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Unidade VI - Análise combinatória

Objetivo – Analisar, interpretar as contagens e as possíveis combinações através métodos


e técnica.

A análise combinatória é a parte da Matemática que estuda métodos e técnicas que


permitem resolver problemas relacionados com contagem. No início do século XVIII, o
estudo sobre jogos envolvendo dados e cartas fez com que as teorias de contagem
tivessem grande desenvolvimento.

O trabalho da análise combinatória possibilita a realização de contagens cada vez mais


precisas. O princípio fundamental da contagem (PFC), o fatorial e os tipos de
agrupamento são exemplos de conceitos estudados na análise combinatória, que, além de
propiciar maior precisão, auxilia no desenvolvimento de outras áreas da matemática,
como a probabilidade e o binômio de Newton.

Função de Análise Combinatória

A análise combinatória tem como função de analisar e contar todas as combinações


possíveis.

Para que serve a análise combinatória?


A analise combinatória está associada com o processo de contagem, ou seja, o estudo
dessa área da matemática possibilita-nos desenvolver ferramentas que nos auxiliam na
realização de contagens de maneira mais eficiente, e também é muito utilizada nos
estudos sobre probabilidade, ela faz análise das possibilidades e das combinações
possíveis entre um conjunto de elementos.

Vamos analisar um problema típico de contagem, veja:

 Exemplo 1

Considere três cidades A, B e C interligadas pelas rodovias R1, R2, R3, R4 e R5. Determine
de quantas maneiras podemos ir da cidade A para cidade C passando pela cidade B.

Professora: Maria Songo


Observe que precisamos sair da cidade A e ir para cidade B, e somente depois podemos
seguir viagem para cidade C, assim vamos analisar todas as possibilidades de realizarmos
o evento seguindo as rodovias.

1ª maneira: R1 → R3

2ª maneira: R1 → R4

3ª maneira: R1 → R5

4ª maneira: R2 → R3

5ª maneira: R2 → R4

6ª maneira: R2 → R5

Portanto, temos seis maneiras diferentes de ir da cidade A para cidade C passando pela
cidade B. No entanto, observe que o problema proposto é relativamente simples e que a
análise realizada foi pouco trabalhosa. Assim, a partir de agora, vamos estudar
ferramentas mais sofisticadas que possibilitam resolver problemas com menos trabalho.

Princípio fundamental da contagem (PFC)


Considere um evento E que possa ser realizado em n etapas independentes e consecutivas.
Agora, considere que o número de possibilidades de realizar-se a primeira etapa seja igual
a P1, imagine também que o número de possibilidades de realizar-se a segunda etapa seja
de P2, e assim sucessivamente, até que cheguemos à última etapa, que possui P n
possibilidades de ser realizada.

O princípio fundamental da contagem (PFC) é um a forma rápida de calcular quantidade


de combinações possíveis para determinadas decisões. resumidamente multiplica-se o
número de opções entre as escolhas que lhe são apresentadas, e afirma que o total de
possibilidades de realizar-se o evento E é dado por:

P1 ·P2 · … · Pn

Professora: Maria Songo


Dessa forma, o total é dado pelo produto das possibilidades de cada uma das etapas que
constituem o evento E. Observe que, para determinar-se o total de possibilidades de
realização do evento E, é necessário conhecer-se o total de possibilidades de cada uma
das etapas.

 Exemplo 2
 Vamos refazer o exemplo 1 utilizando-nos do princípio fundamental da contagem.
 Considere a imagem do exemplo 1.

Observe que o evento pode ser realizado em duas etapas, a primeira consiste em ir da
cidade A para cidade B, e a segunda, em ir da cidade B para cidade C. Para realizarmos
a primeira etapa, temos duas possibilidades (estradas R1 e R2), e, para realizarmos a
segunda etapa, temos três possibilidades (R3, R4 e R5).

1ª etapa → duas possibilidades

2ª etapa → três possibilidades

Pelo princípio fundamental da contagem, devemos multiplicar o total de possibilidades


de cada etapa.

PFC = 2 · 3 = 6

Portanto, para ir da cidade A para cidade C passando pela cidade B, temos o total de seis
possibilidades.

 Exemplo 3

De quantas maneiras podem ser distribuídas as três medalhas olímpicas numa prova de
mountain bike com cinco competidores?

Organizar a distribuição das medalhas é um evento que pode ser realizado em três etapas.
A primeira etapa consiste em analisar-se o total de possibilidades de quem ficará com a
medalha de ouro, ou seja, cinco possibilidades.

A segunda etapa consiste em analisar-se as possibilidades de quem ficará com a medalha


de prata, ou seja, quatro, uma vez que o primeiro colocado não entra nessa escolha. A
terceira etapa consiste em analisar-se o total de possibilidades de quem ficará com a
medalha de bronze, ou seja, três, uma vez que os dois primeiros já foram escolhidos.

Professora: Maria Songo


1ª etapa → cinco possibilidades

2ª etapa → quatro possibilidades

3ª etapa → três possibilidades

Então, pelo princípio fundamental da contagem, temos:

5 · 4 · 3 = 60 possibilidades

Antes de conhecermos melhor os procedimentos de cálculo, precisamos definir uma


ferramenta muito utilizada em problemas de contagem, que é o fatorial.

O fatorial de um número natural é definido como o produto deste número por todos os
seus antecessores. Utilizamos o símbolo de exclamação ( !), para indicar o fatorial de um
número.

Veja alguns exemplos de como se calcular o fatorial de alguns números.

a) 2! (lê-se: dois fatorial)

Para o cálculo, basta multiplicarmos o número que acompanha o fatorial por todos seus
antecessores até o número 1, assim:

2! = 2 ·1 = 2

b) 4! = 4 · 3 · 2 ·1 = 24

c) 5! = 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 120

Observe os fatoriais a seguir:

4! e 5!

Agora realize o desenvolvimento de ambos:

5! = 5 · 4 · 3 · 2 · 1

4! = 4 · 3 · 2 ·1

Observe que no desenvolvimento do 5! aparece o desenvolvimento do 4!. Portanto,


podemos escrever o 5! desta forma:

5! = 5 · 4 · 3 · 2 · 1

5! = 5 · 4!

Professora: Maria Songo


Define-se ainda que o fatorial de zero é igual a 1.

0!=1
1! = 1

e = multiplicação (*) , produto

ou = soma (+) ou ∪ adição ou aditivo

d) 7!=7.6.5.4.3.2.1=5040
e) 10! = 10.9.8.7.6.5.4.3.2.1 = 3 628 800

Note que o valor do fatorial cresce rapidamente, conforme cresce o número. Então,
frequentemente usamos simplificações para efetuar os cálculos de análise combinatória

Exemplo 4

Calcule o fatorial a seguir:

15! 15.14.13!
= = 15.14= 210
13! 13!

Veja que o 15! foi desenvolvido até o 13!. Observe também que, no numerador da fração,
os elementos estão sendo multiplicados, logo, podemos “cortar” o 13!, resultando
somente em 15 · 14.

Tipos de agrupamento
Alguns problemas de contagem são mais complexos e resolvidos com maior facilidade
mediante novas ferramentas. Essas ferramentas são chamadas de agrupamento, pois elas
agrupam elementos de diferentes maneiras, facilitando o processo de contagem. São esses
agrupamentos: arranjo simples, permutação, e combinação simples.

 Arranjo simples

Nos arranjos, os agrupamentos dos elementos dependem da ordem e da natureza dos


mesmos.

Para obter o arranjo simples de n elementos tomados, p a p (p ≤ n), utiliza-se a seguinte


expressão:

𝑛!
An,p =
(𝑛−𝑝)!

Professora: Maria Songo


Onde:

A: é arranjo

n: número de elementos

p: possibilidades, escolhas, colocados, comissões, etc.

 Exemplo 5

Calcule o valor de A4,2 + A5,2.

Para calcularmos o valor da expressão, vamos determinar cada um dos arranjos e, em


seguida, somar esses valores. Para determinarmos o valor de cada arranjo, devemos
substituir os valores na fórmula.

4! 4! 4∗3∗2!
A4,2 = = = = 4*3 =12 A4,2= 12
(4−2)! 2! 2!

Outra forma de resolver é:

A4,2 = 4*3 = 12

Veja que n = 4 e p = 2, ambos foram substituídos na fórmula. Agora, devemos calcular o


valor do arranjo de cinco elementos tomados dois a dois.

5! 5! 5∗4∗3!
A5,2 = = = = 5*4 = 20 A5,2= 20
(5−2)! 3! 3!

A5,2 = 5*4 = 20

Assim, temos que:

A4,2 + A5,2

12 + 20 = 32

Ou A4,2 = 4*3 = 12

A5,2 = 5*4= 20

A4,2 + A5,2 = 12+20 = 32

 Exemplo 6

Professora: Maria Songo


Como exemplo de arranjo, podemos pensar na votação para escolher um representante e
um vice-representante de uma turma, com 20 alunos. Sendo que o mais votado será o
representante e o segundo mais votado o vice-representante.

Dessa forma, de quantas maneiras distintas a escolha poderá ser feita?

20!
A20,2 =
(20−2)!

 Permutações Simples

As permutações são agrupamentos ordenados, onde o número de elementos (n) do


agrupamento é igual ao número de elementos disponíveis ( permutar é trocar de posição,
trocar a ordem).

Note que a permutação é um caso especial de arranjo, quando o número de elementos é


igual ao número de agrupamentos. Desta maneira, o denominador na fórmula do arranjo
é igual a 1 na permutação.

𝑛! 𝑛! 𝑛!
pn,n = pn,n = pn,n = pn = n!
(𝑛−𝑛)! 0! 1!

Para que não haja confusão entre os conceitos, vamos denotar a permutação simples de n
elementos por Pn. Portanto, temos que:
pn = n!
Ex1: De quantas maneiras diferentes 9 pessoas podem sentar-se em um banco com 9
lugares?

P9= 9! 9.8.7.6.5.4.3.2.1= 362880

Ex: anagrama com a palavra Italia tem 6 letras logo Pn = 6*5*4*3*2*1= 720

Pd (n) = n! também é chamada de permutação distinta número de elementos é diferente


com o elemento disponível.

Ex: De quantas maneiras diferentes 2 pessoas podem sentar-se em um banco com 4


lugares?

Permutação com elementos repetidos ou repetitiva ou repetição: é um tipo de


permutação em que existem elementos repetidos, ou seja, os elementos repetidos
permutam entre si.

Professora: Maria Songo


𝑛! 𝑛!
Pr (nm,s ) = ou pr = (nn1,n2,n3…..nn ) =
𝑚! 𝑠! 𝑛1! 𝑛2!𝑛3!…𝑛𝑛!

Onde

pr = nn1,n2,n3…..nn = quantidade de permutações com repetição;

n = número de elementos ou quantidade de elementos;

m, s, ou n1,n2,n3…nn = elementos repetidos

5! 5∗4∗3! 20
Ex: ARARA logo P53,2 = = = = 10
3! 2! 3! 2∗1! 2

 Exemplo 7

a) Calcule P7 e P3

b)Determine quantos anagramas podem haver na palavra Constante?

Permutação circular: é um tipo de permutação composta por um ou mais conjuntos em


ordem cíclica. Ocorre quando tem os grupo com n elementos distintos formando uma
circunferência).

PC (n) = (n-1)!

Ex: Seja um conjunto com 5 cientistas. De quantos modos diferentes estes cientistas
podem sentar-se junto a uma mesa circular n para realizar uma experiencia sem que haja
repetição de posições? A,B,C,D,E

P5 = (5-1)! … P5 = (4)! = 4*3*2*1= 24

 Exemplo 8

10 crianças desejam brincar de roda. De quantos modos distintos estas crianças podem
formar a roda sem que haja repetição?

 Combinações Simples

As combinações são subconjuntos em que a ordem dos elementos não é importante,


entretanto, são caracterizadas pela natureza dos mesmos. Assim, para calcular uma
combinação simples de n elementos tomados p a p (p ≤ n), utiliza-se a seguinte expressão:

Professora: Maria Songo


𝑛!
Cn,p =
𝑝!(𝑛−𝑝)!

𝑛!
(𝑛−𝑝)!
Aqui temos arranjo dentro da combinação

𝐴𝑛,𝑝!
Logo Cn,p =
𝑝!

 Exemplo 9

Calcule a combinação de 10 elementos tomados de quatro a quatro.

10! 10∗9∗8∗7∗6 5040 5040


C10,4 = C10,4 = = = = 210
4!(10−4)! 4!6! 4∗3∗2∗1! 24

C10,4 = 210

𝐴𝑛,𝑝! 10! 10∗9∗8∗6


Cn,p = C10,4 = C10,4 = = 5040 = 210
𝑝! 4! 4∗3∗2∗1 24

 Exemplo 10

Quantos quadriláteros distintos podemos formar com vértices nos pontos A, B, C, D, E e


F?

Portanto, podemos formar 15 quadriláteros distintos.

 Exemplo 11

3 membros para formar uma comissão organizadora de um evento, dentre as 10 pessoas


que se candidataram. De quantas maneiras distintas essa comissão poderá ser formada?

Exercícios resolvidos
Questão 1 – Determine a quantidade de anagramas da palavra castelo. Em seguida,
determine a quantidade de anagramas que começam com a letra c.

Professora: Maria Songo


Questão 2 – Em uma sala de aula, tem-se cinco homens e sete mulheres. Quantos grupos
de três homens e quatro mulheres podem ser formados?

Questão 3 – sobre uma mesa são colocada em linha, 6 moedas. O número total de modos
possíveis pelo qual podemos obter 2 caras e 4 coroas voltado para cima é:

a) 360 b) 30 c) 48 d)120 e)15

Professora: Maria Songo

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