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Manual Socorrismo - Novas Guidelines
Manual Socorrismo - Novas Guidelines
Manual Socorrismo - Novas Guidelines
2ª Edição
2016
2
Ficha Técnica
AUTOR
David Santos,
TAS – Tripulante de Ambulância de Socorro
Instrutor de Socorrismo da Associação Madeira Emergência
Instrutor AHA (American Heart Association) – SBV e SBV-DAE
Operacional e Instrutor BTLS (Basic Trauma Life Support) da BTLS-Portugal
COLABORADORES
Mafalda Fernandes,
Enfermeira no Serviço de Cirurgia Esófago-Gástrica no Hospital Central do Funchal
Instrutora de Socorrismo da Associação Madeira Emergência
Instrutora AHA (American Heart Association) – SBV e SBV-DAE
Instrutora INEM – SBV e SBV-DAE
Operacional e Instrutora BTLS (Basic Trauma Life Support) da BTLS-Portugal
Gonçalo Félix,
TAS – Tripulante de Ambulância de Socorro
Instrutor de Socorrismo da Associação Madeira Emergência
Instrutor AHA (American Heart Association) – SBV e SBV-DAE
Instrutor INEM – SBV e SBV-DAE
Operacional e Instrutor BTLS (Basic Trauma Life Support) da BTLS-Portugal
REVISÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA
DEPARTAMENTO DE FORMAÇÃO
formacao@madeira-emergencia.com
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Índice
Capítulo………………………………………………………………………...Página
4
Capítulo 8: OBSTRUÇÃO DA VIA AÉREA .................................................. 57
1. Tipos .......................................................................................................... 58
2. Sinais e Sintomas ..................................................................................... 58
3. Atuação ..................................................................................................... 59
4. Situações de Exceção .............................................................................. 61
5
NEUROTRAUMATOLOGIA ................................................................ 102
Traumatismo Crâneo-Encefálico (TCE) ........................................... 102
1. Sinais e Sintomas ......................................................................... 102
2. Atuação .......................................................................................... 103
Traumatismo Vertebro Medular ........................................................ 104
1. Sinais e Sintomas .......................................................................... 104
2. Atuação .......................................................................................... 105
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Siglas
CPR OVA VA
Conselho Português de Obstrução da Via Aérea Via aérea
Ressuscitação
PCR VOS
Paragem Ver, Ouvir, Sentir
Cardiorrespiratória
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CAPÍTULO 1
MADEIRA EMERGÊNCIA
Quem Somos
Principais Objetivos
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Quem somos
A Madeira Emergência – Associação para a Promoção da Emergência Médica
é uma pessoa coletiva de direito privado, de âmbito nacional, sem fins
lucrativos. Esta Associação foi criada a 23 de dezembro de 2013 e nasceu fruto
de experiências pessoais e profissionais, de várias pessoas ligadas ao socorro
na Região Autónoma da Madeira que, partilhando entre si a paixão pela área
da emergência pré-hospitalar e a constante busca pelo conhecimento, sentiram
a necessidade e o impulso de criar mecanismos de crescimento profissional
através de um plano de formação para desenvolver uma abordagem
sistemática e integrada para o socorro.
Principais Objetivos
A promoção da educação de técnicas de reanimação cardiorrespiratória
junto da população em geral, através de sensibilizações e workshops, a
fim de desenvolver a consciência dos diversos grupos sociais para as
questões da ressuscitação;
A realização de cursos tanto pela associação, como em parceria, nas
áreas do primeiro socorro e emergência pré-hospitalar, direcionados à
população em geral e a técnicos diferenciados respetivamente;
Promover o intercâmbio e a cooperação com associações e organismos,
nacionais ou estrangeiros, que prossigam objetivos idênticos;
Ajuda social e humanitária à população regional, nacional ou
internacional, através das nossas equipas multidisciplinares;
Venda e distribuição de material de primeiro socorro e uso pessoal.
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CAPÍTULO 2
CONCEITOS GERAIS
O que são os Primeiros Socorros?
Qualidades do Socorrista
Princípios Gerais do Socorrismo e Plano de Ação do
Socorrista
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Conceitos Gerais
Qualidades do Socorrista
Para que o socorro seja eficaz, não basta o conhecimento. Para isso, é
imperativo que todo o socorrista detenha algumas qualidades, entre as quais:
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Princípios gerais do socorrismo e plano de ação do socorrista
P – prevenir
A – alertar
S – socorrer
Prevenir
Neste princípio pretende-se diminuir a incidência de acidentes e/ou incidentes
e, quando impossível evitá-los, minimizar as suas consequências. Devemos
considerar então a prevenção primária e secundária.
Prevenção primária
Contíguo de ações que têm como objetivo diminuir ou mesmo neutralizar o
risco de acidente e/ou incidente.
Prevenção secundária
Contíguo de ações implementadas após a ocorrência do acidente e/ou
incidente e que tem como objetivo final minimizar o impacto das suas
consequências e a sua propagação.
Alertar
Considerado um dos princípios com maior importância. Contempla o
acionamento de meios diferenciados, especializados na estabilização e
transporte da vítima. Da efetivação deste princípio depende o atendimento
rápido e eficaz e consequente transporte para unidades hospitalares.
O alerta deverá ser feito através do Número Europeu de Emergência 112.
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A informação transmitida deve ser útil e sucinta:
Socorrer
Apesar de limitada e temporária, mas fundamental, é também da destreza e
eficiência do socorrista que depende a qualidade do socorro prestado. Para
que as situações sejam atendidas por ordem de gravidade torna-se necessária
a priorização das mesmas. Assim sendo, foi definido o socorro essencial e o
secundário.
Socorro essencial
São aqui consideradas todas as situações de socorro prioritário, ou seja,
situações de risco iminente de vida. O acrónimo ACHET define-as de acordo
com o seu nível de prioridade e urgência de atendimento. Útil em casos de
multivítimas ou em caso de uma vítima com várias necessidades de socorro.
A – Alterações cardiorrespiratórias
C – Choque
H – Hemorragias
E – Envenenamento
T – Traumatismos graves
Socorro secundário
As restantes situações, enquadradas fora do ACHET, são consideradas
socorro secundário uma vez que não representam risco iminente de vida.
Deverão ser abordadas após todas as anteriores. No entanto, não deverão ser
desprezadas, tendo em conta que podem facilmente agravar-se e evoluir para
situações de socorro essencial.
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De forma a operacionalizar e a realizar as ações com sucesso, o socorrista
deverá adaptar a mnemónica “PAS” passando da teoria à prática. Assim sendo,
no seu plano de ação tem:
P – Proteger
A – Ajudar
S – Salvar
Proteger
Em primeiro lugar, o socorrista deverá salvaguardar as condições de
segurança na sua atuação, garantindo a sua integridade física. Após, deverá
minimizar os riscos diretamente relacionados com a situação em que irá
intervir, afastando o perigo da vítima ou a vítima do perigo.
Ajudar
O socorrista deverá ser capaz de, após garantir condições de segurança, tornar
a vítima no seu centro de atenção e avaliar sinais e sintomas, observar o
ambiente em redor e ativar ajuda de meios diferenciados através do 112.
Entende-se por SINAL tudo aquilo que é observável, ou seja tudo aquilo que o
socorrista vê ou mede. SINTOMA é, portanto, tudo aquilo que a vítima refere
sentir.
Salvar
Numa situação de doença súbita ou de acidente, é da responsabilidade do
socorrista (na ausência de pessoal mais credenciado) salvar o maior número
de vidas possível, atuando sempre de forma prioritária.
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CAPÍTULO 3
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Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM)
É representado por uma estrela azul de seis pontas, com um bastão e uma
serpente no centro (estrela da vida) e onde cada uma dessas pontas
representa as várias fases do sistema: deteção do acidente, alerta, pré-socorro,
socorro, transporte e tratamento hospitalar.
Deteção
Corresponde ao momento em que alguém se apercebe da existência de uma
ou mais vítimas de doença súbita ou acidente.
Alerta
Todas as chamadas que são realizadas através do Número Europeu de
Emergência “112” (gratuito, 24h e acessível em qualquer ponto), são recebidas
nas centrais de emergência. A sua principal função é a triagem e
encaminhamento de todos os pedidos de socorro para a entidade
especializada, que irá posteriormente dar a assistência adequada que a
ocorrência exige.
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As chamadas de emergência efetuadas através do número 112 são atendidas
em centrais de emergência da PSP (Polícia de Segurança Pública).
Atualmente, no território de Portugal Continental, as chamadas que dizem
respeito a situações de saúde são encaminhadas para os Centro de Orientação
de Doentes Urgentes (CODU) do INEM (Instituto Nacional de Emergência
Médica).
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As chamadas são atendidas por pessoal qualificado que trabalha para o ajudar.
Siga sempre as instruções indicadas pelos serviços de emergência médica.
Desligue o telefone apenas quando o operador indicar.
Pré-socorro
Trata-se dos primeiros cuidados que são prestados às vítimas até à chegada
do socorro diferenciado.
Socorro
Corresponde aos cuidados de emergência iniciais efetuados às vítimas de
doença súbita ou de acidente no local da ocorrência, com o objetivo de as
estabilizar, diminuindo assim a morbilidade e a mortalidade.
Transporte
Consiste no transporte assistido da vítima numa ambulância com
características, tripulação e carga bem definidas, desde o local da ocorrência
até à unidade de saúde adequada, garantindo a continuidade dos cuidados de
emergência necessários.
Intervenientes do SIEM
Público em geral;
Operadores das centrais de emergência 112;
Operadores dos CODU/CROS;
Agentes de Autoridade;
Socorristas;
Bombeiros;
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Tripulantes de ambulância;
Médicos e Enfermeiros;
Pessoal técnico hospitalar;
Pessoal técnico de telecomunicações e de informática.
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CAPÍTULO 4
ANATOMIA
Posição Anatómica
Planos Anatómicos
Conceitos Gerais
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Anatomia
Posição Anatómica
Planos Anatómicos
Têm por objetivo dividir o corpo em partes para facilitar o estudo e nomear as
estruturas anatómicas em relação ao espaço. Ou seja, através dos planos
anatómicos podemos dividir o corpo humano em 3 dimensões e assim
podemos localizar e posicionar todas estruturas.
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Fig.3 - Planos Anatómicos
Divisões do tronco
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Cintura escapular
Parte mais elevada do tronco e permite a mobilização dos membros superiores.
Constituída pelas omoplatas e clavículas.
Clavícula Omoplata
Tórax
A caixa torácica alberga e protege órgãos importantes como o coração e os
pulmões. Limitada anteriormente pelo esterno, lateralmente pelas costelas e
posteriormente pela coluna vertebral.
Esterno
Costelas
Apêndice xifóide
Coluna Vertebral
Fig. 6 - Tórax
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Abdómen
Cavidade que fica entre o tórax e a cintura pélvica. Sem constituição óssea.
Aloja numerosos órgãos.
Fig. 7 - Abdómen
Cintura pélvica
Formada pelos ossos da bacia e pelos ossos da parte terminal da coluna
vertebral. Tem como função a sustentação do peso e alojamento dos órgãos
reprodutores e sistema urinário.
Osso da Bacia
Porção terminal da coluna
Vertebral (sacro e cóccix)
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Divisões do abdómen
Para questões de localização de dados relativos à vítima (ex. dor abdominal ou
ferida abdominal), divide-se o abdómen em quatro quadrantes.
Aparelho locomotor
Conjunto de ossos e músculos do corpo humano. Um adulto tem cerca de 640
músculos e 206 ossos. Abordaremos apenas alguns desses ossos que
constituem os membros superiores e inferiores.
úmero
Rádio
Cúbito
Fig. 10 - Ossos dos Membros Inferiores Fig. 11 - Ossos dos Membros Superiores
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Coluna Vertebral
Representa um conjunto de ossos (vértebras) articulados entre si e que formam
um canal no seu interior onde fica alojada e protegida a medula espinhal.
Possibilita a postura ereta dos humanos. Está dividida de acordo com a sua
posição. Temos 7 vértebras cervicais; 12 torácicas, 5 lombares e na sua porção
terminal temos a sacro e o cóccix.
Sistema circulatório
Constituído pelo coração – órgão central - e vasos (artérias, veias, capilares,
vasos linfáticos). O sangue tem como principal função o transporte de oxigénio
aos diferentes pontos do organismo e o transporte, para eliminação, do dióxido
de carbono. Para que todo o organismo receba sangue oxigenado e elimine o
dióxido de carbono, a circulação sanguínea está dividida em duas partes. A
Pequena Circulação e a Grande Circulação.
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Grande Circulação
Sistema respiratório
Responsável pelas trocas gasosas (oxigénio pelo dióxido de carbono).
A cada inspiração os pulmões recebem oxigénio que fica alojado em pequenos
sacos (alvéolos) e que é trocado pelo dióxido de carbono proveniente do
organismo. A cada expiração este dióxido de carbono é eliminado.
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CAPÍTULO 5
28
Posição Lateral de Segurança (PLS)
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4. Dobrar o outro braço (mais afastado do socorrista) sobre o peito,
encostando as costas da mão contra a face da vítima do lado do
socorrista e apoiar a mão da vítima;
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7. Permeabilizar a via aérea fazendo a extensão da cabeça, se necessário
ajustar a mão que fica sob a face, de modo a manter a extensão.
31
CAPÍTULO 6
32
Cadeia de Sobrevivência - Adulto
Salvar uma vida envolve uma sequência de passos onde cada um deles
influencia a sobrevivência. Esses passos são frequentemente descritos como
os 4 elos da “cadeia de sobrevivência”.
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colocação da vítima em posição lateral de segurança. Os profissionais de
saúde devem usar técnicas diferenciadas para otimizar a recuperação.
34
Suporte Básico de Vida (SBV)
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Os dois elementos fundamentais do SBV são as compressões torácicas e as
ventilações.
São as compressões torácicas que mantêm o fluxo de sangue para o coração,
o cérebro e outros órgãos vitais.
Se vítima reativa:
Garanta que o local é segura para a vítima;
Mantenha-a na posição encontrada;
Solicite ajuda se necessário (ligue 112)
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3. PERMEABILIZAR A VIA AÉREA
Numa vítima inconsciente, devido ao relaxamento muscular
generalizado, pode ocorrer a queda da
língua, provocando assim a obstrução
anatómica da VA. Esta pode ser
permeabilizada através da extensão da
cabeça e elevação do queixo, o que projeta a
língua para a frente.
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Para efetuar a elevação da mandíbula:
Identificar o ângulo da mandíbula com o dedo indicador;
Com os outros dedos colocados atrás do ângulo da mandíbula, aplicar
uma pressão mantida para cima e para frente de modo a levantar o
maxilar inferior;
Usando os polegares, abrir ligeiramente a boca através da deslocação
do mento para baixo.
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5. LIGAR 112
Após a realização do VOS e conclusão de que a vítima não respira
NORMALMENTE, deverão ser ativados de imediato meios diferenciados
através do 112.
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7. INICIAR AS VENTILAÇÕES
Após 30 compressões fazer 2 ventilações.
Mantenha a VA permeável, colocando
a mão na testa e inclinando
suavemente a cabeça para trás. Com
a ponta dos dedos segurar a ponta do
queixo da vítima elevando-a para abrir
a via aérea (através da extensão da
cabeça);
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Se não se sentir capaz ou tiver
relutância em fazer ventilações, faça
apenas compressões torácicas.
Se apenas se fizerem compressões,
estas devem ser contínuas, cerca de
100 a 120 por minuto (não existindo Fig. 37 - Lenço facial com válvula unidirecional
momentos de pausa entre cada 30
compressões).
Embora evidências de contaminação com
a realização de ventilação boca a boca
sejam mínimas, é indicado que o socorrista
utilize mecanismos de barreira para
aplicar as ventilações, como o lenço facial
com válvula unidirecional, máscara de
bolso ("pocket-mask") ou insuflador
manual+máscara.
Fig. 38 - Máscara de Bolso (pocket- mask)
41
8. MANTER O SBV
Manter as 30 compressões alternando com as 2 ventilações.
Parar APENAS quando:
30x 2x
Fig. 40 - Compressões e Insuflações
Nota Final:
42
43
CAPÍTULO 7
44
Cadeia de Sobrevivência - Pediátrica
45
3. Ativação do 112
A ativação do Sistema de Emergência Médica - 112, que constitui o terceiro
elo, deverá ser feita apenas após ter efetuado um minuto de Suporte Básico de
Vida, com exceção de situações de criança com doença cardíaca ou história de
arritmias.
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Suporte Básico de Vida - Pediátrico
Devido à sua fragilidade anatómica, todas as manobras têm de ser feitas com
mais suavidade, para que não sejam causados traumatismos.
O controlo de temperatura é um aspecto de grande importância na criança
devendo ser dada especial atenção para manter a temperatura adequada.
Nas orientações do ERC, são considerados dois grupos etários pediátricos:
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Suporte Básico de Vida
O Suporte Básico de Vida (SBV) é a pedra basilar para o sucesso de uma
reanimação. Sem uma correta atuação, as probabilidades de sobrevivência são
bastantes reduzidas.
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Abordagem à vítima que não respira (pediatria)
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4. PERMEABILIZAR A VIA AÉREA
Criança – Deverá ser feita uma ligeira extensão da cabeça para manter
a permeabilidade da VA.
Latente – No caso do latente manter a posição neutra da cabeça (sem
extensão)
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6. 5 INSUFLAÇÕES INICIAIS
Se após o VOS, o socorrista detetar que a respiração é anormal ou
ausente, deve:
Remover cuidadosamente qualquer obstrução evidente da via
aérea;
Efetuar cinco insuflações iniciais, 1 seg., com um volume de ar
suficiente para causar uma expansão torácica visível;
Criança:
Manter a ligeira extensão da cabeça;
Manter o nariz fechado, pinçando-o com
o polegar e indicador da mão que está
na testa;
Inspirar e colocar os lábios à volta da
boca da criança, garantindo uma boa
selagem;
Insuflar lentamente durante 1 seg. e
verificar elevação do tórax;
Mantendo extensão da cabeça, afastar a Fig. 45 - Insuflação (criança)
boca da criança e observar o tórax a
descer durante a exalação;
Inspirar de novo e repetir a sequência 5 vezes. Avaliar a eficácia
vendo os movimentos torácicos semelhantes aos que se veriam em
respiração normal.
Latente:
Mantenha a permeabilidade da via
aérea, assegurando que a cabeça está
em posição neutra;
Inspirar e cobrir a boca e nariz do
latente com a boca, garantindo uma
boa selagem. Se não se conseguir
cobrir o nariz e a boca, num latente Fig.46 - Insuflação (latente)
maior, o socorrista pode tentar selar só
o nariz ou a boca do latente com a sua boca (se usar o nariz, manter
lábios fechados para evitar fuga);
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Insuflar lentamente durante 1 seg. e verificar elevação do tórax;
Mantendo posição neutra da cabeça, afastar a boca da do lactente e
observar o tórax a descer durante a exalação;
Inspirar de novo e repetir a sequência 5 vezes. Avaliar a eficácia
vendo os movimentos torácicos semelhantes aos que se veriam em
respiração normal.
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7. SINAIS DE VIDA?
Após as 5 insuflações iniciais, o socorrista deve procurar por sinais de
vida. Durante não mais de 10 segundos, procure por:
Presença de ventilação normal, efetuando o VOS;
Movimentos;
Tosse.
8. INICIAR AS COMPRESSÕES
Efetuar 30 compressões e deixar descomprimir totalmente, voltando a
repetir com uma frequência de pelo menos 100, mas não mais de 120
por minuto. O melhor método de compressão vária ligeiramente entre
latentes e crianças.
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Criança:
Colocar a base de uma mão sobre o centro do esterno;
Levantar os dedos para garantir que não se aplica pressão nas costelas
da criança;
O socorrista posiciona-se verticalmente
acima do tórax da vítima e, com o braço
estendido, comprime o esterno
deprimindo-o pelo menos um terço da
profundidade do tórax (cerca de 5 cm);
Em crianças maiores ou para
reanimadores mais pequenos, esta
compressão consegue-se mais
facilmente usando as duas mãos com
os dedos entrelaçados (como no adulto).
Fig. 49 - Compressões Criança
Latente:
Comprimir o esterno com as pontas de dois
dedos (abaixo da linha intermamilar);
Comprimir a metade inferior do esterno pelo
menos 1/3 da profundidade do tórax do
latente (cerca de 4 cm).
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9. EFETUAR AS INSUFLAÇÕES
Após as 30 compressões, o socorrista deve efetuar 2 insuflações da
forma como abordada anteriormente.
30X 2X
30X 2X
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Em resumo:
56
CAPÍTULO 8
57
Obstrução da Via Aérea (OVA)
Parcial
Total ou Completa
Sinais e Sintomas
Inquietação e ansiedade;
Respiração ruidosa;
Dificuldade respiratória;
Tosse;
Pupilas dilatadas e olhos congestionados.
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Obstrução Total
Na obstrução total já não existe passagem de ar. A vítima não fala, não tosse e
não emite ruído respiratório. Ou seja, não respira. Pode demonstrar grande
aflição e ansiedade, sendo necessário atuar rapidamente para a obstrução não
resultar na paragem cardiorrespiratória.
Sinais e Sintomas
ATUAÇÃO
59
Repetir alternadamente 5 pancadas interescapulares com 5 compressões
abdominais.
60
Situações de exceção relacionadas com as compressões abdominais
Mulheres grávidas;
Vítimas obesas (em que o socorrista tem dificuldade em abranger o
abdómen da vítima);
Vítimas com menos de 1 ano de idade (latente)
61
Latente (- de 1 ano)
As compressões abdominais podem apenas ser aplicada em vítimas a partir de
um ano de idade, e de acordo com o seu desenvolvimento físico.
Colocar o bebé inclinado em decúbito ventral sobre o antebraço,
apoiando a cabeça com a mão de modo a que fique mais baixa que o
resto do corpo;
62
63
CAPÍTULO 9
CHOQUE
Tipos de Choque
Sinais e Sintomas
Atuação
64
Choque
Tipos de Choque
Choque hipovolémico:
Perda abundante de líquidos orgânicos por hemorragias; queimaduras;
vómitos ou diarreia;
Choque cardiogénico;
Lesões cardíacas;
Choque séptico
Infeção grave;
Choque anafilático
Reação alérgica grave.
Sinais e Sintomas
Pele pálida e fria;
Suores frios e viscosos;
Pulso rápido e fraco;
Hipotensão;
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Alteração do estado de consciência;
Respiração rápida e superficial;
Náuseas e vómitos (ocasionalmente);
ATUAÇÃO
NOTA:
A hipotensão pode ser combatida elevando os membros inferiores da vítima e
lateralizando a cabeça evitando a possível aspiração em caso de vómito.
66
CAPÍTULO 10
HEMORRAGIAS
Classificação
Sinais e Sintomas
Atuação
67
Hemorragia
Classificação
Invisível: Não existe saída de sangue para o exterior, pode ser devido a lesões
internas de órgãos ou de grandes vasos (exº, rotura do fígado, baço, artérias).
Apenas é possível suspeitar da sua existência através de sinais e sintomas.
68
Hemorragia Venosa: Rotura de uma veia. O sangue sai de forma
regular e contínua, sem pressão e apresenta-se vermelho escuro (não
oxigenado). Mais fácil de controlar que a arterial;
Sinais e Sintomas
Saída evidente de sangue por ferida ou orifícios naturais do corpo;
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ATUAÇÃO
Hemorragias Externas
Compressão Manual Direta (CMD):
Consiste em pressionar diretamente, em cima do ferimento, com uma ou mais
compressas/pano limpo, se necessário colocar outras compressas por cima,
nunca retirando a primeira. Comprimir durante aproximadamente 10 minutos;
70
A CMI só poderá ser aplicada num máximo de 10 minutos (podendo estender-
se a 15 minutos na artéria femural), ao fim dos quais se aliviará a pressão
durante 1 minuto (máximo).
Garrote:
71
.
Aplicação do garrote:
Retirar a roupa do membro ferido;
Usar tecido não elástico e largo (um
lenço, uma gravata, etc.)
Aplicar ligeiramente acima do foco
hemorrágico, apertando bem, até
impedir a passagem de sangue abaixo
do ponto do garrote;
Não aliviar o garrote;
Deixar sempre o membro garrotado bem
à vista;
Registar a hora de aplicação do garrote. Fig. 64 - Garrote
Perigos do garrote:
Deficiente irrigação do local abaixo do garrote (após ±10 minutos);
Lesões no local da aplicação (nervos, músculos e vasos);
Insuficiência renal aguda.
Nota:
Diferença entre CMI e garrote:
O garrote impede circulação no membro;
A CMI deixa livre a circulação colateral.
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- A aplicação de frio não deve exceder os 10 minutos de cada vez, caso
contrário corre-se o risco de ocorrerem dificuldades na circulação
sanguínea e queimaduras provocadas pelo frio.
Elevação do membro:
- Consiste em utilizar a força da gravidade para
reduzir a pressão de sangue na zona da
hemorragia;
Hemorragias Internas
Avaliar e manter a permeabilidade da via aérea;
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Nariz (epistáxis)
Averiguar o tipo de acidente (quando há suspeita de traumatismo
craniano não se controla a hemorragia);
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Ouvido
Averiguar o tipo de acidente (despistar traumatismo craniano);
75
CAPÍTULO 11
INTOXICAÇÃO E ENVENENAMENTO
Tóxicos Mais Comuns
Vias de Contato
Sinais e Sintomas
Atuação
Prevenção
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Intoxicação/Envenenamento
Gasolina;
Produtos industriais;
Detergentes;
Plantas venenosas;
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A gravidade da intoxicação depende de fatores como:
Idade;
Suscetibilidade da vítima;
Quantidade;
Tipo de substância tóxica;
Via de contato.
Os idosos e as crianças
são mais vulneráveis.
Importante prevenir, este
é o melhor remédio!
Via Digestiva:
Detergentes;
Lixívia;
Álcool puro;
Amoníaco;
Produtos agrícolas (pesticidas, gramaxone, paraquat);
Ácidos (sulfúrico, clorídrico, nítrico, outros);
Gasolina;
Soda cáustica
As intoxicações provocadas por medicamentos são as mais comuns,
seguidas de alimentos e produtos tóxicos.
78
Sinais e Sintomas
ATUAÇÃO
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Nota:
Vítimas de intoxicação etílica (por álcool), o socorrista deve dar uma bebida
açucarada, desde que a vítima esteja consciente e capaz, isto para não
provocar aspiração do líquido. É o único caso em que deve dar algo à vítima de
intoxicação via digestiva, pois há risco de hipoglicemia (baixa de açúcar no
sangue).
Prevenção
Não tirar os rótulos dos recipientes;
Via Respiratória:
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Sinais e Sintomas
Cefaleias (dores de cabeça);
Tonturas;
Náuseas;
Dificuldade respiratória;
Tosse;
Pele cianosada (azulada);
Inconsciência.
ATUAÇÃO
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Prevenção
Fechar as torneiras de segurança do gás quando não utilizado;
ATUAÇÃO
82
Via ocular (olhos):
ATUAÇÃO
Para lavar deve deixar-se correr um fio de água para o olho, do canto
interno para o canto externo, durante 10 a 15 minutos;
83
Em caso de intoxicação grave, o
contato ao CIAV não substitui o
necessário contato ao 112.
Conselhos Úteis
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Não deixe abandonadas embalagens de pesticidas destapadas, vazias
ou vasilhas com resto de caldas.
Símbolos de Perigo:
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CAPÍTULO 12
ELETROCUSSÃO
Efeitos da Corrente Elétrica
Sinais e Sintomas
Atuação
86
Eletrocussão
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Fibrilhação Ventricular - A fibrilhação ventricular ocorre quando a
corrente atinge diretamente o coração e interfere com o seu estímulo
elétrico normal, provocando assim uma disritmia e consequente
paragem cardio-respiratória. A fibrilhação ventricular é um fenómeno que
se mantém mesmo após a liberação da vítima com a fonte de energia e
só poderá ser anulada mediante a utilização de um desfibrilhador.
Sinais e Sintomas
Dificuldade respiratória (dispneia);
Arritmias cardíacas (alterações do ritmo cardíaco);
Ardor ou insensibilidade da pele;
Parestesias (formigueiro);
Cãibras musculares de extremidades;
Queimaduras;
Paragem cardiorrespiratória;
Traumatismos (crânio, coluna, etc.);
A eletrocussão pode provocar lesões internas muito graves sem
aparente lesão externa.
88
ATUAÇÃO
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CAPÍTULO 13
TRAUMATOLOGIA
TRAUMA DOS TECIDOS MOLES
Feridas
Queimaduras
ORTOTRAUMATOLOGIA
Fraturas
NEUROTRAUMATOLOGIA
Traumatismo Crânio-Encefálico
Traumatismo Vertebro-Medular
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Traumatologia
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TRAUMA DOS TECIDOS MOLES
Feridas
ATUAÇÃO
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Queimadura
Queimadura é uma lesão cutânea e/ou dos tecidos adjacentes, provocada por
qualquer agente exterior, que conduz à destruição total ou parcial da pele, com
alteração da sua função.
Químicas:
Ácidos (sulfúrico, clorídrico);
Alcalis (lixívia, soda cáustica);
Gasolina.
Elétricas:
Descargas elétricas de diferentes tipos (corrente elétrica, raios).
Radiação:
Raios ultravioleta;
Raios X;
Raios infravermelhos;
Agentes radioativos.
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Profundidade da queimadura
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3º Grau: Queimadura profunda, atinge toda a epiderme, a derme e
outros tecidos mais profundos, podendo afetar músculos, vasos
sanguíneos, nervos e ossos. A pele apresenta-se seca, com uma cor
castanha/negra (se causada por calor seco) ou esbranquiçada (se
causada por calor húmido). Estas queimaduras não são dolorosas, pois
as terminações sensitivas são destruídas.
Resumo
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Extensão da queimadura
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A gravidade da queimadura depende de:
Causas da queimadura;
Profundidade da queimadura (1º, 2º e 3º grau);
Extensão da superfície corporal queimada;
Local atingido (face, articulações, genitais);
Idade (menos de 5 anos e mais de 60);
Doenças e estado nutricional prévio.
Sinais e Sintomas
Pele seca e quente (ausência de suor);
Dor intensa (pode levar à perda de consciência);
Perda de líquidos corporais (pode levar ao choque);
Bolhas (flictenas);
Dificuldade respiratória (devido ao edema da glote nas queimaduras das
vias aéreas);
Tosse com sangue (queimaduras das vias aéreas);
Destruição de tecidos;
ATUAÇÃO
Providenciar ajuda diferenciada: 112;
Afastar a vítima do agente causal da queimadura;
Avaliar e manter a permeabilidade da via aérea;
Retirar anéis, relógios e pulseiras devido ao inchaço (edema);
Lavar a área queimada com água (potável) corrente durante cerca de 15
minutos ou até aliviar a dor;
Não rebentar as bolhas (flictenas);
Não retirar as roupas queimadas que estiverem aderentes à pele,
embeber os fragmentos de roupa em soro fisiológico ou água potável;
Não utilizar gelo, gorduras, cremes ou pomadas sobre a queimadura.
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ORTOTRAUMATOLOGIA
Fraturas
Fratura é uma perda, total ou parcial, da continuidade do tecido ósseo em dois
ou mais fragmentos.
Classificação
Fig. 76 - Fratura
Fechadas: Não existe descontinuidade da pele;
Abertas (exposta): Os topos ósseos, perfuram a pele e comunicam com
o exterior, habitualmente são a que originam mais complicações;
Complicadas por ferida: Existe uma ferida no local da fratura, mas sem
exposição dos topos ósseos (fratura fechada).
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Mecanismo de lesão
Direto: Quando a fratura surge no local onde foi aplicada a força.
Indireto: Quando a fratura surge num local diferente daquele onde foi
aplicada a força.
Sinais e Sintomas
Dor intensa no local;
Inchaço (edema):
Deformidade;
Encurtamento do membro;
Impotência funcional;
Equimose/Hematoma;
Mobilidade anormal;
Crepitação óssea;
Exposição de topos ósseos.
ATUAÇÃO
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Nas fraturas abertas, lavar abundantemente os topos ósseos e a ferida,
cobrindo depois com compressas humedecidas;
Avaliar, vigiar e registar os sinais vitais;
Imobilização de fraturas
A imobilização deverá ser sempre feita de acordo com a tolerância da vítima.
Nos ossos longos imobilizar sempre as articulações adjacentes (acima e
abaixo) ao foco da fratura.
Após a imobilização, avaliar a circulação do membro, através da vigilância da
coloração da pele, temperatura, sensibilidade, pulso periférico e mobilidade do
membro. Se possível aplicar frio indireta e localmente.
OBJECTIVOS DA IMOBILIZAÇÃO
Diminuir a dor;
Controlar eventuais hemorragias;
Prevenir o estado de choque.
100
Exemplos de imobilizações de membros superiores e inferiores
101
NEUROTRAUMATOLOGIA
Sinais e Sintomas
Lesões evidentes (feridas/hematoma no couro cabeludo,
deformações/fratura do crânio, hemorragia);
Alterações do estado de consciência (sonolência, desorientação,
inconsciência);
Náuseas e/ou vómitos;
Dor de cabeça (cefaleias);
“Olho negro” e alterações pupilares;
Hemiplegia (ausência de sensibilidade e
movimentos de um dos lados do corpo);
Tonturas;
Zumbidos;
Fig. 82 - Fratura de Crânio
Saída de líquido cefalorraquidiano (LCR) pelo nariz ou ouvidos;
Convulsões;
Aumento da temperatura, pressão arterial e frequência cardíaca.
102
ATUAÇÃO
103
Traumatismo Vertebro-Medular (TVM)
Dor local;
Alterações na sensibilidade;
Perda ou diminuição da força/mobilidade (paraplegia, tetraplegia);
Formigueiro (parestesias) e dormência nos membros;
Em lesões altas, pode haver perda das principais funções vitais (pode
ocorrer dificuldade ventilatória ou paragem ventilatória);
Priapismo (ereção persistente sem desejo sexual);
Diminuição da temperatura corporal (hipotermia);
Incontinência de esfíncteres (em alguns casos);
Estado de choque (em alguns casos).
104
ATUAÇÃO
105
CAPÍTULO 14
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EXTRAÇÃO RÁPIDA: Chave de Rautek
Técnica que permite retirar uma vítima de uma forma rápida, numa situação
de perigo eminente (explosão, fumos tóxicos, imersão, paragem cardio-
respiratória) em que não dispomos de qualquer equipamento de apoio. Esta
técnica confere ao socorrista uma garantia mínima de proteção da coluna
vertebral, embora com elevados riscos de provocar lesões.
1. 2.
107
4.
5. 6.
108
CAPÍTULO 15
EMERGÊNCIAS MÉDICAS
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO
DIABETES
CONVULSÃO
109
Acidente Vascular Cerebral (AVC)
AVC Isquémico: É o tipo de AVC mais comum, presente em cerca de 80% dos
casos. Ocorre pela falta de fluxo sanguíneo cerebral, devido à oclusão de uma
das artérias do cérebro. Pode-se dividir em:
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AVC Hemorrágico: É o acidente vascular cerebral menos comum presente
em cerca de 20% dos casos, mas não menos grave. Ocorre pela rutura de um
vaso sanguíneo cerebral. O sangue em contato com os tecidos do cérebro tem
ação irritativa. Além disso, a inflamação e o efeito de massa ou pressão
exercida pelo coágulo de sangue no tecido nervoso leva à necrose (morte) do
mesmo e das células cerebrais. Pode ocorrer como consequência de uma crise
hipertensiva, quando a pressão no vaso é tão alta que leva a sua rutura.
111
Sinais e Sintomas
A manifestação do AVC depende da região cerebral afetada e da extensão da
lesão.
O cérebro controla o corpo de uma forma cruzada, isto é, a metade esquerda
controla o lado direito e vice-versa, assim sendo, sempre que uma vítima
apresenta manifestações físicas no hemicorpo direito, a lesão cerebral situa-se
à esquerda.
112
ATUAÇÃO
113
Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM)
114
Sinais e Sintomas
Dor no peito violenta e constante, tipo pressão, peso, aperto, facada
Dor em um ou ambos os braços, pescoço, maxilar inferior, dorso (entre
as omoplatas) e região abdominal (epigastro)
Dor de forte intensidade, de início súbito, constante, com duração
superior a 30 minutos
Dor não cede ao repouso nem à nitroglicerina (distinção da dor de
angina)
Dificuldade respiratória (aumento da frequência respiratória)
Palidez e suores intensos
Náuseas e vómitos
Medo e ansiedade
Perda de consciência
Pulso rápido e fraco
ATUAÇÃO
115
Diabetes Mellitus
Fig. 93 - Hiperglicémia
Fig. 94 - Hipoglicémia
116
Sinais e Sintomas
Hiperglicémia
Fadiga crescente;
Sede;
Pele seca;
Hálito adocicado;
Face rosada com aspeto
congestionado;
Fig. 95 - Hiperglicémia (Sinais e Sintomas)
Alteração progressiva do estado de consciência.
Hipoglicémia
Fraqueza;
Sensação de fome;
Dormências nas mãos e face;
Palidez;
Pele suada e fria;
Convulsões e coma;
ATUAÇÃO
Hiperglicémia
Se possível, determinar o valor da glicemia;
Investigar se a vítima é diabética;
Investigar se a vítima toma medicação e qual;
Investigar quando tomou a medicação;
Procurar ajuda diferenciada 112.
117
ATUAÇÃO
Hipoglicémia
Se possível, determinar o valor da glicemia;
Investigar se a vítima é diabética;
Investigar se a vítima toma medicação e qual;
Investigar quando tomou a medicação;
Administrar uma papa açúcar debaixo da língua e nas bochechas;
Procurar ajuda diferenciada 112.
Fig. 97 - Pâncreas
118
Como determinar a glicémia?
Através de uma picada dos dedos, com uma agulha própria, é colhida uma
gota de sangue que será absorvida por uma fita reagente e que é lida por um
aparelho específico. De um modo geral todos os diabéticos possuem um
aparelho de determinação da glicémia.
119
Convulsão
Sinais e Sintomas
120
ATUAÇÃO
121
CAPÍTULO 16
EFEITOS DO AMBIENTE
AMBIENTE QUENTE
Golpe de Calor
Insolação
AMBIENTE FRIO
Geladura
Hipotermia
122
Efeitos do Ambiente
AMBIENTE QUENTE
Golpe de calor
Esta situação tem origem em ambientes quentes e húmidos, onde as pessoas
estão expostas a essa temperatura e humidade e que não repõem os líquidos e
sais perdidos pela transpiração. Se a este ambiente estiverem associados
vómitos, diarreias ou atividade muscular intensa, poderá levar à exaustão.
Sinais e Sintomas
Palidez cutânea;
Corpo com suores frios e viscosos;
Pupilas dilatadas;
Fraqueza;
Cãibras;
Ventilação rápida e superficial;
Inconsciência (grave);
123
ATUAÇÃO
Insolação
Tem origem na exposição solar ou a temperatura ambiental elevada por
períodos prolongados, num ambiente quente e seco. O organismo não
consegue baixar a temperatura através da transpiração.
Sinais e Sintomas
124
Aumento da temperatura corporal;
Pulso forte e arrítmico;
A inconsciência poderá acontecer rapidamente;
ATUAÇÃO
AMBIENTE FRIO
Geladura
Lesão provocada pela congelação dos tecidos cutâneos associada à constrição
dos vasos sanguíneos, geralmente nas extremidades, provocada pela neve ou
gelo. Ocorre diminuição da circulação sanguínea nos vasos da zona afetada
até que deixa de haver irrigação.
Sinais e Sintomas
Área afetada fica pálida ou azulada;
Poderão aparecer flictenas (“bolhas de água”);
Diminuição dos movimentos na zona afetada;
Sensação de “picadas” e dor intensa que desaparece gradualmente;
Insensibilidade às diferentes temperaturas e rigidez local;
Possível isquémia das extremidades.
125
ATUAÇÃO
Hipotermia
Ocorre quando a temperatura corporal baixa para valores inferiores a 35ºC. A
hipotermia moderada ocorre, geralmente, nas encostas montanhosas
especialmente se houver ocorrência de
chuva, vento, neve ou gelo. Também
poderá ocorrer com a imersão no mar.
126
Sinais e Sintomas
ATUAÇÃO
127
BIBLIOGRAFIA
PT Medical
URL: http://www.ptmedical.pt/
Associação AVC;
URL: http://www.associacaoavc.pt/
128
Sociedade Portuguesa de Cardiologia
URL: http://www.spc.pt/
• Manual de PHTLS;
• Fotografia (INEM);
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MANUAL CURSO DE SOCORRISMO
2ª Edição
2016
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