Nesse contexto, as relações interpessoais adquiriram uma nova
forma de se desenvolver, pois passaram a ser digitais. O ambiente virtual mantém as pessoas conectados por meio de uma rede de amigos e familiares, podendo ser uma excelente ferramenta para promoção de encontros profissionais ou amorosos. Assim, ciente de que a pessoa contemporânea vive também no mundo virtual é preciso reconhecer a validade dessas interações, que constituem a nova maneira pela qual o indivíduo estabelece suas relações, agora virtualizadas.
Com esse trabalho busca-se analisar o fenômeno social e
contemporâneo da infidelidade virtual, bem como verificar a possibilidade de reparação civil do cônjuge virtualmente traído. Para alcançar tal objetivo, será realizada uma análise geral sobre a infidelidade virtual, entendendo e verificando suas causas e consequências. Após, será feita uma releitura crítica do dever de fidelidade recíproca, previsto no Código Civil e, a partir de tal releitura, será verificada a possibilidade de reparação civil.
Nesse meio digital surge o fenômeno social da infidelidade virtual,
gerando alguns debates. Afinal, será que é possível ser infiel virtualmente? A presença de contato físico não seria essencial para se configurar uma relação extraconjugal? Caberia falar em um descumprimento do dever de fidelidade em casos onde não houver contato físico? A infidelidade virtual pode ser considerada como uma violação ao dever recíproco de fidelidade entre cônjuges?