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SEEU - Processo: 9001083-77.2021.8.15.

2002 - Assinado digitalmente por JOSE WANDERLEY SALES DE LIMA


[33.3] JUNTADA DE GUIA DE RECOLHIMENTO - CARTA DE GUIA - Informação em 08/07/2022

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL


PODER JUDICIÁRIO

Validação em https://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJSJK 5P62K 2M283 FJ99D


Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006.
MALOTE DIGITAL

Tipo de documento: Informações Processuais


Código de rastreabilidade: 81520224422190
Nome original: PROCESSO_ 0000141-69.2019.8.15.2003 - SENTENÇA.pdf
Data: 28/06/2022 08:02:02
Remetente:
Sergio Manuel Carneiro da Cunha
2ª Vara Regional Criminal de Mangabeira
TJPB
Prioridade: Normal.
Motivo de envio: Para providências.
Assunto: GUIA DE RECOLHIMENTO DE MANOEL HENRIQUE COSTA FEITOSA
SEEU - Processo: 9001083-77.2021.8.15.2002 - Assinado digitalmente por JOSE WANDERLEY SALES DE LIMA
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAÍBA

COMARCA DE JOÃO PESSOA

2ª VARA REGIONAL CRIMINAL DE MANGABEIRA

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Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006.
SENTENÇA

AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO (283)

Processo nº: 0000141-69.2019.8.15.2003


Autor(a): AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DA PARAÍBA - PGJ
09.284.001/0001-80
Acusado(a): MANOEL HENRIQUE COSTA FEITOSA

Juiz(a): Isaac Torres Trigueiro de Brito

ROUBO MAJORADO. Subtração de coisa móvel


alheia. Ameaça. Delito cometido por mais de uma
pessoa. Majorante. Configuração. Materialidade. Auto
de apreensão e apresentação. Palavra da vítima.
Comprovação. Autoria. Acusado encontrado na posse
da res furtiva. Reconhecimento pela vítima. Confissão.

Configura o crime de roubo a subtração de coisa móvel


alheia mediante ameaça contra a pessoa.

A simulação de estar portando arma de fogo configura


ameaça, elementar do crime de roubo.

A materialidade do delito é comprovada pelo auto de


apreensão e apresentação, bem como pela palavra da
vítima.

Assinado eletronicamente por: ISAAC TORRES TRIGUEIRO DE BRITO - 16/12/2021 10:51:27 Num. 52766418 - Pág. 1
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Número do documento: 21121610512700000000050011248
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A autoria é comprovada por três provas: o fato de haver


sido encontrado o acusado na posse da res furtiva, o
reconhecimento do acusado pela vítima e a confissão
espontânea.

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O cometimento do roubo por mais de uma pessoa
configura a majorante do concurso de pessoas.

CORRUPÇÃO DE MENORES. Prática de infração


penal juntamente com menor. Crime formal. Prática de
roubo majorado na companhia de menor. Crime
configurado. Materialidade e autoria comprovadas.

A prática do crime de roubo majorado juntamente com


menor de idade configura o crime de corrupção de
menores.

A materialidade e a autoria do crime são comprovadas


pelas provas documental e oral, incluindo a confissão do
acusado.

Vistos etc.

O Representante do Ministério Público denunciou Manoel Henrique Costa Feitosa, já qualificado


nos autos, imputando-lhe a prática dos crimes de roubo majorado e corrupção de menores, delitos
tipificados nos artigos 157, § 2º, II, do C. P. c/c 244-B do E. C. A.

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Segundo a denúncia, em 22 de janeiro de 2019, por volta das 13:50h., “...a vitima Solange do
Rego Barros Lobo, encontrava-se atrás do estabelecimento comercial Frigotil, localizado no Conjunto
José Américo-Bairro de Água Fria, quando dois rapazes em uma motocicleta, sendo o acusado condutor,
a abordaram e, apontando a arma de fogo, anunciaram o assalto.

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Por conseguinte, o menor de idade, desceu da moto e entrou no veiculo em que a vitima estava,
qual seja um HB20, cor prata, ano 2016, placa PDS 3166/PE. Na ocasião Gabriel Ferreira Lutz não
conseguiu dar a partida do carro, assim, obrigou Solange do Rego a ensiná-lo a ligar o HB20. Dessa
maneira, após conseguir dar a partida no veiculo, obrigou a vitima a descer do carro, e evadiram-se do
local, tomando destino ignorado1...”

Acompanhou a denúncia o inquérito policial de ff. 06/35 do ID 35008211.

Recebida a denúncia2, o denunciado foi citado3, apresentando a defesa escrita4, por intermédio
de Advogado.

Durante a instrução criminal foi produzida a prova requerida pelas partes.

O Ministério Público ofereceu alegações finais, pugnando pela procedência da denúncia5.

A defesa, por sua vez, pugnou pela improcedência da denúncia, em suas alegações finais6.

É o relatório.

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Decido.

A denúncia imputa ao acusado a prática de dois crimes: roubo majorado pelo concurso de agentes

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e corrupção de menores, delitos tipificados nos artigos 157, § 2º, II do C. P. e 244 – B do E. C. A. Eis o
texto legal.

“Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para


outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou
depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência:

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

§ 2º A pena aumenta-se de um terço até metade:

II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;”

“Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor


de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou
induzindo-o a praticá-la:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos”.

Por se tratarem de duas acusações analisarei cada uma separadamente, iniciando pela acusação de
roubo majorado.

O crime de roubo consiste na subtração de coisa móvel alheia, mediante ameaça ou violência
contra a pessoa.

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Constituem elementares do tipo penal a subtração de coisa móvel alheia, a violência contra
pessoa e/ou a ameaça contra pessoa.

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Subtrair consiste em tirar da posse de alguém. Quem subtrai retira algo de outrem.

Coisa móvel significa que o objeto do crime dever ser algo que tenha existência no mundo
material, mas não seja um ser humano, pois coisa é objeto do direito e não sujeito do direito. Podem ser
roubadas todas as coisas móveis, o que exclui os bens imóveis. Bens móveis são aqueles que podem ser
movidos de seu lugar sem que sua estrutura sofra prejuízo. Assim, somente poderá ser objeto do crime de
roubo os bens que podem ser transportados sem que sua essência sofra prejuízo.

O objeto do crime deve ser coisa móvel alheia, ou seja, pertencente a alguém e que não seja o
autor do crime. Isto significa que não existe roubo de coisa própria, devendo o objeto do roubo ser
pertencente a terceiros.

O roubo é consumado quando a posse da res furtiva é invertida, ou seja, quando o agente ativo do
roubo consegue obter a posse do objeto roubado.

Além de subtrair coisa móvel alheia, o autor do crime deve agir mediante violência contra pessoa
ou com ameaça contra pessoa. Não há necessidade de que estejam presentes a violência e a ameaça no
mesmo ato ilícito, bastando a ocorrência de uma destas elementares – ou violência ou ameça – para que o
crime de roubo esteja configurado.

No caso em tela, afirma a denúncia que o acusado e um menor de idade abordaram uma mulher,
próximo à empresa Frigotil, no José Américo e, utilizando uma arma de fogo, exigiram que a vítima
entregasse a chave do automóvel. Ainda segundo a denúncia, o menor de idade desceu da motocicleta
pilotada pelo ora denunciado e assumiu a direção do automóvel da vítima. Como não conseguia dar a
partida no carro, o menor exigiu da vítima que lhe ensinasse a dar a partida no carro. Em seguida, o menor
determinou que a vítima saísse do carro e seguiu dirigindo o veículo da vítima.

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Passo a analisar a prova carreada aos autos.

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O auto de apreensão e apresentação menciona uma motocicleta Honda Biz, um automóvel HB20,
duas bolsas contendo pertences pessoais e de trabalho e um relógio marca Michael Kors.

A declarante Solange do Rego Barros Lobo afirmou haver sido abordada por dois homens, um
deles armado, e lhe disseram para entregar o carro. Ela saiu do carro descalça, mas o homem que assumiu
o volante do seu carro – um HB 20 – não conseguia ligar o carro, tendo o maior de idade, o condutor da
motocicleta ordenado que ela retornasse ao carro e ensinasse o adolescente a ligar o carro. Ela então
retornou e deu as dicas ao menor de idade, que saiu dirigindo o seu carro. Além de seu carro, levaram um
aparelho celular, tipo Iphone. Levaram ainda cerca de quatrocentos e noventa reais que uma pessoa havia
lhe pagado. Não recuperou o celular e o dinheiro. A declarante afirmou categoricamente que o maior de
idade somente pilotava a motocicleta, mas o menor de idade segurou a arma e dirigiu o carro.

A testemunha Severino Emiliano afirmou em juízo que ouviu falar de um roubo de automóvel
ocorrido em Água Fria, na capital. Fez diligências na área da praia do Sol e ouviu populares informarem
que dois homens em um HB20 prata pararam em Barra de Gramame e despejaram alguns objetos no
mato. A testemunha ainda informou haver localizado dois homens – um maior e outro menor – que
haviam praticado alguns assaltos e levaram o carro da vítima. Severino Emiliano ainda afirmou que ouviu
duas mulheres afirmarem que haviam sido assaltadas pelos suspeitos que prendeu e apreendeu. Ouviu
também o motorista de um Toyota Corolla dizer que os assaltantes do carro da vítima colidiram com o
Corolla.

Na esfera investigativa, a testemunha Max Leonardo Ferreira afirmou haver tomado


conhecimento do crime. Eis as suas declarações.

“Que também estava de serviço na Vtr. 6583,comandada


pelo Sgt Emiliano, Quando nesta tarde por volta das 13:30
horas, receberam um informe do CIOP, de que um veiculo
HB 20, havia sido tomado por assalto, no Bairro Agua
Fria – José Américo; Que quando estavam em diligencias
na área de Praia do Sol, avistaram um popular que disse
que um veiculo HB 20, cor prata, havia parado nas
proximidades de Barra de Gramame e os seus passageiros,

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haviam jogado alguns objetos no mato; Que se dirigiram


até o local indicado pelo cidadão e e lá pegaram os
pertences que estavam no mato, e de imediato passaram
um radio para outras viaturas, pois, provavelmente
tratava-se do mesmo veiculo que havia sido tomado por
assalto no Bairro de Agua Fria; Que todos ficaram em
diligencia e momentos após, ao chegarem no contorno da

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Praia do Sol, avistaram o veiculo em tela, que já havia se
envolvido em um acidente de transito, bem como, as
viaturas que já haviam efetuado o cerco aos mesmos; Que
os ocupantes do veiculo HB 20, foram identificados como
sendo, o menor de idade de nome GABRIEL FERREIRA
LUTZ, e o maior de idade de nome MANOEL HENRIQUE
COSTA FEITOSA; Que todos foram conduzidos para a
Delegacia de Menor, onde lá foram reconhecidos pela
vítima, dona do veiculo HB 20. como sendo as pessoas que
tomaram o carro da mesma no Bairro Jose Americo; Que
na delegacia de menor. foi devolvido o Veículo, bem como,
os objetos a sua legitima proprietária7...”

É possível concluir pelos depoimentos e declarações acima que Solange do Rego Barros Lobo foi
abordada por dois homens que chegaram em uma motocicleta e um deles desceu da motocicleta armado e
abordou a vítima, dizendo-lhe para entregar o automóvel. Logo depois, obrigaram a vítima a ensinar o
assaltante que abordou a vítima a dar partida no carro. Portanto, é possível concluir que houve subtração
de coisa móvel alheia e ameaça, pois uma arma de fogo foi mostrada para a vítima.

O roubo está configurado.

A materialidade do delito é comprovada pelo auto de apreensão e apresentação, pelas declarações


da vítima e pelos depoimentos testemunhais.

Passo a analisar a autoria do delito.

Segundo as testemunhas Severino Emiliano e Max Leonardo o automóvel roubado foi encontrado
com o ora denunciado e o menor de idade Gabriel Lutz, que dirigia o veículo.

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A declarante Solange Rego Barros afirmou categoricamente que o assaltante que desceu da
motocicleta e lhe apontou a arma de fogo, assumindo a direção de seu carro era um menor de idade. Ela
também disse que o ora denunciado era o homem que conduziu a motocicleta na qual o menor de idade
chegou.

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É importante ressaltar que a palavra da vítima se reveste de credibilidade, pois não há motivo
pelo qual se deva desconfiar das palavras da vítima. Além disso, em crimes contra o patrimônio, a palavra
da vítima é de grande relevância. Neste sentido é o seguinte aresto do e. TJDFT.

“APELAÇÃO CRIMINAL. ROUBO. LESÃO


CORPORAL CONCURSO MATERIAL. AUTORIA E
MATERIALIDADE COMPROVADAS. PALAVRA DA
VÍTIMA. CULPABILI-DADE. LESÃO CORPORAL
REALIZADA POR FACA. VALORAÇÃO NEGATIVA.
POSSIBILIDADE. 1) Nos cri-mes patrimoniais, a palavra
da vítima se reveste de especial relevância, principalmente
quando narra os fatos em consonância com as demais
provas presentes nos autos. 2) A utilização de faca, arma
cujo potencial lesivo é elevado, no crime de lesão corporal
merece uma maior reprovação, justificando a valoração
negativa da culpabilidade na primeira fase da dosimetria
da pena. 3) Apelação conhecida e provida parcialmente”.
(TJ-DF; APR 2015.01.1.013468-3; Ac. 988.065; Primeira
Turma Criminal; Relª Desª Ana Maria Duarte Amarante
Brito; Julg. 15/12/2016; DJDFTE 25/01/2017)

Além da palavra da vítima, há a palavra da testemunha Severino Emiliano que disse ter ouvido a
vítima reconhecer o ora denunciado como um dos autores da conduta delitiva, junto com o menor de
idade.

O acusado negou a prática delitiva. Afirmou que realmente estava no veículo HB20, mas quem o
dirigia era o menor de idade Gabriel Lutz. Entretanto, não participou do crime. Manoel Henrique afirmou
que estava sem condições de andar de motocicleta em virtude de ferimentos.

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De acordo com as regras do código de processo penal, cabe a cada parte comprovar o que alega.
Ora, o denunciado afirmou não ter condições de andar de motocicleta na data do fato, mas não comprovou
esta condição. Também não comprovou que não estava na cena do crime. Por outro lado, a vítima o
reconheceu sem titubear.

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Portanto, a autoria está comprovada por três provas: primeiramente o acusado foi encontrado na
posse da res furtiva; em segundo lugar, a vítima o reconheceu; e, por fim, as testemunhas afirmaram
terem ouvido a vítima reconhecer o acusado.

A denúncia é procedente.

Passo a analisar a acusação de corrupção de menores.

O crime de corrupção de menores consiste em corromper ou facilitar a corrupção de menor de


dezoito anos praticando com ele ato definido em lei como crime.

Trata-se de delito formal, de forma que não é exigido nenhum resultado para a sua consumação,
bastando a prática da conduta típica.

Constituem elementares do tipo, a menoridade da vítima, a prática de um crime em companhia da


vítima e a corrupção ou a facilitação da corrupção da vítima.

A menoridade da vítima é aferida na conformidade da lei civil. Quem tem menos de dezoito anos,
é penalmente inimputável pode ser vítima do crime. Quem tem mais de dezoito anos na data do fato n não
pode ser vítima deste crime.

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A prática de um crime consiste em ser autor ou participante de um fato definido em lei como
infração penal. Se a conduta praticada pelo agente não for definida em lei como infração penal, ou seja, se
for atípica, por exemplo, ou se incidir alguma excludente de ilicitude, então não se tratará de infração
penal, o que afastará a incidência do crime de corrupção de menores.

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A prática da infração penal deve se dar conjuntamente com o menor de idade. Isto significa que
aquele que for autor ou participante de uma infração penal deverá fazê-lo na companhia do menor, ainda
que a participação deste seja de menor importância.

Ainda que o menor já tenha cometido atos infracionais antes, isto não afasta a tipicidade da
conduta.

No caso em tela, afirma a denúncia que o acusado e um adolescente, menor de dezoito anos,
praticaram roubo majorado contra uma vítima, roubando-lhe o celular. A narração do fato na denúncia
adequa-se ao tipo penal da corrupção de menores

Passo a analisar a prova carreada aos autos.

A prova oral é uníssona no sentido de mostrar que Solange do Rego Barros Lobo foi abordada no
bairro de José Américo por dois homens em uma motocicleta. Um dos homens desceu da garupa da
motocicleta com uma arma na mão e disse para a vítima entregar a chave do carro. A vítima saiu do carro
e o garupa da moto assumiu a direção do carro, dirigindo o veículo da vítima com rumo desconhecido por
ela.

Houve um roubo. Tal fato é indubitável.

Segundo as testemunhas ouvidas no processo, um dos assaltantes, o que abordou a vítima com
uma arma e saiu dirigindo o carro, era menor de idade.

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As testemunhas Severino Emiliano e Max Leonardo afirmaram nos autos que a res furtiva – o
automóvel HB20 – foi encontrado na posse de um adulto e um menor de idade, sendo o menor de idade

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Gabriel Ferreira Lutz.

A declarante Solange do Rego Barros Lobo afirmou que reconheceu os assaltantes, o ora
denunciado e o menor de idade, como as pessoas que lhe ameaçaram e tomaram seu carro.

O adolescente Gabirel Ferreira Lutz foi ouvido no auto de apreensão de menor infrator, onde
negou haver assaltado a vítima, mas estava dirigindo o carro roubado. Ele afirma que um amigo lhe
convidou para dirigir o HB20 até a praia do Sol, onde deveria entregar o carro a uma pessoa que ele não
conhecia. Afirmou ainda que o destinatário do HB20 sabia que ele levaria o carro e o procuraria. Gabriel
Lutz disse que recebeu duzentos reais (R$ 200,00) para levar o carro até a praia.

Gabriel Lutz afirmou estar sendo confundido. Mas a vítima foi categórica em dizer que
reconheceu o ora denunciado e o menor apreendido como autores do crime. Além disso, que interesse
teria a vítima em imputar uma culpa inexistente ao adolescente Gabriel Lutz?

Houve participação de um menor de idade. A prova documental de que o participante da conduta


infracional equiparada a crime era menor de idade consiste no documento de identidade de Gabriel
Ferrreira Lutz. O documento indica sua data de nascimento em 29 de janeiro de 2002. Ora, se o ato
infracional equiparado a crime ocorreu em 22 de janeiro de 2019, Gabriel Ferreira Lutz tinha dezesseis
anos de idade na época.

Portanto, houve um ato infracional equiparado a crime cometido com a participação de um menor
de idade.

Isto significa que houve crime de corrupção de menores.

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Número do documento: 21121610512700000000050011248
SEEU - Processo: 9001083-77.2021.8.15.2002 - Assinado digitalmente por JOSE WANDERLEY SALES DE LIMA
[33.3] JUNTADA DE GUIA DE RECOLHIMENTO - CARTA DE GUIA - Informação em 08/07/2022

A materialidade do delito está comprovada.

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Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006.
Quanto à autoria, é imperioso afirmar que o ora denunciado foi encontrado na posse da res
furtiva. Tal fato não comprova por si só a autoria do roubo e da corrupção de menores, mas constitui um
indício. Além disso, a jurisprudência entende que tendo sido encontrado o acusado na posse da res furtiva
, cabe a ele comprovar o motivo justo para ter a res furtiva em seu poder. No caso dos autos, afirmou o
denunciado que estava em casa quando o adolescente Gabriel Lutz o convidou para ir até a praia do Sol.

Entretanto, a vítima do roubo afirmou que reconheceu o ora denunciado como um dos
assaltantes.

Portanto, estão comprovadas a materialidade e a autoria do crime de corrupção de menores.

Passo ao cálculo das penas.

Passo ao cálculo das penas.

Primeiramente procedo ao cálculo da pena em relação ao crime de roubo majorado.

Inicialmente analiso as circunstâncias judiciais previstas no artigo 59, do C. P.

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[33.3] JUNTADA DE GUIA DE RECOLHIMENTO - CARTA DE GUIA - Informação em 08/07/2022

A culpabilidade8: mostra-se baixa, recomendando uma reprimenda sem exacerbação.


Antecedentes: o acusado é primário. A conduta social9: o acusado não tem uma má conduta social.
Personalidade do agente: o acusado não apresenta inclinação à delinquência. Motivos do crime:
inerentes ao tipo penal. Circunstâncias do crime: o crime ocorreu durante o dia, tendo a vítima sido
obrigada a desligar o alarme e ensinar o menor a dar partida no carro. Estes atos – obrigar a vítima a

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Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006.
desligar o alarme e ensinar o assaltante a dar a partida no veículo – não constituem elementar do crime,
superando os atos necessários à consumação do crime. E trazem efeito psicológico negativo em quem
está sendo expropriado, pois além de perder seus bens ainda tem que ensinar o assaltante a utilizar o que
lhe pertence. Ninguém concorda em ajudar o “dono do alheio” a manusear seus bens, a menos que esteja
sob forte pressão. Esta circunstância será valorada negativamente. As consequências do crime: foram
drásticas, pois a vítima não recuperou todos os bens roubados. Além disso, a vítima teve prejuízo porque
teve que pagar a franquia do seguro para o conserto do automóvel avariado após colisão com outro
veículo. Esta circunstância será valorada negativamente. O comportamento da vítima10: a vítima não
praticou nenhum ato para atrair ou estimular a conduta do acusado.

Com fulcro nas circunstâncias judiciais, fixo a pena-base em cinco anos e seis meses 11 de
reclusão, pois o acusado apresenta duas circunstâncias judiciais desfavoráveis (circunstância do crime e
consequências do crime).

Em segunda fase, reconheço a incidência de uma circunstância atenuante: o acusado era menor
de vinte e um anos na data do crime. Em virtude da circunstância atenuante da menoridade, diminuo em
nove meses a pena-base, reduzindo-a ao patamar de quatro anos e nove meses12 de reclusão. Inexistem
circunstâncias agravantes a serem mensuradas.

Em terceira fase reconheço duas causas especiais de aumento de pena: o concurso de agentes e
o uso de arma de fogo. Em virtude do concurso de agentes, acresço em um terço13 a pena-base,
elevando-a ao patamar de seis anos e quatro meses14 de reclusão. Em virtude do uso de arma de fogo
acresço em dois terços15 a pena-base, elevando-a ao patamar de nove anos e seis meses de reclusão1617.

Quanto à pena de multa, fixo a pena-base em setenta dias-multa, pois o acusado apresenta duas
circunstâncias judiciais desfavoráveis (circunstância do crime e consequências do crime).

Em segunda fase, reconheço a incidência de uma circunstância atenuante: o acusado era menor
de vinte e um anos na data do crime. Em virtude da circunstância atenuante da menoridade, diminuo em

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Número do documento: 21121610512700000000050011248
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[33.3] JUNTADA DE GUIA DE RECOLHIMENTO - CARTA DE GUIA - Informação em 08/07/2022

dez dias-multa a pena-base, reduzindo-a ao patamar de sessenta dias-multa. Inexistem circunstâncias


agravan-tes a serem mensuradas.

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Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006.
Em terceira fase reconheço duas causas especiais de aumento de pena: o concurso de agentes e
o uso de arma de fogo. Em virtude do concurso de agentes, acresço em um terço18 a pena-base,
elevando-a ao patamar de oitenta dias-multa. Em virtude do uso de arma de fogo acresço em dois terços
19 a pena-base, elevando-a ao patamar de cento e vinte dias-multa20.

Fixo o valor do dia-multa em um trigésimo do salário-mínimo, totalizando quatro


salários-mínimos vigentes na época do crime.

Procedo ao cálculo da pena em relação ao crime de corrupção de menores.

Inicialmente analiso as circunstâncias judiciais previstas no artigo 59, do C. P.

A culpabilidade21: mostra-se alta, pois além de participar de um crime contra o patrimônio,


circunstância elementar do crime de corrupção de menores, o adolescente vítima utilizou arma de fogo
para abordar a vítima e conduziu um automóvel sem habilitação para isto. Esta circunstância será
valorada negativamente. Antecedentes: o acusado é primário. A conduta social22: o acusado não tem
uma má conduta social. Personalidade do agente: o acusado não apresenta inclinação à delinquência.
Motivos do crime: inerentes ao tipo penal. Circunstâncias do crime: o crime ocorreu durante o dia,
tendo a vítima sido surpreendida, o que dificultou qualquer reação desta. As consequências do crime:
foram drásticas, pois a vítima ingressou em uma vida de crimes perigosos, com uso de arma de fogo.
Esta circunstância será valorada negativamente. O comportamento da vítima23: o adolescente
mostrou-se bastante afeito à prática de ato infracional contra o patrimônio.

Com fulcro nas circunstâncias judiciais analisadas, fixo a pena-base em dois anos de reclusão,
pois o acusado apresenta duas circunstâncias judiciais desfavoráveis (a culpabilidade e as consequências
do crime).

Assinado eletronicamente por: ISAAC TORRES TRIGUEIRO DE BRITO - 16/12/2021 10:51:27 Num. 52766418 - Pág. 14
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Número do documento: 21121610512700000000050011248
SEEU - Processo: 9001083-77.2021.8.15.2002 - Assinado digitalmente por JOSE WANDERLEY SALES DE LIMA
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Em segunda fase reconheço a incidência de uma circunstância atenuante: a menoridade penal


relativa, pois o acusado contava menos de vinte e um anos na época do fato. Em virtude desta atenuante,
diminuo a pena-base em quatro meses, reduzindo-a ao patamar de um ano e oito meses de reclusão.

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Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006.
Inexistem circunstâncias agravantes a serem mensuradas.

Em terceira fase reconheço a inexistência de causas especiais de aumento ou diminuição da pena.

Tendo em vista que foram cometidos dois crimes mediante uma única ação, reconheço a
incidência do concurso formal, previsto no artigo 70, do código penal. Em consequência, aplico a maior
das penas, equivalente a nove anos e seis meses24 de reclusão, acrescida de um sexto25, o que totaliza
onze anos e um mês de reclusão26.

A pena de multa permanece inalterada.

É incabível a substituição da pena privativa de liberdade por pena alternativa, bem como a
concessão de SURSIS.

O acusado iniciará o cumprimento da pena no regime fechado.

Designo a penitenciária Sílvio Porto para o cumprimento da pena, ou outro estabelecimento


prisional que venha a ser designado pelo juízo da execução penal.

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Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE A DENÚNCIA PARA CONDENAR MANOEL


HENRIQUE COSTA FEITOSA A UMA PENA DE ONZE ANOS E UM MÊS DE RECLUSÃO E
CENTO E VINTE DIAS-MULTA, NO VALOR DE 4 (QUATRO) SALÁRIOS-MÍNIMOS, POR
INFRINGIR OS ARTIGOS 157, § 2º, II E § 2º A, I DO C. P., 244 – B, DO E. C. A. C/C 70, DO
CÓDIGO PENAL.

Validação em https://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJSJK 5P62K 2M283 FJ99D


Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006.
Suspendo os direitos políticos do denunciado, com fulcro no artigo 15, III, da C. F.

Concedo ao acusado o direito de recorrer em liberdade.

Após o trânsito em julgado, lance-se o nome do réu no rol dos culpados; comunique-se esta
condenação ao juízo eleitoral; remeta-se o B. I. à SEDS/PB; intime-se o acusado a comparecer ao juízo
da execução penal a fim de iniciar o cumprimento da reprimenda, sob pena de lhe ser expedido mandado
de prisão; expeça-se, em seguida, guia de execução da pena e arquivem-se os autos, com baixa na
distribuição.

P. R. I.

João Pessoa, documento datado e assinado eletronicamente – art. 2º, Lei. 11.419/2016.

ISAAC TORRES TRIGUEIRO DE BRITO

Juiz de Direito

1Transcrição parcial dos parágrafos segundo e terceiro da denúncia na f. 03 do ID 35008211.

2Ver f. 44 do ID 35008211.

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