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O papel do Empreendedorismo no Combate ao Desemprego em Mocambique

Por:

André José Massango

António Marcelo Mafulanhane

Argentina Arlindo Tamele

Carmen da Belucha Daniel Licuco

Helena Jacinto Nhapulo Soquisso

Licenciatura em Contabilidade e Finanças

Turma: 1; 2º Ano

Instituto Superior de Contabilidade e Auditoria de Moçambique

Maputo, Maio, 2023


O papel do Empreendedorismo no Combate ao Desemprego em Mocambique

Por:

André José Massango

António Marcelo Mafulanhane

Argentina Arlindo Tamele

Carmen Da Belucha Daniel Licuco

Helena Jacinto Nhapulo Soquisso

Licenciatura em Contabilidade e Finanças

Turma: 01; 2º Ano

Ensaio apresentado em cumprimento dos requisitos parciais da disciplina de

Macroeconomia para obtenção do grau de Licenciatura em Contabilidade e


Finanças no ISCAM.

Instituto Superior de Contabilidade e Auditoria de Moçambique

Maputo, Maio, 2023

Docente: dr Abu Bacar


Índice
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1
1.1. Introdução ...................................................................................................................... 1
1.2. Definição do Problema.................................................................................................. 1
1.3. Delimitações do Estudo ................................................................................................. 1
1.4. Justificação da Escolha do Tema ................................................................................ 1
1.5. Objectivos ....................................................................................................................... 1
1.5.1. Objectivo Geral ...................................................................................................... 1
1.5.2. Objectivos especificos ............................................................................................ 2
1.6. Estrutura do Ensaio ...................................................................................................... 2
Capitulo 2: REVISÃO DA LITERATURA.................................................................................. 3
2.1. Revisão da Literatura ................................................................................................... 3
2.2. Conceito........................................................................................................................... 3
2.3. Tipos de Desemprego .................................................................................................... 5
2.4. Principais causas do Desemprego em Mocambique ................................................ 7
2.5. Empreendedorismo como instrumento de combate ao Desemprego .................... 8
2.5.1. Importância do Empreendedorismo ................................................................... 8
2.6. Políticas económicas considera adequadas para a redução do nível de
desemprego em Moçambique.................................................................................................. 8
2.7. Contribuição do Comércio informal na África subsariana e no caso de
Moçambique em particular. .................................................................................................. 10
Capitulo 3: METODOLOGIA ..................................................................................................... 13
3.1. Metodologia .................................................................................................................. 13
Capitulo 4: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................... 14
4.1. Conclusão ...................................................................................................................... 14
Capitulo 5: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 15
5.1. Referências Bibliográficas .......................................................................................... 15
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO

1.1. Introdução
O empreendedorismo tem tido um papel relevante em nosso país, contribuindo não apenas para o
desenvolvimento de familias, mas fazendo diferença criando novas oportunidades de emprego.

Os dados de Taxa de Desemprego de Moçambique foram registrados em 3.94 % em 2021. Este é um


registro de um aumento com relação aos números anteriores de 3.78 % em 2020. Os dados de Taxa de
Desemprego de Moçambique são atualizados anualmente, com uma média de 3.05 % em 1991 até 2021,
com 31 observações. Os dados alcançaram um alto recorde de 3.94 % em 2021 e um baixo recorde de
2.70 % em 1997. (CEIC DATA, 2021)

1.2. Definição do Problema


Mocambique ainda não se encontra nem tao pouco perto de alcancar o pleno emprego, e com isso o
empreendedorismo permite com que muitos jovens e empresas consigam sobreviver e empregar outros
membros da nossa sociedade. Prende-se compreender De que forma o Empreendedorismo Combate
o Desemprego em Moçambique?

1.3. Delimitações do Estudo


A pesquisa em estudo sobre o papel do empreendedorismo no combate ao desemprego em
mocambique, foi realizado na cidade de Maputo, nas comunidades dos bairros Ferroviario e
Alto mae tendo como referencia os periodos de 2017.

1.4. Justificação da Escolha do Tema


O tema escolhido e de extrema importancia pois menxe com os valores sociais, porque a
sociedade não considera uma pessoa que esta desempregada. Deste modo, o empreendedorismo
contribui muito no desenvolvimento pessoal e social.

Este estudo tem o intuito de fazer compreender a relevancia do empreendedorismo no cambate


ao desemprego e na geracao de empregos.

1.5. Objectivos
1.5.1. Objectivo Geral
 Compreender o papel do empreendedorismo no combate ao desemprego em
Mocambique – caso de Bairro Ferroviario e Alto mae.

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1.5.2. Objectivos especificos
 Descrever as principais causas do desemprego em Mocambique;
 Descrever as politicas económicas considera adequadas para a redução do nível de
desemprego em Moçambique.
 Descrever os tipos de desemprego;
 Descrever a contribuição do comércio informal na África subsariana e no caso de
Moçambique em particular.

1.6. Estrutura do Ensaio


Por forma a obedecer aos padrões estabelecidos pela instituição de ensino, o Instituto Superior de
Contabilidade e Auditoria, no concernente aos parâmetros a seguir nas metodologias de elaboração de
trabalhos científicos, abaixo cita os cincos (5) capítulos a serem compreendido no presente trabalho, a
saber:

Capitulo I – Introdução: Neste capítulo é contextualizada o estudo, a problematica, a Delimitacao do


estudo, a justificativa da escolha do tema, os objectivos esperados.

Capitulo II – Revisão da Literatura: Neste capítulo éapresentado os fundamentos teóricos que


sustentaram a discussão central do enigma da pesquisano campo prático.

Capitulo III – Metodologia de Pesquisa: Nesta sessão é apresentada as principais metodologiasque


orienta o trabalho de pesquisa.

Capitulo IV – Conclusão e Recomendações: nesta sessão é apresentada as conclusões.

Capitulo V – Referênfias Bibliográficas.

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Capitulo 2: REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Revisão da Literatura
Neste capítulo é apresentado uma diversidade de conteúdos teóricos relacionados com o papel
do empreendedorismo no combate ao Desemprego em Mocambique, e a questao no mercado
informal em Mocambique.

2.2. Conceito
Desemprego

De acordo com Reinert, N.J, Citando Garraty o Desemprego é "a condição da pessoa sem
algum meio aceitável de ganhar a vida e os desempregados são pessoas capazes de trabalhar
para satisfazer suas necessidades, mas ociosas, independentemente de sua boa vontade para
trabalhar ou cio que elas possam fazer para atender as necessidades da sociedade”.

Ainda Reinert.N.J afirma que a definição de desempregado, encontrada numa pesquisa mensal
sobre a força de trabalho no Japão, é a "de alguém que não desenvolveu qualquer tipo de
trabalho (ou o fez, mas por menos que uma hora) durante a semana de referência, que procurou
ativamente por trabalho ou esperou pelo resultado da última pesquisa, mas mesmo assim, ficou
disponível para o trabalho."

Segundo Zanago, A.M.M. (2017) O problema de desemprego reclama de medidas de carácter


estrutural e por isso não necessariamente alcançável a curto prazo, de outro o trabalhador
desempregado quotidianamente tem de adoptar estratégias para garantir a subsistência e para
conseguir uma colocação no mercado de trabalho (Citando Azevedo et al, 1998: 17).

Segundo (MANKIW, 2013), uma pessoa diz-se desempregada se, num período de referência,
verificar simultaneamente as seguintes condições:

 Não possuir emprego;


 Procurar activamente emprego;
 Estiver apta/disponível para trabalhar imediatamente.

População Activa

A população activa é o conjunto das pessoas que, num período de referência, manifestam
disponibilidade para trabalhar, podendo estar empregados ou desempregados.

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População Inactiva

A população inactiva é o conjunto das pessoas que, num período de referência, não estão
empregadas nem desempregadas. Inclui crianças, estudantes, reformados, e todos aqueles que
não procuram emprego ou não estão aptos para trabalhar.

Taxa de Actividade

A taxa de actividade é o rácio entre a população activa e a população total. Aumentou muito
significativamente na segunda metade do século XX, com a entrada das mulheres no mercado
de trabalho.

A taxa de desemprego

A taxa de desemprego é o rácio entre a população desempregada e a população activa, ou seja,


é a percentagem das pessoas desocupadas em relação as pessoas economicamente activas.

Empreendedorismo

Segundo Dolabela (2008, p. 59) “Empreendedorismo é um neologismo derivado da livre


tradução da palavra entrepreneurship e utilizado para designar os estudos relativos ao
empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de atividades, seu universo de atuação.”

Segundo Angelo (2003) “empreendedorismo é a criação de valor por pessoas e organizações


trabalhando juntas para implementar uma idéia por meio da aplicação de criatividade,
capacidade de transformar e o desejo de tomar aquilo que comumente se chamaria de risco”.

Segundo Barreto (1998) “empreendedorismo é a habilidade de se conceber e estabelecer algo


partindo de muito pouco ou quase nada”, assim Barretos enfatiza a grande importância do
trabalho, além da capacidade de maximizar recursos.

Segundo Schumpeter (citado por FILION,1999) onde expõe que “empreendedorismo está na
percepção e aproveitamento das novas oportunidades no âmbito dos negócios … sempre tem a
ver com criar uma nova forma de uso dos recursos nacionais, em que eles sejam deslocados de
seu emprego tradicional e sujeitos a novas combinações.”

Trabalho

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O trabalho é uma atividade social, necessária ao progresso material e moral da humanidade.
O trabalho é tão antigo quanto à humanidade. Pode-se imaginar que, a partir do momento em
que o homem tenha tomado consciência de sua individualidade, tenha também tomado
consciência do trabalho como atividade indispensável para sua sobrevivência e seu progresso.
O trabalho é uma atividade inerente à condição humana e sempre existiu,independentemente
do modo de produção vigente.

Emprego

O emprego, por sua vez, é uma consequência específica do capitalismo. Ele é o elo formal
entre o trabalhador e o modo de produção capitalista e não com uma organização especifica,
porque o trabalhador é livre para escolher a organização por intermédio da qual sua ligação se
efetivará.

2.3. Tipos de Desemprego


a) Desemprego Friccional

O desemprego friccional é originado pela saída de seus empregos de alguns trabalhadores que
procuram outros melhores, porque algumas empresas estão atravessando uma crise, ou porque
os novos membros da força de trabalho levam um certo tempo procurando emprego.

b) Desemprego Cíclico

O desemprego cíclico está ligado às alterações de ritmo da atividade econômica, durante as


flutuações da economia. O desemprego tem um forte componente cíclico; durante as recessões
a taxa de desemprego aumenta, e nas fases de recuperação e expansão ela diminui. Quanto
maior é a expansão e mais elevada a taxa de crescimento da produção, maior é a redução do
desemprego.

c) Desemprego Estrutural

Os desempregados estruturais são aqueles trabalhadores que, por razões de qualificação, não
correspondem às necessidades reveladas pela demanda. A origem desse tipo de desemprego é
encontrada nas contínuas redistribuições de recursos que
Resultam das variações na demanda de produtos, que ocorram no processo de crescimento
econômico. Ou seja, desemprego estrutural, Ue, resulta do facto de o salário real não se
ajustar de forma exacta e imediata ao valor do salário real de equilíbrio. Sendo o salário real

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superior ao valor de equilíbrio (w’>w*), verifica-se um excesso de oferta de trabalho
relativamente à procura, de modo que nem todos os agentes que oferecem trabalho obtêm
emprego.
d) Desemprego Voluntário

Desemprego voluntário: reflecte o fato de que algumas pessoas que estão na força de trabalho
não desejam trabalhar ao nível de salário vigente no mercado.

e) Desemprego Involuntário

Desemprego involuntário: é o desemprego que ocorre quando os indivíduos estão dispostos e


são capazes de trabalhar, pelas taxas salariais vigentes, mas não conseguem encontrar emprego.

f) Desemprego Sazonal

Acontece em determinada época do ano. É causado por variações da oferta de trabalho em


algumas épocas do ano. Muito comum na agricultura, em função da época de plantio e colheita,
e no comércio, em função das datas comemorativas.

Mudanças regulares no emprego e demanda de mão-de-obra. Afecta certas indústrias mais do


que outras:

 Lazer;
 Construção civil;
 Turismo;
 Agricultura.
g) Desemprego Cessante

Desemprego Cessante: é a condição da pessoa desempregada anteriormente que se encontra à


procura de uma recolocação no mercado de trabalho.

h) Desemprego Não Cessante

Desemprego Não Cessante: é a condição da pessoa desempregada que se encontra à procura


da sua primeira chance no mercado de trabalho.

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2.4. Principais causas do Desemprego em Mocambique
O desemprego é causado por factores de ordem estrutural ou conjuntural, podendo ainda estar
atrelado a motivações de carácter pessoal.

A principal causa estrutural encontra suas origens no processo de globalização e consequente


modernização e informatização das técnicas produtivas, levando ao maior índice de
automatização dos processos de produção em uma série de indústrias e sectores de economia.
Esse processo provoca a redução e extinção de determinados postos de serviço, sobretudo
braçais, e uma série de demissões.

Além disso, ocorre a criação de novas funções, que exigem maior qualificação do trabalhador,
excluindo uma parcela de indivíduos dp mercado. Dois dos exemplos mais utilizados quando
tratamos desse assunto são a indústria automobilística e a agricultura intensiva.

O desemprego originado pela modernização da base produtiva e obsolência de determinadas


profissões é mais comum nos países desenvolvidos, embora aconteça também nos países
considerados subdesenvolvidos. Nestes, as causas estruturais para o desemprego estão mais
profundamente ligadas ao sistema económico e à organização social.

A condição de desemprego pode ter origem nas crises económicas e políticas que afectam os
investimentos (nacionais ou internacionais, estatais ou privados) realizados em sectores
estratégicos da economia, reduzem a demanda por mão-de-obra ou são responsáveis por uma
onda de demissões em função do quadro de recessão.

Ainda, as transformações na maneira como a sociedade consome e a demanda originada para


as empresas podem suscitar alterações na produção, redução de custos por parte das empresas,
entre outras motivações que levam à dispensa de funcionários e queda das contratações.

A sociedade moçambicana é banhada por chuvas torrenciais de lágrimas de gente que, dia e
noite, gasta assuas energias à procura de emprego, porque o desemprego em Moçambique,
hoje, é uma realidade e um problema bastante sério. De acordo com o IV Censo de 2017,
Moçambique tem uma população de cerca de 28.861.863 habitantes, sendo que 15.061.006 são
mulheres, representando 52%, e 13.800.857 homens, correspondentes a 48%. Deste universo,
a Organização dos Trabalhadores de Moçambique (OTM), em 2019, atesta que o índice do
desemprego no nosso país é bastante alto, situando-se em cerca de 24% e atingindo
principalmente a camada juvenil. No entanto, a dificuldade de acesso ao emprego formal não

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é motivada apenas pelas exigências do mercado (como fraca qualificação, empregos limitados),
mas também pela falta de transparência no processo de absorção da força de trabalho
(corrupção: contratos via familiares ou amigos, exigência de pelo menos cinco anos de
experiência, língua inglesa, etc). (Vida Nova, 2020)

2.5. Empreendedorismo como instrumento de combate ao Desemprego


Segundo Evans e Leighton (1990), o aumento da taxa de desemprego leva a um aumento da
actividade empreendedora, existindo um efeito de refúgio entre o desemprego e o
empreendedorismo – efeito positivo desemprego/empreendedorismo. Através de outra
perspectiva, Vell (2009) sugere a relação inversa – efeito negativo
empreendedorismo/desemprego – dando origem a um efeito empreendedor, ou seja, o aumento
dos níveis de empreendedorismo leva ao aumento do progresso do desempenho económico e à
contratação de empregados pelos novos empreendedores, logo, o aumento dos níveis de
empreendedorismo leva à diminuição do desemprego.

O estudo efetuado pela Fundação Kauffman nos EUA, relacionou os empresários que criaram
empresas entre 2005 a 2010 com as taxas de desemprego locais e concluiu que a taxa de
desemprego tem um impacto positivo no número de indivíduos que se tornaram
empreendedores, sugerindo que os desempregados, em geral, são forçados a se tornarem
empresários. Insinua ainda que os empreendedores de "necessidade" advêm principalmente da
situação de desemprego, passando de um "candidato a emprego" para um "criador de emprego"
(Carter, 2004). E, portanto, será comum encontrar mais empreendedores de "necessidade" em
períodos de elevadas taxas de desemprego (Deli, 2011). Dentro desta linha de pensamento, os
empreendedores de "oportunidade" são atraídos para o autoemprego com a identificação de
algumas oportunidades de negócios, e mais propensos a estabelecer novas empresas com
melhores condições económicas (quando a taxa de desemprego é baixa).

2.5.1. Importância do Empreendedorismo


O empreendedorismo é bom para a sociedade para além da geração de empregos, um negócio
voltado para a sociedade gera inclusão social e torna a tecnologia ainda mais acessível,
estimulando o cidadão a adquirir produtos e serviços aos quais antes não tinha acesso.

2.6. Políticas económicas considera adequadas para a redução do nível de


desemprego em Moçambique.
a) Plano Prospectivo Indicativo (PPI)

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O PPI é um instrumento na base do qual o Estado moçambicano pretendia organizar os seus
recursos para o desenvolvimento do potencial agrário e industrial, para a elevação progressiva
do nível de vida do povo e o reforço da capacidade defensiva de uma pátria socialista (PPI,
1977: 4).

b) Programa de Reabilitação Econômica (PRE) e social (PRES)

Moçambique iniciou o seu Programa de Ajustamento Estrutural (Programa de Reabilitação


Econômica) em 1987. Este programa passou por muitas fases, tendo sido aplicado em tempos
de guerra, batizado pelo nome de Programa de Reabilitação Econômica e Social (PRES) e
submetido à evolução conceptual destes programas ocorridos ao longo deste período.

Nova orientação das Instituições Financeiras Internacionais, no sentido de (re)considerar os


Programas de Ajustamento Estrutural como programas de redução da pobreza e, dada a
performance muito negativa do ajustamento estrutural em Moçambique neste aspecto, o
governo, então decidiu que nem havia ajustamento estrutural no país. (IMF, 2000: 5 apud
Oppenheimer, 1996: 123).

Se é verdade que o PRE logrou reverter a “tendência de regressão do Produto Interno Bruto
(PIB) per-capita, e isto em particular a partir do fim da guerra em 1992, também é verdade que
este crescimento não quebrou a tendência sustentada de redução de consumo privado per-
capita” (Oppenheimer, 1996: 124).

A pobreza tornou-se objeto de preocupação particular a partir de 1989, no segundo ano do PRE
e no contexto da iniciativa dos doadores denominada Social Dimensions of Adjustment (SDA)
que levaria posteriormente à transformação do PRE em PRES. Estas mudanças decorreram da
adopção, em 1984, das políticas das Instituições de Bretton Woods (IBW), nomeadamente, o
Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Por consequência disto as emendas constitucionais de 1990 marcaram o início de uma nova era
em Moçambique caracterizada pelo abandono da economia centralmente planificada para a
adopção da descentralização e do multipartidarismo, e uma série de mudanças que se
manifestaram como consequência do PRE (Abrahamsson, 1994: 66-67).

c) Plano de Acão para a Redução da Pobreza Absoluta 2001-2005

Moçambique depois de alcançar a independência pautou por adoptar política que concorresse
para desenvolver o seu welfare state, e foi com esse intuito, que entre 2001 a 2005, adoptou o

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(PARPA-I), que no seu cerne pretendia desenvolver a estratégia para a redução da pobreza.
Este plano para a sua efetivação possuía como objetivo estratégico:

Reduzir substancialmente os níveis de pobreza absoluta em Moçambique através da tomada de


medidas em função de melhorar as capacidades e as oportunidades para todos os
moçambicanos em particular os pobres. Prosseguiu também os seguintes objetivos específicos
em reduzir a incidência da pobreza absoluta no nível de 70% (1997) para menos de 60% (2005)
e menos de 50% até finais de primeira década de 2000. (PARPA, 2001: 1).

Moçambique enveredou esforços de modo que priorizasse áreas como Educação e saúde, para
capitalizar o desenvolvimento humano. Após Moçambique integrar-se no Plano de
Reestruturação Econômica, foi realizado grande esforço para regeneração das infra estruturas
assoladas pela guerra, entre o governo e a RENAMO, assim, foi iniciado um processo de
estabilização e ajustamento estrutural, cujo objetivo é “o restabelecimento de produção e
melhoria dos rendimentos individuais, um processo de reformas profundas no sentido do
lançamento de uma economia proporcionada pela iniciativa privada e pelas forças do mercado”
(PARPA, 2001: 2).

O PARPA I tinha como estratégia principal, a manutenção da paz e estabilidade sociopolítica.


No que tange à política externa bem como a cooperação com outros países e povos,
Moçambique adoptou a estratégia ligada à gestão macroeconômica e financeira. Este
pressuposto mostra que Moçambique envidou esforços para a criação dum país que houvesse
o desenvolvimento econômico que concorria para a redução da pobreza.

Estas estratégias podem sobremaneira ter um impacto direto nos pobres. A atuação da política
externa visa criar condições para que o sector externo seja um dos instrumentos de sustentação
de crescimento rápido e amplo da economia. Assim dever-se-ia manter e/ou eliminar em jeito
de competitividade, a taxa de câmbio, as barreiras à exportação e importação, criando serviços
de promoção efetiva de exportações tradicionais e não tradicionais.

2.7. Contribuição do Comércio informal na África subsariana e no caso de


Moçambique em particular.
O Comercio Informal na África Subsariana representa uma média de 60% do peso do PIB
(Produto Interno Bruto) nos países da África e contribui grandemente para fazer face a
problemas como o desemprego e a fome.

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A obra de SANTOS (1975) é uma das pioneiras no estudo do sector formal e tem influenciado
as discussões contemporâneas sobre a emergência do sector informal. De acordo com este
autor, citado por ABREU (2007), os espaços dos países em desenvolvimento (como é o caso
de Moçambique) caracterizam-se basicamente por se organizarem em função de interesses
estrangeiros. São espaços descontínuos, instáveis e multipolarizados, marcados por grandes
diferenças em termos de renda. Essas diferenças é que determinam diferentes possibilidades de
consumo entre os indivíduos. O nível de renda é também em função da localização da pessoa,
determinando a situação de cada um como produtor e consumidor. Assim criam-se dois
circuitos (superior e inferior) não só económicos, mas também responsáveis pelos processos
de organização espacial.

Os países da África Subsariana são todos países em vias de desenvolvimento (excepto a África
do Sul), que possui uma economia mais ou menos volátil e com Estados frágeis e instáveis.
Esta realidade dá uma maior importância e visibilidade à economia informal nestes países. Esta
surge como substituto da incapacidade do poder governativo em controlar a situação
económica, social e política. A existência da Economia Informal reflecte um desajustamento
entre os interesses colectivos da sociedade, tal como entendidos pelo Estado, e os incentivos
individuais. O Estado define um modo normal, "formal", de desenvolver a actividade
económica. No entanto, determinados agentes económicos, pesando os benefícios e os custos
inerentes a esse modo de exercício da actividade, optam por não o respeitar. Quanto menores
os benefícios da formalidade e maiores os seus custos, mais provável se torna que os agentes
económicos optem por exercer a sua actividade de modo informal.

O recurso ao comércio informal é mais o fruto de uma necessidade, originada pela retracção
do sector formal que não proporciona novas oportunidades de emprego ou de subsídio de
desemprego.

Nos países da África Subsariana o comércio informal é comum em todas as suas formas e
práticas. Pode-se indicar algumas das características comuns das formas e práticas do sector
informal nestes países:

 Mercado legal, com práticas económicas ilegais ou semi-legais;


 Os trabalhadores não têm qualquer vínculo laboral;
 A economia informal é uma forma de sobrevivência social;

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 A economia informal é constituída por pequenas empresas ou pequenas actividades
domésticas;
 A economia informal é praticada na sua maioria por mulheres.

O sector informal em Moçambique é uma das áreas dinâmicas e economicamente agressivas


que busca a sobrevivência da sociedade, proporcionado alternativos rendimentos a muitas
famílias que estão desempregadas. O sector informal em geral apresenta as seguintes
características:

 Para o início das actividades conta apenas a iniciativa pessoal;


 È uma organização individual ou familiar, livre e flexível;
 É de fácil entrada e integração, mas com muitos riscos de se extinguir;
 As instalações geralmente são inexistentes;
 Emprega mão-de-obra barata, jovem e com predominância do sexo feminino em
certas actividades como a venda de produtos, hortícolas, vegetais, e outros produtos
agrícolas;
 Comercializa uma vasta gama de produtos e presta serviços diversos que não
envolvem grande tecnologia ou equipamento;
 A formação profissional é reduzida ou inexistente, privilegiando-se as práticas de
aprendizagem no processo de trabalho;
 O salário e vínculo contratual são celebrados entre pessoas, sem vínculo contratual.

Em Moçambique a mão-de-obra envolvida no sector informal compreende:

 Desempregados do sector formal da economia;


 Desempregados provenientes das zonas rurais;
 Funcionários do Estado e operários do sector formal usando seus familiares ou
trabalhadores para complemento dos seus rendimentos;
 Proprietários do sector formal à busca de maiores receitas e fuga ao fisco;
 Jovens recém-formados aos vários níveis (médio e superior) que não encontram
emprego; no sector formal ou que não se contentam com os salários do Aparelho
do Estado.

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Capitulo 3: METODOLOGIA
3.1. Metodologia
Esta pesquisa de do tipo Descritiva, de acordo com GIL (2002:45), tem como objectivo
primordial a descrição das características de determinada população ou fenómeno ou, então, o
estabelecimento de relações entre variáveis.

Quanto aos procedimentos, refere-se a uma pesquisa bibliográfica. Segundo MARTINS


(1990:23), é a que se efectua para se resolver problema ou adquirir conhecimentos a partir de
consultas a livros, artigos, jornais, entre outros. Tem como objectivo recolher, seleccionar,
analisar e interpretar as contribuições teóricas já existentes sobre determinado assunto.

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Capitulo 4: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
4.1. Conclusão
No presente trabalho concluimos que as principais causas do desemprego em Mocambique tem
origem nas crises económicas e políticas que afectam os investimentos, realizados em sectores
estratégicos da economia, reduzem a demanda por mão-de-obra ou são responsáveis por uma
onda de demissões em função do quadro de recessão.

Quanto as politicas económicas considera adequadas para a redução do nível de desemprego


em Moçambique concluimos que o Plano de Acão para a Redução da Pobreza Absoluta
apresenta objectivos que de alguma forma iram combater o desemprego, criando atravez da
educação a capacidade empreendedora dos moçambicanos.

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Capitulo 5: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
5.1. Referências Bibliográficas
BARRETO, L. P. (1998) Educação para o empreendedorismo. Salvador: Escola de
Administração de Empresas da Universidade Católica de Salvador. Retirado de:
https://administradores.com.br/artigos/empreendedorismo-uma-nova-visao-enfoque-no-
perfil-empreendedor

Vida Nova(2020) O Desemprego em Moçambique. Retirado de:


https://vidanova.org.mz/2020/10/07/o-desemprego-em-mocambique-hoje/

Baloi, J.A. Retirado de :


https://revistaestudiospoliticaspublicas.uchile.cl/index.php/REPP/article/view/48605/55863

Governo de Moçambique (2001). Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta, 2006-
2009 (PARPA I)

Diniz, M.P. (2009) Empreendedorismo, uma nova visão: enfoque no perfil empreendedor.
Retirado de: https://administradores.com.br/artigos/empreendedorismo-uma-nova-visao-
enfoque-no-perfil-empreendedor

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