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INTRODUÇÃO

A Proteção Contra Incêndio é um assunto um pouco mais complexo do que possa parecer. À
primeira vista, imagina-se que ela é composta pelos equipamentos de combate a incêndios
fixados nas edificações, porem esta é apenas uma parte de um sistema, é necessário o
conhecimento e o treinamento dos ocupantes da edificação. Estes deverão identificar e operar
corretamente os equipamentos de combate a incêndio, bem como agir com calma e
racionalidade sempre que houver início de fogo, extinguindo-o e/ou solicitando ajuda ao Corpo
de Bombeiros através do telefone 193.

TEORIA DO FOGO

Conceito de Fogo
Fogo é uma reação química que produz luz, calor e gases.

Elementos que compõem o fogo


Os elementos que compõem o fogo são:

• Combustível
• Comburente (oxigênio)
• Calor
• Reação química em cadeia

Esse quarto elemento, também denominado transformação em cadeia, vai formar o quadrado
ou tetraedro do fogo, substituindo o antigo triângulo do fogo.

Combustível
É todo material que queima. São sólidos, líquidos e gasosos, sendo que os sólidos e os líquidos se
transformam primeiramente em gás pelo calor e depois inflamam.

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Sólidos
Madeira, papel, tecido, algodão, etc.

Líquidos
Voláteis – são os que desprendem gases inflamáveis à temperatura ambiente. Ex.: álcool, éter,
benzina, etc.

Não Voláteis – são os que desprendem gases inflamáveis a temperaturas maiores do que a do
ambiente. Ex.: óleo, graxa, etc.

Gasosos
Butano, propano, etano, etc.

Comburente (Oxigênio)
É o elemento ativador do fogo, que se combina com os vapores inflamáveis dos combustíveis,
dando vida às chamas e possibilitando a expansão do fogo. Compõe o ar atmosférico na
porcentagem de 21%, sendo que o mínimo exigível para sustentar a combustão é de 16%. Calor
É uma forma de energia. É o elemento que dá início ao fogo, é ele que faz o fogo se propagar.
Pode ser uma faísca, uma chama ou até um superaquecimento em máquinas e aparelhos
energizados.

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Reação em Cadeia
Os combustíveis, após iniciarem a combustão, geram mais calor. Esse calor provocará o
desprendimento de mais gases ou vapores combustíveis, desenvolvendo uma transformação em
cadeia ou reação em cadeia, que, em resumo, é o produto de uma transformação gerando outra
transformação.

PROPAGAÇÃO DO FOGO

O fogo pode se propagar:


• Pelo contato da chama em outros combustíveis;
• Através do deslocamento de partículas incandescentes;
• Pela ação do calor.

O calor é uma forma de energia produzida pela combustão ou originada do atrito dos corpos. Ele
se propaga por três processos de transmissão:

Condução
É a forma pela qual se transmite o calor através do próprio material, de molécula a molécula ou
de corpo a corpo.

Convecção
É quando o calor se transmite através de uma massa de ar aquecida, que se desloca do local em
chamas, levando para outros locais quantidade de calor suficiente para que os materiais
combustíveis aí existentes atinjam seu ponto de combustão, originando outro foco de fogo.

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Irradiação
É quando o calor se transmite por ondas caloríficas através do espaço, sem utilizar qualquer meio
material.

PONTOS E TEMPERATURAS IMPORTANTES DO FOGO

Ponto de Fulgor
É a temperatura mínima necessária para que um combustível desprenda vapores ou gases
inflamáveis, os quais, combinados com o oxigênio do ar em contato com uma chama, começam
a se queimar, mas a chama não se mantém porque os gases produzidos são ainda insuficientes.

Ponto de Combustão
É a temperatura mínima necessária para que um combustível desprenda vapores ou gases
inflamáveis que, combinados com o oxigênio do ar e ao entrar em contato com uma chama, se
inflamam, e, mesmo que se retire a chama, o fogo não se apaga, pois essa temperatura faz gerar,
do combustível, vapores ou gases suficientes para manter o fogo ou a transformação em cadeia.

Temperatura de Ignição
É aquela em que os gases desprendidos dos combustíveis entram em combustão apenas pelo
contato com o oxigênio do ar, independente de qualquer fonte de calor.

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CLASSES DE INCÊNDIO

Os incêndios são classificados de acordo com as características dos seus combustíveis. Somente
com o conhecimento da natureza do material que está se queimando, pode-se descobrir o
melhor método para uma extinção rápida e segura.

CLASSE A

• Caracteriza-se por fogo em materiais sólidos;


• Queimam em superfície e profundidade;
• Após a queima deixam resíduos, brasas e cinzas;
• Esse tipo de incêndio é extinto principalmente pelo método de resfriamento, e as vezes por
abafamento através de jato pulverizado.

CLASSE B
• Caracteriza-se por fogo em combustíveis líquidos inflamáveis;
• Queimam em superfície;
• Após a queima, não deixam resíduos;
• Esse tipo de incêndio é extinto pelo método de abafamento.

CLASSE C
• Caracteriza–se por fogo em materiais/equipamentos energizados (geralmente equipamentos
elétricos);
• A extinção só pode ser realizada com agente extintor não condutor de eletricidade, nunca com
extintores de água ou espuma;
• O primeiro passo num incêndio de classe C, é desligar o quadro de força, pois assim ele se
tornará um incêndio de classe A ou B.

CLASSE D
• Caracteriza-se por fogo em metais pirofóricos (alumínio, antimônio, magnésio, etc.)

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• São difíceis de serem apagados;
• Esse tipo de incêndio é extinto pelo método de abafamento;
• Nunca utilizar extintores de água ou espuma para extinção do fogo.

MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO

Partindo do princípio de que, para haver fogo, são necessários o combustível, comburente e o
calor, formando o triângulo do fogo ou, mais modernamente, o quadrado ou tetraedro do fogo,
quando já se admite a ocorrência de uma reação em cadeia, para nós extinguirmos o fogo, basta
retirar um desses elementos. Com a retirada de um dos elementos do fogo, temos os seguintes
métodos de extinção: extinção por retirada do material, por abafamento, por resfriamento e
extinção química.

Extinção por retirada do material (Isolamento)


Esse método consiste em duas técnicas:
• retirada do material que está queimando
• retirada do material que está próximo ao fogo

Extinção por retirada do comburente (Abafamento)


Este método consiste na diminuição ou impedimento do contato de oxigênio com o combustível.

Extinção por retirada do calor (Resfriamento)


Este método consiste na diminuição da temperatura e eliminação do calor, até que o combustível
não gere mais gases ou vapores e se apague.

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Extinção Química
Ocorre quando interrompemos a reação em cadeia. Este método consiste no seguinte: o
combustível, sob ação do calor, gera gases ou vapores que, ao se combinarem com o
comburente, formam uma mistura inflamável. Quando lançamos determinados agentes
extintores ao fogo, suas moléculas se dissociam pela ação do calor e se combinam com a mistura
inflamável (gás ou vapor mais comburente), formando outra mistura não inflamável.
Lloyd Layman definiu 7 fases básicas (fases táticas) no local do incêndio.
1- Salvamento;

2- Isolamento;

3- Confinamento;

4- Extinção;

5- Rescaldo;

6- Ventilação; e

7- Proteção de salvados.

Flashover

O termo flashover foi introduzido pelo cientista britânico P.H. Thomas, nos anos 60, e foi usado
para descrever a teoria do crescimento de um fogo até o ponto onde se torna um incêndio
totalmente desenvolvido.
A teoria do flashover diz que durante o crescimento do incêndio, o calor da combustão poderá
aquecer gradualmente todos os materiais combustíveis presentes no ambiente e fazer com que
eles alcancem, simultaneamente, seu ponto de ignição, produzindo a queima instantânea e
concomitante desses materiais (dita, ignição súbita generalizada ou inflamação generalizada).
Isso acontece porque a camada de gases do incêndio (gases aquecidos) que se cria no teto da
edificação durante a fase de crescimento do fogo irradia calor para os materiais combustíveis
situados longe da origem do fogo (zona de pressão positiva). Esse calor irradiado produz a pirólise
dos materiais combustíveis do ambiente. Os gases que se produzem durante este período se
aquecem até a temperatura de ignição e ocorre o flashover, ficando toda a área envolvida pelas
chamas.

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Backdraft
A diminuição da oferta de oxigênio (limitação da ventilação) poderá gerar o acúmulo de
significativas proporções de gases inflamáveis, produtos parciais da combustão e das partículas
de carbono ainda não queimadas. Se estes gases acumulados forem oxigenados por uma
corrente de ar proveniente de alguma abertura no compartimento produzirão uma deflagração
repentina. Esta explosão que se move através do ambiente e para fora da abertura é denominada
de ignição explosiva, termo que em inglês é denominada de backdraft ou backdraught.

Comparação entre flashovers e backdrafts


Existem quatro diferenças principais entre flashovers e backdrafts:

• Os backdrafts não ocorrem muito frequentemente em incêndios. Já os flashovers acontecem


com maior frequência.
• Um backdraft é um fenômeno explosivo (com a liberação de ondas de choque que podem
romper e lançar estruturas) e o flashover não. O flashover é apenas o desenvolvimento acelerado
do fogo, ou seja, um fenômeno que resulta numa transição repentina e sustentada de um fogo
crescente para um incêndio totalmente desenvolvido.
• O termo backdraft é usado por bombeiros para descrever um evento onde o ar (oxigênio)
entra repentinamente num espaço que contém um incêndio controlado pela falta de
ventilação e acaba provocando uma ignição explosiva ou explosão por fluxo reverso, portanto a
causa principal do backdraft está ligada a uma abertura e a repentina oferta de ar (oxigênio). Já
o efeito disparador ou a causa de um flashover é o calor e não o ar.
• As ignições explosivas tipo backdraft ocorrem nos estágios do incêndio onde existe muito calor e
ventilação limitada, seguida de nova ventilação. Já os flashovers ocorrem nos estágios onde surge
um calor crescente com ventilação permanente.

Consequência no combate ao incêndio

Até pouco tempo atrás, as fases do incêndio eram estudadas a partir de três etapas – a fase
inicial, a fase da queima livre e a fase da queima lenta. Atualmente, a maioria das organizações
de bombeiro e programas de treinamento estão sofrendo alterações e passando a estudar o
processo a partir de cinco fases distintas, a saber: ignição, crescimento, flashover,
desenvolvimento completo e diminuição. No entanto, convém observar que a ignição e o
desenvolvimento de um incêndio interior é algo complexo, que depende de uma série de
numerosas variáveis, por isso, pode ser que nem todos os incêndios se desenvolvam seguindo
cada uma das fases descritas a seguir. As únicas proteções reais para uma explosão do tipo
backdraft ou mesmo para um flashover são o uso constante de roupas de proteção completas
(incluindo capacete, capa e calça de aproximação, luvas, botas, balaclavas e proteção respiratória
tipo pressão positiva), o estudo sistemático desses fenômenos e treinamento, muito
treinamento.

BLEVE
BLEVE é um acrônimo para a expressão em língua inglesa boiling liquid expanding vapor
explosion (explosão do vapor de expansão de um líquido sob pressão), utilizado por bombeiros
para se referirem a um tipo de explosão que pode ocorrer quando um recipiente contendo um
líquido pressurizado se rompe durante um incêndio.

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Boilover
Fenômeno que ocorre devido ao armazenamento de água no fundo de um recipiente, sob
combustíveis inflamáveis, sendo que a água empurra o combustível quente para cima, durante
um incêndio, espalhando-o e arremessando-o a grandes distâncias.
Como a água é vertida para o combustível, que rapidamente se deposita no fundo do
recipiente, devido à maior densidade da água, e tem pouco efeito sobre a extinção das chamas
sobre a superfície. Sob certas condições, depois de algum tempo, a água no fundo vaporiza
rapidamente, fazendo com que ela se expanda mais que 1700 vezes em volume. O vapor em
rápida expansão (possivelmente superaquecido) expele o óleo ou combustível acima para o alto
e para fora do tanque, resultando na descarga de óleo queimando para uma área grande e
descontrolada fora do recipiente.

EXTINTORES DE INCÊNDIO

Destinam-se ao combate imediato e rápido de pequenos focos de incêndios, não devendo ser
considerados como substitutos aos sistemas de extinção mais complexos, mas sim como
equipamentos adicionais.

Extintores Sobre Rodas (Carretas)


As carretas são extintores de grande volume que, para facilitar seu manejo e deslocamento, são
montados sobre rodas.

Recomendações
• Instalar o extintor em local visível e sinalizado;
• O extintor não deverá ser instalado em escadas, portas e rotas de fuga;
• Os locais onde estão instalados os extintores, não devem ser obstruídos;
• O extintor deverá ser instalado na parede ou colocado em suportes de piso;
• O lacre não poderá estar rompido;
• O manômetro dos extintores de AP (água pressurizada) e PQS (pó químico seco) deverá indicar a
carga.

AGENTES EXTINTORES
Trata-se de certas substâncias químicas sólidas, líquidas ou gasosas, que são utilizadas na
extinção de um incêndio. Os principais e mais conhecidos são:

Água Pressurizada
• É o agente extintor indicado para incêndios de classe A.
• Age por resfriamento e/ou abafamento.
• Pode ser aplicado na forma de jato compacto, chuveiro e neblina. Para os dois primeiros casos,
a ação é por resfriamento. Na forma de neblina, sua ação é de resfriamento e abafamento.

ATENÇÃO:
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Nunca use água em fogo das classes C e D.
Nunca use jato direto na classe B.

Gás Carbônico (CO2)


• É o agente extintor indicado para incêndios da classe C,
por não ser condutor de eletricidade;
• Age por abafamento, podendo ser também utilizado
nas classes A, somente em seu início e na classe B em
ambientes fechados.

Pó Químico
• É o agente extintor indicado para combater incêndios
da classe B;
• Age por abafamento, podendo ser também utilizados
nas classes A e C, podendo nesta última danificar o
equipamento.

Pó Químico Especial
• É o agente extintor indicado para incêndios da classe D;
• Age por abafamento.

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Espuma
• É um agente extintor indicado para incêndios das classes A e B.
• Age por abafamento e secundariamente por resfriamento.
• Por ter água na sua composição, não se pode utiliza-lo em incêndio de classe C, pois conduz
corrente elétrica.

Pó ABC (Fosfato de Monoamôniaco)


• É o agente extintor indicado para incêndios das classes A, B e C;
• Age por abafamento
Outros Agentes
Além dos já citados, podemos considerar como agentes extintores terra, areia, cal, talco, etc.

GASES LIQUEFEITOS DE PETRÓLEO (GLP)

O Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) é um combustível composto de carbono e hidrogênio. É


incolor e inodoro e, para que possamos identifica-lo quando ocorrem vazamentos, é adicionado
um produto químico que tem odor penetrante e característico (mercaptana, etilmercaptan). O
GLP é muito volátil e se inflama com facilidade. No caso de vazamento, por ser mais pesado que
o ar se deposita em lugares baixos, e em local de difícil ventilação o gás fica acumulado,
misturando-se com o ar ambiente, formando uma mistura explosiva ou inflamável, dependendo
da proporção. A válvula de segurança se romperá a mais ou menos à 70°C. O maior número de
ocorrências de vazamentos se dá nos botijões de 13 kg, mais facilmente encontrado nas
residências. No botijão de 1 kg por não ter válvula de segurança há risco de explosão.
Normalmente, o vazamento se dá na válvula de vedação, junto à mangueira. O GLP oferece uma
margem de segurança e o consumidor deve guiar-se pelas seguintes recomendações:

• Somente instalar em sua casa equipamento aprovado e executado por uma companhia
especializada no ramo;
• Não usar martelo ou objeto semelhante para apertar a válvula de abertura dos botijões;
• Não abrir o gás para depois riscar o fósforo;

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• Ao constatar qualquer vazamento, fazer o teste para verificar o local exato com espuma
de sabão, nunca com fogo (chama);
• Verificar sempre a validade e condição da mangueira e registro.

Como se comportar quando ocorrer um vazamento sem fogo


• Desligar a chave geral da residência, desde que não esteja no ambiente gasado;
• Acionar o Corpo de Bombeiros no telefone 193
• Abandonar o local;
• Ventilar o máximo possível a área;
• Levar o botijão de gás para um lugar mais ventilado possível;
• Durante a noite, ao constatarmos vazamento (odor) de gás, não devemos nunca acender a luz.
Devemos fechar a válvula do botijão no escuro e em seguida ventilar o ambiente.

Como se comportar quando ocorrer um vazamento com fogo


• Não extinguir de imediato as chamas, a não ser que haja grandes possibilidades de propagação;
• Apagar as chamas de outros objetos, se houver, deixando que o fogo continue no botijão, em
segurança;
• Em último caso, procurar extinguir a chama do botijão pelo método de abafamento, com um pano
bem úmido. Para chegar perto do botijão, deve-se procurar ir o mais agachado possível para não
correr o risco de se queimar, e levar o botijão para um local bem ventilado.

PREVENÇÃO DE INCÊNDIO

Cuidados Necessários
• Respeitar as proibições de fumar no ambiente de trabalho (Lei Estadual nº 11.540, de 12/11/2003);
• Não acender fósforos, nem isqueiros ou ligar aparelhos celulares em locais sinalizados;
• Manter o local de trabalho em ordem e limpo;
• Evite o acúmulo de lixo em locais não apropriados;
• Colocar os materiais de limpeza em recipientes próprios e identificados;
• Manter desobstruídas as áreas de escape e não deixar, mesmo que provisoriamente, materiais nas
escadas e corredores;
• Não deixar os equipamentos elétricos ligados após sua utilização. Desligue-os da tomada;
• Não improvisar instalações elétricas, nem efetuar consertos em tomadas e interruptores, sem que
esteja familiarizado;
• Não sobrecarregar as instalações elétricas com a utilização do PLUG T, lembrando que o mesmo
oferece risco de curto circuíto e outros;
• Verificar antes da saída do trabalho, se não há nenhum equipamento elétrico ligado;
• Observar as normas de segurança ao manipular produtos inflamáveis ou explosivos;
• Manter os materiais inflamáveis em local resguardado e à prova de fogo;
• Não cobrir fios elétricos com o tapete;
• Ao utilizar materiais inflamáveis, faça-o em quantidades mínimas, armazenando-os sempre na
posição vertical e na embalagem;

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• Não utilizar chama ou aparelho de solda perto de materiais inflamáveis.

INSTRUÇÕES GERAIS EM CASO DE EMERGÊNCIAS

Em caso de Incêndio
• Manter a calma, evitando o pânico, correrias e gritarias;
• Acionar o Corpo de Bombeiros no telefone 193;
• Usar extintores ou os meios disponíveis para apagar o fogo;
• Acionar o botão de alarme mais próximo, ou telefonar para o ramal de emergência, quando não
se conseguir a extinção do fogo;
• Fechar portas e janelas, confinando o local do sinistro;
• Isolar os materiais combustíveis e proteger os equipamentos, desligando o quadro de luz ou o
equipamento da tomada;
• Comunicar o fato à chefia da área envolvida ou ao responsável do mesmo prédio;
• Armar as mangueiras para a extinção do fogo, se for o caso;
• Existindo muita fumaça no ambiente ou local atingido, usar um lenço como máscara (se possível
molhado), cobrindo o nariz e a boca;
• Para se proteger do calor irradiado pelo fogo, sempre que possível, manter molhadas as roupas,
cabelos, sapatos ou botas.

Em caso de confinamento pelo fogo


Recomenda-se:
• Procure sair dos lugares onde haja muita fumaça;
• Mantenha-se agachado, bem próximo ao chão, onde o calor é menor e ainda existe oxigênio;
• No caso de ter que atravessar uma barreira de fogo, molhe todo o corpo, roupas e sapatos,
encharque uma cortina e enrole-se nela, molhe um lenço e amarre-o junto à boca e ao nariz e
atravesse o mais rápido que puder.

Em caso de abandono de local


Recomenda-se:
• Seja qual for a emergência, nunca utilizar os elevadores;
• Ao abandonar um compartimento, fechar a porta atrás de si (sem trancar) e não voltar ao local;
• Ande, não corra;
• Facilitar a operação dos membros da Equipe de Emergência para o abandono, seguindo à risca as
suas orientações;
• Ajudar o pessoal incapacitado a sair, dispensando especial atenção àqueles que, por qualquer
motivo, não estiverem em condições de acompanhar o ritmo de saída (deficientes físicos,
mulheres grávidas e outros);
• Levar junto com você visitantes;
• Sair da frente de grupos em pânico, quando não puder controlá-los.

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OUTRAS RECOMENDAÇÕES
• Não suba, procure sempre descer pelas escadas;
• Não respire pela boca, somente pelo nariz;
• Não corra nem salte, evitando quedas, que podem ser fatais. Com queimaduras ou asfixias, o
homem ainda pode salvar–se;
• Não tire as roupas, pois elas protegem seu corpo e retardam a desidratação. Tire apenas a gravata
ou roupas de nylon;
• Se suas roupas se incendiarem, jogue–se no chão e role lentamente. Elas se apagarão por
abafamento;
• Ao descer escadarias, retire sapatos de salto alto e meias escorregadias.

DEVERES E OBRIGAÇÕES

• Procure conhecer todas as saídas que existem no seu local de trabalho, inclusive as rotas de fuga;
• Participe ativamente dos treinamentos teóricos, práticos e reciclagens que lhe forem
ministrados;
• Conheça e pratique as Normas de Proteção e Combate ao Princípio de Incêndio, quando
necessário e possível, adotadas na Empresa;
• Comunique imediatamente aos membros da Equipe de
Emergência, qualquer tipo de irregularidade.

Proteção contra Incêndio

DECRETO Nº 56.819, DE 10 DE MARÇO DE 2011. Institui o Regulamento de Segurança contra


Incêndio das edificações e áreas de risco no Estado de São Paulo e estabelece outras
providências.
Artigo 1º – Este Regulamento dispõe sobre as medidas de segurança contra incêndio nas
edificações e áreas de risco, atendendo ao previsto no artigo 144 § 5º da Constituição Federal,
ao artigo 142 da Constituição Estadual, ao disposto na Lei Estadual nº 616, de 17 de dezembro
de 1974, na Lei Estadual nº 684, de 30 de setembro de 1975 e no Decreto Estadual nº 55.660, de
30 de março de 2010. Artigo 2º – Os objetivos deste Regulamento são:
I – proteger a vida dos ocupantes das edificações e áreas de risco, em caso de incêndio;

II – dificultar a propagação do incêndio, reduzindo danos ao meio ambiente e ao patrimônio;

III – proporcionar meios de controle e extinção do incêndio;

IV – dar condições de acesso para as operações do Corpo de Bombeiros;

V – proporcionar a continuidade dos serviços nas edificações e áreas de risco.


Um dos tópicos abordados na avaliação e planejamento da proteção de uma coletividade é a
prevenção de incêndio.

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O termo "prevenção de incêndio" expressa tanto a educação pública como as medidas de
proteção contra incêndio em um edifício.
A implantação da prevenção de incêndio se faz por meio de atividades que visam a evitar o
surgimento do sinistro, possibilitar sua extinção e reduzir seus efeitos antes da chegada do Corpo
de Bombeiros.
As atividades relacionadas com a educação consistem no preparo da população, por meio da
difusão de idéias que divulgam as medidas de segurança, para prevenir o surgimento de
incêndios nas ocupações. Buscam, ainda, ensinar os procedimentos a serem adotados pelas
pessoas diante de um incêndio, os cuidados a serem observados com a manipulação de produtos
perigosos e também os perigos das práticas que geram riscos de incêndio.
As atividades que visam à proteção contra incêndio dos edifícios podem ser agrupadas em:

1) atividades relacionadas com as exigências de medidas de proteção contra incêndio nas


diversas ocupações;

2) atividades relacionadas com a extinção, perícia e coleta de dados dos incêndios pelos órgãos
públicos, que visam aprimorar técnicas de combate e melhorar a proteção contra incêndio por
meio da investigação, estudo dos casos reais e estudo quantitativo dos incêndios no estado de
São Paulo.
A proteção contra incêndio é definida como medidas tomadas para a detecção e controle do
crescimento do incêndio e sua consequente contenção ou extinção.

Essas medidas dividem-se em:

1) medidas ativas de proteção que abrangem a detecção, alarme e extinção do fogo (automática
e/ou manual); e

2) medidas passivas que abrangem o controle dos materiais, meios de escape,


compartimentação e proteção da estrutura do edifício.

OBJETIVOS DA PREVENÇÃO DE INCÊNDIO

Os objetivos da Prevenção são:

1) a garantia da segurança à vida das pessoas que se encontrarem no interior de um edifício, quando
da ocorrência de um incêndio;
2) a prevenção da conflagração e propagação do incêndio, envolvendo todo o edifício;
3) a proteção do conteúdo e a estrutura do edifício; 4) minimizar os danos materiais de um
incêndio.

Esses objetivos são alcançados pelo:

1) controle da natureza e da quantidade de materiais combustíveis constituintes e contidos no


edifício;
2) dimensionamento da compartimentação interna, do distanciamento entre edifícios e da
resistência ao fogo dos elementos de compartimentação;
3) dimensionamento da proteção e de resistência ao fogo da estrutura do edifício;

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4) dimensionamento de sistemas de detecção e alarme de incêndio e/ou de sistemas de chuveiros
automáticos de extinção de incêndio e/ou equipamentos manuais para combate;

5) dimensionamento das rotas de escape e dos dispositivos para controle do movimento da fumaça.
6) controle das fontes de ignição e riscos de incêndio;
7) acesso para os equipamentos de combate a incêndio;
8) treinamento de pessoal habilitado a combater um princípio de incêndio e coordenar o abandono
seguro da população de um edifício;
9) gerenciamento e manutenção dos sistemas de proteção contra incêndio instalado;
10) controle dos danos ao meio ambiente decorrente de um incêndio.

ISOLAMENTO DE RISCO
A Propagação do incêndio entre edifícios isolados pode se dar através dos seguintes mecanismos:

1) Radiação térmica, emitida:

a) através das aberturas existentes na fachada do edifício incendiado;


b) através da cobertura do edifício incendiado;
c) pelas chamas que saem pelas aberturas na fachada ou pela cobertura;
d) pelas chamas desenvolvidas pela própria fachada, quando esta
for composta por materiais combustíveis;

2) Convecção, que ocorre quando os gases quentes emitidos pelas aberturas existentes na
fachada ou pela cobertura do edifício incendiado atinjam a fachada do edifício adjacente;

3) Condução, que ocorre quando as chamas da edificação ou parte da edificação contígua a uma
outra, atingem a está transmitindo calor e incendiando a mesma.

Desta forma há duas maneiras de isolar uma edificação em relação à outra. São:

1) por meio de distanciamento seguro (afastamento) entre as fachadas das edificações;


2) por meio de barreiras estanques entre edifícios contíguos;

Com a previsão das paredes corta-fogo, uma edificação é considerada totalmente estanque em
relação à edificação contígua.

O distanciamento seguro entre edifícios pode ser obtido por meio de uma distância mínima
horizontal entre fachadas de edifícios adjacentes, capaz de evitar a propagação de incêndio entre
os mesmos, decorrente do calor transferido por radiação térmica através da fachada e/ou por
convecção através da cobertura.

Em ambos os casos o incêndio irá se propagar, ignizando através das aberturas, os materiais
localizados no interior dos edifícios adjacentes e/ou ignizando materiais combustíveis localizados
em suas próprias fachadas.

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COMPARTIMENTAÇÃO VERTICAL E HORIZONTAL
A partir da ocorrência de inflamação generalizada no ambiente de origem do incêndio, este
poderá propagar-se para outros ambientes através dos seguintes mecanismos principais:
1) convecção de gases quentes dentro do próprio edifício;
2) convecção dos gases quentes que saem pelas janelas (incluindo as chamas) capazes de transferir
o fogo para pavimentos superiores;
3) condução de calor através das barreiras entre compartimentos; 4) destruição destas barreiras.

Frente à necessidade de limitação da propagação do incêndio, a principal medida a ser adotada


consiste na compartimentação, que visa dividir o edifício em células capacitadas a suportar a
queima dos materiais combustíveis nelas contidos, impedindo o alastramento do incêndio.

Os principais propósitos da compartimentação são:

1) conter o fogo em seu ambiente de origem;


2) manter as rotas de fuga seguras contra os efeitos do incêndio; 3) facilitar as operações de resgate
e combate ao incêndio.

A capacidade dos elementos construtivos de suportar a ação do incêndio denomina-se


"resistência ao fogo" e se refere ao tempo durante o qual conservam suas características
funcionais (vedação e/ou estrutural). O método utilizado para determinar a resistência ao fogo
consiste em expor um protótipo (reproduzindo tanto quanto possível as condições de uso do
elemento construtivo no edifício), a uma elevação padronizada de temperatura em função do
tempo. Ao longo do tempo são feitas medidas e observações para determinar o período no qual
o protótipo satisfaz a determinados critérios relacionados com a função do elemento construtivo
no edifício. O protótipo do elemento de compartimentação deve obstruir a passagem do fogo
mantendo, obviamente, sua integridade (recebe por isto a denominação de corta-fogo). A
elevação padronizada de temperatura utilizada no método para determinação da resistência ao
fogo constitui-se em uma simplificação das condições encontradas nos incêndios e visa
reproduzir somente a fase de inflamação generalizada.

Deve-se ressaltar que, de acordo com a situação particular do ambiente incendiado, irão ocorrer
variações importantes nos fatores que determinam o grau de severidade de exposição, que são:

1) duração da fase de inflamação generalizada;


2) temperatura média dos gases durante esta fase;
3) fluxo de calor médio através dos elementos construtivos.

Os valores de resistência ao fogo a serem requeridos para a compartimentação na Especificação


foram obtidos tomando-se por base:

1) a severidade (relação temperatura x tempo) típica do incêndio;


2) a severidade obtida nos ensaios de resistência ao fogo.

A severidade típica do incêndio é estimada de acordo com a variável ocupação (natureza das
atividades desenvolvidas no edifício).

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A compartimentação horizontal se destina a impedir a propagação do incêndio de forma que
grandes áreas sejam afetadas, dificultando sobremaneira o controle do incêndio, aumentando o
risco de ocorrência de propagação vertical e aumentando o risco à vida humana.

A compartimentação horizontal pode ser obtida através dos seguintes dispositivos:

1) paredes e portas corta-fogo;


2) registros corta-fogo nos dutos que traspassam as paredes corta-fogo;
3) selagem corta-fogo da passagem de cabos elétricos e tubulações das paredes corta-fogo;
afastamento horizontal entre janelas de setores compartimentados.

A compartimentação vertical se destina a impedir o alastramento do incêndio entre andares e


assume caráter fundamental para o caso de edifícios altos em geral.

A compartimentação vertical deve ser tal que cada pavimento componha um compartimento
isolado, para isto são necessários:

1) lajes corta-fogo;
2) enclausuramento das escadas através de paredes e portas corta-fogo;
3) registros corta-fogo em dutos que intercomunicam os pavimentos;
4) selagem corta-fogo de passagens de cabos elétricos e tubulações, através das lajes;
5) utilização de abas verticais (parapeitos) ou abas horizontais projetando-se além da fachada,
resistentes ao fogo e separando as janelas de pavimentos consecutivos (neste caso é suficiente
que estes elementos mantenham suas características funcionais, obstruindo desta forma a livre
emissão de chamas para o exterior).

RESISTÊNCIA AO FOGO DAS ESTRUTURAS


Uma vez que o incêndio atingiu a fase de inflamação generalizada, os elementos construtivos no
entorno de fogo estarão sujeitos à exposição de intensos fluxos de energia térmica.
A capacidade dos elementos estruturais de suportar por determinado período tal ação, que se
denomina de resistência ao fogo, permite preservar a estabilidade estrutural do edifício.
Durante o incêndio a estrutura do edifício como um todo estará sujeita a esforços decorrentes
de deformações térmicas, e os seus materiais constituintes estarão sendo afetados (perdendo
resistência) por atingir temperaturas elevadas.
O efeito global das mudanças promovidas pelas altas temperaturas alcançadas nos incêndios
sobre a estrutura do edifício, traduz-se na diminuição progressiva da sua capacidade portante.
Durante este processo pode ocorrer que, em determinado instante, o esforço atuante em uma
seção se iguale ao esforço resistente, podendo ocorrer o colapso do elemento estrutural.

Os objetivos principais de garantir a resistência ao fogo dos elementos estruturais são:

1) Possibilitar a saída dos ocupantes da edificação em condições de segurança;


2) Garantir condições razoáveis para o emprego de socorro público, onde se permita o acesso
operacional de viaturas, equipamentos e seus recursos humanos, com tempo hábil para exercer
as atividades de salvamento (pessoas retidas) e combate a incêndio (extinção);

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3) Evitar ou minimizar danos ao próprio prédio, a edificações adjacentes, à infra-estrutura pública
e ao meio ambiente.

Em suma, as estruturas dos edifícios, principalmente as de grande porte, independentemente


dos materiais que as constituam, devem ser dimensionadas, de forma a possuírem resistência ao
fogo compatível com a magnitude do incêndio que possam vir a ser submetidas.

MATERIAIS
Embora os materiais combustíveis contidos no edifício e constituintes do sistema construtivo
possam ser responsáveis pelo início do incêndio, muito frequentemente são os materiais
contidos no edifício que se ignizam em primeiro lugar.
À medida que as chamas se espalham sobre a superfície do primeiro objeto ignizado e, talvez,
para outros objetos contíguos, o processo de combustão torna-se mais fortemente influenciado
por fatores característicos do ambiente.
Se a disponibilidade de ar for assegurada, a temperatura do compartimento subirá rapidamente
e uma camada de gases quentes se formará abaixo do teto, sendo que intensos fluxos de energia
térmica radiante se originarão, principalmente, a partir do teto aquecido. Os materiais
combustíveis existentes no compartimento, aquecidos por convecção e radiação, emitirão gases
inflamáveis. Isto levará a uma inflamação generalizada e todo o ambiente tornar-se-á envolvido
pelo fogo, sendo que e os gases que não queimam serão emitidos pelas aberturas do
compartimento.

A possibilidade de um foco de incêndio extinguir-se ou evoluir em um grande incêndio (atingir a


fase de inflamação generalizada) depende de três fatores principais:

1) Razão de desenvolvimento de calor pelo primeiro objeto ignizado;


2) Natureza, distribuição e quantidade de materiais combustíveis no compartimento incendiado;
3) Natureza das superfícies dos elementos construtivos sob o ponto de vista de sustentar a
combustão a propagar as chamas.

Os dois primeiros fatores dependem largamente dos materiais contidos no compartimento. O


primeiro está absolutamente fora do controle do projetista. Sobre o segundo é possível
conseguirse no máximo, um controle parcial. O terceiro fator está, em grande medida, sob o
controle do projetista, que pode adicionar minutos preciosos ao tempo da ocorrência da
inflamação generalizada, pela escolha criteriosa dos materiais de revestimento.
Quando os materiais de revestimento são expostos a uma situação de início de incêndio, a
contribuição que possa vir a trazer para o seu desenvolvimento, ao sustentar a combustão, e
possibilitar a propagação superficial das chamas, denomina-se "reação ao fogo". As
características de reação ao fogo dos materiais, utilizadas como revestimento dos elementos
construtivos, podem ser avaliadas em laboratórios, obtendo-se assim subsídios para a seleção
dos materiais na fase de projeto da edificação.
Os métodos de ensaio utilizados em laboratório para estas avaliações estipulam condições
padronizadas a que os materiais devem ser expostos, que visam a reproduzir certas situações
críticas, características dos incêndios antes de ocorrência de inflamação generalizada. O
desempenho que a superfície de um elemento construtivo deve apresentar, para garantir um
nível mais elevado de segurança contra incêndio, deve ser retirado de uma correlação entre os

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índices ou categorias obtidos nos ensaios e a função do elemento construtivo
(consequentemente, sua provável influência no incêndio).
A influência de determinado elemento construtivo na evolução de um incêndio se manifesta de
duas maneiras distintas.
A primeira delas se refere à posição relativa do elemento no ambiente, por exemplo, a
propagação de chamas na superfície inferior do forro é fator comprovadamente mais crítico para
o desenvolvimento do incêndio do que a propagação de chamas no revestimento do piso, pois a
transferência de calor, a partir de um foco de incêndio, é, em geral muito mais intensa no forro;
neste sentido o material de revestimento do forro deve apresentar um melhor desempenho nos
ensaios de laboratório.
O outro tipo de influência se deve ao local onde o material está instalado: por exemplo, a
propagação de chamas no forro posicionado nas proximidades das janelas, em relação ao forro
afastado das janelas, a fator acentuadamente mais crítico para a transferência do incêndio entre
pavimentos, pois além de sua eventual contribuição para a emissão de chamas para o exterior,
estará mais exposto (quando o incêndio se desenvolver em um pavimento inferior) a gases
quentes e chamas emitidas através das janelas inferiores. Algo semelhante se dá em relação à
propagação do incêndio entre edifícios, onde os materiais combustíveis incorporados aos
elementos construtivos nas proximidades das fachadas podem facilitar a propagação do incêndio
entre edifícios.

Os dois métodos de ensaio básicos para avaliar as características dos materiais constituintes do
sistema construtivo, sob o ponto de vista de sustentar a combustão e propagar as chamas, são
os seguintes;

1) Ensaio de incombustibilidade que possibilitam verificar se os materiais são passíveis de sofrer


a ignição e, portanto, estes ensaios possuem capacidade de contribuir para a evolução da
prevenção de incêndio;
2) Ensaio da propagação superficial de chamas, por meio do qual os materiais passíveis de se
ignizarem (materiais combustíveis de revestimento) podem ser classificados com relação à
rapidez de propagação superficial de chamas e a quantidade de calor desenvolvido neste
processo.

Uma outra característica que os materiais incorporados aos elementos construtivos apresentam,
diz respeito a fumaça que podem desenvolver à medida em que são expostos a uma situação de
início de incêndio. Em função da quantidade de fumaça que podem produzir e da opacidade
desta fumaça, os materiais incorporados aos elementos construtivos podem provocar
empecilhos importantes à fuga das pessoas e ao combate do incêndio.
Para avaliar esta característica deve-se utilizar o método de ensaio para determinação da
densidade ótica da fumaça produzida na combustão ou pirólise dos materiais.
O controle da quantidade de materiais combustíveis incorporados aos elementos construtivos
apresenta dois objetivos distintos. O primeiro é dificultar a ocorrência da inflamação
generalizada no local em que o incêndio se origina. O segundo, considerando que a inflamação
generalizada tenha ocorrido, é limitar a severidade além do ambiente em que se originou.
Com relação ao primeiro objetivo, a utilização intensiva de revestimentos combustíveis capazes
de contribuir para o desenvolvimento do incêndio ao sofrerem a ignição e ao levar as chamas
para outros objetos combustíveis além do material / objeto onde o fogo se iniciou.

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Com relação ao segundo objetivo, quanto maior for a quantidade de materiais combustíveis
envolvidos no incêndio maior severidade este poderá assumir, aumentando assim o seu
potencial de causar danos e a possibilidade de se propagar para outros ambientes do edifício.
O método para avalizar a quantidade de calor com que os materiais incorporados aos elementos
construtivos podem contribuir para o desenvolvimento do incêndio é denominado "ensaio para
determinação do calor potencial".

SAÍDA DE EMERGÊNCIA
Para salvaguardar a vida humana em caso de incêndio é necessário que as edificações sejam
dotadas de meios adequados de fuga, que permitam aos ocupantes se deslocarem com
segurança para um local livre da ação do fogo, calor e fumaça, a partir de qualquer ponto da
edificação, independentemente do local de origem do incêndio.
Além disso, nem sempre o incêndio pode ser combatido pelo exterior do edifício, decorrente da
altura do pavimento onde o fogo se localiza ou pela extensão do pavimento (edifícios térreos).
Nestes casos, há a necessidade da brigada de incêndio ou do Corpo de Bombeiros de adentrar ao
edifício pelos meios internos a fim de efetuar ações de salvamento ou combate.
Estas ações devem ser rápidas e seguras, e normalmente utilizam os meios de acesso da
edificação, que são as próprias saídas de emergência ou escadas de segurança utilizadas para a
evacuação de emergência,
Para isto ser possível as rotas de fuga devem atender, entre outras, as seguintes condições
básicas:
O número de saídas difere para os diversos tipos de ocupação, em função da altura, dimensões
em planta e características construtivas.
Normalmente o número mínimo de saídas consta de códigos e normas técnicas que tratam do
assunto.
A distância máxima a percorrer consiste no caminhamento entre o ponto mais distante de um
pavimento até o acesso a uma saída neste mesmo pavimento.
Da mesma forma como o item anterior, essa distância varia conforme o tipo de ocupação e as
características construtivas do edifício e a existência de chuveiros automáticos como proteção.
Os valores máximos permitidos constam dos textos de códigos e normas técnicas que tratam do
assunto.
O número previsto de pessoas que deverão usar as escadas e rotas de fuga horizontais é baseado
na lotação da edificação, calculada em função das áreas dos pavimentos e do tipo de ocupação.
As larguras das escadas de segurança e outras rotas devem permitir desocupar todos os
pavimentos em um tempo aceitável como seguro.
Isto indica a necessidade de compatibilizar a largura das rotas horizontais e das portas com a
lotação dos pavimentos e de adotar escadas com largura suficiente para acomodar em seus
interiores toda a população do edifício.
As normas técnicas e os códigos de obras estipulam os valores das larguras mínimas (denominado
de Unidade de Passagem) para todos os tipos de ocupação.
As saídas (para um local seguro) e as escadas devem ser localizadas de forma a propiciar
efetivamente aos ocupantes a oportunidade de escolher a melhor rota de escape.
Para isto devem estar suficientemente afastadas uma das outras, uma vez que a previsão de duas
escadas de segurança não estabelecerá necessariamente rotas distintas de fuga, pois em função
de proximidade de ambas, em um único foco de incêndio poderá torná-las inacessível.

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A descarga das escadas de segurança deve se dar preferencialmente para saídas com acesso
exclusivo para o exterior, localizado em pavimento ao nível da via pública.
Outras saídas podem ser aceitas, como as diretamente no átrio de entrada do edifício, desde que
alguns cuidados sejam tomados, representados por:

1) sinalização dos caminhos a tomar;


2) saídas finais alternativas;
3) compartimentação em relação ao subsolo e proteção contra queda de objetos (principalmente
vidros) devido ao incêndio e etc.

A largura mínima das escadas de segurança varia conforme os códigos e Normas Técnicas, sendo
normalmente 2,20 m para hospitais e entre 1,10 m a 1,20 m para as demais ocupações, devendo
possuir patamares retos nas mudanças de direção com largura mínima igual à largura da escada.
As escadas de segurança devem ser construídas com materiais incombustíveis, sendo também
desejável que os materiais de revestimento sejam incombustíveis.
As escadas de segurança devem possuir altura e largura ergométrica dos degraus, corrimãos
corretamente posicionados, piso antiderrapante, além de outras exigências para conforto e
segurança.

ESCADAS DE SEGURANÇA
Todas as escadas de segurança devem ser enclausuradas com paredes resistentes ao fogo e
portas corta-fogo. Em determinadas situações estas escadas também devem ser dotadas de
antecâmaras enclausuradas de maneira a dificultar o acesso de fumaça no interior da caixa de
escada. As dimensões mínimas (largura e comprimento) são determinadas nos códigos e Normas
Técnicas.
A antecâmara só deve dar acesso à escada e a porta entre ambas, quando aberta, não deve
avançar sobre o patamar da mudança da direção, de forma a prejudicar a livre circulação.
Para prevenir que o fogo e a fumaça desprendidos por meio das fachadas do edifício penetrem
em eventuais aberturas de ventilação na escada e antecâmara, deve ser mantida uma distância
horizontal mínima entre estas aberturas e as janelas do edifício.

ACESSOS
Quando a rota de fuga horizontal incorporar corredores, o fechamento destes deve ser feito de
forma a restringir a penetração de fumaça durante o estágio inicial do incêndio. Para isto suas
paredes e portas devem apresentar resistência ao fogo.
Para prevenir que corredores longos se inundem de fumaça, é necessário prever aberturas de
exaustão e sua subdivisão com portas à prova de fumaça.
As portas incluídas nas rotas de fuga não podem ser trancadas, entretanto devem permanecer
sempre fechadas, dispondo para isto de um mecanismo de fechamento automático.
Alternativamente, estas portas podem permanecer abertas, desde que o fechamento seja
acionado automaticamente no momento do incêndio.
Estas portas devem abrir no sentido do fluxo, com exceção do caso em que não estão localizadas
na escada ou na antecâmara e não são utilizadas por mais de 50 pessoas. Para prevenir acidentes

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e obstruções, não devem ser admitidos degraus junto à soleira, e a abertura de porta não deve
obstruir a passagem de pessoas nas rotas de fuga.
O único tipo de porta admitida é aquele com dobradiças de eixo vertical com único sentido de
abertura.
Dependendo da situação, tais portas podem ser a prova de fumaça, corta fogo ou ambos. A
largura mínima do vão livre deve ser de 0,8 m.

SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA


Esse sistema consiste em um conjunto de componentes e equipamentos que, em
funcionamento, propicia a iluminação
suficiente e adequada para:

1) permitir a saída fácil e segura do público para o


2) exterior, no caso de interrupção de alimentação normal;
3) garantir também a execução das manobras de interesse da segurança e intervenção de socorro.

A iluminação de emergência para fins de segurança contra incêndio pode ser de dois tipos:

1)debalizamento;
2)de aclaramento.

A iluminação de balizamento é aquela associada à sinalização de indicação de rotas de fuga, com


a função de orientar a direção e o sentido que as pessoas devem seguir em caso de emergência.
A iluminação de aclaramento se destina a iluminar as rotas de fuga de tal forma que os ocupantes
não tenham dificuldade de transitar por elas.
A iluminação de emergência se destina a substituir a iluminação artificial normal que pode falhar
em caso de incêndio, por isso deve ser alimentada por baterias ou por moto-geradores de
acionamento automático e imediato; a partir da falha do sistema de alimentação normal de
energia.

Dois métodos de iluminação de emergência são possíveis:

1) iluminação permanente, quando as instalações são alimentadas em serviço normal pela fonte
normal e cuja alimentação é comutada automaticamente para a fonte de alimentação própria
em caso de falha da fonte normal;
2) iluminação não permanente, quando as instalações não são alimentadas em serviço normal
e, em caso de falha da fonte normal, são alimentadas automaticamente pela fonte de
alimentação própria.

Sua previsão deve ser feita nas rotas de fuga, tais como corredores, acessos, passagens
antecâmara e patamares de escadas.
Seu posicionamento, distanciamento entre pontos e sua potência são determinados nas Normas
Técnicas Oficiais.

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ELEVADOR DE SEGURANÇA
Para o caso de edifícios altos, adicionalmente a escada, é necessária a disposição de elevadores
de emergência, alimentada por circuito próprio e concebida de forma a não sofrer interrupção
de funcionamento durante o incêndio.

Esses elevadores devem:

1) apresentar a possibilidade de serem operados pela brigada do edifício ou pelos bombeiros.


2) estar localizados em área protegida dos efeitos do incêndio.

O número de elevadores de emergência necessário a suas localizações é estabelecido levando-


se em conta as áreas dos pavimentos e as distâncias a percorrer para serem alcançados a partir
de qualquer ponto do pavimento.

ACESSO A VIATURAS DO CORPO DE BOMBEIROS


Os equipamentos de combate devem-se aproximar ao máximo do edifício afetado pelo incêndio,
de tal forma que o combate ao fogo possa ser iniciado sem demora e não seja necessária a
utilização de linhas de mangueiras muito longas.
Para isto, se possível, o edifício deve estar localizado ao longo de vias públicas ou privadas que
possibilitam a livre circulação de veículos de combate e o seu posicionamento adequado em
relação às fachadas, aos hidrantes e aos acessos ao interior do edifício. Tais vias também devem
ser preparadas para suportar os esforços provenientes da circulação, estacionamento a
manobras destes veículos.
O número de fachada que deve permitir a aproximação dos veículos de combate deve ser
determinado tendo em conta a área de cada pavimento, a altura e o volume total do edifício.

MEIOS DE AVISO E ALERTA


Sistema de alarme manual contra incêndio e detecção automática de fogo e fumaça. Quanto
mais rapidamente o fogo for descoberto, correspondendo a um estágio mais incipiente do
incêndio, tanto mais fácil será controlá-lo; além disso, tanto maiores serão as chances dos
ocupantes do edifício escaparem sem sofrer qualquer injúria. Uma vez que o fogo foi descoberto,
a sequência de ações normalmente adotada é a seguinte: alertar o controle central do edifício;
fazer a primeira tentativa de extinção do fogo, alertar os ocupantes do edifício para iniciar o
abandono do edifício, e informar o serviço de combate a incêndios (Corpo de Bombeiros). A
detecção automática é utilizada com o intuito de vencer de uma única vez esta série de ações,
propiciando a possibilidade de tomar-se uma atitude imediata de controle de fogo e da
evacuação do edifício.

O sistema de detecção e alarme pode ser dividido basicamente em cinco partes:

1) Detector de incêndio, que se constitui em partes do sistema de detecção que constantemente ou


em intervalos para a detecção de incêndio em sua área de atuação. Os detectores podem ser
divididos de acordo com o fenômeno que detectar em:

a) térmicos, que respondem a aumentos da temperatura;

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b) de fumaça, sensíveis a produtos de combustíveis e/ou pirólise suspenso na atmosfera;
c) de gás, sensíveis aos produtos gasosos de combustão e/ou pirólise;
d) de chama, que respondem as radiações emitidas pelas chamas.

2) Acionador manual, que se constitui em parte do sistema destinada ao acionamento do


sistema de detecção;

3) Central de controle do sistema, pela qual o detector é alimentado eletricamente a ter a função
de:

a) receber, indicar e registrar o sinal de perigo enviado pelo detector;


b) transmitir o sinal recebido por meio de equipamento de envio de alarme de incêndio para, por
exemplo:

• dar o alarme automático no pavimento afetado pelo fogo;


• dar o alarme automático no pavimento afetado pelo fogo;
• dar o alarme temporizado para todo o edifício; acionar uma instalação automática de extinção
de incêndio; fechar portas; etc;
• controlar o funcionamento do sistema;
• possibilitar teste.

4) Alarmes sonoros e/ou visuais, não incorporados ao painel de alarme, com função de, por
decisão humana, dar o alarme para os ocupantes de determinados setores ou de todo o edifício;

5) Fonte de alimentação de energia elétrica, que deve garantir em quaisquer circunstâncias o


funcionamento do sistema.

O tipo de detector a ser utilizado depende das características dos materiais do local e do risco de
incêndio ali existente. A posição dos detectores também é um fator importante e a localização
escolhida (normalmente junto à superfície inferior do forro) deve ser apropriada à concentração
de fumaça e dos gases quentes.
Para a definição dos aspectos acima e dos outros necessários ao projeto do sistema de detecção
automática devem ser utilizadas as normas técnicas vigentes.
O sistema de detecção automática deve ser instalado em edifícios quando as seguintes condições
sejam simultaneamente preenchidas:

1) início do incêndio não pode ser prontamente percebido de qualquer parte do edifício pelos seus
ocupantes;

2) grande número de pessoas para evacuar o edifício;

3) tempo de evacuação excessivo;

4) risco acentuado de início e propagação do incêndio;

5) estado de inconsciência dos ocupantes (sono em hotel, hospitais etc);

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6) incapacitação dos ocupantes por motivos de saúde (hospitais, clínicas com internação).

Os acionadores manuais devem ser instalados em todos os tipos de edifício, exceto nos de
pequeno porte onde o reconhecimento de um princípio de incêndio pode ser feito
simultaneamente por todos os ocupantes, não comprometendo a fuga dos mesmos ou possíveis
tentativas de extensão.
Os acionadores manuais devem ser instalados mesmo em edificações dotadas de sistema de
detecção automática e/ou extinção automática, já que o incêndio pode ser percebido pelos
ocupantes antes de seus efeitos sensibilizarem os detectores ou os chuveiros automáticos.
A partir daí, os ocupantes que em primeiro lugar detectarem o incêndio, devem ter rápido acesso
a um dispositivo de acionamento do alarme, que deve ser devidamente sinalizado a propiciar
facilidade de acionamento.
Os acionadores manuais devem ser instalados nas rotas de fuga, de preferência nas proximidades
das saídas (nas proximidades das escadas de segurança, no caso de edifícios de múltiplos
pavimentos). Tais dispositivos devem transmitir um sinal de uma estação de controle, que faz
parte integrante do sistema, a partir do qual as necessárias providências devem ser tomadas.
SINALIZAÇÃO
A sinalização de emergência utilizada para informar e guiar os ocupantes do edifício,
relativamente a questões associadas aos incêndios, assume dois objetivos:

1) reduzir a probabilidade de ocorrência de incêndio;


2) indicar as ações apropriadas em caso de incêndio.

O primeiro objetivo tem caráter preventivo e assume as funções de:

1) alertar para os riscos potenciais;


2) requerer ações que contribuam para a segurança contra incêndio; 3) proibir ações capazes de
afetar a segurança contra incêndio.

O segundo objetivo tem caráter de proteção, e assume as funções de:

1) indicar a localização dos equipamentos de combate;


2) orientar as ações as de combate;
3) indicar as rotas de fuga e os caminhos a serem seguidos.

A sinalização de emergência deve ser dividida de acordo com suas funções em seis categorias:

1) sinalização de alerta, cuja função é alertar para áreas e materiais com potencial de risco;
2) sinalização de comando, cuja função é requerer ações que condições adequadas para a utilização
das rotas de fuga;
3) sinalização de proibição, cuja função é proibir ações capazes de conduzir ao início do incêndio;
4) sinalização de condições de orientação e salvamento, cuja função é indicar as rotas de saída e
ações necessárias para o seu acesso;
5) sinalização dos equipamentos de combate, cuja função é indicar a localização e os tipos dos
equipamentos de combate.

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EXTINTORES PORTÁTEIS E EXTINTORES SOBRE RODAS
(CARRETAS)

O extintor portátil é um aparelho manual, constituído de recipiente e acessório, contendo o


agente extintor, destinado a combater princípios de incêndio.
O extintor sobre rodas (carreta) também é constituído em um único recipiente com agente
extintor para extinção do fogo, porém com capacidade de agente extintor em maior quantidade.
As previsões destes equipamentos nas edificações decorrem da necessidade de se efetuar o
combate ao incêndio imediato, após a sua detecção, em sua origem, enquanto são pequenos
focos.
Estes equipamentos primam pela facilidade de manuseio, de forma a serem utilizados por
homens e mulheres, contando unicamente com um treinamento básico.
Além disso, os preparativos necessários para o seu manuseio não consomem um tempo
significativo, e consequentemente, não inviabilizam sua eficácia em função do crescimento do
incêndio.

Os extintores portáteis e sobre rodas podem ser divididos em cinco tipos, de acordo com o agente
extintor que utilizam:

1) água;
2) espuma mecânica;
3) pó químico seco;
4) bióxido de carbono;

Esses agentes extintores se destinam a extinção de incêndios de diferentes naturezas.

A quantidade e o tipo de extintores portáteis e sobre rodas devem ser dimensionados para cada
ocupação em função:

1) da área a ser protegida;


2) das distâncias a serem percorridas para alcançar o extintor;
3) os riscos a proteger (decorrente de variável "natureza da atividade desenvolvida ou equipamento
a proteger").

Os riscos especiais como casa de medidores, cabinas de força, depósitos de gases inflamáveis
devem ser protegidos por extintores, independentemente de outros que cubram a área onde se
encontram os demais riscos.
Os extintores portáteis devem ser instalados, de tal forma que sua parte superior não ultrapasse
a 1,60 m de altura em ralação ao piso acabado, e a parte inferior fique acima de 0,20 m (podem
ficar apoiados em suportes apropriados sobre o piso);
Deverão ser previstas no mínimo, independente da área, risco a proteger e distância a percorrer,
duas unidades extintoras, sendo destinadas para proteção de incêndio em sólidos e
equipamentos elétricos energizados.
Os parâmetros acima descritos são definidos de acordo com o risco de incêndio do local.

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Quanto aos extintores sobre rodas, estes podem substituir até a metade da capacidade dos
extintores em um pavimento, não podendo, porém, ser previstos como proteção única para uma
edificação ou pavimento.
Tanto os extintores portáteis como os extintores sobre rodas devem possuir selo ou marca de
conformidade de órgão competente ou credenciado e ser submetidos a inspeções e
manutenções frequentes.

SISTEMA DE HIDRANTES
É um sistema de proteção ativa, destinado a conduzir e distribuir tomadas de água, com
determinada pressão e vazão em uma edificação, assegurando seu funcionamento por
determinado tempo.
Sua finalidade é proporcionar aos ocupantes de uma edificação, um meio de combate para os
princípios de incêndio no qual os extintores manuais se tornam insuficientes.
Os componentes de um sistema de hidrantes são:

1) reservatório de água, que pode ser subterrâneo, ao nível do piso elevado;


2) sistema de pressurização.

O sistema de pressurização consiste normalmente em uma bomba de incêndio, dimensionada a


propiciar um reforço de pressão e vazão, conforme o dimensionamento hidráulico de que o
sistema necessitar.
Quando os desníveis geométricos entre o reservatório e os hidrantes são suficientes para
propiciar a pressão e vazão mínima requeridas ao sistema, as bombas hidráulicas são
dispensadas.
Seu volume deve permitir uma autonomia para o funcionamento do sistema, que varia conforme
o risco e a área total do edifício.

3) Conjunto de peças hidráulicas e acessórios.

São compostos por registros (gaveta, ângulo aberto e recalque), válvula de retenção, esguichos
e etc.;

4) Tubulação;

A tubulação é responsável pela condução da água, cujos diâmetros são determinados, por cálculo
hidráulico.

5) Forma de acionamento do sistema

As bombas de recalque podem ser acionadas por botoeiras do tipo liga-desliga, pressostatos,
chaves de fluxo ou uma bomba auxiliar de pressurização (jockey).
O Corpo de Bombeiros, em sua intervenção a um incêndio, pode utilizar a rede hidrantes
(principalmente nos casos de edifícios altos). Para que isto ocorra, os hidrantes devem ser
instalados em todos os andares, em local protegido dos efeitos do incêndio, nas proximidades
das escadas de segurança.

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A canalização do sistema de hidrante deve ser dotada de um prolongamento até o exterior da
edificação de forma que possa permitir, quando necessário, recalcar água para o sistema pelas
viaturas do Corpo de Bombeiros.

O dimensionamento do sistema é projetado:

1) de acordo com a classificação de carga de incêndio que se espera;


2) de forma a garantir uma pressão e vazão mínima nas tomadas de água (hidrantes) mais
desfavoráveis;
3) que assegure uma reserva de água para que o funcionamento de um número mínimo de
hidrantes mais desfavoráveis, por um determinado tempo.

Um outro sistema que pode ser adotado no lugar dos tradicionais hidrantes internos são os
mangotinhos. Os mangotinhos apresentam a grande vantagem de poder ser operado de maneira
rápida por uma única pessoa. Devido a vazões baixas de consumo, seu operador pode contar
com grande autonomia do sistema. Por estes motivos os mangotinhos são recomendados pelos
bombeiros, principalmente nos locais onde o manuseio do sistema é executado por pessoas não
habilitadas (Ex.: uma dona de casa em um edifício residencial). O dimensionamento do sistema
de mangotinhos é idêntico ao sistema de hidrantes.

SISTEMA DE CHUVEIROS AUTOMÁTICOS ("SPRINKLERS").


O sistema de chuveiros automáticos é composto por um suprimento d'água em uma rede
hidráulica sob pressão, onde são instalados em diversos pontos estratégicos, dispositivos de
aspersão d'água (chuveiros automáticos), que contém um elemento termo-sensível, que se
rompe por ação do calor proveniente do foco de incêndio, permitindo a descarga d'água sobre
os materiais em chamas.
O sistema de chuveiros automáticos para extinção a incêndios possui grande confiabilidade, e se
destina a proteger diversos tipos de edifícios.
Deve ser utilizado em situações:

1) quando a evacuação rápida e total do edifício é impraticável e o combate ao incêndio é difícil;


2) quando se deseja projetar edifícios com pavimentos com grandes áreas sem compartimentação.

Pode-se dizer que, via de regra, o sistema de chuveiros automáticos é a medida de proteção
contra incêndio mais eficaz quanto à água for o agente extintor mais adequado.

De sua performance, espera-se que:

1) atue com rapidez;


2) extingua o incêndio em seu início;
3) controle o incêndio no seu ambiente de origem, permitindo aos bombeiros a extinção do
incêndio com relativa facilidade.

O dimensionamento do sistema é feito:

1) de acordo com a severidade do incêndio que se espera;

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2) de forma a garantir em toda a rede níveis de pressão e vazão em todos os chuveiros automáticos,
a fim de atender a um valor mínimo estipulado;
3) para que a distribuição de água seja suficientemente homogênea, dentro de uma área de
influência predeterminada.

SISTEMA DE ESPUMA
A espuma mecânica é amplamente aplicada para combate em incêndio em líquidos combustíveis
e inflamáveis.
A espuma destinada à extinção do incêndio é um agregado estável de bolhas, que tem a
propriedade de cobrir e aderir aos líquidos combustíveis e inflamáveis, formando uma camada
resistente e contínua que isola do ar, e impede a saída para a atmosfera dos vapores voláteis
desses líquidos.
Sua atuação se baseia na criação de uma capa de cobertura sobre a superfície livre dos líquidos,
com a finalidade de:

1) Separar combustível e comburente;


2) Impedir e reduzir a liberação de vapores inflamáveis;
3) Separar as chamas da superfície dos combustíveis;
4) Esfriar o combustível e superfícies adjacentes.

Sua aplicação destina-se ao combate de fogos de grandes dimensões que envolvam locais que
armazenem líquido combustível e inflamável.

Também se destina a:

1) extinção de fogos de líquidos de menor densidade que a água;


2) prevenção da ignição em locais onde ocorra o derrame de líquidos inflamáveis;
3) extingua incêndios em superfície de combustíveis sólidos;
4) outras aplicações especiais, tais como derrame de gases na forma líquida, isolamento e proteção
de fogos externos, contenção de derrames tóxicos e etc.;
5) Estas últimas aplicações dependem de características especiais da espuma, condições de
aplicação e ensaios específicos ao caso a ser aplicado.

A espuma não é eficaz em:

1) fogo em gases;
2) fogo em vazamento de líquidos sobre pressão;
3) fogo em materiais que reagem com a água.

A espuma é um agente extintor condutor de eletricidade e, normalmente, não deve ser aplicada
na presença de equipamentos elétricos com tensão, salvo aplicações específicas.
Cuidado especial deve se ter na aplicação de líquidos inflamáveis que se encontram ou podem
alcançar uma temperatura superior a ponto de ebulição da água; evitando-se a projeção do
líquido durante o combate (slop-over).
Os vários tipos de espuma apresentam características peculiares ao tipo de fogo a combater, que
as tornam mais ou menos adequadas. Na escolha da espuma devem-se levar em consideração:

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1) aderência;
2) capacidade de supressão de vapores inflamáveis;
3) estabilidade e capacidade de retenção de água;
4) fluidez;
5) resistência ao calor;
6) resistência aos combustíveis polares. Os tipos de espuma variam:

1) segundo sua origem:

a) química, que é obtida pela reação entre uma solução de sal básica (normalmente bicarbonato
de sódio), e outra de sal ácida (normalmente sulfato de alumínio), com a formação de gás
carbônico na presença de um agente espumante. Este tipo de espuma é totalmente obsoleto e
seu emprego não está mais normatizado.
b) Física ou mecânica, que é formada ao introduzir, por agitação mecânica, ar em uma solução
aquosa (pré-mistura), obtendo-se uma espuma adequada. Esta é o tipo de espuma mais
empregada atualmente.

2) segundo a composição:

a) Base proteínica, que se dividem:

• Proteínicas, que são obtidas pela hidrólise de resíduos proteínicos naturais. Caracteriza-se por
uma excelente resistência à temperatura.
• Fluorproteínicas, que são obtidas mediante a adição de elementos fluorados ativos a
concentração proteínica, da qual se consegue uma melhora na fluidez e resistência a
contaminação.

b) Base sintética.

3) segundo ao coeficiente de expansão:

O coeficiente de expansão é a relação entre o volume final de espuma e o volume inicial da pré-
mistura. E se dividem em:

a) Espuma de baixa expansão, cujo coeficiente de expansão está entre 3 e 30;


b) Espuma de média expansão, cujo coeficiente de expansão está entre 30 e 250;
c) Espuma de alta expansão, cujo coeficiente de expansão está entre 250 e 1.000.

4) segundo as características de extinção;

a) Espuma convencional, que extingue somente pela capa de cobertura de espuma aplicada;
b) Espuma aplicadora de película aquosa (AFFF), que forma uma fina película de água que se
estende rapidamente sobre a superfície do combustível.

Espuma antiálcool, que forma uma película que protege a capa de cobertura de espuma frente à
ação de solventes polares.

31
Os sistemas de espuma são classificados conforme:

1) a sua capacidade de mobilidade em:

a) Fixos, que são equipamentos para proteção de tanque de armazenamento de combustível,


cujos componentes são fixos, permanentemente, desde a estação geradora de espuma até à
câmara aplicadora;

b) Semifixos, que são equipamentos destinados à proteção de tanque de armazenamento de


combustível, cujos componentes, permanentemente fixos, são complementados por
equipamentos móveis para sua operação. São, normalmente, móveis o reservatório de extrato e
o conjunto dosador (proporcionador).

c) Móveis, que são as instalações totalmente independentes, normalmente veículos ou carretas,


podendo se locomover e aplicar session("aonde") forem necessários, requerendo somente sua
conexão a um abastecimento de água adequado.

2) Segundo a sua forma de funcionamento, que pode ser:

a) automático;
b) semi-automático;
c) manual.

Componentes do Sistema

1) Reserva (tanque) de extrato

São reservatórios, tanques nos quais se armazena a quantidade de líquido gerador de espuma
necessária para o funcionamento do sistema. Deve dispor dos seguintes componentes básicos:

a) Indicador de nível, com válvula de isolamento;


b) registro para abertura e fechamento;
c) conexão para enchimento e esvaziamento;
d) conexão para o proporcionador;
e) domo de expansão (espaço), preferencialmente com válvula de
pressão-vácuo.

O material com que é construído o tanque de extrato deve ser adequado ao líquido gerador que
armazena (problemas de corrosão e etc.).

2) Elemento dosador (proporcionador)

São equipamentos responsáveis pela mistura do líquido gerador de espuma e a água, na


proporção adequada para formação da espuma que se deseja.
Seu funcionamento se baseia no efeito "venturi", que é passagem da água proporcionando a
sucção do líquido gerador de espuma na dosagem preestabelecida.
Normalmente funcionam com pressões acima de 7 bar para permitir que proceda a pré mistura
necessária.

32
A proporção é fundamental para permitir uma espuma eficiente ao combate ao fogo que se
espera.

Normalmente a proporção é de 3% para hidro carburentes e 6% para combustíveis polares.

3) Bombas hidráulicas para dosificar a pré-mistura

Também denominado de dosificação por equilíbrio de pressão, consiste em uma bomba


hidráulica que possibilita uma regulagem automática da proporção de pré-mistura, sobre uma
grande demanda de vazão necessária.
Esta regulagem consiste de orifícios calibrados no proporcionador, com uma válvula diafragma
que controla a pressão da linha de extrato, em função do diferencial de pressão entre está e a
linha de abastecimento de água.

4) Esguichos e canhões lançadores de espuma.

5) São elementos portáteis e fixos, cuja função é dar forma a espuma de baixa e média expansão e
faze-la atingir ao tanque de combustível em chama.

Os esguichos lançadores (linhas manuais) podem ou não possuir um dosificador em seu corpo
(proporcionador).
A diferença de emprego entre o esguicho lançador de espuma e os canhões de espuma está na
capacidade de lançar e alcançar os tanques no que tange sua altura.
Os esguichos são recomendados para tanques até 6m de altura, enquanto que os canhões
atingem alturas mais elevadas.
Os esguichos de espuma são recomendados como complemento de apoio às instalações fixas,
pois como medida de proteção principal, expõem os operadores a sérios riscos.

Câmaras de espuma

São elementos especialmente projetados para a aplicação de espuma de baixa expansão,


sobre a superfície de combustíveis contidos em tanques de armazenamento de grande
diâmetro e altura.
Tem a característica de aplicar a espuma no interior do tanque em chamas por meio da descarga
na parede do tanque. Pode ser constituído de elementos especiais no interior do tanque, que
fazem com que a espuma caia de forma mais suave sobre a superfície do líquido.
É composta por um selo de vidro que impede a saída de vapores voláteis do interior do tanque,
mas que se rompem quando o sistema entra em funcionamento, permitindo a passagem da
espuma.
Dispõe também de uma placa de orifício que regula a pressão, de forma a possibilitar a formação
de uma espuma adequada.
É utilizada para tanque acima de 10 m de altura e ou diâmetro superior a 24m, normalmente em
tanque de teto fixo, podendo também ser projetada para tanques de teto flutuante.

6) Geradores de alta expansão

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São elementos de geração e aplicação de espuma de alta expansão, formando uma espuma
com uma maior proporção de ar.
São compostos por um ventilador que podem ser acionados por um motor elétrico, ou pela
própria passagem da solução de prémistura.
Podem ser do tipo móvel ou fixo, aplicando a espuma diretamente ou por meio de mangas e
condutos especialmente projetados.
Sua pressão de funcionamento varia de 5 a 7 bar.

7) Tubulações e acessórios

As tubulações são responsáveis pela condução da água ou prémistura para os equipamentos que
formam ou aplicam espuma.

Deve ser resistente à corrosão.

Quantos aos acessórios, estes devem resistir a altas pressões uma vez que os sistemas de
espuma, normalmente, trabalham com valores elevados de pressão, decorrente das perdas de
carga nos equipamentos e pressões mínimas para a formação da espuma.
O dimensionamento do sistema varia conforme o tipo, dimensão e arranjo físico dos locais que
armazenam líquidos inflamáveis e combustíveis, devendo seguir as normas técnicas oficiais e
Instruções Técnicas baixadas pelo Corpo de Bombeiros.
A reserva de incêndio também varia conforme o tamanho das áreas de armazenamento, mas
possuem capacidade de reserva maior que aos destinados a sistema de hidrantes.

SISTEMA FIXO DE CO2.


O sistema fixo de baterias de cilindros de CO2, consiste de tubulações, válvulas, difusores, rede
de detecção, sinalização, alarme, painel de comando e acessórios, destinado a extinguir incêndio
por abafamento, por meio da descarga do agente extintor.
Seu emprego visa à proteção de locais onde o emprego de água é desaconselhável, ou locais cujo
valor agregado dos objetos e equipamentos é elevado nos quais a extinção por outro agente
causará a depreciação do bem pela deposição de resíduos.
Ë recomendado normalmente nos locais onde se buscam economia e limpeza, e naqueles que o
custo agente/instalação é muito mais inferior do que outro agente extintor empregado.
Possui uma efetiva extinção em:

1) Fogos de classe "B" e "C" (líquidos inflamáveis e gases combustíveis, e equipamentos elétricos
energizados de alta tensão), em:

a) recintos fechados, por inundação total, onde o sistema extingue pelo abafamento, baixando-se
a concentração de oxigênio do local necessária para a combustão, criando uma atmosfera inerte.
b) recintos abertos, mediante aplicação local sob determinada
área.

2) Fogos de Classe "A" (combustíveis sólidos):

a) decorrente de seu efeito de resfriamento, nos incêndio em sólidos, em que o fogo é pouco
profundo e o calor gerado é baixo;

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b) nos usos de inundação total, aliados a uma detecção prévia, a fim de evitar a formação de brasas
profundas;
c) nos usos de aplicação local, leva-se em conta o tipo e disposição do combustível, uma vez que a
descarga do CO2;
d) impedirá a extinção nas regiões não acessíveis diretamente
pelo sistema.

O sistema não é capaz de extinguir:

1) fogos em combustíveis (não pirofóricos) que não precisam de oxigênio para a sua combustão,
pois permitem uma combustão anaeróbia;
2) fogos em combustíveis de classe "D" (materiais pirofóricos);

Os tipos de sistema são:

1) Inundação total, onde a descarga de CO², é projetada para uma concentração em todo o volume
do risco a proteger;
2) Aplicação local, onde o CO2 é projetado sobre elementos a proteger não confinados;
3) Modulares, que consiste em um pequeno sistema de inundação total instalado no interior dos
compartimentos dos equipamentos a proteger.

Os componentes dos sistemas são:

1) Cilindros, que contém o agente extintor pressurizado, onde a própria pressão do cilindro será
utilizada para pressurização do sistema, sendo responsáveis pela descarga dos difusores.

Sua localização deve ser próxima a área/ equipamento a proteger, a fim de evitar perdas de carga;
diminuir a possibilidade de danos à instalação e baratear o custo do sistema; mas não deve ser
instalada dentro da área de risco, devendo ficar em local protegido (exceto para os sistemas
modulares).
Os cilindros devem ser protegidos contra danos mecânicos ou danos causados pelo ambiente
agressivo.
No conjunto de cilindros, há um destinado a ser "cilindro-piloto", cuja função é, mediante
acionamento de um dispositivo de comando, estabelecer um fluxo inicial do agente, a fim de
abrir por pressão as demais cabeças de descarga dos demais cilindros da bateria.

Os cilindros podem ser de dois tipos:

a) Alta pressão, na qual o CO2 encontra-se contido a uma temperatura de 20°C e uma pressão de
60bar. Este sistema é o mais comum.
b) Baixa pressão, na qual o CO2 encontra-se resfriado a -20°C e com uma pressão de 20bar.

2) Cabeça de descarga, que consiste de um dispositivo fixo adaptado à válvula do cilindro, a fim
de possibilitar sua abertura e conseqüente descarga ininterrupta do gás.

3) Tubulação e suas conexões, responsáveis pela condução do agente extintor devem ser
resistentes a pressão, a baixa temperatura e a corrosão, tanto internamente como

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externamente. Devem resistir a uma pressão de ruptura 5,5 vezes maior que a pressão
nominal do cilindro;

4) Válvulas, com a função de direcionamento (direcional) do agente extintor ou de purga do


coletor de distribuição de gás (evitar que fugas do sistema acionem os difusores fechados). Essas
válvulas devem resistir a uma pressão de ruptura 7 vezes maior que a pressão nominal do
cilindro;

5) Difusores, que consiste de dispositivo fixo de funcionamento automático, equipado com


espalhador de orifícios calibrados, destinados a proporcionar a descarga do CO2 sem
congelamento interno e com espalhamento uniforme;

BRIGADA DE INCÊNDIO
A população do edifício deve estar preparada para enfrentar uma situação de incêndio, quer seja
adotando as primeiras providências no sentido de controlar o incêndio, quer seja abandonando
o edifício de maneira rápida e ordenada.
Para isto ser possível é necessário como primeiro passo, a elaboração de planos para enfrentar a
situação de emergência que estabeleçam em função dos fatores determinantes de risco de
incêndio, as ações a serem adotadas e os recursos materiais e humanos necessários. A formação
de uma equipe com este fim específico é um aspecto importante deste plano, pois permitirá a
execução adequada do plano de emergência.
Essas equipes podem ser divididas em duas categorias, decorrente da função a exercer:

1) Equipes destinadas a propiciar o abandono seguro do edifício em caso de incêndio.

2) Equipe destinada a propiciar o combate aos princípios de incêndio na edificação.

Em um edifício pode ocorrer que haja esta equipe distinta ou executada as funções
simultaneamente.
Tais planos devem incluir a provisão de quadros sinóticos em distintos setores do edifício
(aqueles que apresentem parcela significativa da população flutuante como, por exemplo,
hotéis) que indiquem a localização das saídas, a localização do quadro sinótico com o texto " você
está aqui" e a localização dos equipamentos de combate manual no setor.
Por último deve-se promover o treinamento periódico dos brigadistas e de toda a população do
edifício.

PLANTA DE RISCO
É fundamental evitar qualquer perda de tempo quando os bombeiros chegam ao edifício em que
está ocorrendo o incêndio. Para isto é necessário existir em todas as entradas do edifício (cujo
porte pode definir dificuldades as ações dos bombeiros) informações úteis ao combate, fáceis de
entender, que localizam por meio de plantas os seguintes aspectos:

1) ruas de acesso;
2) saídas, escadas, corredores e elevadores de emergência;
3) válvulas de controle de gás e outros combustíveis;
4) chaves de controle elétrico;
5) localização de produtos químicos perigosos;

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6) reservatórios de gases liquefeitos, comprimidos e de produtos perigosos.
7) registros e portas corta-fogo, que fecham automaticamente em caso de incêndios e botoeiras
para acionamento manual destes dispositivos;
8) pontos de saídas de fumaça;
9) janelas que podem ser abertas em edifícios selados;
10) painéis de sinalização e alarme de incêndio;
11) casa de bombas do sistema de hidrantes e de chuveiros automáticos; 12) extintores etc.
13) sistema de ventilação e localização das chaves de controle;
14) sistemas de chuveiros automáticos e respectivas válvulas de controle;
15) hidrantes internos e externos e hidrantes de recalque e respectivas válvulas de controle;

Técnicas e táticas de combate a incêndio

Os procedimentos de busca, exploração e salvamento devem ser realizados em conjunto com o


combate ao incêndio, logicamente deve-se levar em conta as condições de recursos humanos
disponíveis e materiais existentes no local para definição dos trabalhos e das equipes, sendo que
esta decisão é de responsabilidade do Comandante da primeira viatura que chegar ao local ou
do Comandante das Operações.

Ao adentrar à edificação a equipe de busca, exploração e salvamento tem como missão:

1) Verificar a existência de vítimas a serem socorridas;


2) Verificar a origem, natureza e proporções do sinistro;
3) Verificar se há material a ser protegido (proteção de salvados).

Com relação à equipe de busca, exploração e salvamento a mesma deverá seguir os seguintes
princípios:

A - Trabalhar no mínimo em dupla com alcance visual entre si e ligados por um cabo da vida ou
umbilical do cinto alemão e sempre que as condições da edificação e o número do efetivo no
local permitir, também estar ligada por uma corda (linha da vida) a uma equipe na escada. Como
em geral nos edifícios altos não haverá efetivo disponível, esta equipe deverá portar linha de
mangueira pressurizada quando não houver visibilidade no pavimento e proceder conforme
descrito no número 37 do subitem exploração;
B - Utilizar materiais e equipamentos para segurança pessoal e desenvolvimento de seus trabalhos
conforme descrição abaixo:

b.1Capacete gallet
b.2Calça e capa de incêndio
b.3Luvas de incêndio ou no mínimo luvas de vaqueta
b.4Botas de incêndio

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b.5 Cinto alemão com machado
b.6 .Máscara autônoma completa com carona
b.7 .Capuz de proteção para a cabeça - “bala clava”
b.8 .Cabo da vida e corda de 50 metros de comprimento (Linha da vida)
b.9 Lanterna
b.10 Alavanca de arrombamento ou machado
b.11 Giz ou tinta (para demarcação dos ambientes já explorados ou em exploração)
b.12 Rádio transceptor portátil (HT)
b.13 Bolsa com materiais para primeiros socorros.
b.14 Bolsa com materiais e equipamentos de altura com corda de no mínimo 50 metros;
b.15 30 m de mangueira de 38 mm em ziguezague;
b.16 esguicho regulável;
b.17 cunhas ou calços de madeira (para travar portas)

C - Explorar o ambiente passo a passo, neutralizar, sinalizar e amenizar riscos durante a exploração,
visando à segurança própria e dos trabalhos das demais guarnições. Não havendo a possibilidade
de eliminar riscos durante a exploração, sinalizar adequadamente o local;

D - Ventilar os ambientes da maneira correta e segura;

E - Não progredir sem antes demarcar convenientemente o ambiente já explorado, para evitar
explorá-lo novamente ou que outras equipes venham a refazer;

F - Não prosseguir na exploração sem antes certificar-se de que os caminhos a serem utilizados e
as rotas de escape estão desobstruídas, inclusive mantenha as portas pelas quais passar abertas,
calçando-as se necessário e no regresso feche-as. Muitas vezes, consideramos mais simples
passar por cima do obstáculo do que removê-lo, entretanto, devemos considerar a hipótese de
termos que deixar a edificação rapidamente, e que neste retorno, fatalmente estaremos mais
cansados, tensos, ou carregando vitimados, fatores estes que irão dificultar nossas atividades,
portanto sempre que adentrar em uma edificação para proceder a exploração no ambiente, não
se deve prosseguir sem antes tentar eliminar os obstáculos encontrados.

G -Interrompida a comunicação com o comandante de guarnição, deverá a equipe tentar


restabelecê-la por todas as formas e não obtendo êxito, retornará ao ponto de partida.

Na grande maioria das ocorrências envolvendo incêndios em ambientes fechados, há


pouca ou nenhuma visibilidade, devido a ação da fumaça ou mesmo a queda de energia. A
exploração deverá preferencialmente ser executada o mais próximo possível do chão, pois os
gases quentes e grande parte da fumaça (aquecida) estarão nas partes mais elevadas.
A exploração deverá ser executada com uma referência que poderá ser uma mão na parede
estando os bombeiros devidamente interligados pelo cabo da vida ou cinto alemão e usando a
bengala de cego ou o cabo do machado à frente afim de aumentar a área de exploração. Em local
de pouca ou nenhuma visibilidade, a costa da mão deverá ser utilizada, pois a palma da mão deverá
sempre estar íntegra. A própria reação muscular a uma descarga elétrica favorece um acidente
(eletrocussão).

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ATENÇÃO: Assim que soar o alarme da reserva dos cilindros de ar, de qualquer integrante da
equipe de busca, exploração e salvamento, toda a equipe deverá deixar o ambiente e
providenciar a substituição do cilindro.

Abrir as portas com cuidado, mantendo-se lateralmente a ela e preferencialmente


agachado.
Utilize as portas abrem em sua direção como um “escudo”, pois tal ação visa resguardar os
Bombeiros dos fenômenos “Backdraft” e “Flashover”. Disponha sempre de uma linha de proteção
para adentrar em compartimentos em chamas ou que apresentem a possibilidade de ocorrer os
fenômenos anteriormente descritos.
Abrindo portas utilizando às mesmas como anteparos, porém, antes analisar a temperatura
com as costas da mão (“Backdraft” e “Flashover”).
Ao adentrar em qualquer ambiente a ser explorado, deverá ser sinalizado que a equipe encontra-
se no mesmo, para tanto fazer apenas uma perna do “X” e marcar na parte superior da porta, em
local visível a hora de entrada bem como o número da equipe ou a guarnição.
Não ande aleatoriamente, planeje sua busca, mova-se em direção a luz, ventilação e rotas de fuga
secundárias. Comece as buscas, sempre que possível, pela parede que acessa para o exterior
(nunca perca contato com a parede de referência), isso permitirá que você ventile o ambiente
abrindo janelas, tão logo seja possível.
Buscas feita das paredes exteriores para o centro do cômodo, verificar armários,
banheiros, sob camas, mesas, virar colchões, cadeiras. Vasculhe todo o local, procure em todos os
pequenos compartimentos, armários e boxes de banho. Mova todos os móveis, procurando atrás
e sob eles, por vezes pessoas morrem asfixiadas fechando-se em banheiros e abrindo torneiras e
chuveiros, pensando estarem protegidas do fogo, esquecem-se dos efeitos da fumaça e calor. Há
situações também em que o fogo é provocado por brincadeiras de crianças, que então se
escondem debaixo de camas ou dentro dos guarda-roupas, intimidadas pelo que fizeram,
acabando asfixiadas pela fumaça.
Uma atenção muito especial deverá ser dispensada na exploração de locais como
armários, sob camas, geladeiras onde pessoas, principalmente crianças possam ter tentado
proteção.
Para localizar vítimas debaixo de camas utilize a perna ou uma ferramenta longa movendo-a
suavemente para os lados. O uso do machado é útil para aumentar a área de exploração em
baixo de camas.
De vez em quando suspenda as buscas e procure ouvir pedidos de socorro, choro ou
gemidos. Suba e desça escadas apoiandose sobre as mãos e joelhos mantendo sempre a cabeça
em nível mais elevado do que o corpo, isto diminuirá a possibilidade de você perder o equilíbrio
principalmente quando descer.
Se a severidade do calor e da fumaça impedem o acesso a um cômodo, verifique com
cuidado junto a sua entrada utilizando a perna, o braço ou uma ferramenta longa para
determinar se há alguém caído próximo a entrada. Se for difícil abrir uma porta, cuidado pois
pode haver uma vítima atrás da porta caída. Após busca em um cômodo deixe sinais de que o
local foi vistoriado, como um colchão enrolado (se possível) ou de atravessado na cama ou
gavetas abertas.
Ao finalizar a exploração no ambiente deverá ser marcada a outra perna do “X” bem
como a hora de saída. Também deverá ser marcado o número de vítimas ou “OK”.

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Ao encontrar uma vítima deverá ser dado de imediato suporte respiratório a mesma e retirá-
la da situação de risco o mais rápido possível. Ainda deverá ser avaliado os possíveis ferimentos
que a vítima possui e se riscos imediatos próximos permitirem, realizar os primeiros socorros.

Ventilação
Ventilação tática são ações de controle da circulação de fumaça e de ar, de forma
planejada, para obter vantagens operacionais no combate a incêndio. A visão sobre ventilação
varia de continente para continente. A Europa, tradicionalmente, volta seu combate a incêndios
para as condições encontradas em estruturas de compartimentos pequenos, trabalhando com
baixa vazão e alta pressão nas mangueiras, confinando o fogo (também chamado de anti-
ventilação) e estabilizando os gases aquecidos no ambiente antes de abri-lo.
Os americanos voltam o seu combate para as condições de incêndios de propagação
rápida, em grandes espaços. Utilizam ventilação de forma agressiva e ataque rápido ao foco, com
uma alta vazão nas mangueiras. Atualmente, com a disseminação do uso da ventilação forçada
com ventiladores e a preocupação causada por acidentes fatais envolvendo comportamentos
extremos do fogo, ambas as visões têm-se modificado, absorvendo procedimentos de uma e de
outra. Toda ventilação deve ser feita conscientemente, conforme a conveniência do combate.
Qualquer entrada em local incendiado implica em ventilar o ambiente, ou seja, é impossível abrir
uma porta ou uma janela, sem permitir a entrada de ar. O entendimento de como a ventilação
ocorre possibilita usá-la a favor do combate a incêndio mais eficiente e eficaz.
A ventilação é interdependente das demais ações do combate ao incêndio. Perceba que
nas demais técnicas tratadas neste manual, enfatiza-se que portas e janelas não devem ser
abertas indiscriminadamente, pois afetaria a ventilação de forma não planejada. Utilizar
ventilação exige coordenação entre o exterior e o interior da edificação.
A ventilação também precisa ser planejada antes da execução, pois corrigi-la em
andamento é difícil, já que algumas aberturas serão permanentes.

Efeitos da ventilação sobre o incêndio


A ventilação aumenta a velocidade da combustão, mas dilui e dispersa a fumaça,
tornando-a menos inflamável, e assim facilitando o acesso ao foco.
Pelo contrário, a falta de oxigênio diminui a velocidade da combustão, mas aumenta o
acúmulo de fumaça altamente inflamável.
Isso é o que acontece ao se confinar o fogo.
A fumaça propaga o fogo pela rota em que se desloca, portanto, a saída da fumaça deve
ser na direção em que a propagação do fogo será menos danosa. Se estiverem no caminho
materiais ainda não incendiados ou vítimas, a situação será agravada.

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A ventilação possui como principais funções:
• A redução do risco de comportamentos extremos do fogo, pela diluição da fumaça.
• A melhoria da visibilidade no interior da edificação sinistrada.
• A diminuição da temperatura e aumento da disponibilidade de ar respirável para as vítimas
distantes do foco.
• A redução da velocidade de propagação, pelo confinamento do fogo.

Diferença de um incêndio não ventilado e de um ventilado

Ventilação natural e seus fatores de movimento


A ventilação natural é o aproveitamento racional dos deslocamentos dos gases em prol da
operação de combate a incêndio, podendo ser HORIZONTAL ou VERTICAL.

Os principais fatores de movimento da ventilação natural são:

• O empuxo.
• A sobre-pressão no compartimento incendiado.
• A pressão negativa em corredores e escadas.
• A direção do vento.

Os gases aquecidos da fumaça têm densidade menor que o ar ambiente, e, portanto, sofrem
empuxo e sobem. A sobrepressão é proveniente do aumento do volume dos gases aquecidos.
Devido à sobre-pressão, a fumaça acumulada sai do compartimento por qualquer abertura,
mesmo que seja baixa.
E a pressão negativa ocorre fazendo com que os locais de menor seção por onde passam os
fluidos tenham menor pressão e uma maior velocidade. Por causa da pressão negativa, escadas
e corredores sugam a fumaça proveniente do foco do incêndio.
A ventilação horizontal, que pode ser a abertura de uma janela ou porta, por exemplo, servese
da sobre-pressão e da direção do vento para dispersar a fumaça. Deve ser feita com muito
critério, pois envolve as áreas baixas do ambiente, portanto, qualquer problema poderá afetar o
local de trabalho dos bombeiros.

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Ventilação horizontal: saída de fumaça perto do fogo

Já a ventilação vertical serve-se do empuxo e da sobre-pressão, e pode também aproveitar


a direção do vento e, eventualmente, a pressão negativa para, mesmo sem ventiladores, fazer a
fumaça sair por abertura na parte mais alta do cômodo. O empuxo é o principal fator de
movimento da ventilação vertical.
A ventilação, tanto horizontal quanto vertical, pode ser feita junto ao foco ou para longe
do foco. No primeiro caso, a abertura serve para dispersar a fumaça a partir do foco,
preferencialmente, por uma abertura acima do fogo, aproveitando ao máximo o empuxo. Essa
ventilação limita a propagação vertical do fogo, pois evita o acúmulo de fumaça dentro da
edificação.
No segundo caso, fazem-se aberturas nas áreas não atingidas pelo fogo, enquanto se
mantém o foco em confinamento, ou seja, fechado ou após a sua extinção.
Lançar água de fora para dentro da edificação, pela saída de fumaça, piora as condições no interior.
A fumaça que deveria sair retorna à edificação, ameaçando bombeiros e vítimas. Além disso, a
saída de fumaça é uma área de alta temperatura, sujeita à ocorrência de ignição de fumaça,
portanto, contra-indicada ao posicionamento de bombeiros.
Pode-se aplicar jato neblinado, perpendicular à fumaça que sai da edificação, diminuindo
sua inflamabilidade e a possibilidade de propagação do fogo para edificações vizinhas.
Tal procedimento acelera o fluxo de saída da fumaça.
A ventilação, tanto horizontal quanto vertical, também pode ser feita de forma cruzada,
ou seja, com uma abertura para entrada de ar e outra para saída de fumaça, aproveitando a
direção do vento para aumentar o deslocamento.

Cuidados a serem adotados na ventilação natural:


• No estabelecimento de viaturas, é melhor aproximar-se a favor do vento. Em alguns casos, o
estabelecimento em local aparentemente mais difícil pode ser o melhor, se evitada a direção em
que o vento lançaria a fumaça sobre o socorro.

• Na abertura de portas e janelas, manter-se a favor do vento evita ser atingido pela fumaça
liberada.

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Aproximação deve ser feita a favor do vento

• A ventilação vertical é também muito útil para melhorar as condições para as vítimas,
facilitando o escape em ambientes grandes: a abertura do teto propicia o escoamento da fumaça,
melhorando a visibilidade, diminuindo a toxidade da atmosfera e a temperatura.

Comportamento da fumaça em situações distintas: a primeira sem ventilação e a segunda com


ventilação vertical

Na Figura, é possível observar duas situações bem distintas em uma mesma cena de
incêndio. Na primeira, a fumaça acumulada no ambiente dificulta a orientação da vítima para a
saída, além de submetê-la a um ambiente altamente tóxico. Na segunda cena, a abertura vertical
permite o escoamento seguro da fumaça, aerando o ambiente para a vítima. A fumaça é
combustível. Portanto, qualquer saída deve direcioná-la para local onde a propagação do fogo

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seja menos danosa, tendo em vista a proteção dos bombeiros, das vítimas e das áreas não
atingidas.
Existindo apenas uma abertura, o fogo busca liberar fumaça e obter oxigênio por meio
dela. Se essa única entrada estiver atrás dos bombeiros, será um problema. Por isso, na técnica
de passagem de porta, após abri-la, deve-se voltar a fechá-la.
A ventilação cruzada pode ser usada após o confinamento do fogo: fecha-se o
compartimento em que está o foco e ventila-se o restante da estrutura. Procedendo o
confinamento, ganha-se algum tempo para a retirada de vítimas, pois o desenvolvimento do fogo
é retardado pela diminuição do oxigênio. Nesse caso, as duas aberturas são feitas longe do fogo.
Não se pode fazer o isolamento do cômodo em que está o foco antes de avaliar a possibilidade
de presença de vítima viável (ou seja, que pode ser salva).
Após a extinção de incêndio em edifício, fazer uma abertura no alto de uma escadaria
libera a fumaça, que de outro modo permaneceria nos andares intermediários.

A abertura no teto libera a fumaça após a extinção do fogo.

A ventilação cruzada pode ser feita com uma saída de fumaça próxima ao foco. O ar entra
pelo mesmo local que os bombeiros, e a fumaça sai por outra abertura. Essa ventilação facilita
muito o trabalho dos bombeiros e evita danos à propriedade, pois dirige a fumaça para adiante
do jato, o qual é aplicado na direção do foco, para fora da edificação. Para que funcione melhor,
a entrada dos bombeiros deve ser feita a favor do vento, e a saída de fumaça acima do foco.

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Ventilação vertical cruzada: o ar entra por baixo e a fumaça sai adiante do jato fazendo abertura
para ventilação

A ventilação horizontal possui a desvantagem de escoar a fumaça pelas áreas mais baixas
do ambiente, onde ficam bombeiros e vítimas. A abertura de janelas é o modo mais comum de
fazer essa ventilação.

Abertura para ventilação horizontal

Para a abertura vertical de saída da fumaça, a escada prolongável deve ser colocada de
maneira segura; se possível deve ser amarrada. Não deve ficar sobre janelas, onde poderia ser
atingida pela fumaça. Também é preciso observar se não há fios ou outros obstáculos,
estendendo a escada alguns palmos acima do telhado ou janela, para ter boa visibilidade.
No telhado, somente se deve caminhar apoiado em partes seguras, como platibandas. É
útil também colocar sobre o telhado uma outra escada, evitando quedas. Na impossibilidade de
abrir o telhado, pode-se abrir uma janela alta ou, em último caso, a parede.

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Abertura para a ventilação vertical

Antes de fazer a abertura, deve-se ter pelo menos duas rotas de fuga, pois a fumaça pode sair de
maneira violenta.
As aberturas fáceis são preferíveis.
A abertura deve ter tamanho adequado à estrutura. Para uma residência média, isso significa
aproximadamente 1,2m x 1,2m; para edificações maiores, uma abertura de 3m x 3m.
É sempre melhor fazer uma abertura grande do que várias pequenas, pois o arraste da fumaça é
maior.
Evita-se cortar estruturas de suporte do telhado.
Abre-se a partir da área sobre o fogo em direção à rota de fuga. Completa-se a abertura com
cuidado, e o pessoal se retira rapidamente, pois a fumaça pode sair de forma violenta.
A abertura vertical feita a partir de uma plataforma mecânica oferece mais segurança, pois não
é necessário se apoiar nem na parede nem no teto da edificação sinistrada.

Ventilação forçada
A ventilação forçada é sempre do tipo cruzada, e pode ser horizontal ou vertical, ou seja, exige
duas aberturas, uma de entrada de ar e outra de saída de fumaça. O uso de aparelhos permite
escolher a direção preferencial para dirigir a fumaça, mesmo que seja para baixo ou contra o
vento. No entanto, sempre que possível, é melhor aproveitar a direção natural de deslocamento
dos gases, para tornar a ventilação mais eficiente.
A ventilação forçada pode ser de pressão negativa, ventilação hidráulica ou ainda por pressão
positiva.
A ventilação forçada por pressão negativa é feita por meio de exaustores. A ventilação forçada
por arrastamento ou hidráulica é feita por meio de um jato neblinado para fora do ambiente. A
ventilação por pressão positiva utiliza ventiladores.

Ventilação de pressão negativa


O exaustor trabalha retirando a fumaça do ambiente, conduzindo-a para fora por meio de um
tubo chamado de “manga”. É colocado dentro do cômodo inundado de fumaça.

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Suas desvantagens são:

• Necessidade de estar conectado à alguma fonte de energia (geralmente elétrica).


• Necessidade de limpeza após o uso – pois a fumaça passa por dentro dele.
• Dificuldade em se criar uma pressão negativa em um cômodo incendiado, devido ao aumento do
volume do ar, quando aquecido. Além disso, para retirar a fumaça, o exaustor deveria ser
colocado na parte mais alta do ambiente, o que representa maior dificuldade.

Exaustores podem ser utilizados para retirar a fumaça fazendo-a passar por um ambiente que
não pode ser desocupado, como uma Unidade de Tratamento Intensivo de um hospital, por
exemplo. No entanto, por suas várias desvantagens, os exaustores têm caído em desuso no
combate a incêndio.

Ventilação hidráulica por arrastamento


O jato neblinado, para fora do ambiente inundado de fumaça, funciona criando um arraste da
fumaça. Se bem utilizado, pode ser até quatro vezes mais eficiente que os exaustores. Sua
desvantagem é a grande quantidade de água utilizada.
A principal vantagem é estar disponível facilmente. Deve ser usado, preferencialmente, após a
extinção, ou ao menos, depois de confinado o fogo, tendo-se o cuidado de resfriar a fumaça, pois
o bombeiro precisa ficar no seu caminho de saída.

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Ventilação por meio de jato neblinado

Para se obter uma ventilação forçada mais eficiente, por meio do jato neblinado, recomendase
que:

• O ângulo de abertura do jato seja de 60 graus.


• O jato ocupe quase toda a área da abertura sem atingir a parede ao redor.
• O esguicho fique à distância de 0,5 metros da saída, no caso de janela, e de 1,5 a 2 metros, se for
porta.

Ventilação de pressão positiva


A ventilação de pressão positiva é feita com ventiladores.
O princípio de funcionamento é a formação de um cone de ar, dirigido ao interior do ambiente,
aumentando a pressão interna e produzindo uma vazão de saída. Como o próprio incêndio já
aumenta o volume dos gases e, portanto a pressão interna, o ventilador aumenta-a um pouco
mais, e assim produz o escoamento da fumaça.

Ventilação forçada de pressão positiva utilizando ventilador

A fumaça escoa pela saída mais fácil. Portanto, deve-se escolher a saída mais próxima da
base do fogo. Se for necessário, conduzi-la por dentro da edificação, deve-se considerar que ela
pode propagar o fogo ou, simplesmente, sujar áreas não atingidas.
O uso do ventilador de pressão positiva em prédios com ar condicionado central pode
espalhar a fumaça pelo sistema.
Se for possível, o sistema de ar condicionado deve ser controlado e utilizado para os
objetivos táticos do combate a incêndio (exaustão da fumaça, pressurização dos ambientes não
atingidos).
Se não for possível controlá-lo de forma satisfatória, deve-se desligá-lo. Outros sistemas
do prédio podem ser utilizados também. Em um certo incêndio em prédio alto, a fumaça estava
espalhada por vários andares. Enquanto se fazia a busca do foco da forma convencional, ou seja,
começando do andar mais baixo envolvido e subindo para os mais altos, um bombeiro foi
encarregado de assistir a filmagem do sistema de segurança, o que permitiu localizar mais
rapidamente o foco.

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Nem todo o ar lançado pelo ventilador é aproveitado para ventilação. Só 25% do volume
introduzido num apartamento sai pelo local designado. O restante escapa por frestas e portas
mal vedadas ou perde-se logo no cone.
Em um teste realizado num apartamento duplex de 840 m3 (dois pavimentos de 20 x 7 m
e pé direito de 3 m), utilizando um ventilador capaz de proporcionar 500 m3 de ar/min, a
ventilação efetiva foi de 125m3/min. No entanto, a ventilação se dá por diluição e não por
substituição. Portanto, a estimativa de tempo para que um prédio de 840m3 chegue a ter 30%
da fumaça que tinha originalmente, é de uns 10 minutos. A ventilação pode ser otimizada
isolando-se as áreas não envolvidas. Numa residência em que se deseja ventilar a cozinha e a
sala, a ventilação fica mais eficiente se forem fechados os quartos não atingidos.
Existem ventiladores elétricos, de motor a combustão e movidos a água. Esses últimos operam,
geralmente, com pressão mínima entre 9 e 17 bar, conforme o modelo.

Combatendo incêndios
A aplicação de agente extintor para extinguir o fogo é chamada de ataque. Serão abordados aqui,
especificamente, os ataques usando jatos de água, e também do rescaldo e da salvatagem.

São tipos de ataque:

• Ataque direto.
• Ataque indireto.
• Ataque tridimensional.

Posicionamento
O ataque deve ser feito, preferencialmente, da área não atingida em direção à área atingida e
em direção ao exterior da edificação.
É preciso evitar trabalharem duas linhas opostas entre si, pois podem lançar vapor e fumaça em
direção uma da outra.

Ataque direto
É a aplicação de água diretamente sobre o foco onde se desenvolve o fogo, resfriando o material
abaixo de sua temperatura de ignição.
Aplicando-se vazão suficiente, a extinção das chamas é imediata. Aplicar água por mais de 3
segundos na mesma área não aumenta a possibilidade de extinguir o fogo e produz vapor
excessivo. O vapor produzido pode queimar os bombeiros e também empurra a fumaça e os
gases combustíveis, podendo alastrar o fogo.
A extinção por ataque direto funciona como apagar uma lâmpada acionando o interruptor ou
ainda como apagar uma vela: basta soprar fortemente para apagá-la. Soprá-la fracamente
durante horas não apaga.
Se a extinção não acontece de imediato, duas razões são possíveis: ou a vazão é insuficiente para
a área visada ou algum anteparo está protegendo a área visada do foco.
O ataque direto é a única opção para incêndios ao ar livre.
Nos incêndios estruturais, o ataque direto pode ser usado isoladamente logo no início ou quando
há aberturas perto do foco por onde o vapor formado possa sair. Porém, quando não há saída

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para fumaça e vapor adiante dos bombeiros, o ataque direto deve ser combinado com uso
do jato atomizado para controlar a inflamabilidade da fumaça.

Ataque direto em um princípio de incêndio

Ataque indireto
A água é aplicada nas paredes e no teto aquecidos pelo incêndio, para formar uma grande
quantidade de vapor quente e úmido que reduz as chamas e, em alguns casos, chega a extinguir
a base do fogo.
Pela grande quantidade de vapor produzida, oferece risco de queimar os bombeiros. O vapor
formado também pode sair por pequenas aberturas com pressão, bem como "empurrar" a
fumaça para os demais ambientes da edificação.
Como não visa o foco, objetos não atingidos pelo fogo podem ser danificados pela água utilizada
neste tipo de ataque.

Ataque tridimensional
É o uso do jato atomizado. Controla as chamas e resfria a fumaça e os gases do incêndio.
Diminui a temperatura do ambiente, aumentando o conforto e diminuindo o risco de ocorrência
de comportamento extremo do fogo.
É usado durante a progressão da entrada até o local onde é possível atacar o fogo, durante o
ataque direto ao foco e após a extinção.
A área máxima envolvida pelo fogo, em cada cômodo, não deve ultrapassar 70 m2. Acima disso,
o ataque tridimensional não proporciona estabilização suficiente para a presença dos bombeiros
com segurança.
A área de controle pelo ataque tridimensional é limitada pelo alcance do jato e pelo tempo
durante o qual a fumaça pode ser mantida resfriada, que depende da intensidade do incêndio.
Utilizando os diferentes tipos de ataque ao fogo. Um primeiro ataque deve ser feito considerando
a ventilação do ambiente.
Após a extinção superficial do fogo, faz-se o rescaldo.

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Ambiente sem ventilação adequada
Sem ventilação adequada para o ataque, ou seja, saída adiante da linha de mangueira, é preciso
evitar a formação de vapor. Evitar formação de vapor para manter a visibilidade próxima ao foco
e também para evitar queimar os bombeiros.
Faz-se ataque direto com jato compacto em baixa vazão (30GPM) – técnica de ataque utilizando
‘pacote d’água’ – alternado com ataque tridimensional.
Este ataque é próprio para focos de até 40 m2, aproximadamente.
Pode ser usado também quando há ventilação adequada, desde que seja possível aproximar-se o
suficiente do foco.
Abre-se e fecha-se o esguicho de forma intermitente. Desta forma a água cai como um “pacote de
água” sobre uma área pequena.
Começa-se da borda do foco, apagam-se pequenas áreas de cada vez, gradativamente, revirando,
com cuidado, os materiais incandescentes, a fim de completar a extinção com o mínimo de danos,
mantendo a visibilidade e evitando a formação de vapor úmido.

Ataque tridimensional

“Pacote de água”

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Ambiente com ventilação adequada
Havendo ventilação adequada, ou seja, abertura adiante da linha de mangueira, a fumaça e o
vapor formado durante o ataque saem e assim evitam-se queimaduras por vapor e mantém-se
a visibilidade.

Neste caso, há, no mínimo, três opções:

a) Varredura

Faz-se o ataque direto aplicando o jato como uma varredura, lentamente, por 1 a 3 segundos
sobre cada área, começando da periferia do foco. Um grande foco pode ser atacado desde modo.
Trabalha-se com a maior vazão disponível começando de uma área periférica. Ataca-se a área
que pode ser coberta pelo jato, em seguida a próxima, até controlar todo o foco. Como se fosse
uma fila.
Um ataque utilizando alta vazão deve ser seguido imediatamente por outro de menor vazão, que
irá extinguir os focos menores restantes, antes que o material seja reaquecido e volte a queimar.
Se o foco estiver oculto e for necessário atingir um obstáculo para que a água ricocheteie e atinja-
o, a aplicação deve durar somente de 1 a 3 segundos sobre cada local, variando-se a posição do
jato para conseguir atingir o foco.
A grandes distâncias, usa-se o jato compacto, que quebra-se pelo atrito com o ar e torna-se
neblinado até chegar ao objetivo. A pequenas distâncias, usa-se o jato neblinado aberto até 30
graus, aproximadamente.

b) Ataque combinado

É um tipo de ataque indireto, pois atua pela grande formação de vapor.


Aplica-se o jato na vazão de 125 LPM aberto cerca de 30 graus, formando uma letra conforme o
tamanho do ambiente. Para um ambiente de aproximadamente 30 m2, faz-se um grande Z,
começando do alto e indo até próximo do piso.
Para um ambiente de aproximadamente 20 m2, faz-se um O.
E para, aproximadamente, 10 m2, um T. Em corredores, faz-se um I.

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Ataque indireto em cômodo grande

Forma-se a letra adequada ao tamanho do ambiente e fechas e o jato. Observa-se e repete-se,


mais uma vez, se necessário.
Formar uma letra é um artifício para cobrir todas as superfícies do ambiente e ao mesmo tempo
limitar a quantidade de água aplicada.
Cada letra dura no máximo 2 segundos: começa no alto, molha o teto do ambiente, continua
atingindo as paredes e termina pouco antes de alcançar o chão.
Em caso de formação excessiva de vapor, como medida de emergência, os bombeiros podem
lançar-se ao solo para evitarem sofrer queimaduras. Em seguida, deve ser reavaliada a ventilação
do ambiente.

c) Dispersão

Separando-se o elemento combustível, os elementos que continuam a queimar distantes uns dos
outros com menor eficiência. O princípio é fácil de entender: 2 m2 de combustível queimando
junto não são a mesma coisa que 2 x 1 m2 separados vários metros um do outro.
Especialmente para controlar grandes focos de incêndio, é importante dividir o foco em duas
partes, para em seguida atacá-las separadamente.
Ataca-se com a maior vazão disponível, por um tempo muito curto, na área de maior potência
do foco, onde as chamas são mais altas, que representa o maior perigo de propagação. Podem-
se posicionar vários esguichos canhões no mesmo ponto, por exemplo.
Não esquecer que é a vazão instantânea que apaga o fogo, não a aplicação de baixa vazão por
muito tempo.
Um ataque eficiente dará resultado em poucos segundos. Se em 15 ou 20 segundos não se
constata nenhum resultado, não adianta continuar. É preciso parar, refletir e mudar de método.

Foco em cômodo fechado


Quando o cômodo do foco está fechado, ou pode ser fechado, é possível fazer um ataque indireto
por meio de uma pequena abertura da porta ou uma abertura na parede suficiente apenas para
passar o esguicho. Isto é especialmente indicado em caso de risco de backdraft, pois elimina a
necessidade de os bombeiros entrarem no ambiente.
A abertura deve ser a menor possível, para evitar a entrada de ar fresco para alimentar o fogo.
Em um cômodo pequeno, pode-se utilizar um único movimento rápido e circular com o esguicho,
posicionado mais ou menos ao comprimento de um braço para dentro da abertura.
Ou pode-se fazer os mesmos movimentos do ataque combinado, considerando a área do
cômodo.
Após a aplicação de água nas superfícies quentes, o compartimento deve ser fechado por alguns
instantes para reter o vapor.
Atenção, pois o vapor formado pode sair sob pressão pela abertura.
Pode-se repetir este procedimento até três vezes, observando-se o resfriamento.
Em seguida, abre-se o ambiente e faz-se o rescaldo.

Lembre-se que a extinção é imediata! Não se deve permanecer muito tempo lançando água no
mesmo lugar.

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Rescaldo
Após a extinção superficial do foco, faz-se o rescaldo. O foco deve ser revirado enquanto se faz a
extinção dos pontos quentes restantes. Usa-se o jato compacto e a vazão mínima (30 GPM) e a
alavanca aberta apenas parcialmente, produzindo um fluxo de água sem pressão, que escorre.
Isto aumenta um pouco o tempo de contato e, portanto, a absorção de calor do jato compacto.
Neste caso, o esguicho pode ser segurado pela mangueira.
Deve-se jogar água somente nos pontos quentes, ou seja, que ainda estão acesos. E fechar o
esguicho enquanto se revira o material procurando outros pontos quentes. A técnica descrita
para ambiente sem ventilação, também serve para fazer o rescaldo.

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