://www.clas.ufl.edu/users/gthursby/tantra
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