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(AULA 2) O Poder Da Negociação
(AULA 2) O Poder Da Negociação
Execução
Burbridge e Burbridge (2012) dividem a etapa de execução em quatro momentos: abertura, exploração,
apresentação e encerramento.
Veremos cada uma delas a seguir.
Abertura – A abertura refere-se aos primeiros momentos da negociação, quando as partes envolvidas terão
seus primeiros contatos. Por isso, é essencial que se crie sentimentos de confiança, tornando as pessoas mais
receptivas, prontas para ouvir e que se ofereça informações relevantes ao desenvolvimento da negociação.
Exploração – O principal objetivo da exploração é coletar informações visando complementar a compreensão
da situação de forma que as etapas posteriores possam se desenvolver da maneira mais efetiva possível.
Na fase de exploração, procura-se entender os problemas e necessidades do outro negociador, seus objetivos e
benefícios esperados. A melhor maneira de se conhecer mais sobre o outro negociador é ouvi-lo e fazer o
máximo possível de perguntas, a fim de compreendê-lo. As perguntas podem ser abertas ou fechadas.
O negociador deve prestar atenção às respostas percebendo o tom de voz e a linguagem corporal. Muitas vezes
é possível notar as emoções do entrevistado no momento da resposta, tanto boas como ruins.
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🔁 Assimile
Perguntas fechadas são aquelas em que o entrevistador apresenta opções ao entrevistado, tais como: sim e
não; ótimo, bom, ruim e péssimo; escalas de 1 a 5 etc. Ou seja, o entrevistado não deve dissertar sobre a
pergunta.
A pergunta aberta é exatamente o contrário, o entrevistado pode contar seu ponto de vista ou necessidades
sobre a pergunta ou tema.
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Apresentação – Passada a fase de exploração, chegamos ao momento da apresentação, que é quando
mostramos ao outro a nossa proposta. Se a etapa de exploração foi bem executada, o negociador conhece não
apenas as necessidades e objetivos do outro negociado, como também como ele gostaria de receber essa
proposta.
A apresentação deve ser o mais impactante possível para que a negociação tenha sucesso. De acordo com
Burbridge e Burbridge (2012), para uma apresentação bem-feita precisamos considerar quatro fatores:
1. Linguagem
A maneira como falamos pode trazer bons resultados. Se possível, devemos falar no ritmo, tonalidade e forma
de falar da outra pessoa. Quando alguém fala de forma parecida à nossa, há uma sensação de similaridade,
produzindo uma primeira impressão positiva.
O linguajar e os termos utilizados também podem trazer benefícios no mesmo sentido, mas deve-se ter o
cuidado em usar palavras adequadas ao cotidiano do outro negociador. Metáforas, parábolas e analogias
também podem surtir um bom resultado para exemplificar pontos de vista.
2. Canais sensoriais
As informações são captadas pelos sentidos, e as pessoas podem ser classificadas em três categorias de acordo
com o modo com que percebem as informações apresentadas:
○ visual, percebe melhor pela visão;
○ auditivas, notam melhor o som e as palavras;
○ sinestésicas, respondem ao tato, às sensações e emoções.
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📝 Exemplificando
As formas como as pessoas se comunicam pode deflagrar a categoria de sentido que mais se adapta. O visual
dirá que uma boa ideia é brilhante, o auditivo que a boa ideia é “do barulho” e o sinestésico que é emocionante.
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3. Coerência/racionalidade
Pessoas que, durante uma apresentação, dizem uma coisa e, depois, dizem outra sobre o mesmo tema caem em
contradição e podem perder credibilidade. Por isso, é importante que o negociador pense em uma estrutura
consistente para a apresentação, com início, meio e fim bem delineados, contando uma história de forma
natural.
4. Soluções e benefícios
A apresentação deve levar em consideração as expectativas do outro negociador, de forma que traga soluções
para seus problemas. Nesse momento, o negociador já tem informações suficientes para apresentar uma
proposta de valor que entregue a solução de problema da forma mais abrangente possível.
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📝 Exemplificando
Em uma empresa, há profissionais de diversas disciplinas, e, ao apresentar a solução de um problema, devemos
pensar nessas características.
Ao vender uma empilhadeira, deve-se apresentar ao profissional de produção a velocidade da máquina,
capacidade de carga e elevação e robustez. No entanto, a mesma máquina deve ser apresentada ao profissional
de segurança do trabalho ressaltando o som e luz de ré da máquina, os sensores de aproximação, a visão ampla
que o operador tem quando está trabalhando, a ergonomia etc.
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5. Classificação
É o momento da resposta à proposta apresentada.
O outro negociador pode concordar ou aceitar a proposta, pode pedir mais esclarecimentos porque ainda tem
dúvidas, pode ter objeções, gerando impasses e pode ter entendido toda a proposta e já apresentar uma
contraproposta. É a etapa dos ajustes, de superar objeções e impasses e fazer concessões.
Encerramento – O encerramento é o momento do acordo. O bom acordo é aquele em que as partes saem
satisfeitas porque tiveram suas necessidades atendidas.
Esse tipo de acordo pode levar a relacionamentos duradouros, pois as partes se conhecem e se entendem. No
entanto, o mau acordo, em que uma das partes se frustrou com o resultado da negociação, não tende a gerar
novas negociações e acordos.
Wanderley (1998) ressalta os seguintes pontos sobre o encerramento:
● O negociador deve estar atento aos sinais emitidos pela outra parte. Esses sinais podem demonstrar
satisfação ou não bem como se o acordo será aceito.
● É necessário propor o fechamento do negócio. Por mais simples que sejam, alguns negócios não são
fechados, mesmo após o aceite das partes, porque o fechamento não é solicitado.
● No acordo final, devem constar todos os itens da negociação.
● A negociação não se encerra no acordo ou ação final e sim quando o acordo é implementado.
A Macna é dinâmica, ou seja, quando uma parte aumenta ou diminui as possibilidades de satisfação fora da
negociação, a Macna e o ponto de recuo variam durante o processo. Ao conseguir, antes da negociação,
identificar outra fonte para satisfazer sua necessidade, o negociador inicia o processo em uma posição mais alta
de poder.
Sendo a Macna uma referência, aquele que a tem mais forte pode exigir mais durante a negociação; em
contrapartida, quem tem Macna fraca estará mais fragilizado e disposto a fazer concessões. A percepção
incorreta da Macna pode levar o negociador a firmar um acordo que não lhe maximize o resultado ou a não
fechar um acordo que poderia aumentar seu estado de satisfação quando comparado ao que pode obter fora da
atual mesa de negociação.
Para Wanderley (1998) a preparação da negociação serve para o negociador fazer o dever de casa. Uma
preparação bem-feita é aquela que identifica os fatores necessários e suficientes para obter êxito e cria
condições prévias para que tais fatores possam ocorrer efetivamente ao longo do processo de negociação.
Ury (2000) descreve sobre a melhor alternativa para um acordo negociado (Mapan) em caso de uma “não
negociação”. O autor afirma que o negociador que fez direito sua “lição de casa”, ou seja, estudou o escopo da
negociação, os interesses, necessidades e desejos da outra parte terá mais condições de encontrar alternativas
para os impasses.
Controle
O controle deve ser feito de forma sistemática, tanto das condições do que foi acordado, o que ajuda a construir
os alicerces da credibilidade por meio do acompanhamento da implementação, quanto na avaliação dos
comportamentos dos negociadores, que quando feita de forma analítica consolida a melhoria contínua a cada
interação.
Nesta etapa, o acordo é concretizado. Ela merece uma atenção especial, porque nem sempre o que é combinado
é de fato cumprido.
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🔁 Assimile
Muitas empresas incluem em seus acordos, pedidos ou contratos um documento denominado SLA (Service
Level Agreement), em que constam os níveis de serviços combinados.
Por exemplo, uma empresa de seguros pode prometer estar no local em que seu veículo quebrou em até três
horas, levar algum alimento no local, fornecer um veículo enquanto o carro estiver no conserto, indenizar pelo
carro roubado em até 15 dias etc.
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A primeira função do controle e avaliação é verificar se o acordo está sendo cumprido, tomar as devidas
providências se houver desvios e traçar planos de ações para que tais desvios não mais aconteçam.
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➕ Pesquise mais
Ficou curioso sobre o tema? Acesse este link e leia um texto sobre as negociações nas organizações. Esse texto
aborda as relações de poder e acordos possíveis em busca do melhor para as partes envolvidas.