Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
História, Mulheres e Educação Matemática
História, Mulheres e Educação Matemática
INTRODUÇÃO
1
Docente UNIFEI e Doutoranda UNESP.
Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática
1
Comunicação Científica
X Encontro Nacional de Educação Matemática
Educação Matemática, Cultura e Diversidade
Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010
MULHERES NA MATEMÁTICA
de Agnesi cuidou dos estudos dela pessoalmente, mas, ao perceber o talento especial de
sua filha, contratou um tutor para educá-la. Agnesi foi uma excelente lingüista, segundo
Katz (1993), aos onze anos falava sete idiomas.
Aos catorze anos, trabalhou em comentários sobre a obra Traité analytique dês
sections coniques de L’Hospital (1661-1704), que, apesar de ser considerado excelente
por alguns professores, nunca foi publicado. Agnesi também se dedicou ao estudo dos
trabalhos de Newton (1642-1727), Leibniz (1646-1716), Euler (1707-1783), Fermat
(1601-1665), Descartes (1595-1650), irmãos Bernoulli, além de Física e outros ramos
da ciência.
Em 1738, publicou Propositiones Philosofhicae, que, de acordo Eves (2004), era
uma coletânea de 190 ensaios, sobre variados assuntos, como: Lógica, Mecânica,
Hidromecânica, Elasticidade, Gravitação, Mecânica Celeste, Química, Botânica,
Zoologia e Mineralogia.
Durante 10 anos, dedicou-se intensamente à Matemática e, em 1748, publicou seu livro
mais importante: Instituzioni analitche ad uso della gioventù, obra de 1070 páginas em
dois volumes, que era destinado à educação de seu irmão mais novo, interessando em
estudar Matemática. De acordo com Osen (1994), humildemente, na introdução deste
livro, Agnesi deixa claro que nem todas as idéias apresentadas ali eram originais. Esta
obra é “[...] uma síntese clara e concisa de matemática, como um livro texto próprio
para jovens”. (ROTHMAN, 1996, p. 10, tradução nossa). É neste livro que Agnesi
trabalha a curva cúbica, a qual seu nome é freqüentemente associado. A “Curva de
Agnesi”, na notação atual, seria representada pela equação cartesiana, y (x 2 + a2 ) = a3
esta curva pode ser definida como: seja O a origem do sistema de coordenadas e uma
circunferência de diâmetro OK, com raio a. O segmento AO é uma secante variável por
O e o ponto A é a “[...] sua interseção com a tangente à circunferência por K. Se Q é a
segunda intersecção por AO com a circunferência, então a curva de Agnesi é o lugar dos
pontos P de intersecção das retas QP e AP paralelas e perpendiculares, respectivamente,
ao eixo x”. (EVES, 2004, p. 504).
A Academia Francesa de Ciência, de acordo com Rothman (1996), elogiou o
trabalho de Agnesi e o considerou como sendo o suficiente para admiti-la como tutora
Amalie Noether, mais conhecida como Emmy Noether, nasceu em uma família
judia, no dia 23 de março de 1882, na cidade de Erlanger na Alemanha. Era filha de Ida
Amália Kaufmann e do conhecido matemático Max Noether.
Recebeu a educação típica de uma mulher de classe média, na época, que incluía
atividades manuais e domésticas. Em 1904, matriculou-se na Universidade de Erlangen,
sob a orientação de Paul Gordon (1837-1912), no entanto concluiu sua tese de
doutorado denominada On completes Systems of Invariants for Ternary Biquadratic
Forms, em 1907, sob a orientação de Ernest Fischer (1875-1954) e Erhard Schimidt
(1876-1959).
Em 1916, trabalhou com David Hilbert (1862-1943) e Felix Klein (1849-1925),
que estavam, juntamente, com Albert Einstein (1879-1955), desenvolvendo a
formulação matemática da “Teoria Geral da Relatividade”.
Emmy proferiu várias conferências e cursos em Göttingen, mas sempre como
assistente de Hilbert e inclusive, lecionava em seu nome, pois esta instituição não
aceitava mulheres como professoras. Os matemáticos de Göttingen, principalmente
Hilbert, fizeram varias tentativas, sem sucesso, para que ela fosse contratada como
docente. Então, em 1919, por interferência dos matemáticos desta instituição, ela
tornou-se, não oficialmente, membro da associação de professores de Göttingen. Sendo
assim, poderia lecionar e supervisionar dissertações. Em 1922, Emmy, juntamente com
Maria Goeppert Mayer (1906-1972), eram as únicas mulheres no corpo docente desta
universidade e recebiam uma pequena remuneração, que não correspondia a do cargo
que ocupavam.
Ainda, neste ano, Noether foi honrada com uma coroa em Álgebra e realizou
uma conferência sobre o “Teorema de Noether”, um teorema importante para a Física
Quântica, que é mais conhecido entre os físicos.
Um dos anos mais importantes da carreira de Emmy foi 1932, pois, neste ano,
ela ganhou um prêmio em Matemática de 500 francos, foi a única mulher a ser
convidada a dirigir a Assembléia Geral de Matemática em Zurique e escreveu,
conjuntamente com Richard Brauer (1901-1977) e Helmut Hasse (1898-1979), um
artigo sobre Álgebra Elementar que mostrava através de um campo numérico formal da
Álgebra, que este ramo da matemática é cíclico. Este artigo é considerado por muitos
algebristas como um marco na história da Álgebra.
Por ser judia e politicamente liberal, em 1933, foi afastada da Universidade de
Göttingen. Mudou-se para os Estados Unidos, onde foi contratada por uma
Universidade de Mulheres na Pensilvânia. Embora vinculada a esta universidade, ela
proferia seminários no Instituto de Estudos Avançados de Princeton, New Jersey. Em
1935, estava em andamento um processo para transferi-la para o citado Instituto, porém,
em 14 de abril deste mesmo ano, ela faleceu devido a uma infecção pós-operatória
contraida após uma cirurgia para a retirada de um cisto no ovário.
Segundo Kramer (1991), ela escreveu 44 trabalhos e orientou, oficialmente, sete
doutorados. Emmy foi uma das fundadoras da Álgebra Abstrata e trabalhou com Teoria
de Conjuntos, Teoria dos Anéis, Representações de Conjuntos e Teoria dos Números.
Quando morreu, era admirada e respeitada publicamente, foi elogiada por inúmeros
cientistas dentre os quais destaco Albert Einstein (1879-1955).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS