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TREINAMENTO: CNC

Operação de máquina
de corte a Plasma.

Abril/2009
Revisão 2.23
“O corte a Plasma é um processo que utiliza um bico com orifício otimizado para
constringir um gás ionizado (condutor de energia elétrica) em altíssima temperatura, tal
que ele possa ser usado para derreter seções de metais condutores.”
Oxipira Automation

Índice
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O que é Plasma / Aplicações em Geral 03
1 O Surgimento do corte a Plasma / Plasma na natureza 03 e 04
Outras aplicações de Plasma 05
Sobre corte a Plasma
2 05 e 06
Características do arco plasma
Processo de Corte a Plasma (Parâmetros e resultados)
Parâmetros de corte
Amperagem
Gases / Seleção de Gases
Pressão e vazão dos gases
3 06 a 12
Altura da tocha
Chanfro
Voltagem do arco (controle de altura)
Velocidade de corte x tensão do arco
Sentido de corte
4 Kerf 11 e 12
5 Corte de Furos 12
Diagnósticos de corte
Rebarbas
6 12 a 14
Aparência de corte
Velocidade x Linhas de corte
Sobre a máquina
7 15 e 16
Tocha, console de gás, fonte plasma, CNC, mesa de corte, Trilhos e Pórtico
Procedimento de corte / Sequência de Operações diárias
Ligar / Desligar o equipamento
17 a 18
Abrir reguladores dos gases
Montagem da Tocha / consumíveis
Passar informações para a máquina /amperagem / espessura / gases 19
Passar informações para o "PENDANT" - Ajustes iniciais
8
Outras Funções do "PENDANT"
Ajustes Operacionais do "PENDANT"
20 a 26
Abaixar e subir a tocha em modo manual
Parâmetros da tecla "A"
Configurar gases
17 a 30
Passar Programas de Corte Para a máquina
Modos de Operação do CNC
Operação em modo automático - Plasma/ Teste
9 Operação em Modo manual - Mover / Corte reto / Rip Mark 31 a 33
Mudar velocidade de movimento do modo manual / mover
Modos - Corte reto / Rip Mark
10 Carregar e esquadrejar a chapa na mesa de corte
Outros Comandos do CNC /+ usados
Gerente de Formas, Girar programas ou peças, Zoom na chapa
Durante o corte 34 a 38
11
Ajustar e ou deslocar a Referência (Ponto Zero) / Recuperar referência (Zero)
Movimentar entre peças
Controle dos consumíveis
12 Estimativa da vida útil dos consumíveis segundo a Hypertherm 38
13 Supervisão da Vida útil dos consumíveis - Causa / Solução 39
Problemas e Soluções de corte
Chanfros na face do corte
Rebarbas
Face de corte Ruim
Tocha não abre arco
14 40 a 42
Tocha não perfura a chapa
Alarme de acionamento das chaves de final de curso
Alarme de acionamento de emergência
alarme de falta de vazão do líquido refrigerante
Visualização dos erros ocorridos
15 Plano de manutenção preventiva 43 e 44
16 Comparação de processos de Corte 45 a 47

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1- O que é Plasma?
Sabemos que a matéria pode se apresentar nos estados sólido, líquido e gasoso. Entretanto,
há ainda um quarto estado, chamado plasma.
Em termos gerais, considerando-se como exemplo a água, onde temos três estados físicos
da matéria: sólido (gelo), líquido (água) e gasoso (vapor). A diferença básica entre esses
três estados é o quanto de energia existe em cada um deles. Se adicionarmos energia
(calor) ao gelo, ele se transforma em água, e se adicionarmos mais energia (mais calor) a
essa água, ela se transformará em vapor.

Se uma quantidade suficiente de energia for adicionada ao vapor, essa matéria gasosa irá
atingir estado de PLASMA, e suas propriedades físicas e químicas serão alteradas, em
especial a resistência elétrica (o gás passa a ser um condutor de energia) e estado dos
átomos (ele se ioniza, ou seja, suas moléculas se quebram em íons).
Esse processo só ocorre em altíssimas temperaturas, e essa particularidade é aproveitada no
corte de metais.

1.1-O surgimento do processo de corte a arco plasma


Em 1950, durante desenvolvimento do processo TIG (gás inerte de tungstênio) de
soldagem, os cientistas envolvidos no trabalho descobriram que se reduzissem o diâmetro
do bocal por onde saía o jato de plasma, suas propriedades se alteravam. A redução do
diâmetro de saída comprimia o jato, aumentando a velocidade e ainda mais a temperatura
do gás. O gás ionizado, ao sair pelo bocal, em vez de soldar, cortava metais.
Veja na figura abaixo, o exemplo de dois arcos que estão operando com uma corrente
elétrica de 200A.

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O bocal do plasma está constringindo o jato, e por isso opera com muito mais pressão.
Produz plasma muito mais quente que o bocal de arco TIG. Com a mesma corrente
(200A), produz-se uma temperatura muito maior, e a redução no orifício acelera o gás,
aumentando ainda mais a sua eficiência como ferramenta de corte de metais.

1.2-Plasma na natureza
Embora raro na vida cotidiana, o plasma é a matéria mais abundante em termos universais.
Estrelas são constituídas, em sua maior parte, por gases plasmáticos. Na terra, temos
plasma sendo produzido, por exemplo, por um raio em uma tempestade. Fenômenos como
auroras boreais também são produzidos por gases em estado plasmático (ionizado).

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1.3-Outros aplicações de plasma:

Produção de energia: a luminosidade do Sol é gerada pelo processo de fusão nuclear,


onde átomos se combinam com uma grande liberação de energia. Na natureza, as
condições ideais p/ fusão ocorrem apenas no interior das estrelas. Atualmente um grande
esforço tem sido empregado para a obtenção de tecnologia adequada para produção da
fusão nuclear artificialmente, em usinas como o Tokamak (Máquina toroidal japonesa para
confinamento e produção de plasma).

Sistemas de Purificação de Água: fontes baseadas em plasmas podem emitir radiação UV


intensa e raios-x ou feixes de elétrons para uma variedade de aplicações ambientais. Para
esterilização de água, emissões intensas de UV afetam o DNA dos microorganismos de
forma que eles não possam mais se reproduzir. O processo não altera o sabor ou o odor da
água sendo eficaz contra todos os vírus e bactérias da água. Estes sistemas de purificação
têm baixo custo e alto rendimento.

Outros exemplos de plasma:


- Boosters de Foguetes
- Solda
- Lâmpadas
- Televisão

2-Sobre Corte a Plasma


O corte a Plasma é um processo que utiliza um bico com orifício de dimensão otimizada
para comprimir um gás ionizado em altíssima temperatura, tal que ele possa ser usado para
derreter metais condutores.
A tocha é carregada negativamente pela fonte geradora de plasma, e a chapa é carregada
positivamente; o gás é ionizado por um arco elétrico gerado pelo eletrodo, tornando-se
condutivo. Dessa forma, o arco elétrico do interior da tocha se transfere entre a tocha e a
chapa, sustentando o processo.
Esse jato de plasma, por sua vez, eleva a temperatura do metal e o gás em alta velocidade
remove o material derretido/vaporizado.
O bico no interior da tocha mantém o formato final e constringe o jato plasma.

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Ver exemplo de como o arco plasma é formado internamente em uma tocha de corte:

2.1-Características do arco plasma


O jato de plasma tem várias características, e diversos parâmetros contribuem para a
manutenção dessas características na faixa ótima de operação. Os principais parâmetros
que interferem no processo são:
· o tipo de gás de corte (também chamado de gás plasma – exemplo: O2, N2, H35, F5, etc.);
· a pressão e a vazão dos gases;
· o diâmetro/tipo de bicos e consumíveis;
· a amperagem (potência) do arco elétrico.
Esses elementos precisam ser controlados e ajustados segundo princípios técnicos para se
obter um bom rendimento do trabalho, pois influem diretamente no resultado final.

3-Processo de corte a Plasma (Parâmetros e resultados)


Existem vários parâmetros que vão interferir diretamente no corte e na sua qualidade, bem
como técnicas para interpretar a qualidade do corte e realizar diagnósticos, fazendo se
necessários ajustes nos parâmetros para obter melhorias.

3.1-Parâmetros de corte
Os principais são: amperagem, gases (tipo, pressão e vazão), altura de corte, velocidade de
corte, sentido de corte, Kerf (Sangria).

3.1.1-Amperagem - Quando falamos em amperagem*, falamos em intensidade ou


potência do plasma, sendo maior ou menor de acordo com a espessura da chapa a ser
cortada.

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• Para determinadas espessuras, é possível aumentar a velocidade de corte aumentando a
amperagem.
• Amperagem mais alta normalmente resulta em quantidade menor de rebarbas.
• Menor amperagem nos cantos, resultam em qualidade de extremidade melhor (cantos
vivos) para determinadas espessuras.
• Amperagens menores normalmente proporcionam uma vida útil mais longa aos
consumíveis, especialmente ao cortar com oxigênio.
*Amperes - Medida do fluxo de elétrons (número de elétrons por segundo) em um circuito
elétrico. Também chamada de corrente elétrica.

3.1.2-Gases - A pureza dos gases é essencial, sendo crítica para a qualidade do resultado
final, e fornecimento fora das especificações irá causar uma qualidade de corte ruim, baixa
vida útil dos consumíveis e degradação global em desempenho de corte.

3.1.3-Seleção de gases:
De acordo com o tipo de material ou qualidade requerida deverá ser feita a seleção de
gases plasma, de acordo com a tabela de corte Hypertherm.
Nos sistemas de corte plasma modernos, dois gases são usados, sendo um chamado de
GÁS PLASMA, que forma o jato de corte e outro chamado GÁS DE PROTEÇÃO, com
diversas funções que serão vistas a seguir.

Gases de corte:
Ar comprimido
Normalmente aplicado em máquinas de corte manual.
Prós
- Escolha econômica
- Prontamente disponível
- Qualidade de corte razoável em aço de carbono
Contras
- Alterações metalúrgicas nas extremidades de corte (porém, permite solda, tratamento e
usinagem em aço carbono)
- Vida útil dos consumíveis aceitável, porém razoavelmente curta
- Aumento de rebarbas
- Chanfros na face de corte

Nitrogênio
Prós
- Qualidade em alumínio e aço inox
- Vida útil dos consumíveis excelente
- Custo inferior a outras misturas de gases
Contras
- Alterações metalúrgicas nas extremidades de corte (porém, permite solda, tratamento e
usinagem em aço carbono).
- Aumento de rebarbas

Argônio-Hidrogênio
( H35 = 35% H2, 65% Ar2, ou F5 = 5% H2, 95% N2)
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Uso: aço inox e alumínio com espessura maior que 3/8”.
Prós
- Principalmente usado para cortar aço inox com espessura maior que 1/4”.
- Superfície mais lisa e luminosa, com menor escurecimento.
- Vida útil de consumíveis excelente
Contras
- Custo operacional mais alto devido ao custo do gás
- Extremidade de corte áspera em alumínio

Oxigênio
Prós
- Melhor escolha para cortar aço carbono
- Maiores velocidades de corte
- Qualidade de corte muito boa (angulosidade, suavidade e rebarba mínima)
Contras
- Custo operacional aumentado devido ao valor do Oxigênio

Gás de Proteção (ou secundário):


O gás de proteção é usado para proteger a área de corte, produzindo um corte limpo;
Envolve o arco/jato plasma e ajuda na constrição do jato;
Ajuda o resfriamento do bico;
Cria uma atmosfera ao redor da extremidade cortada destituída de oxigênio.

3.1.4-Pressão e Vazão dos Gases


O sistema de gases da máquina necessita do correto fornecimento de pressão e vazão dos
gases utilizados. Fornecimento fora dos parâmetros poderá incorrer em qualidade de corte
inferior, redução da vida útil dos consumíveis, colisões de tocha, interrupções, entre outros
efeitos indesejados.
Pressão mínima dos gases: 8,3 bar e máxima de 12 bar para sistemas HPR / HSD e máxima
de 8,3 bar p/ PowerMax.
Devem ser instalados reguladores de pressão em todos os pontos de suprimento de gás,
com qualidade assegurada e localizados próximos das entradas de gás do console de gás
da máquina, e serem dimensionados para a pressão e vazão especificadas no manual da
fonte plasma.

Durante operação da máquina, o operador deve monitorar freqüentemente a pressão dos


gases, verificando se estão satisfeitas, e se ocorrem quedas de pressão durante o corte.

Erros no fornecimento de gás nas pressões e vazões requeridas estão entre as


principais causas de problemas de corte.

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3.2-Altura da tocha
Parâmetro referente à distância da ponta da tocha e a chapa a ser cortada. Existem dois
momentos onde esse parâmetro é importante:
Altura de perfuração: é a distância inicial da tocha durante a perfuração
(aproximadamente duas vezes a altura de corte).
Altura de corte: é a distância que a tocha mantém da chapa durante o ciclo de corte
(normalmente menor que a altura de perfuração).

3.3-Chanfro / Angulosidade no corte


Ângulo de corte (chanfro) é o ângulo das extremidades da peça após o corte com relação a
vertical. Um bom corte tem um ângulo de 0 a 4 graus (dependendo da fonte) em todos os
lados (norma ISO 9013, faixa 3).
Altura de corte alta (tocha muito distante da chapa) = chanfro positivo. Reduza o valor da
tensão do arco (“Arc Voltage”) para corrigir.
Altura de corte baixa (tocha muito próxima da chapa) = chanfro negativo. Aumente o valor
da tensão do arco (“Arc Voltage”) para corrigir.

As principais causas de chanfro são:


• Bico danificado
• Tocha fora de esquadro
• Direção de corte incorreta
• Distribuidor de gás incorreto
• Amperagem muito alta ou baixa
• Altura de corte muito alta ou baixa
• Velocidade de corte muito alta ou baixa

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3.4-Voltagem do arco (Controle de altura)


A tensão ou voltagem do arco controla a altura de corte, monitorada por um circuito
elétrico e ajustando a altura da tocha automática e adequadamente.
• A tensão do arco permite manter a altura de corte constante em chapas empenadas.
• Altura da tocha afeta o ângulo que o jato plasma atinge a chapa e a qualidade global do
corte, influenciando a qualidade de corte.
• Baixa pressão ou vazão de gás provocam alterações no controle de altura por voltagem,
podendo provocar chanfros no corte ou colisões de tocha.

Velocidade de corte X Tensão do arco:


Idealmente, a velocidade de deslocamento da tocha deve ser constante durante todo o
corte. Na prática isso é impossível de ocorrer, devido a limitações existentes como inércia,
taxas de aceleração de motores, variações mecânicas, etc.
A altura de corte é mantida pela leitura da tensão do arco, e é mantida de acordo com
parâmetros nominais de corte, tais como velocidade. Com velocidades menores, o sistema
de controle automático de altura (THC) tende a interpretar erroneamente essas
informações, pois o arco estará com outra calibração. Assim:

- A tocha abaixa quando a velocidade é reduzida.

- A tocha sobe quando a velocidade aumenta.


Os principais pontos de dificuldades devido a variações na velocidade de deslocamento da
tocha são:
- ao aproximar e afastar de cantos (o controle de altura deve ser momentaneamente
ignorado, para que uma colisão não ocorra);
- Ao começar e terminar um corte (até que se atinja a velocidade definida no CNC);
- Quando corta circunferências e contornos (deve ocorrer redução na velocidade e
congelamento do sensor de altura).

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3.5-Sentido de corte
Cortes com plasma geram uma lateral do corte com um bom ângulo (até 4º) e outra lateral
com um chanfro acentuado (tipicamente 15º). Para garantir a qualidade da peça, o lado
chanfrado deve ser na chapa (sucata) e o lado ótimo na peça. Para isso, as peças devem ser
cortadas obrigatoriamente:

Contornos externos: sentido horário


Contornos internos (Furos): sentido anti-horário

Lembre-se: O lado “bom” de corte é sempre o direito, com a tocha se movimentando para
frente. O esquerdo é sempre sairá chanfrado, isto devido ao chamado efeito turbilhão
formado pelos gases no interior da tocha.Vide figura da pág. 07

4-Kerf (Compensação de corte)


O parâmetro Kerf é um fator muito importante quando tratamos a questão de dimensional
de um determinado corte.
Para entendermos melhor o que é Kerf, temos o seguinte exemplo:
E, sabemos que durante o corte o arco do plasma
Suponhamos que temos uma
remove uma determinada quantidade de material,
determinada peça onde as
(Diâmetro em que se encontra o bico naquele
dimensões desejadas sejam:
momento), esse “rasgo” é chamado de “Sangria de
100 mm x 100 mm corte”.

Ex: Diâmetro do arco


Plasma (Sangria) =
2mm Diâmetro em que se
encontra o bico.
Com base no exemplo acima,
Pergunta: O que acontecerá se durante o corte a máquina deslocar-se cortando exatamente
em cima do contorno da peça?
Resposta: Obviamente a peça ficará 2mm menor que a medida desejada, = 98mm x
98mm, pois a máquina removerá 1mm de material da área da peça + 1mm da
sucata,somando os dois lados, removerá 2mm de material.

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Então, para que isso não ocorra entra a questão do Kerf, onde a partir do valor estipulado
(Kerf), a tocha, durante o corte fará uma compensação, deslocando-se para fora (Em
contornos externos) ou para dentro (Em contornos internos - Furos)

Seguindo o exemplo acima, a fórmula a seguir é a seguinte:


Medida desejada =100
Medida encontrada = 98 então, 100 - 98 = 2
Divida o valor do resultado por 2 e encontrará a medida exata do Kerf, neste caso, o Kerf
ou compensação necessário será = 1.

5-Corte de furos
Regra para furos: O diâmetro da circunferência não deve ser menor que duas vezes a
espessura do material. Cortando furos menores provavelmente ocorrerá chanfro,
ovalização ou cavidades (devido as borras) no perfil do corte.

Caso seja necessária a realização de cortes de furos abaixo das especificações acima,
eis abaixo algumas dicas operacionais:

-Diminuir em aproximadamente 50% a velocidade de corte, isto se faz necessário pois


evita que o arco plasma “se arraste”, diminuindo assim, insidênsias de ovalizações ou
chanfros.

-Diminuindo a velocidade, certamente a tocha do arco plasma também reduzirá a altura de


corte (vide item 3.4), com riscos de colisões com a chapa, com isso, ou aumentar o valor
no “Pendant”(Set Arc Volts), parâmetro que controla a altura de corte, ou trabalhar em
modo manual, desativando assim as funções automáticas do “Pendant”, lembrando que é
necessário ficar atento com chapas empenadas. Pois podem causar colisão com a tocha.

-Em casos extremos (Cortes de furos pequenos em chapas muito grossas onde a insidência
de borras é bastante alta), à também a opção de se limpar a borra antes de executar o corte,
evitando assim que o arco plasma passe por cima da borra, que por sua vez evita a
formação de “cavidades” no perfil do corte, este método geralmente é usado em Óxicortes.
Obs: Durante o constante uso dos consumíveis, os mesmos (bico e eletrodo) podem sofrer
desgastes rotineiros da operação, por isso, se faz necessário o acompanhamento das peças
cortadas, caso apresentem alterações nas dimensões, alterar o Kerf conforme formula acima.

6-Diagnósticos do corte
Rebarbas, linhas de corte, chanfro e aparência do corte. Esses são alguns itens a serem
observados, e que servirão como base em diagnósticos, na busca de tentar solucionar
“problemas” rotineiros de corte a plasma.

6.1-Rebarbas
Rebarba é o material que não é removido completamente no corte. Normalmente se
apresenta em duas formas:
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Rebarba de velocidade baixa: Um acúmulo largo e borbulhante que se assenta no corte;


esse tipo de rebarba é globular e se forma em depósitos grandes. Cai muito facilmente, em
pedaços.
Causa:
Velocidade muito baixa
Altura de corte muito baixa
Solução:
Troque o bico (excessivamente gasto)
Aumente a velocidade
Aumente a tensão do arco

Rebarba de velocidade alta - Rebarba fina, dura e pequena que solda nas extremidades,
para retirar é necessário lixar e /ou esmerilhar.
Causa:
Amperagem muito baixa
Velocidade muito rápida
Altura de corte muito alta
Solução:
Troque o bico
Reduza a velocidade
Reduza a tensão do arco
Veja na figura abaixo exemplos de tipos de rebarbas:

M u it o le n t o

M u ito r á p id o

V e lo c id a d e c o r r e ta

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