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Relações Interpessoais
Relações Interpessoais
Por exemplo:
Isso nos remete à perguntas essenciais : o que foi que houve com a dádiva
da fala? Em que momento deixamos de utilizar recursos, que nos são próprios, para
nos comportarmos de modo irracional? Quando foi que a conversa, velha e boa
conversa, saiu da pauta de nosso dia a dia deixando um espaço sem regras, dentro
da dinâmica social?
Ainda é preciso considerar o poder que as palavras exercem sobre nos. Quando
ouvimos um elogio, há um bem estar que nos invade e acaba por influenciar nossas
ações. Da mesma maneira, quando ouvimos uma ofensa, reagimos de acordo com
ela, e passamos a nos comportar também de acordo. Esse simples exemplo
evidencia a importância que as palavras têm no convívio social.
Talvez, a informalidade como se apresenta hoje, onde todos falam tudo para todos,
tenha alguma responsabilidade na questão da disseminação da violência na
sociedade, em todas as instâncias. Acho pertinente que se reflita sobre esta
questão.
Não se pode negar que a palavra exerce poder sobre nos. Bom lembrarmos que
além da palavra em si, a forma como ela é pronunciada, a tonalidade que se usa
para proferi-la traz reações também próprias, que se manifestam no
comportamento. Portanto, a gentileza, docilidade, aspereza, impaciência, enfim, a
forma como se fala algo a alguém, traz sempre resultados compatíveis à sua
natureza.
Acredito que a paz é alicerçada no entendimento dos Homens, e para tanto, há que
se aperfeiçoar a arte de dialogar.
Priscila de Loureiro Coelho
O homem, no entanto, é uma das únicas criaturas conscientes de seus instintos irracionais e
capaz de sobrepujá-los, podendo fazer escolhas dando preferência a outros aspectos da
consciência. Isso amplia exponencialmente a complexidade das relações humanas, uma vez
que somos dotados de uma imensurável diversidade emocional. As circunstâncias que
motivam a interação humana são variadas, porém, por unanimidade, é sempre estabelecida
uma relação de troca.
Isso, porém, apenas acontece em relações onde não há coerência, onde há desigualdade em
benefícios e malefícios. Há uma palavra que determina o sucesso de qualquer
relacionamento, um elemento sem o qual duas pessoas jamais poderiam conviver
adequadamente: cooperação.
Em uma relação cooperativa, ambos os lados saem satisfeitos. É o formato ideal e almejado
por todos, porém exige pessoas empáticas e maduras o suficiente para entender que nem
sempre será feita apenas sua própria vontade, que há de haver a busca pelo consenso.
Quando há negociações produtivas, as soluções acordadas são de soma ampliada, de modo
que as partes entendem que conseguiram um resultado melhor do que se o tivessem feito
sozinhos.
O curioso é que nesse tipo de relação, não há dois lados, mas apenas um lado vencedor, o
que ambos construíram e que, pois, os torna mais confiantes, motivados e comprometidos.
Uma relação exige cuidados e muitas vezes eles incluem a abdicação voluntária do Eu para a
melhor manutenção do Nós, que poderá ser o melhor a longo prazo. O benefício principal
dessa abordagem é que, uma vez visualizados seus efeitos, os indivíduos a percebem como
melhor opção e se sentem confiantes para continuar empregando-a, de modo a prolongar os
benefícios.
Essa fórmula serve para todo o tipo de relacionamentos, pois se no relacionamento comercial
há a troca de bens, nos amorosos e amistosos há a troca de afeto, que também precisa ser
bem direcionada. Caso contrário, a relação não será positiva para ambos, de modo que irá
de fato se tornar uma relação unilateral, porém onde o lado egoísta/possessivo se
beneficiará do passivo/submisso.
COMPETIR OU COOPERAR?
A interação entre dois seres é sempre delicada, porém a abordagem pode ser o ponto
determinante do tipo de relação que será estabelecida. Não é incomum nos dias de hoje
encontrar pessoas que tentam sobrepujar seu parceiro ao invés de trabalhar em conjunto.
Questões como quem ganha mais, quem possui melhor cargo, quem é mais sociável,
acredito eu, não são relevantes para pessoas que realmente almejam o sucesso do
relacionamento. Uma relação envolve duas pessoas que apenas unidas com colaboração
poderão alcançar objetivos comuns.