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MORFOSSINTAXE DA LÍNGUA INGLESA

Sumário

ANÁLISE MORFOSSINTÁTICA ................................................................................................... 4

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4
ALGUNS TÓPICOS EM MORFOLOGIA DA LÍNGUA INGLESA ........................................... 4
WORD FORMATION ............................................................................................. 7
INFLECTION .......................................................................................................... 16
ANÁLISE MORFOLÓGICA EM LÍNGUA INGLESA ................................................................ 19

SINTAXE DA LÍNGUA INGLESA ................................................................................................ 22

PHRASES ................................................................................................................. 23
CLAUSES ................................................................................................................ 27
SENTENCES ........................................................................................................... 28
RESUMO............................................................................................................................. 29

Neste tópico, você viu que: ....................................................................................... 29


NORMA CULTA, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E PRECONCEITO LINGUÍSTICO.............................. 31

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 31
INGLÊS PADRÃO E INGLÊS NÃO PADRÃO (STANDARD ENGLISH AND NON-
STANDARD ENGLISH) ......................................................................................................... 31
VARIAÇÃOLINGUÍSTICA: A HETEROGENEIDADE DA LÍNGUA
............................................................................................................................................ 35
VARIAÇÃO E PRECONCEITO LINGUÍSTICO NA LÍNGUA INGLESA .......................... 37
RESUMO............................................................................................................................. 41

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .................................................................................... 43

2
NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender


à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado
a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento,
aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da
sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de
conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e
comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e


eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa
forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos,
primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço
oferecido.

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ANÁLISE MORFOSSINTÁTICA

INTRODUÇÃO
Na Unidade 1 estudamos a análise linguística no nível fonológico, ou seja, analisamos os
sons da língua e os aspectos da oralidade a ela relacionados. Na Unidade 2 trataremos da língua
no âmbito de sua estrutura, de sua forma e das variações dessas formas. Neste tópico,
especificamente, estudaremos a análise linguística no nível morfológico e sintático.

A morfologia e a sintaxe são as áreas de estudo que se relacionam, por isso optamos por
abordá-las no mesmo tópico. A seguir, vejamos as contribuições de cada um desses campos do
conhecimento e como a análise nesse nível linguístico auxilia o usuário da língua a desenvolver
habilidades comunicativas e refletir sobre os usos e funções dos termos nas sentenças.

ALGUNS TÓPICOS EM MORFOLOGIA DA LÍNGUA INGLESA


Para se fazer uma análise linguística no nível morfológico, primeiramente é preciso
compreender o que é morfologia e qual seu objeto de análise. Vejamos uma definição para
morfologia encontrada no Dicionário Caldas Aulete:

QUADRO 9 – MORFOLOGIA (AULETE)

morfologia (mor.fo.lo. gi.


a) sf.
1. Estudo da forma, estrutura, aparência etc. da matéria.
2. Biol. Estudo das formas e estruturas dos seres vivos.
3. Gram. Parte da gramática que descreve os processos de formação e de flexão
das palavras [F.: morf(o)- + -logia. Ver tb. sintaxe.]
Morfologia derivacional
1 Ling. Parte da morfologia (3) que trata da formação de palavras por derivação.
Morfologia flexional
1 Ling. Parte da morfologia (3) que trata dos paradigmas de formação de flexões das
palavras.
Morfologia social
1 Soc. Estudo comparativo das estruturas e funcionamento de diferentes
sistemas sociais.
Morfologia vegetal
1 Bot. O estudo das formas e estruturas dos organismos vegetais.

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FONTE: Aulete Digital. Disponível em: <http://www.aulete.com.br/morfologia>. Acesso em: 30 jun.
2017.

Veja agora o verbete morphology no dicionário Merriam-Webster:

QUADRO 10 – MORPHOLOGY (MERRIAM-WEBSTER)

morphology

noun mor·phol·o·gy \mo-r-fä-lə-jē\

Definition of MORPHOLOGY
1 a : a branch of biology that deals with the form and structure of animals and plants
b : the form and structure of an organism or any of its parts * amphibian
morphology * external and internal eye morphology

2 a : a study and description of word formation (such as inflection, derivation,


and compounding) in language
b : the system of word-forming elements and processes in a language * According to
English morphology, the third person singular present tense of a verb is formed by
adding -s.

3 a : a study of structure or form


b : STRUCTURE, FORM
* the unique morphology of the city — H. J. Nelson

4 the external structure of rocks in relation to the development of erosional


forms or topographic features

FONTE: Merriam Webster. Disponível em: <https://www.merriam-webster.com/dictionary/ morphology>. Acesso em:


30 jun. 2017.

Em comum nas definições encontradas nos dois dicionários está o fato de que a
morfologia, em diversos campos do conhecimento, se refere ao estudo da forma e estrutura do
objeto de estudo. No caso da morfologia nos estudos linguísticos, trata-se, portanto, do
estudo da forma e da estrutura das palavras, ou seja, como as palavras são formadas e quais
as estruturas que as compõem. A morfologia estuda a palavra isoladamente, sem se atentar
para sua participação na frase.

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Quando você procura no dicionário uma palavra, por exemplo, o verbo walk, você
encontrará apenas essa forma do verbo, no infinitivo. Você não encontrará walks, walked,
walking, por exemplo. Em alguns dicionários você até encontra essas formas, mas dentro do
verbete walk. Em outros, elas não aparecerão, pois subentende-se que o usuário da língua já

conheça essas formas, visto que outras palavras seguem o mesmo padrão de flexões
ATEN
(inflections).CAO
Assim, temos o lexema (lexeme), que é a noção de palavra em um sentido abstrato,
e as palavras concretas, como usadas nas sentenças – walk, walks, walking, walked – do lexema
walk. Essas palavras concretas são chamadas word forms (BOOIJ, 2005).

No decorrer da unidade, termos como inflections, word forms, Standard English


podem ser utilizados ora em inglês, ora em português. No entanto, ao citarmos um termo
pela primeira vez, as duas formas serão apresentadas.

Booij (2005) descreve a relação entre as palavras, ou seja, as word forms walk, walks,
walking e walked seguem um padrão de flexões que pode ser observado em outras palavras
dessa categoria. Assim, esse padrão de flexões que as palavras seguem tem natureza
sistemática e relaciona as palavras em suas formas e significados. A subdisciplina da linguística
que estuda esses padrões, como denomina Booij (2005), é a morfologia. A morfologia também
lida com os constituintes internos das palavras, ou seja, as partes em que uma palavra pode ser
segmentada. Por exemplo: walked – walk (lexema) + -ed (partícula que indica que o verbo está no
passado).

Uma palavra pode ser segmentada em partículas menores, que chamamos de morfemas
(morphemes). Morfemas são as unidades mínimas linguísticas que contenham algum
significado semântico ou gramatical (BOOIJ, 2005). Por exemplo, consideremos a palavra
painter. Temos o lexema paint (que será representado por V, por ser um verbo) + o morfema -er
(um sufixo que indica “a pessoa que V”, ou seja, a pessoa que pratica a ação expressa pelo V –

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verbo – neste caso, paint, ou pintar).

Na seção a seguir trataremos dos processos de formação das palavras na língua inglesa
(word formation).

Veja esta apresentação no Prezi, de Sara Montoya e Catalina Franco, sobre


Morfologia. É um conteúdo sucinto, ilustrado e muito útil para você fazer anotações sobre
essa área de estudos. Acesse: <https://prezi.com/6lki9sdvfcxq/morphology/>.

WORD FORMATION
As palavras em inglês, assim como em português, são formadas por um lexema e por
partículas mínimas de significados, as quais chamamos de morfemas. Os processos de formação
das palavras podem ser por derivação (derivation) ou composição (compounding) (BOOIJ, 2005).
Nos processos de composição, as palavras são formadas pela junção de dois lexemas (por
exemplo: girlfriend – girl + friend), que pode resultar ou não em alterações na grafia da palavra. Já
nos processos de derivação, são acrescentados afixos às palavras (prefixos e/ou sufixos).

Derivation

Nos processos de derivação, acrescentam-se afixos no início da palavra (prefixes, ou


prefixos) ou no final (sufixes, ou sufixos). Conhecer os afixos auxilia o usuário da língua a
compreender com mais facilidade palavras que ele esteja ouvindo ou lendo pela primeira vez, ou
seja, melhora sua performance como leitor ou ouvinte. Uma vez que você conhece o significado
da raiz da palavra (root), você consegue compreender a palavra derivada conforme o uso de
afixos e seus significados e funções.

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Prefixes
Os prefixos são afixos acrescidos no início de alguma palavra e que
modificam ou complementam seu significado. Este processo normalmente não
altera a classe gramatical da palavra (como acontece em muitos casos com os
sufixos, conforme veremos adiante). Os prefixos podem expressar diversos
sentidos, conforme o quadro a seguir:

QUADRO 11 – PREFIXOS MAIS COMUNS DA LÍNGUA INGLESA

PREFIX MEANING EXAMPLES

anti- against/opposed to anti-government, anti-racist, anti-war

auto- self autobiography, automobile

de- reverse or change de-classify, decontaminate, demotivate

dis- reverse or remove disagree, displeasure, disqualify

down- reduce or lower downgrade, downhearted

extra- beyond extraordinary, extraterrestrial

hyper- extreme hyperactive, hypertension

il-, im-, in-, ir- not illegal, impossible, insecure, irregular

PREFIX MEANING EXAMPLES

inter- between interactive, international

mega- very big, important megabyte, mega-deal, megaton

mid- middle midday, midnight, mid-October

mis- incorrectly, badly misaligned, mislead, misspelt

non- not non-payment, non-smoking

over- too much overcook, overcharge, overrate

out- go beyond outdoor, out-perform, outrun

post- after post-election, post-war

pre- before prehistoric, pre-war

pro- in favour of pro-communist, pro-democracy

re- again reconsider, redo, rewrite

semi- half semicircle, semi-retired

sub- under, below submarine, sub-Saharan

super- above, beyond super-hero, supermodel

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tele- at a distance television, telepathic

trans- across transatlantic, transfer

ultra- extremely ultra-compact, ultrasound

un- remove, reverse, not undo, unpack, unhappy

under- less than, beneath undercook, underestimate

PREFIX MEANING EXAMPLES

up- make or move higher upgrade, uphill

FONTE: Disponível em: <http://dictionary.cambridge.org/pt/gramatica/gramatica-britanica/word-

formation/prefixes>. Acesso em: 14 jun. 2017.

De acordo com o Cambridge Dictionary, não há regras para o uso de hifens em


palavras com prefixos. Use um bom dicionário caso tenha dúvidas na escrita de alguma palavra!
FONTE: Disponível em: <http://dictionary.cambridge.org/pt/gramatica/gramatica-britanica/
word-formation/prefixes>. Acesso em: 14 jun. 2017.

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Quanto ao uso de prefixos, veja a tirinha a seguir:

FIGURA 12 – USO DE PREFIXOS

FONTE: Disponível em: <https://image.slidesharecdn.com/morphologypresentation-


122548067 1855909-8/95/morphology-presentation-3-728.jpg?cb=1225455811>. Acesso em:
13 jun. 2017.

Como você pôde perceber, nem sempre é tão simples utilizar os


prefixos, visto que, por exemplo, para indicar negação, temos mais de uma
possibilidade de prefixos. Quando você tiver dúvidas sobre qual prefixo utilizar
com alguma palavra, pesquise em um dicionário, para garantir que você não
está utilizando uma palavra que ainda não existe, ou seja, criando um
neologismo. Em alguns casos, outra solução é procurar uma palavra sinônima,
pois nem todas as palavras admitem afixos.

Suffixes

Os afixos acrescidos no final das palavras são chamados de sufixos e


formam novas palavras. Em inglês, os sufixos, geralmente, alteram a classe
gramatical da palavra original. Em muitos casos, há alterações na grafia das
palavras. Por exemplo, analisemos a palavra ability. Esta palavra é formada
pelo adjetivo able + o sufixo -ity. Na junção dos dois, a terminação -le altera
para -ity. Além disso, houve alteração na classe gramatical, que passou de um
adjetivo (able) para um substantivo (ability).

Vejamos alguns exemplos de sufixos na língua inglesa, organizados


conforme a classe gramatical que determinam. O Quadro 12 apresenta sufixos
que originam substantivos, ou noun sufixes:

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QUADRO 12 – SUFIXOS QUE ORIGINAM SUBSTANTIVOS (NOUN SUFFIXES)

SUFFIX EXAMPLES OF NOUNS

-age baggage, village, postage

-al arrival, burial, deferral

-ance/-ence reliance, defence, insistence

-dom boredom, freedom, kingdom

-ee employee, payee, trainee

-er/-or driver, writer, director

-hood brotherhood, childhood, neighbourhood

-ism capitalism, Marxism, socialism (philosophies)

-ist capitalist, Marxist, socialist (followers of

philosophies)

-ity/-ty brutality, equality, cruelty

SUFFIX EXAMPLES OF NOUNS

-ment amazement, disappointment, parliament

-ness happiness, kindness, usefulness

-ry entry, ministry, robbery

-ship friendship, membership, workmanship

-sion/-tion/- expression, population, complexion

xion

FONTE: Disponível em: <http://dictionary.cambridge.org/pt/gramatica/gramatica-britanica/word-

formation/suffixes>. Acesso em: 14 jun. 2017.

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No Quadro 13 podemos encontrar sufixos que originam adjetivos:

QUADRO 13 – SUFIXOS QUE ORIGINAM ADJETIVOS (ADJECTIVE SUFFIXES)

SUFFIX EXAMPLES OF ADJECTIVES

-able/-ible drinkable, portable, flexible

-al brutal, formal, postal

-en broken, golden, wooden

-ese Chinese, Japanese, Vietnamese

-ful forgetful, helpful, useful

-i Iraqi, Pakistani, Yemeni

-ic classic, Islamic, poetic

SUFFIX EXAMPLES OF ADJECTIVES

-ish British, childish, Spanish

-ive active, passive, productive

-ian Canadian, Malaysian, Peruvian

-less homeless, hopeless, useless

-ly daily, monthly, yearly

-ous cautious, famous, nervous

-y cloudy, rainy, windy

FONTE: Disponível em: <http://dictionary.cambridge.org/pt/gramatica/gramatica-


britanica/word-

formation/suffixes>. Acesso em: 14 jun. 2017.

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Os sufixos que originam verbos são apresentados no Quadro 14:

QUADRO 14 – SUFIXOS QUE ORIGINAM VERBOS

SUFFIX EXAMPLES OF VERBS

-ate complicate, dominate, irritate

-en harden, soften, shorten

-ify beautify, clarify, identify

-ise/-ize economise, realise, industrialize (-ise is most common in British

English; -ize is most common in American English).

FONTE: Disponível em: <http://dictionary.cambridge.org/pt/gramatica/gramatica-


britanica/word- formation/suffixes>. Acesso em: 14 jun. 2017.

Por fim, os sufixos que originam alguns advérbios são os seguintes:

QUADRO 15 – SUFIXOS QUE ORIGINAM ADVÉRBIOS

SUFFIX EXAMPLES OF ADVERBS

-ly calmly, easily, quickly

-ward(s) downwards, homeward(s), upwards

-wise anti-clockwise, clockwise, edgewise

FONTE: Disponível em: <http://dictionary.cambridge.org/pt/gramatica/gramatica-


britanica/word- formation/suffixes>. Acesso em: 14 jun. 2017.

Os sufixos, portanto, nos dão pistas da classe gramatical da palavra e


nos auxiliam, assim, a compreender com mais eficiência seu sentido.

Na seção a seguir trataremos de outro processo: a formação das


palavras compostas (compound words).

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Compound words
Compound words referem-se a combinações de dois ou mais lexemas.
Em várias línguas, esse processo de formação de palavras é utilizado por
causa de sua clareza de significado e versatilidade (BOOIJ, 2005). Essa
composição resulta em uma nova palavra, com um novo significado. Na língua
inglesa, algumas dessas palavras são grafadas ligadas, como toothbrush,
outras são separadas, como car park.

Podemos encontrar palavras compostas em várias classes gramaticais,


conforme apresenta o Cambridge Dictionary:

QUADRO 16 – COMPOUND WORDS

nouns: car park, soap opera pronouns: anyone, everything, nobody

adjectives: environmentally-friendly, fat-free numerals: twenty-seven, three-quarters

verbs: daydream, dry-clean prepositions: into, onto

adverbs: nevertheless, nowadays conjunctions: although, however

FONTE: Disponível em: <http://dictionary.cambridge.org/pt/gramatica/gramatica-


britanica/word- formation/compounds>. Acesso em: 15 jun. 2017.

Na seção a seguir estudaremos as flexões das palavras (inflections),


abrangendo, entre outras, as flexões de número dos substantivos e as flexões
verbais.

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INFLECTION
São as variações das palavras, ou as flexões delas de acordo com o
contexto gramatical (CARSTAIRS-MCCARTHY, 2002). Por exemplo, as flexões
de número (singular e plural, no caso dos substantivos – book/books) e as
flexões dos verbos (passado, terceira pessoa do singular, gerúndio –
love/loved/loves/loving). Carstairs- McCarthy (2002) postula, no entanto, que o
número de flexões possíveis no inglês não é demasiado grande, conforme
podemos observar no quadro a seguir:

QUADRO 17 – INFLECTION

Part of speech Number of inflections Examples

Nouns 2 Cat, cats

Verbs 5 Gives, gave, giving,

given, give

Adjectives 3 Green, greener, greenest

Adverbs 3 Soon, sooner, soonest

FONTE: Adaptado de Carstairs-McCarthy (2002, p. 42)

Part of speech =
classe gramatical.

De acordo com as informações obtidas pelo quadro, podemos inferir


que os substantivos (nouns) possuem apenas duas flexões quanto ao número
(como ocorre no português): singular (cat) e plural (cats). Alguns substantivos,
no entanto, apresentam plural irregular, como nos exemplos a seguir:

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• Child – children
• Man – men
• Person – people
• Foot – feet
• Tooth – teeth
• Mouse – mice

Já os verbos (verbs), quanto aos tempos verbais, possuem menos


flexões do que as possíveis no português. Carstairs-McCarthy (2002)
apresenta cinco: terceira pessoa do singular (gives), passado simples (gave),
gerúndio (giving), passado particípio (given) e infinitivo (give). Lembramos que
cada uma dessas formas participa na formação de outros tempos verbais,
como a forma give, que é usada no presente (I give), no futuro (I will give), no
infinitivo (to give) etc. Veja alguns exemplos de verbos com formas irregulares
no passado:

• Break – broke – broken


• Lie – lay – lain
• Lose – lost – lost
• Ride – rode – ridden
• Tell – told – told

O verbo to give também é irregular no passado. As formas no passado


de um verbo regular fariam a terminação com -ed, como é o caso do verbo to
love: love – loved – loved.

Os adjetivos, quanto ao grau, podem apresentar três formas: grau normal


(green), comparativo de superioridade (greener) e superlativo (greenest). Estas
flexões dos adjetivos em inglês somente serão possíveis quando o adjetivo
possuir uma sílaba, ou quando for dissílabo terminado em -le, -ow e -er. Nos
demais casos, o grau é indicado como nos exemplos a seguir:

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John is more intelligent than Richard. (comparativo de superioridade)

This is the most beautiful picture I've ever seen. (superlativo)

Por fim, os advérbios também possuem três formas: grau normal (soon),
comparativo de superioridade (sooner) e superlativo (soonest). Veja outros
casos em que o advérbio é flexionado:

QUADRO 18 – FLEXÃO DOS ADVÉRBIOS

Adverb Comparative Superlative

well better best

badly worse worst

far farther / further farthest / furthest

little less least

much more most

FONTE: Disponível em:


<http://www.solinguainglesa.com.br/conteudo/adverbio12.php>. Acesso em: 30 jun. 2017

O grau de grande parte dos advérbios pode ser indicado utilizando as


expressões more than e the most , como exemplificamos com os
adjetivos.

Agora que estudamos as partes que compõem uma palavra, vamos


conferir, na próxima seção, como fazer uma análise morfológica em língua
inglesa.

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ANÁLISE MORFOLÓGICA EM LÍNGUA INGLESA

Como estudamos na seção anterior, a morfologia é o estudo da


formação das palavras – como as palavras são formadas a partir de pedaços
menores, os morfemas. Para fazer uma análise morfológica, precisamos
responder a perguntas como: quais morfemas formam essa palavra? O que
eles significam? Como são combinados? É possível encontrar padrões nessas
combinações?

Assim, fazer uma análise morfológica em linguística significa analisar a


estrutura das palavras, considerando os processos de formação das palavras
e/ ou a classe gramatical a que pertencem. Na análise morfológica,
diferentemente da análise sintática, que veremos na seção a seguir, a palavra
é considerada isoladamente, sem considerar sua função na sentença.

Veja este roteiro para se fazer uma árvore morfológica, uma maneira de
se representar a análise morfológica de uma palavra:

FIGURA 13 – MORPHOLOGY TREE - REPRIVATISE

1 2 3

Re privat ( e ) ise

Private
Break word down
(Root)
into morphemes
Identify the root

and label it

19
V
V

Re V
Privat ( e ) ise

Privat ( e ) ise
Root s

Base
P Root s
Join the suffix to the
Join the prefix to
root to form the base
the base

FONTE: Disponível em: <http://all-about-linguistics.group.shef.ac.uk/wp-content/


uploads/2016/03/outline.png>. Acesso em: 15 jun. 2017.

Seguindo este roteiro, inicialmente precisamos segmentar a palavra em


morfemas. A palavra utilizada no exemplo foi reprivatise, portanto, teríamos re/
privat(e)/ise. O próximo passo é identificar a raiz (root), que neste caso é
privat(e). Em seguida, é preciso juntar o sufixo à raiz para formar a base (veja
na figura: o “s” abaixo de “ise” significa suffixe; o “V” acima da árvore indica que
esta base formou um verbo). Por fim, junta-se o prefixo à base, e temos a
palavra analisada por completo. Assim, as informações que representamos
foram:

Reprivatise - Verb Re – preffixe (P) Privat(e) – root (R) Ise – suffixe (S)

Cada um desses morfemas nos auxilia a compreender o significado da


palavra e sua classe gramatical. Privat(e), a raiz da palavra, é um substantivo
(noun), que significa privado. No entanto, ao utilizarmos o sufixo -ise a
transformamos em um verbo, privatise, que em português significa privatizar.
Além do sufixo, foi acrescentado também um prefixo: re-, que indica repetição,
portanto, a palavra passa a significar privatizar novamente, ou reprivatizar.

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A letra (e), na raiz da palavra analisada foi representada entre parênteses, pois
com o acréscimo do sufixo ela foi suprimida.

Vamos analisar mais um exemplo? A palavra a ser analisada


agora é denationalisation.

Nesta palavra, temos uma raiz, três sufixos e um prefixo. Portanto,


temos vários morfemas a analisar para compreender o processo de formação
desta palavra. Lembremos que os sufixos geralmente alteram a classe
gramatical da palavra (verbo, substantivo, adjetivo etc.) e os prefixos alteram o
significado. Vejamos detalhadamente como ocorreu esse processo:

1) Raiz da palavra: nation (substantivo).


2) Acréscimo do sufixo -al: national (adjetivo).
3) Acréscimo do sufixo -is(e): nationalise (verbo).
4) Acréscimo do prefixo de-: denationalise (verbo). Alteração no
significado da palavra, este prefixo tem o significado de “reverter” ou
“mudar”. Portanto, denationalise significa desnacionalizar, ou seja,
reverter a ação de nacionalizar.
5) Acréscimo do sufixo -ation: denationalisation (substantivo).

Esta é uma palavra com muitos afixos e não tão comum de se ouvir na
língua inglesa, não é mesmo? No entanto, escolhemos essa palavra
justamente para ilustrar que, ao conhecer os processos de formação das
palavras e as funções e significados dos afixos, aprimoramos nossa capacidade
de compreender palavras que nunca havíamos ouvido ou lido antes. Desta
forma, desenvolvemos nossa performance no uso da língua.

Algumas palavras são formadas por afixos e também por morfemas


flexionais (morfemas que indicam a flexão de verbos, por exemplo). Nestes

21
casos, existe uma hierarquia para a formação de palavras. Os afixos
derivacionais atacam antes dos morfemas flexionais, portanto, na análise, os
afixos devem ser identificados antes. Vejamos, como exemplo, o verbo
misunderstands. Nesta palavra, temos a raiz understand, que significa
compreender, entender. A ela foi acrescido inicialmente o prefixo mis-, que
significa incorretamente, de maneira errada. Assim, formou-se o verbo
misunderstand, que significa compreender de maneira equivocada, ou não
compreender. Somente depois de se ter formado esse verbo é que ele pôde ser
conjugado, no caso do nosso exemplo, acrescentando o morfema flexional -s,
que indica que o verbo está na terceira pessoa do singular do presente,
misunderstands.

A invenção de novas palavras acontece muitas vezes para


preenchimento lexical, ou seja, às vezes não existe palavra para a ideia que o
usuário da língua quer expressar, ou não corresponde tão precisamente a ela.
Assim, ele combina palavras, acrescenta morfemas para se expressar com
mais precisão. Algumas dessas palavras, com o tempo, passam a ser tão
utilizadas que podem até ser incluídas nos dicionários. Outras, no entanto, têm
o papel apenas de cumprir alguma lacuna na comunicação em determinado
momento, não sendo o seu uso disseminado entre a comunidade de falantes.

Nesta seção estudamos a morfologia, considerando as palavras


isoladamente. Agora, vamos analisar, a partir da sintaxe, o papel que as
palavras desempenham em uma frase e como se relacionam.

SINTAXE DA LÍNGUA INGLESA

Huddleston (1984) diferencia morfologia e sintaxe da seguinte maneira:


morfologia estuda a forma das palavras, enquanto a sintaxe estuda a maneira
como as palavras se combinam para formar sentenças. Na seção anterior
tratamos da morfologia, estudando a estrutura e a forma das palavras, os
processos de formação que as originam, além de estudarmos a análise
morfológica. Na seção que iniciamos aqui trataremos da sintaxe, ou seja, de

22
acordo com a definição de Huddleston (1984) apresentada anteriormente,
estudaremos a relação que as palavras estabelecem entre si e as funções dos
termos na sentença.

Morfologia e sintaxe são áreas de conhecimento linguístico que têm uma


estreita relação e podem servir de base para uma análise única, que chamamos
de análise morfossintática. Vejamos um exemplo apresentado por Huddleston
(1984). O fato de que teeth é a forma plural de tooth é de interesse da
morfologia. Já para a sintaxe, se tooth vier acompanhado do pronome this,
deve haver concordância de número, ou seja, ou ambos devem estar no
singular (this tooth) ou ambos no plural (these teeth).

Burton-Roberts (2011) postula que para compreender sintaxe é


fundamental compreender o termo estrutura. De acordo com o autor, estrutura
é um conceito muito amplo e que pode ser aplicado a vários itens complexos,
como uma bicicleta, uma empresa, ou uma molécula de carbono. Aqui
compreende- se complexo, de acordo com Burton-Roberts (2011), como algo
que pode ser dividido em partes, denominadas constituintes. Essas partes
possuem diversos tipos ou categorias. Os constituintes dessas partes são
organizados de maneiras específicas e cada constituinte tem uma função na
estrutura como um todo.

Algo que apresente essas características pode ser descrito como algo que
tenha estrutura. Nesse caso, cada constituinte também é complexo e também
pode ser dividido em partes menores, o que significa ainda que a estrutura
obedece a uma hierarquia. Ainda é necessário analisar as funções dos
constituintes na sentença.

Mas o que é uma sentença? Em inglês existem os termos phrase,


sentence e clause. Antes de continuarmos a discutir a estrutura das sentenças,
vamos esclarecer esses termos nas seções a seguir.

PHRASES
Phrases são um pequeno grupo de palavras que formam uma unidade
significativa em uma oração (OXFORD DICTIONARY, 2017a). Poderíamos
chamá-las, em português, de locuções. Há várias categorias de phrases, que
são descritas por Carter et al. (2011):

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Noun phrases: são formadas em torno de um substantivo (noun) ou
pronome (pronoun), que se constituem em núcleos (head). Podem exercer a
função de sujeito ou objeto. Alguns termos podem ser ligados a eles para dar
uma descrição mais detalhada (determiners), como artigos, pronomes
demonstrativos ou possessivos etc.

Exemplo: The telephone is


ringing. Noun phrase: The
telephone Determiner: The
(article)

Head: telephone (noun)

Verb phrases: são formadas por um verbo, ou um verbo principal mais


verbos auxiliares ou modais. O verbo principal sempre é o último a aparecer.
As verb phrases, por conterem verbos, exercem a função de predicado
(predicate).

Veja, no quadro a seguir, a ordem em que os verbos devem aparecer:

QUADRO 19 – VERB PHRASES

1 2 3 4 5

SUBJECT MODAL PERFECT CONTINUOUS BE PASSIVE BE MAIN VERB


VERB HAVE

must be
must be must be
followed must be followed
followed followed by -
by base by - ing form
by -ed form ed form
form

Prices rose.

1 2 3 4 5

SUBJECT MODAL PERFECT CONTINUOUS BE PASSIVE BE MAIN VERB


VERB HAVE

24
must be
must be must be
followed must be followed
followed followed by -
by base by - ing form
by -ed form ed form
form

She will understand.

The builders had arrived.

The show is starting.

Four people were arrested.

Seats cannot be reserved.

The printer should be working.

He must Have forgotten.

Have
Temperatures been rising.

William has been promoted.

You could have been killed!

FONTE: Disponível em: <http://dictionary.cambridge.org/grammar/british-grammar/about-verbs/


verb-phrases>. Acesso em: 2 jul. 2017.

Adjective phrases: são phrases em que obrigatoriamente o adjetivo


(adjective) será o núcleo (head). Podem ou não ser acompanhados de palavras
que o modificam. Veja o exemplo:

That’s a lovely cake.

Adjective phrase: lovely (head)

That soup is pretty cold.


Adjective phrase: pretty cold.
Pretty: modifier

Cold: head

Adverb phrases: o núcleo das adverb phrases é um advérbio (adverb),


que pode estar sozinho ou acompanhado por um modifier. Veja os exemplos a
seguir:

25
We usually have dinner
together. Adverb phrase:
usually

Time goes very


quickly. Adverb
phrase: very quickly

Head: quickly Modifier: very

Prepositional phrases: de acordo com Cartel et al. (2011), são phrases


compostas por uma preposição (preposition) mais um complemento. Assim, as
prepositional phrases podem ser compostas da seguinte maneira, de acordo
com o autor:

Preposition + noun phrase: Mary and Samantha first


met at a party.

at: preposition

noun phrase: a party

Preposition + pronoun: Would you like to come with


me?

with: preposition

me: pronoun

Preposition + adverb: From here you can almost see


the sea.

From: preposition

here: adverb

26
Preposition + adverb phrase: Until quite recently, no one
knew about his paintings.

Until: preposition

Quite recently: adverb phrase

Preposition + -ing clause: It´s a machine for making ice-


cream.

for: preposition

making ice-cream: -ing clause

Preposition + wh-clause: They were surprised at what we


said.

at: preposition

what we said: wh-clause

CLAUSES

Clause é a unidade básica da gramática. Geralmente, a


clause possui um subject (noun phrase) e uma verb phrase, que pode
ou não ser seguida por complementos. Podemos dizer que a clause é o
equivalente à oração, em português.

Exemplo: I missed the bus yesterday. (clause)

Subject: I

Verb phrase: missed the buss

27
Complement: yesterday

SENTENCES
Uma sentença não é apenas uma sequência de palavras soltas. Ela é
constituída por palavras, mas que são ordenadas de uma determinada maneira
e que desempenham funções específicas. Sentence, de acordo com o Oxford
Dictionary (2017b), é um grupo de palavras que tem sentido completo, contém
um verbo principal e começam com letra maiúscula. É uma unidade gramatical,
que pode ser de três tipos: simple, compound ou complex. Vejamos a descrição
e exemplos de cada uma delas de acordo com Carter et al. (2011):

Simple: sentences que têm apenas uma main clause (oração principal).
Exemplo: They are going to the party this Saturday.

Compound: são sentences compostas por duas ou mais clauses e são


unidas por uma conjunção coordenativa.

Exemplo: I invited them for the party, but they didn’t come.

Clause 1: I invited them for


the party onjunção
coordenativa: but Clause 2:
they didn’t come.

Complex: são sentences que têm uma main clause e também uma ou
mais subordinate clause (oração subordinada). As subordinate clauses iniciam
com uma conjunção subordinativa.

Exemplo: You can call me if you have any problems.

Main clause: You can call me

28
Subordinate clause: if you have any problems.

Agora que discutimos os termos phrase, clause e sentence,


estudaremos o que são os constituents (constituintes) nas sentenças em
inglês.

RESUMO
Neste tópico, você viu que:

A morfologia, em diversos campos do conhecimento, se refere ao estudo


da forma e estrutura do objeto de estudo. No caso da morfologia nos estudos
linguísticos, trata-se, portanto, do estudo da forma e da estrutura das palavras,
ou seja, como as palavras são formadas e quais as estruturas que as
compõem.

Uma palavra pode ser segmentada em partículas menores, que


chamamos de morfemas (morphemes). Morfemas são as unidades mínimas
linguísticas que contenham algum significado semântico ou gramatical (BOOIJ,
2005).

Os prefixos são afixos acrescidos no início de alguma palavra e que


modificam ou complementam seu significado.

Os sufixos são afixos acrescidos no final das palavras, formando novas


palavras. Em inglês, os sufixos, geralmente, alteram a classe gramatical da
palavra original. Em muitos casos, há alterações na grafia das palavras.

Inflections são as variações das palavras, ou as flexões delas de acordo


com o contexto gramatical (CARSTAIRS-MCCARTHY, 2002).

Compounds referem-se a combinações de dois ou mais lexemas. Em


várias línguas, esse processo de formação de palavras é utilizado por sua
clareza de significado e versatilidade (BOOIJ, 2005). Essa composição resulta
em uma nova palavra, com um novo significado.

29
Fazer uma análise morfológica em linguística significa analisar a
estrutura das palavras, considerando os processos de formação das palavras
e/ou a classe gramatical a que pertencem. Na análise morfológica,
diferentemente da análise sintática, a palavra é considerada isoladamente, sem
considerar sua função na sentença.

Huddleston (1984) diferencia morfologia e sintaxe da seguinte maneira:


morfologia estuda a forma das palavras, enquanto a sintaxe estuda a maneira
como as palavras se combinam para formar sentenças.

Morfologia e sintaxe são áreas de conhecimento linguístico que têm uma


estreita relação e podem servir de base para uma análise única, que chamamos
de análise morfossintática.

Phrases são um pequeno grupo de palavras que formam uma unidade


significativa em uma clause (OXFORD DICTIONARY, 2017a).

Há vários tipos de phrases em língua inglesa: noun phrase, verb phrase,


adjective phrase, adverb phrase, prepositional phrase.

Clause é a unidade básica da gramática. Geralmente, a clause possui


um subject (noun phrase) e uma verb phrase, que pode ou não ser seguida por
complementos. Podemos dizer que a clause é o equivalente à oração, em
português.

Sentence, de acordo com o Oxford Dictionary (2017b), é um grupo de


palavras que tem sentido completo, contém um verbo principal e começa com
letra maiúscula. Sentence é uma unidade gramatical, que pode ser de três
tipos: simple, compound e complex.

Constituent structure: para analisar a sentença, existem partes que a


compõem que são maiores que a palavra e menores que a sentença num todo.
Isso quer dizer que não partimos da sentença diretamente para a palavra,
mas há unidades intermediárias em que a sentença pode ser segmentada.
Essas unidades são as constituent structures.

30
NORMA CULTA, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E PRECONCEITO LINGUÍSTICO

INTRODUÇÃO

No tópico anterior estudamos a estrutura da língua, conforme as normas gramaticais


(morfológicas e sintáticas) determinam. No entanto, nos usos efetivos da língua em situações
reais de interação, nem sempre esses padrões são seguidos. Existem diferentes formas de se
utilizar uma mesma língua, que variam de acordo com o contexto em que os interlocutores se
encontram e também de acordo com a identidade social e cultural dos falantes. A essas
diferentes formas que uma língua pode assumir chamamos variedades linguísticas.

A linguagem culta e a linguagem coloquial são expressões de uma mesma língua que
servem a necessidades e situações próprias de comunicação. Compreender essas diferenças
e as situações em que cada uma é requerida é o que pretendemos neste tópico. Ademais,
vamos refletir também sobre o preconceito linguístico a que são sujeitos os falantes de
algumas variedades da língua.

INGLÊS PADRÃO E INGLÊS NÃO PADRÃO (STANDARD ENGLISH AND NON-


STANDARD ENGLISH)
Imagine que você está na sua casa, preparando uma refeição e sentiu falta de um
ingrediente. Você precisa deste item, portanto, vai ao supermercado mais próximo para
adquiri-lo. Agora, imagine outra situação: você recebeu um convite para assistir à premiação
do Oscar ao vivo no local do evento. Como você se vestiria para cada um destes eventos?
Provavelmente, de maneira bem diferente em cada um deles, não é mesmo? Isso porque
escolhemos a maneira de nos vestir de acordo com o ambiente em que estaremos, com as
pessoas que encontraremos neste lugar e com o grau de formalidade que a situação
compreenda.

31
Esta adequação e transição de estilo também perpassa o uso da linguagem. Modulamos
a maneira de nos comunicarmos levando em consideração determinados fatores, com maior
ou menor monitoramento da língua.

As línguas são dinâmicas, moldadas conforme a situação em que necessitamos utilizá-


las, conforme nossos interlocutores e ainda conforme quem somos e de onde viemos. Assim
como na língua portuguesa, na língua inglesa também existem diferenças entre a língua
padrão (Standard English) e a língua não padrão (Non-Standard English). O contexto de
interação e fatores sociais, como nível de escolarização e classe social, são fatores que
determinam o uso de uma variedade ou outra. Apesar de denominarmos cada uma de “língua”,
ambas são variedades de uma mesma língua: o inglês.

A língua padrão segue os preceitos da gramática normativa, é uma língua “modelo”.


Trata-se de uma língua utilizada em certo momento da história e em determinada sociedade,
tida como a língua que deve servir de referência para os usuários. Tendo em vista a
dinamicidade da língua, algumas formas de se utilizar a linguagem que não eram aceitas
podem passar a sê-las, e outras caem em desuso (SANTOMAURO, 2009).

Oliveira (2003, s. p.) atenta para uma necessária distinção entre língua padrão e língua
culta:

A língua padrão, que na sociolinguística anglófona se


denomina standard language, é a variedade culta formal do idioma. Há
quem tome o termo norma culta, indevidamente, como sinônimo de língua
padrão. Ocorre que a língua culta, isto é, a das pessoas com nível elevado
de instrução, pode ser formal ou informal. A língua padrão é a culta, sim,
mas limitada à sua vertente formal. É, pois, necessário distinguir os dois
conceitos.

Língua culta é um termo mais amplo que língua padrão, uma vez
que abrange não só o padrão, que é suprarregional, mas também as
variedades cultas informais de cada região. Entendam-se como cultos
os dialetos sociais das pessoas acima de determinado grau de
escolaridade. Desse modo o termo adquire objetividade e nos
desvencilhamos do ranço de preconceito de que está impregnado.

32
A língua culta informal, portanto, não é padrão. A variedade
padrão da língua “lidera” um conjunto de códigos que se influenciam
mutuamente, a saber: (a) as variedades orais cultas informais das diversas
áreas geográficas; (b) a língua escrita culta informal; (c) as variedades
literárias do idioma, que se baseiam no padrão, mas, no caso do Brasil, nem
sempre correspondem fielmente a ele.

A linguagem culta formal é utilizada nas situações formais de comunicação,


especialmente na modalidade escrita. No entanto, também é requerida em situações da
oralidade, como discursos, apresentações acadêmicas, entrevistas de emprego etc. Ao utilizar
esta variedade, o falante segue as normas gramaticais da língua (a língua padrão) e utiliza um
léxico característico desta modalidade. Os documentos oficiais e institucionais são redigidos
utilizando-se essa variedade.

É a linguagem utilizada por grupos de prestígio da sociedade, como governantes,


comunidade acadêmica e científica em produções orais ou escritas inerentes a suas funções.
O Standard English é a variedade da língua ensinada nas escolas de países em que se fala
inglês e também a variedade ensinada aos estudantes de inglês como língua estrangeira.

Assista a esse vídeo, com o professor David Crystal, sobre Standard


English e

Non-Standard English.

Acesse: <https://www.youtube.com/watch?v=hGg-2MQVReQ>.
De acordo com Carter et al. (2011), existem várias formas do Standard English no mundo,
como inglês norte-americano, inglês australiano, inglês britânico etc. Cada uma dessas
diferentes formas de inglês representa a linguagem culta utilizada oficial e institucionalmente
em determinado país. Variam em alguns aspectos na pronúncia, mas não há muita variação
nos aspectos gramaticais.

A linguagem culta informal, ou coloquial, é espontânea, utilizada por muitos falantes,


especialmente nas comunicações orais. É a linguagem do dia a dia, que utilizamos para

33
conversas informais em nosso cotidiano, seja na modalidade oral, ou ainda na escrita,
em mensagens de celular, por exemplo, ou outras formas de comunicação em que a norma
culta não seja requerida. Tanto a linguagem culta formal quanto a informal são formas
legítimas de comunicação, uma vez que ambas são reconhecidas pelos usuários e
possibilitam a interação dos interlocutores.

Os falantes, em geral, podem transitar entre a linguagem formal e a informal de acordo


com o que é esperado em determinados contextos. No entanto, alguns falantes, por diversos
motivos, entre eles, nível de escolaridade, classe social, ou outros, não têm acesso à língua
culta formal. Além disso, não existem somente duas variedades da língua, a formal e a
informal. Cada uma delas pode apresentar diversas outras variações, conforme veremos na
seção a seguir.

Apesar de o foco das aulas de língua inglesa nas escolas normalmente ser a
linguagem padrão, você também pode explorar a linguagem culta informal com seus alunos.
Afinal, a linguagem coloquial é largamente utilizada nas interações de diversas naturezas, por
exemplo, em filmes, em vídeos do YouTube, em chats, blogs, músicas, determinadas revistas
etc., além de contribuir para a fluência no idioma. Leia este artigo da Revista Nova Escola,
escrito por Caroline Ferreira. Nele é descrita uma atividade realizada com alunos dos anos
finais do Ensino Fundamental sobre coloquialismos em inglês. Confira!

Acesse: <https://novaescola.org.br/conteudo/2149/expressoes-coloquiais-em-ingles>.

34
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: A HETEROGENEIDADE DA LÍNGUA

Como vimos na seção anterior, a língua apresenta variações que podem ser
determinadas por diversos fatores. A língua está relacionada com a identidade dos povos,
portanto, as variações da língua também representam traços identitários de comunidades de
fala, que são observados em grupos que partilham uma mesma cultura, seja um grupo social,
um grupo regional ou diversas outras segmentações possíveis.

A Sociolinguística é uma área de estudos da Linguística que se ocupa da língua em


uso, em situações reais de fala e que considera o contexto social de produção. Variação
linguística, bilinguismo, políticas linguísticas são algumas das questões de estudo da
Sociolinguística. É a partir desta área de conhecimento que estudamos as variedades
linguísticas.

Bagno (2007, p. 36) assim descreve a concepção de língua na Sociolinguística:

Ao contrário da norma-padrão, que é tradicionalmente como um produto


homogêneo, [...] a língua, na concepção dos sociolinguistas, é intrinsecamente
heterogênea, múltipla, variável, instável e está sempre em desconstrução e em
reconstrução. Ao contrário de um produto pronto e acabado, de um monumento
histórico feito de pedra e cimento, a língua é um processo, um fazer-se permanente e
nunca concluído. A língua é uma atividade social, um trabalho coletivo, empreendido
por todos os seus falantes, cada vez que eles se põem a interagir por meio da fala ou
da escrita (grifos do autor).

As línguas são dinâmicas, evoluem, modificam-se, todas elas, no mundo todo. Essas
mudanças são impulsionadas por diversos fatores: sociais, regionais, históricos, culturais, e
podem afetar diferentes níveis linguísticos: fonológicos, semânticos, sintáticos ou outros. Veja
o caso do /r/ em posição de coda, descrito por Alves e Battisti (2014, p. 294-295):

[...] a não realização preponderante de /r/ em coda silábica é um dos traços


de variedades do inglês britânico, a realização preponderante de /r/ é um dos traços
de variedades do inglês americano. [...] no inglês americano, o /r/ tende a ser
realizado em comunidades de fala cujos membros pertencem a estratos
socioeconômicos mais altos, e a não ser realizado na fala de grupos pertencentes a
classes sociais mais baixas. No primeiro caso, a variação na realização do /r/ é um
dos traços que distinguem variedades geográficas ou regionais. No segundo caso, o
processo distingue variedades ou dialetos sociais.

35
Neste caso apresentado pelos autores, a mesma variação na produção do fonema foi
motivada por fatores diversos e denota traços que diferenciam, no primeiro caso (de falantes
do inglês britânico e de falantes do inglês americano) grupos de usuários da língua separados
geograficamente, ou seja, neste caso a evolução da língua ocorreu de forma diversa em
regiões diversas. Já no segundo caso (variação presente em grupos sociais diversos), o traço
de variação diferencia os usuários de acordo com o grupo social ao qual pertencem. Ora, se a
língua é parte da identidade de um povo, como afirmamos na Unidade 1, nada mais natural
de que cada grupo social, geográfico, histórico, produza e utilize sua própria variedade,
moldada de acordo com suas necessidades e características. Ter consciência de que essas
variedades existem e saber lidar com elas é importante para o falante se comunicar em
diferentes situações e contextos. Para tanto, Rajagopalan (2009, p. 45-46) postula que, como
professores de língua inglesa,

[...] é nosso dever preparar nossos alunos para serem cidadãos do mundo
novo que se descortina diante dos nossos olhos. [...] Para atuar nesse admirável
mundo novo, os nossos alunos têm de aprender a lidar com todas as formas de falar
inglês. Isso requer um bom “jogo de cintura”, ou seja, uma habilidade de se adaptar
às maneiras mais diferentes de falar inglês. [...] Cabe ao professor do World English
expor a seus alunos a um grande número de variedades de ritmos e sotaques, pouco
importando se eles são “nativos” ou não.

Alguns denominam essas variedades de dialeto, mas optamos por não utilizar
esse termo, tendo em vista as representações que o acompanham.

Utilizamos o termo variedades e não o termo dialeto, pois esse último, conforme
pontua Calvet (2002), carrega uma visão pejorativa, que qualifica de forma inferior algum modo
de falar. Já o termo variedades refere-se a um “sistema de expressão linguística que pode ser
identificado pelo cruzamento de variáveis linguísticas (fonéticas, morfológicas, sintáticas etc.) e
de variáveis sociais (idade, sexo, região de origem, grau de escolarização etc.)” (CALVET, 2002,

p. 157). Acreditamos que nenhuma variedade é inferior a outra, todas têm igual valor.
Sabemos, no entanto, que algumas são variedades de prestígio e outras são variedades
utilizadas por minorias (não no sentido numérico da palavra minoria, mas no sentido social).

Precisamos lembrar que as variedades não são línguas diferentes, mas formas
diferentes de se utilizar uma mesma língua. As variedades, em geral, não impossibilitam a

36
comunicação entre os falantes de uma língua, seja qual for a variedade que utilizam no
seu cotidiano. No entanto, socialmente, é atribuída uma carga valorativa diferente a cada
variedade, e assim como a roupa que usamos, a variedade linguística da qual fazemos uso
está sujeita a avaliações positivas ou negativas. Assim, o falante que utiliza uma variedade de
menor prestígio sofre o que chamamos em sociolinguística de preconceito linguístico, termo
do qual trataremos na seção a seguir.

VARIAÇÃO E PRECONCEITO LINGUÍSTICO NA LÍNGUA INGLESA


Todas as variedades de uma língua são sistemas complexos e completos que permitem
a comunicação eficiente entre seus falantes. Essas variedades caracterizam a identidade de
seus falantes e atendem às suas necessidades de comunicação. Assim, todas são legítimas e
têm igual valor. Para Bagno (2005, p. 124):

Todo falante nativo de uma língua é um falante plenamente competente dessa


língua, capaz de discernir intuitivamente a gramaticalidade ou agramaticalidade de
um enunciado, isto é, se um enunciado obedece ou não às normas de funcionamento
da língua. Ninguém comete erros ao falar sua própria língua materna, assim como
ninguém comete erros ao andar ou respirar.

Nesse sentido, não existe correto ou incorreto quando se descreve a língua materna de
um falante. A variedade utilizada por um falante em sua comunidade cumpre suas funções de
comunicação e apresenta uma organização gramatical e lógica, ainda que difira em alguns
aspectos da língua padrão, seja em aspectos fonológicos, morfológicos, sintáticos, lexicais ou
outros ainda. Essa diferença pode ser vista por alguns como errada, como variedade
incorreta.

Quanto ao aprendiz de uma língua estrangeira, como o aprendiz de língua inglesa, é


comum que, por interferência de sua língua materna, produza alguns desvios na sua fala ou
escrita. Sua produção, assim como qualquer variedade da língua, está sujeita a avaliações,
que podem ser negativas ou positivas.

Como acontece com a Língua Portuguesa, as variedades na Língua Inglesa também


sofrem preconceito, são discriminadas. É preciso considerar o contexto social de produção pelos

37
falantes de cada variedade. Como qualquer tipo de preconceito, o linguístico é decorrente
de um pré-julgamento e de um desejo de unificar algo que sempre será diverso, por acreditar que
uma variedade é superior às demais e mais importante que elas. Nos Estados Unidos existe um
grupo de pessoas conhecido como language mavens (ou especialistas da linguagem), que
apontam um declínio do “bom inglês” no linguajar de jornais e outras publicações que não utilizam
o inglês que denominam de “real”.

Diante disso, podemos nos perguntar: o que é o “inglês real” para estas pessoas? E o que
é um “bom inglês”? Para este grupo, apenas a variedade padrão da língua é a correta, sendo as
demais variedades formas ilegítimas de se utilizar a língua inglesa. Esta concepção, porém, não
considera a diversidade decorrente de fatores geográficos, sociais, culturais, identitários e tantos
outros que influenciam no surgimento e utilização de uma variedade linguística.

Mediante os pontos apresentados, qual o papel da escola com relação ao preconceito


linguístico? Como devemos lidar com essas diferenças na sala de aula e buscar sensibilizar
os alunos para combater este preconceito? De acordo com Cagliari (1996, p. 83), é preciso
explorar as variedades linguísticas na sala de aula, seu funcionamento e os valores sociais
que são atribuídos a elas:

A escola deve respeitar os dialetos, entendê-los e até mesmo ensinar como essas
variedades da língua funcionam, comparando-as entre si; entre eles deve estar incluído o
próprio dialeto de prestígio, em condições de igualdade linguística. A escola também deve
mostrar aos alunos que a sociedade atribui valores sociais diferentes aos diferentes modos de
falar a língua e que esses valores, embora se baseiem em preconceitos e falsas
interpretações do certo e do errado linguísticos, têm consequências econômicas, políticas e
sociais muito sérias para as pessoas.

O preconceito linguístico está associado ao preconceito social. As variedades


consideradas “bonitas”, “corretas” são justamente aquelas utilizadas pelas elites de um país.
As demais são consideradas “menores”, “incorretas”. O preconceito não é somente contra as
variedades que as pessoas falam, mas contra as pessoas em si, que geralmente são pessoas
que vivem à margem da sociedade de elite. As variedades utilizadas pelas camadas mais
pobres da população geralmente são alvo de preconceito, assim como as pessoas que as
utilizam. Conhecer as variedades, compreender por que elas existem e qual função
desempenham na sociedade auxilia a combater o preconceito linguístico.

38
39
Assista ao filme “My Fair Lady”, de George Cukor, que aborda, entre outros
aspectos, a questão da variação linguística, especialmente a variação decorrente de classes
sociais diferentes. O filme, de 1964, é um clássico dos cinemas e nos faz pensar sobre
preconceito linguístico e outras questões, abordadas já na década de 1960.

Veja a sinopse:

Audrey Hepburn nunca esteve tão maravilhosa quanto neste show musical de tirar
o fôlego, que ganhou oito Oscars da Academia em 1964, incluindo Melhor Filme. Nesta
adorável adaptação do sucesso da Broadway, Hepburn interpreta uma espevitada
vendedora de rua em Londres, a qual um arrogante professor (Rex Harrison) tenta
transformar em uma dama sofisticada, depois de um rigoroso treinamento. Mas, quando a
humilde florista conquista a elite londrina, seu professor vai aprender mais do que uma lição.
A atuação de Hepburn, com seu estilo doce e espirituoso, fez de My Fair Lady um clássico
de todos os tempos.

FONTE: Disponível em: <http://cinema10.com.br/filme/my-fair-lady>. Acesso em: 21


jun. 2017.

Trailer disponível em: <https://youtu.be/C0xhzA78u4Q>. Acesso em: 21 jun. 2017.

FONTE: Disponível em:


<http://cinema10.com.br/upload/filmes/filmes_5960_Dama.jpg>. Acesso em: 21 jun. 2017.

40
RESUMO

A linguagem culta e a linguagem coloquial são expressões de uma mesma


língua que servem a necessidades e situações próprias de comunicação.

As línguas são dinâmicas, moldadas conforme a situação em que


necessitamos utilizá-las, conforme nossos interlocutores e ainda conforme quem
somos e de onde viemos. Assim como na língua portuguesa, na língua inglesa
também existem diferenças entre a língua padrão (Standard English) e a língua não
padrão (Non-Standard English).

A língua padrão segue os preceitos da gramática normativa, é uma língua


“modelo”. Trata-se de uma língua utilizada em certo momento da história e em
determinada sociedade, tida como a língua que deve servir de referência para os
usuários.

A linguagem culta informal, ou coloquial, é espontânea, utilizada por muitos


falantes, especialmente nas comunicações orais. É a linguagem do dia a dia, que
utilizamos para conversas informais em nosso cotidiano, seja na modalidade oral,
ou ainda na escrita, em mensagens de celular, por exemplo, ou outras formas de
comunicação em que a norma culta não seja requerida.

As línguas são dinâmicas, evoluem, modificam-se, todas elas, no mundo


todo. Essas mudanças são impulsionadas por diversos fatores: sociais, regionais,
históricos, culturais, e podem afetar diferentes níveis linguísticos: fonológicos,
semânticos, sintáticos ou outros.

Ter consciência de que as variedades linguísticas existem e saber lidar com


elas é importante para o falante se comunicar em diferentes situações e contextos.

As variedades não são línguas diferentes, mas formas diferentes de se


utilizar uma mesma língua. As variedades, em geral, não impossibilitam a
comunicação entre os falantes de uma língua, seja qual for a variedade que utilizam
no seu cotidiano.

41
Todas as variedades de uma língua são sistemas complexos e completos
que permitem a comunicação eficiente entre seus falantes. Essas variedades
caracterizam a identidade de seus falantes e atendem às suas necessidades de
comunicação. Como acontece com a Língua Portuguesa, as variedades na Língua
Inglesa também sofrem preconceito, são discriminadas. É preciso considerar o
contexto social de produção pelos falantes de cada variedade. Como qualquer tipo
de preconceito, o linguístico é decorrente de um pré-julgamento e de um desejo de
unificar algo que sempre será diverso, por acreditar que uma variedade é superior
às demais e mais importante que elas.

O preconceito linguístico está associado ao preconceito social. As variedades


consideradas “bonitas”, “corretas” são justamente aquelas utilizadas pelas elites de um
país. As demais são consideradas “menores”, “incorretas”. O preconceito não é
somente contra as variedades que as pessoas falam, mas contra as pessoas em si,
que geralmente são pessoas que vivem à margem da sociedade de elite. As variedades
utilizadas pelas camadas mais pobres da população geralmente são alvo de
preconceito, assim como as pessoas que as utilizam.

42
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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approach. London and New York: Longman, 1996.

PERNA, C. A competência pragmática na realização de pedidos de desculpas em


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culta? Nova Escola, Maio de 2009. Disponível em: . Acesso em: 9 jul. 2017.

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