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Morfologia do português

A Morfologia: Objecto De Estudo

Tradicionalmente se define a Morfologia como a parte da gramática que estuda a palavra do ponto de vista da
forma. Entretanto, é necessário especificar os termos centrais palavra e forma, ambos altamente indeterminados,
além de comuns à linguagem técnica e à linguagem cotidiana e cambiantes, em diferentes visões do fenômeno
linguístico.

Segundo Mattos (2002), se considerarmos, por exemplo, a gramática clássica, a morfologia se concentra na flexão; o
objeto de estudo seria o paradigma ou esquema de variações de forma da palavra na expressão de categorias
gramaticais. No século XIX, a palavra deixa de ser a unidade mínima de análise linguística; a comparação de
elementos gramaticais como suporte a hipóteses de relação genética entre línguas favorece a adoção de um modelo
de descrição que reconhece formativos como raiz e desinência. O estruturalismo herda esta situação de
desmembramento da palavra, sendo, portanto, natural o estabelecimento do morfema como unidade básica da
morfologia.

O objeto de estudo da morfologia no estruturalismo é, portanto, o morfema, e seus padrões de combinação. Em


consequência, a palavra passa a ser menos relevante, ou mesmo questionável como unidade estrutural, ainda que

Bloomfield, citado por Rosa (2011), proponha uma definição de palavra de crucial relevância na metodologia de
análise descritiva. Saussure –também citado por Rosa (2011) – problematiza o escopo da Morfologia de outro
ângulo, ao condenar a não inclusão da lexicologia no âmbito da gramática, juntamente com a morfologia flexional;
por outro lado, considerando como do âmbito da morfologia a determinação de classes de palavras e formas de
flexão, duvida que esta possa constituir uma disciplina distinta da sintaxe. Saussure explicita, ainda, os aspectos
concretos e abstratos da palavra, e ressalta as dificuldades de delimitação.

Uma maior reviravolta no tema surge no gerativismo: nada mais radical do que a total eliminação da morfologia e,
portanto, do seu objeto de estudo enquanto tal, nos primeiros momentos do gerativismo. Mas, mesmo quando
instaurada a possibilidade de um componente morfológico na versão original da Hipótese Lexicalista, ainda assim o
objeto de estudo da morfologia na Teoria Gerativa apresentará uma diferença fundamental em relação a
abordagens anteriores, na medida em que este objeto se desloca da forma externa para o conhecimento interno,
correspondente à capacidade de identificação de formas lexicais estruturalmente legítimas.

O objeto de estudo da Morfologia no gerativismo não é a forma concreta das palavras, mas a representação do
conhecimento lexical, através de regras que, em uma primeira fase, representam relações lexicais e, posteriormente,
determinam objetos morfológicos. Mais recentemente, no enfoque da Morfologia Distribuída, a morfologia volta a
ser dominada pela sintaxe.

O morfema pode ser considerado novamente a unidade básica, mas a relevância maior é atribuída ao feixe de traços
formais nos quais a inserção de traços fonológicos pode ser tardia. Assim, temos um retorno à situação do
estruturalismo e das primeiras fases do gerativismo, em que a palavra se torna questionável como unidade básica da
morfologia. (ROSA, 2011) Talvez possamos dizer, então, que o objeto de estudo da morfologia tem oscilado entre
duas possibilidades:

A palavra: na gramática clássica, e, portanto, na tradição gramatical, a morfologia estuda a palavra e seu paradigma
de variações de forma, na expressão de categorias flexionais; no gerativismo lexicalista, o objeto da morfologia é a
palavra enquanto item lexical estruturado por padrões ou produto de regras de formação de objetos morfológicos.

Os elementos constituintes da palavra: no método comparativo, estes constituintes (raízes, desinências) são
concretos; no estruturalismo, estes elementos (os morfemas) são, sobretudo, concretos, mas também abstratos,
como meios de expressão de propriedades gramaticais; na Morfologia Distribuída, os morfemas são
fundamentalmente abstratos, consistindo, sobretudo, em feixes de traços formais.

Segundo Maria Carlota Rosa (2011), a diferença no tocante à unidade em que se centra o estudo morfológico – o
morfema (unidade mínima de som e significado) e a palavra – redunda de maneiras também diferentes de focalizar a
morfologia. De modo muito geral, podemos dizer que a noção de morfema está relacionada com o estudo das
técnicas de segmentação de palavras em suas unidades constitutivas mínimas, ao passo que os estudos que
privilegiam a noção de palavra preocupam-se com o “modo pelo qual a estrutura das palavras reflete suas relações
com outras palavras em construções maiores, como a sentença, e com o vocabulário total da língua”. (ANDERSON,
1972, p.7 citado por ROSA, 2011, p. 15-16) Talvez possamos dizer, então, que o objeto de estudo da morfologia tem
oscilado entre duas possibilidades:

(1) A palavra: na gramática clássica, e, portanto, na tradição gramatical, a morfologia estuda a palavra e seu
paradigma de variações de forma, na expressão de categorias flexionais; no gerativismo lexicalista, o objeto da
morfologia é a palavra enquanto item lexical estruturado por padrões ou produto de regras de formação de objetos
morfológicos.

(2) Os elementos constituintes da palavra: no método comparativo, estes constituintes (raízes, desinências) são
concretos; no estruturalismo, estes elementos (os morfemas) são, sobretudo, concretos, mas também abstratos,
como meios de expressão de propriedades gramaticais; na Morfologia Distribuída, os morfemas são
fundamentalmente abstratos, consistindo, sobretudo, em feixes de traços formais.

Categorias e Propriedades Morfológicas

Segundo Maria Carlota Rosa (2011), a diferença no tocante à unidade em que se centra o estudo morfológico – o
morfema (unidade mínima de som e significado) e a palavra – redunda de maneiras também diferentes de focalizar a
morfologia. De modo muito geral, podemos dizer que a noção de morfema está relacionada com o estudo das
técnicas de segmentação de palavras em suas unidades constitutivas mínimas, ao passo que os estudos que
privilegiam a noção de palavra preocupam-se com o “modo pelo qual a estrutura das palavras reflete suas relações
com outras palavras em construções maiores, como a sentença, e com o vocabulário total da língua”. (ANDERSON,
1972, p. 7 citado por ROSA, 2011, p. 15-16).

A autora irá definir palavra afora o uso na escrita como: a) unidade fonológica; b) elemento mínimo da estrutura
sintática e c) elemento do vocabulário da língua. (2011, p. 74) E definirá lexema (palavras no léxico) como unidade
abstrata, que tem significado lexical e pode apresentar variações, caso se inclua entre as palavras variáveis. O lexema
amar, por exemplo, representa a combinação virtual dos radicais que pode apresentar com todas as propriedades
morfossintáticas com que se pode combinar e se quisermos focalizar apenas a primeira pessoa do singular do
presente do indicativo, teremos AMAR acompanhado de uma única entre as possibilidades de realização das
categorias gramaticais ou morfossintáticas TEMPO/MODO/Aspecto e número/Pessoa. A palavra gramatical ou
morfossintática é o lexema (AMAR). (ROSA, 2011, p. 83-84)

1. Categorias morfológicas

Categoria significa conjunto de propriedades que se associa à determinada parte do discurso, como Caso, Pessoa,
Tempo, Modo, Voz, Gênero, Número…

2. Categorias e propriedades

Segundo P.H. Matthews (1972, p. 161-162 citado por Rosa, 2011, p. 119), o termo categoria é empregado:

a) Para referir classes de palavras, como N (para nome) ou V (para verbo);

b) Para representar as dimensões de um paradigma, como


Número, por exemplo;

c) Para cada uma das possibilidades de contraste no interior de uma dimensão, como Número Singular,
Número Plural.

O uso em (a) se faz, em geral, nos trabalhos sobre sintaxe; em (b) para categoria morfossintática, uma vez que
estamos voltados para modificações na estrutura da palavra cuja ligação com a estrutura sintática é estreita.

Elementos como Presente, Passado, Futuro, membros da categoria Tempo, e que ilustram (c), aplicaremos a
denominação propriedades morfossintáticas.

3. Categorias morfossintáticas

Uma categoria morfossintática é obrigatória para uma classe de palavras como um todo numa dada língua.
Esperamos que qualquer verbo em português, por exemplo, tenha a dimensão Número/Pessoa. (Rosa, 2011)

A realização de uma categoria morfossintática junto a um lexema como esta ou aquela propriedade depende, no
entanto, de mecanismos diversos dentro de uma construção. Se pensamos na categoria Número em português, por
exemplo, não precisamos de muito esforço para concluir que sua realização nos adjetivos difere de sua realização
nos nomes. É claro, não nos estamos referindo às terminações que concretizam Singular

ou Plural, mas aos mecanismos sintáticos relacionados ao seu aparecimento numa palavra.

O adjetivo em português terá o Número do nome que funciona como núcleo do constituinte. O nome, por seu turno,
não se comporta do mesmo modo. No que respeita ao Número, é dele a propriedade (Singular ou Plural) que deverá
ser visível para a concordância com os modificadores ou, no caso de funcionar como seu argumento externo, com o
verbo.

A realização de uma categoria morfossintática num lexema se faz a partir de um elenco restrito de possibilidades.
Anderson (1982, 1985b) propôs três tipos de realização para as categorias flexionais, mais tarde ampliados para
quatro tipos (1992, 1997)”. (Rosa, 2011, p. 120)

4. Outras categorias morfológicas

Existem mais categorias morfológicas em outros idiomas. Em português, não temos flexão de voz, como ocorre, por
exemplo, no latim clássico. Em nossa língua, a distinção de voz é feita com soluções sintáticas que dispensam flexão.

O artigo: morfema flexivo de definição

A Gramática Tradicional e as convenções de escrita estabelecem que artigo é palavra, o que contraria a definição de
palavra como forma livre mínima. Mas se admitirmos que artigo é morfema flexivo, então, temos mais uma
categoria de flexão no português: a definição. A categoria flexiva definição supre a necessidade semântica de
distinguir entre dualidades como: particular/genérico, próprio/comum, definido/indefinido. Os artigos do português
apresentam flexão definida e indefinida.

4.1. Propriedades inerentes

São aquelas pertencentes a cada palavra e acessíveis à sintaxe, para que se faça, por exemplo, a concordância.

4.2. Propriedades de concordância

São aquelas que dependem das que estão presentes em outro item na estrutura sintática. Esse elemento é o
controlador da concordância. O controlador determina as propriedades que serão estendidas pela concordância,
secundariamente, aos alvos – isto é, aos elementos da construção que concordam com ele.
4.3. Propriedades configuracionais ou relacionais

São aquelas que dependem diretamente de sua posição em construções mais amplas e talvez de propriedades
lexicais de outras palavras em tal construção. Entram aqui a indicação morfológica de relações gramaticais,
incluindo-se os fenômenos tradicionalmente estudados como regência.

4.4. Propriedades de constituinte

Podem realizar-se em uma única palavra da estrutura, seja no núcleo, seja na primeira ou na última palavra do
constituinte.

Realiza-se no SN, isto é, no nome.

Unidade Temática II: Classes de Palavras, Estrutura e Formação

De acordo com Montenegro (2014), a gramática organiza as palavras nos seguintes grupos: substantivo, adjetivo,
artigo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição; contabilizando um conjunto de dez
classes gramaticais (classes de palavras). Esta classificação possui um critério de composição denominado, para
alguns gramáticos, de critério morfo-semântico.

Um dos fundamentos da organização de palavras em classes está relacionado ao significado extralinguístico que o
vocábulo apresenta.

Para realizar uma classificação adequada, o gramático Evanildo Bechara, orienta um estudo com base na distinção
dos seguintes significados:

Significado Lexical; um sentido existente anterior à palavra. Corresponde a um referente no mundo, um objeto ou
algo que possui existência fora da linguagem. “Corresponde ao quê da apreensão do mundo extralinguístico”
(BECHARA,2009, p.109) É uma organização que a linguagem constrói para a realidade existente anterior e
independente dela.

Exemplo: É o significado comum a cada uma das séries de palavras: amor

– amante – amar – amavelmente.

Significado Categorial: correspondem ao como da apreensão do mundo extralinguístico”. (BECHARA, 2009, p. 109) É
o modo de ser das palavras dentro do texto, por isso não possuem classes léxicas fixas, podem surgir em um discurso
como substantivo e em outro como adjetivo.

Exemplo: amor (quando usado como substantivo); amar (quando usado como verbo)

Observação: De acordo com o estudo apresentado por Evanildo Bechara em A Moderna Gramática Portuguesa, é
válido destacar que o substantivo, o adjetivo, o verbo e o advérbio correspondem as quatro únicas reais “categorias
gramaticais” da língua. Entretanto, na gramática tradicional essas classes se apresentam definidas de maneira
confusa. Bechara denomina essas classes de “categorias verbais”, porque são as únicas dotadas do significado
categorial.

Significado Instrumental; se refere aos significados dos morfemas, os elementos que compõem o universo da
gramática. Como artigos e preposições, por exemplo. Ou como elementos de palavras: s de canetas. Fazem parte do
conjunto de morfemas que possuem significado instrumental nas combinações gramaticais: prefixos, sufixos,
desinências, acentos, dentre outros. Os significados instrumentais correspondem ao modo da expressão material.
Significado Estrutural Ou Sintático: é o resultado das combinações de unidades lexemáticas ou categoremáticas com
morfemas, dentro da oração. São significados estruturais singular, presente, passado, futuro, entre outros, que se
constroem nas relações dentro da oração. Por exemplo, o “s” de cadernos é o resultado estrutural da combinação.

Significado Ôntico: só ocorre no plano da oração, refere-se ao valor existencial designado na oração; se é afirmativo,
imperativo, negativo.

Essas designações usadas para classificar as palavras estabelecem-se nos planos da forma, do conteúdo e das
relações no contexto Intra linguístico

e extralinguístico. Entretanto, o fundamental é identificar que uma palavra de determinada classe pode mudar para
outra classe gramatical com base nesses significados e em suas implicações linguísticas.

Tema: Função das Classes de Palavras

Função

Esses são aspectos servem para entender a razão pela qual, em uma análise morfológica, a mesma palavra pode ser
classificada de maneira diferente. Nesse sentido, ao tomar como exemplo uma palavra como “azul” para classificar,
encontrará certa dificuldade se ela não estiver localizada em um contexto relacional com outras palavras.

Portanto, Substantivo, adjetivo, verbo e advérbio são palavras lexemáticas. Classificadas de acordo com o significado
lexical.

Conforme as gramáticas descritivas, são exemplos dessas classes:

Substantivo: escola, casa, armário, mesa, cadeira, São Paulo, José;

Adjetivo: alegre, feliz, triste, forte, firme, corajoso;

Verbo: andar, comer, falar, ficar, partir, viajar, sonhar, estudar, construir, realizar, morrer, nascer, nadas, fazer;

Advérbios: alegremente, dentro, fora, sim, não, nunca, talvez, muito; etc.

Dentro de contextos nos quais as análises se tornam mais precisas:

Exemplo: O padre encerrou cedo as atividades da igreja.

As palavras em destaque são, respectivamente, substantivo, advérbio, substantivo e adjetivo.

São palavras lexemáticas, pois cada uma delas apresenta


significado lexical.

Os pronomes e os numerais são palavras categoremáticas, classificadas por um sentido categorial


linguístico.

Exemplo: A sua igreja encerrou a primeira atividade mais cedo.

As palavras em destaque são, respectivamente, pronome e numeral. São palavras categoremáticas,


pois estão ligadas ao contexto em que estão inseridas.

E os artigos, preposições e conjunções são palavras morfemáticas, pois possuem estruturas com
sentidos completos, são independentes e não apresentam sentido fora da linguagem.

Exemplo: A igreja encerrou a missa mais cedo, porém solicitou uma reunião com os crentes.

As palavras em destaque são, respectivamente, artigo, conjunção, preposição. Elas possuem


significados e estruturas independentes de outros vocábulos, não precisam fazer parte de um
morfema para serem completas, porém só fazem sentido quando estão dentro da oração.

ATENÇÃO:

Uma palavra categorimática pode ter sentido instrumental, como é o exemplo dado por Evanildo
Bechara (2009, p. 112):

“Meu lápis.”
Meu: pertence à classe de palavras categoremáticas dos pronomes (Pronome possessivo). Nesta estrutura o
pronome assume valor de adjetivo, uma vez que caracteriza o substantivo lápis.

Este foi apenas um exemplo de como cada categoria de significados influencia na análise das classes, porém o aluno
precisa saber identificar a qual classe a palavra pode pertencer isoladamente, e analisar em qual classe ela se
enquadra contextualmente.

Verifica-se determinadas classes que possuem um conjunto definido ou limitado de palavras, não podendo ocorrer
outro tipo de vocábulo que faça parte de tais classes. O que facilita a identificação, e posterior análise dentro das
orações. Porem, há vocábulos que se repetem em mais de uma classe de palavras, o que reforça a ideia de que a
análise da oração se faz necessária para a classificação de cada palavra.

De outra forma, podemos descrever as classes de palavras de forma resumida no seguinte:

Artigos: são as palavras que determinam o substantivo, antecedendo-os: a, as, o, os, um, uns, uma, umas.

Numerais: são as palavras que indicam quantidade, ou o lugar que um substantivo ocupa em uma série numérica.
Possuem algumas subclassificações: cardinais (um, dois, três...); ordinais (primeiro, segundo, terceiro, quarto...);
multiplicativos (dobro, triplo...); fracionários (metade, terço…); coletivos (dezena, dúzia, centena...)

Pronomes: são classificados de acordo com a sua função na frase. Podem ser adjetivos ou pronomes substantivos.
Para estabelecer a diferença, na análise morfológica, verifica-se que os pronomes substantivos são aqueles que
surgem isolados na frase, enquanto os pronomes adjetivos aparecem acompanhando os substantivos,
caracterizando-os.

Os pronomes podem ser:


Pronomes pessoais retos: eu, tu, ele, nós, vós, eles.

Pronomes pessoais oblíquos não-reflexivos átonos: me, te, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes.

Pronomes pessoais oblíquos não-reflexivos tônicos: mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, nós, connosco, vós, convosco,
eles, elas.

Pronome de tratamento: você, senhor, senhora, vossa excelência, etc.

Pronomes demonstrativos: este (s), esse (s), aquele (s), esta (s), essa (s), aquela (s), isto, isso, aquilo.

Pronomes possessivos: meu, minha, teu, tua, seu, sua, nosso, nossa, vosso, vossa. (todos apresentam formas no
plural)

Pronomes indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, certo, vários, tanto, quanto, qualquer (todos
esses admitem formas femininas e plurais. Os invariáveis: alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, cada, algo.

Pronomes interrogativos: que, quem, qual e quanto.

Pronomes relativos: o qual, os quais, cujo (s), quanto (s), a qual, as quais, cuja (s), quantas, quantos, que, quem,
onde

Exemplos de usos:

Meus diários são fundamentais na minha história. (pronomes possessivos adjetivos)

Teu rosto me agrada a memória. (pronomes possessivos adjetivos)

Eu contei tudo para que ela não se assustasse depois. (pronomes pessoais)

Quem vai concluir as atividades do dia? (pronome interrogativo)

O problema foi todo resolvido por mim. (pronome oblíquo tônico)

Aquele bairro, o qual tem uma praça muito legal, fica localizado próximo daqui. (pronome demonstrativo;
pronome relativo)
Conjunções: estabelece a relação entre dois termos da oração ou entre duas orações. Elas podem ser:

Aditivas: e; Comprei banana e maçã.

Adversativas: mas, porém, entretanto, contudo, todavia; Fui às compras, mas esqueci o dinheiro.

Alternativas: ou, ora, quer, seja, nem, já; ou como bolo, ou tomo sorvete.

Conclusivas: logo, pois, por tanto, por conseguinte, por isso, assim; Não conseguiu cumprir com todos os exercícios,
portanto precisou estudar até mais tarde.

Explicativas: que, porque, pois, porquanto, etc; tirou notas boas ao final do semestre porque estudou bastante ao
longo das semanas.

Causais: porque, pois, porquanto, como, pois que, por isso que, uma vez que, visto que, visto como, etc. Como o
almoço demorou a sair, fez sua refeição no restaurante.

Concessivas: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, etc; Foi ao aniversário, embora não tivesse
arrumada para festa.

Condicionais: se caso, quando, conquanto que, salvo, se, sem que, desde que, dado que, etc: desde que as provas
sejam aplicadas esta semana, estudarei desde domingo.

Conformativas: conforme, segundo, consoante: Conforme a avaliação do professor, eu sou um ótimo aluno.

Proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que, mais, quanto mais, menos, quanto menos, tanto mais,
tanto menos, etc: À medida que assistir aulas realizarei os exercícios.

Temporais: quando, antes que, depois que, até que, logo que, todas as vezes que, cada vez que, mal que, etc: Todas
as vezes que faço compras fico feliz.

Comparativas: assim como, bem como, etc: Assim como o verão, o inverno tem feito bastante calor.
Consecutivas: combinação da conjunção que com as expressões: tal, tanto, tão, tamanho, etc: A bailarina dançava
com tanta alegria, que foi premiada no festival.

Integrantes: que, se. Garanto que sou corajosa.

Substantivos: é a palavra que nomeia ou designa seres e objetos. Podem ser compostos por apenas uma palavra;
simples, ou por mais de uma; composto. São variáveis em gênero, número e grau.

Possui diversas classificações e características dentro de um amplo conjunto de exemplos de substantivos.

Concreto: pessoas, animais, vegetais, lugares, objetos. Exemplos: casa, mesa, caderno, igreja, livro, caneta, pessoa,
humanos, etc.

Abstratos: ações, sentimentos, estados, qualidades. Exemplos: alegria, amar, sentir, etc.

Próprios: indivíduos de uma espécie. São grafados com a letra inicial maiúscula. Exemplos: São José dos Campos,
Maria, Paris.

Comuns: designam de forma genérica todos os seres de uma espécie: exemplos: país, oceano, mulheres.

Coletivos: conjunto de seres ou objetos da mesma espécie. Exemplos: acervo, alcateia, bando, matilha, etc.

Adjetivos: é a palavra que caracteriza os seres ou os objetos, indicando qualidade, modo, aspecto, aparência ou
estado. São variáveis em gênero, número e grau.

Exemplos: A casa colorida deu alegria ao condomínio.


As flores perfumadas enfeitam o jardim.

As crianças chatas brincavam e faziam barulho.

Advérbios: são termos que modificam outros termos tais como o verbo, os próprios advérbios e adjetivos.

Exemplo: Maria correu intensamente para chegar até aqui.

Classificam-se em advérbios de:

Lugar: abaixo, acima, adiante, ali, aqui, etc.

Tempo: agora, ainda, amanhã, antes, breve, depois, cedo, tarde, nunca, etc.

Modo: assim, bem, mau, depressa, melhor, pior, bondosamente, regularmente, etc.

Intensidade: muito, pouco, bastante, bem, demais, quão, tão, etc. Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, quiçá,
talvez, etc.

Afirmação: sim, certamente, efetivamente, realmente, etc.

Negação: não.

Verbo: palavra variável que indica ação, estado ou fenômeno da natureza. Flexionam em número, pessoa, voz,
modo, formas e tempo.

João comeu muito arroz no almoço. (indica ação)

Ontem choveu até alagar a cidade. (fenômeno da natureza)


Os alunos continuam alegres. (indica estado)

Preposição: relaciona dois termos da oração, geralmente, o primeiro termo é explicado ou tem seu sentido
completado pelo segundo termo após a preposição.
São Preposições: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás,
etc.

Interjeição: é uma expressão que representa uma emoção.

São exemplos de interjeição: ah! Oba! Eba! Bravo! Oxalá! Tomara! Bravo! Gritava a platéia satisfeita.

Alô! Alô! Alguém responde, por favor.

Tema: Variação das Classes de Palavras

Número

Nosso sistema de flexão em número comporta singular e plural. Línguas como o grego apresentam singular, dual e
plural. A categoria número tem função semântica, pois indica singularidade ou pluralidade do significado do termo
flexionado. Também apresenta função sintática, pois as frases em português seguem regras de concordância em que
alguns termos da frase devem concordar entre si em número.

Gênero

Em português, há dois gêneros: feminino e masculino. Não utilizamos o neutro, presente em idiomas como inglês e
alemão. Em alguns casos, a função da categoria gênero é semântica, como nos pares a seguir:

O menino/a menina, o gato/a gata

Nos exemplos dados, a categoria gênero define um traço semântico, ou seja, estabelece o sexo do ser representado
pelo substantivo.
Em português, muitos substantivos a que não se pode associar característica de sexo, têm gênero implícito. É o que
se vê na série a seguir:

O garfo, a colher, a faca, o prato.


Não é possível atribuir característica semântica de sexo aos substantivos do exemplo, mas em português, mesmo
substantivos assexuados estão associados convencionalmente a um gênero para garantir o funcionamento das
regras de concordância sintática.

Grau

Em português, há dois sistemas de flexão de grau: o diminutivo– normal– aumentativo, típico dos substantivos e
adjetivos e o sistema normal– superlativo, usado com adjetivos.

Não temos flexão de grau comparativo como ocorre, por exemplo, no inglês.

John is tall. (João é alto.)

John is taller than Paul. (João é mais alto que Paulo.) John is the tallest. (João é o mais alto.)

Caso

O caso está presente em nossa língua nas flexões dos pronomes pessoais. Observe o exemplo:

Eu pedi o livro a ele.

Ele entregou o livro a mim.

Nas duas frases, o mesmo ente é representado ora por eu, ora por mim. Eu e mim têm funções semelhantes, mas
são usados em contextos diferentes. Eu é empregado quando o pronome está em posição de sujeito da frase e mim,
quando em função de objeto. Quando um lexema é flexionado segundo a função sintática que desempenha na frase,
temos flexão de caso.

Em português, os pronomes pessoais apresentam duas flexões de caso:

oblíquo e reto.

A flexão de caso dos nossos pronomes pessoais é um resíduo do latim que permaneceu em nossa gramática. Em
latim, o uso das flexões de caso é
bem mais intensivo, tanto que os substantivos em latim clássico apresentavam seis flexões de
caso.

Pessoa

A categoria de pessoa é usada para discriminar as pessoas do discurso. Elas são três no
português: primeira (quem fala), segunda (a quem se fala) e terceira (de quem se fala).

Tempo

Esta categoria morfológica também é típica dos verbos. Em nosso sistema verbal, temos
basicamente três tempos: futuro, passado e presente.

Modo

A categoria de modo está presente no sistema verbal do português.

O verbo pode ser flexionado em três modos diferentes: imperativo, indicativo e subjuntivo.

Simplificadamente, o modo indicativo é empregado para indicar ações de consumação certa, o


subjuntivo para expressar ações hipotéticas ou o desejo de que determinada ação venha a se
consumar e o imperativo é usado para incitar à ação.

Aspecto

Não existe só uma categoria de aspecto em português, mas três, que agrupamos em uma só
por se manifestarem em apenas algumas flexões do sistema verbal.

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