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Caderno de Direito Comercial I - Prof. Alexandre Assump SS o (Final)
Caderno de Direito Comercial I - Prof. Alexandre Assump SS o (Final)
PRIMEIRA PROVA
AULA 1
adotar, então, o sistema francês com o Decreto 737. Existia, então, um código
subjetivista com orientação objetivista.
Art. 19. Considera-se mercancia:
§ 1º A compra e venda ou troca de effeitos moveis, ou semoventes para os vender por grosso ou a retalho, na
mesma especie ou manufacturados, ou para alugar o seu uso;
AULA 2
13
Empresário
3. Capital. Não há capital mínimo para exercer empresa, porém, ele tem
de ser informado. Não há conferência do capital mínimo pela
junta comercial, no entanto, caso a informação seja falsa, o
empresário pode ser responsabilizado por falsidade ideológica. O
capital pode ser estrangeiro, mas tem de ser informado em moeda
nacional, sendo necessária a conversão.
4. Objeto e sede da empresa. O objeto é atividade econômica que
ele pretende explorar. Pode ser exercida mais de uma atividade,
conforme a Tabela CNAI, lista com todas atividades passíveis de
serem exercidas. Quanto à sede da empresa, a sede da empresa tem
de ser no âmbito da junta, isto é, em um dos municípios do Estado
pelo qual a junta comercial é responsável.
a. Alterações quanto à pessoa. Quaisquer alterações
referentes à pessoa são averbadas na junta comercial.
Exemplos estão nos art. 979 e 980, CC.
5. Impedimentos legais à atividade empresária. Sabidamente, o impedido não pode ser
empresário, pois há uma norma decorrente de lei que o impede, apesar da sua
capacidade plena.
a. Efeito do exercício empresarial por impedido. Conforme o art. 973, CC, “[A]
PESSOA LEGALMENTE IMPEDIDA DE EXERCER ATIVIDADE PRÓPRIA DE EMPRESÁRIO, SE
A EXERCER, RESPONDERÁ PELAS OBRIGAÇÕES CONTRAÍDAS”. O empresário
impedido não tem nenhum benefício pelo seu impedimento, não havendo
invalidade da obrigação. Isso dá, portanto, segurança a quem contrata com o
empresário impedido.
6. Bens e obrigações. Qualquer empresário, regular ou irregular, responde com todos os
seus bens – ilimitadamente – pelas obrigações contraídas. Responde, portanto, com os
bens destinados a empresa e os não destinados a empresa, salvo os bens
absolutamente impenhoráveis.
7. Empresário incapaz. Conforme o art. 974, CC, “[P]ODERÁ O INCAPAZ, POR MEIO DE
REPRESENTANTE OU DEVIDAMENTE ASSISTIDO, CONTINUAR A EMPRESA ANTES EXERCIDA POR
ELE ENQUANTO CAPAZ, POR SEUS PAIS OU PELO AUTOR DE HERANÇA”. Até o advento do
Código Civil de 2002, todo empresário só poderia ser capaz., havendo fim da empresa
com, por exemplo, a interdição. Não poderia, da mesma forma, haver sócios
incapazes. No entanto, essa vedação foi abolida com o Código Civil de 2002,
admitindo-se, agora, tanto o sócio incapaz, conforme o art. 974, § 3º, CC, quanto o
empresário incapaz. No entanto, o incapaz não pode iniciar empresa, apenas prossegui-
la. Ele pode prosseguir essa atividade em três situações:
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a. Interdição;
b. Falecimento do pai ou mãe;
c. Autor de herança. É sinônimo de falecido. Ocorre quando o autor de herança
deixa uma empresa ao incapaz;
i. Autorização judicial. A autorização para o incapaz é necessariamente
judicial. Ainda, como se trata de incapaz, a oitiva do Ministério Público
é obrigatória, mesmo que de jurisdição voluntária. Nos termos do art.
974, § 1º, CC, “[N]OS CASOS DESTE ARTIGO, PRECEDERÁ AUTORIZAÇÃO
JUDICIAL, APÓS EXAME DAS CIRCUNSTÂNCIAS E DOS RISCOS DA EMPRESA, BEM
COMO DA CONVENIÊNCIA EM CONTINUÁ-LA, PODENDO A AUTORIZAÇÃO SER
REVOGADA PELO JUIZ, OUVIDOS OS PAIS, TUTORES OU REPRESENTANTES
LEGAIS DO MENOR OU DO INTERDITO, SEM PREJUÍZO DOS DIREITOS
ADQUIRIDOS POR TERCEIROS”. Portanto, nota-se, pelo trecho grifado, que
essa autorização não é um direito potestativo do incapaz. A autorização
pode ser, ainda, revogada.
1. Bens ao tempo da interdição. Conforme o art. 974, § 2º, CC,
“[N]ÃO FICAM SUJEITOS AO RESULTADO DA EMPRESA OS BENS QUE O
INCAPAZ JÁ POSSUÍA, AO TEMPO DA SUCESSÃO OU DA INTERDIÇÃO,
DESDE QUE ESTRANHOS AO ACERVO DAQUELA, DEVENDO TAIS FATOS
CONSTAR DO ALVARÁ QUE CONCEDER A AUTORIZAÇÃO”.
2. Diferenciação da emancipação. A autorização para o empresário
incapaz é precária, podendo ser revogada, diferentemente da
emancipação, que é definitiva e irrevogável. Tem-se a condição,
então de empresário autorizado. A autorização não se confunde,
portanto, com emancipação, principalmente em seus efeitos.
3. Firma do incapaz e os gerentes. Não sabendo ler e escrever, a
firma do empresário incapaz é utilizada pelo representante ou
assistente. No entanto, se o representante ou assistente não puder ser
empresário, o juiz tem de nomear um terceiro para utilizá-la,
denominado gerente, nos termos do art. 975, CC e art. 976,
parágrafo único, CC. Caso o empresário incapaz saiba ler e
escrever, ele mesmo utiliza a firma.
4. Averbação de emancipação na junta comercial. Conforme o art.
976, CC, "[A] PROVA DA EMANCIPAÇÃO E DA AUTORIZAÇÃO DO
INCAPAZ, NOS CASOS DO ART. 974, E A DE EVENTUAL REVOGAÇÃO
DESTA, SERÃO INSCRITAS OU AVERBADAS NO REGISTRO PÚBLICO DE
EMPRESAS MERCANTIS".
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8. Empresário rural. Conforme o art. 971, CC, "[O] EMPRESÁRIO, CUJA ATIVIDADE RURAL
CONSTITUA SUA PRINCIPAL PROFISSÃO, PODE, OBSERVADAS AS FORMALIDADES DE QUE
TRATAM O ART. 968 E SEUS PARÁGRAFOS, REQUERER INSCRIÇÃO NO REGISTRO PÚBLICO DE
EMPRESAS MERCANTIS DA RESPECTIVA SEDE, CASO EM QUE, DEPOIS DE INSCRITO, FICARÁ
EQUIPARADO, PARA TODOS OS EFEITOS, AO EMPRESÁRIO SUJEITO A REGISTRO”.
Notavelmente, o Código Civil não exige inscrição para o empresário a fins de que seja
considerado como tal. Todavia, para o empresário rural, ele somente é considerado
empresário uma vez feita a inscrição. A matrícula entra, então, como um quarto elemento.
Para que seja definido como empresário rural, o empresário deve exercer uma
atividade rural ou uma atividade rural e mais outras. Portanto, no caso em questão, o
registro passa a ser de natureza constitutiva. Se ele não fizer a inscrição, ele não é
empresário.
9. Conceito econômico e jurídico. Nos empresários comuns, os conceitos jurídico e
econômico de empresário se confundem. Porém, quanto ao empresário rural, o
conceito econômico de empresário é distinto do conceito jurídico.
AULA 3
a. Microempresa;
b. Empresas ou empresário de pequeno porte;
c. Pequeno empresário, que agrega os requisitos da microempresa;
d. Microempreendedor individual (MEI).
3. Pequeno empresário. O pequeno empresário, por outro lado, teve lei que assegurava
o seu tratamento diferenciado. Nos termos do art. 68, Lei Complementar 123/06,
“[C]ONSIDERA-SE PEQUENO EMPRESÁRIO, PARA EFEITO DE APLICAÇÃO DO DISPOSTO
NOS ARTS. 970 E 1.179 DA LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 (CÓDIGO CIVIL), O
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL CARACTERIZADO COMO MICROEMPRESA NA FORMA DESTA LEI
COMPLEMENTAR QUE AUFIRA RECEITA BRUTA ANUAL ATÉ O LIMITE PREVISTO NO § 1O DO
ART. 18-A [RENDA BRUTA DE ATÉ R$ 81.000,00]”.
a. Requisitos. São três, então, conforme a Lei, os requisitos para a caracterização
como pequeno empresário, além de todos aqueles comuns à caracterização de
qualquer empresário:
i. Há de se tratar de empresário individual. Trata-se, naturalmente, de
pessoa física;
ii. Caracterização como microempresa;
iii. Renda bruta de até R$ 81.000,00, nos termos do art. 18-A, § 1º, Lei
Complementar 123/2006.
4. Microempresa. Diante do requisito do enquadramento como microempresa, convém
analisar esse instituto para melhor entender a caracterização do pequeno empresário.
a. Divisão da Lei Complementar 123/2006 e fundamentação. Essa Lei possui
duas partes, sendo uma tributária – denominada Lei do Simples – e outra
empresarial. O Simples é nada mais que um sistema simplificado de
recolhimento de tributos e contribuições previdenciárias, com uma carga
tributária menor e um processo desburocratizado de recolhimento desses
valores. Essa simplificação está prevista constitucionalmente no art. 146, CF.
No dispositivo, existe uma previsão de Lei Complementar que regesse um
sistema simplificado para a microempresa e empresas de pequeno porte. No
entanto, o legislado acabou por, além de tratar apenas do sistema simplificado,
abordar também na lei o próprio instituto da microempresa e das empresas de
pequeno porte.
i. Fundamentação. Além do art. 146, essa Lei também está escorada no art.
170, IX, CF. definidor de que haverá “[T]RATAMENTO FAVORECIDO PARA
AS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE CONSTITUÍDAS SOB AS LEIS BRASILEIRAS E
QUE TENHAM SUA SEDE E ADMINISTRAÇÃO NO PAÍS”. Essa Lei é, portanto,
uma concretização do princípio de favorecimento do empresário de
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II - que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com sede no exterior;
III - de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócia de outra empresa que
receba tratamento jurídico diferenciado nos termos desta Lei Complementar, desde que a receita bruta global
ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo;
IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra empresa não beneficiada
por esta Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput
deste artigo;
V - cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com fins lucrativos, desde
que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo;
VIII - que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de desenvolvimento, de caixa econômica, de
sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora
de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de
capitalização ou de previdência complementar;
IX - resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento de pessoa jurídica que
tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores;
XI - cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, com o contratante do serviço, relação de pessoalidade,
subordinação e habitualidade.
I - excetuados os casos de autorização prévia, quaisquer documentos adicionais aos requeridos pelos órgãos
executores do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins e do Registro Civil de Pessoas
Jurídicas;
II - documento de propriedade ou contrato de locação do imóvel onde será instalada a sede, filial ou outro
estabelecimento, salvo para comprovação do endereço indicado;
III - comprovação de regularidade de prepostos dos empresários ou pessoas jurídicas com seus órgãos de classe,
sob qualquer forma, como requisito para deferimento de ato de inscrição, alteração ou baixa de empresa, bem
como para autenticação de instrumento de escrituração.
Art. 11. Fica vedada a instituição de qualquer tipo de exigência de natureza documental ou formal, restritiva
ou condicionante, pelos órgãos envolvidos na abertura e fechamento de empresas, dos 3 (três) âmbitos de
governo, que exceda o estrito limite dos requisitos pertinentes à essência do ato de registro, alteração ou baixa da empresa.
I - cuja atividade seja tributada na forma dos Anexos V ou VI desta Lei Complementar, salvo autorização
relativa a exercício de atividade isolada na forma regulamentada pelo CGSN;
Colaboradores do Empresário
AULA 4
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c) ser domiciliado no lugar em que pretenda exercer a profissão, há mais de cinco anos;
d) ter idoneidade, comprovada com apresentação de caderneta de identidade e de certidões negativas dos
distribuidores, no Distrito Federal, da Justiça Federal e das Varas Criminais da Justiça local, ou de folhas
corridas, passadas pelos cartórios dessas mesmas Justiças, e, nos Estados e no Território do Acre, pelos Cartórios
da Justiça Federal e Local do distrito em que o candidato tiver o seu domicílio.
Apresentará, também, o candidato, certidão negativa de ações ou execuções movidas contra ele no foro civil
federal e local, correspondente ao seu domicílio e relativo ao último quinquênio.
b) os que tiverem sido destituídos anteriormente dessa profissão, salvo se o houverem sido a pedido;
c) os falidos não reabilitados e os reabilitados, quando a falência tiver sido qualificada como culposa ou fraudulenta.
Adquirir para si, ou para pessoas de sua família, coisa de cuja venda tenha sido incumbido, ainda que a pretexto
de destinar-se a seu consumo particular.
Parágrafo único. Não poderão igualmente os leiloeiros, sob pena de nulidade de todos os seus atos, exercer a
profissão nos domingos e dias feriados nacionais, estaduais ou municipais, delegar a terceiros os pregões,
nem realizar mais de dois leilões no mesmo dia em locais muito distantes entre si, a não ser que se trate de
imóveis próximos ou de prédios e móveis existentes no mesmo prédio, considerando-se, nestes casos, como de
um só leilão os respectivos pregões.
I. Diário de entrada, destinado à escrituração diária de todas as mercadorias, móveis, objetos e mais efeitos
remetidos para venda em leilão no armazém, escriturado em ordem cronológica, sem entrelinhas, emendas ou
rasuras, de acordo com a relação a que se refere o art. 20,
II. Diário de saída, destinado à escrituração das mercadorias efetivamente vendidas ou saídas do armazém com
a menção da data do leilão, nomes dos vendedores e compradores, preços obtidos por lotes e o total das vendas
de cada leilão, extraído do Diário de leilões.
III, Contas correntes, destinado aos lançamentos de todos os produtos líquidos apurados para cada comitente,
de acordo com as contas de que trata o § 1º do art. 27, e dos sinais recebidos pelas vendas de Imóveis.
Parágrafo único. O balanço entre os livros – Diário de entrada a Diário de saída – determinará a existência dos
efeitos conservados no armazém do leiloeiro.
I. Protocolo, para registar as entregas das contas de venda e das cartas a que se referem, respectivamente, os
artigos 20 e 21.
II. “Diário de leilões”, que poderá desdobrar-se em mais de um livro, para atender ás necessidades do
movimento da respectiva agencia, e em que serão escriturados a tinta, no ato do leilão, sem emendas ou rasuras
que possam levantar dívida, todos os leilões que o leiloeiro realizar, com catalogo ou sem ele, inclusive os do
respectivo armazém, observadas na sua escrituração as mesmas normas que se observam na do "Diário de
saída”, com a indicação da data do leilão, nome de quem o autorizou, número dos lotes, nomes dos
compradores, preço de venda de cada lote, e soma total do produto bruto do leilão, devendo a escrituração
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desse livro conferir exatamente com a descrição dos lotes o os preços declarados na conta de venda fornecida
ao comitente.
III. Livro talão, de cópia carbônica, para extração das faturas destinadas aos arrematantes de lotes, com
indicação do nome por inteiro de cada um e seu endereço.
Obrigações do Empresário
I - dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos das empresas mercantis,
submetidos a registro na forma desta lei;
III - proceder à matrícula dos agentes auxiliares do comércio, bem como ao seu cancelamento.
a) dos documentos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção de firmas mercantis individuais,
sociedades mercantis e cooperativas;
b) dos atos relativos a consórcio e grupo de sociedade de que trata a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976;
e) de atos ou documentos que, por determinação legal, sejam atribuídos ao Registro Público de Empresas
Mercantis e Atividades Afins ou daqueles que possam interessar ao empresário e às empresas mercantis;
e. Pessoas sujeitas à matrícula. Conforme o art. 32, II, alínea “a”, Lei 8.934/94,
estão sujeitas à matrícula:
i. Leiloeiros.
ii. Tradutores públicos e intérpretes comerciais, que tem fé-pública;
iii. Trapicheiro. Trabalha com depósito de mercadorias no litoral.
iv. Administradores de armazém-gerais. Trabalha com depósito de
mercadorias fora do litoral.
f. Função normativa do DREI. Nos termos dos arts. 3º e 4º, Lei 8.934/94, o DREI
tem função normativa. Em contrapartida, quem realmente faz as tarefas de
registro são as juntas comerciais. O DREI, portanto, não se relaciona diretamente
com o empresário.
g. Divisão e jurisdição das juntas comerciais. Nos termos do art. 5º, Lei 8.934/94,
“[H]AVERÁ UMA JUNTA COMERCIAL EM CADA UNIDADE FEDERATIVA, COM SEDE NA
CAPITAL E JURISDIÇÃO NA ÁREA DA CIRCUNSCRIÇÃO TERRITORIAL RESPECTIVA”.
i. Subordinação das Juntas Comerciais. Conforme o art. 6º, Lei 8.934/94,
as Juntas Comerciais se subordinam administrativamente ao governo de
cada Estado. Porém, de ponto de vista técnico, se submetem ao DREI.
ii. Finalidade das Juntas Comerciais. Nos termos do art. 8º, Lei 8.934/94:
Art. 8º Às Juntas Comerciais incumbe:
IV - elaborar os respectivos Regimentos Internos e suas alterações, bem como as resoluções de caráter
administrativo necessárias ao fiel cumprimento das normas legais, regulamentares e regimentais;
V - expedir carteiras de exercício profissional de pessoas legalmente inscritas no Registro Público de Empresas
Mercantis e Atividades Afins;
AULA 5
1. Recorribilidade na Junta Comercial. Caso uma pessoa se sinta prejudicada por uma
decisão técnica da Junta Comercial, oriunda de normativa do DREI, é imposto mandado
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de segurança na Justiça Federal. Por outro lado, uma decisão administrativa da Junta
Comercial tem de ser questionada na Justiça Estadual.
2. Retrospectiva histórica e surgimento das Juntas Comerciais. A Junta Comercial é
composta por um colegiado, e sua origem está nos Tribunais de Comércio, órgão no qual
eram feitas as matrículas e tinham funções jurisdicionais. Esse Tribunais foram
extintos há tempos. Depois de sua extinção, os órgãos passaram a ter funções apenas
administrativas, sem função jurisdicional, tornando-se Juntas Comerciais.
3. Composição da Junta Comercial e os vogais. A composição da Junta Comercial está
prevista no art. 12, Lei 8.934/94. O colegiado das Juntas Comerciais é composto por
julgadores no plano administrativo denominados vogais. Quem fixa os vogais é a Lei
Estadual, bem como o seu número, podendo variar de 11 a 23, de acordo com o art.
10, Lei 8.934/94. No Rio de Janeiro, há 20 vogais na Junta Comercial.
a. Classificação dos vogais. Os vogais não são servidores públicos de forma
propriamente dita. Na verdade, cumprem um mandato de 4 anos, nos termos do
art. 16, Lei 8.934/94, sendo permitida apenas uma recondução. Os vogais não são,
portanto, concursados e estáveis. No entanto, enquanto vogais, eles entram na
folha de pagamento do estado, mas em estado precário, temporário. Seria como
a situação de um professor substituto.
b. Critérios de composição da Junta Comercial. Esses critérios estão presentes no
art. 11, Lei 8.934/94. São eles:
Art. 11. Os vogais e respectivos suplentes serão nomeados, salvo disposição em contrário, pelos governos dos
Estados e do Distrito Federal, dentre brasileiros que atendam às seguintes condições:
II - não estejam condenados por crime cuja pena vede o acesso a cargo, emprego e funções públicas, ou por
crime de prevaricação, falência fraudulenta, peita ou suborno, concussão, peculato, contra a propriedade, a fé
pública e a economia popular;
III - sejam, ou tenham sido, por mais de cinco anos, titulares de firma mercantil individual, sócios ou
administradores de sociedade mercantil, valendo como prova, para esse fim, certidão expedida pela junta
comercial;
Parágrafo único. Qualquer pessoa poderá representar fundadamente à autoridade competente contra a
nomeação de vogal ou suplente, contrária aos preceitos desta lei, no prazo de quinze dias, contados da data da
posse.
I - a metade do número de vogais e suplentes será designada mediante indicação de nomes, em listas tríplices,
pelas entidades patronais de grau superior e pelas Associações Comerciais, com sede na jurisdição da junta;
II - um vogal e respectivo suplente, representando a União Federal, por nomeação do Ministro de Estado da
Justiça;
III – quatro vogais e respectivos suplentes representando a classe dos advogados, a dos economistas, a dos
contadores e a dos administradores, todos mediante indicação, em lista tríplice, do Conselho Seccional ou
Regional do Órgão Corporativo dessas categorias profissionais.
iii. Entidades de classe. Cada conselho indica para o governador uma lista
tríplice, com os indicados por aquela entidade
IV - os demais vogais e suplentes serão designados, nos Estados e no Distrito Federal, por livre escolha dos
respectivos governadores.
iv. Base classista e caráter político. Percebe-se, então, que a base da Junta
Comercial é classista, mas com forte conotação política. O governador não
tem nenhuma obrigação de realizar uma indicação técnica, apenas de
indicar nomes que satisfaçam os requisitos comuns a todos os vogais.
d. Presidente da Junta Comercial. O Presidente da Junta Comercial é nomeado
pelo governador do Estado, escolhido dentre os vogais. Ele é, também, um
vogal, assim como o vice-presidente da Junta Comercial. Conforme o art. 23,
Lei 8.934/94:
Art. 23. Compete ao presidente:
II - dar posse aos vogais, convocar e dirigir as sessões do Plenário, superintender todos os serviços e velar pelo
fiel cumprimento das normas legais e regulamentares.
I - o instrumento original de constituição, modificação ou extinção de empresas mercantis, assinado pelo titular,
pelos administradores, sócios ou seus procuradores;
II - declaração do titular ou administrador, firmada sob as penas da lei, de não estar impedido de exercer o
comércio ou a administração de sociedade mercantil, em virtude de condenação criminal.
Parágrafo único. Além dos referidos neste artigo, nenhum outro documento será exigido das firmas individuais
e sociedades referidas nas alíneas a, b e d do inciso II do art. 32.
6. Documentos que não podem ser arquivados pela Junta Comercial. O art. 35, Lei
8.934/94, estabelece os documentos que não podem ser arquivados pela Junta
Comercial, devendo a Junta baixar uma exigência ou requerimento, e se a exigência
não for cumprida, há o indeferimento. Sabidamente, a análise da Junta Comercial é
apenas objetiva, nunca subjetiva. Com efeito, os impedimentos legais são causas
objetivas. A Junta apenas pode, então, devolver, indeferir ou baixar em exigência:
Art. 35. Não podem ser arquivados:
I - os documentos que não obedecerem às prescrições legais ou regulamentares ou que contiverem matéria
contrária aos bons costumes ou à ordem pública, bem como os que colidirem com o respectivo estatuto ou
contrato não modificado anteriormente;
VII - os contratos sociais ou suas alterações em que haja incorporação de imóveis à sociedade, por instrumento
particular, quando do instrumento não constar:
a) a descrição e identificação do imóvel, sua área, dados relativos à sua titulação, bem como o número da
matrícula no registro imobiliário;
VIII - os contratos ou estatutos de sociedades mercantis, ainda não aprovados pelo Governo, nos casos em que
for necessária essa aprovação, bem como as posteriores alterações, antes de igualmente aprovadas.
Parágrafo único. A junta não dará andamento a qualquer documento de alteração de firmas individuais ou
sociedades, sem que dos respectivos requerimentos e instrumentos conste o Número de Identificação de
Registro de Empresas (Nire).
b. CNPJ. O NIRE nada tem a ver com o CNPJ, que é, na realidade, ligado a fins
tributários.
7. Decisões na Junta Comercial. Os Processo na Junta Comercial são processos
administrativos, estando sujeitos à controle de legalidade e suscetíveis de apreciação
pelo Judiciário. Apesar de ser um processo administrativo, a parte prejudicada pode
ter acesso à Justiça, não havendo impedimento nesse sentido.
a. Regimes de decisão. As decisões da Junta Comercial estão sujeitas a dois
regimes:
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a) dos atos de constituição de sociedades anônimas, bem como das atas de assembleias gerais e demais atos,
relativos a essas sociedades, sujeitos ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins;
c) dos atos de constituição e alterações de consórcio e de grupo de sociedades, conforme previsto na Lei nº 6.404,
de 15 de dezembro de 1976;
I - Pedido de Reconsideração;
II - Recurso ao Plenário;
i. Livro caixa. Existe, por exemplo, o livro caixa, que indica as entradas e
saídas das receitas e despesas da empresa ou da sociedade.
ii. Livro razão. Além desse, há o livro razão, no qual a escrituração é feita
por assunto ou operações, qualquer que seja a data.
iii. Livro conta-corrente. Por fim, há também os livros conta-corrente, no
qual o lançamento é por cliente ou fornecedor.
b. Meio de manutenção. O Código Civil não prevê que a escrituração possa ser
feita em meios digitais. No entanto, as Juntas Comerciais possibilitam isso
expressamente. Não havendo vedação legal, a conservação em meios digitais é
lícita.
c. Categorias especiais de empresário. Conforme o art. 1.179, § 2º, CC, o pequeno
empresário não tem deveres de escrituração, seja de livros, seja de balanços. O
mesmo tratamento é dado ao MEI.
i. ME e EPP. ME que não é MEI tem de ter:
1. Livro caixa;
2. Livro de registro de inventário.
11. Autenticação na Junta Comercial. Conforme o art. 1.181, CC, todo livro obrigatório
tem de ser autenticado na Junta Comercial, enquanto os facultativos também têm essa
possibilidade, mas não obrigação. Daí depreende-se, portanto, que o empresário irregular
não pode autenticar os seus livros.
12. Obrigações especiais de outros livros. Existem determinados empresários que, por
Lei, são obrigados a possuir outros livros além do livro diário. Exemplo são os
leiloeiros. Outro exemplo são as sociedades anônimas, que precisam ter livros para
registrar as ações e suas transferências e as atas de assembleia, nos termos do art. 100,
Lei 6.404/76 [Lei das Sociedades Anônimas]. Por fim, existe obrigações de outros livros
para aquele que se utiliza de duplicata. Não sendo nenhum desses casos, precisa-se
apenas do livro diário.
13. Contabilista. Conforme o art. 1.182, CC, a escrituração é da responsabilidade do
contabilista. A escrituração tem de ser feita em forma contábil. Além disso, tem de ser
observado os idioma e moeda correntes nacionais, não interessando se se trata de
empresa estrangeira, nos termos do art. 1.183, CC. Quanto à ordem cronológica,
apenas o livro diário tem a obrigação de manutenção nessa modalidade, nos termos
do art. 1.184, CC. Nada impede que os livros facultativos estejam fora da ordem
cronológica.
a. Tipos de vício. São eles:
i. Vício intrínseco. Diz respeito à escrituração em si. Geralmente, são de
responsabilidade do contador.
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ii. Vício extrínseco. Diz respeito ao próprio livro, como, por exemplo,
páginas rasgadas, folhas rasgadas, ausência de autenticação, entre
outros.
b. Origem. É preciso indicar a origem do lançamento. Todo lançamento contábil
tem uma causa.
14. Balanço patrimonial. Conforme o art. 1.188, CC, “[O] BALANÇO PATRIMONIAL DEVERÁ
EXPRIMIR, COM FIDELIDADE E CLAREZA, A SITUAÇÃO REAL DA EMPRESA E, ATENDIDAS AS
PECULIARIDADES DESTA, BEM COMO AS DISPOSIÇÕES DAS LEIS ESPECIAIS, INDICARÁ,
DISTINTAMENTE, O ATIVO E O PASSIVO.”
a. Ativos e passivos. Os ativos são os bens e direitos do empresário, inclusive
intangíveis. Os passivos, por outro lado, são as obrigações e responsabilidades
patrimoniais a que o empresário está sujeito.
15. Balanço de resultado econômico. É o desempenho da empresa. Conforme o art. 1.189,
CC, “[O] BALANÇO DE RESULTADO ECONÔMICO, OU DEMONSTRAÇÃO DA CONTA DE LUCROS
E PERDAS, ACOMPANHARÁ O BALANÇO PATRIMONIAL E DELE CONSTARÃO CRÉDITO E DÉBITO,
NA FORMA DA LEI ESPECIAL”.
i. Assinatura do empresário. Esses balanços são assinados pelo
empresário e seu contador, nos termos do art. 1.184, § 2º, CC.
Dificilmente, portanto, somente o contador responde por irregularidades.
ii. Nível técnico. A técnica do contador requerida pode ser satisfeita de
duas formas. Por nível técnico propriamente, com inscrição no CRC, ou por
nível superior. Esse artigo permite compreender o art. 1.187, CC.
AULA 6
Dever de Escrituração
1. Sigilos dos livros do empresário. Conforme o art. 1.190, CC, “[R]ESSALVADOS OS CASOS
PREVISTOS EM LEI, NENHUMA AUTORIDADE, JUIZ OU TRIBUNAL, SOB QUALQUER PRETEXTO,
PODERÁ FAZER OU ORDENAR DILIGÊNCIA PARA VERIFICAR SE O EMPRESÁRIO OU A SOCIEDADE
EMPRESÁRIA OBSERVAM, OU NÃO, EM SEUS LIVROS E FICHAS, AS FORMALIDADES PRESCRITAS
EM LEI”. É notável a imperatividade do dispositivo. Portanto, as formalidades que a
legislação prevê quanto aos livros devem ser cumpridas, mas não pode haver, em
regra, diligência para sua verificação. São exceções ao sigilo dos livros do empresário:
55
Alienação,
Translativo Trespasse ou Débitos
Transferência
Negócio Jurídico
Direito Pessoal Elementos
[Arrendamento] Créditos
Incorpóreos
Constitutivo
Direito Real
[Usufruto] Contratos
Negócios Jurídicos
Negócios Jurídicos
Translativos e
Translativos
Constitutivos
Art. 1.145, CC Art. 1.144, CC
Art. 1.146, CC Art. 1.147, CC
Art. 1.148, CC -
Art. 1.149, CC -
ii. Efeito contra terceiros. Conforme o art. 1.144, CC, “[O] CONTRATO QUE
TENHA POR OBJETO A ALIENAÇÃO, O USUFRUTO OU ARRENDAMENTO DO
ESTABELECIMENTO, SÓ PRODUZIRÁ EFEITOS QUANTO A TERCEIROS DEPOIS DE
AVERBADO À MARGEM DA INSCRIÇÃO DO EMPRESÁRIO, OU DA SOCIEDADE
EMPRESÁRIA, NO REGISTRO PÚBLICO DE EMPRESAS MERCANTIS, E DE
PUBLICADO NA IMPRENSA OFICIAL”. Esse dispositivo trata de ambos os
tipos de negócios jurídicos.
1. Dupla publicidade. Não basta apenas a averbação na Junta
Comercial, havendo necessidade, também, de publicação na
imprensa oficial do Estado. O legislador não se contentou com a
publicidade do contrato na Junta, mas exigiu também a publicação.
a. ME e EPP. Conforme o art. 71, LC 123/06, está dispensado
de publicação o ME e EPP, bastando a publicidade.
Portanto, a Lei não dispensa o arquivamento, apenas a
publicação. Portanto, a primeira providência, publicidade, é
compulsória, enquanto a segunda é facultativa.
b. Efeito contra terceiros em negócio jurídico translativo. Conforme o art. 1.145,
CC, “[S]E AO ALIENANTE NÃO RESTAREM BENS SUFICIENTES PARA SOLVER O SEU
PASSIVO, A EFICÁCIA DA ALIENAÇÃO DO ESTABELECIMENTO DEPENDE DO
PAGAMENTO DE TODOS OS CREDORES, OU DO CONSENTIMENTO DESTES, DE MODO
EXPRESSO OU TÁCITO, EM TRINTA DIAS A PARTIR DE SUA NOTIFICAÇÃO”. Esse
60
Termo Inicial:
Publicação da
Débitos Vencidos Alienação [ou
Responde Publicidade em
Solidariamente ME e EPP]
Devedor Primitivo pelos Débitos
Anteriores pelo
Prazo de 1 Ano Débitos Não Termo Inicial:
Negócio Jurídico
Translativo Vencido Vencimaneto
Respodde pelos
Débitos Anteriores
Adquirente
até a Prescrição
desses Débitos
AULA 7
Nome Empresarial
Propriedade Industrial
III - esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis, financeiros, educativos, publicitários, de
sorteio e de fiscalização;
VIII - técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como métodos terapêuticos ou de diagnóstico, para
aplicação no corpo humano ou animal; e
IX - o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados na natureza, ou ainda que dela
isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de qualquer ser vivo natural e os processos biológicos naturais.
a. Registro do desenho industrial. Conforme o art. 94, LPI, “AO AUTOR SERÁ
ASSEGURADO O DIREITO DE OBTER REGISTRO DE DESENHO INDUSTRIAL QUE LHE
CONFIRA A PROPRIEDADE, NAS CONDIÇÕES ESTABELECIDAS NESTA LEI.”. O registro,
portanto, concede a propriedade, sendo constitutivo, conforme o art. 109, LPI
b. Requisitos. São quatro os requisitos do desenho industrial, os mesmos da
patente, nos termos do art. 95, LPI:
i. Novidade;
ii. Originalidade;
iii. Aplicação industrial;
iv. Ilicitude.
c. Prazo da proteção. Conforme o art. 108, LPI, “O REGISTRO VIGORARÁ PELO PRAZO
DE 10 (DEZ) ANOS CONTADOS DA DATA DO DEPÓSITO, PRORROGÁVEL POR 3 (TRÊS)
PERÍODOS SUCESSIVOS DE 5 (CINCO) ANOS CADA”.
d. Extinção. As causas de extinção do registro estão dispostas no art. 119, LPI,
sendo quase as mesmas causas de extinção das patentes:
Art. 119. O registro extingue-se:
III - pela falta de pagamento da retribuição prevista nos arts. 108 e 120; ou
AULA 8
Marcas
1. Traços distintivos das marcas. As marcas estão regidas a partir do art. 122, LPI,
segundo o qual “SÃO SUSCETÍVEIS DE REGISTRO COMO MARCA OS SINAIS DISTINTIVOS
VISUALMENTE PERCEPTÍVEIS, NÃO COMPREENDIDOS NAS PROIBIÇÕES LEGAIS”. As marcas
têm dois pontos essenciais:
a. Prescindibilidade de aplicação industrial. Com efeito, a aplicação industrial é
apenas traço acidental nas marcas, diferentemente das patentes e dos desenhos
industriais.
b. Direito à marca perpétua. Diferentemente das patentes e dos desenhos
industriais, ditos direitos de propriedade industrial autênticos, os direitos
sobre marcas não estão fadados a se vulgarizar.
72
I - brasão, armas, medalha, bandeira, emblema, distintivo e monumento oficiais, públicos, nacionais,
estrangeiros ou internacionais, bem como a respectiva designação, figura ou imitação;
VIII - cores e suas denominações, salvo se dispostas ou combinadas de modo peculiar e distintivo;
IX - indicação geográfica, sua imitação suscetível de causar confusão ou sinal que possa falsamente induzir
indicação geográfica;
g. Indicação geográfica. São reguladas a partir do art. 176, LPI, segundo o qual
“CONSTITUI INDICAÇÃO GEOGRÁFICA A INDICAÇÃO DE PROCEDÊNCIA OU A
DENOMINAÇÃO DE ORIGEM”. As indicações geográficas não entram no âmbito
da propriedade industrial como registro, mas para efeitos de proteção contra
utilização indevida por membros que não sejam de uma região específica ou que não
deem certo tratamento a um produto.
i. Indicação de procedência. Conforme o art. 177, LPI, “CONSIDERA-SE
INDICAÇÃO DE PROCEDÊNCIA O NOME GEOGRÁFICO DE PAÍS, CIDADE, REGIÃO
OU LOCALIDADE DE SEU TERRITÓRIO, QUE SE TENHA TORNADO CONHECIDO
COMO CENTRO DE EXTRAÇÃO, PRODUÇÃO OU FABRICAÇÃO DE DETERMINADO
PRODUTO OU DE PRESTAÇÃO DE DETERMINADO SERVIÇO”. As indicações
geográficas só podem ser usadas por empresas que tem produtos
procedentes da área indicada, conforme o art. 182, LPI.
ii. Denominação de origem. Conforme o art. 178, LPI, “CONSIDERA-SE
DENOMINAÇÃO DE ORIGEM O NOME GEOGRÁFICO DE PAÍS, CIDADE, REGIÃO
OU LOCALIDADE DE SEU TERRITÓRIO, QUE DESIGNE PRODUTO OU SERVIÇO
CUJAS QUALIDADES OU CARACTERÍSTICAS SE DEVAM EXCLUSIVA OU
ESSENCIALMENTE AO MEIO GEOGRÁFICO, INCLUÍDOS FATORES NATURAIS E
HUMANOS”. A denominação de origem está ligada ao tratamento de um
determinado produto, não apenas a o local em que foi produzido. Esse
tratamento é determinado e averiguado por uma entidade
representativa dos produtores que são daquela denominação de origem.
Ainda, conforme o art. 182, LPI, só poderão usar a denominação de
origem aqueles produtores que, além da localização geográfica, atendem
requisitos de qualidade.
h. Indicação figurativa. Conforme os art. 179, LPI, “A PROTEÇÃO ESTENDER-SE-Á À
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA OU FIGURATIVA DA INDICAÇÃO GEOGRÁFICA, BEM COMO
75
X - sinal que induza a falsa indicação quanto à origem, procedência, natureza, qualidade ou utilidade do
produto ou serviço a que a marca se destina;
XI - reprodução ou imitação de cunho oficial, regularmente adotada para garantia de padrão de qualquer gênero
ou natureza;
XII - reprodução ou imitação de sinal que tenha sido registrado como marca coletiva ou de certificação por
terceiro, observado o disposto no art. 154;
XIII - nome, prêmio ou símbolo de evento esportivo, artístico, cultural, social, político, econômico ou técnico,
oficial ou oficialmente reconhecido, bem como a imitação suscetível de criar confusão, salvo quando autorizados
pela autoridade competente ou entidade promotora do evento;
XVI - pseudônimo ou apelido notoriamente conhecidos, nome artístico singular ou coletivo, salvo com
consentimento do titular, herdeiros ou sucessores;
XVIII - termo técnico usado na indústria, na ciência e na arte, que tenha relação com o produto ou serviço a
distinguir;
XIX - reprodução ou imitação, no todo ou em parte, ainda que com acréscimo, de marca alheia registrada, para
distinguir ou certificar produto ou serviço idêntico, semelhante ou afim, suscetível de causar confusão ou
associação com marca alheia;
XX - dualidade de marcas de um só titular para o mesmo produto ou serviço, salvo quando, no caso de marcas
de mesma natureza, se revestirem de suficiente forma distintiva;
76
XXI - a forma necessária, comum ou vulgar do produto ou de acondicionamento, ou, ainda, aquela que não
possa ser dissociada de efeito técnico;
XXII - objeto que estiver protegido por registro de desenho industrial de terceiro; e
XXIII - sinal que imite ou reproduza, no todo ou em parte, marca que o requerente evidentemente não poderia
desconhecer em razão de sua atividade, cujo titular seja sediado ou domiciliado em território nacional ou em
país com o qual o Brasil mantenha acordo ou que assegure reciprocidade de tratamento, se a marca se destinar
a distinguir produto ou serviço idêntico, semelhante ou afim, suscetível de causar confusão ou associação com
aquela marca alheia.
II - pela renúncia, que poderá ser total ou parcial em relação aos produtos ou serviços assinalados pela marca;
Atributos da Empresa
I - publica, por qualquer meio, falsa afirmação, em detrimento de concorrente, com o fim de obter vantagem;
II - presta ou divulga, acerca de concorrente, falsa informação, com o fim de obter vantagem;
III - emprega meio fraudulento, para desviar, em proveito próprio ou alheio, clientela de outrem;
IV - usa expressão ou sinal de propaganda alheios, ou os imita, de modo a criar confusão entre os produtos ou
estabelecimentos;
V - usa, indevidamente, nome comercial, título de estabelecimento ou insígnia alheios ou vende, expõe ou
oferece à venda ou tem em estoque produto com essas referências;
VI - substitui, pelo seu próprio nome ou razão social, em produto de outrem, o nome ou razão social deste, sem
o seu consentimento;
VII - atribui-se, como meio de propaganda, recompensa ou distinção que não obteve;
79
VIII - vende ou expõe ou oferece à venda, em recipiente ou invólucro de outrem, produto adulterado ou
falsificado, ou dele se utiliza para negociar com produto da mesma espécie, embora não adulterado ou
falsificado, se o fato não constitui crime mais grave;
IX - dá ou promete dinheiro ou outra utilidade a empregado de concorrente, para que o empregado, faltando
ao dever do emprego, lhe proporcione vantagem;
X - recebe dinheiro ou outra utilidade, ou aceita promessa de paga ou recompensa, para, faltando ao dever de
empregado, proporcionar vantagem a concorrente do empregador;
XII - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de conhecimentos ou informações a que se refere o inciso
anterior, obtidos por meios ilícitos ou a que teve acesso mediante fraude; ou
XIII - vende, expõe ou oferece à venda produto, declarando ser objeto de patente depositada, ou concedida, ou
de desenho industrial registrado, que não o seja, ou menciona-o, em anúncio ou papel comercial, como
depositado ou patenteado, ou registrado, sem o ser;
XIV - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de resultados de testes ou outros dados não divulgados,
cuja elaboração envolva esforço considerável e que tenham sido apresentados a entidades governamentais
como condição para aprovar a comercialização de produtos.
2. Ilícitos civis. Estão dispostos nos arts. 207 e 209. O art. 209, LPI,
seria a cláusula de proteção geral à clientela.
Art. 207. Independentemente da ação criminal, o prejudicado poderá intentar as ações cíveis que considerar cabíveis
na forma do Código de Processo Civil.
Art. 209. Fica ressalvado ao prejudicado o direito de haver perdas e danos em ressarcimento de prejuízos
causados por atos de violação de direitos de propriedade industrial e atos de concorrência desleal não previstos
nesta Lei, tendentes a prejudicar a reputação ou os negócios alheios, a criar confusão entre estabelecimentos
comerciais, industriais ou prestadores de serviço, ou entre os produtos e serviços postos no comércio.
III - a quantia efetivamente paga a título de aviamento de estabelecimento adquirido pelo empresário
ou sociedade.
SEGUNDA PROVA
DIREITO SOCIETÁRIO
82
AULA 9
Sociedades Empresárias
1. Tipologia do exercício da empresa. A empresa pode ser exercida tanto por pessoas
físicas quanto por pessoas jurídicas. No estudo das sociedades, o foco se dá na pessoa
jurídica. Quando a empresa é exercida por pessoas jurídicas, ela não pode se dar sob
a forma de associações nem fundações, vez que elas não têm finalidade lucrativa.
2. Peculiaridade da localização das normas sobre sociedades no Código Civil. No art.
981, CC, a sociedade é definida como contrato. No entanto, elas não são reguladas no
Direito das Obrigações, no Livro I do Código Civil. ISSO OCORRE POIS, APESAR DE
CONTRATO, ELE É ELABORADO PARA O EXERCÍCIO DE UMA ATIVIDADE ECONÔMICA. Dessa
forma, o legislador preferiu que a sociedade fosse tratada no Direito de Empresa.
a. Natureza jurídica, requisitos de personalização e tipos de sociedade.
Enquanto a sociedade é definida pela natureza jurídica de contrato, nem toda
sociedade é pessoa jurídica. Conforme o art. 981, CC, “CELEBRAM CONTRATO DE
SOCIEDADE AS PESSOAS QUE RECIPROCAMENTE SE OBRIGAM A CONTRIBUIR, COM
BENS OU SERVIÇOS, PARA O EXERCÍCIO DE ATIVIDADE ECONÔMICA E A PARTILHA,
ENTRE SI, DOS RESULTADOS”. Ainda, como pessoa jurídica de direito privado,
está a sociedade enumerada no art. 44, II, CC. No entanto, a existência da
sociedade como pessoa jurídica não decorre de ajuste verbal ou por contrato
escrito. Na realidade, o contrato só se transmuta em pessoa jurídica mediante a
satisfação de certos requisitos. Diante da possibilidade de transmutação ou não do
contrato em pessoa jurídica, surgem dois tipos de sociedade:
i. Sociedade personificada. A sociedade personificada é, além de
contrato, pessoa jurídica. O art. 985, CC, é fundamental no que tange a
essa sociedade, uma vez que expõe os requisitos necessários. Faltando
qualquer um dos requisitos, não é possível se falar em personificação da
sociedade. São eles:
1. Documento escrito. O contrato de sociedade é um contrato não
solene. No entanto, a sociedade personificada só tem existência a
partir de um documento escrito;
2. Arquivamento no registro;
3. Registro próprio. Além do arquivamento no registro, é preciso
que esse registro seja próprio.
83
Sociedades Personificadas
AULA 10
Sociedades em Espécies
90
Sociedade em Comum
12. Exercício da atividade constitutiva do objeto social. Conforme o art. 991, CC, “NA
SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO, A ATIVIDADE CONSTITUTIVA DO OBJETO SOCIAL É
EXERCIDA UNICAMENTE PELO SÓCIO OSTENSIVO, EM SEU NOME INDIVIDUAL E SOB SUA
PRÓPRIA E EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE, PARTICIPANDO OS DEMAIS DOS RESULTADOS
CORRESPONDENTES”.
a. Sócio ostensivo ou participante. Esse artigo, por si só, demonstra que a
sociedade não é personificada. Na sociedade em conta de participação, com
efeito, a atividade só pode ser exercida pelo sócio ostensivo, não por todos os
sócios, como na sociedade em comum. Pode haver mais de um sócio ostensivo,
mas deve haver sempre duas modalidades de sócios – o sócio ostensivo e os
participantes –, conforme o art. 996, parágrafo único, CC. Os sócios participantes
são aqueles que não são ostensivos. Portanto, são dois os tipos de sócios na
sociedade em conta de participação:
i. Sócio ostensivo. É o único sócio da sociedade que exerce a empresa em
caráter privativo, em seu nome e sob sua própria responsabilidade;
1. Administração da sociedade em conta de participação com
pluralidade de sócios ostensivos. Conforme o art. 1.013, CC, “A
ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE, NADA DISPONDO O CONTRATO
SOCIAL, COMPETE SEPARADAMENTE A CADA UM DOS SÓCIOS”. Na
sociedade em conta de participação, em havendo dois ou mais
sócios ostensivos, o contrato social precisa explicitar se cada sócio
irá administrar a sociedade conjuntiva ou disjuntivamente.
Conforme a norma, nada dispondo o contrato social, cada sócio
ostensivo pode praticar qualquer operação. Portanto, a regra do
Código Civil é que cada sócio possa praticar qualquer ato e
disjuntivamente. Porém, o contrato social, expressamente, também
pode especificar qual ato pode praticar cada sócio ostensivo ou
especificar que determinados atos, ou todos, só podem ser
praticados conjuntivamente.
ii. Sócio participante.
b. Responsabilidade dos sócios. Conforme o art. 991, parágrafo único, CC,
“OBRIGA-SE PERANTE TERCEIRO TÃO-SOMENTE O SÓCIO OSTENSIVO; E,
EXCLUSIVAMENTE PERANTE ESTE, O SÓCIO PARTICIPANTE, NOS TERMOS DO
CONTRATO SOCIAL”. Portanto, existem divergências quanto à responsabilidade
atribuída a cada sócio:
i. Sócio ostensivo. Responde ilimitadamente pelas obrigações contraída
perante terceiros;
94
§ 3o Falindo o sócio participante, o contrato social fica sujeito às normas que regulam os efeitos da falência nos
contratos bilaterais do falido.
§ 1º O contratante pode interpelar o administrador judicial, no prazo de até 90 (noventa) dias, contado da
assinatura do termo de sua nomeação, para que, dentro de 10 (dez) dias, declare se cumpre ou não o contrato.
AULA 11
Sociedades Personificadas
Sociedade Simples
1. Sociedade simples. A expressão “sociedade simples” pode ter até três acepções no
Direito Comercial:
a. Sociedade do tipo simples.
b. Sociedade simples quanto ao objeto. Trata-se de sociedade não empresária.
c. Regime jurídico simples. É o caso, por exemplo, das cooperativas, que são
sempre simples, independentemente do objeto. Trata-se de sociedade que não se
submete ao regime jurídico das sociedades empresárias.
i. Sociedade simples, do tipo simples e de regime jurídico simples. A
sociedade agora estudada aqui é “simples três vezes”, sendo regulada a
partir do art. 997, CC.
ii. Nomenclatura de Código de 1916 e distinção do Código Civil de 2002.
O Código Civil de 1916 nomeava a sociedade simples como sociedade
civil, abrangendo o conceito tanto as sociedades de fins econômicos
quanto aquelas de fins não econômicos. O Código de 2002 quebrou essa
unificação, dividindo a sociedade civil em associações, de fins não
econômicos, e sociedades, de fins econômicos. A sociedade civil de fins
econômicos do Código Civil de 1916, portanto, se tornou a sociedade
simples no Código Civil de 2002. As sociedades comerciais, do Código
Comercial de 1850, receberam o nome de sociedades empresárias.
iii. Regras gerais. A ideia é que o tipo simples e suas regras sirvam como
normas gerais para ela mesma e para outros tipos societários. A sociedade
simples seria, dessa maneira, a base normativa para os demais tipos de
sociedade, além de um tipo societário em si. Com efeito, diversos
97
I - agente capaz;
g. Participação nos lucros e nas perdas. Conforme o art. 1.007, CC, “SALVO
ESTIPULAÇÃO EM CONTRÁRIO, O SÓCIO PARTICIPA DOS LUCROS E DAS PERDAS, NA
PROPORÇÃO DAS RESPECTIVAS QUOTAS, MAS AQUELE, CUJA CONTRIBUIÇÃO
CONSISTE EM SERVIÇOS, SOMENTE PARTICIPA DOS LUCROS NA PROPORÇÃO DA MÉDIA
DO VALOR DAS QUOTAS”. Essa norma é dispositiva, podendo o contrato
estabelecer uma distribuição desproporcional. Quanto maior a participação,
maior o lucro e maior a perda.
i. Vedação de cláusula leonina. Conforme o art. 1.008, CC, “É NULA A
ESTIPULAÇÃO CONTRATUAL QUE EXCLUA QUALQUER SÓCIO DE PARTICIPAR
DOS LUCROS E DAS PERDAS”. Pode haver distribuição desproporcional,
portanto, mas nunca participação nula nos lucros e nas perdas.
h. Distribuição de lucros ilícios ou fictícios. Conforme o art. 1.009, CC, “A
DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS ILÍCITOS OU FICTÍCIOS ACARRETA RESPONSABILIDADE
SOLIDÁRIA DOS ADMINISTRADORES QUE A REALIZAREM E DOS SÓCIOS QUE OS
RECEBEREM, CONHECENDO OU DEVENDO CONHECER-LHES A ILEGITIMIDADE”.
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais.
102
i. Registro competente. A sociedade simples, por não ser empresária, tem seu
registro competente no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o art.
1.050, CC.
i. Inscrição no RCPJ. Conforme o art. 998, caput, CC, “NOS TRINTA DIAS
SUBSEQÜENTES À SUA CONSTITUIÇÃO, A SOCIEDADE DEVERÁ REQUERER A
INSCRIÇÃO DO CONTRATO SOCIAL NO REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS
JURÍDICAS DO LOCAL DE SUA SEDE”.
j. Cláusula de responsabilidade dos sócios. Na sociedade simples, a
responsabilidade dos sócios é objeto de ajuste, bem como na sociedade
cooperativa. Se os sócios responderem subsidiariamente pelas obrigações sociais,
há aplicação dos arts. 1.023 e 1.024, CC. Notavelmente, não existe, nessa
modalidade, desconsideração da personalidade jurídica, mas mera
responsabilidade ilimitada. Se não houver responsabilidade ilimitada, em
contrapartida, há responsabilidade limitada, não se aplicando as duas
disposições:
Art. 1.023. Se os bens da sociedade não lhe cobrirem as dívidas, respondem os sócios pelo saldo, na proporção
em que participem das perdas sociais, salvo cláusula de responsabilidade solidária.
Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois
de executados os bens sociais.
AULA 12
1. Cessão de quotas. Conforme o art. 1.003, CC, “A CESSÃO TOTAL OU PARCIAL DE QUOTA,
SEM A CORRESPONDENTE MODIFICAÇÃO DO CONTRATO SOCIAL COM O CONSENTIMENTO
DOS DEMAIS SÓCIOS, NÃO TERÁ EFICÁCIA QUANTO A ESTES E À SOCIEDADE”. Sabidamente,
as quotas são bens móveis para efeitos legais, podendo ser objeto de cessão. No
entanto, em regra, a cessão de quotas requer alteração no contrato social e depende
do consentimento dos demais sócios, seja na cessão para um não sócio, seja para um
sócio. Se a cessão for feita sem o consentimento dos sócios, ela é válida apenas entre
as partes, mas ineficaz em relação a outros sócios e a sociedade.
104
a. Cessão parcial. Uma quota pode ser objeto de posse por mais de uma pessoa,
em condomínio. Não existe limite para quantas pessoas se pode transferir uma
quota.
b. Continuidade da responsabilidade do cedente. Conforme o art. 1.003,
parágrafo único, CC, “ATÉ DOIS ANOS DEPOIS DE AVERBADA A MODIFICAÇÃO DO
CONTRATO, RESPONDE O CEDENTE SOLIDARIAMENTE COM O CESSIONÁRIO, PERANTE
A SOCIEDADE E TERCEIROS, PELAS OBRIGAÇÕES QUE TINHA COMO SÓCIO”. O ex-sócio,
portanto, não se libera a partir do momento em que deixa de ser sócio.
2. Empate nos votos na sociedade simples. Conforme o art. 1.010, § 2º, CC, “PREVALECE
A DECISÃO SUFRAGADA POR MAIOR NÚMERO DE SÓCIOS NO CASO DE EMPATE, E, SE ESTE
PERSISTIR, DECIDIRÁ O JUIZ”.
Administração da Sociedade
3. Direitos do sócios. O art. 1.010, CC, trata do direito de voto, mas inserido na seção de
administração da sociedade. Isso é um erro. Na realidade, deveria estar na parte de
direitos e obrigações dos sócios.
4. Conceito de administrador da sociedade. Lembre-se que a sociedade simples é
personificada, de forma que precisa de um administrador que exerça a capacidade da
pessoa jurídica. Ele é aquele, portanto, que conduz a sociedade. Conforme o art. 1.022,
CC, “A SOCIEDADE ADQUIRE DIREITOS, ASSUME OBRIGAÇÕES E PROCEDE JUDICIALMENTE,
POR MEIO DE ADMINISTRADORES COM PODERES ESPECIAIS, OU, NÃO OS HAVENDO, POR
INTERMÉDIO DE QUALQUER ADMINISTRADOR”. O administrador, portanto, é o órgão da
sociedade, sendo o meio pelo qual ela exerce sua personalidade jurídica e capacidade
processual e material.
5. Formas de administração da sociedade. Em regra, a administração da sociedade
incumbe a qualquer dos sócios separadamente. Conforme o art. 1.013, CC, “A
ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE, NADA DISPONDO O CONTRATO SOCIAL, COMPETE
SEPARADAMENTE A CADA UM DOS SÓCIOS”. Essa é a chamada administração disjuntiva.
Além disso, também em regra, o sócio, na condição de administrador, não precisa ter
poderes especiais para prática dos atos envolvidos na condução da sociedade.
Conforme o art. 1.015, caput, CC, “NO SILÊNCIO DO CONTRATO, OS ADMINISTRADORES
PODEM PRATICAR TODOS OS ATOS PERTINENTES À GESTÃO DA SOCIEDADE; NÃO
CONSTITUINDO OBJETO SOCIAL, A ONERAÇÃO OU A VENDA DE BENS IMÓVEIS DEPENDE DO
QUE A MAIORIA DOS SÓCIOS DECIDIR”. Em se tratando de bem imóvel, é preciso de
autorização. A necessidade de poderes especiais, portanto, é uma exceção, bem como
105
mas que não podem ser tomadas quanto a negócios empresariais. A Doutrina
entende, portanto, que a atuação tem de ser diligente e profissional.
12. Qualificações vedadas no cargo de administração da sociedade. Conforme o art.
1.011, § 1º, CC, não podem ser administradores:
a. Pessoas jurídicas;
b. Incapazes;
c. Impedidos por lei especial. São eles:
i. Empresário falido. Qualquer empresário de falência decretada paralisa
sua atividade, ficando impedindo de prosseguir. É o exemplo mais
importante de impedimento legal;
ii. Servidores públicos, civis e militares, salvo se estiverem reformados – no
caso dos militares – ou aposentados – no caso dos civis –;
iii. Membros de carreiras jurídicas;
iv. Servidores da segurança pública;
v. Membros da magistratura, do Ministério Público, da Defensoria
Pública, da Advocacia Geral da União. Todas essas proibições estão
dispostas em seus respectivos estatutos, como, por exemplo, a LOMAN.
d. Condenação criminal. Não se trata de qualquer crime, mas crimes específicos.
Nos termos da norma, “OS CONDENADOS A PENA QUE VEDE, AINDA QUE
TEMPORARIAMENTE, O ACESSO A CARGOS PÚBLICOS; OU POR CRIME FALIMENTAR, DE
PREVARICAÇÃO, PEITA OU SUBORNO, CONCUSSÃO, PECULATO; OU CONTRA A
ECONOMIA POPULAR, CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL, CONTRA AS
NORMAS DE DEFESA DA CONCORRÊNCIA, CONTRA AS RELAÇÕES DE CONSUMO, A FÉ
PÚBLICA OU A PROPRIEDADE, ENQUANTO PERDURAREM OS EFEITOS DA
CONDENAÇÃO”.
13. Aplicação das normas do mandato no que couber. Conforme o art. 1.011, § 2º, CC,
“APLICAM-SE À ATIVIDADE DOS ADMINISTRADORES, NO QUE COUBER, AS DISPOSIÇÕES
CONCERNENTES AO MANDATO”.
14. Excesso por parte dos administradores. Esse excesso abrange tanto aqueles atos que
o administrador não pode praticar quanto aqueles que ele podia, mas praticou de
maneira irregular. O administrador, com efeito, pode ter restrições no contrato social.
Conforme o art. 1.015, parágrafo único, CC, a regra geral é de que o excesso do
administrador obriga a sociedade, mas de forma atenuada, pois ela pode, eficazmente,
alegar esse excesso em determinados casos e se eximir de responsabilidade.
a. Responsabilização dos administradores. Conforme o art. 1.016, CC, “OS
ADMINISTRADORES RESPONDEM SOLIDARIAMENTE PERANTE A SOCIEDADE E OS
TERCEIROS PREJUDICADOS, POR CULPA NO DESEMPENHO DE SUAS FUNÇÕES”. Essa
108
i. Teoria do ato ultravires. O inciso art. 1.015, III, CC, é considerado uma
aplicação da teoria do ato ultravires. Essa teoria é oriunda do common law
da Inglaterra. Por ela, o contrato social, sob pena de nulidade, tem de
descrever minuciosamente o objeto da sociedade. Qualquer ato praticado
fora desse escopo, nessa linha, não obrigaria a sociedade, uma vez que,
pelo contrato social, seu objeto se tornou público. A capacidade da
sociedade, portanto, está limitada ao seu objeto. A ideia dessa teoria
proporcionar segurança jurídica.
1. Teoria dos poderes implícitos. O direito brasileiro não adotou a
visão pura da teoria do ato ultravires, uma vez que requer
operação “evidentemente estranha”. Portanto, não é qualquer
operação fora do objeto social que exime a sociedade. A aplicação
é da teoria ultravires do direito norte-americano, denominada
teoria dos poderes implícitos. Segundo ela, em que pese a
109
AULA 13
III - se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio falecido.
II - na retirada imotivada, o sexagésimo dia seguinte ao do recebimento, pela sociedade, da notificação do sócio
retirante;
114
IV - na retirada por justa causa de sociedade por prazo determinado e na exclusão judicial de sócio, a do trânsito
em julgado da decisão que dissolver a sociedade; e
10. Regência subsidiária pela sociedade simples. Os artigos que regem a sociedade em
nome coletivo são apenas seis. Isso ocorre pelo fato de a sociedade em nome coletivo
se reger por normas da sociedade simples, conforme o art. 1.040, CC.
11. Características da sociedade em nome coletivo. São elas:
a. Responsabilidade ilimitada e solidária. Na sociedade em nome coletivo, os
sócios respondem ilimitada e solidariamente, nos termos do art. 1.024, CC.
Nessa linha, todos os sócios podem usar a firma social, isto é, administrar a
sociedade. Essas disposições não podem ser revogadas por vontade dos sócios.
115
II - tendo ocorrido prorrogação contratual, for acolhida judicialmente oposição do credor, levantada no prazo
de noventa dias, contado da publicação do ato dilatório.
AULA 14
116
pois isso seria um disfarce para sua atuação como sócio comanditado. O
comanditado é quem constitui o procurador comanditário.
b. Vedações. São vedações do comanditário:
i. Prática de atos de gestão. De fato, o comanditário não pode administrar
a sociedade.
ii. Presença do nome na firma social. O comanditário não pode ter o nome
na firma social. Da norma, depreende-se que o nome empresarial da
sociedade em comandita simples é firma social.
1. Nome empresarial na sociedade em comandita simples.
Conforme o art. 1.157, CC, “A SOCIEDADE EM QUE HOUVER SÓCIOS
DE RESPONSABILIDADE ILIMITADA [COMANDITADOS] OPERARÁ SOB
FIRMA, NA QUAL SOMENTE OS NOMES DAQUELES PODERÃO FIGURAR,
BASTANDO PARA FORMÁ-LA ADITAR AO NOME DE UM DELES A
EXPRESSÃO "E COMPANHIA" OU SUA ABREVIATURA”. Portanto, na
sociedade em comandita simples, sempre há o aditivo “e
companhia”, representativo dos sócios comanditários. Na
sociedade em nome coletivo, como é composta somente de sócios
de responsabilidade ilimitada, quaisquer dos sócios poderá
figurar na firma social.
2. Sanção. Conforme a norma, se o comanditário despeitar qualquer
uma das duas vedações, ele passa a responder ilimitadamente
pelas obrigações sociais.
c. Efeito contra terceiros da modificação no contrato social. Conforme o art.
1.048, CC, “SOMENTE APÓS AVERBADA A MODIFICAÇÃO DO CONTRATO, PRODUZ
EFEITO, QUANTO A TERCEIROS, A DIMINUIÇÃO DA QUOTA DO COMANDITÁRIO, EM
CONSEQUÊNCIA DE TER SIDO REDUZIDO O CAPITAL SOCIAL, SEMPRE SEM PREJUÍZO DOS
CREDORES PREEXISTENTES”. Essa norma não é uma exceção, mas repetição da
regra geral de que qualquer modificação do contrato social só produz efeitos
contra terceiros depois de arquivado, conforme o art. 1.054, CC. Lembre-se que
essa sociedade pode ser simples ou empresária, de forma que, se simples, o
registro próprio é o Registro Civil de Pessoas Jurídicas, e, se empresária, Junta
Comercial.
d. Desobrigação da reposição de lucros pelo sócio comanditário. Conforme o art.
1.049, CC, “O SÓCIO COMANDITÁRIO NÃO É OBRIGADO À REPOSIÇÃO DE LUCROS
RECEBIDOS DE BOA-FÉ E DE ACORDO COM O BALANÇO”. Essa norma é apenas a
regra oposta àquela disposta no art. 1.009, CC, que trata da obrigação de
119
Sociedade Limitada
10. Origem da sociedade limitada. Esse tipo societário não surgiu do uso e das práticas
comerciais, mas de criação legislativa. Ele surge na Alemanha no ano de 1992, com a
característica fundamental de que todos os sócios têm responsabilidade limitada.
a. Surgimento no Brasil. No Brasil, o primeiro nome que se deu a esse tipo
societário foi influenciado por Portugal, sendo “sociedade por cotas de
responsabilidade limitada”. Esse tipo societário não era presente no Código
Comercial, sendo introduzido com o Decreto 3.708/1919. Esse Decreto vigorou
até o Código de 2002, momento em que perdeu sua validade por incorporação
desse tipo societário ao Código Civil. No Código Civil de 2002, esse tipo
societário teve sua nomenclatura alterada para “sociedade limitada”. Esse nome,
apesar de conciso, é atécnico, posto que limitada não é a sociedade, mas a
responsabilidade dos sócios.
11. Divisão por quotas. Essa sociedade é dividida por quotas, podendo ser, portanto,
simples ou empresária, conforme art. 1.055. Seu registro, então, pode ser feito tanto na
Junta Comercial quanto no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Na sociedade, todos os
sócios têm a mesma espécie de responsabilidade.
12. Nome empresarial. A sociedade limitada tem, como nome empresarial, firma ou
denominação, conforme o art. 1.158, da mesma forma que a sociedade comandita por
ações. Conforme a norma, “PODE A SOCIEDADE LIMITADA ADOTAR FIRMA OU
DENOMINAÇÃO, INTEGRADAS PELA PALAVRA FINAL "LIMITADA" OU A SUA ABREVIATURA”.
13. Espécies de pessoas participantes. Podem participar da sociedade limitada tanto
pessoas naturais quanto jurídicas, da mesma forma que a sociedade em comandita ou
em nome coletivo.
14. Responsabilidade dos sócios. Conforme o art. 1.052, CC, “NA SOCIEDADE LIMITADA, A
RESPONSABILIDADE DE CADA SÓCIO É RESTRITA AO VALOR DE SUAS QUOTAS, MAS TODOS
RESPONDEM SOLIDARIAMENTE PELA INTEGRALIZAÇÃO DO CAPITAL SOCIAL”. A
responsabilidade dos sócios, na sociedade limitada, é o oposto da responsabilidade na
122
16. Regência pelas normas de sociedade simples. Conforme o art. 1.053, CC, “A
SOCIEDADE LIMITADA REGE-SE, NAS OMISSÕES DESTE CAPÍTULO, PELAS NORMAS DA
SOCIEDADE SIMPLES”. Trata-se de regra repetida por todo o Livro de Empresa em suas
disposições sobre direito societário
a. Possibilidade de afastamento da presunção. No entanto, conforme o art. 1.053,
parágrafo único, CC, “O CONTRATO SOCIAL PODERÁ PREVER A REGÊNCIA SUPLETIVA
DA SOCIEDADE LIMITADA PELAS NORMAS DA SOCIEDADE ANÔNIMA”. O contrato
social, portanto, pode afastar a presunção de regência pelas normas da
sociedade simples por cláusula expressa. Assim, será regida pelas normas da
sociedade anônima. Na sociedade em comandita por ações, essa regência
decorre de lei, não de disposição contratual.
i. Supletividade. A aplicação das normas da sociedade anônima, porém,
é supletiva, isto é, apenas naquilo em que há omissões do no capítulo da
sociedade limitada. Essa constatação é aplicada tanto nos casos de
regência subsidiária pelas normas da sociedade simples quanto no caso
de escolha de regência supletiva pelas normas da sociedade anônima.
ii. Remissões na Lei das Sociedade Anônimas. Em alguns artigos da Lei
das Sociedades Anônimas, existe remissão às normas da sociedade
simples. Nesses casos, ainda que haja opção pela aplicação supletiva da
lei especial, há aplicação obrigatória dessas normas das sociedades
simples.
17. Divisão do capital social. Conforme o art. 1.055, CC, “O CAPITAL SOCIAL DIVIDE-SE EM
QUOTAS, IGUAIS OU DESIGUAIS, CABENDO UMA OU DIVERSAS A CADA SÓCIO”. A sociedade
simples pode ser, então, empresária ou simples.
a. Vedação do sócio de serviços. Conforme o art. 1.055, § 2º, CC, “É VEDADA
CONTRIBUIÇÃO QUE CONSISTA EM PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS”. No entanto, o
parágrafo tem de ser interpretado à luz do caput. Não é a sociedade que não
pode conter prestação de serviços, mas apenas o capital social. O sócio, na
sociedade limitada, pode participar adicionalmente com prestação de serviços.
b. Distribuição das quotas. As quotas podem ser iguais ou desiguais. Além disso,
podem caber uma ou diversas a cada sócio. Na sociedade unipessoal,
diferentemente, todas as quotas cabem apenas a um sócio. Essa norma, então,
não tem aplicação na sociedade limitada unipessoal, possibilidade instituída
pela Medida Provisória.
c. Estimação de bens. Conforme o art. 1.055, § 1º, CC, “PELA EXATA ESTIMAÇÃO DE
BENS CONFERIDOS AO CAPITAL SOCIAL RESPONDEM SOLIDARIAMENTE TODOS OS
SÓCIOS, ATÉ O PRAZO DE CINCO ANOS DA DATA DO REGISTRO DA SOCIEDADE”. Os
124
AULA 15
1. Aumento do capital social. Conforme o art. 1.081, CC, “RESSALVADO O DISPOSTO EM LEI
ESPECIAL, INTEGRALIZADAS AS QUOTAS, PODE SER O CAPITAL AUMENTADO, COM A
CORRESPONDENTE MODIFICAÇÃO DO CONTRATO”. Sabidamente, uma das cláusulas do
contrato social de sociedade simples cabível no contra social de sociedade limitada é
o art. 997, III, CC, que prescreve a necessidade de indicação do capital social. Nas
sociedades empresárias em geral, o capital é fixo, diferentemente das sociedades
cooperativas, que possuem capital variável. Apesar disso, na sociedade limitada, o
capital pode ser alterado, mas não por vontade dos sócios, mas por disposição legal.
Não se pode esquecer, da mesma forma, que tanto o aumento quanto redução do
capital dependem de alteração do contrato social, em atenção ao princípio da
realidade do capital social. Por fim, conforme disposto pela norma, o capital tem de
estar integralizado para que incidam as causas legais de aumento do capital social.
a. Etapas de aumentos do capital social. O ato de aumento de capital social
depende de várias etapas, sendo elas, em ordem:
i. Assembleia de sócios. A alteração do capital inicia com deliberação em
assembleia de sócios, pois, conforme o art. 1.071, CC, toda matéria de
modificação do contrato social depende de deliberação dos sócios.
125
ii. Direito de preferência. Conforme o art. 1.081, § 1ª, CC, “ATÉ TRINTA DIAS
APÓS A DELIBERAÇÃO, TERÃO OS SÓCIOS PREFERÊNCIA PARA PARTICIPAR DO
AUMENTO, NA PROPORÇÃO DAS QUOTAS DE QUE SEJAM TITULARES”. Após a
deliberação, portanto, devem os sócios, caso optem, exercer seu direito
de preferência para a aquisição as quotas derivadas do aumento. Há,
aqui, duas preferências. A primeira é a preferência do sócio em relação
ao não sócio. A segunda é a preferência do sócio majoritário em relação
ao minoritário.
1. Cessão do direito de preferência. Caso algum sócio não tenha
condição de substituir as quotas, ele pode ceder o seu direito de
preferência, mas é preciso observar as regras de cessão de quotas.
Conforme o art. 1.081, § 2º, CC, “À CESSÃO DO DIREITO DE
PREFERÊNCIA, APLICA-SE O DISPOSTO NO CAPUT DO ART. 1.057”.
iii. Reunião e assembleia dos sócios para aprovação da modificação do
contrato. Conforme o art. 1.081, § 3º, CC, “DECORRIDO O PRAZO DA
PREFERÊNCIA, E ASSUMIDA PELOS SÓCIOS, OU POR TERCEIROS, A TOTALIDADE
DO AUMENTO, HAVERÁ REUNIÃO OU ASSEMBLEIA DOS SÓCIOS, PARA QUE SEJA
APROVADA A MODIFICAÇÃO DO CONTRATO”.
iv. Averbação no registro próprio. Com a aprovação da alteração do
contrato, a ata da assembleia, conforme o art. 1.075, § 1º, CC, e a alteração
devem ser averbadas no registro competente.
2. Redução do capital social. O art. 1.082, CC, preceitua as causas legais de redução do
capital social. Além das duas causas descritas nessa norma, devem ser observadas
também as causas legais de redução do capital social dispersas na legislação, como os
arts. 1.031 e art. 1.004, parágrafo único, CC, hipóteses em que a redução decorre da
resolução da sociedade em relação a um sócio e redução da quota por exclusão do
sócio remisso ou perdão de capital social não integralizado. São hipóteses legais de
redução do capital social dispostas à norma:
a. Perdas irreparáveis. Conforme o art. 1.082, I, CC, haverá redução da quota,
mediante alteração do contrato, “DEPOIS DE INTEGRALIZADO, SE HOUVER PERDAS
IRREPARÁVEIS”. Esse caso ocorre quando a sociedade sofre um prejuízo. No
entanto, a incidência dessa causa exige a integralização da quota. Antes de
redução do capital social, devem os sócios tentar pagar as dívidas por outros
meios, como venda de bens, cessão de créditos ou pagamento em dinheiro.
i. Etapas para redução do capital social. Conforme o art. 1.083, CC, “NO
CASO DO INCISO I DO ARTIGO ANTECEDENTE, A REDUÇÃO DO CAPITAL SERÁ
REALIZADA COM A DIMINUIÇÃO PROPORCIONAL DO VALOR NOMINAL DAS
126
Quotas
7. Regência supletiva pela sociedade simples. Essa seção contém apenas seis artigos,
pois o tema se rege, presumidamente, pelas disposições da sociedade simples.
8. Designação de administradores na sociedade limitada. Conforme o art. 1.060, CC, “A
SOCIEDADE LIMITADA É ADMINISTRADA POR UMA OU MAIS PESSOAS DESIGNADAS NO
CONTRATO SOCIAL OU EM ATO SEPARADO”. Nota-se, portanto que a sociedade limitada
admite a designação de administrador não só no contrato social, mas em ato separado.
a. Administração e sócios constituídos em ato separado. Conforme o art. 1.060,
parágrafo único, CC, “A ADMINISTRAÇÃO ATRIBUÍDA NO CONTRATO A TODOS OS
SÓCIOS NÃO SE ESTENDE DE PLENO DIREITO AOS QUE POSTERIORMENTE ADQUIRAM
ESSA QUALIDADE”. Essa é uma regra especial da sociedade limitada,
constituindo relativização do art. 1.013, CC. Em regra, se nada é disposto no
contrato social, todo os sócios atuam de forma disjuntiva e com poderes gerais,
conforme as normas de sociedade simples, inclusive aqueles que ingressarem
posteriormente na sociedade. No entanto, na sociedade limitada, aqueles sócios
que ingressam posteriormente não se constituem administradores.
131
AULA 16
Conselho Fiscal
II - lavrar no livro de atas e pareceres do conselho fiscal o resultado dos exames referidos no inciso I deste artigo;
IV - denunciar os erros, fraudes ou crimes que descobrirem, sugerindo providências úteis à sociedade;
6. Natureza das atribuições do Conselho Fiscal. Conforme o art. 1.070, CC, “AS
ATRIBUIÇÕES E PODERES CONFERIDOS PELA LEI AO CONSELHO FISCAL NÃO PODEM SER
OUTORGADOS A OUTRO ÓRGÃO DA SOCIEDADE, E A RESPONSABILIDADE DE SEUS MEMBROS
OBEDECE À REGRA QUE DEFINE A DOS ADMINISTRADORES (ART. 1.016)”. Suas atribuições
são, portanto, privativas. Não podem ser delegadas a outro órgão. As mesmas
disposições são aplicáveis às assembleias.
7. Ausência de Conselho Fiscal. Se a sociedade limitada não tiver conselho fiscal, não
significa que seus controles e atribuições não serão exercidos. Contrata-se, nessa linha,
terceiros que prestam serviços de auditoria independentes.
137
I - por sócio, quando os administradores retardarem a convocação, por mais de sessenta dias, nos casos previstos
em lei ou no contrato, ou por titulares de mais de um quinto do capital, quando não atendido, no prazo de
oito dias, pedido de convocação fundamentado, com indicação das matérias a serem tratadas;
II - pelo conselho fiscal, se houver, nos casos a que se refere o inciso V do art. 1.069.
f. Recuperação judicial. Conforme o art. 1.072, § 4o, CC, “NO CASO DO INCISO VIII
DO ARTIGO ANTECEDENTE, OS ADMINISTRADORES, SE HOUVER URGÊNCIA E COM
AUTORIZAÇÃO DE TITULARES DE MAIS DA METADE DO CAPITAL SOCIAL, PODEM
REQUERER CONCORDATA PREVENTIVA”. Esse instituo se aplica apenas para
sociedades empresárias, não às sociedades limitadas simples. Ainda, é possível
notar impropriedade na redação. Sabidamente, em regra, a administração das
sociedades é disjuntiva e com poderes genéricos. Portanto, quando a norma
afirma que os administradores requisitarão a concordata preventiva, pode ser
na realidade, o administrador.
g. Princípio majoritário das deliberações. Conforme o art. 1.072, § 5o, CC, “AS
DELIBERAÇÕES TOMADAS DE CONFORMIDADE COM A LEI E O CONTRATO VINCULAM
TODOS OS SÓCIOS, AINDA QUE AUSENTES OU DISSIDENTES”.
i. Morte, retirada e exclusão de sócio na sociedade limitada. Na
sociedade limitada, para cada uma dessas hipóteses, há uma disposição
peculiar, que divergem da disposições gerais da sociedade simples do
tipo simples.
1. Morte. Não existe previsão do resultado da morte na sociedade
limitada. Portanto, o contrato social tem de regular seus efeitos.
Se o ato constitutivo é omisso, há duas consequências:
a. Regência pela sociedade simples. Na hipótese de regência
supletiva pelas normas da sociedade simples, há aplicação
do art. 1.028, CC;
b. Regência pela Lei das Sociedades Anônimas. Nessa
hipótese, o herdeiro ingressa na sociedade como sócio, nos
termos da Lei de Sociedades Anônimas.
2. Retirada. Na sociedade limitada, não se aplica o art. 1.029, CC. O
contrato pode regular a retirada; porém, se for omisso, há
aplicação do art. 1.077, com aplicação supletiva do contrato.
Conforme a norma, “QUANDO HOUVER MODIFICAÇÃO DO
CONTRATO, FUSÃO DA SOCIEDADE, INCORPORAÇÃO DE OUTRA, OU
DELA POR OUTRA, TERÁ O SÓCIO QUE DISSENTIU O DIREITO DE
RETIRAR-SE DA SOCIEDADE, NOS TRINTA DIAS SUBSEQÜENTES À
REUNIÃO, APLICANDO-SE, NO SILÊNCIO DO CONTRATO SOCIAL ANTES
VIGENTE, O DISPOSTO NO ART. 1.031”.
a. Restrição. Não é qualquer deliberação indesejada, portanto, que
permite a retirada. Apenas em três situações daquelas
142
Art. 1.078. A assembleia dos sócios deve realizar-se ao menos uma vez por ano, nos quatro meses seguintes à ao
término do exercício social, com o objetivo de:
I - tomar as contas dos administradores e deliberar sobre o balanço patrimonial e o de resultado econômico;
a. Disposição dos documentos. Conforme o art. 1.078, § 1º, CC, “ATÉ TRINTA DIAS
ANTES DA DATA MARCADA PARA A ASSEMBLEIA, OS DOCUMENTOS REFERIDOS NO
INCISO I DESTE ARTIGO DEVEM SER POSTOS, POR ESCRITO, E COM A PROVA DO
RESPECTIVO RECEBIMENTO, À DISPOSIÇÃO DOS SÓCIOS QUE NÃO EXERÇAM A
ADMINISTRAÇÃO”.
b. Vedação da votação dos administradores e membros do Conselho Fiscal.
Conforme o art. 1.078, § 2º, CC, “INSTALADA A ASSEMBLEIA, PROCEDER-SE-Á À
LEITURA DOS DOCUMENTOS REFERIDOS NO PARÁGRAFO ANTECEDENTE, OS QUAIS
SERÃO SUBMETIDOS, PELO PRESIDENTE, A DISCUSSÃO E VOTAÇÃO, NESTA NÃO
PODENDO TOMAR PARTE OS MEMBROS DA ADMINISTRAÇÃO E, SE HOUVER, OS DO
CONSELHO FISCAL”. Aplica-se essa disposição mesmo que o membro do conselho fiscal
seja sócio.
c. Exoneração da responsabilidade dos administradores e membros do
Conselho Fiscal. Conforme o art. 1.078, § 3º, CC, “A APROVAÇÃO, SEM RESERVA,
DO BALANÇO PATRIMONIAL E DO DE RESULTADO ECONÔMICO, SALVO ERRO, DOLO OU
SIMULAÇÃO, EXONERA DE RESPONSABILIDADE OS MEMBROS DA ADMINISTRAÇÃO E, SE
HOUVER, OS DO CONSELHO FISCAL”. Se, posteriormente, for descoberta alguma
irregularidade, pode ser anulada a aprovação, conforme o art. 1.078, § 4º, CC.
d. Prazo de anulação. Conforme o art. 1.078, § 4º, CC, “EXTINGUE-SE EM DOIS ANOS
O DIREITO DE ANULAR A APROVAÇÃO A QUE SE REFERE O PARÁGRAFO
ANTECEDENTE”. Trata-se de prazo decadencial.
14. Responsabilidade ilimitada de sócio. Conforme o art. 1.080, CC, “AS DELIBERAÇÕES
INFRINGENTES DO CONTRATO OU DA LEI TORNAM ILIMITADA A RESPONSABILIDADE DOS QUE
EXPRESSAMENTE AS APROVARAM”. Essa norma, naturalmente, desloca a
responsabilidade do sócio para a modalidade ilimitada como sanção por deliberação
contra lei ou contrato.
AULA 17
145
EIRELI
Sociedade Cooperativa
b. Número mínimo de sócios. O Código Civil não tem um dispõe sobre o número
mínimo de sócios; como há lacuna, aplica-se o art. 6º, Lei 5.764/71, que delimita
um patamar de, ao menos, vinte sócios.
III - limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada sócio poderá tomar;
III - limitação do número de quotas-partes do capital para cada associado, facultado, porém, o estabelecimento
de critérios de proporcionalidade, se assim for mais adequado para o cumprimento dos objetivos sociais;
VI - quórum para o funcionamento e deliberação da Assembleia Geral baseado no número de associados e não
no capital;
III - mínimo de 10 (dez) associados na terceira convocação ressalvado o caso de cooperativas centrais e
federações e confederações de cooperativas, que se instalarão com qualquer número.
VII - retorno das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às operações realizadas pelo associado, salvo
deliberação em contrário da Assembleia Geral;
ii. Fundos das sociedades cooperativas. O art. 28, Lei 5.674/91 dispõe sobre
os fundos da sociedade cooperativa, de presença obrigatória. Uma das
propostas desses fundos é de que sejam um promotor do
desenvolvimento da família dos cooperados, em áreas saúde, educação
e prestação de auxílios. São eles:
1. Fundo de Reserva. Conforme o art. 28, I, Lei 5.674/91, o Fundo de
Reserva é “DESTINADO A REPARAR PERDAS E ATENDER AO
DESENVOLVIMENTO DE SUAS ATIVIDADES, CONSTITUÍDO COM 10%
(DEZ POR CENTO), PELO MENOS, DAS SOBRAS LÍQUIDAS DO
EXERCÍCIO”.
154
X - prestação de assistência aos associados, e, quando previsto nos estatutos, aos empregados da cooperativa;
7. Objeto social da sociedade cooperativa. Conforme o art. 5º, Lei 5.674/91, “AS
SOCIEDADES COOPERATIVAS PODERÃO ADOTAR POR OBJETO QUALQUER GÊNERO DE
SERVIÇO, OPERAÇÃO OU ATIVIDADE, ASSEGURANDO-SE-LHES O DIREITO EXCLUSIVO E
EXIGINDO-SE-LHES A OBRIGAÇÃO DO USO DA EXPRESSÃO "COOPERATIVA" EM SUA
DENOMINAÇÃO”.
a. Nome empresarial. Conforme o art. 1.159, CC, “A SOCIEDADE COOPERATIVA
FUNCIONA SOB DENOMINAÇÃO INTEGRADA PELO VOCÁBULO ‘COOPERATIVA’”. Há,
portanto, uso de denominação obrigatoriamente, bem como o uso do aditivo
“cooperativa”.
i. Limitação ao nome empresarial das cooperativas. Conforme o art. 5º,
parágrafo único, Lei 5.674/91, as cooperativas não podem usar a expressão
banco, que é privativa de sociedades anônimas.
9. Classificação das cooperativas. Há três tipos de cooperativas, conforme o art. 6º, Lei
5.674/91:
a. Singulares. É o tipo de cooperativa mais comum. São singulares aquelas
cooperativas que prestam serviços diretamente aos seus associados, conforme
o art. 7º, Lei 5.674/91, como, por exemplo, em uma cooperativa de táxis.
Conforme o art. 6º, I, Lei 5.674/91, são consideradas “SINGULARES, AS
CONSTITUÍDAS PELO NÚMERO MÍNIMO DE 20 (VINTE) PESSOAS FÍSICAS, SENDO
EXCEPCIONALMENTE PERMITIDA A ADMISSÃO DE PESSOAS JURÍDICAS QUE TENHAM
POR OBJETO AS MESMAS OU CORRELATAS ATIVIDADES ECONÔMICAS DAS PESSOAS
FÍSICAS OU, AINDA, AQUELAS SEM FINS LUCRATIVOS”.
155
II - o nome, nacionalidade, idade, estado civil, profissão e residência dos associados, fundadores que o
assinaram, bem como o valor e número da quota-parte de cada um;
não foi recepcionada pela nova ordem constitucional, bem como todos os outros dispositivos da
Lei Especial que mencionem qualquer controle do Estado na estrutura desse tipo societário.
a. Arquivamento e registro. As disposições sobre necessidade de arquivamento
e registro, por sua vez, foram recepcionadas, posto que não geram interferência
direta do Estado na ingerência da sociedade cooperativa.
12. Cláusulas do estatuto da sociedade cooperativa. Conforme o art. 21, Lei 5.674/91:
Art. 21. O estatuto da cooperativa, além de atender ao disposto no artigo 4º, deverá indicar:
I - a denominação, sede, prazo de duração, área de ação, objeto da sociedade, fixação do exercício social e da
data do levantamento do balanço geral;
III - o capital mínimo, o valor da quota-parte, o mínimo de quotas-partes a ser subscrito pelo associado, o modo
de integralização das quotas-partes, bem como as condições de sua retirada nos casos de demissão, eliminação
ou de exclusão do associado;
13. Assembleia Geral dos Associados. Conforme o art. 38, Lei 5.674/91, “A ASSEMBLEIA
GERAL DOS ASSOCIADOS É O ÓRGÃO SUPREMO DA SOCIEDADE, DENTRO DOS LIMITES LEGAIS
157
FORMA JURÍDICA”. Cooperativa não pode alterar a forma jurídica, o tipo, sob
pena de dissolução.
b. Redução do número mínimo de associados ou do capital social mínimo.
Conforme o art. 63, IV, Lei 5.674/91 as cooperativas se dissolvem de pleno
direito “PELA REDUÇÃO DO NÚMERO MÍNIMO DE ASSOCIADOS OU DO CAPITAL
SOCIAL MÍNIMO SE, ATÉ A ASSEMBLEIA GERAL SUBSEQUENTE, REALIZADA EM PRAZO
NÃO INFERIOR A 6 (SEIS) MESES, ELES NÃO FOREM RESTABELECIDOS”.
c. Cancelamento da autorização de funcionamento. O art. 63, VI, Lei 5.674/91 não
foi recepcionado pela Constituição de 1988, uma vez que leva à dissolução da
cooperativa se houver cancelamento da autorização de funcionamento.
AULA 18
I - se eleito pela forma prevista neste artigo, mediante deliberação dos sócios;
164
II - em qualquer caso, por via judicial, a requerimento de um ou mais sócios, ocorrendo justa causa.
III - proceder, nos quinze dias seguintes ao da sua investidura e com a assistência, sempre que possível, dos
administradores, à elaboração do inventário e do balanço geral do ativo e do passivo;
SISTEMATIZAÇÕES
Quanto ao
Sociedade Rural
Objeto
Divisão do Sociedade
Capital Cooperativa
Variabildiade do Sociedade
Classificações da
Capital Cooperativa
Sociedade
Sociedade
Simples do Tipo
Simples
Tipos Livres
Sociedade
Responsabilidade Cooperativa
dos Sócios
Sociedade em
Tipos Híbridos
Comandita
1. Sociedade rural. Essa espécies de sociedade tem seu regime jurídico condicionado
pelo seu registro ou não na Junta Comercial. Não havendo registro, o regime jurídico
é simples, com as normas da sociedade simples. No caso de registro na Junta
Comercial, o regime jurídico e empresarial;
2. Sociedade cooperativa. Diferentemente das demais sociedades, a sociedade
cooperativa tem capital variável. Além disso, seu capital, apesar de ser dividido em
quotas, não permite que seu regime jurídico seja empresário ou simples,
alternativamente. Independentemente do objeto, seu regime jurídico nunca é empresarial.
Por fim, a sociedade cooperativa é um tipo livre quanto à responsabilidade dos sócios,
podendo os sócios escolherem entre a responsabilidade limitada ou ilimitada, mas em
bloco;
3. Sociedade simples do tipo simples. Os sócios dessa espécie societária podem escolher
entre a responsabilidade limitada ou ilimitada – tipo livre –, mas em bloco;
4. Sociedade em comandita. Nesse tipo societário, há duas categorias de sócios,
representados pelo comanditários e comanditados.
169
Prática de Atos de
Sociedade em
Gestão e Uso do
Comandita Simples
Nome na Firma Social
Incidência de Deliberação
Responsabilidade Sociedade Limitada Infingente do
Ilimitada Contrato ou da Lei
EIRELI Fraude
Sociedades
Cooperativas
Permissão
Sociedade
Simples
EIRELI
Contribuição
em Serviços Vedação Sociedade
Expressa Limitada
Sociedade em
Nome
Coletivo
Vedação Sociedades
Genérica Empresárias
170
Ordem de Execução:
Processo de Liquidação:
5 SOCIEDADES UNIPESSOAIS
Empresas Públicas
• Conceito. A Empresa Pública, sabidamente, integra a Administração Pública
Indireta. Ela foi conceituada em 1967 como uma entidade dotada de personalidade
jurídica de direito privado em que a totalidade de seu capital pertence a uma única
pessoa jurídica de direito público. Evidentemente, essa empresa não surge de um
contrato, mas de Lei.
Em Em
Tipos Societários Em Conta de Em Nome
Em Comum Simples Comandita Comandita Limitada Anônima Cooperativa
Critérios Participação Coletivo
Simples Por Ações
Personificação Despersonificada Despersonificada Personificada Personificada Personificada Personificada Personificada Personificada Personificada
Divisão do Quotas ou
X X Quotas Quotas Quotas Ações Quotas Ações
Capital Social Dispensa
Variabilidade do
X X Fixo Fixo Fixo Fixo Fixo Fixo Variável
Capital
2
Nenhum tipo societário pode ser composto apenas de pessoas jurídicas, posto que o administrador é elemento imprescindível no exercício da empresa, cargo que só
pode ser ocupado por pessoas naturais.
3
Na sociedade em comandita simples, o comanditário pode ser pessoa física ou jurídica; no entanto, o comanditado só pode ser pessoa física.
4
O acionista diretor, como ocupa o cargo da administração, somente pode ser pessoa físicas. O acionista simples, porém, pode ser pessoa física ou jurídica.
5
Matéria de Direito Comercial II.
6
Na sociedade cooperativa, a admissão de pessoas jurídicas é excepcional, de forma que requer objeto social condizente com o da sociedade ou que não tenha fins
lucrativos.
173
Em Em
Tipos Societários Em Conta de Em Nome
Em Comum Simples Comandita Comandita Limitada Anônima Cooperativa
Critérios Participação Coletivo
Simples Por Ações
Regime Jurídico Variável Variável Simples Variável Variável Empresário Variável Empresário Simples
“Em “Sociedade
“Companhia” “Limitada”
Aditivo X X X X8 Comandita Anônima” ou “Cooperativa”
ou “Cia.” ou “Ltda.”
por Ações” “S.A.”
7
Na sociedade limitada, a presunção é de regência subsidiária pelas normas da sociedade simples. Só há regência supletiva pelas normas da sociedade anônima se nesse
sentido dispõe o contrato social.
8
Na firma social, figuram todos os sócios com responsabilidade ilimitada, conforme o art. 1.157, CC. Como, na sociedade em nome coletivo, todos os sócios têm
responsabilidade ilimitada, todos figuram na firma social.