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Epidemiologia, a carcinogênese CLASSIFICAÇÃO HISTOLÓGICA DO

CÂNCER DE MAMA: (Ref. Apostila


e os tipos histológicos do câncer
cursinho)
de mama.
- A maioria dos tumores invasivos de
EPIDEMIOLOGIA (Ref. INCA) mama são carcinoma e tem como
origem as células da unidade
- No Brasil, o câncer de mama é terminal ducto-lobular. Dentre os
também o tipo de câncer mais carcinomas existe um amplo
incidente em mulheres de todas as espectro de fenótipos morfológicos,
regiões, após o câncer de pele não com tipos histológicos específcos que
melanoma. apresentam evolução e tratamentos
distintos.
- As taxas são mais elevadas nas
regiões mais desenvolvidas (Sul e Carcinoma Invasivo de Tipo não
Sudeste) e a menor é observada Especial (SOE):
na região Norte.
- É o subtipo histológico mais
- Em 2022, estima-se que ocorrerão comum, correspondente a 40 a
66.280 casos novos da doença 75% dos casos de câncer de mama.
(INCA, 2020). - Apresenta-se aos exames de
imagem como lesão espiculada e
- O câncer de mama é também a irregular em 90% das vezes e ao
primeira causa de morte por exame clínico como nódulo
câncer em mulheres no Brasil. A endurecido.
incidência e a mortalidade por
câncer de mama tendem a crescer - Tem seu prognóstico dependente
progressivamente a partir dos 40 dos seguintes fatores:
anos (INCA, 2019). - grau histológico,
- Tamanho do tumor
- O câncer de mama é a primeira - status linfonodal
causa de morte por câncer na - invasão vascular
população feminina em todas as - fatores biológicos preditivos e
regiões do Brasil, exceto na região expressão de receptores
Norte, onde o câncer do colo do hormonais e HER2.
útero ocupa essa posição.
Carcinoma Lobular Invasivo (CLI):
- A taxa de mortalidade por câncer
de mama, ajustada pela população - O CLI representa de 5 a 15% das
mundial, foi 14,23 óbitos/100.000 neoplasias invasivas, tem como
mulheres, em 2019, com as característica frequente a
maiores taxas nas regiões Sudeste multicentricidade e bilateralidade.
e Sul, com 16,14 e 15,08 óbitos/
10 0 . 0 0 0 mulheres, - Cerca de 70 a 95% apresentam
respectivamente (INCA, 2021). receptores hormonais positivos e
HER2 negativo, com raro
comprometimento linfonodal.
HEMANGIOMA GIGANTE DE GLANDE PENIANA E BOLSA ESCROTAL –
RELATO DE CASO
Aluna: Tayná Fernanda Castelo Branco Sakamoto
.A.C.B. 17 anos, branco, estudante, morador na zona rural do Maranhão.
Apresentando formação varicosas superficiais em toda a glande do pênis,
bolsa escrotal e região pubiana, sem dor ou sangramento. Refere ainda que
tais formações cem evoluindo desde a infância. Nega já ter tido relação sexual
ou sofrido trauma local.
EXAME FISICO: Grande formação pseudovaricosas em toda a glande,
formando lagos vasculares confluentes na superfície da glande do pênis,
compatível com hemagioma de glande peniana que se estende até a bolsa
escrotal e região pubiana.
AP: Segundo filho, nascido de parto normal, crescimento de envolvimento
normais (sic a mãe), porém com observação da doença aos 8 anos. Nega
tabagismo ou etilismo.
AF: Pai hipertenso, mãe sem doença relatada.
HV: vida social e familiar sem nada relevante. Evita prática de atividade física
por medo de traumas locais. Nega uso de medicamentos.

Os hemangiomas podem ser de vários tipos, incluindo capilares, cavernosos,


compostos ou lobulares. São o tipo de tumor mais comum em crianças, mas
apenas 2% dos hemangiomas ocorrem no trato urinário. Mesmo entre os
hemangiomas do trato urinário, os casos em que o tumor ocorre na glande do
pênis são extremamente raros, podem ser tratados com excisão cirúrgica,
laserterapia, escleroterapia intralesional, eletrofulguração ou crioterapia e uso
de betabloqueador. Apresentamos um caso hemangioma que compromete
toda a glande, bolsa escrotal e pubis em um adolescente.

Os lasers de neodímio:ítrio-alumínio-granada (Nd:YAG), introduzidos pela


primeira vez por Jimenez-Cruz e Osca em 1993 para o tratamento do
hemangioma da glande do pênis, emitem um feixe de comprimento de onda de
1060 nm e promovem a coagulação do tecido do hemangioma. Suas
vantagens incluem excelentes resultados funcionais e estéticos com cicatrizes
mínimas. No entanto, é limitado pelo fato de que deve ser realizado em série
ao longo de alguns meses e o equipamento necessário é caro, o que reduz a
acessibilidade do paciente e aumenta o custo.

A escleroterapia intralesional é uma abordagem de tratamento amplamente


utilizada em casos semelhantes em países em desenvolvimento devido ao seu
custo-efetividade. Um esclerosante destrói o endotélio e desencadeia edema,
resultando na formação de trombos na luz do vaso e fibrose. A lesão é
posteriormente removida por absorção histológica. No entanto, apesar de seu
custo-efetividade e da facilidade de execução ambulatorial, seu uso está em
declínio devido às complicações associadas, como necrose cutânea, ulceração
e hiperpigmentação.

A excisão cirúrgica tem sido tradicionalmente usada para hemangiomas


grandes e múltiplos que são difíceis de tratar não cirurgicamente. Além disso,
diferentemente da terapia a laser ou da escleroterapia, essa opção tem a
vantagem de completar o tratamento em uma única consulta. Assim, a excisão
cirúrgica pode ser realizada para lesões pequenas e únicas de acordo com a
preferência do paciente. No entanto, apresenta maior risco de sangramento e
formação de cicatriz em comparação ao tratamento não cirúrgico.

O tratamento dos HI mudou radicalmente nos últimos anos, tornando o


betabloqueador propranolol o tratamento de primeira linha e deixando a
corticoterapia em segundo plano. Em 2008, ao utilizar o betabloqueador
propranolol em paciente com cardiomiopatia hipertrófica, Léauté-Labrèze et
al.1 observaram a involução rápida do hemangioma do paciente e realizaram
um pequeno estudo utilizando essa droga em 11 pacientes, apresentando
excelentes resultados

Como o hemangioma da glande do pênis é muito raro, não há estudos clínicos


em larga escala e seu prognóstico não é bem conhecido. Pode haver vários
fatores que influenciam o prognóstico, incluindo o tipo, crescimento, tamanho e
localização. Se seu tamanho for pequeno, o prognóstico após o tratamento é
bom, independentemente do tipo ou localização. No entanto, se forem grandes,
só podem ser removidos cirurgicamente, não sendo possível evitar prejuízos
estéticos e funcionais.
1- Kwang Seog Kim, Hyeok Lee, Jae Ha Hwang, Sam Yong Lee.
Incidentally detected cavernous hemangioma of the glans penis after
circumcision, Kim et al. Medicine (2020) 99:21

2- A. Kumar Æ N. K. Goyal Æ S. Trivedi Æ, U. S. Dwivedi Æ P. B. Singh.


Primary Cavernous Hemangioma of the Glans Penis: Rare Case Report
with a Review of the Literature. Aesth Plast Surg (2008) 32:386–388

3- Gong C, Ninghong S, Lixin H, Jie Y, Bin XU, Pengchao LI, Changjun


YIN, Wei Z. Surgical Treatment of Hemangioma on the Dorsum of the
Penis, Journal of Andrology, Vol. 33, No. 5, September/October 2012

4- Emin A, Bulent E, Lutfi T, Hasan C I, Cenker E, Ahmet F P. Coagulation


of a giant hemangioma in glans penis with holmium laser, Asian J Androl
2008; 10 (5): 819–821

5- Bianca Ishimoto Della Nina1 Zilda Najjar Prado de Oliveira2 Maria


Cecília da Mata Rivitti Machado3 Juliana Marcondes Macéa,
Presentation, progression and treatment of cutaneous hemangiomas –
Experience of the Outpatients Clinic of Pediatric Dermatology - Hospital
das Clínicas da Universidade de São Paulo. An Bras Dermatol.
2006;81(4):323-7.

6- Léauté-Labrèze C, Dumas de la Roque E, Hubiche T, Boralevi F,


Thambo JB, Taïeb A. Propranolol for severe hemangiomas of infancy. N
Engl J Med. 2008;358(24):2649-51.
- O subtipo pleomórco apresenta Carcinoma Papilífero
comportamento mais agressivo.
- Corresponde a cerca de 2% das
Carcinoma tubular: neoplasias invasivas, são mais
frequentes nas mulheres pós
- É um carcinoma que costuma
menopausa. Tem como
apresentar bom prognóstico e
característica frequente uma
costuma acometer mulheres mais
cápsula que envolve o nódulo.
idosas, raramente apresenta
comprometimento
Carcinoma Metaplásico
linfonodal, corresponde a cerca de
2% dos carcinomas.
- O Carcinoma metaplásico é raro e
- É caracterizado pela presença de corresponde a menos de 1% das
esqueleto tubular recoberto por neoplasias invasivas e pode ser
uma camada de células. dividido nos seguintes subtipos:
Carcinoma medular: - As células fusiformes, células
- Os carcinomas medulares tem escamosas, adenoescamoso,
como característica mais misto e com diferenciação
e mp u r r a r o t e c i d o s a u d á ve l mesenquimal.
a d j a c e n t e d o q u e i n fi l t r a r,
apresenta um padrão sincicial de - Os achados clínicos mais comuns são
crescimento, com células com grau de massas palpáveis volumosas com
nuclear elevado e infiltrado ausência de receptores hormonais e
inflamatório HER2.

- Sua forma clássica representa - A via metastática é hematogênica e o


cerca de 1% dos carcinomas prognóstico é ruim.
invasivos e acomete mulheres Carcinoma Inflamatório:
entre 45 e 52 anos
- As características típicas do
- Apresentam negatividade para a carcinoma inflamatório são:
expressão dos receptores
hormonais e HER2, sendo - eritema que acomete mais de
frequente entre as portadoras da um terço da pele, edema,
mutação de BRCA1. calor e peau d’orange.
Carcinoma Mucinoso (Coloide): - Tais achados são decorrentes
• O carcinoma mucinoso tem como da importante obstr ução
principal característica a sua linfática, causada pela
capacidade de produção de mucina disseminação neoplásica.
intra e/ou extracelular, responsável - Frequentemente o carcinoma
por 2% dos carcinomas invasivos. A inflamatório é confundido
média de idade é de 66 anos e tem com mastite ou celulite
como achado mamográco um tumor mamária.
bem delimitado. O prognóstico é
dependente dos mesmos fatores
prognósticos do carcinoma invasivo
do tipo não especial.
Doença de Paget: HDA (hiperplasia ductal atípica) e
o CDIS (carcinoma ductal in situ),
A doença de Paget é caracterizada pela que compartilham certos eventos
presença de células tumorais na genômicos com os carcinomas
epiderme do complexo aréolo papilar invasivos RE-positivos, tais como
(CAP), podendo levar à destruição ganhos no cromossomo 1, perdas
dessa estrutura. Pode ser confundida no cromossomo 16 e mutações do
com doenças eczematosas papilares, PIK3CA (o gene que codifica
podendo ser diferenciada pela PI3K).
manutenção dos sintomas após a
terapia tópica. A doença de Paget pode - Esses tipos de câncer são
estar associada a outros subtipos de classificados como “luminais”, com
carcinoma mamário, o que piora o base no perfil de expressão gênica.
prognóstico.
- Este é o tipo de câncer mais
CARCINOGENESE (Ref.manual de comum em indivíduos com
ONCOLOGIA Harrison e tratado de mutações germinativas do BRCA2.
oncologia)
Menos comuns são os cânceres que
- Os três principais subtipos de superexpressam o HER2 devido à
câncer de mama definidos pela amplificação do gene (seta verde).
expressão diferencial de
receptores hormonais e HER2 - Esses cânceres podem ser RE-
surgem através de caminhos mais positivos ou negativos e
ou menos distintos, e que geralmente estão associados a
envolvem a aquisição progressiva mutações do gene TP53 na
de mutações condutoras nas linhagem germinativa.
células epiteliais do sistema
ductal/lobular. - Uma possível lesão precursora é a
adenose apócrina atípica, que
- Os fatores que contribuem compartilha características com o
diretamente para o CDIS apócrino.
desenvolvimento do câncer de
mama podem ser agrupados em O tipo de câncer de mama menos
genéticos, hormonais e comum, porém molecularmente mais
ambientais. peculiar, é aquele negativo tanto para
RE quanto HER2 (“triplo negativo”;
(seta azul).

- Esses cânceres possuem perda da


função dos genes BRCA1 e TP53 e
são genomicamente instáveis.

- A maioria dos cânceres triplo-


negativos é classificada como
“semelhante ao basal” pelo perfil
A via mais comum (seta amarela) de expressão genética.
p r o v o c a o d e s e n v o lv i m e n t o d e
cânceres RE-positivos. - O u t r o s ge n e s e n vo lv i d o s n o
desenvolvimento do câncer de
- As lesões precursoras mama
morfologicamente reconhecidas
incluem a atipia epitelial plana, a
Fator de crescimento epidérmico: chave na formação de metástase
tumoral.
- O receptor do fator de crescimento
epidérmico (EGFR) é um receptor - A transição de um tumor da fase
de tirosina- quinase (RTK) que é “avascular” ou “pré-vascular” para
frequentemente expresso em a “fase vascular” (aumento do
tumores epiteliais. crescimento e do potencial
metastático) é chamada de switch
- Uma grande variedade de funções angiogênico85.
celulares é modulada pelos quatro
membros da família do EGFR, e ela - Essa indução (switch) é
desempenha um papel importante considerada um marco
na proliferação e crescimento do processo maligno e
maligno das células cancerígenas acredita-se que seja
da mama. estimulada por um
- Essa família de receptores é aumento da expressão
composta por quatro receptores de fatores pró-
homólogos: EGFR (ErbB1/EGFR/ angiogênicos, como
HER-1); ErbB2 (HER-2/neu); VEGF, bFGF e TGF-b e
ErbB3 (HER-3) e ErbB4 (HER- por uma diminuição dos
4). f a t o r e s
antiangiogênicos, como
- A ativação de vias EGFR tem sido IFN-a ou
associada a muitos processos trompospondina-1.
cruciais para a progressão do
t u m o r, c o m o m e t á s t a s e s e VIA PI3K/AKT/PTEN:
sobrevivência, proliferação,
aderência, diferenciação, - A via de sinalização
mig ração, transfor mação e fosfatidilinositol-3-quinase (PI3K)
motilidade celular. é fundamental para muitos
aspectos das principais funções
- Vários tumores sólidos diferentes celulares como crescimento,
expressam EGFR excessivamente, proliferação, sobrevida,
incluindo os de mama, cabeça e angiogênese e motilidade.
pescoço, pulmão não pequenas
células, ovário, cólon, - Estudos recentes indicam que
glioblastoma, pâncreas e bexiga. vários componentes da via PI3K/
Fator de crescimento endotelial AKT são direcionados pela
vascular: a m p l i fi c a ç ã o , m u t a ç ã o e
translocação mais frequentemente
- Evidências pré- clínicas e clínicas do que qualquer outra via em
indiretas substanciais sugerem p a c i e n t e s c o m c â n c e r, c o m
que a angiogênese desempenha um consequente ativação da via.
papel essencial no
d e s e n v o lv i m e n t o , i n v a s ã o e - A ativação aberrante da via
metástase do câncer de mama. contribui para a tumorigênese, as
metástases do tumor e resistência
- Como o VEGF é essencial para o à terapia padrão do câncer.
desenvolvimento de uma
neovascularização em fases muito -
iniciais da tumorigênese, acredita- -
se que desempenha um papel
BRCA1 e BRCA2: idade os fatores
reprodutivos e
- Os genes BRCA1 e BRCA2 hormonais.
codificam proteínas nucleares
expressas que são conservadas - Embora 20 a 30% das mulheres
com integridade genômica por com câncer de mama tenham pelo
regular o reparo de DNA. menos um parente com história de
câncer de mama, apenas 5 a 10%
- A função desses genes é impedir a das pacientes com câncer de
formação de tumores por meio do mama apresentam predisposição
reparo de DNA que estão hereditária identificável.
alterados.
- A maioria dos cânceres de mama
- Mutações nos genes supressores hereditários são causados por
tumorais BRCA1 e BRCA2 são mutações nos genes BRCA1 e
herdados de maneira autossômica BRCA2, que também predispõem
dominante com elevada ao câncer de ovário.
penetrância. - Mutações raras em outros genes,
- Sendo assim, várias incluindo PTEN, p53, CDH1, e STK
gerações de famílias 11, também foram associadas a
afetadas estão sob risco aumento no risco de câncer de
de desenvolvimento da mama
neoplasia de mama.
- Os genes BRCA1 e BRCA2 são
- Todavia, história autossômicos dominantes, que se
familiar positiva para o s u p õ e , a t u a r e m c o m o ge n e s
câncer de mama, não supressores tumorais.
representa sinônimo de
- Eles têm participação na resposta
herança de mutação, na
celular a danos no DNA e estão
medida em que muitos
envolvidos no reparo do DNA de
casos de câncer familiar
dupla fita
podem estar associados
a outros genes de - A prevalência de mutações em
p r e d i s p o s i ç ã o BRCA1 e BRCA2 varia entre os
hereditária ou a grupos étnicos.
neoplasias esporádicas,
incluindo aquelas - frequência notavelmente
originárias de genes de mais alta de cerca de 1 em 40
baixa penetrância. (2,5%) entre indivíduos com
ancestrais judeus asquenazi,
- Além do mais, o em comparação com a
d e s e n v o lv i m e n t o d o prevalência de 1% na
câncer de mama em população geral.
portadores de mutação
nos genes BRCA1 e/ou 2 - As mutações em BRCA1 ou BRCA2
é variável e dependente herdadas predispõem as
de interações genéticas portadoras do sexo feminino a
(tipos de mutação câncer de ovário e de mama.
existente) e também de
- portadores masculinos de
fatores ambientais bem
mutações em BRCA2 têm risco
como individuais nos
aumentado de desenvolver câncer
quais estão incluídos a
de mama ou de próstata. - Cura nesse cenário é incomum e
ocorre em menos de 5% dos casos
- Cânceres de pâncreas, estômago e
melanoma também são -
encontrados em portadores de
mutações em BRCA1 e BRCA2.

- Estima-se que o risco em toda a


vida de desenvolver câncer de
mama varie entre 50% e 80%
entre as mulheres portadoras de
mutação em BRCA1 ou BRCA2, e
entre 5% e 10% para portadores
masculinos de mutação.

- Risco de desenvolver câncer de


ovário durante toda a vida entre
portadoras femininas de mutação
em BRCA1 foi estimado entre 30%
e 45%, enquanto o das portadoras
femininas de mutação em BRCA2
varia entre 10% e 20%.

- Os cânceres de mama associados a


BRCA1, geralmente, são tumores
de alto g rau negativos para
receptores de estrogênio e
progesterona, sem hiperexpressão
de HER2/neu

- Os cânceres de mama associados a


BRCA2 apresentam espectro de
características patológicas e
moleculares semelhantes às de
cânceres esporádicos
de mama.
M E TÁ S TA S E ( R e f . T r a t a d o d e
oncologia)

- Menos de um terço das pacientes


com câncer de mama apresenta
doença avançada ao diagnóstico.
Contudo, a maioria das pacientes
com recidiva da doença após
tratamento adjuvante desenvolve
metástases e não recorrência local
isolada.
- Os sítios mais frequentes são
ossos, pulmão, fígado e sistema
nervoso central.
Apresentações clinicas , menstrual comum, porém também
principais cadeias linfonodais pode ser associada a uma
malignidade subjacente.
acometidas e os principais locais
de metástase à distância no • Todas as pacientes com dor
mamária não cíclica devem se
câncer de mama.
submeter a exame de mama e a
mamografia bilateral.
APRESENTAÇÕES CLÍNICAS:
• O câncer de mama pode ser
• O câncer de mama geralmente se percebido em fases iniciais, na
apresenta como uma maioria dos casos, por meio dos
anormalidade mamográfica ou seguintes sinais e sintomas:
uma alteração física na mama, •
incluindo massa ou espessamento • Nódulo (caroço), fixo e
assimétrico, secreção mamilar ou geralmente indolor: é a
alterações da pele ou do mamilo. principal manifestação da
doença, estando presente
• Duas apresentações clínicas em cerca de 90% dos casos
incomuns incluem a doença de quando o
Paget do mamilo e o câncer de câncer é percebido pela
mama inflamatório. própria mulher

• A primeira é uma forma de • Pele da mama
adenocarcinoma que avermelhada, retraída ou
envolve a pele e os ductos e parecida com casca de
é manifestada como laranja
escoriação do mamilo.
• • Alterações no bico do peito
• A última é reconhecida (mamilo)
como uma constelação de
• Pe qu e n o s n ó d u l o s n a s
rubor, calor e edema que axilas ou no pescoço
g e r a l m e n t e r e fl e t e a
i n fi l t r a ç ã o d a c é l u l a • Saída espontânea de
tumoral nos linfáticos líquido anormal pelos
dérmicos da mama; não mamilos
deve ser confundida com
uma mastite simples. PRINCIPAIS CADEIAS
LINFONODAIS COMPROMETIDAS:
• A secreção do mamilo pode ser
associada a uma malignidade. • Linfonodos axilares.
Embora a secreção leitosa • Linfonodos supraclaviculares e
raramente seja associada a infraclaviculares.
diagnóstico maligno, pacientes
com secreção clara ou • Linfonodos da cadeia mamária
sanguinolenta do mamilo devem interna.
realizar exame da mama e
mamografia e, muitas vezes, ser
submetidos a biópsia excisional de
qualquer área suspeita.

• Nas mulheres na pré-menopausa,


a mastalgia é um sintoma pré-
Os dados sobre o uso de CO em
Fatores de risco relacionados ao mulheres com história familiar de
câncer de mama. câncer de mama são conflitantes.

ESTILO DE VIDA
EXPOSIÇÃO A ESTROGÊNIOS
E N D Ó G E N O S / FA T O R E S Nas pacientes pós-menopáusicas, nas
REPRODUTIVOS: quais a principal fonte de estrogênios é
o metabolismo dos androgênios
Sabe-se que fatores hormonais e suprarrenais a estrogênios no tecido
reprodutivos influenciam o risco de adiposo, a obesidade está associada a
câncer de mama. aumento nas concentrações séricas de
estrogênios biodisponíveis e maior risco
A exposição prolongada a estrogênios de câncer de mama.
está associada a aumento do risco de
câncer de mama. Em pré-menopáusicas, os estudos
sugerem uma associação inversa entre
A exposição a estrogênios é maior com obesidade e câncer de mama
menarca precoce, menopausa tardia e
nuliparidade ou primeira gestação após o b e s i d a d e é f r e qu e n t e m e n t e
os 30 anos. associada a ciclos menstruais mais
longos e a ciclos anovulatórios,
O aleitamento materno tem efeito resultando em menor exposição
protetor sobre o risco de câncer de total a estrogênios e menor risco
mama. de câncer de mama.

Nas pacientes pós-menopáusicas, a Há dados sugerindo que níveis maiores


principal fonte de estrogênios é a de atividade física em pós-
desidroepiandrosterona (DHEA), menopáusicas reduziriam o risco de
produzida nas suprarrenais e câncer de mama
subsequentemente metabolizada a
estradiol e estrona. Essa redução talvez possa estar
relacionada com a redução do IMC ou
Maior densidade mineral óssea e maior com a redução nos níveis séricos de
densidade da mama à mamografia, estrogênios relacionados com o
t a lve z r e p r e s e n t a n t e s d e m a i o r exercício.
exposição a estrogênios em longo
prazo, também foram associados a DIETA:
maior risco de câncer de mama.
Há evidências epidemiológicas robustas
EXPOSIÇÃO EXÓGENA AOS indicando que o risco de câncer de
ESTROGÊNIOS: mama é maior entre mulheres com
consumo moderado a alto de bebidas
Participação dos estrogênios exógenos alcoólicas (≥ 3 doses diárias)
no risco de câncer de mama é complexa
e tem sido extensamente estudada. Os dados também sugerem que o risco
de câncer de mama aumenta
Em geral, aceita-se que o uso de linearmente com o consumo
contraceptivos orais (COs) no passado cumulativo de álcool ao longo da vida, o
não resulte em aumento significativo no que, por sua vez, está associado a
risco de câncer de mama em mulheres aumento nos níveis de estrogênios
com mais de 40 anos de idade endógenos.
DOENÇA BENIGNA DA MAMA: Rastreamento bascado em
evidências e o exame indicado
As doenças benignas da mama são
classificadas como lesões proliferativas para a detecção precoce do
e não proliferativas. câncer de mama.

Não proliferativas não estão associadas


PREVENÇÃO E FATORES DE RISCO:
a maior risco de câncer de mama.
(Ref. INCA)
As lesões proliferativas sem atipia, tais
• O câncer de mama é uma doença
como hiperplasia, adenose
multifatorial
esclerosante, papilomatose difusa,
c i c a t r i z r a d i a l e fi b r o a d e n o m a s • avançar da idade é o principal
complexos, resultam em um pequeno fator de risco e se relaciona ao
aumento no risco relativo acúmulo de exposições ao longo da
vida e às próprias alterações
As lesões proliferativas com atipia biológicas com o
(hiperplasia ductal atípica, hiperplasia envelhecimento
lobular atípica, atipia epitelial plana e
carcinoma lobular in situ) estão • Além da idade, os fatores de risco
associadas a aumento no risco de bem estabelecidos dividem-se em:
câncer de mama invasivo.
• fatores endócrinos/história
reprodutiva, fatores
comportamentais/
ambientais e fatores
genéticos/hereditários

Os fatores endócrinos/história
reprodutiva estão relacionados
principalmente ao estímulo estrogênico
(endógeno ou exógeno).
São eles:

• história de menarca precoce (idade


da primeira menstruação menor que
12 anos)
• menopausa tardia (após os 55 anos)
• primeira gravidez após os 30 anos
• nuliparidade
• uso de contraceptivos orais
(estrogênio-progesterona)
• terapia de reposição hormonal pós-
menopausa (estrogênio-
progesterona)
O risco aumenta quanto maior for a
exposição.
Os fatores comportamentais/ • O câncer de mama de caráter
ambientais com evidências mais sólidas hereditário corresponde de
incluem a ingesta de bebida alcoólica, 5% a 10% do total de casos
sobrepeso e obesidade, inatividade
física e exposição à radiação ionizante • A prevenção do câncer de mama
baseia-se no controle dos fatores de
• tabagismo, fator mais controverso risco modificáveis e na promoção de
nos estudos, é atualmente fatores de proteção.
classificado pela Inter national
Agency for Research on Cancer • Estima-se hoje que seja possível
(IARC) como agente carcinogênico reduzir o risco de a mulher
com limitada evidência para câncer desenvolver câncer de mama por
de mama em humanos (Iarc, 2021). meio de medidas como:
• São evidências sugestivas, • praticar atividade física,
mas não conclusivas, de que manter o peso corporal
ele possivelmente aumenta o adequado, adotar uma
risco desse tipo de câncer alimentação mais saudável e
• O risco da radiação ionizante é evitar ou reduzir o consumo
proporcional à dose e à frequência de bebidas alcóolicas.
• Doses altas ou moderadas de • Amamentar é uma prática
radiação ionizante (como as protetora e deve ser
que ocorrem nas mulheres incentivada e realizada pelo
expostas a tratamento de maior tempo possível.
radioterapia no tórax em • Não fumar e evitar o
idade jovem) tabagismo passivo também
• doses baixas e frequentes podem contribuir para
(como as que ocorrem em reduzir o risco de câncer de
mulheres expostas a dezenas mama.
de exames de mamografia)
aumentam o risco de câncer
de mama. Detecção precoce: (Ref. INCA)

Os fatores genéticos/hereditários As estratégias para a detecção precoce


referem-se a mutações em certos genes, do câncer de mama são o diagnóstico
como BR CA1 e BR CA2, os mais precoce (abordagem de pessoas com
frequentes, e também nos genes PALB2, sinais e/ou sintomas iniciais da doença)
C H E K 2 , B A R D 1, AT M , R A D 51 C , e o rastreamento (aplicação de teste ou
RAD51D e TP53 exame numa população sem sinais e
sintomas sugestivos de câncer de
• As situações que podem indicar mama.
predisposição hereditária ao câncer
de mama, e que conferem risco O b j e t i v o : i d e n t i fi c a r a l t e r a ç õ e s
elevado de desenvolvimento da sugestivas de câncer e encaminhar as
doença, são: mulheres com resultados anormais
• possuir vários casos de para investigação diagnóstica
câncer de mama e/ou pelo
menos um caso de câncer de Diagnóstico Precoce:
ovário em parentes
consanguíneos, sobretudo em A estratégia de diagnóstico precoce
idade jovem, ou câncer de contribui para a redução do estágio de
mama em homem também apresentação do câncer - Nessa
em parente consanguíneo. estratégia destaca-se:
A importância da educação da mulher e Valorizando a descoberta casual de
dos profissionais de saúde para o pequenas alterações mamárias
reconhecimento dos sinais e sintomas suspeitas.
suspeitos de câncer de mama, bem
como do acesso rápido e facilitado aos É necessário que a mulher seja
serviços de saúde tanto na atenção estimulada a procurar esclarecimento
primária quanto nos serviços de médico, em qualquer idade, sempre que
referência para investigação perceber alguma alteração suspeita em
diagnóstica. suas mamas.

São considerados sinais e sintomas Prioridade na marcação de exames


suspeitos de câncer de mama e de deve ser dada às mulheres
referência urgente para a confirmação sintomáticas, que já apresentam lesão
diagnóstica: palpável na mama ou outro sinal de
alerta.
• Q u a l qu e r n ó d u l o m a m á r i o e m Rastreamento:
mulheres com mais de 50 anos.
O rastreamento do câncer de mama é
• Nódulo mamário em mulheres com uma estratégia que deve ser dirigida às
mais de 30 anos, que persistem por mulheres na faixa etária e
mais de um ciclo menstrual. periodicidade em que há evidência
• Nódulo mamário de consistência conclusiva sobre redução da
endurecida e fixo ou que vem mortalidade por câncer de mama e na
aumentando de tamanho, em qual o balanço entre benefícios e danos
mulheres adultas de qualquer idade. à saúde dessa prática é mais favorável.

• Descarga papilar sanguinolenta Os potenciais benefícios do


unilateral. rastreamento bienal com mamografia
em mulheres de 50 a 69 anos são o
• Lesão eczematosa da pele que não melhor prognóstico da doença, com
responde a tratamentos tópicos. tratamento mais efetivo e menor
morbidade associada.
• Homens com mais de 50 anos com
tumoração palpável unilateral. Os riscos ou malefícios incluem:
• Presença de linfadenopatia axilar. resultados falso-positivos, que

• Aumento progressivo do tamanho da geram ansiedade e excesso de
mama com a presença de sinais de exames;
edema, como pele com aspecto de resultados falso-negativos, que

casca de laranja. resultam em falsa tranquilidade
• Retração na pele da mama. para a mulher;

• Mudança no formato do mamilo. • o sobrediagnóstico e o


sobretratamento, relacionados à
A orientação é que a mulher observe e identificação de tumores de
palpe suas mamas sempre que se sentir compor tamento indolente
confortável para tal (seja no banho, no (diagnosticados e tratados sem
momento da troca de roupa ou em que representem uma ameaça à
outra situação do cotidiano), sem vida);
necessidade de aprender um técnica de
autoexame ou de seguir uma • em menor grau, o risco da
periodicidade regular e fixa. exposição à radiação ionizante
em baixas doses, especialmente que representam de 30 a 50% dos
se for realizado com frequência casos.
acima da recomendada ou
sem controle de qualidade Mas mutações genéticas também foram
encontradas em outros genes como:
O rastreamento pode ser oportunístico PALB2, CHEK2, BARD1, ATM, RAD51C
ou organizado: e RAD51D, TP53 (síndrome de Li-
Fraumeni) e PTEN (síndrome de
• Modelo Oportunístico: o exame Cowden).
d e r a s t r e i o é o fe r t a d o à s
mulheres que oportunamente O êxito das ações de rastreamento
chegam às unidades de saúde depende dos seguintes pilares:
• Modelo Organizado: convida
formalmente as mulheres na • Informar e mobilizar a população e a
faixa etária alvo para os exames sociedade civil organizada.
periódicos, além de garantir • Alcançar a meta de cobertura da
controle de qualidade, população-alvo.
seguimento oportuno e
monitoramento em todas as • Garantir acesso a diagnóstico e
etapas do processo. A tratamento oportuno.
experiência internacional tem
mostrado que o segundo modelo • Garantir a qualidade das ações.
apresenta melhores resultados e • Monitorar e gerenciar
menores custos continuamente as ações.
No Brasil, conforme as Diretrizes para • A existência de rastreamento mesmo
a Detecção Precoce do Câncer de Mama, com boa cobertura não prescinde das
a mamografia é o único exame cuja estratégias de diagnóstico precoce,
aplicação em programas de pois são abordagens complementares
r a s t r e a m e n t o a p r e s e n t a e fi c á c i a
comprovada na redução da mortalidade
por câncer de mama.
• A m a m o g r a fi a d e r o t i n a é
recomendada para as mulheres de
50 a 69 anos uma vez a cada dois
anos.

Aproximadamente 5% dos casos de


câncer de mama ocorrem em mulheres Rastreamento:
com alto risco para desenvolvimento
dessa neoplasia. Ultrassonografia das Mamas:

Alto risco de câncer de mama • Atualmente, a USG das mamas


relaciona-se à forte predisposição possui grande eficácia no diagnóstico
hereditária decorrente de mutações de lesões clínicas e subclínicas pela
genéticas. utilização de transdutores de alta
frequência.
As mais comumente associadas são as
dos genes BRCA 1 e 2 (síndrome de • Até o presente momento, não
câncer de mama e ovário hereditários), existem ensaios clínicos
c o m p r o v a n d o a e fi c á c i a d a
ultrassonografia como modalidade de É fundamental uma boa anamnese,
rastreamento populacional do câncer exame físico e o complemento com
de mama. exames de imagem para avaliar a
necessidade de se biopsiar uma lesão.
• No grupo de alto risco, a
ultrassonografia pode ser utilizada Atualmente, os métodos de escolha
em conjunto com a mamografia, com para se diagnosticar o câncer de mama
a fi n a l i d a d e d e m e l h o r a r o são:
desempenho do rastreamento.
• As biópsias percutâneas realizadas
• É um método que assegura boa por agulha grossa (core biópsia e
diferenciação entre nódulos sólidos e biópsia a vácuo - mamotomia).
císticos; apresenta adequada
eficiência na definição de imagem em • São métodos minimamente
mamas densas (pacientes jovens) e invasivos, de boa acurácia e que
complementa o rastreio permitem a avaliação histopatológica
mamográfico; garante boa acurácia e imuno-histoquímica do tumor,
na identificação de lesões vegetantes possibilitando a programação do
intracísticas; permite a localização tratamento.
de pequenos tumores para retirada
cirúrgica ou para punções; possibilita • Podem ser realizadas tanto em lesões
a av a l i a ç ã o d o r e s u l t a d o d a palpáveis quanto impalpáveis.
quimioterapia primária.
• Nestas últimas (lesões impalpáveis),
• Em linhas gerais, é um método um exame de imagem
indicado principalmente em (ultrassonografia, mamografia ou
mulheres jovens, lactantes e ressonância) deve servir como guia
gestantes, para se evitar a exposição para o procedimento.
à radiação ionizante.
• A biópsia cirúrgica, hoje, é indicada
Doppler: quando não é possível, por questões
técnicas, a realização da biópsia por
• A Ultrassonografia com Doppler agulha.
Colorido de Mamas permite estudar
as mamas em maior detalhe, • Já a punção aspirativa por agulha
podendo-se observar, além das fina (PA AF) tem sua principal
estruturas morfológicas, os fluxos indicação na propedêutica do câncer
sanguíneos nas mamas. Assim, o de mama no que tange à avaliação do
exame permite diagnóstico mais linfonodo axilar.
preciso e correto, em suspeita de
câncer de mama e outras doenças • Ela permite uma avaliação citológica
das mamas, como inflamações. do linfonodo, sendo importante para
a proposta inicial do tratamento.

Diagnóstico: (Ref. INCA) Tratamento: (Ref. INCA)

O diagnóstico do câncer de mama deve O tratamento varia de acordo com o


estar ancorado em um tripé: exame estadiamento da doença, suas
clínico, exame de imagem e analise características biológicas, bem como as
histopatológica. condições da paciente (idade, status
menopausal, comorbidades e
preferências).
• Essa indicação deve levar
O prognóstico do câncer de mama em consideração o subtipo
depende da extensão da doença tumoral.
(estadiamento), assim como das
características do tumor. • Nos últimos anos, a oncoplastia
mamária (cirurgias oncológicas
Quando a doença é diagnosticada no associadas a técnicas de cirurgia
início, o tratamento tem maior plástica) vêm ganhando terreno
potencial curativo.
• mastectomias com preservação
Quando há evidências de metástases de pele e mamilo também vem
(doença a distância), o tratamento tem ganhando espaço como
por objetivos principais prolongar a tratamento, principalmente nas
sobrevida e melhorar a qualidade de doenças iniciais, quando não é
vida. possível um tratamento
c o n s e r v a d o r, c a s o d e
As modalidades de tratamento do microcalcificações extensas, por
câncer de mama podem ser divididas exemplo.
em: • Após a cirurgia, o tratamento
complementar com radioterapia
• Tratamento local: cir urgia e pode ser indicado em algumas
radioterapia (além de reconstrução situações
mamária)
• Tratamento sistêmico: • a reconstrução mamária deve
quimioterapia, hormonio terapia e ser sempre considerada nos
terapiabiológica casos de mastectomia.

Estádios I e II: • O tratamento sistêmico será


determinado de acordo com o
risco de recorrência (idade da
• A conduta habitual consiste de
paciente, comprometimento
cirurgia, que pode ser
linfonodal, tamanho tumoral,
conservadora, com retirada
grau de diferenciação), assim
apenas do tumor ou
como das características
mastectomia, com retirada da
tumorais que ditarão a terapia
mama e reconstrução mamária.
mais apropriada.
• A avaliação dos linfonodos
• Esta última baseia-se
axilares tem função
principalmente na mensuração
predominantemente
dos receptores hormonais
prognóstica.
(receptor de estrogênio e
• Em algumas situações, como progesterona) - quando a
relação tumor/mama hormonioterapia pode ser
desfavorável para cir urgia indicada; e também de HER-2
conservadora, mesmo que (fator de crescimento
tumores em estágios iniciais, o epidérmico 2) - com possível
tratamento indicação de terapia biológica
neoadjuvante pode ser indicado anti-HER-2.
na tentativa de se fazer um
downstaging da doença e
permitir uma cirurgia
conservadora.
Estádio III:

• Pacientes com tumores maiores,


porém ainda localizados,
enquadram-se no estádio III.
Nessa situação, o tratamento
sistêmico (na maioria das vezes,
com quimioterapia) é a
modalidade terapêutica inicial.
Após resposta adequada, segue-
se com o tratamento local
(cirurgia e radioterapia).
• A neoadjuvância permite não só
tornar um tumor inoperável em
operável, como também
aumentar o número de cirurgias
menos agressivas, diminuindo o
número de mastectomias e
linfadenectomias.
• Além disso, possibilita avaliar a
resposta do tumor à
quimioterapia ou
hormonioterapia in vivo, o que
fornece informações sobre o
prognóstico do paciente.
Estádio IV:

• Nesse estádio, é fundamental


que a decisão terapêutica busque
o equilíbrio entre a resposta
tumoral e o possível
prolongamento da sobrevida,
levando-se em consideração os
potenciais efeitos colaterais
decorrentes do tratamento
• principal modalidade nesse
estádio é sistêmica, sendo o
tratamento local reservado para
indicações restritas.

Atenção à qualidade de vida da


paciente deve ser preocupação dos
profissionais de saúde ao longo de
todo o processo terapêutico.
Estudar conceito, indicação dos • Um enfrentamento funcional
marcadores tumorais no câncer favorece o espaço para o
questionamento aberto e a
( mama, pulmão, gástrico, ovário, r e d e fi n i ç ã o d a s t a r e f a s
germinativos, próstata, bexiga, desempenhadas pelos envolvidos que
tireoide). possibilite a adequação às exigências
de cada etapa do processo de
adoecimento.
Distinguir os aspectos emocionais
e o acompanhamento psicológico • Um enfrentamento disfuncional pode
relacionados com as 3 fases levar à resistência às mudanças e à
desestabilização e, na fase terminal,
(crise, crônica e final) do câncer
pode conduzir à não aceitação do
de mama. contexto da finitude, levando o
paciente e seus familiares a
A história natural do câncer avançado experimentar um sofrimento ainda
se divide entre as fases de crise, crônica mais intenso.
e terminal.
Na medida em que nenhuma estratégia
• A fase de crise refere-se ao período é efetiva o bastante para evitar a
em que ocorre a percepção de que concretude da morte, trazer para o
algo está acontecendo, mas ainda não centro da discussão as necessidades
está claro para o paciente e para a relacionadas a esse evento
família, havendo a necessidade de imponderável da vida pode tornar o
investigação. É uma fase de reajuste processo menos solitário, angustiante e
aos sinais e sintomas característicos negligenciado. Daí a importância de se
da recidiva e da redefinição do plano o fe r e c e r c u i d a d o s p a l i a t i vo s d e
de tratamento indicado. qualidade, o que inclui, em sua última
etapa, os cuidados ao fim da vida.
• A fase crônica refere-se ao período
entre o diagnóstico da recidiva,
podendo compreender um período
curto ou longo, até que advenha a
fase terminal, quando emergem as
questões relacionadas à
inevitabilidade da morte: separação,
morte, tristeza, resolução do luto e
retomada de uma vida familiar
“normal” depois da perda.

Sendo assim, doença crônica assume,


essencialmente, três formas gerais
denominadas: progressiva, constante e
reincidente/ episódica, caracterizando
a evolução do câncer avançado.

• Cada uma dessas fases exige, de


certa forma, diversas maneiras de
enfrentar a doença de modo a
minimizar a dor o sofrimento que
essa condição impõe.
Cuidados paliativos e seus a doença do paciente e lidar
fundamentos. com seus próprios lutos.
• Utilizar abordagem em equipe
para focar as necessidades
Cuidados paliativos: dos pacientes e de seus
familiares, incluindo
Segundo a Organização Mundial da acompanhamento no luto, se
Saúde: “Cuidado Paliativo é uma indicado.
abordagem que incrementa a qualidade • Melhorar a qualidade de vida
de vida dos pacientes e seus familiares, e influenciar positivamente
enfrentando o problema associado a no curso da doença.
doença grave através da prevenção e
alívio do sofrimento, o que significa Os objetivos do cuidado paliativo:
uma identificação precoce e avaliação atuação interdisciplinar cujo propósito
impecável para tratamento da dor e dos é atingir a qualidade de vida.
problemas físico, psicossocial e
espiritual.

• É aplicável no curso inicial da doença


em conjunção com outras terapias
que tem intenção de prolongar a
vida, tais como quimioterapia ou
r a d i o t e r a p i a , e i n c l u i a qu e l a s
investigações necessárias para
melhor compreensão e
gerenciamento das complicações
clínicas desconfortáveis.”

• Além disso, a OMS aponta os


princípios fundamentais
relacionados ao cuidado paliativo:

• Promover o alívio da dor e de


outros sintomas
desconfortáveis.
• Afirmar a vida e considerar a
morte um processo normal da
vida.
• Não apressar nem postergar
uma morte.
• Integrar os aspectos
psicológico e espiritual de
cuidados do paciente.
• O fe r e c e r u m s i s t e m a d e
suporte que permita que os
pacientes possam viver o
mais ativamente possível até
a morte.
• O fe r e c e r u m s i s t e m a d e
suporte que permita que os
familiares possam enfrentar

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